Influência Da Memória de Trabalho Na Vida de Idosos Ativos

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DOI: http://dx.doi.org/10.23925/2176-901X.

2021v24i1p547-563
547

Influência da Memória de Trabalho na


Qualidade de Vida de Idosos Ativos

Influence of Working Memory and Quality of Life of


Active Elderly

Influencia de la Memoria de Trabajo en la Calidad


de Vida de los Ancianos Activos

Kelly Silva
Rafaela Fonseca de Oliveira
Josilene Luciene Duarte
Rodrigo Dornelas
Patrícia Aparecida Zuanetti
Pablo Jordão Alcântara Cruz
Raphaela Barroso Guedes Granzotti

RESUMO: O objetivo deste estudo é relacionar o desempenho na Memória de Trabalho com


a autopercepção da Qualidade de Vida em idosos ativos. Trata-se de um estudo observacional,
transversal, quantitativo e descritivo, realizado em um centro de convivência para idosos, na
cidade de Aracaju, Sergipe, Brasil, que concluiu que a Memória de Trabalho esteve associada
à autopercepção da qualidade de vida e à satisfação com a saúde da população estudada.
Palavras-chave: Envelhecimento; Qualidade de vida; Memória.

Silva, K., Oliveira, R. F., Duarte, J. L., Dornelas, R., Zuanetti, P. A., Cruz, P. J. A., & Granzotti, R. B. G. (2021). Influência da memória
de trabalho na qualidade de vida de idosos ativos. Revista Kairós-Gerontologia, 24(1), 547-563. ISSprint 1516-2567.
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ABSTRACT: This study aims to relate the performance in Working Memory with the self-
perception of Quality of Life in active older people. This study is an observational, cross-
sectional, quantitative, and descriptive study carried out in a community center for the elderly
in Aracaju, SE, Brazil, which concluded that the Working Memory was associated with self-
perception of quality of life and satisfaction with health in the population studied.
Keywords: Aging; Quality of life; Memory.

RESUMEN: El objetivo de este estudio es relacionar el desempeño en Memoria de Trabajo


con la autopercepción de la Calidad de Vida en personas mayores activas. Se trata de un
estudio observacional, transversal, cuantitativo y descriptivo, realizado en un centro
comunitario de ancianos, en la ciudad de Aracaju, SE, Brasil, que concluyó que la Memoria
de Trabajo se asoció con la autopercepción de calidad de vida y satisfacción con salud de la
población estudiada.
Palabras clave: Envejecimiento; Calidad de Vida; Memoria.

Introdução

A longevidade é cada vez mais observada, principalmente quando se analisa a


quantidade de idosos que aumenta a cada década. A evolução nas ciências da saúde trouxe forte
influência na diminuição do número de mortes ocorridas em todas as faixas etárias, evolução
que, somada à redução da taxa de fecundidade, favoreceu o fenômeno da longevidade. Estima-
se, para 2050 no Brasil, uma população idosa superior ao contingente infantil. Conforme
apontam as tendências estatísticas, tal realidade pode ser constatada no processo de inversão
demográfica, com uma população idosa cada vez maior diante do aumento na expectativa de
vida (IBGE, 2017; Wong & Carvalho, 2006).
Diante da perspectiva de maior longevidade é de suma importância a atenção ao
processo de envelhecimento com qualidade de vida, permitindo que essa população idosa seja
mais ativa, saudável e com boas condições físicas, mentais e socioambientais (OMS, 2015). Em
estudo recente de revisão de literatura, foi possível identificar que a participação em grupos de
convivência, associada a uma alimentação saudável, à realização de atividade física e atividades
de estimulação cognitiva, acompanhamento da saúde física e mental e interações sociais, todos
esses requisitos contribuem para um envelhecimento ativo e, consequentemente, possibilitam
uma melhor qualidade de vida para as pessoas idosas (China et al., 2021).

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Diversos fatores podem interferir nas condições de saúde dos idosos, sendo que a
memória ganha destaque por favorecer a autonomia e a independência na velhice, uma vez que
está diretamente ligada à capacidade de aprender, comunicar-se e resolver situações simples e
complexas do cotidiano (Mascarello, 2013; Uehara, & Fernandez, 2010). Especificamente, a
memória de trabalho (MT) é responsável por armazenar e manipular de forma temporária as
informações, etapa importante que concerne na fixação ou exclusão da informação após o uso
da mesma (Baddeley, 2000). É constituída por subcomponentes responsáveis pela informação
linguística (Memória de Trabalho Alça Fonológica, MTAF), pelo conteúdo visual e espacial
(Memória de Trabalho Esboço Visuoespacial, MTVE), pelo controle da atenção (Executivo
Central), e pela memória de longa duração (buffer episódico) (Baddeley, & Hitch, 1974;
Baddeley, 2000).
Pesquisas revelam que a MT pode ser afetada pela presença de doenças, sintomas
depressivos, estresse e sobrecarga de atividades (De Nardi et al., 2013; Mascarello, 2013).
Sendo assim, é necessário entender, cada vez mais, os fatores que afetam essa memória, uma
vez que a alteração interfere diretamente nas atividades de vida diárias e, consequentemente,
na qualidade de vida (QV) dos idosos (Bourscheid, Mothes, & Irigaray, 2016; Mascarello,
2013; Silva et al., 2017).
A respeito da QV, pesquisas realizadas nos últimos anos evidenciam diversas condições
que afetam a qualidade de vida nessa faixa etária. Em particular, destacam-se o diabetes
(Santos, Campos, & Flor, 2019), a hipertensão arterial (Paiva et al., 2016a), a fragilidade
(Freitas et al., 2016), a solidão (Castro, & Amorim, 2016), as multimorbidades (Amaral et al.,
2018), o declínio cognitivo (Leite et al., 2012) e as condições socioeconômicas, demográficas
e de saúde (Paiva et al., 2016b; Sousa et al., 2018). Portanto, quanto maior a exposição a estas
condições, pior tende a ser a percepção de qualidade de vida. Nesse curso da vida, estudos
relacionam a repercussão da faixa etária com a cognição do sujeito e, especialmente nesses
casos, a memória de trabalho (MT) é a mais afetada (Mascarello, 2013).
Entretanto, há fatores que contribuem para a QV dos idosos, como a participação em
grupos de convivência que oferecem diversos estímulos para a melhoria das habilidades
cognitivas e, por decorrência, da QV. Sabe-se que a participação dos idosos em grupos de
convivência, de socialização e lazer, se constituem como recursos indispensáveis para o bem-
estar e diminuição dos sintomas depressivos nesse segmento populacional por oferecer um
importante suporte social (Braz, Zaia, & Bittar, 2015; Gonçalves et al., 2014; Gonçalves et al.,
2015; Gullich, Duro, & Cesar, 2016; Leite, et al., 2012; Piane et al., 2016).

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A partir da atualidade e da relevância de pesquisas que versam sobre a saúde e qualidade


de vida da população idosa, justifica-se o presente estudo sob o embasamento teórico-científico
que objetiva relacionar o desempenho na memória de trabalho com a autopercepção da
qualidade de vida e de saúde em idosos ativos.

Métodos

O presente trabalho está de acordo com as resoluções 466/2012 e 510/2016. do Conselho


Nacional de Saúde, para estudos com seres humanos. Esta pesquisa integra um amplo projeto
intitulado “Memória de Trabalho, qualidade de vida, qualidade de sono e sintomas depressivos
em idosos ativos”, que foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE:
19239119.2.0000.5546, sob o parecer n.º 3.562.134). Todos os participantes aceitaram
voluntariamente participar do estudo, e assinaram o Termo de Comprometimento Livre e
Esclarecido.
Trata-se de um estudo observacional, transversal, quantitativo e descritivo, realizado em
um centro de convivência para idosos na cidade de Aracaju, estado de Sergipe, Brasil, e
promove atividade física três vezes por semana, oficina de memória quinzenalmente, oficina de
plantas medicinais, atividades de educação em saúde, aferição de glicemia e pressão arterial
mensalmente. Foram convidados a participar da pesquisa os idosos que frequentaram o Centro
de Convivência nos meses de novembro e dezembro de 2019.
Os critérios estabelecidos para inclusão dos participantes na amostra foram: idade
superior a 60 anos, de ambos os sexos, domiciliados na cidade de Aracaju e frequentadores do
Centro de Convivência para idosos. Foram excluídos da pesquisa os idosos com pontuação
abaixo da nota de corte no Mini-Exame do Estado Mental (MEM), segundo critérios de
normalidade para a escolaridade estipulados por Bertolucci et al. (1994); com dificuldades
motoras que impossibilitassem a aplicação dos testes; com dificuldade acentuada na
discriminação auditiva verificado pelo Teste de Figuras para Discriminação Fonêmica (TFDF)
(Santos-Carvalho et al., 2008), com dificuldade em responder oralmente aos questionamentos
ou com diagnóstico de demência.
A coleta dos dados foi realizada no Centro de Convivência, de forma individual, em
uma sala silenciosa e com boa iluminação por dois pesquisadores treinados e calibrados. Todos
os sujeitos foram identificados de forma alfanumérica para garantir os sigilos das identidades.

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Inicialmente foi explicado aos participantes, de forma minuciosa, os objetivos e


procedimentos utilizados no estudo. Em seguida, foi realizada uma entrevista, para coleta de
dados de identificação e o histórico de saúde dos indivíduos. Com o objetivo de avaliar a
autopercepção da qualidade de vida e de saúde, foram utilizadas apenas as duas questões iniciais
do WHOQOL-bref, por apresentar uma visão ampla da autopercepção da qualidade de vida e
da saúde e não se necessitar das demais questões para a análise: Questão 1- Como você avaliaria
sua qualidade de vida?; e a Questão 2- Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde? As
respostas seguem uma escala Likert de 1 a 5, quanto pior a autoavaliação, pior a nota atribuída.
Os resultados dessas questões foram interpretados como o proposto pelos autores idealizadores
do instrumento (Fleck, 2000; WHOQOL, 2017).
Para a avaliação da MT, foram utilizados o teste de repetição de dígitos, ordem direta e
inversa, que avalia a MTAF; e o teste Blocos de Corsi, que avalia a MTVE. O teste de repetição
de dígitos, na ordem direta e inversa utilizado, foi o idealizado por Hage (2009). Nesta prova,
o avaliador fala uma sequência numérica e solicita sua repetição. Na primeira tarefa, o
participante da pesquisa deve repetir na ordem direta, ou seja, se o avaliador fala “5-6”, o
participante deve responder “5-6”. Na segunda tarefa, o participante deve repetir na ordem
inversa ao falado (deve dizer “6-5” para a sequência-estímulo “5-6”). São atribuídos dois pontos
para a repetição correta na primeira tentativa; um ponto quando ocorre o acerto na segunda
tentativa; e zero quando o participante não conseguir repetir corretamente na segunda tentativa.
O teste é interrompido após três erros consecutivos. Para a ordem direta, a pontuação máxima
obtida é de 28 pontos; e a mínima, de zero. Já na ordem indireta, a pontuação máxima possível
é de 24 pontos; e a mínimo zero (Grivol, & Hage, 2011; Hage, & Grivol, 2009).
Para avaliar a MTVE, foi utilizada uma tarefa semelhante à do teste tradicional
denominado como Blocos de Corsi, em que o pesquisador apontava uma sequência de
quadrados impressos numa folha-ofício e solicitava ao participante que apontasse os blocos na
ordem direta e na ordem inversa. Para cada bloco tocado na sequência correta, era atribuído um
ponto. A pontuação máxima possível foi de 28 pontos; e a mínima de zero. O teste era encerrado
após três sequências seguidas incorretas.
Os dados foram tabulados em planilha de Excel (pacote Microsoft® Office) para a
análise descritiva dos dados e processados pelo software gratuito Jamovi para análise estatística.
Para análise dos dados, foram realizadas análises descritivas (média e desvio-padrão) e
inferenciais dos resultados. Para verificação da normalidade da amostra, foi utilizado o teste de

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Smirnov komogorov e para a correlação dos resultados, o teste de correlação bivariada de


Spearman. Foi considerado o grau de significância de 5% (p valor< 0,05).

Resultados

Participaram do estudo 41 idosos, com perfil apresentado na Tabela 1. A Tabela 2


apresenta os resultados do questionário de qualidade de vida; e as Tabelas 3 e 4 o desempenho
nas provas de MT.

Tabela 1. Perfil sociodemográfico e de saúde dos participantes da pesquisa


N (%) Média (± DP)
Idade 41 sujeitos (100%) 68 (±5,6)
39 (95,1%) feminino
Sexo -
02 (4,9%) masculino
Sem alfabetização: 5 (12,1%)
2-4 anos de estudo: 11 (26,8%)
Escolaridade 7,1±4,3
4-8 anos de estudo:9 (21,9%)
>8 anos de estudo: 16 (39,0%)
Renda R$ 2.015,10
16(39%) casado
3(7,3%) divorciado
Estado civil* -
13(31,7%) viúvo
3(7,3%) solteiro
Atividade física ** 3,0±2,1
IMC 28,5±5,3
Presente - 25(61%)
Hipertensão Arterial -
Ausente - 16(39%)
Presente - 17(41,5%)
Diabetes -
Ausente - 24 (58,5%)
Nota: N = número; % = porcentagem de indivíduos; *alguns participantes não responderam; **frequência por
semana; IMC = índice de massa corporal

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Tabela 2. Frequência absoluta e relativa nas duas questões iniciais do questionário WHOQOL- breve

Questão 1- Como você avaliaria sua qualidade de vida?


Nem ruim, nem
Muito ruim Ruim Boa Muito boa
boa

0 (0%) 0 (0%) 13 (31,7%) 24 (58,5%) 4 (9,8%)

Questão 2- Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde?

Nem satisfeito
Muito insatisfeito Insatisfeito nem Satisfeito Muito satisfeito
insatisfeito

1 (2,4%) 4 (9,75%) 15 (36,6%) 17 (41,5%) 4 (9,75%)

Tabela 3. Desempenho dos idosos na tarefa de memória de trabalho alça fonológica na ordem direta e inversa
MTAF OD Maior sequência MTAF OI Maior sequência
OD OI
Média (± DP) 14,9 (±2,9) 5,3 (±0,8) 7,9 (±3,0) 3,5 (±1,1)
Mediana 15 5 8 3
Mínimo 9 4 0 0
Máximo 23 7 14 5
Nota: DP = Desvio-padrão; MTAF = Memória de Trabalho Alça Fonológica; OD = ordem direta e OI = ordem
inversa

Tabela 4. Desempenho dos idosos na tarefa de memória de trabalho visuoespacial na ordem direta e inversa.
MTVE OD Maior sequência MTVE OI Maior sequência
OD OI
Média (± DP) 21,4 (±3,9) 4,4 (±0,6) 14,3 (±4,8) 3,5 (±0,8)
Mediana 21 4 14 4
Mínimo 16 3 5 2
Máximo 28 5 25 5
Legenda: DP = Desvio-padrão; MTVE = Memória de Trabalho Visuoespacial; OD = ordem direta e OI = ordem
inversa

O teste de correlação bivariada de Spearman identificou correlação positiva e


significativa, de grau moderado, entre os resultados da MTVE e a questão 1 do questionário do
WHOQOL-breve. A tabela 5 apresenta os resultados estatísticos evidenciados:

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Tabela 5. Correlação entre o desempenho nas tarefas de Memória de Trabalho, autopercepção da


qualidade de vida e nível de satisfação com a saúde
MTAF OD MTAF OI MTVE OD MTVE OI
Autopercepção
da qualidade de r= 0,2; p= 0,20 r= 0,1; p= 0,40 r= 0,4; p= 0,02* r= 0,1; p= 0,40
vida (questão 1)
Satisfação com a
r= 0,3; p= 0,05* r= 0,0; p= 0,70 r= 0,2; p= 0,20 r= 0,1; p= 0,50
saúde (questão 2)
Nota: OD = Ordem Direta; OI = Ordem Indireta; MTAF= Memória de Trabalho Alça Fonológica; MTVE =
Memória de Trabalho Visuoespacial; r = coeficiente de correlação de Spearman; p = p-valor; * indicam valores
significativos

Discussão

O objetivo deste estudo foi relacionar o desempenho da MT com a autopercepção da


QV e de saúde em idosos, considerando-se que o processo de envelhecimento saudável traz
consigo modificações biológicas, fisiológicas e psicológicas estritamente relacionadas com as
condições de saúde (De Nardi et al., 2013; Grivol, & Hage, 2011; Mascarello, 2013) e com a
satisfação com a qualidade de vida (Paiva et al., 2016).
A maioria dos participantes era do gênero feminino (95,1%), com idade média de 68
anos (±5,6), perfil semelhante a de outros estudos que avaliaram a MT (Bourscheid, Mothes, &
Irigaray, 2016) e a qualidade de vida (Dawalibi, Goulart, & Prearo, 2014; Mira et al., 2019),
em idosos frequentadores de grupos de convivência. Estes resultados sugerem que o público
mais frequente nestes centros é constituído por mulheres idosas. Quanto à escolaridade, obteve-
se a média de 7,1 anos (±4,3) de estudo formal. A maioria dos participantes era casado (39%)
ou viúvos (31,7%) e viviam com uma renda familiar média de R$ 2.015,10 mensais. Resultados
semelhantes foram observados em outros estudos, em relação ao estado civil e à renda familiar
(Dawalibi, Goulart, & Prearo, 2014; Lima, Araujo, & Scttolin, 2016). No entanto, em relação
à variável escolaridade, os dados divergem dos encontrados por Lima, Araújo e Scattolin
(2016), em que a média encontrada foi de 17 anos de estudo; e por Bourscheid, Mothes e
Irigaray (2016), que encontram a média de 12,82 anos. A justificativa é a região geográfica em
que o estudo foi realizado (cidade de Aracaju, cenário do presente estudo, é localizada na região
nordeste do Brasil). Sabe-se que, nesta região, existe um menor grau de escolaridade na faixa
de idosos em relação a outras regiões do Brasil (IBGE, 2017), o que aponta para uma
desigualdade nas oportunidades de estudo entre as regiões do país.

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Estudos com idosos ativos com baixa escolaridade são essenciais pela forte associação
entre o desempenho cognitivo e a escolaridade. No Nordeste, 38,6% dos idosos não são
alfabetizados (IBGE, 2017), similarmente ao estudo de Silva et al. (2017), em que 33,3% não
eram alfabetizados; nesta pesquisa, a porcentagem encontrada foi de 12,1%. Nota-se, em várias
pesquisas, que a baixa escolaridade influencia negativamente na vida dos idosos, uma vez que
esta variável interfere no desempenho em provas de memória (Silva et al., 2014), na autonomia
e na qualidade de vida dos sujeitos idosos (Paiva et al., 2016).
Na presente pesquisa, as doenças preexistentes mais incidentes foram a Hipertensão
Arterial Sistêmica (61%), seguida de Diabetes (41,5%). Dados estes que corroboram os achados
de Lima, Araujo e Scattolin (2016). Diante desse resultado, percebe-se que comumente são
encontradas doenças crônicas não transmissíveis nesta população, devendo os profissionais de
saúde estarem em alerta com relação aos agravos provocados por estas comorbidades, buscando
estratégias para promover a saúde integral dos idosos. A presença de comorbidades crônicas,
como a Diabetes Mellitus tipo 2, associada à hiperglicemia, constitui um fator de maior
complexidade que interfere no desempenho cognitivo, como a memória, orientação e atenção
(Ferreira et al., 2014), reduzindo a satisfação com a qualidade de vida, na presença de
hipertensão arterial sistêmica (Paiva et al., 2016) e diabetes (Santos, Campos, & Flor, 2019).
Os participantes da presente pesquisa referiram realizar atividade física em média três
(±2,1) vezes na semana, frequência superior à encontrada em outro estudo (Camões et al.,
2016). Este achado certamente contribuiu para o bom desempenho nas provas de MT utilizados
nesta pesquisa, considerando-se que pesquisas vêm relatando os benefícios agudos e crônicos
do exercício físico sobre o desempenho cognitivo. Sendo que de forma aguda a melhora é,
provavelmente, decorrente do aumento do fluxo sanguíneo cerebral com um consequente
aumento do aporte de nutrientes, assim como por um aumento na atividade de
neurotransmissores. Enquanto que, cronicamente, hipotetiza-se que a atividade física seja capaz
de promover adaptações em estruturas cerebrais e na plasticidade sináptica que culminariam
com melhoras no desempenho cognitivo (Merege Filho et al., 2014).
A respeito da autoavaliação da percepção da qualidade de vida nos idosos desta
pesquisa, identificou-se que 68,3% relataram ser “boa ou muito boa”. Tal resultado vai ao
encontro aos achados de Santos et al. (2015), os quais relataram que a maioria dos idosos
classificaram a qualidade de vida como “boa ou muito boa”. Já em relação à satisfação com a
saúde, nesta amostra, 41,5% dos participantes responderam que estão “satisfeitos”.

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A presente pesquisa diverge dos resultados encontrados em um estudo conduzido por


Santos e colaboradores (2015), em que a maioria dos idosos se mostraram “insatisfeitos”. No
entanto, corrobora parcialmente outros estudos, em que a satisfação com a saúde em sua maioria
foi “regular”, seguida de “boa” (Freitas et al., 2016; Paiva et al., 2016). Na presente pesquisa,
a grande maioria dos idosos classificou sua qualidade de vida e de saúde como “satisfatórias”,
e hipotetiza-se que por ser um grupo fisicamente ativo e integrantes de espaços de socialização,
estas variáveis auxiliem em hábitos de vida mais saudáveis e consequentemente em melhores
percepções na senescência quanto a estes aspectos, o que concorda com diversos estudos com
idosos ativos (Braz, Zaia, & Bittar, 2015; China, et al. 2021; Gonçalves, et al., 2014).
Neste estudo, os idosos apresentaram maior número de acertos na repetição de dígitos
na ordem direta, bem como o maior número de sequências na avaliação de MTVE memorizadas
corretamente também na ordem direta. Tais achados são semelhantes a estudos com MT em
idosos comunitários (Grivol, & Hage, 2011) e adultos hospitalizados (Silva et al., 2017). A
maior dificuldade na repetição de números na ordem inversa é justificada pelo fato de a função
executiva precisar ser recrutada (Banhato, & Nascimento, 2007; Jurado, & Roselli, 2007), pois
exige, além da memória auditiva, uma habilidade mais complexa cognitiva, com recrutamento
de habilidades de armazenamento e também de processamento da informação (Salles, et al.,
2017).
Observou-se correlação positiva e significativa, de grau moderado, entre os resultados
da MTVE e a autopercepção da QV e de grau leve entre a MTAF e a satisfação com a saúde.
Estes resultados são justificados pelo fato de que um bom desempenho na MT está intimamente
relacionado à maior autonomia e independência, influenciando positivamente na QV. Cabe
ressaltar que manter a autonomia e independência dos idosos contribui para o autocuidado e
manutenção da saúde (Morando, 2017).
A autopercepção da saúde caracteriza-se como o reconhecimento por parte de uma
pessoa sobre seu estado de saúde, sendo este processo influenciado pela sua própria cognição,
o que justifica os resultados encontrados. O idoso apresenta um contexto que enquadra diversos
fatores que podem influenciar nessa autopercepção da saúde, associadas a questões culturais e
ambientais (Lima-Costa, Firmo, & Uchoa, 2004; Lima-Costa, et al., 2007). Estudos futuros
com uma amostra maior, e com perfil diferente de idosos, são necessários, para que possamos
verificar as especificidades da relação entre a memória de trabalho e aspectos da qualidade de
vida e saúde na velhice.

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Em síntese, os resultados aqui expostos reforçam a necessidade de ampliar a


compreensão a respeitos dos fatores que podem influenciar na autonomia e independência da
parcela longeva da população, sendo de relevância a avaliação da MT e a autopercepção da
qualidade de vida como indicadores de saúde, e para que subsidiem decisões acerca dos fatores
que as estão impactando.

Conclusão

O presente trabalho conclui, para a amostra estudada, que o desempenho na Memória


de Trabalho, referente ao subcomponente Visuoespacial e Alça fonológica, apresentou-se
relacionado à autopercepção de qualidade de vida e à satisfação com a saúde, respectivamente.
Como limitação deste estudo, e visando a uma maior elucidação dos fatores envolvidos no
desempenho das habilidades de MT em idosos, e sua relação com a qualidade de vida, são
necessários novos estudos, comparando esta relação entre idosos frequentadores e não
frequentadores de Centros de Convivência.

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Kelly Silva - Graduação em Fonoaudiologia. Mestre em Ciências, programa de


Psicobiologia, Universidade de São Paulo, USP. Doutora em Ciências, programa de
Psicobiologia da Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Fonoaudiologia
da Universidade Federal de Sergipe (UFS), do campus Prof. Antônio Garcia Filho-
Lagarto; e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde (PPGCAS) da
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ORCID iD: http://orcid.org/0000-0001-5105-0540
E-mail: [email protected]

Rafaela Fonseca de Oliveira - Graduação em Fonoaudiologia, Universidade Federal de


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E-mail: [email protected]

Josilene Luciene Duarte - Fonoaudióloga, Faculdade de Odontologia de Bauru da


Universidade de São Paulo. Mestre em Fonoaudiologia, Faculdade de Odontologia de
Bauru da Universidade de São Paulo. Doutora em Biologia Oral (sub-área Bioquímica),
Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. Docente do curso de
Fonoaudiologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS campus Lagarto), Lagarto,
Sergipe, Brasil.
ORCID iD: http://orcid.org/0000-0001-5177-1030
E-mail: [email protected]

Rodrigo Dornelas - Graduação em Fonoaudiologia. Mestre em Saúde Coletiva,


Universidade de Brasília. Doutor em Fonoaudiologia na PUC-SP. Docente no
Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
ORCID iD: http://orcid.org/0000-0002-9710-5751
E-mail: [email protected]

Silva, K., Oliveira, R. F., Duarte, J. L., Dornelas, R., Zuanetti, P. A., Cruz, P. J. A., & Granzotti, R. B. G. (2021). Influência da memória
de trabalho na qualidade de vida de idosos ativos. Revista Kairós-Gerontologia, 24(1), 547-563. ISSprint 1516-2567.
ISSNe 2176-901X. São Paulo, SP, Brasil: FACHS/NEPE/PUC-SP
Influência da memória de trabalho na qualidade de vida de idosos ativos 563

Patrícia Aparecida Zuanetti - Graduação em Fonoaudiologia, Universidade de São


Paulo. Mestre, FMRP-USP. Doutora, programa de Psicobiologia da FFCLRP-USP. Foi
docente temporária do curso de Fonoaudiologia da FMRP-USP. Atualmente é
Fonoaudióloga contratada do HCFMRP-USP, atuando junto a equipes multiprofissionais.
ORCID iD: http://orcid.org/0000-0002-9847-2246
E-mail: [email protected]

Pablo Jordão Alcântara Cruz - Graduação em Fonoaudiologia, Universidade Federal de


Sergipe - Campus Prof. Antônio Garcia Filho (Lagarto). Mestre em Ciências Aplicadas à
Saúde, Universidade Federal de Sergipe. Atualmente é docente substituto no
Departamento de Fonoaudiologia de Lagarto, na Universidade Federal de Sergipe,
Lagarto, Sergipe, Brasil.
ORCID iD: http://orcid.org/0000-0002-0235-692X
E-mail: [email protected]

Raphaela Barroso Guedes Granzotti - Fonoaudióloga, com Aperfeiçoamento em


Linguagem Infantil, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-
USP. Mestrado e Doutorado em Neurociências, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-
USP. Especialista em Linguagem, Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Atualmente é
Professora Adjunto IV e tutora titular do Programa de Residência Multiprofissional em
Atenção Hospitalar à Saúde da Universidade Federal de Sergipe. Líder do grupo de
pesquisa do CNPq, Núcleo de Estudos em Fonoaudiologia e Neurociências.
ORCID iD: http://orcid.org/0000-0002-9064-439X
E-mail: [email protected]

Silva, K., Oliveira, R. F., Duarte, J. L., Dornelas, R., Zuanetti, P. A., Cruz, P. J. A., & Granzotti, R. B. G. (2021). Influência da memória
de trabalho na qualidade de vida de idosos ativos. Revista Kairós-Gerontologia, 24(1), 547-563. ISSprint 1516-2567.
ISSNe 2176-901X. São Paulo, SP, Brasil: FACHS/NEPE/PUC-SP

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