Importancia Gestão Da Qualidade
Importancia Gestão Da Qualidade
Importancia Gestão Da Qualidade
Resumo: Gestão da qualidade é definida como o conjunto de ações adotadas para se obter
características do produto ou serviço capazes de satisfazer as necessidades e expectativas do
cliente. Suas finalidades iniciais são: melhorar os resultados das organizações, tornarem os
processos mais eficientes e melhorar as condições de trabalho dos funcionários. Diversos são os
programas de melhoria adotados por empresas que buscam um comprometimento e qualidade da
equipe de trabalho. Desta forma, o objetivo deste trabalho é destacar por meio de uma revisão
bibliográfica a importância da gestão de qualidade e suas ferramentas nos processos da engenharia
de produção de diversas empresas dos mais variados setores analisando as ferramentas
implantadas e os resultados alcançados. Para desenvolver esse trabalho fez-se uma revisão
bibliográfica acerca de estudos que implantaram ferramentas da qualidade. Os resultados indicaram
que a utilização de ferramentas da qualidade são fundamentais para identificar e solucionar os
principais problemas na produção; possibilitam benefícios, não só na linha de produção, mas em
outras áreas da organização; as ferramentas possibilitam também melhor controle continuo do
processo de produção, permitindo melhor qualidade, menor custo, maior capacidade de produção
e a possibilidade de desenvolver um plano de ação para combater possíveis variações indesejáveis
nos processos produtivos.
Palavras chave: Gestão da Qualidade, Processos de Melhoria, Ferramentas da Qualidade.
Abstract: Quality management is defined as the set of actions taken to obtain the characteristics of
the appropriate product or service to satisfy the customers’ needs and expectations. Its main starting
points are: to improve the results of the associations, to make the processes more efficient and to
improve the working conditions of the employees. There are several improvement programs adopted
by companies that seek a commitment and quality of the work team. Thus, the goals of this paper
are to highlight through a bibliographical review the importance of quality management also its tools
in the production engineering processes of several companies in the most varied sectors, analyzing
the tools implemented and the results achieved. To develop this work, a bibliographical review was
made about studies which implemented quality tools. The results indicated that the use of quality
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tools is essential to identify and solve the main problems in production; they also provide benefits,
not only on the production line, but in other organization areas; the tools also enable better
continuous control of the production process, allowing for better quality, lower cost, greater
production capacity and the possibility of developing an action plan to combat possible undesirable
variations in the production processes.
Key-words: Quality Management, Improvement Processes, Quality Tools.
1. Introdução
Diante da pressão do mercado nos diversos setores econômicos, as organizações
perceberam a importância da gestão da qualidade e compreenderam que o sucesso de
uma organização depende de como ela utiliza e gerencia todos os seus recursos para
melhorar a qualidade de seus produtos e a produtividade de suas operações, e de como
integra as tecnologias corretas, enquanto faz bom uso do capital e das facilidades
disponíveis à organização (PALADINI, 2010).
Segundo Jackson et al. (2016) a organização deve sempre apoiar ou melhorar a inovação
em produtos e processos, sabendo sempre que, a qualidade deve ser buscada em todos
os processos de uma indústria, salientando que interações também podem ser feitas com
os programas de qualidade para melhor aproveito das organizações.
Diversos programas de melhoria são adotados por empresas que buscam um
comprometimento e qualidade da equipe de trabalho. Desta forma, o objetivo deste trabalho
é analisar por meio de uma revisão bibliográfica a importância da gestão de qualidade e
suas ferramentas na engenharia de produção investigando trabalhos desenvolvidos em
diversas empresas dos mais variados setores.
Primeiramente, para um melhor embasamento teórico, são abordadas a conceituação e
objetivos de gestão de qualidade e algumas ferramentas de gestão utilizadas.
Posteriormente, será apresentada uma análise bibliográfica acerca de estudos
empresariais que utilizaram diversas ferramentas, apontando seus benefícios, vantagens e
dificuldades na implantação destes programas.
2. Gestão da Qualidade e suas Ferramentas Auxiliares
2.1 Gestão da Qualidade
Segundo Silva e Novaes (2004), o uso adequado dos sistemas de informação e das novas
tecnologias para distribuir e compartilhar dados, informações e novos conhecimentos
agiliza, instantaneamente, a transferência de competências, experiências, habilidades e
decisões deliberadas em reuniões de coordenação de projetos gerando, assim, novos
métodos, normas e procedimentos que agreguem valor ao processo de projeto. De acordo
com os autores, entre as principais ferramentas utilizadas pelas organizações para a gestão
do conhecimento está o Sistema de Gestão da Qualidade.
No Brasil, a gestão da qualidade começou pela discussão dos conceitos teóricos que
descreviam experiências conhecidas de outros países, que refletiam outras realidades e
espelhavam outros momentos históricos (PALADINI, 2010).
Gestão da qualidade é definida como o conjunto de ações adotadas para se obter
características do produto ou serviço capazes de satisfazer as necessidades e expectativas
do cliente. (ROBLES; BONELLI, 2006).
Segundo Campos (2010), utilizado em organizações de todo o mundo há pelo menos meio
século, o Sistema de Gestão da Qualidade oferece ferramentas para que as organizações
implantem, gerenciem e chequem a qualidade de seus processos.
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A qualidade envolve diferentes conceitos, que vão desde a liderança até os meios de
controle nos processos produtivos, sejam estes de manufatura ou de meios de serviços
(CARPINETTI, 2012).
Ainda Campos (2010), afirma que uma organização pode optar pela implementação de um
Sistema de Gestão da Qualidade com a finalidade de otimizar seus processos e melhorar
a qualidade de seus produtos e/ou serviços.
A gestão da qualidade, é uma forma de gestão que começa com o comprometimento da
alta direção da organização, atinge e requer a participação de todos os componentes da
mesma, utiliza o conhecimento e o aprimoramento contínuo dos processos de trabalho,
incentiva e aplica o trabalho em equipe, de forma a atender cada vez melhor e até exceder,
aos anseios, exigências e expectativas dos clientes, observando sempre as ações da
concorrência e do mercado (ARAÚJO, 2007).
Para Corrêa e Corrêa (2011), a trilogia da qualidade pode ser classificada em três etapas:
1) Planejamento: é o processo de estabelecer os objetivos para qualidade e desenvolver
os planos para atingir esses objetivos;
2) Controle de Qualidade: é o processo contínuo usado pelo pessoal operacional com
meio para atingir os objetivos planejados;
3) Melhoramento da Qualidade: tem o objetivo de melhorar os níveis atuais de
desempenho da qualidade.
A finalidade da gestão de qualidade inicialmente é melhorar os resultados das
organizações, tornarem os processos mais eficientes e o bem-estar dos trabalhadores,
ressalta-se que são contínuos os aprimoramentos dos programas de qualidade, pois as
novas demandas, não importando as origens, exigem dinâmica na melhoria constante
(RODRIGUES, 2006).
Segundo a ABNT ISO 9001 (2000), a adoção da gestão da qualidade é uma decisão
estratégica, e para a implantação de um sistema de gestão da qualidade a organização
deve identificar os processos e sua aplicação por toda a organização, além de monitorá-los
e implementar ações necessárias para melhoria contínua destes.
A gestão da qualidade só será plena se for estabelecido um ciclo exímio de medições,
análises e ações de melhoria. Quando um sistema de gestão da qualidade é implantando
e mantido em uma organização, as atividades são realizadas de forma coordenada,
definindo as ações a serem realizadas bem como a forma de fazê-lo (CARPINETTI, 2012).
2.2 Gestão da Qualidade Total
Segundo Abrantes (2009) a Gestão pela Qualidade Total (GQT) é uma abordagem
abrangente que visa melhorar a competitividade, a eficácia e a flexibilidade de uma
organização, por meio de planejamento organizacional, com a compreensão de cada
atividade e com o envolvimento de todos.
É um modo de gestão baseado na participação dos seus membros, que visa sucesso a
longo prazo por meio da satisfação do cliente e dos benefícios para os colaboradores e a
sociedade. Tem como pontos básicos: foco no cliente; trabalho em equipe em toda a
organização; decisões baseadas em dados; e busca constante da solução de problemas e
diminuição de erros (PALADINI, 2010).
De acordo com Joseph Juran, criador da sigla “TQM” (Total Quality Management) a gestão
de qualidade total pode ser definida como a ampliação do planejamento de negócios da
empresa (PALADINI, 2010).
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2.2.1 Controle de Qualidade Total
De acordo com Paladini (2010), o controle da qualidade total é regido pelos seguintes
princípios básicos:
a) Produzir e fornecer produtos e/ou serviços que atendam concretamente as
necessidades do cliente (na verdade o que todos nós produzimos é a satisfação de
necessidades humanas);
b) Garantir a sobrevivência da empresa através do lucro contínuo adquirido pelo domínio
da qualidade (quanto maior a qualidade maior a produtividade);
c) Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais alta prioridade (para isto é
necessário conhecer o método que permite estabelecer estas prioridades e o método
que permite solucionar os problemas);
d) Falar, raciocinar e decidir com dados e com base em fatos (tomar decisões em cima de
fatos e dados concretos e não com base em “experiência”, bom senso, intuição ou
coragem);
e) Gerenciar a empresa ao longo do processo e não por resultados (quando o mau
resultado ocorre à ação é tardia. O gerenciamento deve ser preventivo);
f) Reduzir metodicamente as dispersões através do isolamento de suas causas
fundamentais (os problemas decorrem da dispersão nas variáveis do processo);
g) O cliente é o rei. Não permitir a venda de produtos defeituosos;
h) Procurar prevenir a origem de problemas cada vez mais a montante;
i) Nunca permitir que o mesmo problema se repita pela mesma causa;
j) Respeitar os empregados como seres humanos independentes;
k) Definir e garantir a execução de Visão e Estratégia da Alta Direção da empresa
2.3 Ferramentas de Planejamento e Gestão da Qualidade
2.3.1 PDCA
Xenos (2014) aponta o PDCA como o método universal para atingir metas, que serão
atingidas por meio do giro sistemático da ferramenta. Para Pessoa (2007), essa sequência
de atividades é percorrida de forma cíclica para melhorar os resultados.
De acordo com Xenos (2014), é preciso seguir as quatro fases do PDCA para que os
objetivos sejam alcançados:
− Plan (Planejamento): estabelecer claramente as metas e os métodos para alcançá-las;
− Do (Execução): educar e treinar as pessoas envolvidas, e colocar o plano em prática;
− Check (Verificação): observar a situação e verificar o progresso dos resultados;
− Action (Ação): Se os resultados não estão progredindo, deve-se atuar em função dos
resultados obtidos.
2.3.2 Diagrama de Ishikawa
Também conhecido como diagrama de causa e efeito ou diagrama de espinha de peixe, foi
desenvolvido por Kaoru Ishikawa, com o objetivo de explorar e indicar todas as causas
possíveis de um problema. Fazendo uma relação de causas e efeitos. A elaboração do
diagrama de Ishikawa parte da análise de todos os fatores da cadeia produtiva. Esses
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fatores, para o caso de uma indústria, normalmente, são denominados de “os seis M”, que
abrangem: método, mão-de obra, meio ambiente, matéria-prima, máquinas e medidas.
Esses seis fatores são os responsáveis por estabelecer a variabilidade dos processos
(BALLESTERO, 2001). Um exemplo pode ser visto na Figura 1.
2.3.3 5W2H
Importante aliado na elaboração e planejamento das ações que serão desenvolvidas pela
organização, vista como um checklist das atividades com o máximo de clareza possível.
Consiste em cinco perguntas que mapeiam as atividades do plano de ação. Conforme
Pacheco (2009):
a) What: O que será feito?
b) Why: Por que será feito?
c) How: Como será feito?
d) Where: Onde será feito?
e) When: Quando será feito?
f) Who: Quem fará?
g) How much: Quanto custará? (PACHECO, 2009).
2.3.4 Seis Sigma
Trata-se de uma ferramenta de estratégia gerencial que utiliza de análises quantitativas
para aumentar a lucratividade e o desempenho das empresas, através da melhoria da
qualidade de produtos e processos, objetivando a satisfação dos clientes e dos
consumidores (WERKEMA, 2004).
Segundo o autor, o que diferencia o método Seis Sigma de tantos outros programas de
melhoria da qualidade é a ênfase na tomada de decisões baseadas em dados e fatos e não
nas experiências pessoais ou informações anedóticas que podem ter uma aura romântica,
mas que não são um caminho para as empresas se tornem eficientes e eficazes.
Um projeto Seis Sigma começa com um problema prático, que esteja impactando
negativamente no negócio, e termina com uma solução que melhore o desempenho do
negócio (GYGI; DECARLO; WILLIAMS, 2008).
Conforme Paladini (2010) é importante levar em consideração os processos críticos da
empresa, sendo avaliadas as características críticas tanto para a qualidade interna quanto
externa. Ainda de acordo com o autor, a constituição da equipe Seis Sigma é um elemento
fundamental para o sucesso do programa e cada empresa pode elaborar sua equipe e as
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funções de cada membro da forma que melhor se adapte às suas condições, mas o
importante é que os participantes tenham tempo para se dedicar aos grupos Seis Sigma.
2.3.5 Programa 5S
O Programa 5S deriva de 5 palavras japonesas que indicam cada fase do programa, que
são: organização (Seiri), arrumação (Seiton), limpeza (Seiso), saúde e padronização
(Seiketsu) e autodisciplina (Shitsuke). O programa objetiva alcançar a Qualidade Total em
uma empresa (RODRIGUES, 2006).
Segundo Silva et. al. (2001), traz como conceitos: a utilização, a organização, a limpeza, a
saúde e a autodisciplina.
De acordo com Gonzalez (2006) e Rodrigues (2006), o Seiri tem por finalidade a otimização,
a alocação e a utilização de equipamentos em geral. Possuir senso de utilização é separar
materiais, equipamentos, utensílios, informações e dados, descartando o desnecessário
para as atividades da rotina.
Para Rodrigues (2006), o Seiton é um organizador e otimizador da área de trabalho e busca
ordenar racionalmente móveis, equipamentos, materiais de uso e documentos, para facilitar
o acesso e à utilização dos diversos recursos.
Para Rebello (2005), para a facilitar o manuseio, procura e localização dos materiais é
importante definir critérios de armazenagem e estocagem dos materiais, pois, devem estar
dispostos de forma correta, podendo ser agrupado por tipo, cor.
Segundo Rodrigues (2006) o Seiso tem como objetivo deixar sempre limpos, ou em
condições favoráveis para uso, os recursos físicos, móveis e equipamentos utilizados e sua
meta principal é a definição de calendário de limpeza e manutenção de equipamentos,
ferramentas e estruturas.
Segundo Santos Neto (2006), além de limpar é preciso identificar a fonte de sujeira e as
respectivas causas, de modo a evitar que isto ocorra, seja ela sonora, visual ou ambiental.
O Seiketsu está relacionado com a execução dos sensos anteriormente citados, utilização,
limpeza e organização otimizada de materiais, afim de dar atenção a saúde física,
emocional e mental (RODRIGUES, 2006).
Para Silva et. al. (2001) este senso é padronizado e todos devem praticar os procedimentos
de higiene e segurança, conhecendo as leis de prevenções de acidentes e doenças de
trabalho.
De acordo com Ribeiro (2010), o Shitsuke está relacionado com os 4 últimos sensos,
devendo ter autodisciplina para praticar os sensos de Utilização, Ordenação, Limpeza e
Saúde em uma doutrina de vida.
De acordo com Colenghi (2003) significa ter todos os colaboradores comprometidos com
os objetivos da empresa e com os clientes.
Tem como meta, conscientizar os colaboradores para a utilização de equipamentos de
proteção individual, e manter os 4S iniciais e introduzir a coleta seletiva (RODRIGUES,
2006).
Segundo autor Santos Neto (2006), ter autodisciplina é desenvolver o ato de observar as
normas, regras, procedimentos afins de exercer a força mental, física e moral.
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3. Método da Pesquisa
Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica. Gil (2002, p. 45)
observa que “a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao
investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que
poderia pesquisar diretamente”.
Gil (2002, p. 45) observa que “a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato
de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do
que aquela que poderia pesquisar diretamente”.
Na pesquisa bibliográfica aqui realizada, as palavras-chave utilizadas foram gestão de
qualidade; ferramentas da qualidade; melhoria na indústria. A pesquisa envolveu os anos
entre 2007 a 2020. As bases de dados consultadas foram: Google Acadêmico e Scielo.
Essa pesquisa gerou 42 artigos, destes, após uma análise dos resumos, selecionou-se 07
para compor a discussão desse trabalho.
Os trabalhos analisados: Maiczuk e Andrade (2013); Gonçalves e Da Luz (2016); Mello et.
al (2016); Moraes Neto (2017); Arruda, Santos, Melo (2016); Coelho, Silva e Maniçoba
(2016);Coutinho e Aquino (2015).
4. Análise de Trabalhos que Implantaram Ferramentas da Qualidade
Essa seção apresentará a análise dos trabalhos que foram selecionados visando atingir o
objetivo proposto. Maiczuk e Andrade (2013) realizaram um estudo com o objetivo de
identificar e solucionar principais problemas no setor produtivo de uma empresa de pequeno
porte do ramo cárneo, as ferramentas de qualidade utilizadas foram: o Diagrama de Pareto,
o Fluxograma, o Diagrama Ishikawa, o 5W2H e Folha de Verificação. De acordo com o
estudo, as ferramentas foram fundamentais para identificar e solucionar os principais
problemas na produção de embutidos. Verificou-se, com a análise dos gráficos e tabelas
desenvolvidas que, os resultados obtidos foram relevantes, superando o esperado,
atingindo um melhor controle continuo do processo, permitindo que se alcance melhor
qualidade, menor custo, maior capacidade de produção e a possibilidade de desenvolver
um plano de ação para variações.
Gonçalves e Da Luz (2016), realizaram um estudo a fim de implementar ferramentas da
qualidade no processo produtivo em uma empresa alimentícia. A análise foi realizada
investigando a produção do produto doce de leite. De acordo com a análise, os autores
verificaram diversos problemas relacionados com a gestão de qualidade no processo
produtivo como, a ausência de um controle de procedimento produtivo, a inexistência
quanto ao conceito de gestão de qualidade pelos funcionários e também pelos executivos
da empresa, falta de controle de qualidade do produto acabado e a falta de treinamento dos
colaboradores. Diversas ferramentas foram utilizadas como a PDCA, estabelecendo um
padrão de qualidade, implementou-se a ferramenta Seis Sigma, com o objetivo de eliminar
as falhas e as causas dos defeitos, e, trazer padronização aos produtos da empresa. Os
autores utilizaram também a abordagem TQC (Total Quality Control). E por fim, cabe
destacar a utilização da ferramenta 5´S, a fim de contribuir com os funcionários no que diz
respeito a sistematização, seleção, classificação, integridade e disciplina.
De acordo com os autores, a implantação das ferramentas da qualidade no processo
produtivo da empresa gerou inúmeros benefícios, não só na linha de produção, mas em
outras áreas da organização, pois o uso delas não se restringiu somente à produção.
Segundo os autores, com a utilização destas ferramentas, as empresas ganham em
credibilidade, qualidade e consequentemente isso impacta diretamente, nas vendas. As
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dificuldades encontradas foram falhas e as causas dos defeitos, falta de padronização aos
produtos da empresa.
Mello et. al (2016) realizaram um estudo a fim de implementar ferramentas de qualidade no
setor de logística interna em uma indústria de metal mecânica, atuante no setor de
máquinas agrícolas, onde são montados os kits de conjuntos soldados, que posteriormente
são encaminhados para o setor de solda.
Segundo os autores, na análise inicial do setor, foi constatado que havia necessidade de
montagem de kits com padronização, organização e redução de tempo. Mello et al. (2016,
p. 11) apontam que diversos problemas foram constatados, dentre eles: (a) Erro de
inventário: o sistema aponta peças em estoque, mas estas peças não existem; (b) Erro de
fluxo: o processo na ordem de produção foi descrito de forma incorreta, tendo outro fluxo
dentro da empresa; (c) Falta de procedimentos e padronização para a montagem de kit,
pois cada operador tinha uma maneira de montar; (d) Falta de treinamento aos operadores
que fazem a montagem dos kits.
Diversas ferramentas foram utilizadas, dentre elas, o Diagrama de Ishikawa, a fim de se
investigar as causas de um problema e a ferramenta de Plano de Ação (5W2H) com quatro
atividades a serem executadas pelos responsáveis, dentro do prazo estabelecido.
Posteriormente, foi elaborada uma tabela de gestão dos kits, com o informativo de todas as
peças do kit. De acordo com os autores, a partir destas implantações, o resultado obtido foi
a redução de tempo de espera do kit que era em média oito dias parado, para três dias.
Segundo os autores sugerem, é necessário que se trabalhe com um sistema de gestão
visual para maior rapidez na liberação dos kits, sendo necessário também o trabalho com
buffer fechados, sem acesso a pessoas que não são ligadas ao setor. Os autores ressaltam
também para a importância de treinamentos aos colaboradores, afim de aprenderem a
maneira correta para a montagem dos kits. (MELLO et al., 2016).
Em estudo de Moraes Neto (2017) que buscou resposta para o questionamento sobre a
efetividade do uso de ferramentas da qualidade em uma empresa industrial automotiva,
apresentou resultados relevantes da utilização das ferramentas de qualidade no processo
produtivo da indústria de estudo. Foram utilizadas as “sete ferramentas da qualidade”, ou
ainda as ferramentas básicas ou essenciais da qualidade: Folha de Verificação;
Histograma; Fluxograma; Diagrama de Pareto; Diagrama de Ishikawa; Diagrama de
Correlação, ou, Diagrama de Dispersão; Cartas de Controle. De acordo com o estudo, em
níveis experimentais, constatou-se que a aplicação sistematizada das ferramentas da
qualidade levou a resultados altamente satisfatórios, com melhorias qualitativas da ordem
de 18% e com retorno sobre investimento de poucas semanas, justificando e
potencializando a utilização de trabalhos com a utilização das ferramentas.
Para o autor, no quesito de aditamento, verificou-se que pela efetividade alcançada e pela
simplicidade da utilização das ferramentas, os aspectos motivacionais e integradores do
elemento humano ao seu trabalho dentro das rotinas operacionais, podem ser direcionados
para a qualidade e para a melhoria contínua (MORAES NETO, 2017).
O autor ressalta ainda que, a sistematização de procedimentos e a utilização de ferramentas
adequadas por pessoal treinado e bem orientado levam a resultados muito satisfatórios em
termos de melhorias contínuas concretas dentro dos processos em que são aplicadas.
Arruda, Santos, Melo (2016) realizaram um estudo em uma empresa de produtos
alimentícios, situada na cidade de Caruaru- PE, que, atua com um mix de mais de noventa
produtos, entre eles, o café, biscoitos, macarrão, entre outros. Os autores objetivaram
analisar a aplicabilidade das ferramentas de gestão da qualidade no processo produtivo da
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organização, tanto na identificação dos problemas, quanto na tomada de decisões. Através
da análise realizada, os autores identificaram falhas no processo produtivo através da
ferramenta Brainstorming. Os autores também utilizaram ferramentas de ação 5W2H, com
o objetivo de demonstrar as ações que poderiam ser desenvolvidas pela organização para
proporcionar melhorias nos processos e no desenvolvimento de novos produtos,
alcançando um dos objetivos da empresa, que seria ganhar novos mercados.
De acordo com os autores, as ferramentas da qualidade são de extrema importância no dia
a dia de uma empresa, como meio de se obter a qualidade total em seus processos e
produtos. Segundo os autores, a utilização de gráficos facilita a demonstração simples e
objetiva quais os principais problemas e como utilizar as ferramentas de auxílio de busca
das causas e ações.
Coelho, Silva e Maniçoba (2016), realizaram um estudo a fim de investigar o impacto da
implantação de ferramentas de qualidade em uma pequena empresa de pintura localizada
no litoral do Estado de São Paulo. Foi realizada a implantação de cinco ferramentas da
qualidade: Fluxograma do processo; Folha de verificação; Gráfico de Pareto; Diagrama de
causa e efeito e plano de ação; e, Gráfico de controle. A ideia do estudo foi a redução dos
erros e desperdícios, visando o aumento da sua competitividade. De acordo com o estudo,
os resultados foram satisfatórios para a gerência da empresa sendo que a equipe conseguiu
aplicar com consistência a abordagem teórica das ferramentas e como consequência
obteve melhoras significativas ainda no primeiro ano de implantação. Para os autores, as
ferramentas permitiram que se reduzissem o número das falhas potencialmente prejudiciais
ao bom andamento dos serviços não conformes.
Os autores ressaltam da importância da aplicação destas ferramentas também em
pequenas empresas, haja vista a facilidade de aplicação (COELHO, SILVA E MANIÇOBA,
2016). Os principais problemas identificados foram no processo produtivo em geral, desde
o recebimento dos materiais para a fabricação até o produto final.
Um estudo foi realizado por Coutinho e Aquino (2015) com o objetivo de analisar o uso da
ferramenta 5S e descobrir suas implicações no sistema de gestão da qualidade em uma
empresa no segmento de aços longos, localizada em Pernambuco- PE. A análise foi
realizada em uma unidade produtiva, que possuía 139 funcionários. De acordo com o
estudo, a utilização, aplicação e a constante manutenção dos sensos, na empresa
estudada, trouxeram benefícios perceptíveis, melhor produtividade nas áreas de produção
e vendas, além de proporcionar maior qualidade de vida para os funcionários tanto no local
de trabalho quanto em sua vida pessoal.
Segundo os autores, o programa 5S contribuiu fortemente para a organização e bem estar
no ambiente organizacional proporcionando: redução da quantidade de materiais,
equipamento mobiliário e equipamentos em desuso nas áreas de trabalho (produção e
escritório), maior disponibilidade de espaço e melhor distribuição do ambiente
organizacional, minimização do desperdício, economia de tempo nas atividades por procura
de material, redução de acidentes, reaproveitamento de materiais, parceria das equipes de
trabalho e melhoria da limpeza no ambiente de trabalho. Ainda de acordo com o estudo,
um dos diferenciais da empresa na implantação foi o envolvimento de toda a organização
desde a alta direção até o chão de fábrica.
De acordo com Coutinho e Aquino (2015) a alta direção proporcionou ferramentas e
investimentos para que este programa funcionasse da melhor forma possível, buscando
orientar e conscientizar todos os funcionários para a importância do uso desta prática. Além
do mais, houve workshop, treinamentos, reuniões de forma intensiva fazendo com que este
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programa começasse a fazer parte da rotina de cada funcionário e que tornasse um elo
fundamental dos hábitos organizacionais.
5. Considerações finais
De acordo com o estudo, a gestão de qualidade tem como pontos essenciais: foco no
cliente; trabalho em equipe em toda a organização; decisões baseadas em dados; busca
constante da solução de problemas e diminuição de erros.
As ferramentas da qualidade colaboram nos processos produtivos e promovem a todos os
envolvidos a oportunidade na tomada das decisões no sentido de solucionar os problemas.
Diversas são as ferramentas ligadas à gestão da qualidade e que são utilizadas nas
empresas, sendo todas relevantes para alcançar os objetivos e metas traçadas pelas
organizações que que visam a priorização da qualidade em todos os seus processos,
principalmente no setor produtivo.
O estudo das ferramentas da qualidade se mostrou relevante para alavancar os resultados
das empresas. Desta forma, reunir e organizar as ferramentas utilizadas pela empresa a
fim de prevenir e corrigir possíveis falhas torna-se primordial para a manutenção do controle
de qualidade, servindo de base para consulta a futuras pesquisas. A competitividade atual
em diversos segmentos industriais vem estimulando organizações a desenvolverem formas
de melhoria em todos seus processos produtivos. Desta forma este estudo evidenciou a
importância de os gestores buscarem e priorizarem a gestão da qualidade.
Cabe ressaltar que, é importante que se estendam os programas de qualidade às empresas
prestadoras de serviço, no caso de empresas que utilizem serviços terceirizados. Este
entendimento facilita todo o processo de gestão, trazendo muitos mais benefícios e
atingindo com mais facilidade os objetivos empresariais.
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