Aula 2 - Madeira - Parte 1 - Segurança-Material-Reyolando Brasil-Paisagem

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Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – EPUSP

PPGEC

PEF 6007 2023 3

ESTRUTURAS DE MADEIRA

Reyolando M. L. R. F. Brasil
Engenheiro Civil
Mestre, Doutor e Livre Docente
Dep. de Eng. e Estruturas e Geotécnica – PEF
Prof. Titular de Estruturas
Universidade Federal do ABC – UFABC

São Paulo
2023

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Bibliografia Básica

1. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 6120:2019 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações –
Procedimento, Rio de Janeiro.

2. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 6123:1988 – Forças Devidas ao Vento em Edificações, Rio de Janeiro.

3. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 8681:2003 – Ações e segurança nas estruturas, Rio de Janeiro.

4. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 7190-1:2022 – Projeto de Estruturas de Madeira Parte 1 – Critérios de
Dimensionamento, Rio de Janeiro

5. MOLITERNO, A., BRASIL, R.M.L.R.F. Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira, 4ª Ed, Ed. Edgard Blücher Ltda.,
São Paulo, 2010.

6. PFEIL, W., PFEIL, M.S. Estruturas de Madeira, 6a Edição, LTC- Livros Técnicos e Científicos Editora AS, Rio de Janeiro, 2012.

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Parte 1

Verificação de Segurança e Propriedades Mecânicas da Madeira Estrutural

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1. Verificação da segurança em estruturas de madeira
Advertência: embora na Engenharia se fale sempre em “Dimensionamento de Estruturas”, o que de fato acontece, na vasta maioria dos casos, é a
“Verificação do Dimensionamento” das peças estruturais, cujas dimensões iniciais são estimadas com base na experiência prévia do engenheiro
estrutural, por imposições arquitetônicas ou funcionais, ou consulta a literatura técnico-científica disponível, inclusive as normas nacionais e
internacionais.
Os dois procedimentos para introdução da segurança em projeto (design) de estruturas mais utilizados são:
Método das Tensões Admissíveis; conhecido em inglês como ASD – Alowable Stress Design;
Método dos Estados Limites; conhecido em inglês como LRFD – Load and Resistance Factor Design.
As normas brasileiras em vigência adotam o segundo, o Método dos Estados Limites, para todos os materiais estruturais usuais: estruturas de
concreto, de metal e de madeira.
A norma específica para Projeto de estruturas de madeira é:
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 7190-1:2022 – Projeto de Estruturas de Madeira Parte 1 – Critérios de Dimensionamento,
Rio de Janeiro.
O escopo dessa Norma é:
Esta Norma estabelece os requisitos gerais de projeto e execução de estruturas de madeira incluindo as estruturas formadas por tesouras planas,
paralelas ou não, com ligações pregadas, parafusadas ou executadas com chapas de dentes estampados.
Esta Norma abrange os princípios e requisitos do método dos estados-limite incluindo a durabilidade e a situação de incêndio, e apresenta critérios
de cálculo para o dimensionamento e a verificação de elementos estruturais de madeira para a segurança estrutural.
Esta Norma se aplica para estruturas de madeira sólida (serrada ou roliça), madeira lamelada colada, painéis estruturais de madeira e produtos
estruturais à base de madeira, com elementos estruturais unidos por adesivos ou conectores mecânicos.
Esta Norma não se aplica a classificação visual e mecânica de madeiras para estruturas, a caracterização de madeiras, os ensaios de ligações e os
produtos estruturais como vigas de madeira lamelada colada e painéis de madeira lamelada colada cruzada.

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NOTA 1 A classificação visual e mecânica de madeiras são especificadas na ABNT NBR 7190-2 e a caracterização mecânica das madeiras para
projeto de estruturas é especificada nas ABNT NBR 7190-3 e ABNT NBR 7190-4.
NOTA 2 As ligações mecânicas em estruturas de madeira são especificadas na ABNT NBR 7190-5, as vigas de madeira lamelada colada estrutural
são especificadas na ABNT NBR 7190-6 e os painéis de madeira lamelada colada cruzada são especificados na ABNT NBR 7190-7.

O Método dos Estados Limites


Faz-se, aqui, apenas um resumo do tema, que é completamente detalhado na ABNT NBR 8681:2003, Ações e segurança nas estruturas –
Procedimento.
A ideia básica é que as solicitações de projeto (design)sejam sempre menores que as resistências de projeto (design) em seus estados limites:
𝑆𝑑 ≤ 𝑅𝑑 (1)
onde o subscrito d indica “valores de projeto” (design), conhecidos no meio técnico brasileiro como “valores de cálculo”. Na obtenção esses valores
estão contidos em cada lado da Eq. (1), coeficientes de ponderação que majoram os valores das solicitações e minoram os valores das resistências,
para garantir a segurança.
Conceitos Básicos
Estados limites de uma estrutura: Estados a partir dos quais a estrutura apresenta desempenho inadequado às finalidades da construção.
Estados limites últimos (ELU): Estados que, pela sua simples ocorrência, determinam a paralisação, no todo ou em parte, do uso da construção.
No projeto, usualmente devem ser considerados os estados limites últimos caracterizados por:
a) perda de equilíbrio, global ou parcial, admitida a estrutura como um corpo rígido;
b) ruptura ou deformação plástica excessiva dos materiais;
c) transformação da estrutura, no todo ou em parte, em sistema hipostático;
d) instabilidade por deformação;
e) instabilidade dinâmica.

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Estados limites de serviço (ELS): Estados que, por sua ocorrência, repetição ou duração, causam efeitos estruturais que não respeitam as condições
especificadas para o uso normal da construção, ou que são indícios de comprometimento da durabilidade da estrutura. No período de vida da
estrutura, usualmente são considerados estados limites de serviço caracterizados por:
a) danos ligeiros ou localizados, que comprometam o aspecto estético da construção ou a durabilidade da estrutura;
b) deformações excessivas que afetem a utilização normal da construção ou seu aspecto estético;
c) vibração excessiva ou desconfortável.
Ações: Causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas. Do ponto de vista prático, as forças e as deformações impostas pelas ações
são consideradas como se fossem as próprias ações. As deformações impostas (como recalques de apoio e protensão) são por vezes designadas por
ações indiretas e as forças, por ações diretas.
Ações permanentes: Ações que ocorrem com valores constantes ou de pequena variação em torno de sua média, durante praticamente toda a vida
da construção. A variabilidade das ações permanentes é medida num conjunto de construções análogas. Consideram-se como ações permanentes:
a) ações permanentes diretas: os pesos próprios dos elementos da construção, incluindo-se o peso próprio da estrutura e de todos os elementos
construtivos permanentes, os pesos dos equipamentos fixos e os empuxos devidos ao peso próprio de terras não removíveis e de outras ações
permanentes sobre elas aplicadas;
b) ações permanentes indiretas: a protensão, os recalques de apoio e a retração dos materiais.
Ações variáveis: Ações que ocorrem com valores que apresentam variações significativas em torno de sua média, durante a vida da construção.
Consideram-se como ações variáveis as cargas acidentais das construções, bem como efeitos, tais como forças de frenação, de impacto e centrífugas,
os efeitos do vento, das variações de temperatura, do atrito nos aparelhos de apoio e, em geral, as pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas. Em
função de sua probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, as ações variáveis são classificadas em normais ou especiais:
a) ações variáveis normais: ações variáveis com probabilidade de ocorrência suficientemente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas
no projeto das estruturas de um dado tipo de construção;
b) ações variáveis especiais: nas estruturas em que devam ser consideradas certas ações especiais, como ações sísmicas ou cargas acidentais de
natureza ou de intensidade especiais, elas também devem ser admitidas como ações variáveis. As combinações de ações em que comparecem ações
especiais devem ser especificamente definidas para as situações especiais consideradas.

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Nomenclatura das Ações, Solicitações e Tensões
Na atividade de verificação da segurança de estruturas, várias grandezas físicas são consideradas:
as ações propriamente ditas, tais como as forças externas aplicadas sobre a construção (F), que podem ser permanentes (G) ou variáveis (Q);
as solicitações, que são os esforções internos que se desenvolvem no interior dos elementos da estrutura em virtude dessas ações, as forças normais
(N), forças cortantes (V), os momentos fletores (M), e os momentos de torção (T);
as tensões, intensidades de força por unidade de área (Pa), as tensões normais (𝜎) e as tensões tangenciais (𝜏) ou de cisalhamento;
as resistências do material, intensidade de força por unidade de área (Pa), indicadas pela letra minúscula f.
Todas essas grandezas físicas tem variabilidade estatística e se utilizam subscritos para indicar qual de seus valores está sendo utilizado em cada
situação. O subscrito m refere-se ao “valor médio”; o subscrito k refere-se ao “valor característico”; o subscrito d ao valor de projeto ou de cálculo.
Assim, por exemplo, as tensões normais devidas a uma solicitação de força normal de compressão poderiam ser indicadas nesses 3 casos como:
𝜎𝑁𝐶 ,𝑚 ; 𝜎𝑁𝐶 ,𝑘 ; 𝜎𝑁𝐶 ,𝑑 (2)
Já no caso das resistências da madeira à compressão na direção de suas fibras, tem-se as resistências média, característica e de cálculo dadas por:
𝑓𝐶0,𝑚 ; 𝑓𝐶0,𝑘 ; 𝑓𝐶0,𝑑 (3)

Obtenção das Solicitações de cálculo


Esse tema é bem detalhado na NBR 8681:2003 e aqui só se dará uma revisão rápida dos principais aspectos da metodologia.
Para obtenção dos valores característicos das ações, 𝐹𝑘 , se deveria realizar uma série histórica de captação de seus valores, a determinação de
seu favor médio 𝐹𝑚 , do desvio padrão 𝜎𝐹 , e a doção de uma Função de Distribuição de Probabilidades (FDP) dependente dessas duas grandezas
estatísticas. A partir daí, se determina o valor característico como aquele que tem uma certa probabilidade de não ser excedido. Por exemplo, no
caso de uma FDP normal, ou gaussiana, com uma probabilidade de 95% desse valor não ser excedido, ter-se-ia:
𝐹𝑘 = 𝐹𝑚 + 1,64𝜎𝐹 (4)

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Na prática, esse procedimento é substituído pela adoção de valores característicos nominais, em geral os fornecidos pelas normas brasileiras,
como a NBR 6120:2019, de cargas em edificações e a NBR 6123:1988, de forças devidas ao vento sobre edificações.
De posse dos valores característicos das ações, a obtenção dos valores de cálculo é desenvolvida a partir da consideração das diversas combinações
devidas à ocorrência simultânea ou não das ações permanentes e variáveis, ao mesmo tempo em que se aplicam os coeficientes de ponderação de
majoração dessas ações.
Neste curso, considera-se, apenas, carregamento normal, o qual decorre do uso previsto para construção. Admite-se que o carregamento normal
possa ter duração igual ao período de referência da estrutura, e sempre deve ser considerado na verificação da segurança, tanto em relação a estados
limites últimos quanto em relação a estados limites de serviço. Neste caso, cada uma das possíveis combinações leva à determinação da ação de
cálculo no ELU na forma geral:
𝐹𝑑 = ∑𝑚 𝑛
𝑖=1 𝛾𝑔𝑖 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝛾𝑞 (𝐹𝑄1,𝑘 + ∑𝑗=2 𝜓0𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ) (4)
onde:
𝐹𝐺𝑖,𝑘 valor característico de cada uma das m ações permanentes, 𝑖 = 1, ⋯ , 𝑚
𝛾𝑔𝑖 coeficiente de ponderação majorador de cada uma das ações permanentes
𝛾𝑞 coeficiente de ponderação majorador das ações variáveis
𝐹𝑄1,𝑘 valor característico da ação variável principal desta combinação
𝐹𝑄𝑗,𝑘 valor característico de cada uma das n ações variáveis secundárias, 𝑗 = 2, ⋯ , 𝑛
𝜓0𝑗 fator de combinação de cada uma das n ações variáveis secundárias, 𝑗 = 2, ⋯ , 𝑛

Neste curso, os coeficientes de ponderação majoradores 𝛾𝑔𝑖 e 𝛾𝑞 serão sempre tomados iguais a 1,4 (ou 0,9 quando devido ao arranjo de cargas do
modelo estrutural essa ação diminuir o valor de cálculo final). Mais detalhes podem ser encontrados nas Tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 da NBR 8681:2003.
Os fatores de combinação 𝜓0𝑗 são os dados pela Tabela 6 da NBR 8681:2003.

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Vale frisar que esse procedimento se repete para cada uma das combinações que se fizerem necessária no projeto, tendo em vista as n
cargas variáveis presentes no modelo, cada uma delas sendo considerada a principal em uma combinação, as outras passando a ser
secundárias.
Em estruturas de madeira, que resistem melhor a cargas de curta do que de longa duração, as ações de vento podem ser multiplicadas por
0,75, quando forem a ação variável principal da combinação em questão.
As cargas permanentes devem ser sempre consideradas em todas as combinações geradas.
De acordo com a Equação (1), a partir dessas ações de cálculo, se geram as solicitações de cálculo nas peças estruturais a serem comparadas com
a resistência de cálculo do material, conforme apresentado na próxima parte nestas notas, a Parte 2.
Em outro ponto deste curso, se retoma o tema para os estados Limites de Serviço, ELS.

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2. Propriedades mecânicas da Madeira
A resistência é a aptidão do material suportar tensões, e é determinada, convencionalmente, pela máxima tensão que pode ser aplicada a corpos
de prova isentos de defeitos do material considerado ou elementos estruturais, até o aparecimento de fenômenos particulares de comportamento,
além dos quais há restrição de emprego do material em elementos estruturais. De modo geral, estes fenômenos são os de ruptura ou de deformação
específica excessiva.
A rigidez dos materiais é medida pelo valor médio do módulo de elasticidade, determinado na fase de comportamento elástico-linear. O módulo
médio de elasticidade na direção paralela às fibras é obtido no ensaio de flexão (𝐸𝑚 ) no caso de ensaios em peças estruturais) ou no ensaio de
compressão paralela às fibras ( 𝐸𝑐0,𝑚𝑒𝑑 ) no caso de ensaios em corpos de prova isentos de defeitos).
A densidade básica da madeira é a massa específica convencional obtida pelo quociente da massa seca pelo volume saturado. A massa seca é
determinada mantendo-se os corpos de prova em estufa a 103 °C até que a massa do corpo de prova permaneça constante. O volume saturado é
determinado em corpos de prova submersos em água até atingirem peso constante. A densidade aparente da madeira é a massa específica obtida
pelo quociente da massa pelo volume, ambos à mesma umidade.

Classes de resistência
As classes de resistência das madeiras têm por objetivo a utilização de madeiras com propriedades padronizadas, orientando a escolha do material
para elaboração de projetos estruturais. O enquadramento de peças de madeira nas classes de resistência é especificado na Tabela 2 e na Tabela 3,
e no fluxograma da Figura 1, todas da NBR 7190:2022. Cabe mencionar que se consideram duas famílias de espécies de madeiras, as coníferas
(pinhos), madeiras claras e moles, cujas classes são indicadas pela letra C, e as folhosas (dicotiledôneas), madeiras escuras e duras, pela letra D.

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Neste curso, por simplicidade, em todos os exemplos se adotarão os valores fornecidos na Tabela 2 para espécies folhosas.

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Resistência de Cálculo
A resistência de cálculo (MPa) a ser adotada em cada projeto, parte da escolha da classe de resistência das Tabelas 2 e 3 e a aplicação da expressão
(5):
𝑓 𝑓
𝑓𝑑 = 𝐾𝑚𝑜𝑑 𝛾 𝑘 = 𝐾𝑚𝑜𝑑1 𝐾𝑚𝑜𝑑2 𝛾 𝑘 (5)
𝑤 𝑤

onde o coeficiente minorador da resistência da madeira 𝛾𝑤 será sempre adotado como 1,4.
Na Eq. (5), tem-se o coeficiente modificador 𝐾𝑚𝑜𝑑1 , devido à classe do carregamento aplicado sobre a peça estrutural da madeira, conforme a
Tabela 4 da NBR 7190:2022, a seguir.

Neste curso, se adotará sempre carregamento de longa duração, com a exceção já mencionada de esforços devidos ao vento.

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Na Eq. (5), tem-se o coeficiente modificador 𝐾𝑚𝑜𝑑2 , devido à classe de umidade ambiente, segundo Tabelas 1 e 5 da NBR 7190:2022, a seguir.

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Módulo de Elasticidade
O módulo de elasticidade na direção paralela às fibras (𝐸0 ) é definido em ensaios de flexão e tem os valores apresentados na Tabela 3. No caso do
uso da Tabela 2, deve ser considerada a igualdade entre os valores médios obtidos na flexão e na compressão paralela às fibras (𝐸0,𝑚𝑒𝑑 = 𝐸𝑐0,𝑚𝑒𝑑 ).
Nas verificações de estados limites últimos referentes à estabilidade de peças comprimidas e flexocomprimidas, deve ser utilizado o valor
característico para o módulo de elasticidade (𝐸0,05 ).
No caso do uso da Tabela 2 o valor característico pode ser utilizado como sendo igual a 70 % do valor médio do módulo de elasticidade, conforme
a seguinte equação:
𝐸0,05 = 0,7 𝐸𝑐0,𝑚𝑒𝑑 (6)
Nas verificações de estados-limite últimos, referentes à estabilidade lateral de vigas, deve ser considerado o valor efetivo para o módulo de
elasticidade (𝐸𝑒𝑓 ), calculado conforme a seguinte equação:
𝐸0,𝑒𝑓 = 𝐾𝑚𝑜𝑑1 𝐾𝑚𝑜𝑑2 𝐸0,𝑚𝑒𝑑 (7)
Nas verificações de estados limites de serviço, deve ser considerado o valor médio do módulo de elasticidade 𝐸0,𝑚𝑒𝑑 dado pela Tabela 2 da NBR
7190:2022.

Tração paralela às fibras


No caso de se utilizar os dados da Tabela 2, o valor de cálculo da resistência à tração paralela às fibras pode ser considerado igual ao valor de
cálculo da resistência à compressão paralela às fibras. Para as madeiras classificadas a partir de ensaios em peças estruturais, o valor característico
da resistência à tração paralela às fibras deve ser obtido a partir da Tabela 3. Deve-se evitar o uso da madeira à tração perpendicular às fibras,
reforçando-a por dispositivos adequados (em geral, metálicos).

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Compressão perpendicular às fibras
Os esforços resistentes correspondentes à compressão perpendicular às fibras são determinados com a hipótese de comportamento elastoplástico
da madeira, devendo considerar a extensão (a’) do carregamento, medida paralelamente à direção das fibras (ver Tabela 6, usando interpolação
linear). Se a força estiver aplicada a menos de 7,5 cm da extremidade da peça ou a’ ≥ 15 cm, admite-se αn = 1. A Tabela 6 é também aplicada no
caso de arruelas, tomando-se como extensão do carregamento distribuído o seu diâmetro ou lado, não sendo necessário descontar-se o diâmetro do
pino.

Resistência às tensões normais inclinadas em relação às fibras da madeira


Permite-se ignorar a influência da inclinação α das tensões normais em relação às fibras da madeira até o ângulo α = 6°. Para inclinações maiores,
é preciso considerar a redução de resistência, conforme a chamada fórmula de Hankinson:
𝑓0 𝑓90
𝑓𝛼 = 𝑓 (8)
0 sen2 𝛼+𝑓90 cos2 𝛼

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