Resumo Das Aulas

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• Fisiologia renal e COVID-19

Ana Cristina Simões e Silva


O SARS-CoV-2 é um vírus de RNA que possui a proteína S, responsável por sua
ligação ao receptor, a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2). Após a
ligação, ocorre redução na expressão de ECA2, aumentando Angiotensina II e
reduzindo Angiotensina-(1-7). A COVID-19 pode causar injúria renal aguda (IRA)
por diversos mecanismos. A maioria dos pacientes submetidos à biópsia renal
apresentou necrose tubular aguda. A IRA é mais comum nos casos em UTI e se
associa à maior mortalidade por COVID-19.

• Disfunção Mitocondrial e Doença Renal Diabética: Lições para o Clínico


André de Sousa Alvarenga
O ambiente metabólico do DM, caracterizado por hiperglicemia, elevação de
ác. graxos e citocinas inflamatórias, gera aumento do trabalho renal, altera a
disponibilidade de substratos energéticos e aumenta a produção de ROS e AGEs,
causadores de lesão estrutural e de redução da eficiência energética
mitocondrial. No parênquima renal, a disfunção mitocondrial potencializa os
efeitos da hipóxia, levando à morte celular, inflamação e fibrose.

• Melhores Práticas de Gestão Assistencial


André L. Pimentel
RESUMO: Boas Práticas (BP) lidam com diagnóstico do negócio e mapeamento
de processos de serviços com a compilação e estudos dos dados para
planejamento e soluções de problemas com consequente entrega de resultados
e a implementação de melhorias. No Brasil, existem várias Regulamentações para
as Unidades de Terapia Renal Substitutiva (UTRS), sendo para este escopo, a mais
importante é a que Estabelece Requisitos para Boas Práticas dos Serviços de
Diálise (2014) precedida pelo Programa Nacional de Segurança do Paciente
(2013). Um dos principais itens dessa Resolução trata das condições
organizacionais e nesse contexto determina que todos os serviços de diálise
devem elaborar e implantar um Plano de Segurança do Paciente próprio,
atendendo requisitos mínimos e mecanismos de avaliação e monitoramento de
processos da qualidade. Essas Boas Práticas (BP) têm por objetivos principais criar
uma cultura de segurança na organização; mapear e mitigar os riscos; alinhar
com os objetivos estratégicos; envolver todos os profissionais e assegurar bons
resultados para os pacientes e a organização à um custo razoável.
As Melhores Práticas são desenvolvidas na própria UTRS com as quais os
profissionais de saúde têm uma grande experiência, mas não são baseadas em
evidências e, portanto, nãos são adicionadas as diretrizes inter (nacionais).
Programas educacionais pré-diálise para melhorar a escolha da terapia renal
substitutiva; implantação de cateter para diálise peritoneal guiado por ultrassom;
gerenciamento de cateter de longa permanência em multicuidado; auditorias
internas para avaliação de desempenho; telemedicina e tele assistência pré-
diálise e no período inter-dialíticos são muitos dos exemplos de BP na literatura nos
últimos 20 anos.
Recentemente a Sociedade Brasileira de Nefrologia publicizou as
recomendações de BP às UTRS e diálise peritoneal em relação à pandemia do
novo coronavírus (COVID-19).
As BP são voltadas para a área assistencial e educação em pré-diálise e diálise, e
podem ser valiosas se associadas aos guidelines para sedimentar a tomada de
decisão compartilhada como contribuição nos cuidados planejados e
avançados ao paciente renal.
É importante criar uma Plataforma Brasileira de Boas Práticas para que as
experiências pudessem ser compartilhadas inspirando e apoiando profissionais a
mudar sua forma de trabalho onde segurança e risco são preponderantes e a
atenção centrada no paciente propõe alguma forma de valor; isso é
fundamental porque eficiência/eficácia em cenários de baixo financiamento
requer menos improvisação e mais criatividade e inovação.

• Nefrologia Intervencionista
Antonio Bedetti
O tratamento endovascular (TE) de acessos para hemodiálise (AH) teve inicio em
1981, utilizando cateter balão(CB) desenvolvido para angioplastia coronária.
Após 40 anos, a angioplastia por CB continua sendo essencial no TE das fistulas
(FAV) e prótese arteriovenosas (PAV). As diretrizes do KDOQI, consideram o TE.
Como de escolha para trombose e estenose maior que 50% com repercussão
em FAV e PAV bem como nos casos de doença oclusiva de veia centrais.
O TE da disfunção de AH apresenta elevadas taxas de sucesso na manutenção
da funcionalidade desses acessos de médio e longo prazo.
• Mercado e Saúde no setor de Diálise
Antônio Pescuma Jr.
A partir da liberalização do capital estrangeiro na Saúde engendrou-se uma
nova tendência no processo de acumulação de capital no complexo econômico
industrial da saúde, sobretudo nos níveis de atenção terciários e serviços de
Atendimento, Tratamento e Diagnóstico (SADT). Com o intuito de compreender
essa dinâmica, é importante analisar o processo de aquisições de clínicas de
Terapia Renal Substitutiva (TRS) pelas empresas de capital internacional no Brasil.
Para tanto, foi desenvolvido um percurso metodologico em duas etapas; a
primeira consisten na análise quantitativa-descritiva, de modalidade econômica,
da totalidade das empresas de capital internacional que atuam na produção de
insumos e tecnologias e nos serviços de assistência em TRS; a segunda
desenvolvida em uma análise qualitativa de entrevistas semi-estruturadas de
atores-chaves provenientes dos setores privado e público e sociedade civil
organizada. Portanto, o processo de avanço do capital internacional traz consigo
uma alteração qualitativa da organização, assistência e financiamento da TRS.
Podemos encontrar, especialmente nos casos dos serviços públicos e privados
complementares, uma tendência de reformulação à atenção integral e ao direito
universal à saúde.

• A pandemia nos centros de diálise: lições e desafios


Arlindo Ribeiro
A pandemia da covid 19 trouxe mudanças importantes no atendimento aos
pacientes que realizam terapia renal substitutiva, uma reflexão que aborda o
trabalho nos centros de diálise no enfrentamento a pandemia causada pelo
corona vírus , novas diretrizes relacionadas ao manejo clinico dos pacientes e
monitoramento do ambiente físico, organização do fluxo de atendimento para
todos os envolvidos, estabelecendo protocolos efetivos para manejo clinico dos
pacientes e ambiente físico, muitas lições foram apreendidas e grandes desafios
superados. Será abordado um leque de mudanças e adequações relevantes
realizadas a prevenção do nos centros de diálise, com ênfase em medidas
especificas para a prevenção do novo corona vírus alinhado as experiências do
trabalho diário, que foram imprescindíveis para a continuidade do tratamento
com segurança.
• Evolução da influência dos trials na prática de Nefrologia
Augusto Cesar Soares dos Santos Junior
Ao longo dos anos os ensaios clínicos foram peça fundamental para a produção
de evidências cientificas catalizadoras de inovações na área da nefrologia.
Somado a isto, os avanços tecnológicos recentes fizeram da nefrologia uma
especialidade vibrante, abrindo novos horizontes e possibilidades. Na palestra
“Evolução da influência dos trials na prática de Nefrologia” faremos uma viagem
no tempo, discutindo alguns marcos do passado e do presente, bem como
apresentando algumas perspectivas futuras.

• Abordagem nutricional aos pacientes em hemodiálise: desafios na prática


clínica
Fabiana de Faria Ghetti
Embora a hemodiálise aumente a sobrevida dos pacientes, este procedimento
está associado a complicações nutricionais, como desnutrição energético-
proteica, hiperfosfatemia, hipercalcêmica, hipervolemia e hipertensão. O
manejo dessas complicações constitui um dos principais desafios do nutricionista
na prática clínica. A orientação dietética individualizada, associada a avaliação
nutricional periódica, contribui para o sucesso da nutrição na hemodiálise.

• Doença Renal Crônica


Fabricio Augusto Marques Barbosa
Nesta palestra analisamos as evidências de novos caminhos para otimizarmos o
bloqueio do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona na DRC. Devemos
suspender o bloqueio quando a TFG estiver abaixo de 30mL/h? Há espaço para
a associação dos inibidores do SRAA em níveis diversos? Estudos recente
mostram novos potenciais benefícios do bloqueio do SRAA nas
complementopatias. Outras drogas, como os inibidores da SGLT2, também
interagem com SRAA, levando as perspectivas futuras para novos estudos.

• Gamapatia Monoclonal de significado Renal: manejo prático


Francisco Roberto Lello Santos
GMSR consiste na presença de uma imunoglobulina (Ig) monoclonal na urina,
plasma ou ambos. Porém, sem critérios para classifica-la como neoplasia. É uma
entidade pré-maligna que pode evoluir para DRC, não responde a
imunossupressão habitual e recorre no pós tx. A lesão renal decorre diretamente
da agressão desta Ig “nefrotóxica”, ou indiretamente pela microangioptia
trombótica ou depósito de C3. A biópsia renal é indicada em situações de
perda de função, hematuria/proteinúria ou disfunção tubular. Avaliação
hematológica, petscan, medula óssea, citogenética completam investigação.
O tratamento visa identificar o clone envolvido e suprimir a carga produzida de
Ig.

• Nefrologia e Acesso Vascular


Gerson Marques
O acesso vascular continua sendo o calcanhar de Aquiles da terapia
hemodialítica, Quase 60 anos se passaram desde a criação da primeira fístula
arteriovenosa por Cimino-Brescia e ainda enfrentamos grandes dificuldades para
lidar com o acesso vascular dos nossos pacientes. Historicamente o Nefrologista
desempenhava papel central no planejamento, criação e manutenção dos
acessos vasculares dos pacientes em hemodiálise. Nas últimas décadas este
cuidado foi sendo fragmentado e o nefrologista perdeu espaço neste campo
que é fundamental para assegurar maior sobrevida aos nossos pacientes. O
objetivo desta aula é chamar atenção do Nefrologista que este desempenhe
papel intervencionista e deixe de ser coadjuvante no campo do acesso
vascular.

• A doença renal crônica


Marcelo Mazza
A doença renal crônica (DRC) e a fibrilação atrial (FA) freqüentemente
coexistem, ampliando o risco de eventos cardiovasculares e mortalidade. Em
pacientes com DRC estágio 3 e FA não valvular, anticoagulantes orais diretos
(Ds) têm demonstrado, em comparação com os antagonistas da vitamina K
(AVK), eficácia igual ou maior na prevenção de acidente vascular cerebral e
embolia sistêmica e maior segurança. Escassos ensaios clínicos randomizados
existem sobre a eficácia e segurança de DOACs e VKA na DRC avançada. Por
outro lado, estudos observacionais sugerem que DOACs, em comparação com
a varfarina, estão associados a um menor risco de lesão renal aguda e geração
/ progressão de DRC. A presente apersentação tenta passar um panorama geral
sobre o uso de anticaogulantes na DRC , em seus varios estagios, discutindo e
comparando a utilização das drogas anticoagulantes mais utilizados na pratica
clinica discutindo alguns artigos mais recentes e metanalises que se debruçaram
sobre o tema, em especial, sobre os aspectos clínicos da associação de CKD e
FA, a evidência da eficácia e segurança da varfarina e ACODs em vários
estágios da CKD com FA, bem como a comparação entre varfarina e ACODs
em eficácia e segurança anticoagulante, e em seus efeitos renais com uma
breve discussão sobre o uso da hepaina e seus efeitos colaterais na DRC.

• Women in Nephrology
Maria Eugênia Canziani
O papel da mulher na Nefrologia foi abordado em duas publicações recentes
que mostram o baixo número de mulheres ocupando posições de destaque,
como por exemplo, a presidência de Sociedades de Nefrologia. O mesmo se
observa em nosso país. Discutiremos algumas das barreiras que as mulheres
enfrentam para evoluírem na carreira nessa área. A conscientização e o
empoderamento das mulheres estão mudando essa situação.

• Abordagem do Paciente Pediátrico Com Cólica Nefrética Clássica


Maria Goretti Moreira Guimarães Penido
A urolitíase tem prevalência crescente na população em geral. Resulta de vários
fatores: alimentação, herança, anormalidades metabólicas e iônicas urinárias,
drogas, etc. A cólica nefrética clássica, comum em adultos, é rara em pacientes
pediátricos. Sua abordagem pode diferir daquela do paciente adulto. Algumas
peculiaridades são muito importantes: quando internar, quais medicações utilizar,
como abordar a descida do cálculo e quanto tempo aguardar esta descida.
Esses conhecimentos são decisivos para melhor condução do paciente pediátrico
com cólica nefrética aguda.

• Nefrite Lúpica
Osvaldo Merege Vieira Neto
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune multissistêmica que
frequentemente provoca lesão renal. O envolvimento renal no LES é definido pela
presença de proteinúria persistente acima de 500 mg/dia e/ou pela presença de
hematúria e/ou leucocitúria e/ou cilindros celulares no sedimento urinário, na
ausência de outras causas de alterações urinárias (infecções urinárias, efeito de
drogas etc.).
Os pacientes com nefrite lúpica deverão receber hidroxicloroquina na dose de
5mg/Kg/dia (máximo de 400mg/dia) e ser tratados de acordo com o tipo de lesão
renal que apresentarem na biópsia renal, conforme a classificação da RPS/ISN,
Os pacientes com nefrite lúpica classes I e II não devem receber tratamento
específico para nefrite, devendo ser medicados apenas para controle da doença
de base. Uso de inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA) ou
bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA) deve ser feito se houver
proteinúria > 500mg/24 horas
Os pacientes com nefrite lúpica classes III e IV deverão receber tratamento de
acordo com os graus de atividade e cronicidade. Alto grau de cronicidade indica
mau prognóstico, e neste caso deverá ser avaliada a relação risco-benefício para
indicação de pulso terapia. Graus de atividade elevados indicam lesão aguda
com boa resposta. O tratamento inicial deve ser realizado com pulso de
corticosteroide IV seguido de dose imunossupressora oral com redução mensal
associado a ciclofosfamida em pulsos IV mensais por 6 a 12 meses ou micofenolato
(mofetil ou sódico) em dose plena. Outras imunobiológicas, como belimumabe ou
rituximabe, podem ser associadas. Após a indução da remissão, a manutenção
deve ser realizada por 2 a 3 anos com micofenolato ou azatioprina, associado a
baixa dose de corticosteroide.
Os pacientes com nefrite lúpica classe V (membranosa) com função renal normal
e proteinúria não nefrótica deverão receber tratamento apenas com as medidas
básicas como IECA ou BRA associados a estatina ou diurético se necessário e
imunossupressão para as manifestações extrarrenais. Pacientes com
glomerulonefrite membranosa pura e proteinúria nefrótica deverão receber
tratamento imunossupressor com corticosteroide associado a ciclofosfamida,
azatioprina, micofenolato, ciclosporina ou tacrolimus por 2 a 3 anos.

• Infecções e cateteres de diálise


Patricia Vasconcelos
Conforme as principais atualizações cientificas e pelos dados epidemiológicos
demonstramos a grande ocorrência de infecções decorrentes do uso do cateter
Venoso central em comparação com as outras técnicas, bem como os
principais.
Aspectos microbiológicos, patogênicos e as mais recentes considerações nessas
áreas.
Abordamos, ainda, as melhores práticas de manejo hoje adotadas, em níveis
preventivo e curativo, e ressaltamos a necessidade que este tema deva ser
sempre priorizado na Nefrologia.

• HAS
Rogério Baumgratz de Paula
Na presente apresentação serão discutidos suscintamente as últimas diretrizes
mundiais, e em particular a diretriz brasileira de 2020, com ênfase nas
recomendações para aferição pressórica dentro e fora do consultório; na
classificação e diagnóstico da hipertensão arterial (HA), parâmetros que sofreram
forte influência de estudos como o ACCORD e o SPRINT, entre outros. No contexto
da avaliação de risco do paciente com HA, vale destacar a importância desta
na geração de dano vascular e de rigidez arterial, condição importante para a
abordagem de hipertensos idosos. Por fim serão apresentados as metas para
diagnóstico e os esquemas terapêuticos propostos pelas atuais diretrizes.

• COVID E TRANSPLANTE RENAL


Tainá De Sanders
A apresentação resume os principais resultados das primeiras publicações frutos
do Registro Brasileiro de Covid-19 em receptores de transplante renal e está
dividida nos seguintes tópicos: susceptibilidade / demografia; quadro clínico e
laboratorial; manejo; e desfechos. Por fim, as perguntas ainda não respondidas
sobre esta infecção e sua interação com o transplante são apontadas.

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