Resumo Das Aulas
Resumo Das Aulas
Resumo Das Aulas
• Nefrologia Intervencionista
Antonio Bedetti
O tratamento endovascular (TE) de acessos para hemodiálise (AH) teve inicio em
1981, utilizando cateter balão(CB) desenvolvido para angioplastia coronária.
Após 40 anos, a angioplastia por CB continua sendo essencial no TE das fistulas
(FAV) e prótese arteriovenosas (PAV). As diretrizes do KDOQI, consideram o TE.
Como de escolha para trombose e estenose maior que 50% com repercussão
em FAV e PAV bem como nos casos de doença oclusiva de veia centrais.
O TE da disfunção de AH apresenta elevadas taxas de sucesso na manutenção
da funcionalidade desses acessos de médio e longo prazo.
• Mercado e Saúde no setor de Diálise
Antônio Pescuma Jr.
A partir da liberalização do capital estrangeiro na Saúde engendrou-se uma
nova tendência no processo de acumulação de capital no complexo econômico
industrial da saúde, sobretudo nos níveis de atenção terciários e serviços de
Atendimento, Tratamento e Diagnóstico (SADT). Com o intuito de compreender
essa dinâmica, é importante analisar o processo de aquisições de clínicas de
Terapia Renal Substitutiva (TRS) pelas empresas de capital internacional no Brasil.
Para tanto, foi desenvolvido um percurso metodologico em duas etapas; a
primeira consisten na análise quantitativa-descritiva, de modalidade econômica,
da totalidade das empresas de capital internacional que atuam na produção de
insumos e tecnologias e nos serviços de assistência em TRS; a segunda
desenvolvida em uma análise qualitativa de entrevistas semi-estruturadas de
atores-chaves provenientes dos setores privado e público e sociedade civil
organizada. Portanto, o processo de avanço do capital internacional traz consigo
uma alteração qualitativa da organização, assistência e financiamento da TRS.
Podemos encontrar, especialmente nos casos dos serviços públicos e privados
complementares, uma tendência de reformulação à atenção integral e ao direito
universal à saúde.
• Women in Nephrology
Maria Eugênia Canziani
O papel da mulher na Nefrologia foi abordado em duas publicações recentes
que mostram o baixo número de mulheres ocupando posições de destaque,
como por exemplo, a presidência de Sociedades de Nefrologia. O mesmo se
observa em nosso país. Discutiremos algumas das barreiras que as mulheres
enfrentam para evoluírem na carreira nessa área. A conscientização e o
empoderamento das mulheres estão mudando essa situação.
• Nefrite Lúpica
Osvaldo Merege Vieira Neto
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune multissistêmica que
frequentemente provoca lesão renal. O envolvimento renal no LES é definido pela
presença de proteinúria persistente acima de 500 mg/dia e/ou pela presença de
hematúria e/ou leucocitúria e/ou cilindros celulares no sedimento urinário, na
ausência de outras causas de alterações urinárias (infecções urinárias, efeito de
drogas etc.).
Os pacientes com nefrite lúpica deverão receber hidroxicloroquina na dose de
5mg/Kg/dia (máximo de 400mg/dia) e ser tratados de acordo com o tipo de lesão
renal que apresentarem na biópsia renal, conforme a classificação da RPS/ISN,
Os pacientes com nefrite lúpica classes I e II não devem receber tratamento
específico para nefrite, devendo ser medicados apenas para controle da doença
de base. Uso de inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA) ou
bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA) deve ser feito se houver
proteinúria > 500mg/24 horas
Os pacientes com nefrite lúpica classes III e IV deverão receber tratamento de
acordo com os graus de atividade e cronicidade. Alto grau de cronicidade indica
mau prognóstico, e neste caso deverá ser avaliada a relação risco-benefício para
indicação de pulso terapia. Graus de atividade elevados indicam lesão aguda
com boa resposta. O tratamento inicial deve ser realizado com pulso de
corticosteroide IV seguido de dose imunossupressora oral com redução mensal
associado a ciclofosfamida em pulsos IV mensais por 6 a 12 meses ou micofenolato
(mofetil ou sódico) em dose plena. Outras imunobiológicas, como belimumabe ou
rituximabe, podem ser associadas. Após a indução da remissão, a manutenção
deve ser realizada por 2 a 3 anos com micofenolato ou azatioprina, associado a
baixa dose de corticosteroide.
Os pacientes com nefrite lúpica classe V (membranosa) com função renal normal
e proteinúria não nefrótica deverão receber tratamento apenas com as medidas
básicas como IECA ou BRA associados a estatina ou diurético se necessário e
imunossupressão para as manifestações extrarrenais. Pacientes com
glomerulonefrite membranosa pura e proteinúria nefrótica deverão receber
tratamento imunossupressor com corticosteroide associado a ciclofosfamida,
azatioprina, micofenolato, ciclosporina ou tacrolimus por 2 a 3 anos.
• HAS
Rogério Baumgratz de Paula
Na presente apresentação serão discutidos suscintamente as últimas diretrizes
mundiais, e em particular a diretriz brasileira de 2020, com ênfase nas
recomendações para aferição pressórica dentro e fora do consultório; na
classificação e diagnóstico da hipertensão arterial (HA), parâmetros que sofreram
forte influência de estudos como o ACCORD e o SPRINT, entre outros. No contexto
da avaliação de risco do paciente com HA, vale destacar a importância desta
na geração de dano vascular e de rigidez arterial, condição importante para a
abordagem de hipertensos idosos. Por fim serão apresentados as metas para
diagnóstico e os esquemas terapêuticos propostos pelas atuais diretrizes.