Direitos Humanos - 01
Direitos Humanos - 01
Direitos Humanos - 01
Autor:
Ricardo Torques
30 de Outubro de 2023
Sumário
2 - Historicidade ............................................................................................................................................. 6
3 - Universalidade .......................................................................................................................................... 7
4 - Relatividade ............................................................................................................................................ 10
5 - Irrenunciabilidade ................................................................................................................................... 11
6 - Inalienabilidade ...................................................................................................................................... 12
7 - Imprescritibilidade................................................................................................................................... 12
10 - Exigibilidade......................................................................................................................................... 16
11 - Abertura ................................................................................................................................................ 17
13 - Dimensão objetiva................................................................................................................................. 18
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4 - Século XVII............................................................................................................................................... 34
Resumo .............................................................................................................................................................. 38
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São três temas centrais, bastante incidentes em provas de concurso público. Portanto, máxima atenção!
A quantidade e o número de características variam para cada doutrinador. Nós vamos tratar daquelas
características que tem sido cobrada em prova.
Além disso, você notará que muitas dessas características são intuitivas e estão relacionadas umas às outras.
Para facilitar a memorização, ao final de cada análise, selecionamos as principais informações e as
sistematizamos em um esquema que você guardará para a prova!
No direito interno brasileiro, os tratados internacionais de Direitos Humanos possuem estatura de normas
constitucionais ou, pelo menos, supralegais (acima das normas infraconstitucionais), denotando a
importância que nosso legislador conferiu à matéria.
No direito internacional, os Direitos Humanos são considerados como norma imperativa em sentido estrito
(jus cogens), que significa que os Direitos Humanos contêm um conjunto de valores considerados essenciais
para a comunidade, de maneira que possuem superioridade normativa em relação às demais normas
internacionais.
Por conta disso, a norma cogente de direitos humanos não pode ser alterada pela vontade de um Estado e
a revogação de norma imperativa somente é possível por intermédio de norma de igual hierarquia, ou seja,
somente por outra norma jus cogens, elaborada pelas mesmas partes.
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O jus cogens está consagrado na Convenção Internacional sobre o Direito dos Tratados de Viena de 1969 nos
arts. 53, 64 e 71. O primeiro dispositivo conceitua a norma imperativa (jus cogens).
Norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela
comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma
derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito
Internacional geral da mesma natureza.
Do art. 64 se extrai que uma nova norma imperativa tornará nulo qualquer tratado anterior que com ela
conflite.
b) não prejudica qualquer direito, obrigação ou situação jurídica das partes, criados pela
execução do tratado, antes de sua extinção; entretanto, esses direitos, obrigações ou
situações só podem ser mantidos posteriormente, na medida em que sua manutenção não
entre em conflito com a nova norma imperativa de Direito Internacional geral.
Esses dispositivos, de acordo com a doutrina, foram fundamentais no sentido de dar rumo à cristalização do
jus cogens como costume internacional. A referida Convenção não estabeleceu quais são as normas
imperativas de direitos humanos cabendo a jurisprudência internacional fazê-lo.
Vamos citar um rol não exaustivo de direitos humanos já considerados normas de jus cogens pela
jurisprudência internacional:
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Para fins de provas, devemos ter em mente que os tratados e convenções internacionais que disciplinam
direitos humanos caracterizam-se por serem normas jus cogens, são imperativas. Na hipótese de
descumprimento, devem ser aplicadas as sanções previstas no próprio tratado internacional.
Contudo, para além da questão dos tratados internacionais assinados, permanece o questionamento em
relação aos Estados que não aderem a essas normas internacionais. Em relação a esses países, nada poderia
ser feito, mesmo diante de graves violações de direitos humanos?
O que temos hoje, de concreto, é posicionamento de que quando houver violações sistemáticas (ou
massivas) de direitos humanos, em razão do caráter jus cogens das normas de direitos humanos, elas podem
ser exigidas, independentemente de haver assinatura de tratado internacional específico (mecanismos não
convencionais). Por exemplo, se determinado Estado ameaça à paz e a segurança nacional, a ONU poderá
adotar medidas coercitivas. Nesse ponto, temos que as normas de direitos humanos constituem verdadeiras
normas costumeiras, que se impõem perante todos, independentemente de terem participado da assinatura
de determinado tratado ou convecção internacional.
Para a prova:
A superioridade dos Direitos Humanos é, ao mesmo tempo, superior materialmente (de conteúdo) e
formal (em razão da imperatividade).
Como regra, as normas os tratados e convenções internacionais de direitos humanos são normas jus
cogens em relação aos Estados signatários (mecanismos convencionais). Aplica-se, de acordo com a
doutrina, a direitos humanos de todas as dimensões.
Quando houver violações sistemáticas (ou massivas) de direitos humanos capaz de abalar a segurança
e a paz internacionais os organismos internacionais podem impor medidas coercitivas por violações de
normas de direitos humanos consolidadas como costumes internacionais, ainda que o Estado violador
não tenha participado da assinatura do tratado internacional.
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2 - Historicidade
A historicidade traduz o fato de que os Direitos Humanos decorrem de um processo de formação histórica,
de modo que, com o tempo, os direitos humanos surgem e se solidificam em razão das lutas da sociedade
em defesa da dignidade da pessoa.
Assim, não podemos afirmar que o conjunto de direitos que compõe nossa matéria surge em determinado
momento fixo. Pelo contrário, eventos como a Revolução Francesa e as grandes Guerras Mundiais foram
marcantes para o surgimento gradual e para a expansão de direitos humanos.
A historicidade é base para o estudo das dimensões (ou gerações) dos Direitos Humanos.
Um aspecto interessante, relacionado com a historicidade, é a discussão acerca da relação entre o Direito
Natural e os Direitos Humanos. Sabemos que um dos fundamentos dos direitos humanos é a concepção
jusnaturalista, que entende que os direitos humanos buscam sua origem no Direito Natural. Sabemos
também que a principal crítica ao jusnaturalismo como fundamento é o fato de não se adequar à ideia de
historicidade!
Não vamos aqui tecer maiores considerações acerca do Direito Natural. Todavia, devemos compreender que
o Direito Natural traduz um conjunto de normas fundadas na natureza das coisas, trata-se de um direito
ideal, acima de todas as leis, integrado por regras e por princípios que objetivam àquilo que é justo e correto,
tendo por finalidade legitimar as leis positivas. Assim, toda Constituição, toda lei, todo tratado internacional
– como diplomas normativos – deve partir do Direito Natural (fundamento de legitimidade). Em razão disso,
a doutrina afirma que o Direito Natural é fixo, absoluto, universal e atemporal.
É exatamente esta última característica (atemporalidade) que nos interessa! Afirma-se que o Direito Natural,
em razão de estar acima do direito positivo de cada Estado, se relacionaria com os Direitos Humanos. Isso,
hoje, não é considerado correto! Acabamos de estudar que os Direitos Humanos são históricos, fruto do
desenvolvimento da sociedade, que se constroem e se solidificam com o tempo. Por outro lado, vimos,
também, que o Direito Natural é atemporal, sempre existiu e sempre existirá independentemente do
momento histórico. Notem que as duas coisas não se equivalem.
Os direitos naturais são inatos, cabendo a cada Estado, por meio de suas normas, declará-los. Essa ideia não
se aplica aos Direitos Humanos, que surgiram com o lento evoluir da sociedade, como se percebe ao estudar
a pater histórica da matéria (afirmação histórica dos direitos humanos).
Esses conceitos e a correta compreensão da evolução dos Direitos Humanos serão analisados ainda na
presente aula, quando tratarmos da afirmação histórica dos Direitos Humanos.
A característica da historicidade é tão importante que os estudiosos a consideram como uma das
características fundamentais dos Direitos Humanos.
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HISTORICIEDADE
Os Direitos Humanos decorrem de formação histórica, surgem e se solidificam conforme a evolução
da sociedade (conceito)
3 - Universalidade
O debate que envolve a universalidade, em Direitos Humanos, é: ser universal na diversidade. Trata-se de
um desafio da sociedade internacional que objetiva interpretações comuns aos mais diversos temas da
sociedade como direito à vida, ao aborto, a transplantes de órgãos, a arquivos secretos etc.
A universalidade é uma característica tão discutida pelos estudiosos que a partir dela podem ser identificadas
duas correntes: universalistas e relativistas.
Analisar essas correntes envolve a discussão sobre “universalismo e relativismo cultural (ou
multiculturalismo)”.
De acordo com a doutrina universalista, os direitos humanos podem ser compreendidos em dois sentidos
distintos:
Diz-se, portanto, que os Direitos Humanos são universais, pois se aplicam a todas as pessoas em qualquer
lugar do mundo!
é possível observar, na prática, divergências nos julgamentos morais entre as mais diversas
sociedades devido às diferenças culturais, políticas e sociais;
as divergências possuem um sentido ou validade fora do seu contexto social particular ; e
não há julgamentos morais justificáveis fora de contextos culturais específicos.
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Conclui-se que, segundo os relativistas, apesar de ser possível compartilhar valores, não há como justificar
superioridade de um valor ou de uma cultura em relação às outras, pois todas merecem igual
consideração.
(CESPE/PRF - 2019) Acerca de aspectos da teoria geral dos direitos humanos, da sua afirmação histórica e
da sua relação com a responsabilidade do Estado, julgue o item.
Todos os direitos humanos foram afirmados em um único momento histórico.
Comentários
A assertiva está incorreta. Os direitos humanos são caracterizados por sua historicidade, ou seja, há um longo
processo de evolução para sua afirmação. Não há um único momento em que esses direitos passaram a
existir, mas constituem fruto da evolução da sociedade, de sua afirmação histórica.
1
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar. 2ª edição, 2014, p. 292.
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UNIVERSALISMO RELATIVISMO
O conflito entre universalistas e relativistas ficou patente na elaboração da Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH), considerada um marco da universalidade, os países questionaram a redação de alguns
direitos, desqualificando a ideia de que haveria um consenso em relação a determinados direitos humanos.
Surgiu debate no sentido de que a DUDH constitui imposição de pensamento de países ocidentais
hegemônicos, não contemplando a visão de povos asiáticos e africanos.
Assim, a compreensão mais correta de universalidade dos direitos humanos remete à ideia de que devem
ser levadas em consideração as particularidades locais, bem como os contextos históricos, culturais e
religiosos de cada povo. Compete, contudo, a todos os Estados, sem exceção, independentemente de seu
sistema político, econômico ou cultural, o respeito aos direitos humanos.
Fala-se que é razoável pensarmos em conceitos de justiça, legitimidade do governo, dignidade da pessoa,
proteção contra a opressão e arbítrio estatais como preceitos que devem ser buscados por qualquer
sociedade.
Logo, a celeuma deve ser resolvida com equilíbrio, não é possível excluir um em total detrimento do outro.
É necessário que haja uma convivência harmônica, desde que, evidentemente, seja assegurado aquilo que
alguns doutrinadores denominam de “núcleo duro” dos direitos humanos, vale dizer, o conjunto de direitos
humanos de suma importância e necessário, independentemente das particularidades dos diversos povos.
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UNIVERSALIDADE
4 - Relatividade
Estudamos em Direito Constitucional, na parte de Teoria Geral, que os princípios, hoje considerados espécies
de normas, não são absolutos. Vale dizer, quando o aplicador do direito se confrontar com situação em que
um princípio indica uma decisão e outro princípio indica outra decisão oposta à primeira, o jurista deverá
relativizar um princípio para a defesa do princípio que entende, para aquele caso, mais importante .
Vejamos um exemplo bem simples. O princípio da liberdade, direito fundamental, poderá ser relativizado
em diversas circunstâncias, como, por exemplo, no caso de condenação criminal ou nas hipóteses em que é
admitida a prisão preventiva do acusado. O legislador, ao elaborar nosso Código Penal, analisou entre as
diversas modalidades de crimes e estabeleceu que uns violam bens e valores tão importantes que, se
confrontados com a liberdade individual, permitirão, excepcionalmente e por certo lapso de tempo, a prisão
do sujeito.
Excepcionalmente, com fundamento na doutrina de Norberto Bobbio, existem dois direitos humanos que
são absolutos! São direitos que não poderão ser relativizados em hipótese alguma.
Tal entendimento fundamenta-se na ideia de que essas violações constituem atos bárbaros, que ultrajam a
consciência da humanidade, razão pela qual não poderão ser aceitas em hipótese alguma!
Para a prova...
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RELATIVIDADE
Os Direitos Humanos podem sofrer limitações para adequá-los a ouros valores coexistentes na ordem
jurídica (conceito).
5 - Irrenunciabilidade
Para compreendermos a irrenunciabilidade (ou indisponibilidade), vamos entender alguns aspectos jurídicos
a respeito da renúncia.
Quem faz faculdade de Direito estuda, nas aulas de Teoria Geral, que as pessoas podem renunciar a direitos
considerados disponíveis. O ordenamento jurídico prevê uma gama de direitos que são consubstanciados
em textos legais. Alguns são considerados tão importantes, porque tutelam a vida, a dignidade e a liberdade
que, mesmo que a pessoa queira renunciá-los, não poderá. Por outro lado, direitos relacionados com
aspectos patrimoniais podem ser renunciados. É o que ocorre, por exemplo, com o perdão de dívidas.
Embora o credor seja titular da pretensão e dos valores a ele devidos, poderá renunciar.
Adaptando essa ideia aos direitos humanos, porque eles envolvem o rol dos direitos mais importantes de
uma pessoa, não poderão ser renunciados, ainda que se deseje abrir mão deles.
Vejamos um exemplo. Não é possível determinada pessoa dispor do próprio corpo, quando isso importar a
diminuição permanente da integridade física, conforme se extrai do art. 13, do CC. Logo, por mais que a
pessoa pretenda fazê-lo, não poderá vender determinado órgão vital para ser transplantado no corpo de
outrem. Permitir tal situação seria renunciar à integridade física, um direito humano fundado na dignidade
da pessoa.
A dignidade humana deverá ser observada e respeitada pela simples condição humana. Se é humano,
deverá ter dignidade! Logo, pela característica da irrenunciabilidade, devemos entender que a pessoa não
pode dispor sobre a proteção à sua dignidade. Assim, eventual renúncia a direito humano é nula, não
possuindo qualquer validade jurídica.
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Não poderão os titulares do direito humano dispor desse direito, ainda que pretendam fazê-lo
(conceito).
A dignidade humana deve ser observada e respeitada pela simples condição humana.
6 - Inalienabilidade
Essa característica é bastante simples e relaciona-se com a irrenunciabilidade. De acordo com a doutrina, os
Direitos Humanos não poderão ser alienados. Dito de outra forma, o titular não poderá dispor dos Direitos
Humanos.
Dessa forma, a retirada de órgão humano vital não é aceita porque, por um lado, viola a característica da
irrenunciabilidade e, por outro, veda-se a alienabilidade da dignidade para auferir lucro.
Por conta disso, inclusive, prevê o art. 14, do CC, que a disposição do corpo após a morte, seja com objetivo
científico ou com sentido altruístico, somente será possível de forma gratuita.
INALIENABILIDADE
Os Direitos Humanos não poderão ser comercializados pela pessoa tutelada por esse direito
(conceito).
7 - Imprescritibilidade
A imprescritibilidade, que remete à ideia de que as normas de Direitos Humanos não se esgotam, nem se
consomem com o passar do tempo.
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Estudamos em direito que se a pessoa não exercer o direito, ou ao menos manifestar a pretensão, em
determinado lapso de tempo, não poderá mais fazê-lo por força do instituto da prescrição. Esse instituto
jurídico, contudo, em matéria de Direitos Humanos é inaplicável, de forma que podemos dizer que os Direitos
Humanos são imprescritíveis.
A doutrina faz um alerta importante: não podemos confundir a imprescritibilidade dos Direitos Humanos com
reparação civil desses direitos.
A intimidade é um direito de todo ser humano durante toda a sua existência, inclusive para depois da morte
(post mortem). Contudo, violado esse direito, nasce a pretensão de o prejudicado buscar reparação civil para
indenização material e moral. Essa pretensão, em que pese decorrente de violação de um direito humano,
está sujeita a prazos prescricionais, que deverão ser observados nos termos da legislação civil.
As nomas internacionais podem prever prazos para procedimentos perante as cortes ou instâncias
internacionais.
IMPRESCRITIBILIDADE
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Entende-se por interdependência a mútua relação entre os Direitos Humanos protegidos pelos diversos
diplomas internacionais.
Em razão da ampliação dos direitos humanos é comum, por exemplo, que um direito se vincule ao conteúdo
de outro, demonstrando a relação de complementaridade.
Por fim, devemos saber qual característica da interdependência se relaciona com a indivisibilidade. Embora
não venhamos a tratá-la como característica própria, há posição no sentido de que os direitos humanos
constituem um corpo único, a ser interpretado e aplicado em conjunto . Essas noções aproximam-se da
ideia de interdependência, que estamos estudando.
(FCC/DPE-PR - 2017) No plano da teoria geral, certos atributos seriam inerentes aos direitos humanos.
Acerca das características principais dos direitos humanos, é correto afirmar:
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a) A irrenunciabilidade dos direitos humanos deve ser harmonizada com a autonomia da vontade, donde se
conclui que a pessoa civilmente capaz pode se despojar da proteção de faceta de sua dignidade, a exemplo
do famoso caso francês do “arremesso de anões”.
b) Admite-se a relatividade dos direitos humanos, pois estes colidem entre si e podem sofrer restrições por
ato estatal ou de seu próprio titular, a exemplo da vedação de associação para fins paramilitares previsto
pelo poder constituinte originário.
c) Tendo em vista que as normas de proteção aos direitos humanos não integram o chamado jus cogens, a
universalidade dos direitos humanos é relativizada, prevalecendo uma forte ideia de respeito ao relativismo
cultural, ainda que o Estado seja parte formal da comunidade internacional.
d) A imprescritibilidade dos direitos humanos não alcança a pretensão à reparação econômica decorrente
de sua violação. Portanto, inexiste direito à indenização por violação a direitos humanos ocorridos durante
o regime militar.
e) Em razão do caráter histórico dos direitos humanos, existe consenso doutrinário acerca de sua
divisibilidade, estabelecendo-se independência entre os direitos humanos e priorização de sua exigibilidade
a partir do espaço geográfico em que seu titular esteja inserido.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Pela característica da irrenunciabilidade, a pessoa não pode renunciar à
proteção de sua dignidade. Desse modo, eventual renúncia a direito humano é nula, não possuindo qualquer
validade jurídica.
O caso francês do “arremesso de anões” é clássico e sempre aparece na literatura específica sobre o tema
direitos humanos. Nesse caso, anões eram arremessados em uma espécie de esporte que se praticava em
um bar, na França. Apesar de os anões se submeterem a esse “emprego” de livre e espontânea vontade, a
justiça francesa entendeu que a atividade reduzia aqueles seres humanos ao estado de um objeto e isso seria
o equivalente a renúncia das suas dignidades.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Segundo o princípio da relatividade, os Direitos
Humanos podem sofrer limitações para adequá-los a outros valores coexistentes na ordem jurídica. É preciso
muitas vezes, no caso concreto, fazer a ponderação de valores.
A alternativa C está incorreta. As normas de proteção aos direitos humanos integram o chamado jus cogens,
ou seja, fazem parte de um grupo de normas que possui maior hierarquia em relação às demais normas de
direito internacional. Nesse contexto, a universalidade dos direitos humanos é absoluta, prevalecendo uma
forte ideia de respeito a esse ideal supranacional, ainda que se possa falar em soberania estatal.
A alternativa D está incorreta. De fato, como regra, a imprescritibilidade dos direitos humanos não alcança
a pretensão à reparação econômica decorrente de sua violação. Porém existem algumas exceções e entre
elas as ações indenizatórias por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o Regime
Militar de exceção. Segundo o STJ estas são imprescritíveis.
A alternativa E está incorreta. Os direitos humanos são indivisíveis. A indivisibilidade tem o sentido de que
os direitos humanos constituem um corpo único, a ser interpretado e aplicado em conjunto, as dimensões
se complementam e não substituem umas as outras.
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Primeiramente devemos entender o que significa “erga omnes”. Esse termo é muito comum no meio jurídico
e significa aquilo que pode ser oponível contra todos.
Nesse contexto, entende-se que os direitos humanos são oponíveis contra todos, abrangendo as demais
pessoas, os Estados e os organismos internacionais. Ninguém poderá se afirmar superior aos direitos
humanos visando não observar as normas de proteção.
Essa característica dos direitos humanos é bastante simples e se manifesta, de acordo com os doutrinadores,
por duas facetas:
2ª - A aplicação geral das normas protetivas a todos os seres humanos sob a jurisdição de um Estado, pela
simples condição humana, sem consideração quanto à orientação política, a etnia, ao credo, entre outras
particularidades.
ERGA OMNES
Os direitos humanos são oponíveis contra todos (conceito).
10 - Exigibilidade
Por ora, você deve saber que a exigibilidade denota a característica dos direitos humanos que se preocupa
com a implementação desses direitos e com a efetividade da responsabilização dos Estados, quando
violados.
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EXIGIBILIDADE
Denota a preocupação com a implementação dos direitos humanos e a efetividade da
responsabilização daqueles organismos internacionais que violarem os direitos humanos (conceito).
Envolve o estudo dos mecanismos de implementação dos direitos humanos e responsabilização dos
Estados violadores das regras de proteção internacional.
11 - Abertura
Essa característica remete ao processo de alargamento do rol de direitos humanos, de forma que, segundo
os doutrinadores, o rol de direitos não é taxativo (não exaustivo). Vale dizer, sempre será possível, a
depender dos influxos da sociedade, o reconhecimento de novos direitos humanos pois eles possuem
estrutura aberta.
O alargamento pode ocorrer por meio de tratados internacionais ou pelo trabalho do constituinte derivado,
ou seja, pode ter âmbito internacional ou nacional.
O parâmetro para se considerar determinado direito como humano é o princípio da dignidade, de forma
que, se determinado direito remeter ou repercutir na dignidade da pessoa, poderá ser considerado um
direito humano.
Nesse contexto, citemos o exemplo do art. 5º, §2º, da Constituição Federal, para qual, abraçando essa
característica:
ABERTURA
Consiste no processo de alargamento do rol dos direitos humanos (conceito).
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A aplicabilidade imediata dos direitos humanos consiste no reconhecimento formal de que os direitos
humanos são completos e, por serem dotados de eficácia plena, podem, desde logo, ser aplicados.
Em Direito Constitucional, no estudo da eficácia das normas, diferenciamos normas de eficácia plena, normas
de eficácia contida e normas de eficácia limitada. Não vamos discorrer sobre cada uma dessas espécies de
normas constitucionais, contudo, é interessante efetuarmos um paralelo com as normas de eficácia plena.
Essas normas são aplicadas diretamente, não sendo necessário, em razão disso, regulamentação
infraconstitucional para que o direito seja exercido. Além disso, se for um direito fundamental, não será
possível a legislação infraconstitucional restringi-la sob pena de inconstitucionalidade.
É o que acontece com as normas de direitos humanos. Regras e princípios que disciplinam os direitos
humanos possuem aplicabilidade imediata e direta, não precisam de outras normas que venham
especificar como será a aplicação desses direitos.
APLICABILIDADE IMEDIATA
Regras e princípios que disciplinam os direitos humanos possuem aplicabilidade imediata e direta,
não precisam de outras normas para disciplinar como será aplicação desses direitos (conceito).
13 - Dimensão objetiva
A dimensão objetiva dos direitos humanos é melhor compreendida se contrapusermos com aquilo que a
doutrina denomina de dimensão subjetiva.
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Pela dimensão subjetiva, diz-se que os direitos humanos constituem um conjunto de proposições jurídicas
conferida às pessoas, visando a sua proteção. Devemos perceber que essa dimensão se refere ao indivíduo
enquanto sujeito protegido pelos direitos humanos.
Segundo a dimensão objetiva, entende-se que os direitos humanos são capazes de impor uma atuação
estatal voltada para a proteção de tais direitos. Nesse caso, não há preocupação com a proteção de um ou
de outro indivíduo que tenha seu direito humano violado. Preocupa-se com a criação de mecanismos para
a promoção dos direitos humanos em toda a sociedade, por meio da criação de procedimentos e de entes
capazes de assegurá-los.
Em resumo, a distinção:
Por fim, a dimensão objetiva não exclui a dimensão subjetiva e vice-versa, uma vez que ambas devem
coexistir e trabalhar juntas e simultaneamente para a proteção integral da dignidade da pessoa .
DIMENSÃO OBJETIVA
Os direitos humanos são capazes de impor uma atuação estatal voltada para a proteção de tais
direitos (conceito).
Objetiva criar mecanismos para a promoção dos direitos humanos em toda a sociedade.
A dimensão objetiva não exclui a dimensão subjetiva (proteção aos sujeitos), ambas devem coexistir.
Em razão da historicidade dos Direitos Humanos, entende-se que a proteção aos direitos da dignidade da
pessoa é expansiva, ou seja, está sempre em progresso.
Por exemplo, a vedação à tortura constitui um direito humano decorrente dos graves acontecimentos nas
Guerras Mundiais e dos movimentos ditatoriais, inclusive no Brasil. Em razão desses eventos, a comunidade
internacional voltou-se contra a prática militar e, atualmente, defende que a vedação à tortura é absoluta e
universal. Assim, qualquer ato ou norma de Estado que viole a dignidade da pessoa consistente em impingir
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sofrimento em alguém de forma deliberada para o fim de obter informações políticas ou militares, constitui
violação aos Direitos Humanos e não poderá ser permitido, sob pena de retrocesso.
Vamos mais uma vez ver a aplicação na prática? Vamos citar algumas conhecidas decisões do STF baseadas
na vedação do retrocesso:
Vedação do retrocesso social – o cidadão não pode ser despojado das conquistas alcançadas no âmbito
social. Mas precisamos ficar atentos não é possível aniquilar o direito alcançado porém por vezes permite -
se mudanças dos critérios de aplicação desses direitos, como exemplo, podemos citar o julgamento da ADI
3.104 que tratava da reforma da previdência, o STF entendeu que apenas haveria o retrocesso caso a
aposentadoria fosse abolida e por isso julgou improcedente a ação que pugnava pela inconstitucionalidade
da reforma.
Vedação do retrocesso político – o STF utilizou a vedação ao retrocesso quando impediu o retorno do
voto impresso em mais de uma ocasião
Vedação do retrocesso civil – O STF ao proibir a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e
companheiros declarando a inconstitucionalidade do art. 1790 do CC entendeu que haveria um retrocesso
já que a constituição trouxe proteção legal as famílias constituídas por meio de uniã o estável.
VEDAÇÃO AO RETROCESSO
Uma vez assegurado o direito humano ele não poderá ser suprimido (conceito).
(FCC - 2021) Com base no Direito Internacional dos Direitos Humanos, os direitos humanos são
A) regidos pela proibição do retrocesso (“efeito cliquet”) porque é vedado que se diminua ou amesquinhe
a proteção que já alcançaram.
B) irrenunciáveis porque não se perdem com a passagem do tempo.
C) universais porque são atribuídos a todos os seres humanos, com exceção dos apátridas.
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D) exauríveis, o que significa que o rol de direitos positivados é taxativo, podendo ser ampliado somente por
meio de novos tratados internacionais.
E) imprescritíveis porque não é possível atribuir-lhes uma dimensão pecuniária para fins comerciais.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A assertiva prevê exatamente a proibição do
retrocesso.
A alternativa B está incorreta. A assertiva está se referindo a característica da imprescritibilidade e não
irrenunciabilidade.
A alternativa C está incorreta. Não há tal exceção, os direitos humanos devem ser atribuídos a todos não há
preocupação com a nacionalidade.
A alternativa D está incorreta. O rol dos direitos humanos é exemplificativo e sua abertura pode ocorrer por
meio de tratados internacionais, mas também por normas nacionais.
A alternativa E está incorreta. A característica citada na assertiva é a inalienabilidade e não
imprescritibilidade como afirmado.
15 - Eficácia horizontal
Por eficácia horizontal dos direitos humanos compreende-se a aplicação obrigatória e direta dos direitos
humanos nas relações entre pessoas e entes privados.
Estudaremos, na sequência, as várias dimensões dos direitos humanos. Veremos que em todas os direitos
humanos são compreendidos como um conjunto de regras ou garantias que envolvem relações com o
Estado, com o fim de proteger o indivíduo. Pela primeira dimensão diz-se que os direitos humanos imputam
abstenção do Estado, que não poderá violar a liberdade das pessoas. Pela segunda dimensão estudaremos
que o Estado deve atuar positivamente na consecução dos direitos humanos. E, por fim, pela terceira
dimensão objetiva-se que o Estado atue na promoção coletiva dos direitos humanos. Portanto percebe-se
claramente que a aplicação dos direitos humanos foi pensada inicialmente para serem aplicadas às relações
entre o Estado e a sociedade.
Essa relação é dita vertical, pois o Estado assume posição hierarquicamente privilegiada em relação aos
governados e pode, assim, ser representada:
ESTADO
SOCIEDADE
A doutrina de direitos humanos, contudo, passou a vislumbrar outra relação que não apenas essa vertical,
entre estado e sociedade, mas uma relação horizontal, envolvendo, também, a aplicação dos direitos
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humanos às relações entre privados. Aponta-se como leading case da eficácia horizontal o julgamento do
caso Lüth estudado na aula passada.
No Brasil a eficácia horizontal foi utilizada pelo STF em um famoso julgado que garantiu a um particular, sócio
de uma entidade associativa de músicos, o direito ao devido processo legal diante de uma exclusão sumária.
SOCIEDADE SOCIEDADE
Para finalizar, fala-se em duas modalidades de eficácia horizontal dos direitos humanos:
Cabe ao Estado, então, um papel ativo na promoção de direitos humanos, zelando para
que particulares não violem os direitos protegidos, ou, caso isso aconteça, buscando
imediatamente a reparação do dano sofrido.
Antes de passarmos ao estudo das dimensões de direitos humanos, vamos trazer uma observação que pode
ser explorada em sua prova: eficácia diagonal dos Direitos Humanos. Isso mesmo: DIAGONAL!
A ideia nasceu de autores de Direito do Trabalho com formação humanista, a eficácia diagonal é a que
determina a aplicação dos direitos humanos nas relações assimétrica como a relação entre empregado e
empregador.
Argumenta-se que a relação entre empregado e empregador, embora de natureza privada, não é horizontal
como as demais relações privadas. Neste tipo de relação está presente a subordinação jurídica – requisito
da relação de emprego – e o empregado encontra-se presumidamente em condição inferior ao empregador,
razão pela qual não podemos afirmar que a relação de emprego implica uma relação horizontal, mas também
não podemos afirmar que essa relação é totalmente vertical, tal como a relação entre o cidadão e o Estado.
Por isso se fala em eficácia diagonal dos direitos humanos quando se refere à aplicação da teoria às
relações de emprego.
2
RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. (versão eletrônica).
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A aplicação dos Direitos Humanos às relações assimétricas tem por finalidade reequilibrar ou minimizar os
efeitos da superioridade de uma das partes. É também verificada nas relações de consumo onde uma das
partes, o consumidor, é considerada vulnerável.
Estado e a sociedade
HUMANOS
Com isso finalizamos mais uma parte da aula, a parte mais extensa. São vários os conceitos e, por isso,
trouxemos diversos esquemas para facilita a apreensão do assunto.
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mais intensamente com um ou outro direito humano. Segundo Rafael Barreto 3, dimensões dos Direitos
Humanos é a
Esse assunto é estudado em Direito Constitucional, quando se fala nas gerações ou nas dimensões
dos Direitos Fundamentais. Não está errado! Vimos no início da aula que os direitos fundamentais
correspondem aos Direitos Humanos positivados no direito interno de determinado país. Logo, essas
considerações são, ao mesmo tempo, estudadas em Direito Constitucional e em Direitos Humanos.
Os direitos fundamentais, em grande medida, refletem a evolução e a confluência dos fatores
históricos mundiais.
Na realidade, a cada fase de evolução dos Direitos Humanos foram agregados outros direitos que vieram a
somar com os direitos já assegurados, de maneira que não houve superação da geração anterior, mas uma
ampliação da proteção à dignidade da pessoa.
Como estudamos na parte das características, os Direitos Humanos são históricos, de maneira que estão
constantemente evoluindo com a sociedade. Como os Direitos Humanos representam a proteção à
dignidade da pessoa, nunca poderão ser suprimidos (veda-se o retrocesso), de forma que a cada fase da
história os Direitos Humanos assumem uma dimensão cada vez maior havendo uma busca incessante por
novas dimensões já há autores falando em 5ª dimensão.
A primeira dimensão dos Direitos Humanos compreende os direitos da liberdade, que são os direitos civis e
políticos, decorrentes das revoluções liberais e da transição do Estado Absolutista para o Estado de Direito.
Caracterizam-se esses direitos por imporem uma abstenção estatal, por limitarem a atuação do Estado em
defesa dos direitos das pessoas. Em razão disso, se diz que essa dimensão representa direitos às prestações
negativas. Essa característica faz total sentido com o momento histórico de superação do absolutismo, que
consistia num governo concentrado nas mãos dos reis. Como forma de frear o poder do soberano, foram
criadas limitações legais à atuação estatal, que imporiam a obrigação de o Estado não intervir nos direitos
de liberdade e de propriedade.
3
BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, p. 36.
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No campo dos estudiosos, aponta-se como marco teórico a obra “O Contrato Social” de Jean-Jacques
Rousseau e o “Segundo Tratado sobre o Governo” de Jonh Locke, os quais afirmam que os homens possuem
determinados direitos que não podem ser suprimidos pelos governantes e que, se desrespeitados,
representam um governo arbitrário, violador de Direitos Humanos.
Os civis são aqueles que, mediante garantias mínimas de integridade física e moral, bem
assim de correção procedimental nas relações judicantes entre os indivíduos e o Estado,
asseguram uma esfera de autonomia individual de modo a possibilitar o desenvolvimento
da personalidade de cada um.
No que tange aos direitos políticos, que encontram seu núcleo no direito de votar e ser
votado, a seu lado se reúnem outras prerrogativas decorrentes daqueles status, como o
direito de postular um emprego público, de ser jurado ou testemunha, de prestar o serviço
militar e até de ser contribuinte.
4
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 63.
5
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 63.
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Essa geração compreende os direitos relacionados à igualdade, abrangendo os direitos sociais, direitos
econômicos e os direitos culturais, em razão da evolução do Estado Liberal para o Estado Social.
Ao contrário da dimensão anterior, os direitos de segunda dimensão são notadamente prestacionais. Vale
dizer, os Estados passaram a ser obrigados a atuar positivamente para assegurar os direitos sociais,
econômicos e culturais.
Em termos políticos, o que se percebeu na época em que tais direitos foram reclamados é que apenas a
liberdade não era suficiente para garantir a dignidade das pessoas. Era necessário, também, uma atuação
estatal para corrigir eventuais distorções ocorridas na sociedade em razão, principalmente, da primazia do
poder econômico.
Evidencia-se como marco teórico a “Encíclica Rerum Novarum”, de autoria do Papa Leal XIII, em 1891. Outro
documento importante é o “Manifesto do Partido Comunista” de Karl Marx e de Frederich Engels, de 1848.
Ambos indicaram a necessidade de dar mais atenção às questões sociais e uma melhor distribuição das
riquezas. A Encíclica papal, inclusive, mostrou-se contra arbitrariedades cometidas pelos empregadores em
detrimento da classe operária, especialmente em relação às condições precárias de emprego e de exploração
do trabalho da mulher e de crianças e adolescentes.
Sobre os direitos sociais, econômicos e culturais, Sidnei Guerra 6 os conceitua do seguinte modo:
6
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar, p. 64.
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Essa é uma das dimensões mais importantes para a nossa disciplina, uma vez que, ao final da 2ª Guerra
Mundial, as discussões acerca da própria compreensão do ser humano se modificaram. A sociedade passou
a compreender a necessidade de se assegurar ao máximo a proteção da dignidade da pessoa.
Assim, os direitos de terceira dimensão englobam, por exemplo, os direitos relacionados ao meio ambiente
e a proteção jurídica do consumidor. Perceba que tanto em um como em outro caso, a proteção se destina
à coletividade, pois abrange todos que podem ser afetados pelos descuidos ambientais e por práticas ilegais
e abusivas nas relações de consumo.
O marco histórico, portanto, dessa dimensão é o Pós-2ª Guerra Mundial e o surgimento da Organização das
Nações Unidas em 1945.
Não há uma obra ou estudioso em específico para esse período, devemos considerar que o marco teórico
dessa geração são os trabalhos acadêmicos que visam à proteção universal e solidária da humanidade.
Por fim, quanto ao marco jurídico destaca-se a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada pela
Assembleia Geral da ONU, em 1948.
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Alguns doutrinadores de relevo no estudo da matéria afirmam existir a quarta e a quinta dimensões dos
Direitos Humanos. Devemos saber, inicialmente, que essas dimensões não são consenso na doutrina, mas,
por vezes, aparecem em provas.
Por fim, Paulo Bonavides enuncia que existe, ainda, a quinta dimensão dos Direitos Humanos, responsável
pelo direito à paz, principalmente em decorrência de atentados terroristas como “11 de Setembro de 2001”,
que assolou a comunidade internacional e impingiu o medo de novos atentados e ataques contra a paz
mundial.
(IBADE - 2020) Sobre a teoria das gerações/dimensões dos direitos humanos, lançada pelo jurista Karel
Vasak, no ano de 1979, é correto dizer que o direito à educação é um direito de:
a) 1ª dimensão.
b) 2ª dimensão.
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c) 3ª dimensão.
d) 4ª dimensão.
e) 5ª dimensão.
Comentários
A alternativa B está correta. A educação exige um fazer do Estado. É um direito positivo, logo é direitos de
2ª dimensão.
Primeira, o esquema abaixo representa bem a ideia de sobreposição de acontecimentos históricos que
vieram a causar a expansão da proteção da dignidade das pessoas.
Como bem ilustra o esquema acima, é possível perceber que a cada passo avante da sociedade, maior é a
proteção da dignidade da pessoa.
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Segunda, finalizamos um dos pontos mais importantes da aula de hoje. Como forma de auxiliar a fixação
dessas informações, sugerimos a revisão periódica do assunto, de acordo com o quadro-síntese abaixo.
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Segundo Norberto Bobbio, os direitos humanos não nascem “de uma vez por todas”, mas estão, segundo
leciona Hannah Arendt, em processo de constante reconstrução.
No Brasil, o autor referência para o estudo da história dos Direitos Humanos é Fábio Konder Comparato, que
possui uma obra de 600 páginas, aproximadamente, apenas sobre esse assunto. Como esse autor é
considerado frequente em provas, vamos sintetizar, neste tópico, os principais marcos históricos
relacionados em sua obra, sempre de forma didática e objetiva.
O que se trata, nestas páginas, é a parte mais bela e importante de toda História: a
revelação de que todos os seres humanos, apesar das inúmeras diferenças biológicas e
culturais que os distinguem entre si, merecem igual respeito, como únicos entes no mundo
capazes de amar, descobrir a verdade e criar a beleza. É o reconhecimento universal de
que, em razão dessa radical igualdade, ninguém – nenhum indivíduo, gênero, etnia, classe
social, grupo religioso ou nação – pode afirmar-se superior aos demais.
Para que compreendamos a afirmação histórica dos Direitos Humanos vamos as denominadas “grandes
etapas históricas na afirmação dos Direitos Humanos”. São acontecimentos relevantes que marcaram a
evolução da nossa matéria.
Como o assunto é, na realidade, de História, com a pretensão de facilitar o entendimento vamos estudar o
tema de forma sistemática e organizada, lançando apenas as informações consideradas primordiais para a
sua prova. Isso permitirá que você tenha uma noção global de como se deu o desenvolvimento histórico para
a formação da nossa disciplina.
Primeira, a compreensão de determinados direitos como humanos é, em regra, fruto da “dor física e do
sofrimento moral”. Melhor explicando, a cada momento histórico com registro de atrocidades, guerras e
surtos de violência, a sociedade se sensibiliza e dá um passo adiante na afirmação dos direitos humanos.
7
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 13.
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Essas observações ficarão bastante claras à medida que avançarmos no estudo do curso histórico dos direitos
humanos.
1 - Período Axial
Primeiramente vamos compreender o termo “axial”. Axial refere-se a eixo. Vale dizer que o período axial dos
direitos humanos é o eixo sobre o qual se desenvolve a disciplina Direitos Humanos. São as primeiras
manifestações que levam ao surgimento e desenvolvimento dos direitos dos quais tratamos em Direitos
Humanos.
Compreendido entre VIII a.C e II a.C., esse período levou à formação daquilo que conhecemos por
humanidade.
O século VIII a.C. marca o INÍCIO do período axial, quando os estudiosos estabeleceram princípios e diretrizes
fundamentais da vida que vigoram até os dias de hoje.
Em seguida, no século V a.C. nasce a filosofia, que marca uma evolução: a passagem do saber mitológico
para o saber da razão. Antes, as coisas eram fantásticas, tudo o que existia era fruto da criação dos deuses.
Com a filosofia, o homem passou a exercer um papel crítico e racional na realidade, não mais apegado à
mitologia.
Em razão dessa mudança de postura, o homem passou a ser o centro das discussões. Dito de outra forma:
as pessoas passaram a ser objeto de análise e de reflexão.
Isso não quer dizer que deixou de existir a mitologia ou religião, mas com o tempo ela foi adaptada, de modo
que passou a se cultuar, por exemplo, antepassados, pessoas com modelos éticos para orientar o
comportamento das novas gerações.
Nesse período houve a aproximação e a compreensão mútua entre os diversos povos que compunham as
comunidades da época.
É a partir do período axial que, pela primeira vez na História, o ser humano passa a ser
considerado, em sua igualdade essencial, como ser dotado de liberdade e razão, não
obstante as múltiplas diferenças de sexo, raça, religião ou costumes sociais.
Ainda dentro dessa fase inicial cujo pensamento é direcionado ao homem, destaca-se o Código de Hamurábi
(século XVIII a.C), entre cujas regras é possível encontrar normas, ainda que rudimentares, de proteção aos
direitos das pessoas, direitos humanos.
8
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 19.
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Os governantes não criam o direito para justificar o exercício de seu poder, pelo contrário, estão
submetidos a um conjunto de princípios e normas superiores (de caráter divino).
Democracia ateniense (século VIII a.C): sociedade subordinada à lei e com ativa participação popular
no processo político.
República Romana: há limitação do poder político por meio da instituição de um complexo sistema
de controles recíprocos entre os diversos órgãos.
Em suma, todas essas sociedades caracterizam-se pela LIMITAÇÃO DO PODER POLÍTICO e possuem
importância na consolidação dos Direitos Humanos.
O início da Idade Média (denominada de Alta Idade Média) é marcada pelo esfacelamento do poder político
e econômico, em razão da instauração do feudalismo.
Contudo, a partir do século XI, houve o início de um movimento de retomada, no qual grupos dominantes
passaram a pretender o controle político da sociedade medieval. Assim, os governantes, já na Baixa Idade
Média, passaram a centralizar o poder político em suas mãos, o que implicou uma série de pressões de outros
segmentos da sociedade contra abusos dessa reconstrução do poder político.
Esses diplomas, em síntese, foram capazes de assegurar, no surgimento dos direitos humanos, o valor
liberdade. Essa liberdade, contudo, era específica e em favor de determinados estamentos da sociedade.
Em suma: nesse período despontou A LIBERDADE COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DOS DIREITOS
HUMANOS.
Por ser mais cobrado em provas vamos destacar alguns pontos sobre a Magna Carta:
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• Direitos mais citados: ir e vir em situação de paz, ser julgado por seus pares, acesso à justiça,
proporcionalidade entre o crime e a pena entre outros.
4 - Século XVII
Esse período é caracterizado pelo que a doutrina denomina de “crise de consciência”, no qual os estudiosos
e pensadores da época passaram a questionar o poder político.
Ao lado das revoluções científicas da época, houve o renascimento dos ideais republicanos e democráticos,
intensificando-se o sentimento de liberdade e de resistência ao poder absolutista.
Por conta disso, esse período é marcado pelo estatuto das liberdades pessoais, com destaque para:
1. Edição do Habeas Corpus Act – trouxe proteção aos presos injustamente e procedimentos a serem
cumpridos no momento da prisão como a entrega do “mandado de captura” ao preso ou ao seu
representante.
2. Bill of Rights de 1689 – reduz o poder autocrático dos reis ingleses tornando ilegal a suspensão de
uma lei pelo rei sem autorização do parlamento. Os membros do parlamento deveriam ser eleitos de
forma livre e deveriam gozar de liberdade de expressão e de debate.
Em suma: nesse período despontou o ESTATUTO DAS LIBERDADES PESSOAIS, guardando íntima relação com
a temática dos Direitos Humanos.
(CESPE/CEBRASPE - 2021) Julgue o próximo item, relativos a conceitos, terminologias e afirmação histórica
dos direitos humanos.
O Código de Hamurabi pode ser considerado um dos primeiros documentos históricos importantes para o
estudo dos direitos humanos, porque, ainda que em um contexto diferente do atual, reconhecia a dignidade,
a propriedade e outros direitos fundamentais do homem, além de defender a supremacia das leis em relação
aos governantes.
Comentários
A assertiva está correta. Esse código defendia principalmente o direito à vida, a propriedade, a dignidade, a
família entre outros, por isso é considerado por muitos o primeiro a prever direitos comuns a todos os
homens.
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Esse período é denominado por Fábio Konder Comparato9 como a “certidão de nascimento dos Direitos
Humanos”, tendo em vista que houve o reconhecimento solene de que todos os homens são iguais, com
mesmos direitos perante a sociedade.
Esse período marca o ressurgimento da democracia, que objetivou a defesa da classe burguesa contra o
regime de privilégios e de governo irresponsável. Esse movimento foi fundamental para a consolidação da
democracia, dos direitos de cidadania e da melhoria das condições de vida da sociedade.
A intensa defesa da liberdade e das igualdades que permeavam o discurso após a Revolução Francesa e a
Revolução Americana tornou-se inútil para a crescente e numerosa classe de trabalhadores.
Isso levou ao surgimento do socialismo de modo que, entre as contribuições para os Direitos Humanos,
destaca-se o reconhecimento dos direitos de caráter econômico e social.
Essa fase remonta o início do século XIX e perdura até o final da 2ª Guerra Mundial.
1. direito humanitário, que culminou com um conjunto de leis para evitar o sofrimento de soldados
prisioneiros, doentes e feridos, bem como da população atingida por conflitos bélicos. Destaca -se
esse setor pela Convenção de Genebra de 1864, que fundou a Cruz Vermelha.
9
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 62.
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2. luta contra a escravidão, cujo documento de destaque é o Ato Geral da Conferência de Bruxelas de
1890; e
3. regulação dos direitos dos trabalhadores, com a criação da OIT em 1919.
Em suma: esse período é marcado pelo DIREITO HUMANITÁRIO, PELA LUTA CONTRA A ESCRAVIDÃO E PELA
REGULAÇÃO DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES.
Esse período que se inicia ao emergir a 2º Guerra Mundial e perdura até os dias atuais. O período caracteriza-
se pela preocupação da humanidade com o valor da vida, em especial após atrocidades e barbáries das
guerras mundiais. Afirma a doutrina que há preocupação com o valor supremo da dignidade.
A partir desse período, houve o aprofundamento e a definitiva internacionalização dos Direitos Humanos,
envolvendo não apenas os direitos individuais, mas também os direitos de natureza civil e política, direitos
de conteúdo econômico e social.
Com isso finalizamos, baseados nos ensinamentos de Fábio Konder Comparato, os principais eventos
históricos que marcam a afirmação dos Direitos Humanos. Como é de hábito em nossa aula, vejamos uma
síntese do analisado nesse capítulo.
Constitui a análise dos principais eventos históricos que, de algum modo, contribuíram para o
desenvolvimento e para a afirmação dos Direitos Humanos. Tais eventos, em regra estão relacionados a:
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- Bill Of Rights
Período que marca o nascimento dos Direitos Humanos, com
despontamento da legitimidade democrática, resguardo aos direitos
de cidadania e valorização da dignidade.
INDEPENDÊNCIA AMERICANA E
REVOLUÇÃO FRANCESA
- Declaração de Independência dos EUA; e
(CESPE - 2021) Acerca da concepção e da evolução histórica dos direitos humanos, julgue o item a seguir.
Foi no período pós-Segunda Guerra Mundial que, pela primeira vez na história, foram positivados direitos
humanos, em uma tentativa de reconstrução da sociedade marcada pelas atrocidades cometidas no regime
nazista.
Comentários
A assertiva está incorreta. Não é correto falar que a positivação dos direitos humanos ocorreu pela primeira
vez pós-guerra. Houve, antes desse período, importantes documento como a Magna Carta Libertatum,
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datada de 1215, a Petition of Rights (1628), o Habeas Corpus Act (1679), a Bill of Rights (1689), a Declara ção
do Bom Povo da Virgínia (1776) e a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1789) todos bem
anteriores a segunda guerra mundial.
RESUMO
Características dos Direitos Humanos
Existem normas de direitos humanos que são hierarquicamente superiores no ordenamento internacional
(conceito).
A superioridade dos Direitos Humanos é, ao mesmo tempo, superior materialmente (de conteúdo) e formal (em
razão da imperatividade).
Como regra, as normas os tratados e convenções internacionais de direitos humanos são normas jus cogens em
relação aos Estados signatários (mecanismos convencionais). Aplica-se, de acordo com a doutrina, a direitos humanos
de todas as dimensões.
Quando houver violações sistemáticas (ou massivas) de direitos humanos capaz de abalar a segurança e a paz
internacionais os organismos internacionais podem impor medidas coercitivas por violações de normas de direitos
humanos consolidadas como costumes internacionais, ainda que o Estado violador não tenha participado da assinatura
do tratado internacional.
HISTORICIEDADE
Os Direitos Humanos decorrem de formação histórica, surgindo e se solidificando conforme a evolução da sociedade
(conceito)
UNIVERSALISMO x RELATIVISMO
UNIVERSALISMO
RELATIVISMO
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RELATIVIDADE
Os Direitos Humanos podem sofrer limitações para adequá-los a ouros valores coexistentes na ordem jurídica
(conceito).
Não poderão os titulares do direito humano dispor desse direito, ainda que pretendam fazê -lo (conceito).
A dignidade humana deve ser observada e respeitada pela simples condição humana.
INALIENABILIDADE
Os Direitos Humanos não poderão ser comercializados pela pessoa tutelada por esse direito (conceito).
IMPRESCRITIBILIDADE
A pretensão indenizatória decorrente de violação de determinado direito humano está sujeita à prescrição.
Constitui a relação mútua entre os direitos humanos protegidos pelos diversos diplomas internacionais (conceito).
ERGA OMNES
Facetas: a) é de interesse da comunidade ver respeitado os direitos humanos; e b) a aplicação dos direitos humanos
a todas as pessoas decorre da mera condição humana.
EXIGIBILIDADE
Denota a preocupação com a implementação dos direitos humanos e a efetividade da responsabilização daqueles
organismos internacionais que violarem os direitos humanos (conceito).
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Envolve o estudo dos mecanismos de implementação dos direitos humanos e responsabilização dos Estados
violadores das regras de proteção internacional.
ABERTURA
É sempre possível o reconhecimento de novos direitos humanos, desde que se relacionem ou decorram da
dignidade humana.
APLICABILIDADE IMEDIATA
Regras e princípios que disciplinam os direitos humanos possuem aplicabilidade imediata e direta, não precisam de
outras normas para disciplinar como será aplicação desses direitos (conceito).
DIMENSÃO OBJETIVA
Os direitos humanos são capazes de impor uma atuação estatal voltada para a proteção de tais direitos (conceito).
Objetiva criar mecanismos para a promoção dos direitos humanos em toda a sociedade.
A dimensão objetiva não exclui a dimensão subjetiva (proteção aos sujeitos), ambas devem coexistir.
PROIBIÇÃO DO RETROCESSO
Uma vez assegurado o direito humano ele não poderá ser suprimido (conceito).
diagonal: aplicação dos direitos humanos na relação de emprego, que é marcada pela hipossuficiência do
empregado e pela subordinação jurídica do trabalhador ao empregador.
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associação ao
lema da
Liberdade igualdade fraternidade
Revolução
Francesa
➢ Revolução Gloriosa na
Inglaterra
➢ Revolução Mexicana ➢ Pós-2ª Guerra Mundial
marco
histórico ➢ Independência dos EUA
➢ Revolução Russa ➢ Surgimento da ONU
➢ Revolução Francesa
➢ “Encíclica Rerum
➢ “Segundo Tratado sobre o
Novarum” (Papa Leão XIII)
Governo” (John Locke) ➢ trabalhos acadêmicos que visem
marco
à proteção universal e solidária da
teórico ➢ “Manifesto do Partido
➢ “O Contrato Social” (Jean- humanidade
Comunista” (Karl Marx e
Jacques Rousseau)
Frederich Engels”
➢ Constituição Americana de
➢ Constituição Mexicana de
1787
1917
marco Declaração Universal dos Direitos
jurídico ➢ Declaração Francesa dos Humanos, de 1948
➢ Constituição de Weimar
Direitos do Homem e do
de 1919
Cidadão de 1789
passagem do Estado
evolução da passagem do Estado Liberal Revolta da sociedade contra as
Absolutista para o Estado
sociedade para o Estado Social atrocidades das guerras mundiais
Liberal
direito à liberdade de
exemplo direito à saúde direito ao meio ambiente
expressão
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Constitui a análise dos principais eventos históricos que, de algum modo, contribuíram para o desenvolvimento e
para a afirmação dos Direitos Humanos. Tais eventos, em regra estão relacionados a:
- Bill Of Rights
Período que marca o nascimento dos Direitos Humanos, com despontamento
da legitimidade democrática, resguardo aos direitos de cidadania e valorização
da dignidade.
INDEPENDÊNCIA AMERICANA E
REVOLUÇÃO FRANCESA
- Declaração de Independência dos EUA; e
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma aula. Esse é um conteúdo muito cobrado em provas, por isso, atenção!
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no Curso,
por e-mail e, inclusive, pelo Facebook.
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@proftorques
1. (FCC/Pref. Recife/2022) Uma das caraterísticas dos direitos humanos é a imprescritibilidade, a qual
significa que
A) não precisam ser escritos, bastando que façam parte de um consenso social e cultural para que sejam
exigidos e respeitados.
B) não podem ser proscritos pela lei interna do país caso já tenham sido reconhecidos em nível internacional.
C) o decorrer do tempo sem que tenham sido concretizados não retira de seu titular a possibilidade de exigi-
los a qualquer momento.
D) devem ser exercidos diretamente por seus titulares independentemente da necessidade de prescri ção
legal ou judicial.
E) devem ser reconhecidos pelas leis de cada Estado de modo que, após o reconhecimento, não possam mais
ser revogados.
Comentários
2. (FCC/CL-DF - 2018) Dentre as gerações de Direitos Humanos, aquela que consagra a fraternidade,
na certeza de que existem direitos que transcendem a lógica da proteção individualista e cuja tutela
interessa a toda a Humanidade é a
a) primeira geração.
b) terceira geração.
c) segunda geração.
d) quarta geração.
e) quinta geração.
Comentários
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A alternativa A está incorreta. A primeira dimensão dos Direitos Humanos compreende os direitos da
liberdade, que são os direitos civis e políticos, decorrentes das revoluções liberais e da transição do Estado
Absolutista para o Estado de Direito.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A terceira dimensão dos Direitos Humanos envolve
os direitos de solidariedade (ou fraternidade), abrangendo os direitos difusos e coletivos. Constituem, na
realidade, os direitos assegurados às pessoas em geral.
A alternativa D está incorreta. Segundo Norberto Bobbio, a quarta dimensão dos Direitos Humanos
compreende os direitos relacionados às pesquisas biológicas e à manipulação do patrimônio genético das
pessoas.
A alternativa E está incorreta. De acordo com Paulo Bonavides, a quinta dimensão dos Direitos Humanos é
responsável pelo direito à paz, principalmente em decorrência de atentados terroristas como “11 de
Setembro de 2011”, que assolou a comunidade internacional e impingiu o medo de novos atentados e
ataques contra a paz mundial.
3. (FCC/DPE-MA - 2018) Podem ser considerados exemplos de direitos humanos de terceira geração
o direito
a) à imigração e refúgio, à participação na economia globalizada e à segurança.
b) ao trabalho, à paz mundial e à indivisibilidade entre os direitos.
c) à propriedade imaterial, à privacidade e ao pluralismo.
d) à bioética, o direito do consumidor e os direitos culturais.
e) ao meio ambiente, ao desenvolvimento e à autodeterminação dos povos.
Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Os direitos de terceira dimensão englobam, de fato,
os direitos relacionados ao meio ambiente, ao desenvolvimento e à autodeterminação dos povos.
A alternativa B está incorreta. O trabalho é direito social de segunda geração. Enquanto a indivisibilidade é
uma característica dos direitos humanos.
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Comentários
A assertiva II está incorreta. Como sabemos, os Direitos Humanos de segunda dimensão estão ligados à ideia
de igualdade, e não de fraternidade ou solidariedade (terceira dimensão). Os direitos de primeira dimensão,
contudo, estão, sim, amparados na ideia de liberdade.
A assertiva III está incorreta. Apesar de se poder dizer que os Direitos Humanos de primeira dimensão são,
de um modo geral, direitos de defesa, é incorreto dizer que eles não acarretam qualquer atuação
prestacional. Pelo contrário. Não basta o Estado se abster não interferindo em direitos como a vida ou a
propriedade, é preciso que ele os garanta, sob pena do esvaziamento completo do seu conteúdo.
A assertiva IV, por fim, é a única correta. De fato, os Direitos Humanos de segunda dimensão possuem uma
natureza prestacional e exigem do Estado uma atuação positiva para a sua efetivação. Como dito, são os
direitos baseados na ideia de igualdade, como os econômicos, sociais e culturais.
5. (FCC/DPE-RS - 2018) De acordo com a historiadora americana Lynn Hunt, os direitos permanecem
sujeitos a discussão porque a nossa percepção de quem tem direitos e do que são esses direitos muda
constantemente. A revolução dos direitos humanos é, por definição, contínua (A Invenção dos Direitos
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Humanos; uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 270). Em relação à evolução histórica
do regime internacional de proteção dos direitos humanos, considere as assertivas abaixo.
I. A Magna Carta (1215) contribuiu para a afirmação de que todo poder político deve ser legalmente limitado.
II. O Habeas Corpus Act (1679) criou regras processuais para o habeas corpus e robusteceu a já conhecida
garantia.
III. Na Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) percebe-se que a dignidade da pessoa
humana exige a existência de condições políticas para sua efetivação.
IV. O processo de universalização, sistematização e internacionalização da proteção dos direitos humanos
intensificou-se após o término da 2a Guerra Mundial.
Está correto o que consta de:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I e IV, apenas.
Comentários
A assertiva I está correta. A Magna Carta (1215) contribuiu para a afirmação de que todo o poder político
deve ser legalmente limitado. Como exaustivamente dito em aula, a Magna Carta consistiu em um diploma
inovador justamente por trazer a ideia de um catálogo de direitos dos indivíduos contra o Estado. Apesar de
seu foco ser nos direitos da elite fundiária inglesa, o documento traz em seu bojo a ideia de governo
representativo e, ainda, direitos que séculos depois viriam a ser universalizados, como o direito de ir e vir
em situação de paz, o direito de ser julgado pelos seus pares, o acesso à justiça e a proporcionalidade entre
crime e pena.
A assertiva II, também, está correta. Antes do Habeas Corpus Act (1679), o mandado de proteção judicial
aos que haviam sido injustamente presos existia somente no direito consuetudinário inglês (common law).
Com o a edição do documento, o habeas corpus, enquanto instituto passa a estar formalizado, o que, sem
dúvidas, robusteceu a já conhecida garantia.
A assertiva III, igualmente, está correta. A Declaração de Independência dos EUA (1776), escrita em grande
parte por Thomas Jefferson, estipulou, já no seu início, que “todos os homens são criados iguais, sendo-lhes
conferidos pelo seu Criador certos Direitos inalienáveis, entre os quais se contam a Vida, a Liberdade e a
busca da Felicidade. Que para garantir estes direitos, são instituídos Governos entre os Homens, derivando
os seus justos poderes do consentimento dos governados”, o que marca, indiscutivelmente, o direito político
de autodeterminação dos seres humanos.
E a assertiva IV, por fim, também está correta. Como também foi dito exaustivamente em aula, o processo
de universalização, sistematização e internacionalização da proteção dos direitos humanos intensificou-se
após o término da 2a Guerra Mundial. Foi no ano do término do conflito, que foi criada a Organização das
Nações Unidas, na Conferência de São Francisco em 1945, por meio da “Carta de São Francisco”. Além disso,
foi em 1948, em Paris, que foi aprovada a Declaração Universal de Direitos Humanos, marco simbólico da
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universalização, sistematização e internacionalização dos Direitos Humanos na história. Daí em diante, são
incontáveis os tratados e convenções que versam sobre o tema.
Diante das quatro assertivas corretas, nosso gabarito só pode ser a alternativa A.
6. (FCC/DPE-PR - 2017) No plano da teoria geral, certos atributos seriam inerentes aos direitos
humanos. Acerca das características principais dos direitos humanos, é correto afirmar:
a) A irrenunciabilidade dos direitos humanos deve ser harmonizada com a autonomia da vontade, donde se
conclui que a pessoa civilmente capaz pode se despojar da proteção de faceta de sua dignidade, a exemplo
do famoso caso francês do “arremesso de anões”.
b) Admite-se a relatividade dos direitos humanos, pois estes colidem entre si e podem sofrer restrições por
ato estatal ou de seu próprio titular, a exemplo da vedação de associação para fins paramilitares previsto
pelo poder constituinte originário.
c) Tendo em vista que as normas de proteção aos direitos humanos não integram o chamado jus cogens, a
universalidade dos direitos humanos é relativizada, prevalecendo uma forte ideia de respeito ao relativismo
cultural, ainda que o Estado seja parte formal da comunidade internacional.
d) A imprescritibilidade dos direitos humanos não alcança a pretensão à reparação econômica decorrente
de sua violação. Portanto, inexiste direito à indenização por violação a direitos humanos ocorridos durante
o regime militar.
e) Em razão do caráter histórico dos direitos humanos, existe consenso doutrinário acerca de sua
divisibilidade, estabelecendo-se independência entre os direitos humanos e priorização de sua exigibilidade
a partir do espaço geográfico em que seu titular esteja inserido.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Pela característica da irrenunciabilidade, a pessoa não pode renunciar à
proteção de sua dignidade. Desse modo, eventual renúncia a direito humano é nula, não possuindo qualquer
validade jurídica.
O caso francês do “arremesso de anões” é clássico e sempre aparece na literatura específica sobre o tema
direitos humanos. Nesse caso, anões eram arremessados em uma espécie de esporte que se praticava em
um bar, na França. Apesar de os anões se submeterem a esse “emprego” de livre e espontânea vontade, a
justiça francesa entendeu que a atividade reduzia aqueles seres humanos ao estado de um objeto e isso seria
o equivalente a renúncia das suas dignidades.
A alternativa C está incorreta. As normas de proteção aos direitos humanos integram o chamado jus cogens,
ou seja, fazem parte de um grupo de normas que possui maior hierarquia em relação às demais normas de
direito internacional. Nesse contexto, a universalidade dos direitos humanos é absoluta, prevalecendo uma
forte ideia de respeito a esse ideal supranacional, ainda que se possa falar em soberania estatal.
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A alternativa D está incorreta. Segundo o STJ, as ações indenizatórias por danos morais decorrentes de atos
de tortura ocorridos durante o Regime Militar de exceção são imprescritíveis. A imprescritibilidade se refere
tanto à punição pela prática do crime, quanto pela reparação do dano à vítima.
A alternativa E está incorreta. A indivisibilidade tem o sentido de que os direitos humanos constituem um
corpo único, a ser interpretado e aplicado em conjunto.
Comentários
A alternativa E está incorreta. A exauribildade dos direitos humanos não exclui o reconhecimento futuro de
outros direitos.
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a) O subprincípio da necessidade caracteriza-se pela verificação de que a medida restritiva do direito humano
resulta na realização do objetivo perseguido.
b) Muito embora o reconhecimento da eficácia dos direitos humanos em face do Estado, ou seja, dos poderes
públicos, os mesmos não vinculam as relações entre particulares, as quais são regidas exclusivamente pelo
direito interno.
c) O subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito visa a constatação de que a medida restritiva do
direito humano é indispensável e que não exista outra menos restritiva passível de ser adotada.
d) A proteção do núcleo essencial representa o conteúdo intangível inerente a cada direito humano que não
pode ser violado na hipótese de sua restrição e limitação do mesmo, caracterizando-se como “limite do
limite”.
e) O subprincípio da adequação busca assegurar o equilíbrio entre a finalidade perseguida pela restrição
imposta ao direito humano e os meios adotados para a sua realização.
Comentários
A alternativa B está incorreta. Os direitos humanos se aplicam as relações particulares (teoria horizontal).
A alternativa C está incorreta, visto que se refere ao conceito do subprincípio da necessidade, e não da
proporcionalidade em sentido estrito.
A alternativa E está incorreta, pois diz respeito ao subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito, e
não da adequação.
Sistematizando:
9. (FCC/DPE-BA- 2016) Com relação à origem histórica dos direitos humanos, um grande número de
documentos e veículos normativos podem ser mencionados, dentre eles é correto afirmar que cada um
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dos documentos abaixo mencionados está relacionado com um direito humano específico, com EXCEÇÃO
de:
a) Declaração de Direitos do Estado da Virgínia, 1776, que disciplinou os direitos trabalhistas e
previdenciários como direitos sociais.
b) Declaração de Direitos (Bill of Rights), 1689, que previu a separação de poderes e o direito de petição.
c) Convenção de Genebra, 1864, que teve relevante destaque no tratamento do direito humanitário.
d) Constituição de Weimar, 1919, que trouxe a igualdade jurídica entre marido e mulher, equiparou os filhos
legítimos aos ilegítimos com relação à política social do Estado.
e) Constituição Mexicana, 1917, que expandiu o sistema de educação pública, deu base à reforma agrária e
protegeu o trabalhador assalariado.
Comentários
A Declaração de Direitos (Bill of Rights), de 1689, justamente, previu a separação de poderes e o direito de
petição.
E a Convenção de Genebra, de 1864, inaugurou o que depois se chamaria direito humanitário, tratando de
assuntos internacionais como os costumes de guerra.
10. (FCC/DPE-SP - 2015) “Se há um direito humano à vida e à integridade física, como se pode aceitar
então, com anuência, que as intervenções militares ocidentais matem mais pessoas inocentes que as
atrocidades dos ditadores e dos terroristas? Os EUA, é o que se diz, utilizam os direitos humanos apenas
como pretexto para os interesses totalmente profanos do poder e da economia; não lhes interessa a
situação jurídica da população, mas apenas o petróleo. E por isso, assim prossegue o argumento, há dois
pesos e duas medidas: em toda parte onde os detentores do poder se destacam pelo bom comportamento,
deixando por exemplo que os bombardeiros norte-americanos estacionem em seus territórios (como na
Turquia, provavelmente, ou na Arábia Saudita), a autonomeada polícia mundial ocidental não há de
objetar nada contra a pilhagem, a perseguição e a chacina de grupos inteiros da população ou contra as
condições ditatoriais."
(KURZ, Robert. Paradoxos dos direitos humanos. Folha de São Paulo, São Paulo, 16 mar. 2003. Caderno Mais!,
p. 9-11)
O excerto acima é relacionado ao
a) Multiculturalismo dos direitos humanos.
b) Universalismo de confluência dos direitos humanos.
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Comentários
Novamente temos uma questão bastante difícil, aplicada em concursos da DPE-SP. A solução desse tipo de
questão passa necessariamente pela sensibilidade do candidato e pela leitura atenta das informações que
subsidiam a resposta.
O excerto evidencia uma realidade: a utilização de argumentos de proteção aos direitos humanos para
assegurar vantagens de cunho econômico ou para a imposição de poder de um Estado perante outros.
A partir dessa conclusão podemos eliminar as alternativas A e E, que retratam o oposto de uma atuação
impositiva verificada no excerto.
Por universalismo de confluência devemos entender a atuação posterior de conciliação de direitos humanos,
a fim de se encontrar um conjunto mínimo protetivo. Ou seja, é a ideia de que, a partir de algum conflito
existente na comunidade em torno dos direitos humanos, forma-se uma mobilização com vistas a chegar a
um consenso. Nota-se, pelo excerto, que o consenso não é cogitado: temos imposição pelo uso da força.
Assim, eliminada a alternativa B.
A alternativa D também não é a melhor resposta, pois o relativismo indica que cada país possui um conjunto
próprio de direitos que considera fundamentais, entendendo cada país deve respeitar a autonomia do outro
para delimitar o rol de direitos a proteger. Nota-se justamente o contrário a partir da leitura do excerto, o
que indica que está igualmente incorreta.
Portanto, o que temos na alternativa C é justamente a ideia de imperialismo de Direitos Humanos, por
intermédio do qual os EUA vestem-se sob o argumento de proteção aos direitos das pessoas para assegurar
interesses econômicos e impor a dominação sobre outros países.
10 HOBSBAWM, Eric. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2007, p. 14/5.
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11. (FCC/DPE-SP - 2009) De acordo com o Direito Internacional dos Direitos Humanos, no tocante à
interpretação, em caso de conflito, das normas definidoras de direitos e garantias,
a) prevalece sempre a norma interna.
b) norma posterior derroga a anterior.
c) norma especial derroga a geral no que apresenta de específico.
d) prevalece sempre a norma mais benéfica à pessoa humana.
e) prevalece sempre a norma internacional.
Comentários
Quando houver várias normas tratando do mesmo direito humano, em nome do universalismo e em nome
da ideia de complementariedade dos Direitos Humanos, deve-se aplicar a norma a norma mais benéfica à
pessoa.
Não há, portanto, uma regra prévia de prevalência. Informa-se que a norma mais favorável à pessoa será a
aplicável.
Estudamos em Direitos Humanos que as normas não se excluem, mas se complementam. Assim, diante do
conflito de normas, ao invés de aplicarmos as regras jurídicas de solução de antinomias (critério cronológico
hierárquico ou da especialidade) ambas as normas devem ser aplicadas de forma complementar, buscando-
se a melhor forma de se proteger a dignidade da pessoa.
Segundo o critério cronológico, a lei posterior revoga a lei anterior, vale dizer, prevalece a norma mais
recente. Para o critério hierárquico a lei de superior hierárquica prevalece em comparação à lei inferior. Por
fim, segundo o critério da especialidade, a lei específica tem prevalência sobre a lei que estabelece apenas
normas gerais.
Em Direitos Humanos, entretanto, os critérios acima podem ser desconsiderados na hipótese de conflito
entre normas a fim de que se aplique a norma mais favorável. Essa é a essência de aplicação do princípio
"pro homine".
Segundo doutrina de Luís Garcia, ao nos depararmos com o concurso simultâneo de normas, sejam elas
internacionais ou internas, devemos escolher para aplicar a norma que: a) garantir mais amplamente o gozo
do direito; b) que admitir menos restrições ao exercício do direito humano; ou c) a que impor maiores
condições a eventuais restrições aos direitos humanos.
Assim, materialmente, a norma que otimizar de melhor forma o exercício de determinado direito, deverá
prevalecer. Notem que o referido princípio relaciona-se com o conhecido princípio da norma mais favorável
do Direito do Trabalho (“pro operatio”). Este princípio impõe ao jurista a opção pela norma mais favorável
quando da elaboração da norma, no confronto entre regras concorrentes, bem como na interpretação da
norma. Registre-se, ainda, que na definição da norma mais favorável prevalece a Teoria do Conglobamento
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por Institutos, pelo qual devemos optar pela norma mais favorável dentro do conjunto de normas relativos
à determinada matéria ou instituto jurídico, de modo não desvirtuar o sistema jurídico.
Guardadas as devidas diferenças, o princípio "pro homine" impõe, seja no confronto entre normas, seja na
fixação da extensão interpretativa da norma, a observância da norma mais favorável à dignidade da
pessoa, objeto dos direitos humanos. Impõe a aplicação da norma que amplie o exercício do direito ou
que produza maiores garantias ao direito humano que tutela.
O referido princípio torna-se importante no contexto atual dos Direitos Humanos, em especial, em razão da
disciplina trazida pela Emenda Constitucional nº 45/2004, que conferiu especial importância a esses direitos.
Caso o tratado internacional seja equivalente à emenda constitucional - conforme dispõe o art. 5º, §3º, da
CF - poderá prevalecer no confronto com as demais normas constitucionais que compreendem a CF, se for
considerado "pro homine", vale dizer, mais favorável à dignidade da pessoa.
VUNESP
12. (VUNESP/CM Monte Alto - 2019) A doutrina, ao tratar dos Direitos Humanos de primeira
geração/dimensão, estabelece que
a) são direitos à paz, ao desenvolvimento, e à autodeterminação entre outros.
b) são direitos atinentes à solidariedade social.
c) representam a modificação do papel do Estado para além de mero fiscal das regras jurídicas.
d) são denominados também direitos de defesa, ou de prestações negativas.
e) são oriundos da constatação da vinculação do homem ao planeta terra, com recursos finitos.
Comentários
Os direitos de primeira geração são as liberdades públicas, os direitos civis e os direitos políticos, em suma.
Estes direitos implicam em uma esfera de liberdade privada do indivíduo, a qual não pode ser objeto de
interferência: ou seja, são, eminentemente, direitos de defesa em face de interferências externas; podemos
denominar este direito de defesa de prestação negativa também, no sentido de que é uma prestação voltada
a anular interferências indevidas sobre a esfera privada. Deste modo, a alternativa D está correta e é o
gabarito da questão.
No momento histórico em que se reconheceu os direitos de primeira geração, o papel do Estado era
reconhecido como limitado, devendo o poder público se restringir a impedir a violação dos direitos por
outros particulares – daí que a alternativa C esteja incorreta. As demais alternativas não se referem aos
direitos de primeira geração.
13. (VUNESP/PC-SP - 2018) Considerando a evolução histórica dos direitos humanos, assinale a
alternativa que indica corretamente as três gerações de direitos, na ordem histórica em que elas são
classificadas pela doutrina.
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a) Direitos civis e sociais; direitos de liberdades e garantias individuais; e direitos coletivos e transindividuais.
b) Direitos trabalhistas; direitos sociais; e direitos da democracia.
c) Direitos da coletividade; direitos de solidariedade ou de fraternidade; e direitos e garantias individuais.
d) Direitos de liberdade positiva; direitos de liberdade negativa; e direitos de solidariedade ou de
fraternidade.
e) Direitos de liberdade negativa, civis e políticos; direitos econômicos, sociais e culturais; e direitos de
fraternidade ou de solidariedade.
Comentários
Essa questão cobra os conhecimentos iniciais da matéria, que nós discutimos na aula 00 do nosso curso. É
referente a divisão dos Direitos Humanos em gerações (proposta por Karel Vazak e difundida por Norberto
Bobbio), que correlaciona cada geração por que passaram esses direitos com um dos valores propostos no
lema da Revolução Francesa, de 1789, “liberdade, igualdade e fraternidade”. Em ordem, a primeira geração,
portanto, seria aquela relacionada à liberdade, da qual fazem parte os direitos de liberdade negativa, civis e
políticos. A segunda geração seria aquela relacionada à igualdade, da qual fazem parte os direitos
econômicos, sociais e culturais. E a terceira geração, por fim, seria aquela relacionada à fraternidade, da qual
fazem parte os direitos de fraternidade ou de solidariedade. Dito isso, o gabarito da nossa questão só pode
ser a alternativa E.
Sistematizando:
14. VUNESP/PC-SP - 2018) Assinale a alternativa correta a respeito das características dos direitos
humanos.
(A) O Princípio da inalterabilidade estabelece que os direitos humanos não sofrem alterações com o decurso
do tempo, pois têm caráter eterno, não se ganham nem se perdem com o tempo, são anteriores,
concomitantes e posteriores aos indivíduos.
(B) O Princípio da essencialidade reza que os direitos humanos devem ser vistos como aquela categoria de
direitos inerentes à sociedade em determinada época histórica, podendo ser divididos em essenciais, que
devem gozar de livre fruição, e os não essenciais, que ainda demandam reivindicações a serem conquistadas
ao longo do tempo.
(C) O Princípio da divisibilidade propõe que os direitos humanos devem obedecer a uma classificação
retórica, que divide e categoriza os vários grupos de direitos inerentes ao homem e à sociedade, para que
sejam melhor usufruídos pelos seus destinatários.
(D) O Princípio da interrelacionariedade dispõe que os direitos humanos e os sistemas de proteção se inter -
relacionam, permitindo às pessoas escolher entre os mecanismos de proteção global ou regional, pois não
há hierarquia entre eles.
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(E) O Princípio da ilimitabilidade garante que o Estado e a sociedade não podem limitar a fruição dos direitos
humanos já conquistados, com o objetivo de disciplinar situações excepcionais que venham a reduzir o
alcance desses direitos.
Comentários
Dentre as diversas características que podemos apontar para os Direitos Humanos está a
interrelacionariedade. De acordo com essa característica, podemos dizer que os direitos humanos e os
sistemas de proteção a esses direitos se inter-relacionam, permitindo às pessoas escolher os mecanismos de
proteção global ou regional, pois não há hierarquia entre eles. Devemos lembrar, contudo que, apesar dessa
possibilidade de escolher a qual sistema se vai recorrer, não se pode recorrer a mais de um sistema ao mesmo
tempo (litispendência internacional). André de Carvalho Ramos fala em interdependência (ou inter -relação):
“reconhecimento de que todos os direitos humanos contribuem para a realização da dignidade humana, o
que exige a atenção integral de todos os direitos humanos, sem exclusão”.
Vejamos as demais:
A alternativa A está incorreta. Não existe algo como um “princípio da inalterabilidade”. Já se chegou a
conclusão de que os Direitos Humanos são mutáveis e evoluem no tempo. O que existe, e vocês já sabem, é
o efeito cliquet ou “proibição do retrocesso”.
A alternativa B está incorreta, porque fala em Direitos Humanos não essenciais, o que é uma contradição
em termos. Como sabemos, Direitos Humanos são aqueles direitos que fazem parte da essência do ser
humano.
A alternativa C está incorreta, também. O que se defende é o contrário do que se afirma na alternativa. Os
Direitos Humanos são indivisíveis, havendo, inclusive, severas críticas à divisão do PIDCP e do PIDESC ou a
teorias como a Teoria das Gerações.
A alternativa E, por fim, também está incorreta. O Estado pode limitar a fruição de direitos humanos em
situações excepcionais. Isso é o que ocorre, por exemplo, com a limitação ao direito de circulação em caso
de Guerra, como veremos em uma das questões abaixo.
15. (VUNESP/PC-SP - 2018) Esse documento histórico de remota conquista dos direitos humanos foi
editado com o escopo de assegurar a Supremacia do Parlamento sobre a vontade do Rei, controlando e
reduzindo os abusos cometidos pela nobreza em relação aos seus súditos, em especial declarando, dentre
outras conquistas, o direito de petição, eleições livres e a proibição de fianças exorbitantes e de penas
severas:
(A) The Bill of Rights, de 1689.
(B) Petition of Rights, de 1628.
(C) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789.
(D) Magna Carta, de 1215.
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Comentários
Mais uma vez, a banca cobra um conhecimento histórico do candidato. Vejamos. No Século XVII, em especial
na Inglaterra, o Estado Absolutista começa a ser questionado. Segundo André de Carvalho Ramos, a busca
pela limitação do poder é consagrada em 1628, com a Petition of Rights (alternativa B). Em 1679, a edição
do Habeas Corpus Act formaliza o mandado de proteção judicial aos que haviam sido injustamente presos,
mandado que, antes, só era possível com base no direito consuetudinário inglês (alternativa E). Sendo,
finalmente, em 1689, após a Revolução Gloriosa, editada a Declaração Inglesa de Direitos, a Bill of Rights,
que assegura a supremacia do Parlamento sobre a vontade do Rei, controlando e reduzindo os abusos
cometidos pela nobreza em relação aos seus súditos, declarando, além disso, o direito de petição, eleições
livres e a proibição de fianças exorbitantes e de penas severas.
A Magna Carta, de 1215, foi um documento assinado em um contexto de luta entra a burguesia e a
monarquia, não havendo que se falar em “eleições livres” ou em “parlamento” (alternativa D).
E a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, não tinha a menor pretensão de limitar os
poderes do monarca, mas sim de acabar com essa forma de governo (alternativa C).
16. (VUNESP/PC-SP - 2018) No tocante à temática dos direitos humanos, considerando seu surgimento
e sua evolução histórica, assinale a alternativa que contempla correta e cronologicamente seus marcos
históricos fundamentais.
(A) A Magna Carta, a queda da Bastilha na França e a criação da Organização das Nações Unidas.
(B) O iluminismo, o constitucionalismo e o socialismo.
(C) O iluminismo, a Revolução Francesa e o fim da Segunda Guerra Mundial.
(D) A Magna Carta, a Constituição Alemã de Weimar e a Declaração de Independência dos Estados Unidos
da América.
(E) O cristianismo, o socialismo e o constitucionalismo.
Comentários
A questão cobra do candidato um conhecimento histórico acerca da evolução dos Direitos Humanos, no
âmbito internacional. Das opções dadas, a que traz marcos históricos fundamentais dessa evolução, em
ordem cronológica, é, de fato, a alternativa C, gabarito da questão. Como sabemos, o iluminismo foi um
movimento intelectual e filosófico que começou a se expandir a partir do século XVIII. Dele surgiram ideias
fundamentais para a evolução dos Direitos Humanos, como a ideia do tratamento do homem como um fim
em si mesmo, de Immanuel Kant. Foram as ideias Iluministas, de um modo geral, junto com a independência
dos EUA, que possibilitaram a Revolução Francesa, ao final do Século XVIII (1789), outro marco fundamental
dessa evolução histórica. Da Revolução, surgiram conceitos como o de que o poder emana do povo, tão caro
até os dias atuais, e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento base da evolução dos
Direitos Humanos ao longo da história. Depois desses eventos, o outro ponto de virada dos Direitos Humanos
no mundo foi a Segunda Guerra Mundial. Do contexto da Guerra é que surgiram a Declaração Universal dos
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Direitos Humanos, a Organização das Nações Unidas e a preocupação global de se evitar as atrocidades
presenciadas pela humanidade durante os anos belicosos. As demais alternativas acabam trazendo não os
marcos, mas causas ou consequências desses marcos fundamentais.
A alternativa A está incorreta. Apesar de podermos defender a importância história da Magna Carta, na
limitação dos poderes do governante, a queda da Bastilha é uma causa da Revolução Francesa e a criação da
ONU é uma consequência da Segunda Guerra.
A alternativa B está incorreta. O constitucionalismo tem uma importância tremenda na evolução dos Direitos
Humanos, mas de um ponto de vista interno e não internacional. Já o socialismo é um modelo econômico e
não pode ser considerado um marco histórico nessa evolução.
A alternativa D está incorreta. Isso, porque a Constituição Alemã de Weimar é de 1919, enquanto a
Declaração da Independência dos EUA remonta ao final do Século XVIII.
A alternativa E está incorreta. O cristianismo, também, foi fundamental na evolução histórica dos Direitos
Humanos, e na própria conservação da cultura ocidental, em especial, durante a Idade Média. Foram os
cristãos os primeiros a defender que o escravo também era humano, também tinha alma e também devia
ser tratado de forma digna por ser uma criatura de Deus. Mas, como já dito, o socialismo não foi um marco
histórico fundamental na evolução dos Direitos Humanos.
Comentários
Os direitos humanos fundamentais surgiram, enquanto instituto jurídico, justamente para limitar os poderes
do Estado e estabelecer condições mínimas de vida e desenvolvimento para a pessoa humana. Tanto é que
os direitos de primeira dimensão são, justamente, aqueles que impõem ao Estado obrigações negativas,
obrigações de se afastar, de se abster, de modo a estabelecer uma zona de proteção para o particular que
não precisaria se preocupar com ingerências públicas no seu patrimônio, na sua liberdade, na sua vida, etc.
Por isso, é correto afirmar que os direitos humanos fundamentais visam estabelecer condições mínimas de
vida e desenvolvimento da pessoa humana.
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A alternativa B está incorreta. Como sabemos, nem todos os direitos fundamentais podem ser aplicados às
pessoas jurídicas. Um exemplo recorrente é o do direito garantia previsto no art. 5º, LXVIII, da constituição,
o habeas corpus.
A alternativa C está incorreta. Como explicado na alternativa A, os direitos humanos, enquanto ferramenta
do Direito, surgem em oposição ao Estado, e não em oposição a empresas multinacionais, que, diga -se de
passagem, são um fenômeno relativamente recente, em comparação com as primeiras concepções do que
seriam Direitos Humanos.
A alternativa D está incorreta. Os direitos humanos não surgiram apenas após o nascimento da ideia de
constitucionalismo. Os direitos oponíveis ao Estado remontam à Antiguidade, enquanto as primeiras
constituições vieram a surgir na Idade Moderna. O constitucionalismo, então, é um fenômeno
Contemporâneo, não havendo que se falar, portanto, em uma precedência desse em relação àquele
primeiro.
A alternativa E está incorreta. Diante de todo o exposto na alternativa A, podemos perceber que, os direitos
humanos não constituem instrumentos de legitimação do poder punitivo do Estado e de suas autoridades.
Ao contrário, os direitos humanos são instrumentos de limitação desse poder punitivo.
18. (VUNESP/MPE-SP - 2017) Assinale a alternativa que corretamente disserta sobre aspectos
conceituais dos direitos humanos em sua evolução histórica.
a) Os direitos humanos da terceira dimensão marcam a passagem de um Estado autoritário para um Estado
de Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades individuais, em uma perspectiva de absenteísmo
estatal, fruto do pensamento liberal-burguês do século XVIII.
b) Os direitos de quarta dimensão, ou direitos de liberdade, têm como titular o indivíduo, são oponíveis ao
Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço
mais característico, sendo, assim, direitos de resistência ou oposição ao Estado.
c) Os direitos fundamentais da primeira dimensão são marcados pela alteração da sociedade por profundas
mudanças na comunidade internacional, identificando-se consequentes alterações nas relações econômico-
sociais, sobretudo na sociedade de massa, fruto do desenvolvimento tecnológico e científico.
d) Os direitos da quinta dimensão são direitos transindividuais que transcendem os interesses do indivíduo
e passam a se preocupar com o gênero humano, com altíssimo teor de humanismo e universalidade,
inserindo-se o ser humano em uma coletividade que passa a ter direitos de solidariedade ou de fraternidade.
e) A evidenciação de direitos sociais, culturais e econômicos, correspondendo aos direitos de igualdade, sob
o prisma substancial, real e material, e não meramente formal, mostra-se marcante nos documentos
pertencentes ao que se convencionou classificar como segunda dimensão dos direitos humanos.
Comentários
A presente questão envolve a discussão a respeito das dimensões dos direitos humanos. Trata-se de uma
questão completa e aprofundada. Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta. Quando uma alternativa, dentro do contexto das dimensões dos direitos
humanos, trouxer expressões como o “respeito às liberdades individuais” ou “uma perspectiva de
absenteísmo estatal”, você deve se lembrar dos direitos humanos de primeira dimensão. Isso porque os
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direitos humanos de primeira dimensão, como vimos, são aqueles ligados à liberdade, ou, mais
especificamente, às liberdades negativas. Eles marcam a passagem de um Estado autoritário (Estado em que,
em linhas gerais, não existe limites para o governante) para um Estado de Direito (Estado em que os poderes
do próprio Estado também são limitados pelo Direito) e podem ser considerados fruto do pensamento
liberal-burguês do século XVIII. São exemplos o direito à vida e à propriedade.
A alternativa B está igualmente incorreta. Perceba que, novamente, a alternativa tratou dos direitos de
primeira dimensão. Veja as expressões: “direitos de liberdade”, “oponíveis ao Estado”, “direitos de
resistência ou oposição ao Estado”. Os direitos de quarta dimensão, por outro lado, não têm um
reconhecimento amplo na doutrina. Quem costuma falar sobre eles é Paulo Bonavides, definindo-os como
direitos ligados à globalização política, como a democracia, o direito à informação e o pluralismo político.
Noberto Bobbio também fala em direitos de quarta dimensão, referindo-se a direitos relacionados à
manipulação genética e pesquisas biológicas.
A alternativa C está incorreta. Mais uma vez, a primeira dimensão retrata os direitos civis e políticos,
caracterizados por serem direitos negativos, que impõem abstenção estatal. Na alternativa, predominam
expressões como: “comunidade”, “sociedade” e “relações econômico-sociais”, o que nos remete aos direitos
sociais, econômicos e culturais, condizentes com a segunda dimensão de direitos. Ademais, de forma
incoerente, fala-se também em direitos relacionados com o desenvolvimento tecnológico e científico,
característicos dos direitos de quarta dimensão.
A alternativa D também está incorreta. Os direitos humanos de quinta dimensão – segunda a doutrina de
Paulo Bonavides – retratam os direitos relacionados à paz e decorrem dos eventos terroristas, com marco
no 11 de Setembro. A alternativa refere-se também aos direitos de solidariedade e de fraternidade,
característico dos direitos de terceira dimensão.
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Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Os direitos de terceira dimensão, de fato, são direitos
transindividuais, ligados à noção de solidariedade. Nesse contexto, é possível fazer uma ligação com a ideia
de humanismo e com a ideia de universalidade, uma vez que se está tratando de um conjunto de direitos
ligado ao gênero humano e não a um ser específico.
A alternativa B está incorreta em razão da base histórica. Ao contrário do afirmado (“Magna Carta de 1215
e o Tratado de Versalhes”), os direitos humanos possuem como marcos históricos e jurídicos:
A Magna Carta, de 1215, está mais ligada à ideia de limitação dos poderes do Estado e o Tratado de Versalhes
está totalmente fora de contexto, uma vez que se trata de documento posterior à Primeira Guerra Mundial,
quando os direitos de primeira dimensão já estavam consolidados.
A alternativa C está incorreta, pois a distinção existe, ocorrendo no âmbito de positivação. Os direitos
fundamentais são direitos positivados internamente, ao passo que os direitos humanos são positivados
internacionalmente.
A alternativa D está incorreta. Trata-se de uma alternativa maldosa, pois a Constituição e Weimar data de
1919 ao passo que a Constituição Mexicana é de 1917, portanto a primeira constituição a reconhecer direitos
de segunda dimensão.
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A alternativa E, por fim, está incorreta pois o direito à paz refere-se à quinta dimensão dos Direitos Humanos
ao passo que na quarta dimensão temos a questão das pesquisas biológicas e à manipulação do patrimônio
genético das pessoas (Norberto Bobbio) e tutela da democracia, do direito à informação e o pluralismo
político (Paulo Bonavides).
20. (VUNESP/PC-SP - 2013) Assinale a alternativa que indica o movimento que tornou mundialmente
conhecidos os ideais representativos dos direitos humanos reconhecidos e representados pela liberdade,
igualdade e fraternidade.
a) Independência dos Estados Unidos da América.
b) Revolução Francesa.
c) Cristianismo.
d) Catolicismo.
e) Iluminismo.
Comentários
Esse é o tipo de questão que não podemos errar em prova, pois todos sabemos que os princípios de
liberdade, igualdade e fraternidade (liberté, égalité, fraternité) constituem o lema da Revolução Francesa,
importante movimento contra a opressão do poder absolutista.
Em que pese a importância da Independência dos EUA, do Cristianismo, do Catolicismo e Iluminismo, para o
desenvolvimento do caráter universal dos Direitos Humanos, quando a questão fala em liberdade, igualdade
e fraternidade, ela está falando, incontestavelmente, sobre a Revolução de 1789.
Comentários
A Magna Carta foi assinada em 1215 e constituiu um acordo rei e barões da Inglaterra, que se destinou à
proteção dos direitos individuais, originários da law of the land (lei da terra). A finalidade principal do
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documento foi a submissão do rei às suas regras a sim de evitar arbitrariedades e excessiva cobrança de
impostos, além de reconhecer direitos civis como a propriedade privada e o direito de ir e vir.
O Talmude é uma compilação, que data de 499 d.C., de leis e tradições judaicas, consistindo-se em 63
(sessenta e três) tratados de assuntos legais, éticos e históricos 11.
O Alcorão, também conhecido por Corão, é o livro sagrado do Islã. Os muçulmanos acreditam que o Corão é
a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao Profeta Maomé ao longo de um período de 22 anos. O seu título
significa "Recitação" ou "Leitura"12.
Outras Bancas
22. (AOCP/Polícia Penal DF/2022) Sobre os direitos humanos, julgue o item a seguir.
São traços característicos dos direitos humanos a imprescritibilidade, a inalienabilidade e a indisponibilidade.
Comentários
A assertiva está correta. A imprescritibilidade, que remete à ideia de que as normas de Direitos Humanos
não se esgotam, nem se consomem com o passar do tempo. A inalienabilidade que significa que os direitos
humanos não poderão ser alienados. E a indisponibilidade afirmando que os titulares do direito humano não
poderão dispor desses direitos.
23. (FUMARC/PCMG/2021) Considerando a afirmação histórica dos direitos humanos, analise os itens
a seguir:
I- Promulgado exatamente um século antes da revolução francesa, o Bill of Rights (1689) pôs fim, pela
primeira vez, desde o seu surgimento na Europa renascentista, ao regime da monarquia absoluta, no qual
todo poder emana do rei e em seu nome é exercido.
II- Na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) fixou-se, no campo penal, que não há crime
sem lei anterior que o define, nem pena que não seja fixada em lei.
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III- A Carta Política Russa de 1917 foi a primeira a atribuir aos direitos trabalhistas a qualidade de direitos
fundamentais, juntamente com as liberdades individuais e os direitos políticos.
Está CORRETO o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) I, II e III.
Comentários
O item I está correto. Bill of Rights de 1689 – reduz o poder autocrático dos reis ingleses tornando ilegal a
suspensão de uma lei pelo rei sem autorização do parlamento. Os membros do parlamento deveriam ser
eleitos de forma livre e deveriam gozar de liberdade de expressão e de debate.
Art. 7º. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei
e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou
mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado
ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado
de resistência.
"Art. 8º. A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e
ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do
delito e legalmente aplicada."
O item III está incorreto. Foi na primeira fase da internalização dos direitos que ocorreu a regulação dos
direitos dos trabalhadores, com a criação da OIT em 1919.
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D) Os Direitos Sociais são classificados como direitos programáticos, em virtude de não conterem, para a sua
concretização, aquelas garantias habitualmente ministradas pelos instrumentos processuais de proteção aos
direitos da liberdade.
Comentários
A alternativa A está incorreta é o gabarito da questão. A Constituição Federal de 1988 prevê me seu art. 5
§1º aplicabilidade imediata para todos os direitos fundamentais inclusive os sociais.
A alternativa B está correta. Os direitos de 2ª geração englobam direitos sociais, culturais e econômicos.
A alternativa C está correta. A assertiva está correta os direitos de 2ª geração marcam a passagem do Estado
Liberal para o Estado Social.
A alternativa D está correta. Embora haja alguma divergência sobre a classificação dos direitos sociais como
normas meramente programáticas temos que reconhecer que dependem de um fazer do Estado.
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direito à liberdade de
exemplo direito à saúde direito ao meio ambiente
expressão
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A indivisibilidade tem o sentido de que os direitos
humanos constituem um corpo único, a ser interpretado e aplicado em conjunto, as dimensões se
complementam e não substituem umas as outras.
A alternativa B está incorreta. Entende-se por interdependência a mútua relação entre os Direitos Humanos
protegidos pelos diversos diplomas internacionais.
A alternativa D está incorreta. Os direitos humanos aplicam-se a todas as pessoas, não havendo limitação
territorial.
26. (NC-UFPR/ITAIPU - 2019) Pode-se afirmar que ao longo dos anos ocorreu um processo expansivo
de proteção dos direitos dos homens, as chamadas gerações ou dimensões de direitos fundamentais.
Nesse sentido, é considerado um direito fundamental de primeira geração:
a) o meio ambiente saudável.
b) a liberdade.
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c) a solidariedade.
d) a saúde.
e) a convivência harmoniosa entre os povos.
Comentários
Os direitos de primeira geração são as liberdades públicas, os direitos civis e os direitos políticos, em suma.
Deste modo, a alternativa B é correta e é o gabarito da questão.
Comentários
A questão cobra do candidato o conhecimento das características dos direitos humanos. Quais são elas?
Universalidade: Significa que todos os seres humanos são titulares dos direitos
humanos.
Essencialidade: Os direitos humanos são essenciais, indispensáveis, para uma vida
digna.
Historicidade: Os direitos humanos são construídos ao longo da história.
Superioridade: As normas que preveem os direitos humanos são superiores às demais
normas da ordem jurídica.
Indisponibilidade/irrenunciabilidade: Os direitos humanos não podem ser dispostos ou
renunciados por vontade do seu titular.
Inalienabilidade: Direitos humanos não podem ser cedidos a outrem, nem a título
gratuito, nem a título oneroso.
Ä Inexauribilidade/abertura: O catálogo de direitos humanos está sempre em expansão.
Sempre podem ser criados novos direitos humanos. Eles são inexauríveis.
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28. (COSEAC UFF/Pref Maricá - 2019) A teoria das gerações dos direitos humanos foi lançada pelo
jurista Karel Vasak, que, em Conferência proferida no Instituto Internacional de Direitos Humanos de
Estrasburgo (França, 1979), classificou os direitos humanos em três gerações, cada uma com características
próprias. Posteriormente, determinados autores defenderam a ampliação da classificação de Vasak para
quatro ou até cinco gerações.
A respeito dos direitos de terceira geração, tem-se, como exemplos,
a) o direito à intimidade, à segurança e à habitação.
b) o direito à liberdade, à igualdade e à propriedade.
c) o direito à liberdade, à igualdade e à fraternidade.
d) o direito à saúde, à educação e à previdência social.
e) o direito à paz, à autodeterminação e ao meio ambiente equilibrado.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Direito à intimidade e à segurança são de primeira geração. Habitação de
segunda.
A alternativa B está incorreta. Direito à liberdade, igualdade e propriedade são de primeira geração.
A alternativa C está incorreta. Direito à liberdade, igualdade e fraternidade são de primeira geração.
A alternativa D está incorreta. Direito à saúde, à educação e à previdência social são de segunda geração.
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A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Os direitos difusos e os direitos a certos regimes
jurídico-políticos, como o direito à paz, à autodeterminação e ao meio ambiente equilibrado, são direitos de
terceira geração.
29. (COSEAC UFF/Pref Maricá - 2019) A característica dos direitos humanos que implica o
reconhecimento de que os direitos humanos não se perdem pela passagem do tempo, é a
a) imprescritibilidade.
b) irrenunciabilidade.
c) inalienabilidade.
d) indivisibilidade.
e) relatividade.
Comentários
Prescrição é o instituto jurídico que, em termos gerais, implica na perda de um certo direito pelo não
exercício por um certo período de tempo. Direitos imprescritíveis são aqueles que não se perdem em razão
do não exercício. Os direitos humanos são imprescritíveis, não podendo ser suprimidos pela passagem do
tempo. A questão faz referência a esta característica dos direitos humanos. Deste modo, a alternativa A é
correta e é o gabarito da questão.
30. (IBGP-GM/Pref Uberaba - 2019) Assinale a alternativa que NÃO apresenta características dos
Direitos Humanos:
a) Relatividade, indivisibilidade e historicidade.
b) Irrenunciabilidade, prescritibilidade e universalidade.
c) Interdependência, cumulatividade e essencialidade.
d) Inexauribilidade, inalienabilidade e limitabilidade.
Comentários
Os direitos humanos são relativos pois podem ser ponderados nas situações concretas; são indivisíveis pois
são reconhecidos como um todo, não como garantias parciais; são históricos, pois seu reconhecimento se
deu em diversos marcos sociais; são irrenunciáveis, não podendo seu titular abrir mão do seu uso; são
imprescritíveis (não prescritíveis, como diz a alternativa B) pois o seu não uso prolongado não causa extinção;
são universais, uma vez que são reconhecidos a todos os seres humanos em razão dessa mera condição; são
interdependentes, pois a violação de um acarreta a de todos os outros necessariamente; são cumulativos,
pois o reconhecimento de novos direitos não prejudica os anteriores; são essenciais, pois protegem a
dignidade humana essencial de cada ser humano; são inexauríveis, pois nunca será possível dizer que todos
os direitos foram reconhecidos de uma vez por todas; são inalienáveis, pois não podem ser objeto de cessão
pelo titular; são limitáveis, pois o excesso dos direitos humanos de uma pessoa causa a violação dos direitos
dos outros.
A única alternativa que traz características incorreta é a alternativa B, que é o nosso gabarito.
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31. (FEPESE/DEAP-SC – 2019) A eficácia horizontal dos direitos humanos se caracteriza por ser aquela
aplicável nas relações entre:
A) particulares.
B) poderes públicos.
C) Estados soberanos.
D) organizações internacionais.
E) o poder público e os particulares.
Comentários
Entende a doutrina que os direitos humanos possuem eficácia VERTICAL – nas relações entre o particular e
o Estado, e eficácia HORIZONTAL – nas relações entre particulares.
Assim, a alternativa A é a correta e o gabarito da questão.
32. (FEPESE/DEAP-SC – 2019) A teoria das gerações ou dimensões dos direitos humanos expõe
perspectivas desses direitos em que se incluem em cada geração ou dimensão determinados direitos e
princípios.
Conforme essa divisão clássica da doutrina, é correto afirmar:
A) os direitos de segunda geração ou dimensão se referem aos direitos civis e políticos, compreendendo os
direitos de liberdade, englobando as liberdades clássicas, negativas ou formais.
B) os direitos de quinta geração ou dimensão consistem na possibilidade de participação na formação da
vontade do Estado, retratando os direitos à democracia e à informação.
C) os direitos de quarta geração ou dimensão se caracterizam por condensar os direitos e liberdades civis,
políticas, econômicas, sociais e culturais.
D) os direitos de terceira geração ou dimensão consubstanciam como titulares a coletividade, consagrando
o princípio da solidariedade e incluindo direitos como o da paz, ao desenvolvimento, ao meio ambiente
equilibrado.
E) os direitos de primeira geração ou dimensão são aqueles relativos aos direitos econômicos, sociais e
culturais, em que se acentua o princípio da igualdade.
Comentários
A questão trata da famosa divisão dos direitos humanos em dimensões. Vamos lá:
• Direitos de Primeira Dimensão: são as liberdades clássicas, as quais possuem uma faceta negativa,
impedindo a ação do Estado contra o indivíduo. Não há uma grande preocupação com políticas
públicas ou direitos sociais;
• Direitos de Segunda Dimensão: a palavra-chave aqui é “direitos sociais”. Nessa fase, começou a
preocupação com a igualdade material entre os cidadãos e, consequentemente, a adoção de ações
afirmativas e políticas públicas em benefício dos menos favorecidos;
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• Direitos de Terceira Dimensão: esses direitos estão ligados à ideia de fraternidade, à tutela dos
direitos coletivos e difusos, bem como à proteção ao meio ambiente e o direito à paz.
Por fim, discute-se acerca da existência de Direitos de Quarta Dimensão, os quais estariam ligados à bioética
e à informática. Há autores que defendem, ainda, que os Direitos de Quinta Dimensão seriam um
desdobramento do direito à paz.
Dessa forma, concluímos que a alternativa D é a única correta e o gabarito da questão.
33. (FEPESE/DEAP-SC – 2019) Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos e garantias
fundamentais, nos termos disciplinados na Constituição da República Federativa do Brasil.
A) Os direitos e garantias fundamentais, em razão de concretizarem a dignidade humana, não podem ser
relativizados pela atuação do Estado para suspender ou restringir as suas eficácias.
B) Os direitos e garantias fundamentais são apenas os previstos, expressamente, no texto constitucional.
C) A adoção, pelo Brasil, de normas internacionais sobre direitos humanos obriga que essas sejam
previamente internalizadas através de emenda constitucional.
D) Os direitos e garantias fundamentais, desde que por emenda constitucional, podem ser suprimidos do
texto da Constituição da República Federativa do Brasil.
E) Enquanto os direitos fundamentais são as disposições que reconhecem e declaram propriamente os
direitos inerentes à dignidade de todo ser humano, as garantias são disposições assecuratórias do exercício
dos direitos.
Comentários
A alternativa A está incorreta, uma vez que nenhum direito fundamental possui caráter absoluto, podendo
ser restringido em alguns casos, principalmente no caso de conflito entre direitos fundamentais.
A alternativa B está incorreta, já que segundo o art. 5º, §2º da CF: “Os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”.
A alternativa D está incorreta, pois os direitos fundamentais são cláusulas pétreas da Constituição da
República, e não podem ser suprimidos nem por Emenda Constitucional. Veja:
Art. 60, §4º: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
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Por fim, a alternativa E é a correta e o gabarito da questão, pois foi exposta com clareza a distinção
doutrinária entre direitos e garantias fundamentais.
34. (FEPESE/DEAP-SC – 2019) Assinale a alternativa incorreta sobre os princípios ou especificidades dos
direitos humanos.
A) A indivisibilidade dos direitos humanos se refere a que não se pode cindi-los e que devem ser reconhecidos
e protegidos unitariamente.
B) A inalienabilidade dos direitos humanos se caracteriza por vedar a sua disposição pecuniária com o
objetivo de venda.
C) A imprescritibilidade dos direitos humanos reconhece que o seu exercício se dá no tempo, devendo ser
exigido sob pena de perecimento.
D) A irrenunciabilidade dos direitos humanos se refere à vedação da própria pessoa de permitir violações a
esses direitos.
E) A proibição do retrocesso representa que os direitos humanos já concretizados e alcançados não podem
mais ser suprimidos.
Comentários
A alternativa A está correta, pois de acordo com a característica da indivisibilidade os direitos humanos
constituem um corpo único, a ser interpretado e aplicado em conjunto.
A alternativa B também está correta já que, em regra, uma pessoa não pode comercializar seus direitos
fundamentais, havendo um certo limite à liberdade individual.
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. A imprescritibilidade é justamente o fato de um
direito poder ser exercido a qualquer tempo, sem que haja seu perecimento.
A alternativa D está correta, uma vez que nosso ordenamento jurídico não permite que uma pessoa
disponha da totalidade de seus direitos, que são irrenunciáveis.
Por fim, a alternativa E está correta, pois a proibição do retrocesso proíbe que direitos humanos já garantidos
pela legislação sejam limitados ou suprimidos.
35. (IBFC/AGEPEN-MG - 2018) Os direitos fundamentais e sua evolução ao longo da história podem ser
divididos em gerações ou dimensões. Assinale a alternativa incorreta:
a) Primeira geração ou dimensão está ligada às liberdades negativas clássicas, que enfatizam o princípio da
liberdade, configurando os direitos civis e políticos. Surgiram nos finais do século XI e representavam uma
resposta do Estado liberal ao Absolutista
b) A Revolução Industrial foi o grande marco dos direitos de segunda geração, que se relacionam com as
liberdades positivas, reais ou concretas, assegurando o princípio da igualdade material entre o ser humano
c) Os princípios da solidariedade ou fraternidade, são características dos direitos de terceira geração ou
dimensão sendo atribuídos as formações sociais, que protegem os interesses de titularidade coletiva ou
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Comentários
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Apesar de podermos afirmar que a primeira geração
ou dimensão de Direitos Humanos está ligada às liberdades negativas clássicas, que enfatizam o princípio da
liberdade, configurando os direitos civis e políticos, não podemos dizer que esse movimento ocorreu no
Século XI. Naquele século (1001-1100) a Europa passava pela chamada Baixa Idade Média, momento muito
anterior ao do Antigo Regime e mais anterior ainda ao das Revoluções Liberais, que representaram a tal
resposta Liberal ao Estado Absolutista a que se refere a questão (Revolução Gloriosa (1688-1689), Revolução
Americana (1776) e Revolução Francesa (1789)). Em outras palavras, o erro da alternativa está no momento
histórico, quer dizer, apesar de ela estar correta no que se refere aos direitos de primeira dimensão, ela peca
em localizar o momento que os envolve no tempo.
A alternativa B, por outro lado, está correta. Como afirma a questão, a Revolução Industrial (final do século
XVIII e início do século XIX) foi o grande marco dos direitos de segunda geração, que se relacionam com as
liberdades positivas, reais ou concretas, assegurando o princípio da igualdade material entre o ser humano.
Prova disso, foi o surgimento, na época, de alguns direitos ligados a ideia de associação (como os direitos
sindicais), bem como, de alguns direitos trabalhistas embrionários.
A alternativa C, do mesmo modo, está correta. De fato, os princípios da solidariedade ou fraternidade, são
características dos direitos de terceira geração ou dimensão sendo atribuídos as formações sociais, que
protegem os interesses de titularidade coletiva ou difusa, como o direito ao meio ambiente (art. 225, da
CRFB), por exemplo. Esses direitos não se destinam especificamente à proteção dos interesses individuais,
de um grupo ou de um determinado Estado, mas mostram uma grande preocupação com as gerações
humanas, presentes e futuras. Apenas a título ilustrativo, confiram o art. 225, da CRFB:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
A alternativa D está correta. Há muita discussão quanto às dimensões de direitos humanos, com certa
variação na doutrina. Tradicionalmente, temos três dimensões, cujos conteúdos e abordagens são
semelhantes entre os pensadores.
O debate se acirra quando se fala em quarta e quinta dimensões. Aqui não há consenso, seja quanto à
existência, seja quanto ao conteúdo.
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Em primeiro lugar, a quarta geração ou dimensão de direitos humanos não é um consenso. A divisão original
de Karel Vazak falava apenas em três gerações (liberdade, igualdade e fraternidade). Além delas, nós vamos
ter várias abordagens diferentes.
Para Paulo Bonavides, por exemplo, “[s]ão direitos de quarta geração o direito à democracia, o direito à
informação e o direito ao pluralismo”13.
Para Celso Ribeiro Bastos e André Ramos Tavares, em outro exemplo, a quarta dimensão de Direitos
Humanos trata “de um rol de direitos que decorrem, em primeiro lugar, da superação de um mundo bipolar,
dividido entre os que se alinhavam com o capitalismo e aqueles que se alinhavam com o comunismo [...]
também o fenômeno da globalização e os avanços tecnológicos são responsáveis pela ascensão dessa nova
categoria de direitos humanos” 14.
Para Norberto Bobbio, em um terceiro exemplo, os direitos de quarta dimensão seriam aqueles “referentes
aos efeitos cada vez mais traumáticos da pesquisa biológica, que permitirá manipulações do patrimônio
genético de cada indivíduo” 15.
E para Ingo Sarlet, em um último exemplo, nem haveria que se falar em direitos de quarta dimensão, uma
vez que se eles estiverem relacionados à bioética, “bio” significa vida, e a vida já é protegida pela primeira
dimensão16.
Note que a questão seguiu o pensamento e Norberto Bobbio, o que repercute em várias doutrinas e artigos.
Portanto, ao afirmar que “alguns doutrinadores consideram à evolução da cibernética e de tecnologias tais
como, realidade virtual e a internet, direitos de quinta geração ou dimensão”, tornam a alternativa correta.
Entendemos que a banca deveria mencionar o autor, contudo, mesmo não o fazendo, não torna a alternativa
incorreta. Enfim, estamos sujeitos a esse tipo de abordagem e a alternativa A é inegavelmente incorreta.
A alternativa E, do mesmo modo, foi considerada como correta, o que também é criticável, mas menos.
Apesar de haver, também, grande discussão sobre a quinta dimensão, a banca, aqui, foi mais prudente e
afirmou que “[alguns doutrinadores consideram à evolução da cibernética e de tecnologias tais como,
realidade virtual e a internet, direitos de quinta geração ou dimensão”, o que é correto.
36. (IBFC/AGEPEN-MG - 2018) Abaixo 2 (duas) características dos Direitos Humanos Fundamentais,
identifique-as em sua sequência correta:
13 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 571. Disponível em:
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=artigos_leitura_pdf&%20artigo_ id=4528. Acessado em:
20/11/2018.
14BASTOS, Celso Ribeiro; TAVARES, André Ramos. Tendências do direito público no limiar de um novo milênio. 1. ed. São
Paulo: Saraiva, 2000, p. 389. Disponível em: idem. Acessado em: idem.
15 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 10. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992, p. 6. Disponível em: idem. Acessado em: idem.
16 Disponível em: http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=2011062115424915. Acessado em: idem.
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I. Os direitos humanos não nasceram em momento histórico único. Eles foram surgindo e se aprimorando
conforme a evolução das sociedades. É por isso que todo direito humano carrega uma longa história,
geralmente marcada por lutas intensas, até seu firmamento e positivação nas ordens jurídicas dos Estados.
II. Os direitos humanos são inesgotáveis, isto é, não estão sujeitos a rol taxativo. Admite-se, sempre, a
ampliação do leque de direitos humanos, mas não sua redução.
a) Historicidade, Inalienabilidade
b) Universalidade, Imprescritibilidade
c) Historicidade, Inexauribilidade
d) Historicidade, Vedação ao Retrocesso
e) Essencialidade, Efetividade
Comentários
A assertiva I trata da historicidade dos Direitos Humanos. Como vimos em nossas aulas, os Direitos Humanos
não são um dado, mas sim um construído. Eles vão surgindo e se aprimorando de acordo com o momento
histórico e a evolução das sociedades. Em cada tempo, nós temos novas formas de enxergar um mesmo
direito e são essas novas formas que vão robustecendo esses conceitos. Um exemplo é o direito à igualdade,
que surgiu com uma acepção formalista e, com o tempo, foi adquirindo contornos materiais mais
substantivos, quer dizer, passou de “igualdade formal” para “igualdade material”.
A assertiva II trata da inexauribilidade. Como vimos em aula, também, o rol de Direitos Humanos é
inesgotável, não taxativo. Com a evolução das tecnologias, da ciência e do conhecimento humano em si,
novas preocupações vão surgindo, novas necessidades vão surgindo e, consequentemente, novos Direitos
Humanos, também. É daí que decorre toda a discussão, por exemplo, sobre a quarta e a quinta dimensões
de Direitos Humanos.
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b) I, II e IV.
c) I, III e IV.
d) II, III e IV.
Comentários
A assertiva I está correta. Ao lado do ideário iluminista, racional, científico, a formação política do Estado,
quer dizer, da formação do Estado com base no poder, o discurso judaico-cristão criou o pano de fundo para
controlar as esferas da vida das pessoas no campo jurídico. Como sabemos, os três pilares da sociedade
ocidental são o Direito Romano, a filosofia grega e a religião judaico-cristã. Exemplos de influência da religião
judaico-cristã no Direito Romano estão em conceitos como culpa, confissão, justiça, arrependimento, etc.
A assertiva II também está correta. Com a formação do Estado Moderno e a disseminação desse modelo,
houve uma padronização de determinados conceitos como o de democracia representativa, o de ética e o
de moral. Por exemplo, todo o mundo ocidental quando vai estudar a democracia, a ética e a moral, começa
seus estudos por Aristóteles, Platão e companhia. A uniformização de valores, portanto, é uma realidade, e
ela se reflete no direito moderno. É justamente por causa dessa uniformização, por causa de um “consenso”
ocidental/internacional de justiça, que é possível, por exemplo, se falar em um Direito Internacional.
A assertiva III, por outro lado, está incorreta. A assertiva começa mal, afirmando que o “modelo civilizatório
europeu” é ideal e universal. Isso não é politicamente correto de se afirmar e, portanto, para fins de
concurso, está incorreto. Além disso, apesar de o modelo europeu ter vindo, da crise do sistema feudal e
esse sistema ser descentralizado, não podemos afirmar que esse era um sistema multiético e multilinguístico,
no sentido de que respeitava diferentes visões de mundo. O sistema feudal europeu se baseava, sobretudo,
na religião cristã e, apesar de descentralizado, era extremamente fechado.
A assertiva IV, por fim, está correta. Essa é uma alternativa difícil de marcar, porque parece errada, contudo,
ela envolve a ideia de relativismo e universalismo cultural. O trecho “O mundo uniforme e global de hoje
insere-se no contexto de afirmação do Estado nacional” se refere à expansão desse modelo de Estado criado
na Europa e à soberania. De fato, o modelo de Estado se expandiu por todo o mundo e o que temos hoje é
a consolidação desse modelo como o dominante. E a segunda parte da assertiva fala que ele está
“condicionado, em sua existência, à intolerância com o diferente”, o que também pode ser defendido com
base na ideia de “nacional”. Como sabemos, mais do que povo, mais do que população, nação traz uma ideia
de identidade histórica e de sentimento de grupo, vemos isso no relativismo cultural.
38. (FUMARC/PC-MG - 2018) A Constituição da República de 1988 cuidou expressamente dos direitos
humanos, enumerando-os no Título que trata dos direitos e garantias fundamentais. Existem, entretanto,
outros direitos humanos não enumerados no texto, mas cuja proteção a própria Constituição assegura,
PORQUE:
a) decorrem do regime e dos princípios adotados pela própria Constituição.
b) o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional.
c) são criados pelo Poder Judiciário, após o trânsito em julgado das decisões.
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Comentários
Mais uma vez, a banca nos exige uma assertiva que seja a justificativa, a causa, do que foi afirmado no
enunciado. Vejamos: Existem direitos humanos não enumerados no texto constitucional que, mesmo assim,
a Constituição assegura. Isso porque:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Isso porque eles decorrem do regime e dos princípios
adotados pela própria Constituição. Os direitos não enumerados no texto vêm de onde? Eles vêm da
interpretação do regime e dos princípios adotados pela Carta.
A alternativa B está incorreta. Apesar de o Brasil se submeter à Jurisdição do TPI, isso não tem relação com
o afirmado no enunciado. Não é porque o Brasil se submete à jurisdição do TPI que os direitos humanos
implícitos no texto da Constituição são por elas protegidos.
A alternativa C está incorreta. Os direitos humanos implícitos no texto constitucional não são protegidos
porque criados pelos Poder Judiciário. Em primeiro lugar, o Poder Judiciário não cria direitos. E, em segundo,
isso não justificaria uma proteção constitucional.
E a alternativa D, por fim, também está incorreta. Apesar de novos direitos surgirem de novas prioridades
não previstas pelo constituinte, a alternativa D não é justifica para o enunciado, quer dizer, não há correlação
entre a necessidade de se criarem novos direitos e a proteção que a Constituição confere aos direitos
humanos implícitos em seu texto.
Comentários
Vejamos as demais:
A alternativa A está incorreta. Ela limita os direitos humanos a determinadas pessoas ou grupos sociais, o
que não faz sentido já que sabemos que os direitos humanos são aplicáveis a todos os seres humanos.
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A alternativa B está igualmente incorreta, mais uma vez, por limitar a abrangência dos direitos humanos à
parcela da sociedade.
A alternativa C, do mesmo modo, está incorreta. Existe uma contradição em termos dentro da própria
assertiva que ora afirma que os direitos são irrenunciáveis e ora afirma que eles podem ser renunciados.
E a alternativa E, por fim, também está incorreta, e pelo mesmo motivo. Ela estipula limites aos direitos
humanos que, em verdade, não existem.
40. (UECE-CEV/SEAS-CE - 2017) Assinale a opção que corresponde a uma característica dos direitos
humanos.
a) Divisibilidade.
b) Prescritibilidade.
c) Primazia da norma mais favorável.
d) Disponibilidade.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Os direitos humanos possuem como característica a indivisibilidade, uma vez
que não é possível que apenas alguns dos direitos fundamentais sejam válidos e outros não e, ao mesmo
tempo, não é possível que esses direitos atendam a um grupo de pessoas específicas e outras não. São
direitos garantidos a toda a sociedade de maneira indivisível.
A alternativa B está incorreta. A imprescritibilidade é uma característica dos Direitos Humanos, ou seja, esses
direitos não se esgotam com o passar do tempo e podem ser a qualquer tempo vindicados, não se
justificando a perda do seu exercício pelo advento da prescrição.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com esse princípio deve ser aplicada a
norma mais favorável às vítimas, seja ela norma de direito internacional ou de direito interno.
A alternativa D está incorreta. Os direitos humanos possuem como característica a indisponibilidade, pois,
em regra, seu titular não pode fazer deles o que bem entender, abrindo mão do seu direito.
41. (UECE-CEV/SEAS-CE - 2017) Atente ao seguinte enunciado: “[...] também guiada pelo ideário
iluminista, veio a consagrar inúmeros direitos da pessoa, em documentos como a Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão, de 1789, e as Constituições de 1791 e de 1793, que reconheceram expressamente
a liberdade e a igualdade inerentes ao ser humano, bem como a necessidade de limitar os po deres estatais,
de modo a que estes não interferissem na esfera de liberdade dos indivíduos”.
No que diz respeito a direitos humanos, o enunciado acima faz referência ao legado resultante da
a) Revolução Inglesa.
b) Revolução Francesa.
c) Revolução Industrial.
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Comentários
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Intimamente relacionada com a Revolução Francesa,
a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi anunciada ao público em 26 de agosto de 1789, na
França.
Esse documento foi considerado a primeira declaração de direitos e serviu de fonte de inspiração para outras
que vieram posteriormente. Além disso, foi com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que o
lema da República Francesa se inspirou: "liberdade, igualdade, fraternidade".
A Revolução Inglesa foi anterior. Ela ocorreu no século XVII e teve como ápice a Revolução Gloriosa, que
terminou com o reinado de Jaime II e instituiu uma monarquia parlamentarista na Inglaterra. É considerada
como a primeira das revoluções burguesas e serviu, inclusive, de inspiração para a Revolução Francesa e para
==35843==
a Independência dos Estados Unidos da América, marcos importantíssimos, também, na história dos direitos
humanos.
A Revolução Industrial, ou as Revoluções Industriais, não tem uma data muito precisa. Tiveram as suas
origens em meados do século XVIII e pode-se dizer que são vividas até hoje. Também tem grande influência
na história dos direitos humanos porque foi a partir delas que se moldou todo o sistema de vida e trabalho
que conhecemos hoje.
A Primeira Guerra Mundial, ocorrida no início do século XX, é o evento mais distante do que foi apresentado
no texto da questão. Sua contribuição para a história dos direitos humanos também é ímpar. O mundo nunca
havia visto um conflito de proporções mundiais e foi a partir dele que muito se teorizou sobre o que é a
guerra, quais são os seus limites, o que é o Estado e qual é a sua função.
42. (UECE-CEV/SEAS-CE - 2017) Atente ao seguinte excerto: “O marco mais significativo da formação
do Direito Internacional dos Direitos Humanos [...], a partir do qual o tema entrou definitivamente na
agenda internacional e se tornou objeto de vasta regulamentação no Direito das Gentes e da atenção de
vários foros internacionais e internos, bem como referência mínima, às quais deveriam se conformar todas
as ordens jurídicas nacionais, e marco jurídico com pretensão de prevalência sobre valores tradicionais no
Direito Internacional, como a soberania nacional, a não intervenção em assuntos internos e a vontade
estatal”.
O excerto acima se refere
a) à Segunda Guerra Mundial.
b) à Revolução Francesa.
c) à Revolução Industrial.
d) ao Iluminismo.
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O marco mais significativo da formação do Direito
Internacional dos Direitos Humanos foi à Segunda Guerra Mundial. Foram as barbáries da 2º Guerra Mundial
que deram ensejo a conscientização da comunidade internacional no sentido de reconhecerem a
necessidade de Direitos Humanos para além dos ordenamentos jurídicos internos. A partir disso passou-se
a considerar o indivíduo como sujeito de direitos e os interesses da humanidade como centrais.
A alternativa B está incorreta. A revolução francesa – 1789, está relacionada com os direitos de 1ª dimensão
dos direitos humanos: os direitos de liberdade, autonomia, defesa e liberdade individual.
A alternativa C está incorreta. A revolução industrial está relacionada com o surgimento dos direitos de 2ª
dimensão: direitos sociais, culturais e econômicos.
A alternativa D está incorreta. O iluminismo é um fenômeno que ocorreu quando nem se cogitava uma
internacionalização dos direitos humanos.
43. (UECE-CEV/SEAS-CE - 2017) No que concerne às características dos direitos humanos, assinale a
opção que completa corretamente a lacuna do seguinte enunciado: “Os direitos humanos caracterizam-se
também pela ______________, ou seja, por pertencerem à pessoa independentemente de sua
nacionalidade ou mesmo do fato de serem apátridas”.
a) inerência
b) indisponibilidade
c) transnacionalidade
d) imprescritibilidade
Comentários
Os direitos humanos caracterizam-se também pela transnacionalidade. Essa característica é ainda mais
relevante na ausência de uma nacionalidade ou na existência de fluxos de refugiados.
Os direitos humanos não mais dependem do reconhecimento por parte de um Estado ou da existência do
vínculo da nacionalidade, existindo o dever internacional de proteção aos indivíduos, confirmando-se o
caráter universal e transnacional desses direitos. Observe que a transnacionalidade está ligada a
universalidade dos Direitos Humanos. Seria uma característica derivada.
A alternativa A está incorreta, porque, apesar de os direitos humanos poderem ser considerados inerentes
ao homem, isto é, da essência humana, isso não tem relação com o resto da afirmação, que fala em
nacionalidade e na falta dela.
A alternativa B está, igualmente, incorreta. Os direitos humanos são indisponíveis, uma vez que os seres
humanos não podem deles dispor, mas isso também não guarda nenhuma relação com a parte final do
enunciado da questão.
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A alternativa D, por fim, também está incorreta. Apesar de os direitos humanos serem imprescritíveis, isto
é, não se perderem pelo desuso, o restante da afirmativa não faz sentido.
Comentários
Essa é uma questão um pouco fora dos padrões, pois a responsabilização não é uma característica própria
dos direitos humanos, mas que decorre da Exigibilidade. Contudo, a característica do Direito Internacional
dos Direitos Humanos a que se refere o enunciado da questão é a possibilidade de responsabilização
internacional.
A responsabilização internacional decorre da violação da norma e da prática de ato ilícito. Havendo dano,
haverá a responsabilidade e o dever de indenizar o Estado prejudicado.
Quanto às demais alternativa, elas também apresentam características dos Direitos Humanos que, contudo,
não se relacionam com o enunciado.
A possibilidade de monitoramento internacional, nesse contexto, também pode ser considerada uma
característica dos direitos humanos. Ela está ligada a uma atuação preventiva (a priori) no combate à violação
dos direitos humanos e busca evitar que essa violação aconteça, por meio de ações de fiscalização e controle.
A universalidade também é uma característica dos direitos humanos. Ela está ligada à ideia de que os direitos
humanos devem ser reconhecidos aos humanos de todo o mundo, independentemente de religião, raça,
gênero, opinião ou nacionalidade.
A subsidiariedade do sistema de proteção internacional dos direitos humanos, por fim, também pode ser
considerada uma característica desses direitos. É aqui que reside a ideia de que os mecanismos de proteção
aos direitos humanos nacionais devem prevalecer sobre os internacionais, de modo que essa proteção seja
mais efetiva e mais específica.
45. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Com relação às características fundamentais dos direitos humanos,
assinale a alternativa que descreve corretamente uma delas.
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a) Renunciabilidade
b) Soberania estatal
c) Alienabilidade
d) Prescritibilidade
e) Universalidade
Comentários
A alternativa B está incorreta. Como sabemos, uma das características dos Direitos Humanos é a
universalidade, uma vez que se aplicam a todos os territórios, todos os países e todas as sociedades. A
soberania estatal vai de encontro a esse entendimento, pois passa a impressão de que o Estado estaria acima
dessa ideia universal de direitos humanos.
A alternativa C está incorreta. Outra característica dos direitos humanos é a Inalienabilidade, onde não existe
possibilidade de transferência, a qualquer título, desses direitos.
A alternativa D está incorreta. A imprescritibilidade é mais uma característica, segundo a qual tais direitos
não se perdem com o passar do tempo.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Uma das características para os direitos humanos
fundamentais é a universalidade, onde alcançam a todos os seres humanos indistintamente.
Comentários
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A Segunda Guerra significou a ruptura com os direitos humanos, e o Pós-Guerra significa sua reconstrução.
Como marco maior do processo de reconstrução dos direitos humanos, em 10 de dezembro de 1948, foi
aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Então, o texto se refere ao processo de internacionalização dos direitos humanos no cenário global e sua
reconstrução a partir do final da Segunda Grande Guerra.
Vejamos breves informações sobre os demais eventos históricos mencionados e porque eles não estão
relacionados com o enunciado.
No contexto da Guerra Fria (1945-1991), o processo de internacionalização dos direitos humanos foi se
consolidando gradativamente, de modo que não podemos dizer que esse processo se iniciou ao final da
Guerra Fria, muito pelo contrário, ele se iniciou logo no começo e mesmo antes.
A Revolução Francesa (1789), como nós já vimos, está ligada à consolidação dos direitos humanos de
primeira dimensão: os direitos de liberdade, autonomia, defesa e liberdade individual. Ela está longe de
tratar da internacionalização desses direitos e faz parte de um contexto ainda embrionário de toda a teoria.
A Revolução Americana igualmente. Ela é ainda anterior à Revolução Francesa e, apesar de constituir marco
importantíssimo no desenvolvimento de toda a ideia no cenário geral, não tratou de internacionalização.
A Primeira Guerra Mundial, por fim, foi a primeira guerra a envolver nações de todos os continentes.
Fenômeno de vital importância no desenvolvimento da doutrina dos direitos humanos, até levou a ideias de
internacionalização e universalização desses direitos, mas nada comparado ao que se fez no pós-segunda
guerra.
47. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) “A Youth for Human Rights International afirma que as
crianças que não conhecem os seus direitos são vulneráveis e presas fáceis para os indivíduos mal -
intencionados. Estatísticas de perda da dignidade e da vida através do abuso infantil, violência de gangs,
trabalho infantil e crianças-soldados são incrivelmente altos.”
(Disponível em: http://br.youthforhumanrights.org/voices-for-human-rights/human-rights-abuses.html.)
Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito
ao trabalho e à educação, entre muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação. Acerca
dos direitos humanos, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) São universais, o que quer dizer que são aplicados de forma igual e sem discriminação a todas as pessoas.
b) Devem ser vistos como de igual importância, sendo igualmente essencial respeitar a dignidade e o valor
de cada pessoa.
c) São inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direitos humanos. O que implica em não poder ser
limitados em determinadas situações.
d) São indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, já que é insuficiente respeitar alguns direitos
humanos e outros não. Na prática, a violação de um direito vai afetar o respeito por muitos outros.
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Comentários
A alternativa A está correta, pois em razão da universalidade os direitos são aplicados a todos em todos os
lugares.
A alternativa B está correta, pois não há hierarquia entre direitos humanos, todos devem ser respeitados e
promovidos com igual importância.
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. Os Direitos Humanos são, de fato, inalienáveis e não
podem ser “vendidos” pelo titular. Contudo, os Direitos Humanos sofrem diversas limitações. Uma das
características dos Direitos Humanos é a relatividade, que já comentamos. Essa característica está ligada à
ideia de que esses direitos colidem entre si e podem, sim, sofrer restrições, seja por ato estatal, seja pelo seu
próprio titular.
Por fim, a alternativa D está correta, retratando três características importantes, que compreendem um
núcleo integrado de proteção de direitos. Por isso devemos considerá-los, a um só tempo, indivisíveis, inter-
relacionados e interdependentes.
48. (SENAI-PR/ITAIPU BINACIONAL - 2016) Em relação aos Direitos Humanos, analise as afirmativas
abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Direitos Humanos são os direitos básicos de todos os seres vivos.
II. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de
consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
III. Os direitos humanos são direitos inerentes a cada pessoa por ela simplesmente ser um humano.
a) Apenas II está correta.
b) Apenas III está correta.
c) Apenas II e III estão corretas.
d) Apenas I e II estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.
Comentários
O item I está incorreto. Direitos Humanos são os direitos básicos de todos os seres humanos.
O item II está correto, pois se refere ao art. 1º, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948:
Artigo 1º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
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O item III está correto. Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos,
independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.
Lembre-se, aqui, do princípio da universalidade.
Comentários
vedação á tortura
Exceções à logo são direitos
relatividade humanos absolutos: vedação à
escravidão
50. (CS/DPE-GO - 2014) Os direitos humanos ganharam nas últimas décadas especial atenção da
sociedade e dos meios internacionais e já se encontram incorporados ao pensamento jurídico do século
XXI. Estudiosos da matéria sustentam que o seu fundamento filosófico e a justificativa estão ligados a
movimentos históricos, políticos e jurídico-sociais que marcaram a história da humanidade. Nessa
perspectiva,
a) o fim da II Guerra Mundial e a negação do valor do ser humano fazem nascer os ideais representativos dos
direitos humanos, quais sejam, igualdade, liberdade e fraternidade.
b) as primeiras declarações de direitos humanos incluem a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
na França, com a Queda da Bastilha no século XIX.
c) a Idade Moderna, por meio dos racionalistas, preconizava o direito divino que pode ser despojado quando
entra em sociedade.
d) as concepções positivistas, apesar de importante movimento, preconizavam que as leis, uma vez previstas
no ordenamento jurídico, podem ser exigidas, pouco contribuindo para os direitos humanos.
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e) o reconhecimento dos direitos humanos teve como um dos seus fundamentos filosóficos o movimento
denominado “jusnaturalismo”.
Comentários
Trata-se de questão bastante interessante acerca da evolução e afirmação histórica dos Direitos Humanos.
A alternativa A está incorreta, posto que os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade são discutidos antes
da 2ª Guerra Mundial. É com a Revolução Francesa que tais direitos são aventados e defendidos pela
sociedade.
A alternativa B poderia gerar certa dúvida, pois, de fato, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
constituem importante documento histórico na afirmação dos Direitos Humanos. Entretanto, ao contrário
do que fora afirmado, a referida declaração é do século XVIII – de 1789 – e não do século XIX conforme trouxe
a questão.
A alternativa C está totalmente incorreta. A concepção filosófica racionalista afirma a razão como única fonte
para propiciar o conhecimento adequado da realidade. Por decorrência, ao contrário do que mencionou a
alternativa, esse pensamento despoja-se do divino. Segundo essa corrente do pensamento filosófico, o
direito é compreendido como processo racional.
A alternativa D também está incorreta. O positivismo teve papel fundamental para que os direitos
assumissem caráter vinculativo, gerando efeitos jurídicos perante toda a sociedade. Nesse contexto, à
medida que foram positivados, os direitos humanos passaram a ser exigíveis. Logo, contribuíram de modo
significativo para a afirmação e evolução histórica dos Direitos Humanos.
A alternativa E é a correta e gabarito da presente questão. Entre outros pensamentos filosóficos – como os
mencionados pensamentos racionalista e positivista – o “jusnaturalismo” teve forte influência para o
reconhecimento dos direitos humanos.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Quando se diz que o Brasil, desde os tempos de colônia, atua em defesa dos
Direitos Humanos, se está dizendo que havia, aqui, uma defesa institucional a esses Direitos, o que não é
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correto. O Brasil colônia, pelo contrário, é marcado pelo latente desrespeito aos Direitos Humanos,
notadamente no que se refere à escravidão, que foi abolida às vésperas da República.
A alternativa B está, igualmente, incorreta. Como já vimos diversas vezes, a Revolução Francesa data de
1789, portanto, do século XVIII. Do mesmo contexto histórico, data a Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão. A alternativa está errada ao dizer “século vinte”.
A alternativa C, também, está incorreta. Há diversos registros históricos de defesa dos Direitos Humanos
anteriores à segunda metade do século XX. Podemos citar, à título de exemplo, a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, a declaração de Independência dos Estados Unidos e a Constituição Mexicana de 1917
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. São Tomás de Aquino é uma referência dos direitos
humanos na Idade Média por ter trabalhado o conceito de dignidade. Também, atuou como grande defensor
dos Direitos Humanos combatendo a discriminação e a violência.
Comentários
A alternativa A está correta. Como vimos, os direitos humanos têm a característica de serem universais e o
seu eixo central, de fato, é a proteção da dignidade da pessoa humana.
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. Os Direitos do Homem foi a primeira expressão
surgida. São direitos inerentes ao ser humano, que não precisam estar formalizados ou documentados.
A expressão dos Direitos Fundamentais surgiu quando o direito do homem foi formalizado na constituição
de um país.
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Por fim, os Direitos Humanos surgem para um país quando esse adere a um tratado internacional de direitos
humanos.
Observe que embora possuam relação entre si, não são expressões que possuem o mesmo significado.
A alternativa C está correta. Apesar da divisão ocorrida em 1966, ocasião na qual foram assinados pactos
diferentes para a proteção dos direitos civis e políticos e para a proteção dos direitos econômicos, sociais e
culturais, a ideia que predominava na época e continua predominando hoje é a de que os direitos humanos
são indivisíveis, e fazem parte de uma unidade interdependente e inter-relacionada.
A alternativa D está igualmente correta. A Declaração de Viena, de 1993, assim como a DUDH, de 1948,
enfatiza os direitos de solidariedade, o direito à paz, o direito ao desenvolvimento e os direitos ambientais.
A alternativa E, também, está correta. O pensamento religioso sempre foi um dos principais esteios dos
Direitos Humanos, desde o jusnaturalismo. É inegável a sua influência a esse arcabouço de ideias e é inegável,
também, que o pensamento religioso e o sistema político, influenciaram as diversas teorizações sobre
direitos humanos, encontrando-se profundamente relacionados às prerrogativas estamentais e à hierarquia
secular.
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A questão trata da crítica que se faz à visão clássica sobre os direitos fundamentais, especificamente em
relação à sua divisão em “gerações”.
A primeira crítica passa pela ideia de substitutividade, ou seja, que uma geração foi se substituindo à outra:
a primeira geração detinha os direitos de liberdade, substituída pela segunda geração com os direitos de
igualdade e, depois, uma terceira geração teria substituído a segunda com a ideia de fraternida de.
Uma segunda crítica trata da ideia de sucessividade que poderia transparecer da Teoria das Gerações dos
Direitos Fundamentais, ou seja, admitir-se essa teoria daria a impressão de que na história teriam sido
reconhecidos os direitos de liberdade, depois os de igualdade, e, depois, com o amadurecimento desses, os
direitos de fraternidade e assim por diante. Contudo, historicamente não se deu desse modo, tendo em vista
que alguns direitos civis e políticos (de liberdade) foram reconhecidos só depois de alguns direitos sociais de
igualdade.
Uma terceira crítica doutrinária a respeito da Teoria das Gerações seria a ideia de divisibilidade, pois daria
a entender que os direitos são estanques, que são isolados e não interdependentes e indivisíveis.
Para contornar essas críticas quanto as “gerações”, a doutrina sugere a terminologia de “dimensões” dos
direitos fundamentais.
A alternativa A está incorreta, pois não se confunde o uso do termo “geração” com o significado adotado
pela alternativa.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois descreve a definição da primeira crítica
doutrinária exposta acima, ou seja, os direitos fundamentais não teriam se substituído ao longo da sua
história.
A alternativa C está incorreta pois os direitos fundamentais evoluíram e foram incrementados ao longo da
história, de modo que não se mantiveram inalterados desde seu surgimento.
A alternativa D está incorreta. Os direitos fundamentais não são geograficamente isolados, apesar de
estarem mais ligados ao modo de vida ocidental do que ao oriental.
LISTA DE QUESTÕES
FCC
1. (FCC/Pref. Recife/2022) Uma das caraterísticas dos direitos humanos é a imprescritibilidade, a qual
significa que
A) não precisam ser escritos, bastando que façam parte de um consenso social e cultural para que sejam
exigidos e respeitados.
B) não podem ser proscritos pela lei interna do país caso já tenham sido reconhecidos em nível internacional.
C) o decorrer do tempo sem que tenham sido concretizados não retira de seu titular a possibilidade de exigi-
los a qualquer momento.
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D) devem ser exercidos diretamente por seus titulares independentemente da necessidade de prescri ção
legal ou judicial.
E) devem ser reconhecidos pelas leis de cada Estado de modo que, após o reconhecimento, não possam mais
ser revogados.
2. (FCC/CL-DF - 2018) Dentre as gerações de Direitos Humanos, aquela que consagra a fraternidade,
na certeza de que existem direitos que transcendem a lógica da proteção individualista e cuja tutela
interessa a toda a Humanidade é a
a) primeira geração.
b) terceira geração.
c) segunda geração.
d) quarta geração.
e) quinta geração.
3. (FCC/DPE-MA - 2018) Podem ser considerados exemplos de direitos humanos de terceira geração
o direito
a) à imigração e refúgio, à participação na economia globalizada e à segurança.
b) ao trabalho, à paz mundial e à indivisibilidade entre os direitos.
c) à propriedade imaterial, à privacidade e ao pluralismo.
d) à bioética, o direito do consumidor e os direitos culturais.
e) ao meio ambiente, ao desenvolvimento e à autodeterminação dos povos.
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5. (FCC/DPE-RS - 2018) De acordo com a historiadora americana Lynn Hunt, os direitos permanecem
sujeitos a discussão porque a nossa percepção de quem tem direitos e do que são esses direitos muda
constantemente. A revolução dos direitos humanos é, por definição, contínua (A Invenção dos Direitos
Humanos; uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 270). Em relação à evolução histórica
do regime internacional de proteção dos direitos humanos, considere as assertivas abaixo.
I. A Magna Carta (1215) contribuiu para a afirmação de que todo poder político deve ser legalmente limitado.
II. O Habeas Corpus Act (1679) criou regras processuais para o habeas corpus e robusteceu a já conhecida
garantia.
III. Na Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) percebe-se que a dignidade da pessoa
humana exige a existência de condições políticas para sua efetivação.
IV. O processo de universalização, sistematização e internacionalização da proteção dos direitos humanos
intensificou-se após o término da 2a Guerra Mundial.
Está correto o que consta de:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I e IV, apenas.
6. (FCC/DPE-PR - 2017) No plano da teoria geral, certos atributos seriam inerentes aos direitos
humanos. Acerca das características principais dos direitos humanos, é correto afirmar:
a) A irrenunciabilidade dos direitos humanos deve ser harmonizada com a autonomia da vontade, donde se
conclui que a pessoa civilmente capaz pode se despojar da proteção de faceta de sua dignidade, a exemplo
do famoso caso francês do “arremesso de anões”.
b) Admite-se a relatividade dos direitos humanos, pois estes colidem entre si e podem sofrer restrições por
ato estatal ou de seu próprio titular, a exemplo da vedação de associação para fins paramilitares previsto
pelo poder constituinte originário.
c) Tendo em vista que as normas de proteção aos direitos humanos não integram o chamado jus cogens, a
universalidade dos direitos humanos é relativizada, prevalecendo uma forte ideia de respeito ao relativismo
cultural, ainda que o Estado seja parte formal da comunidade internacional.
d) A imprescritibilidade dos direitos humanos não alcança a pretensão à reparação econômica decorrente
de sua violação. Portanto, inexiste direito à indenização por violação a direitos humanos ocorridos durante
o regime militar.
e) Em razão do caráter histórico dos direitos humanos, existe consenso doutrinário acerca de sua
divisibilidade, estabelecendo-se independência entre os direitos humanos e priorização de sua exigibilidade
a partir do espaço geográfico em que seu titular esteja inserido.
7. (FCC/SEGEP-MA - 2016) No que tange às características e especificidades dos Direitos Humanos:
a) A irrenunciabilidade determina que a autorização ou consentimento do titular do direito humano não
justifica ou convalida qualquer violação ao seu conteúdo.
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como pretexto para os interesses totalmente profanos do poder e da economia; não lhes interessa a
situação jurídica da população, mas apenas o petróleo. E por isso, assim prossegue o argumento, há dois
pesos e duas medidas: em toda parte onde os detentores do poder se destacam pelo bom comportamento,
deixando por exemplo que os bombardeiros norte-americanos estacionem em seus territórios (como na
Turquia, provavelmente, ou na Arábia Saudita), a autonomeada polícia mundial ocidental não há de
objetar nada contra a pilhagem, a perseguição e a chacina de grupos inteiros da população ou contra as
condições ditatoriais."
(KURZ, Robert. Paradoxos dos direitos humanos. Folha de São Paulo, São Paulo, 16 mar. 2003. Caderno Mais!,
p. 9-11)
O excerto acima é relacionado ao
a) Multiculturalismo dos direitos humanos.
b) Universalismo de confluência dos direitos humanos.
c) Imperialismo dos direitos humanos.
d) Relativismo dos direitos humanos.
e) Universalismo dos direitos humanos.
11. (FCC/DPE-SP - 2009) De acordo com o Direito Internacional dos Direitos Humanos, no tocante à
interpretação, em caso de conflito, das normas definidoras de direitos e garantias,
a) prevalece sempre a norma interna.
b) norma posterior derroga a anterior.
c) norma especial derroga a geral no que apresenta de específico.
d) prevalece sempre a norma mais benéfica à pessoa humana.
e) prevalece sempre a norma internacional.
VUNESP
12. (VUNESP/CM Monte Alto - 2019) A doutrina, ao tratar dos Direitos Humanos de primeira
geração/dimensão, estabelece que
a) são direitos à paz, ao desenvolvimento, e à autodeterminação entre outros.
b) são direitos atinentes à solidariedade social.
c) representam a modificação do papel do Estado para além de mero fiscal das regras jurídicas.
d) são denominados também direitos de defesa, ou de prestações negativas.
e) são oriundos da constatação da vinculação do homem ao planeta terra, com recursos finitos.
13. (VUNESP/PC-SP - 2018) Considerando a evolução histórica dos direitos humanos, assinale a
alternativa que indica corretamente as três gerações de direitos, na ordem histórica em que elas são
classificadas pela doutrina.
a) Direitos civis e sociais; direitos de liberdades e garantias individuais; e direitos coletivos e transindividuais.
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14. VUNESP/PC-SP - 2018) Assinale a alternativa correta a respeito das características dos direitos
humanos.
(A) O Princípio da inalterabilidade estabelece que os direitos humanos não sofrem alterações com o decurso
do tempo, pois têm caráter eterno, não se ganham nem se perdem com o tempo, são anteriores,
concomitantes e posteriores aos indivíduos.
(B) O Princípio da essencialidade reza que os direitos humanos devem ser vistos como aquela categoria de
direitos inerentes à sociedade em determinada época histórica, podendo ser divididos em essenciais, que
devem gozar de livre fruição, e os não essenciais, que ainda demandam reivindicações a serem conquistadas
ao longo do tempo.
(C) O Princípio da divisibilidade propõe que os direitos humanos devem obedecer a uma classificação
retórica, que divide e categoriza os vários grupos de direitos inerentes ao homem e à sociedade, para que
sejam melhor usufruídos pelos seus destinatários.
(D) O Princípio da interrelacionariedade dispõe que os direitos humanos e os sistemas de proteção se inter -
relacionam, permitindo às pessoas escolher entre os mecanismos de proteção global ou regional, pois não
há hierarquia entre eles.
(E) O Princípio da ilimitabilidade garante que o Estado e a sociedade não podem limitar a fruição dos direitos
humanos já conquistados, com o objetivo de disciplinar situações excepcionais que venham a reduzir o
alcance desses direitos.
15. (VUNESP/PC-SP - 2018) Esse documento histórico de remota conquista dos direitos humanos foi
editado com o escopo de assegurar a Supremacia do Parlamento sobre a vontade do Rei, controlando e
reduzindo os abusos cometidos pela nobreza em relação aos seus súditos, em especial declarando, dentre
outras conquistas, o direito de petição, eleições livres e a proibição de fianças exorbitantes e de penas
severas:
(A) The Bill of Rights, de 1689.
(B) Petition of Rights, de 1628.
(C) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789.
(D) Magna Carta, de 1215.
(E) Habeas Corpus Act, de 1679.
16. (VUNESP/PC-SP - 2018) No tocante à temática dos direitos humanos, considerando seu surgimento
e sua evolução histórica, assinale a alternativa que contempla correta e cronologicamente seus marcos
históricos fundamentais.
(A) A Magna Carta, a queda da Bastilha na França e a criação da Organização das Nações Unidas.
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20. (VUNESP/PC-SP - 2013) Assinale a alternativa que indica o movimento que tornou mundialmente
conhecidos os ideais representativos dos direitos humanos reconhecidos e representados pela liberdade,
igualdade e fraternidade.
a) Independência dos Estados Unidos da América.
b) Revolução Francesa.
c) Cristianismo.
d) Catolicismo.
e) Iluminismo.
21. (VUNESP/PC-SP - 2013) Dentre os documentos reconhecidos internacionalmente e que limitaram
o poder do governante em relação aos direitos do homem, encontra-se o mais remoto e pioneiro
antecedente que submetia o Rei a um corpo escrito de normas, procurava afastar a arbitrariedade na
cobrança de impostos e implementava um julgamento justo aos homens.
Esse importante documento histórico dos direitos humanos denomina-se
a) Talmude.
b) Magna Carta da Inglaterra.
c) Alcorão.
d) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França.
e) Bill of Rights.
Outras Bancas
22. (AOCP/Polícia Penal DF/2022) Sobre os direitos humanos, julgue o item a seguir.
São traços característicos dos direitos humanos a imprescritibilidade, a inalienabilidade e a indisponibilidade.
23. (FUMARC/PCMG/2021) Considerando a afirmação histórica dos direitos humanos, analise os itens
a seguir:
I- Promulgado exatamente um século antes da revolução francesa, o Bill of Rights (1689) pôs fim, pela
primeira vez, desde o seu surgimento na Europa renascentista, ao regime da monarquia absoluta, no qual
todo poder emana do rei e em seu nome é exercido.
II- Na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) fixou-se, no campo penal, que não há crime
sem lei anterior que o define, nem pena que não seja fixada em lei.
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III- A Carta Política Russa de 1917 foi a primeira a atribuir aos direitos trabalhistas a qualidade de direitos
fundamentais, juntamente com as liberdades individuais e os direitos políticos.
Está CORRETO o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) I, II e III.
24. FUMARC/PCMG/2021) A elevação dos Direitos Sociais a nível constitucional representou o
surgimento da segunda geração dos direitos humanos, reformulando o paradigma de proteção do
indivíduo, de uma prestação negativa para a realização de prestações positivas.
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D) Princípio da Universalidade: Os direitos humanos se aplicam a todas as pessoas residentes em países que
ratificaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
26. (NC-UFPR/ITAIPU - 2019) Pode-se afirmar que ao longo dos anos ocorreu um processo expansivo
de proteção dos direitos dos homens, as chamadas gerações ou dimensões de direitos fundamentais.
Nesse sentido, é considerado um direito fundamental de primeira geração:
a) o meio ambiente saudável.
b) a liberdade.
c) a solidariedade.
d) a saúde.
e) a convivência harmoniosa entre os povos.
27. (FUNDEP/Bombeiros-MG - 2018) Analise as seguintes características dos Direitos Humanos
Fundamentais.
1. Os Direitos Humanos Fundamentais não se perdem pelo decurso de prazo nem pela falta de uso.
2. Não é suficiente o mero reconhecimento abstrato dos Direitos Humanos Fundamentais, que devem ser
garantidos na prática, mediante mecanismos coercitivos voltados para essa finalidade.
3. Os Direitos Humanos Fundamentais não devem ser interpretados de forma isolada, e, sim, em seu
conjunto, de modo a se buscar o devido alcance de seus objetivos.
As características descritas são, respectivamente, identificadas como:
a) imprescritibilidade, efetividade e complementaridade.
b) imprescritibilidade, inviolabilidade e interdependência.
c) irrenunciabilidade, inviolabilidade e universalidade.
d) inalienabilidade, efetividade e interdependência.
28. (COSEAC UFF/Pref Maricá - 2019) A teoria das gerações dos direitos humanos foi lançada pelo
jurista Karel Vasak, que, em Conferência proferida no Instituto Internacional de Direitos Humanos de
Estrasburgo (França, 1979), classificou os direitos humanos em três gerações, cada uma com características
próprias. Posteriormente, determinados autores defenderam a ampliação da classificação de Vasak para
quatro ou até cinco gerações.
A respeito dos direitos de terceira geração, tem-se, como exemplos,
a) o direito à intimidade, à segurança e à habitação.
b) o direito à liberdade, à igualdade e à propriedade.
c) o direito à liberdade, à igualdade e à fraternidade.
d) o direito à saúde, à educação e à previdência social.
e) o direito à paz, à autodeterminação e ao meio ambiente equilibrado.
29. (COSEAC UFF/Pref Maricá - 2019) A característica dos direitos humanos que implica o
reconhecimento de que os direitos humanos não se perdem pela passagem do tempo, é a
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a) imprescritibilidade.
b) irrenunciabilidade.
c) inalienabilidade.
d) indivisibilidade.
e) relatividade.
30. (IBGP-GM/Pref Uberaba - 2019) Assinale a alternativa que NÃO apresenta características dos
Direitos Humanos:
a) Relatividade, indivisibilidade e historicidade.
b) Irrenunciabilidade, prescritibilidade e universalidade.
c) Interdependência, cumulatividade e essencialidade.
d) Inexauribilidade, inalienabilidade e limitabilidade.
31. (FEPESE/DEAP-SC – 2019) A eficácia horizontal dos direitos humanos se caracteriza por ser aquela
aplicável nas relações entre:
A) particulares.
B) poderes públicos.
C) Estados soberanos.
D) organizações internacionais.
E) o poder público e os particulares.
32. (FEPESE/DEAP-SC – 2019) A teoria das gerações ou dimensões dos direitos humanos expõe
perspectivas desses direitos em que se incluem em cada geração ou dimensão determinados direitos e
princípios.
Conforme essa divisão clássica da doutrina, é correto afirmar:
A) os direitos de segunda geração ou dimensão se referem aos direitos civis e políticos, compreendendo os
direitos de liberdade, englobando as liberdades clássicas, negativas ou formais.
B) os direitos de quinta geração ou dimensão consistem na possibilidade de participação na formação da
vontade do Estado, retratando os direitos à democracia e à informação.
C) os direitos de quarta geração ou dimensão se caracterizam por condensar os direitos e liberdades civis,
políticas, econômicas, sociais e culturais.
D) os direitos de terceira geração ou dimensão consubstanciam como titulares a coletividade, consagrando
o princípio da solidariedade e incluindo direitos como o da paz, ao desenvolvimento, ao meio ambiente
equilibrado.
E) os direitos de primeira geração ou dimensão são aqueles relativos aos direitos econômicos, sociais e
culturais, em que se acentua o princípio da igualdade.
33. (FEPESE/DEAP-SC – 2019) Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos e garantias
fundamentais, nos termos disciplinados na Constituição da República Federativa do Brasil.
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A) Os direitos e garantias fundamentais, em razão de concretizarem a dignidade humana, não podem ser
relativizados pela atuação do Estado para suspender ou restringir as suas eficácias.
B) Os direitos e garantias fundamentais são apenas os previstos, expressamente, no texto constitucional.
C) A adoção, pelo Brasil, de normas internacionais sobre direitos humanos obriga que essas sejam
previamente internalizadas através de emenda constitucional.
D) Os direitos e garantias fundamentais, desde que por emenda constitucional, podem ser suprimidos do
texto da Constituição da República Federativa do Brasil.
E) Enquanto os direitos fundamentais são as disposições que reconhecem e declaram propriamente os
direitos inerentes à dignidade de todo ser humano, as garantias são disposições assecuratórias do exercício
dos direitos.
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36. (IBFC/AGEPEN-MG - 2018) Abaixo 2 (duas) características dos Direitos Humanos Fundamentais,
identifique-as em sua sequência correta:
I. Os direitos humanos não nasceram em momento histórico único. Eles foram surgindo e se aprimorando
conforme a evolução das sociedades. É por isso que todo direito humano carrega uma longa história,
geralmente marcada por lutas intensas, até seu firmamento e positivação nas ordens jurídicas dos Estados.
II. Os direitos humanos são inesgotáveis, isto é, não estão sujeitos a rol taxativo. Admite-se, sempre, a
ampliação do leque de direitos humanos, mas não sua redução.
a) Historicidade, Inalienabilidade
b) Universalidade, Imprescritibilidade
c) Historicidade, Inexauribilidade
d) Historicidade, Vedação ao Retrocesso
e) Essencialidade, Efetividade
38. (FUMARC/PC-MG - 2018) A Constituição da República de 1988 cuidou expressamente dos direitos
humanos, enumerando-os no Título que trata dos direitos e garantias fundamentais. Existem, entretanto,
outros direitos humanos não enumerados no texto, mas cuja proteção a própria Constituição assegura,
PORQUE:
a) decorrem do regime e dos princípios adotados pela própria Constituição.
b) o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional.
c) são criados pelo Poder Judiciário, após o trânsito em julgado das decisões.
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d) ao Iluminismo.
43. (UECE-CEV/SEAS-CE - 2017) No que concerne às características dos direitos humanos, assinale a
opção que completa corretamente a lacuna do seguinte enunciado: “Os direitos humanos caracterizam-se
também pela ______________, ou seja, por pertencerem à pessoa independentemente de sua
nacionalidade ou mesmo do fato de serem apátridas”.
a) inerência
b) indisponibilidade
c) transnacionalidade
d) imprescritibilidade
44. (UECE-CEV/SEAS-CE - 2017) Considerando as características do Direito Internacional dos Direitos
Humanos, atente ao seguinte dispositivo legal: “O Estado que não cumpre suas obrigações internacionais
em matéria de direitos humanos comete ato ilícito e pode ser responsabilizado internacionalmente,
podendo assim sofrer sanções e ser obrigado a reparar o dano eventualmente causado aos indivíduos e
terceiros Estados eventualmente prejudicados”.
A característica do Direito Internacional dos Direitos Humanos a que o dispositivo acima remete é a
a) possibilidade de monitoramento internacional.
b) possibilidade de responsabilização internacional.
c) universalidade.
d) subsidiariedade do sistema de proteção internacional dos direitos humanos.
45. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Com relação às características fundamentais dos direitos humanos,
assinale a alternativa que descreve corretamente uma delas.
a) Renunciabilidade
b) Soberania estatal
c) Alienabilidade
d) Prescritibilidade
e) Universalidade
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O texto de Flávia Piovesan se refere ao processo de internacionalização dos direitos humanos no cenário
global e sua reconstrução a partir do final da:
a) Guerra Fria.
b) Revolução Francesa.
c) Revolução Americana.
d) Primeira Guerra Mundial.
e) Segunda Guerra Mundial.
47. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) “A Youth for Human Rights International afirma que as
crianças que não conhecem os seus direitos são vulneráveis e presas fáceis para os indivíduos mal -
intencionados. Estatísticas de perda da dignidade e da vida através do abuso infantil, violência de gangs,
trabalho infantil e crianças-soldados são incrivelmente altos.”
(Disponível em: http://br.youthforhumanrights.org/voices-for-human-rights/human-rights-abuses.html.)
Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito
ao trabalho e à educação, entre muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação. Acerca
dos direitos humanos, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) São universais, o que quer dizer que são aplicados de forma igual e sem discriminação a todas as pessoas.
b) Devem ser vistos como de igual importância, sendo igualmente essencial respeitar a dignidade e o valor
de cada pessoa.
c) São inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direitos humanos. O que implica em não poder ser
limitados em determinadas situações.
d) São indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, já que é insuficiente respeitar alguns direitos
humanos e outros não. Na prática, a violação de um direito vai afetar o respeito por muitos outros.
48. (SENAI-PR/ITAIPU BINACIONAL - 2016) Em relação aos Direitos Humanos, analise as afirmativas
abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Direitos Humanos são os direitos básicos de todos os seres vivos.
II. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de
consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
III. Os direitos humanos são direitos inerentes a cada pessoa por ela simplesmente ser um humano.
a) Apenas II está correta.
b) Apenas III está correta.
c) Apenas II e III estão corretas.
d) Apenas I e II estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.
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“Os direitos humanos podem ser exercidos simultaneamente e encontram limites nos outros direitos
igualmente consagrados na Constituição. Assim, pode ocorrer um conflito entre direitos e nesse caso é
preciso uma solução coerente que harmonize ambos os direitos”.
50. (CS/DPE-GO - 2014) Os direitos humanos ganharam nas últimas décadas especial atenção da
sociedade e dos meios internacionais e já se encontram incorporados ao pensamento jurídico do século
XXI. Estudiosos da matéria sustentam que o seu fundamento filosófico e a justificativa estão ligados a
movimentos históricos, políticos e jurídico-sociais que marcaram a história da humanidade. Nessa
perspectiva,
a) o fim da II Guerra Mundial e a negação do valor do ser humano fazem nascer os ideais representativos dos
direitos humanos, quais sejam, igualdade, liberdade e fraternidade.
b) as primeiras declarações de direitos humanos incluem a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
na França, com a Queda da Bastilha no século XIX.
c) a Idade Moderna, por meio dos racionalistas, preconizava o direito divino que pode ser despojado quando
entra em sociedade.
d) as concepções positivistas, apesar de importante movimento, preconizavam que as leis, uma vez previstas
no ordenamento jurídico, podem ser exigidas, pouco contribuindo para os direitos humanos.
e) o reconhecimento dos direitos humanos teve como um dos seus fundamentos filosóficos o movimento
denominado “jusnaturalismo”.
51. (FEPESE/SJC-SC - 2013) Assinale a alternativa correta em matéria de Direitos Humanos.
a) O Brasil desde os tempos de colônia atua na defesa dos Direitos Humanos.
b) No século vinte, após a Revolução Francesa, foi proclamada a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão.
c) Não há registros históricos de defesa dos Direitos Humanos antes da segunda metade do Século XX
d) Após a Convenção de Estocolmo, o Brasil tornou-se signatário da Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
e) São Tomás de Aquino, durante a Idade Média, atuou como grande defensor dos Direitos Humanos
combatendo a discriminação e a violência.
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e) Tendo em vista a influência do pensamento religioso e do sistema político, as diversas teorizações sobre
direitos humanos encontram-se profundamente relacionadas às prerrogativas estamentais e à hierarquia
secular.
53. (FUNDEP/CBM-MG - 2018) Os autores Dimitri Dimoulis e Leonardo Martins sustentam
textualmente:
“Muitos autores referem-se a ‘gerações’ de direitos fundamentais, afirmando que sua história é marcada
por uma gradação, tendo surgido em primeiro lugar os direitos individuais e políticos, em seguida os direitos
sociais e, por último, os ‘novos’ direitos difusos e/ou coletivos, como os de solidariedade, ao
desenvolvimento econômico (sustentável) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, havendo
também direitos de quarta geração relacionados ao cosmopolitismo e à democracia universal.”
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS. 6º Ed. rev. Atual e ampl., São Paulo: Thompson Reuters,
Brasil. P.35.
Embora admitindo que essa visão predomina na doutrina brasileira e na jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, por qual razão, para os referidos autores, a opção terminológica e teórica pelo termo geração é
“bastante problemática”?
a) A palavra geração liga-se à vida do ser humano, traduzindo a ideia de um conjunto de pessoas que têm
aproximadamente a mesma idade e vivem em uma mesma época. Assim, essa não seria uma noção aplicável
aos direitos ou especificamente a direitos fundamentais.
b) O uso do termo gerações sugere a substituição de uma geração pela outra, o que não ocorreu na evolução
histórica dos direitos fundamentais.
c) O histórico dos direitos fundamentais não pode ser dividido em fases, porque desde seu surgimento o
conjunto desses direitos se manteve inalterado.
d) A evolução e a afirmação dos direitos fundamentais ocorreram, geograficamente, de modo muito variado
e desigual, não sendo apropriado falar-se genericamente de gerações de direitos.
GABARITO
1. C 16. C 31. A
2. B 17. A 32. D
3. E 18. E 33. E
4. D 19. A 34. C
5. A 20. B 35. A
6. B 21. B 36. C
7. A 22. CORRETA 37. B
8. D 23. B 38. A
9. A 24. A 39. D
10. C 25. A 40. C
11. D 26. B 41. B
12. D 27. A 42. A
13. E 28. E 43. C
14. D 29. A 44. B
15. A 30. B 45. E
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46. E
47. C
48. C
49. INCORRETA
50. E
51. E
52. B
53. B
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