Divorcio Litigioso Modelo

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO DA VARA DE

FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE CALDAS NOVAS-GO

FULANO DE TAL, brasileira, casada, manicure, portador do


documento de identificação sob o registro geral nº ---------, inscrito no CPF n.º
---------, residente e domiciliado à Rua -----------------------, Caldas Novas/GO, CEP:
75.690-000 vem através de sua procuradora “in fine” assinado (mandato em
anexo), com o devido respeito e acatamento perante Vossa Excelência, com
fulcro no artigo 226, §6º da Constituição Federal, propor:

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C ALIMENTOS, REGULAMENTAÇÃO


DE VISITAS E GUARDA E RESPONSABILIDADE

Em face de FULANO DE TAL, brasileira, casada, manicure, portador do


documento de identificação sob o registro geral nº ---------, inscrito no CPF n.º
---------, residente e domiciliado à Rua -----------------------, Caldas Novas/GO, CEP:
75.690-000, pelos motivos de fato e de direito a seguir delineados:

INICIALMENTE – JUSTIÇA GRATUITA – LEI 1.060/50

Requer de Vossa Excelência, que sejam concedidos os


benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, com fulcro no art. 4º na lei 1060/50,
que determina:
Artigo 4.º: “A parte gozará dos benefícios da assistência
judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial,
de que não está em condições de pagar às custas do processo
e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua
família."

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Avenida C, s/nº, Itaguaí III, Edifício Fórum local, Caldas Novas – GO, CEP: 75.690-000 –
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O requerente, por não ter condições de arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios e demais emolumentos, sem prejuízo do
próprio sustento e bem como de sua família, conforme declaração em anexo, faz
jus ao benefício.

DOS FATOS

A requerente, conforme certidão de casamento incluso casou-se


com o requerido na cidade de Marzagão/GO, aos 12 dias do mês de dezembro de
2013, pelo Regime da Comunhão de Comunhão Parcial de Bens, junto ao
Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais e tabelionato de notas da
comarca Marzagão/GO.
Ocorre que o casal manteve a união por aproximadamente 02
(dois) anos e 07 (sete) meses e logo após se separaram percebendo que não
possuíam mais condições em manter o matrimônio.
Declara a requerente, que não há mais possibilidade de
reconciliação, estando hoje separados de fato, com vidas distintas, e que, por
motivos de ordem pessoal, decidiram pôr um fim ao relacionamento, embora
legalmente casados, não dispõem de vida comum.
Na constância do casamento, a requerente declara que da união
matrimonial adveio o nascimento do menor -----------------, atualmente com 01 (um)
ano e 09(nove) meses.
Registra-se que o casal não adquiriu bens suscetíveis à partilha,
bem como não possuem dívidas em comum.
Para tanto, faz-se necessária a presente ação, tendo em vista
que, já inexiste qualquer vínculo do Requerente com o Requerido há
aproximadamente 1 (um) mês, estando o Requerente impossibilitado de ter
acesso ao mesmo para que providenciasse o divórcio de forma consensual, e,
como também está impossibilitado de contrair novo matrimônio.

DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

O dever de sustento está perfeitamente caracterizado, pois o


requerido é o pai do Requerente, conforme cópia de Certidão de Nascimento
anexa.
Os alimentos provisórios são arbitrados pelo Juiz, sem ouvir o
Requerido, no despacho inicial, havendo prova pré-constituída do parentesco.
Os pressupostos da obrigação do alimentante sobre o filho menor
estão presentes no caso em epígrafe, assim como nos ensina a renomada, Maria
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Helena Diniz, em sua obra “Curso de Direito Civil Brasileiro”, 5º Volume, página
317, 10ª Edição, Editora Saraiva:

Segundo Orlando Gomes, Alimentos são prestações parasatisfação das


necessidades vitais de quem não podeprovê-las por si. Compreende o
que é imprescindível àvida da pessoa como alimentação, vestuário,
habitação, tratamentomédico, diversões e, se a pessoa alimentada for
menor de idade, ainda verbas para sua instrução e educação.

Comprovada a paternidade, justa é a fixação de ALIMENTOS


PROVISÓRIOS, em virtude de a genitora do requerente não saber a renda do
requerido, requer até que o mesmo comprove, seja fixado o valor equivalente a
30% do salário mínimo vigente.

DA GUARDA E REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

A genitora do Requerente, atualmente se encontra com a guarda


fática do filho, e deseja sem nenhuma possibilidade de negociação ou acordo com
termos diferenciados ter a guarda regulamentada.
Quanto às visitas, a mãe do requerente impõe sobre as visitas
alternadas, valendo-se livres à escolha mais correta sobre o desenvolvimento do
menor em relação ao contato com o genitor e a genitora desde que não atrapalhe
o desenvolvimento escolar, modo este que o próprio genitor não disponibiliza a
requerente do menor possa ter contato com ele, sendo assim, afastando o
desenvolvimento saudável da criança.

DOS FUNDAMENTOS

Recentemente foi publicada a "PEC do Divórcio", a qual originou a


Emenda Constitucional nº 66/2010, que alterou o artigo 226, § 6º, da Constituição
Federal, passado a vigorar com a seguinte redação, in verbis:

Art. 226, § 6º - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.


(Redação dada pela EC nº 66, de 2010).

Portanto, através do atual texto, o requerente deseja se divorciar,


sendo que já não mais necessita cumprir o iter prévio da separação judicial por
mais de um ano ou de comprovar a separação de fato por mais de dois anos,
como previa a Constituição.

Frise-se que a jurisprudência pátria não mais exige a


comprovação do lapso temporal para decretação do divórcio, senão vejamos:

DIVÓRCIO. REQUISITOS: PROVA DA SEPARAÇÃO DE FATO DO CASAL


HÁ MAIS DE DOIS ANOS. DESNECESSIDADE. ART. 226, § 6. § DA CF.
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NOVA REDAÇÃO DADA PELA EC Nº 66/2010. Para a concessão do divórcio
direto não há mais a necessidade da comprovação da separação de fato do
casal há mais de 02 (dois) anos. Inteligência da nova redação do § 6. º do art.
226, da Constituição Federal, dada pela EC n. º 66/2010. (TJMG; APCV
2909347-80.2009.8.13.0313; Ipatinga; Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Silas
Rodrigues Vieira; Julg. 02/09/2010; DJEMG 23/09/2010).

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIVÓRCIO DIRETO. Requisito recepcionado pelo


art. 226, §6º, da CR/88, com nova redação dada pela EC nº 66 de 2010.
Possibilidade. Divórcio. Cabimento. Desnecessidade de comprovação do
decurso temporal. Recurso a que se dá provimento". (TJMG; APCV 1106178-
28.2006.8.13.0027; Betim; Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Roney Oliveira;
Julg. 17/08/2010; DJEMG 22/09/2010).

Afastadas tais exigências, porque extirpadas do texto do


parágrafo sexto, do artigo 226, da Constituição Federal de 1988, restam
incoerentes as normas inferiores que as conservam, e essa desconformidade
conduz à sua inevitável revogação, devendo o presente pedido de divórcio ser
acatado.

Nos termos do Código Civil brasileiro, podem os parentes, os


cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem
para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender
às necessidades de sua educação (CC, art. 1.694).
O mesmo diploma legal dispõe ainda que são devidos os
alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover,
pelo seu trabalho, a própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode
fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento (CC, art. 1.695).
Dispõe o Código Civil em seu artigo 1.696 que:

Art. 1.696: O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e


filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos
mais próximos em graus, uns na falta dos outros.

Como bem observa Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona


Filho em sua obra “Novo Curso de Direito Civil”, volume VI – Direito de Família,
página 675, Editora Saraiva, 1ª edição – jan. 2011:

A fixação de alimentos não é um “bilhete premiado de loteria” para o


alimentando (credor), nem uma “punição” para o alimentante (devedor),
mas, sim, uma justa composição entre a necessidade de quem pede e
o recurso de quem paga.

A representante do Requerente detém-se no binômio


necessidade/possibilidade, ou seja, não está pleiteando nada mais do que o
Requerente necessita, mas respeitando as condições financeiras do Requerido.
Este respeito se deve ao fato de que a mãe do Requerente preza o equilíbrio
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entre essas forças contrárias, apenas para que se faça justiça, adequando seu
pedido de prestação alimentar ao quadro real vivido por todos os envolvidos nesta
ação.

Isto posto, requer que se digne Vossa Excelência:

a) A concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA ao Requerente, por


ser pessoa carente, nos termos da Lei 1.060/50 e alterações posteriores e de
conformidade com as declarações de pobreza em anexo.
b) Sejam fixados LIMINARMENTE os alimentos provisórios (Art. 4º da Lei de
Alimentos), no valor de 30% do salário mínimo vigente, equivalente a R$
------------- (duzentos e sessenta e quatro reais, quantia essa a ser entregue em
mãos da representante legal do menor, em conta a ser aberta para este fim por
ordem judicial, bem como a concessão da GUARDA PROVISÓRIA em favor da
genitora do requerente;
c) A citação do Requerido, realizada por oficial de justiça, no endereço:
-----------------------, para que compareça em audiência de conciliação ou de
mediação, para tentativa de composição da lide, nos termos do artigo 334, inciso
VII, do Código de Processo Civil;
d) Seja julgado totalmente procedente os pedidos contidos na presente, com
a condenação do Requerido ao pagamento de alimentos ao filho, em caráter
definitivo, em quantia não inferior ao equivalente a 01 (um) salário mínimo vigente
à época do pagamento, a ser pago da mesma forma dos alimentos provisórios,
juntamente com 50% (cinquenta por cento) das despesas extras da filho como:
farmacêuticas, odontológicas, médicas e material escolar; seja reconhecida a
guarda definitiva da genitora em favor do requerente e fixada por Vossa
Excelência a regulamentação das visitas, em conformidade com o exposto nos
fatos da presente peça;
e) Julgar procedente o presente pedido, para decretar a extinção do vínculo
matrimonial através de sentença, que, após o trânsito em julgado da r. sentença,
seja determinada a expedição do competente mandado de averbação do
divórcio, à margem do Registro de Casamento do casal. Com base na legislação
vigente, decretando o DIVÓRCIO;
A oportunidade para demonstrar todo o alegado por todos os
meios de prova em direito admitidas, oitiva de testemunhas e as quais
necessárias for.

Dá-se à causa o valor de R$ 10.560,00 (dez mil, quinhentos e


sessenta reais), para os fins de direito.

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Termos em que, aguarda deferimento.

Caldas Novas, 08 de julho de 2016.

Juliene Neves de Freitas Galvão Gonzaga


OAB/GO 36.611

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