Sistema de Controle Part 2
Sistema de Controle Part 2
Sistema de Controle Part 2
Resumo: Sistemas de controle é uma das disciplinas mais promissoras, importante e relati-
vamente complexa no ensino de engenharia, sendo constantemente aplicada em equipamen-
tos mecânicos, eletrônicos, processos industriais e outras áreas, fazendo que o engenheiro
necessite de um sólido conhecimento teórico e vivência prática. Este trabalho mostra o de-
senvolvimento que está sendo feito para o ensino de sistemas de controle sustentado por apli-
cações reais em práticas laboratoriais, para permitir um aprendizado consistente e motiva-
dor ao aluno. Mostraremos aplicações reais que utilizam uma grande parte de modelos teóri-
cos encontrados na literatura de controle, como o sistema massa mola e amortecedor e tam-
bém sistemas de controle avançado com aplicações em um levitador magnético. Estas aplica-
ções podem ajudar a fixar os conceitos teóricos de sistemas de controle, como por exemplo o
uso de técnicas de controle como processamento de sinais e uso de controladores digitais
PID para obtenção de uma determinada resposta de sistema desejada. Os sistemas de contro-
le são modelados no domínio da freqüência e no domínio do tempo com o uso de espaço de
estados.
1. INTRODUÇÃO
Sistemas de Controle fazem parte do nosso dia à dia e estão ao nosso redor em muitas a-
plicações que proporcionam uma melhor qualidade de vida. Um sistema de controle é forma-
do por subsistemas e plantas (ou processos), que devem corresponder com alguma resposta
real para uma determinada entrada desejada por nós.
O objetivo de um sistema de controle é proporcionar uma resposta adequada para uma sa-
ída de uma planta.
Ultimamente os sistemas de controle se apresentam no nosso meio de forma simples co-
mo por exemplo um termostato até formas complexas como veículos pilotados automatica-
mente. Isto é possível devido o avanço tecnológico dos subsistemas que são integráveis alia-
do ao processamento de sinais com o uso de processadores digitais de sinais (DSP).
Os benefícios dos sistemas de controle são resumidos em quatro razões.
A primeira razão é a amplificação de potência, a segunda razão é o controle remoto, a
terceira razão é a facilidade de uso da forma de entrada onde uma grandeza física pode estar
representando uma outra grandeza física, como por exemplo a entrada de um sistema é a posi-
ção de um sensor que representa uma determinada temperatura, a quarta razão é compensação
de perturbações existentes no mundo real (NISE, 2002).
Para o ensino de sistemas de controle, necessita-se do conhecimento de equações diferen-
ciais que representam sistemas com uma entrada e uma saída até sistemas com múltiplas en-
tradas e múltiplas saídas, sendo feito o uso de sistemas por espaço de estados.
A dificuldade de modelar tal sistema de controle que é parcialmente complexa, pode ser
feita no domínio do tempo (espaço de estados) ou no domínio da freqüência, sendo esta últi-
ma apropriada para a questão da solução de sistemas por Laplace, evitando diretamente a so-
lução das equações diferenciais, e abordada inicialmente no ensino de sistemas de controle.
Cabe ao engenheiro de sistemas usar os conhecimentos para associar os diversos subsis-
temas existentes no mundo real de modo a projetar os sistemas de controle. Isto só é possível
com o uso de muitos conceitos de física, cálculo, análise de sistemas lineares e processamento
de sinais aplicados. Isto pode gerar dificuldades para o aluno, podendo gerar desmotivação.
Este trabalho mostra uma abordagem de ensino no qual a prática de sistemas de controle
é importante, não sendo só simulada por ferramentas computacionais, mas mostrando respos-
tas reais, que em geral são diferentes das respostas calculadas devido a não existências de
variações nos sistemas computacionais, como por exemplo o envelhecimento dos componen-
tes e a ausência de ruídos ou perturbações. (KRAUS, 1991)
Segue nas próximas seções os conceitos de sistemas de controle necessários para o mode-
lamento e análise, seguido de aplicações reais e conclusão de maneira resumida tratadas no
curso de Engenharia Elétrica na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).
A posição da massa, indicada por x(t ) neste caso obedece a seguinte equação diferencial
mostrada abaixo.
H (s ) =
1
(2)
Ms + fvs + k
2
H (s ) =
X (s)
(3)
F (s)
x(t ) =
x (0 )
1−ξ 2
(
e −ξω nt sin ω n 1 − ξ 2 t + θ ) (4)
ω n2
H (s ) = 2 (5)
s + 2ζω n + ω n2
Desta forma, a taxa de amortecimento reflete o nível de amortecimento como uma fração
do amortecimento crítico em que os pólos tornam-se reais.
Em coordenadas retangulares s = −σ ± jω d .
Quando ζ = 0 não temos amortecimento, θ = 0 e a freqüência natural amortecida
ω d = ω n é igual à freqüência natural sem amortecimento.
A antitransformada de Laplace de (9) fornece a resposta impulsiva
ωn
h(t ) = e −σt (sinω d t )u (t ) (9)
1−ζ 2
A figura 3 a seguir mostra h(t ) para diversos valores de ζ tendo sido o tempo normali-
zado em relação à freqüência natural não amortecida ω n .
Note que a freqüência real ω d decai suavemente conforme a taxa de amortecimento cres-
ce, e também que para amortecimentos muito pequenos a resposta é oscilatória enquanto que
para grandes amortecimentos ( ζ )a resposta não mostra oscilação.
Figura 3 – Respostas impulsivas subamortecidas de um sistema de ordem dois
(DORF).
Algumas destas respostas estão mostradas também na figura a seguir para mostrar quali-
tativamente como a mudança nos locais dos pólos no plano-s afeta as respostas impulsivas.
M O (ω )
M (ω ) = φ (ω ) = φ O (ω ) − φ i (ω )
M I (ω )
(10)
As disciplinas de Controle I (7º semestre) e controle II (8º semestre), tratam destes con-
ceitos mostrados anteriormente no curso de Engenharia Elétrica da UPM.
As práticas laboratoriais, em Controle Digital estão disponíveis seis conjuntos de siste-
mas de controle baseados em plataforma computacional da ECP Systems incluindo industrial,
sistema retilíneo, sistema torcional, pêndulo invertido, levitador magnético e giroscópio (ECP,
1999).
Neste trabalho será mostrado aplicações de sistemas massa mola amortecedor e levitador
magnético.
3. PRÁTICAS REAIS COM SISTEMA DE LEVITAÇÃO MAGNÉTICA
O levitador magnético é composto por duas bobinas, uma inferior e outra superior que ge-
ram um campo magnético pela passagem de uma corrente. Essas bobinas interagem através
do campo com um ou dois discos magnéticos que se deslocam em uma barra de vidro que
serve como guia. Variando-se a magnitude da corrente na bobina inferior, pode-se controlar a
posição do magneto inferior fazendo-o levitar através de uma força magnética repulsiva. Si-
milarmente, o magneto superior é posicionado através de uma força magnética de atração,
adotando-se um valor adequado de corrente na bobina superior. Com a proximidade dos dis-
cos surge também interação magnética (força de repulsão) entre os dois magnetos. Dois sen-
sores ópticos baseados em sensores de laser são utilizados para medir a posição dos magnetos.
Upper
support arm
Ruler clamp Glass rod clamp
screw (2 pl.) screw (2 pl.)
Protective
coil cover 0 1 4
Precision glass 4 1 0
8
7
6
height uler
9 5
1 1 3
conditioning
electronics Connector Magnet
Lower
support Storage
arm
4
Ts = Ts = 0,062 s (11)
δωn
π
Tp = Tp = 0,248 s (12)
ωn 1 − δ 2
4 π
= (13)
δ .0,248 0,062. 1 − δ 2
δ = 0,3033 (14)
4
0,248 = (15)
0,3033.ωn
ωn = 53,176 rad/s (16)
Portanto temos:
ωn 2 2827,68 (16)
f .t.M .F . = =
s 2 + 2δω n s + ω n
2
s + 32,22 s + 2827,68
2
G (s) 2827,68
f .t.M .F . = = 2 (17)
1 + G ( s ).H ( s ) s + 32,22 s + 2827,68
G ( s) 2827,68
= 2 (18)
1 + G ( s ).1 s + 32,22 s + 2827,68
2827,68
f .t.M . A. = G ( s ) = (19)
s + 32,22s
2
O modelo do sistema pode ser representado de várias formas equivalentes, como mostra-
dos nas equações abaixo (Ogata, 2003)
⎡ 0 1 ⎤ ⎡0⎤
⎡ x& (t )⎤ ⎢ ⎥ ⎡ x(t )⎤ ⎢ ⎥
⎢ v&(t ) ⎥ = ⎢ − k ⎥ + ⎢ ⎥ u (t )
− fv ⎥ ⎢⎣ v(t ) ⎥⎦ ⎢ 1 ⎥
(22)
⎣ ⎦ ⎢
⎣⎢ M M ⎦⎥ ⎣⎢ M ⎦⎥
5. CONCLUSÕES
O curso de controle apresentou bons resultados verificados pela análise das notas dos a-
lunos e pelos relatórios dos experimentos feitos, onde vários alunos mostraram disposição
para realizar as experiências e desenvolver seu próprio sistemas de controle.
Esta abordagem de ensino assegurou aos alunos um forte conceito da teoria verificado pe-
las notas e também de vivência prática verificada pelos desenvolvimentos práticos de siste-
mas de controle. Acreditamos que este bom desempenho seja devido ao fato do aluno apre-
sentar interesse por sistemas de controle reais, com aplicações interessantes como é o caso do
levitador magnético. Com esta metodologia adotada onde o aluno verifica de modo real o
efeito do seu sistema de controle implementado e corrigi os eventuais erros, acreditamos me-
lhorar o perfil do futuro engenheiro, formando um profissional mais preparado para o merca-
do de trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
-ECP EDUCATIONAL CONTROL PRODUCTS. Manuals for Model 205/205a, 220, 730
and 750, 1999.
-DORF, R.C. Sistemas de Controle Modernos. 8ª edição, LTC, 2001.
-KRAUS JR. W., FARINES J.M., BRUCIAPAGLIA A.H., J.E. N RICO, CURY J.E.R.; "An
Experiment in the Use of a Virtual Laboratory in Control Theory Teaching"; Advances
in Control Education Conference, pp. 50-55, Boston(MA)-USA, 24-25 June 1991.
-NISE, N. S. Control Systems Engineering. Reading: John Wiley & Sons, 2000.
-OPPENHEIM, A. V.; SCHAFER, R. W.; BUCK, J. R. Discrete-time signal processing.
New Jersey: Prentice Hall, 1998.
-OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 4ª edição, Prentice-Hall do Brasil, 2003.
EDUCATION OF CONTROL SYSTEMS USING REAL APPLICATIONS
IN ELECTRIC ENGINEERING
Abstract: Systems of control are one of discipline them more promising, important and rela-
tively complex in the education of engineering, being constantly applied in mechanical, elec-
tronic equipment, industrial processes and other areas, making that the engineer needs a
solid theoretical knowledge and practical experience. This work shows the development that
is being made for the education of systems of control supported for real applications in prac-
tical laboratoriais, to allow to a consistent learning and motivate-pain to the pupil. We will
show real applications that use a great part of found theoretical models in the control litera-
ture, as the system mass spring and shock absorber and also systems of advanced control with
applications in a magnetic levitated. These applications can help to fix the theoretical con-
cepts of control systems, as for example the use of control techniques as processing of signals
and use of digital controllers PID for attainment of one determined desired reply of system.
The control systems are shaped in the domain of the frequency and the domain of the time
with the use of space of states.