Espiritualidade, Religiosidade e Psicoterapia (Peres, Simao e Nasello)
Espiritualidade, Religiosidade e Psicoterapia (Peres, Simao e Nasello)
Espiritualidade, Religiosidade e Psicoterapia (Peres, Simao e Nasello)
Julio Fernando Prieto Peres1; Manoel José Pereira Simão2; Antonia Gladys Nasello3.
de São Paulo.
Endereço para correspondência: Rua Maestro Cardim, 887 – 01323-001 – São Paulo – SP.
1
Resumo
Considerando que apenas 7,3% da população brasileira não tem religião e a escassez de
em ensaios clínicos.
2
Abstract
principles clients use to shape judgments and process information. Psychotherapists may
use knowledge of these belief systems and appreciation of their potential to leverage client
adherence and achieve better outcomes. However, many approaches have yet to do so and
varying concepts of religiosity/spirituality may pose obstacles for this important interface. This
article raises certain concepts that we see as cogent, accessible, and capable of facilitating
professional dialogue in the therapeutic sphere. We discuss the impact on mental health of
well as the importance of psychotherapists actually focusing clients and their belief systems,
developing models to mobilize hope, and boosting coping abilities. Despite the current
distance between controlled studies and clinical practice, we discuss the integration of
the ability to align information collected so as to benefit clients. Since only 7.3% of Brazilians
engage religiosity/spirituality, we point to the relevance of research on this issue and the
3
Introdução
especializados, entre os quais o Journal of Religion and Health. A partir de então, estudos
impacto dessas praticas na saúde mental e na qualidade de vida (Propst, 1992; Azhar et al.,
A crença religiosa constitui uma parte importante da cultura, dos princípios e dos
dos clientes colabora com aderência do individuo à psicoterapia assim como melhores
resultados das intervenções (Giglio, 1993; Razali et al., 1998; Sperry e Sharfranske, 2004).
âmbito e suas implicações, assim como apontar a relevância do tema para investigações no
Brasil.
4
Conceitos espiritualidade e religião
espiritualidade (Crossley e Salter, 2005, Zinnbauer et al., 1997). Um estudo recente mostrou
abertos para discussão desses domínios (Miovic et al., 2006). Contudo, nem todas as
qualitativo com entrevistas semi-estruturadas foi utilizado para investigar como psicólogos
da espiritualidade foi observada como um aspecto crucial da dificuldade para abordar o tema
terapêutico (Miovic et al., 2006; Crossley e Salter, 2005). Portanto, adotamos aqui as
crenças, práticas, rituais e símbolos projetados para auxiliar a proximidade do individuo com
5
emoções, o por quê da existência, do nascimento e da morte deram origem à filosofia,
o filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) produziu o escrito “Acerca da alma”, citado muitas vezes
como o primeiro manual de Psicologia (Aristotle, 1956). O termo Psicologia, no qual reside a
raiz etimológica psiché (alma) mais o sufixo logos (razão, estudo), surge no final do século
XVI com Rodolfo Goclenio e a publicação Psychologhía, hoc est de hominis perfectione,
Psicologia foi estudar e compreender o espírito – do latin spiritus –, que significa literalmente
desenvolvia métodos para investigações do corpo (do latin corpus: parte essencial) (Finger,
1994).
entre as principais escolas da psicoterapia em termos de uma efetividade global foi previsto
neste artigo publicado há 70 anos (Samstag, 2002, p. 58) e a discussão deste por Goldfried
6
especial quatro aspectos: (i) a similaridade dos objetivos, (ii) a relação terapeuta-cliente tem
papel central nos processos, (iii) o cliente responsabiliza-se pelas escolhas, e (iv) a
promoção da compreensão do “Eu” pelo cliente (Duncan, 2002). De fato, Luborsky et al.
autores reconhecem que “resultados não significativos não indicam que os tratamentos
comparados têm os mesmos efeitos para todos os pacientes”. Por outro lado, Bohart (2000)
postulou que o cliente deve ser visto como o fator comum mais importante na psicoterapia
qualidade satisfatória de vida – para argumentar que os clientes, e não os terapeutas, são os
humanos de auto-cura que ocorrem naturalmente, talvez de uma forma mais refinada e
que a terapia funciona até onde o mesmo aceita participar e as condições de aprendizagem.
otimismo, o envolvimento ativo do cliente e a ajuda para que os clientes mobilizem suas
inteligências intrínsecas para encontrar soluções (Bohart, 2000, p.145). Nesse sentido, é
7
sistemas de crenças devam ser formuladas e investigadas quanto à eficácia do tratamento.
A mais recente geração dos estudos sobre eficácia da psicoterapia foi influenciada
por políticas de financiamento dirigidas pelo National Institute of Mental Health, quando o
modelo médico, consolidado nos estudos farmacológicos, passa a ser prescrito na avaliação
atenção à importância de avaliar aspectos intitulados como não específicos tais como: traços
quanto um tratamento funciona na prática clínica real) foram também propostos para o
8
algumas abordagens direcionadas a transtornos específicos terem validação empírica
(Chambless et al., 1998), Weissman et al. (2006) observaram que poucas psicoterapias
pelo governo americano. Ainda que, a considerável distância entre os estudos controlados e
Deve o médico/psicólogo discutir temas espirituais com seus clientes? Quais são os
Essas são algumas das perguntas que norteiam discussões éticas recentes sobre o tema
(Post et al., 2000). A inclusão da categoria “problemas religiosos ou espirituais” como uma
religiosas de vidas dos clientes durante a psicoterapia requer profissionalismo ético, alta
9
que os clientes adotam (são convertidos) os valores dos psicoterapeutas (especialmente
valores morais, religiosos e políticos) revelando sérios problemas éticos como: redução da
para abordar as crenças religiosas dos pacientes (Giglio, 1993), reforçando que o
1993; Post, 2000). Lomax et al. (2002) avaliaram psicólogos que buscam integrar
e confere bons resultados. Os autores apontam que algumas observações éticas merecem
atenção como: (1) a habilidade de inquirir sobre a vida religiosa e espiritual dos pacientes é
importantes para superação de suas dificuldades; (3) o processo do inquérito sobre esse
domínio deve ser respeitoso; e (4) há um potencial significativo para faltas éticas quando o
tratamento, ou seja, clientes que estabelecem uma relação de empatia e confiança com
seus psicólogos/médicos se beneficiam mais que outros que não a estabelecem. Tal
confiança não pode ser negada pelos profissionais, mas sim cuidada eticamente. Em
10
convenção com a Associação Psiquiátrica Americana, Shafranske (2001) recomenda alguns
existenciais e espirituais (Shaw et al.., 2005). Desde que, explorar as crenças religiosas e
espirituais podem ser úteis no processo psicoterápico (Sparr e Fergueson, 2000), é uma
como a continência à realidade que o cliente traz, ainda que os terapeutas não compartilhem
crenças dos indivíduos durante o processo terapêutico (Peres et al., 2005c). A Neurociência
tem revelado que o mundo percebido por cada indivíduo não é uma reflexão exata do mundo
11
percepção visual revelam como é realmente pequeno o nível de informações que o cérebro
eventos experimentados não tem uma contraparte única correspondente aos eventos físicos.
Isto é, a percepção do mundo está sujeita às crenças do indivíduo e seu histórico de vida
observação (Metzger, 1974). Além disso, experiências subjetivas alteram o arranjo sináptico
na rede neural (Kandel et al., 2000, p. 34) e os perceptos constituídos por experiências
objetivas e subjetivas podem determinar o estímulo ao qual o indivíduo vai reagir (Metzger,
seguida a eventos traumáticos em 6.104 adultos. A maioria dos indivíduos (76%) preencheu
o critério A2, com maior prevalência em mulheres (81%) que em homens (69%). Apenas 3%
12
respectivos sistemas de crenças (Peres et al., 2005b).
(Williamson et al, 2001). Entre outros estudos, Kraemer et al. (2005) revelaram que a
condição real de ouvir e visualizar os mesmos eventos. Técnicas de visualização têm sido
empregadas em psicoterapias com resultados satisfatórios, ainda que o tratamento não seja
eficiente para todos os pacientes (Menzies et al., 2004). Em proveito da natureza subjetiva
dolorosos pode ser também utilizada com eficácia na psicoterapia (Peres et al., 2005c).
psicológicas.
tratar a morte (por exemplo, Malinowski, 1954). As primeiras discussões sobre religião no
âmbito da psicologia foram trazidas por Freud, que a considerou como remédio ilusório
contra o desamparo. A crença na vida após a morte estaria embasada no medo da morte,
como provedora do re-equilíbrio e saúde da personalidade (Levin et al., 1996; Koenig, 2001).
13
As teorias sociológicas atuais vêem a crença na vida após a morte como um componente
central de muitos sistemas religiosos, fornecendo significado à vida atual com a continuidade
na seguinte (Stark e Bainbridge, 1996). De fato, a existência da vida depois da morte é uma
crença presente na maioria das religiões mais abrangentes (Obayashi, 1992). Considerando
os dados demográficos sobre religião, mais de três quartos dos americanos acreditam na
vida após a morte (Greeley e Hout, 1999; Klenow e Bolin, 1989-1990) e aproximadamente
92% dos brasileiros apresenta a mesma crença, uma vez que apenas 7,3% da população
não tem religião (IBGE Censos Demográficos 2000). Apesar de tal crença ser difundida,
pouca pesquisa sobre este tópico tem aparecido na literatura psicológica e psiquiátrica
(Exline, 2002), e a maioria das pesquisas existentes examinou os efeitos da crença na vida
após a morte em relação ao medo da morte (Alvarado et al.., 1995; Templer, 1972; Templer
vida após a morte (Stevenson, 1993; Stevenson e Samararatne, 1998; van Lommel et al.,
2001), e ainda que a pergunta permaneça não respondida pela ciência, a crença na vida
após a morte de uma amostra nacional de 1.403 americanos esteve relacionada com menor
fobia e somatização). O estudo mostrou que tal crença também influencia positivamente a
14
avaliação de qualidade de vida o domínio Religiosidade, Espiritualidade e Crenças Pessoais
com 100 itens. Esse instrumento colaborou com outros estudos que identificaram
e evidenciou uma correlação positiva entre essas variáveis. Mueller et al. (2001) revisaram
estudos que envolvem um total de 13.512 sujeitos investigou a associação entre o manejo
religioso e o ajuste psicológico (Ano e Vasconcelles, 2005). O manejo religioso positivo teve
uma relação positiva moderada (r=.33) com ajuste psicológico positivo e uma correlação
inversa modesta (r=-.12) com ajuste psicológico negativo, enquanto o manejo religioso
negativo mostrou uma correlação positiva (r=.22) com ajuste psicológico negativo. A maioria
mental revelou que níveis mais elevados da participação religiosa estão associados com o
TEPT quando procuram expressar seus estados emocionais (Scher e Resick, 2005).
15
desamparo podem ser fatores importantes para melhor saúde e longevidade (Kubzansky et
práticas religiosas podem ter uma influência importante em como as pessoas interpretam e
possíveis entre a religião e o trauma psicológico envolveu 1.385 veteranos de guerra com
uso continuado dos mesmos serviços, tal como a fé enfraquecida. Os autores levantaram a
traumáticas. Isto sugere que abordar a espiritualidade pode ser mais central ao tratamento
16
estudos empíricos sobre as associações entre a religião, a espiritualidade e traumas
psicológicos, Shaw et al. (2005) mostraram três achados principais: (i) a religião e a
superação psicológica pós-trauma. Pargament et al. (2004) propõe que o manejo religioso
pode ter algo especial a oferecer: “pode equipar excepcionalmente indivíduos para
controle humanos quando confrontados com suas vulnerabilidades”. O autor ainda refere
fornecendo uma estrutura cognitiva que possa diminuir o sofrer, e desenvolver a finalidade e
Uma vez que o desamparo é um fator de risco ao TEPT, assim como a vulnerabilidade e a
desesperança elevadas (Scher e Resick, 2005), é possível que o sentido de amparo, suporte
religiosidade pode ter efeito preventivo dos transtornos mentais e pode funcionar como um
17
Neuroimagem da religiosidade e estados alterados de consciência
William James (1890), foi um dos primeiros psicólogos que chamou a atenção sobre
início, uma duração e um final. Para Weil (1995), a percepção da realidade se dá em função
revelaram que não vivenciaram a dor tal como em estado de vigília. Durante o EAC, foi
observada predominância de freqüências alfa com picos máximos de 10Hz nos lobos
occipital, parietal e nas regiões temporais, sugerindo estado de relaxamento profundo sem
ínsula e no cortex cingulado quando comparado com o estado não meditativo. Uma vez que
a dor é uma experiência sensorial e emocional complexa, esse entre outros estudos com
dor (Kakigi et al., 2005; Rainville et al., 2002). Mudanças no fluxo sanguíneo cerebral foram
comparação à linha de base, o EAC decorrente das preces mostrou atividade aumentada no
cortex prefrontal, nos lobos parietais inferiores e frontais (Newberg et al., 2003). Achados
18
similares foram observados por Azari et al. (2001), que estudaram as reciprocidades neurais
do cortex parietal frontal e cortex medial prefrontal e dorsolateral. Estudos prévios indicam
discutem que a experiência religiosa pode ser um processo cognitivo e não apenas uma
vivência emocional imediata. Lans (1996) confirma que a religiosidade possa ser uma fonte
rica para encontrar propósitos de vida, assim como para formular orientações cognitivas
Tart et al. (1990) e Metzner (1995), estudaram os EAC e seu uso em psicoterapia,
de imagens mentais pode ser uma ferramenta efetiva na formação de novos padrões de
desencadeia sofrimento. Mesmo que a Hipnose seja conhecida por promover EAC com
objetivos terapêuticos (Eslinger, 2000), o estudo e a aplicação dos EAC talvez possa ser um
o atendimento das pessoas que valorizam, em seus sistemas de crença, essa instância
19
subjetiva. Como exemplo, a Psicoterapia Transpessoal aborda tópicos como a importância
dos EAC para promoção de relaxamentos e visualizações com impacto terapêutico (Walach
et al., 2005).
religiosos regularmente, 67% é membro de algum corpo religioso local, 67% afirma que a
religião é muito importante em suas vidas e 63% acredita que seus médicos deveriam falar
com seus pacientes sobre sua fé espiritual (Gallup, 1995). Além disso, observa-se um
psicoterapia têm avançado nos últimos 25 anos. Como exemplo a psicoterapia religiosa
procura reconhecer e utilizar as crenças religiosas dos clientes em seus tratamentos para
20
fundamentais à vida humana, Schultz-Ross e Guthcil (1997) discutem que a dificuldade de
integrar esse tema à psicoterapia reside em alguns fatores como: a orientação tradicional de
profissionais de saúde, vem atraindo um crescente interesse por parte dos psicólogos
(Young, 1989, Richards e Bergin, 2000). Estudos confirmam que o aconselhamento pastoral
ou religioso pode resultar em altos escores de bem estar, reabilitação e redução do impacto
psicológico que líderes religiosos oferecem a seus fiéis e mostrou que tal apoio a pessoas
motivadas em recebê-lo foi efetivo para o bem estar pessoal, para a resolução de conflitos e
21
adaptadas a religião também não encontrou evidência de superioridade de uma abordagem
sobre a outra. Os achados sugerem que a possibilidade de usar uma abordagem religiosa
com clientes religiosos é provavelmente mais uma questão da preferência do cliente que
ser tão eficaz quanto o tratamento padrão (Berry, 2002), a psicoterapia com orientação
religiosa em grupos étnicos com fortes características culturais religiosas mostrou uma
melhora mais rápida inicial em 3 meses comparada à psicoterapia sem orientação religiosa
(Azhar et al., 1995). Convergindo com esses achados, em estudo com pacientes ansiosos e
religiosa melhoraram dos sintomas mais rapidamente nas primeiras semanas que o grupo
controle com tratamento padrão. Porém, os resultados não se diferenciaram aos 6 meses.
e do desespero (D’Souza e Rodrigo, 2004). Uma revisão dos artigos sobre a eficácia da
segundo critérios da Associação Psiquiátrica Americana, que esta modalidade tem validade
grupo e terapia familiar que inserem temas espirituais e religiosos também têm sido
espiritualidade, perdão e esperança (Phillips, 2002). A maioria dos grupos considerou que
22
uma vida espiritual é relevante para a compreensão dos problemas pessoais e preferiu um
população.
23
clínica. Esforços em acrescentar ao currículo das escolas médicas e psicológicas a
24
Referências
Alvarado, K.A.; Templer, D.I.; Bresler, C.; Thomas-Dobson, T. The relationship of religious
variables to death depression and death anxiety. J Clinl Psychol. 51:202–204, 1995.
American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4th
Ano, G.G., Vasconcelles, E.B. Religious coping and psychological adjustment to stress: a
Azari, N.P.; Nickel, J.; Wunderlich, G.; Niedeggen, M.; Hefter, H.; Tellmann, L.; Herzog, H.;
Stoerig, P.; Birnbacher, D.; Seitz, R.J. Neural correlates of religious experience. Eur J
Berry, D. Does religious psychotherapy improve anxiety and depression in religious adults? A
review of randomized controlled studies. Int J Psychiatr Nurs Res. 8(1):875-90, 2002.
Bohart, A.C. The client is the most important common factor: Clients’ self-healing capacities
Bonanno, G.A. Loss, Trauma, and Human Resilience: Have We Underestimated the Human
Capacity to Thrive After Extremely Aversive Events? The American Psychologist, 59, 20-
28, 2004.
25
Carone, D.A.Jr.; Barone, D.F. A social cognitive perspective on religious beliefs: their
functions and impact on coping and psychotherapy. Clin Psychol Rev. 21(7):989-1003,
2001.
Chambless, D.L; Baker, M.; Baucom, D.H.; Beutler, L.E.; Calhoun, K.S. Update on
empirically validated therapies, II. The Clinical Psychologist, 51(1), 3–16, 1998.
Creamer, M.; McFarlane, A.C.; Burgess, P. Psychopathology following trauma: the role of
Crossley, J.P.; Salter, D.P. A question of finding harmony: a grounded theory study of clinical
78(3):295-313, 2005.
Duncan, B.L. The founder of common factors: A conversation with Saul Rosenzweig. Journal
26
Ehman, J.W.; Ott, B.B.; Short, T.H.; Ciampa, R.C.; Hansen-Flaschen, J. Do patients want
physicians to inquire about their spiritual or religious beliefs if they become gravely ill?
Emmons, R.A.; Paloutzian, R.F. The psychology of religion. Annu Rev Psychol. 54:377-402,
2003.
Eslinger, M.R. Hypnosis principles and applications: an adjunct to health care. CRNA,
11(4):190-6, 2000.
Exline, J.J. The picture is getting clearer, but is the scope too limited? Three overlooked
Finger, S. Origins of neuroscience: A history of explorations into brain function. New York,
Flannelly, K.J.; Koenig, H.G.; Ellison, C.G.; Galek, K.; Krause, N. Belief in life after death and
mental health: findings from a national survey. J Nerv Ment Dis, 194(7):524-9, 2006.
Fontana, A.; Rosenheck, R. Trauma, change in strength of religious faith, and mental health
service use among veterans treated for PTSD. J Nerv Ment Dis,192(9):579-84, 2004.
(Org.), Edição standard brasileira de obras completas de Sigmund Freud (Vol. XX, pp.
Gallup. The Gallup Poll: Public opinion 1995. Wilmington, DE: Scholarly Resources, 1995.
Giglio, J. The impact of patients' and therapists' religious values on psychotherapy. Hosp
27
Goldfried, M.R.; Wolfe, B.E. Toward a more clinically valid approach to therapy research.
Goldfried, M.R. The pursuit of consensus in psychotherapy: Research and practice. Clinical
Graves, D.L.; Shue, C.K.; Arnold, L. The role of spirituality in patient care: incorporating
spirituality training into medical school curriculum. Acad Med. 77(11):1167, 2002.
Greeley, A.M.; Hout, M. American’s increasing belief in life after death: Religious competition
Hodge, D.R. Spiritually modified cognitive therapy: a review of the literature. Soc Work.
51(2):157-66, 2006.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico; Brasil 2000. [citado
Jacques, J.R. Working with spiritual and religious themes in group therapy. Int J Group
Kakigi, R.; Nakata, H.; Inui, K.; Hiroe, N.; Nagata, O.; Honda, M.; Tanaka, S.; Sadato, N.;
Kawakami, M. Intracerebral pain processing in a Yoga Master who claims not to feel pain
Kandel, E.; Schuartz, J.H e Jessell, T.M. Principles of Neural Science (4th ed). McGraw- Hill,
28
2000.
Kasprow, M.C., Scotton, B.W. A review of transpersonal theory and its application to the
1999.
Klenow, D.J., Bolin, R.C. Belief in an afterlife: A national survey. Omega. 20:63– 64, 1989–
1990.
Kraemer, D.J.M.; Macrae, C.N.; Green, A.E.; Kelley, W.M. Musical imagery: sound of silence
Kubzansky, L.D.; Sparrow, D.; Vokonas, P.; Kawachi, I. Is the glass half empty or half full? A
prospective study of optimism and coronary heart disease in the Normative Aging Study.
Lans, J.V.D. Religoin as a meaning sistem: a conceptual model for research and conseling.
LeFavi, R.G.; Wessels, M.H. “Life review in pastoral counseling: background and efficacy for
use with the terminally ill”. In J Pastoral Care Counsel. 57(3): 281-92., 2003.
Levin, J.S. How religion influences morbidity and health: Reflections on natural history,
salutogenesis and host resistance. Social Science & Medicine, 43,5, 849-864, 1996.
29
Lomax, J.W.; Karff, R.S.; McKenny, G.P. Ethical considerations in the integration of religion
and psychotherapy: three perspectives. Psychiatr Clin North Am. 25(3):547-59, 2002.
Luborsky, L.; Rosenthal, R.; Diguer, L.; Andrusyna, T.P.; Berman, J.S.; Levitt, J.T. The Dodo
Bird is alive and well—mostly. Clinical Psychology: Science and Practice, 9, 2–12, 2002.
Lukoff, D.; Lu, F.G.; Turner, R. Cultural considerations in the assessment and treatment of
religious and spiritual problems. Psychiatr Clin North Am. 18(3):467-85, 1995.
53(2):205-20, 1998.
Menzies, V.; Taylor, A.G. The idea of imagination: an analysis of "imagery". Advances Mind-
Metzger, W. Can the subject create his world? In MacLeod, R. B. e Pick H. L. (ed.)
Perception: Essays in honor of James J. Gibson. Cornell: Cornell University Press, 1974.
30
Miller, W.R. (Ed). Integrating spirituality into treatment: Resources for practitioners.
Miovic, M.; McCarthy, M.; Badaracco, M.A.; Greenberg, W.; Fitzmaurice, G.M.; Peteet, J.R.
60(1):71-86, 2006.
Moreira-Almeida, A., Koenig, H.G. Retaining the meaning of the words religiousness and
Moreira-Almeida, A.; Lotufo Neto, F.; Koenig, H.G. Religiousness and Mental Health: A
Mueller, P.S.; Plevak, D.J.; Rummans, T.A. Religious involvement, spirituality, and medicine:
Muller, M.; Teixeira, E.; Silva, J. Espiritualidade e qualidade de vida. Edipucs: Porto Alegre,
2004.
Myers, D.G. The Funds, Friends, and Faith of Happy People. American Psychol. 55: 56-67,
2000.
Newberg A.; Pourdehnad, M.; Alavi, A.; d'Aquili, E.G. Cerebral blood flow during meditative
prayer: preliminary findings and methodological issues. Percept Mot Skills. 97(2):625-30,
2003.
31
Obayashi, H. (Ed) Death and Afterlife: Perspectives of World Religions. New York:
Pargament, K.I. The Psychology of religion and coping: Theory, research, and practice. New
Pargament, K.I.; Koenig, H.G.; Tarakeshwar, N.; Hahn, J. Religious coping methods as
predictors of psychological, physical and spiritual outcomes among medically ill elderly
Patterson, J.; Hayworth, M.; Turner, C.; Raskin, M. Spiritual issues in family therapy: a
traumático e Suas Implicações Clínicas. Rev Psiq Clin, 32 (4); 189-201, 2005a.
Peres, J.F.P.; Mercante, J.P.P.; Nasello, A.G. Promovendo resiliência em vítimas de trauma
Peres, J.F.P.; Mercante, J.P.P.; Nasello, A.G. Psychological dynamics affecting traumatic
Phillips, R.E.; Lakin, R.; Pargament, K.I. Development and implementation of a spiritual
issues psychoeducational group for those with serious mental illness. Community Ment
Poon, V.; Cheng, M.; Chan, V.C. “Pastoral counseling among chinese churches: a canadian
32
Post, S.G.; Puchalski, C.M.; Larson, D.B. Physicians and patient spirituality: professional
Prochaska, J.O.; DiClemente, C.C.; Norcross, J.C. In search of how people change.
Propst, LR.; Ostrom, R.; Watkins, P.; Dean, T.; Mashburn, D. Comparative efficacy of
94-103, 1992.
Rainville, P.; Hofbauer, R.K.; Bushnell, M.C.; Duncan, G.H.; Price, D.D. Hypnosis Modulates
Richards, P.S.; Bergin, A.E. (Eds.). Handbook of psychotherapy and religious diversity.
Samstag, L.W. The common versus unique factors hypothesis in psychotherapy research:
33
2002.
Scher, C.D.; Resick, P.A. Hopelessness as a risk factor for post-traumatic stress disorder
2005.
Shafranske, E. (Ed.). Religion and the clinical practice of psychology. Washington, DC:
Shaw, A.; Joseph, S.; Linley, P.A. Religion, spirituality, and posttraumatic growth: a
systematic review. Mental Health, Religion & Culture, 8(1): 1–11, 2005.
Sparr, L.F.; Fergueson, J.F. Moral and spiritual issues following traumatization. In Psychiatry
and Religion: The Convergence of Mind and Spirit, J. K. Boehnlein (editor), pp. 109–123.
Stark, R; Bainbridge, W.S. A Theory of Religion. New Brunswick (NJ): Rutgers University
Press, 1996.
Stevenson, I.; Samararatne, G. Three new cases of the reincarnation type in Sri Lanka with
written records made before verification. J Nerv Ment Dis, 176(12):741, 1988.
34
Stevenson, I. American children who claim to remember previous lives. J Nerv Ment Dis,
171(12):742-8, 1983.
Tart, C. Altered States of Consciousness. 3rd edition. San Francisco: Harper; 1990.
Templer, D.I. Death anxiety in religiously very involved persons. Psychol Rep. 31:361–362,
1972.
Templer, D.I.; Dotson, E. Religious correlates of death anxiety. Psychol Rep. 25:895– 897,
1970.
515-37, 1986.
Van Lommel, P.; van Wees, R.; Meyers, V.; Elfferich, I. Near-death experience in survivors of
2001.
Weissman, M.M.; Verdeli, H.; Gameroff, M.J.; Bledsoe, S.E.; Betts, K.; Mufson, L.; Fitterling,
Williamson, J.W.; Mccoll, R.; Mathews, D.; Mitchell, J.H.; Raven, P.B.; Morgan, W.P.
35
World Health Organization. WHOQOL and spirituality, religiousness and personal beliefs
Yarrow, K.; Haggard, P.; Heal, R. Illusiory perceptions of space and time preserve cross-
Young, J. L.; Griffth, E. E. “ The development and practice of pastoral counseling”. In Hosp
Zinnbauer, B.J.; Pargament, K.I.; Cole, B.; Rye, M.S.; Butter, E.M.; Belavich, T.G., et al.
Religion and spirituality: Unfuzzying the fuzzy. Journal for the Scientific Study of Religion,
36