Apostila de Defesa Civil Formatada

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GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL


CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO CEARÁ
CENTRO DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

DEFESA CIVIL

SUMÁRIO

1. CONCEITO BÁSICOS DA DEFESA CIVIL ..................................................................... 2


1.1. Fatores de Vulnerabilidade ....................................................................................... 4
1.2. Exercícios ................................................................................................................. 7
2. SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL ..................................................................... 9
3. DESASTRES NO MUNDO, NO BRASIL E NO CEARÁ ............................................... 10
3.1. Desastres no Mundo............................................................................................... 10
3.2. Exercícios ............................................................................................................... 12
3.3. Terremotos ............................................................................................................. 13
3.4. Ameaças e Vulnerabilidades no Brasil ................................................................... 15
3.5. Desastres no Brasil................................................................................................. 15
3.6. Exercícios ............................................................................................................... 18
3.7. Desastres no Ceará ................................................................................................ 19
4. MONITORAMENTO, ALERTA E ALARME .................................................................. 24
4.1. Introdução............................................................................................................... 24
4.2. Exercícios ............................................................................................................... 27
4.3. Atividade Prática – Pluviômetro Caseiro................................................................. 27
5. DESERTIFICAÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS ....................................................... 29
5.1. Desertificação ......................................................................................................... 29
5.2. Desertificação no Ceará ......................................................................................... 30
5.3. Exercícios ............................................................................................................... 30
5.4. Mudanças Climáticas.............................................................................................. 31
6. DESOCUPAÇÃO EM AMBIENTES DE EMERGÊNCIA ............................................... 32
6.1. Plano de Evacuação em Escolas ........................................................................... 32
6.2. Exercício Prático ..................................................................................................... 33
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DEFESA CIVIL

1. CONCEITOS BÁSICOS DE DEFESA CIVIL


Defesa Civil: É o conjunto de ações preventivas, mitigadoras, de
preparação, de resposta, recuperativas e reconstrutivas, destinadas a evitar
ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e reestabelecer a
normalidade da sociedade.

Desastre: É resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo


homem sobre um cenário vulnerável, causando grave perturbação ao
funcionamento de uma comunidade ou sociedade envolvendo extensivas
perdas e danos humanos, materiais, econômicos ou ambientais, que excede
a sua capacidade de lidar com o problema usando meios próprios.

Humanos Materiais Econômicos Ambientais


Fotos: (1) http://noticias.uol.com.br, (2) http://www.idadecerta.com.br, (3) http://www.jornalhojelivre.com.br, (4) http://cricacoelho.com.br

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Evento Adverso: Ocorrência


desfavorável, prejudicial, imprópria,
acontecimento que traz prejuízo.
Fenômeno causador de um
desastre. Ex: Chuvas intensas,
terremotos, tornados etc.

Dano: Resultado das perdas


infligidas às pessoas, comunidades,
instituições, instalações e
ecossistemas, como consequência
de um desastre.
Os danos podem ser materiais,
humanos e/ou ambientais.

Prejuízo: Medida de perda relacionada


com o valor econômico, social e
patrimonial, de um determinado bem,
em circunstâncias de desastre, públicos
ou privados.

Ameaça: Possibilidade de que um


fenômeno natural ou causado
pela ação do homem, ocorra e
possa por em perigo a população e
seu meio ambiente. Ex: chuvas
intensas, terremotos, estiagens,
vendavais, etc.

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Vulnerabilidade: Condição pela


qual uma estrutura populacional,
econômica ou infraestrutura fica
exposta ao risco de ser afetada por
um fenômeno natural ou humano.
Ex: Casas construídas muito
próximas ou sobre morros, rios e
lagoas.

1.1. FATORES DE VULNERABILIDADE


O risco do desastre não está relacionado apenas à magnitude do fenômeno
adverso (ameaça), mas, principalmente, ao grau de vulnerabilidade do
ambiente e à capacidade de resiliência da comunidade.

Considerando o caráter imprevisível de muitas ameaças, elas são mais


difíceis de serem minimizadas. Desta forma, para reduzir os riscos de
desastres, o foco deve ser gerir vulnerabilidades e aumentar resiliências.
Para isso, devem-se conhecer os fatores de vulnerabilidade.
Fatores Físicos
A baixa qualidade dos projetos e
dos materiais empregados nas
construções; infraestruturas sem
manutenção ou danificadas;
crescimento e densidade
populacional são os principais

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fatores físicos causadores de


vulnerabilidade.

Fatores Ambientais
Fatores como contaminação do
solo e das águas; o
desmatamento; as interferências
prejudiciais ao ecossistema e o
uso indiscriminado dos recursos
naturais tornam os ambientes
mais desprotegidos frente aos
eventos extremos.
Fatores Econômicos
Os principais fatores econômicos
que aumentam as vulnerabilidades
são: pobreza e desnutrição; falta
de crédito para empréstimos e
financiamentos; baixa
profissionalização; pouco acesso a
recursos e serviços e pouco
incentivo à poupança.

Fatores Sociais
São exemplos de fatores sociais que
aumentam as vulnerabilidades são:
1. Educação de má qualidade;

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2. Pouca percepção do risco;


3. Baixa escolaridade;
4. Leis brandas ou desrespeitadas;
5. Pouca participação social;
6. Pouca atenção às mulheres e minorias;
7. Baixo acesso à informação;

Risco: Possibilidade de um
evento físico potencialmente
destrutivo ocasionar danos com
consequências para a sociedade.
Ex: Possibilidade de chuvas
intensas caírem sobre os morros,
podendo ocasionar deslizamentos
de terra e caso tenham casas
construídas sobre ou abaixo
desse morro, estes podem vir a
desabar ou ser soterradas.

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Ameaça = Vírus para computador


Vulnerabilidade = Computador sem antivírus
Risco = Computador ser infectado pelo vírus

Magnitude e intensidade: O risco do desastre não está apenas relacionado


à magnitude do fenômeno adverso (ameaça), mas, principalmente, ao grau
de vulnerabilidade do ambiente e à capacidade de resiliência da
comunidade, que definirão a intensidade do desastre.

Resiliência:
Habilidade de um sistema, comunidade ou
sociedade exposta a riscos de resistir,
absorver, acomodar-se e reconstruir-se
diante de um efeito de um desastre em
tempo e modo adequados, incluindo a
preservação e restauração de suas
estruturas e funções essenciais.
Ex: Prédios construídos no Japão com sistema de amortecimento para
suportar os constantes terremotos.
Outro exemplo de resiliência é a inclusão da disciplina de Defesa Civil
(proteção civil) a partir do ensino fundamental em escolas no Peru,
Nicarágua, Panamá e Chile, no intuito de preparar a população para as
situações de desastres, especialmente terremotos.
1.2. EXERCÍCIOS
01. Complete as lacunas:

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a) Defesa Civil é o conjunto de ações preventivas,


_______________________, ___________________,
___________________, ___________________ e reconstrutivas destinadas
a evitar ou _________________ desastres, preservar o
___________________ da população e restabelecer a
___________________ da sociedade.
b) É o resultado de eventos _______________________, naturais ou
provocados pelo homem sobre um cenário _______________________,
causando grave perturbação ao funcionamento de uma sociedade ou
comunidade, envolvendo extensivas perdas e danos humanos,
_______________________, econômicos ou _______________________,
que exceda sua capacidade de lidar com o problema utilizando meios
próprios.
c) Evento adverso é uma ocorrência _______________________, prejudicial
_______________________. Acontecimento que traz
_______________________. É o fenômeno causador de um desastre.
d) Ameaça é a possibilidade de um fenômeno _______________________
ou causado pela ação do homem ocorra e possa pôr em perigo a
_______________________ e seu meio ambiente.
e) Vulnerabilidade é condição pelo qual uma estrutura ocupacional,
econômica ou infraestrutura fica exposta ao _______________________ de
ser afetada por um fenômeno natural ou _______________________.
f) Risco é a possibilidade de um _______________________
_______________________ potencialmente destrutivo ocasionar
_______________________ com consequências para a
_______________________.
g) Dano é o resultado das _______________________ infligidas às pessoas,
comunidades, instituições, instalações e ecossistemas, como consequência
de um __________________.

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h) Prejuízo é a medida de perda relacionada com valor econômico,


___________________ e patrimonial, de um determinado bem, em
circunstâncias de _______________________.
i) Resiliência é a habilidade de um ________________, comunidade ou
sociedade exposta a ______________ de resistir, absorver, acomodar-se, e
reconstruir-se diante dos ____________________ de um desastre em tempo
e modo adequados, incluindo a preservação e ________________________
de suas estruturas e funções essenciais.
02. Correlacione o fator de vulnerabilidade ao exemplo correto.
01) Fator Físico ( ) Pouca percepção do risco;
( ) Leis brandas ou desrespeitadas;
( ) Baixa qualidade dos projetos e materiais utilizados nas
construções;
( ) Pouca participação social;
02) Fator Ambiental ( ) Pouca percepção do risco;
( ) Baixo nível de acesso à informação;
( ) Baixa qualidade dos projetos e materiais utilizados nas
construções;
( ) Desmatamento;
03) Fator ( ) Uso indiscriminado de recursos naturais;
Econômico
( ) Pobreza e desnutrição;
( ) Baixa escolaridade;
04) Fator Social ( ) Infraestrutura sem manutenção ou danificadas;
( ) Falta de crédito para empréstimos e financiamentos.

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2. O SISTEMA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

As alterações climáticas e as intervenções humanas têm feito com que a


ocorrência de eventos adversos provoque desastres das mais diversas
magnitudes. Diante disso, instituiu-se o Sistema Nacional de Proteção e
Defesa Civil (SIPNDEC). A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil deve
integrar-se às políticas públicas de ordenamento territorial, desenvolvimento
urbano, saúde, meio ambiente, gestão de recursos hídricos, mudanças
climática etc., para a promoção do desenvolvimento sustentável.

O SINPDEC tem por finalidade contribuir no processo de planejamento,


articulação, coordenação e execução dos programas, projetos e ações de
proteção e defesa civil, sendo gerido pelos seguintes órgãos:
1) Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil (CONPDEC): propor
normas e acompanhar o cumprimento das disposições legais e
regulamentares de proteção e defesa civil;
2) Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC): coordenar o
sistema, gerenciando riscos e desastres, além de possuir
departamentos específicos para a minimização de desastres,
articulação e gestão e reabilitação/reconstrução;
3) Órgãos estaduais e municipais de proteção e defesa civil;
4) Órgãos de diversos setores dos três poderes;
5) Organizações comunitárias.

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Ceará pertence à estrutura


organizacional do Corpo de Bombeiros Militar e é responsável pela
coordenação e supervisão das ações de defesa civil no Ceará. Já a
Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Fortaleza planeja,
executa e coordena as ações de defesa civil do município, funcionando 24
horas por dia, podendo ser acionada pelo telefone 190. Os Núcleos
Comunitários são organizações de caráter voluntário, com a finalidade de
buscar soluções para os riscos de desastres daquela comunidade.

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3. DESASTRES NO MUNDO, NO BRASIL E NO CEARÁ


3.1. DESASTRES NO MUNDO
Embora de difícil ocorrência com intensidade no Brasil, tsunamis e
terremotos, grandes desastres recorrentes em muitos países no mundo,
devem ser estudados para que os brasileiros saibam como agir caso se
depare com algumas dessas situações.
TSUNAMIS
Tsunamis são ondas marinhas gigantes causadas por um movimento súbito
de grande escala no fundo do mar, devido geralmente a terremotos,
erupções vulcânicas submarinas e deslizamento de terras submarinos. O
termo tem origem japonesa e significa onda de porto (tsu, porto, e nami,
onda).
No oceano profundo, os tsunamis viajam a velocidades que podem
ultrapassar 800 km/h, e têm poucos centímetros de altura. Quando alcançam
águas baixas, próximo à costa, as ondas podem formar um muro de água
que em casos extremos atinge altura superior a 30 m. Mas mesmo um
tsunami de apenas 3 a 6 metros pode causar muitas vítimas e destruição de
edificações e embarcações ancoradas próximas ao litoral.
As ondas chegam num intervalo de tempo que variam de 10 a 60 minutos e
frequentemente a primeira onda pode não ser a maior. Tsunamis podem se
mover numa velocidade maior que uma pessoa correndo. Dependendo da
magnitude do fenômeno e da vulnerabilidade das populações que vivam na
beira do mar o desastre pode ser devastador, como o ocorrido em dezembro
de 2004, atingindo Indonésia, Tailândia, Sri Lanka, Índia e alguns países da
África, deixando mais de 270 mil mortos.
Por revolver os sedimentos do fundo das baías (porções de mar rodeados
por terra), os tsunamis provocam graves poluições e intensificam risco de
intoxicações alimentares provocadas pela ingestão de mariscos e outros
frutos do mar in natura.

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Mais de 80% dos tsunamis ocorrem no Oceano Pacífico mas também podem
atingir as costas da Índia, Mar Mediterrâneo, região do Caribe e até mesmo o
Oceano Atlântico.
Existe um sistema internacional integrado, que coleta, processa e difunde
informações sobre alterações na dinâmica do oceano, causadas por abalos
sísmicos e erupções vulcânicas. Os centros de integração, como o que
funciona no observatório Magnético e Sismológico de Honolulu, no Havaí,
integram informações de mais de 60 postos periféricos de coleta de dados.
Essas informações são rapidamente transmitidas para os serviços
especializados dos países da área de risco.

COMO AGIR EM CASO DE TSUNAMIS?


Um importante prenúncio local de tsunamis é o recuo anormal do mar,
seguido, pouco tempo depois, por ondas de grandes proporções.
Não existem medidas estruturais capazes de reduzir o impacto dos tsunamis.
A evacuação das populações de áreas de risco é a medida mais importante
para reduzir os danos pessoais. As pessoas devem se dirigir a áreas altas e
retornar depois da liberação das autoridades, pois o fenômeno pode se
repetir. Recebido o alarme, as embarcações devem dirigir-se para o alto-mar,
fugindo da arrebentação.

3.2. EXERCÍCIOS
01. O que são Tsunamis?
_____________________________________________________________
____________________________________________________________

02. Marque V ou F nas seguintes afirmações:

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( ) Causam a destruição das embarcações e de edificações próximas ao


litoral.
( ) Suas ondas se propagam em velocidade reduzida e tem altura superior a
100 m em alto mar.
( ) Normalmente o tsunami é formado por uma única onda gigantesca, por
isso não é importante se preparar para ondas secundárias.
( ) Após o tsunami não se deve ingerir frutos do mar não cozidos da região
atingida porque os sedimentos acumulados no fundo das baías são
revolvidos e podem contaminá-los.
03. Marque com um X as alternativas em que se encontram as medidas que
podem reduzir danos humanos e materiais em caso de tsunamis.
( ) Monitoramento dos sismos e erupções vulcânicas nos oceanos.
( ) Abandonar imediatamente a praia no caso de recuo incomum do mar.
( ) Retornar ao litoral após a primeira onda gigante a procura de pertences e
parentes, pois o tsunami não poderá se repetir.
( ) Manter sistema de alertas e alarmes em funcionamento para que as
áreas de risco possam ser evacuadas com antecedência ao tsunami.
( ) Se estiver numa embarcação fora da costa e receber o alarme de
tsunami, distanciar-se ao máximo do litoral, fugindo da zona de arrebentação
das ondas.

3.3. TERREMOTOS
Terremotos, também chamados de abalos sísmicos, são tremores
passageiros que ocorrem na superfície terrestre. Esse fenômeno natural
pode ser desencadeado por fatores como atividade vulcânica, falhas
geológicas e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas.

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Conforme a teoria da Deriva Continental, a crosta terrestre é uma camada


rochosa fragmentada, ou seja, ela é formada por vários blocos, denominados
placas litosféricas ou placas tectônicas. Esses gigantescos blocos estão em
constante movimento, podendo se afastar (zona de divergência) ou se
aproximar (originando uma zona de convergência).
Nas zonas de convergência pode ocorrer o encontro (colisão) entre
diferentes placas tectônicas ou a subducção (uma placa mais densa
“mergulha” sob uma menos densa). Esses fatos produzem acúmulo de
pressão e descarga de energia, que se propaga em forma de ondas
sísmicas, caracterizando o terremoto.
O local onde há o encontro entre as placas tectônicas é chamado de
hipocentro (no interior da Terra) e o epicentro é o ponto da superfície acima
do hipocentro. As consequências podem ser sentidas a quilômetros de
distância, dependendo da proximidade da superfície que ocorreu a colisão
(hipocentro) e da magnitude do terremoto.
A magnitude é a quantidade de energia liberada no foco do terremoto, sendo
medida a partir de uma escala denominada Escala Richter. A intensidade é a
consequência causada pela ação do sismo, a destruição provocada por esse
fenômeno. A escala mais utilizada para se classificar a intensidade é a de
Mercalli.
Entre os efeitos de um terremoto de grande magnitude em áreas povoadas
estão a destruição da infraestrutura (ruas, estradas, pontes, casas, etc.),
além de mortes. Os sismos nos oceanos provocam a formação de ondas
gigantes (tsunamis). Essas ondas podem atingir as áreas continentais,
gerando grande destruição.

Milhares de terremotos ocorrem diariamente no mundo. No entanto, a


maioria apresenta baixa intensidade e tem hipocentro muito profundo, sendo
assim, os terremotos são pouco percebidos na superfície terrestre. O Japão,
localizado em uma zona muito sísmica, é atingido por centenas de
terremotos por dia.

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Os lugares mais atingidos por terremotos são os territórios localizados em


zonas de convergência de placas, em especial os países situados nos limites
das placas tectônicas. Entre as nações que estão nessa situação podemos
destacar o Japão, Indonésia, Índia, Filipinas, Papua Nova Guiné, Turquia,
Estados Unidos da América, Haiti, Chile, entre outras.

Veja abaixo alguns cuidados básicos que você deve tomar para sua maior
segurança.
1 - Zele pela sua segurança dentro de casa
2 - Ao sentir os primeiros tremores, afaste-se de móveis que podem tombar e
abrigue-se debaixo de uma mesa que seja resistente.
3 - Se possível, abra a porta para assegurar uma rota de fuga.
4 - Dependendo da intensidade do tremor, se a residência empenar-se, a
porta provavelmente não irá se abrir.
5- Ao sair, muita atenção com relação a objetos que podem cair: vidros de
janelas, telhas etc.
6 - Não saia de casa descalço. É recomendável calçar sapatos ou sandálias
de solado grosso.
Em lojas de departamento, supermercados, centros comerciais
subterrâneos etc.
1 - Ao sentir os primeiros tremores, afaste-se de vitrines e prateleiras altas.
2 - Não se afobe para procurar as saídas de emergência.
3 - Se um incêndio ocorrer nas galerias subterrâneas, proteja o nariz e boca
com um lenço e busque pela saída orientando-se pelas paredes, sempre
mantendo-se abaixado.
4 - Jamais use elevadores em situações de emergência.

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3.4. AMEAÇAS E VULNERABILIDADES NO BRASIL


Comparado a outros países, no Brasil pouco se ouvia falar de grandes
desastres até a metade do século XX. Mas com o crescimento desordenado
nas áreas urbanas das cidades brasileiras começaram a ser registrados
casos de acidentes e desastres cada vez mais frequentes. O adensamento
populacional em áreas de risco caracteriza o agravamento desse quadro de
vulnerabilidade. Pouco se trabalha no planejamento urbano e a preservação
ambiental ainda não é considerada por muitos como prioridade.
Tal cenário exige um estado permanente de vigilância quanto às ameaças e
vulnerabilidades de determinadas áreas de risco. Nas imagens abaixo
podem ser observadas uma série de vulnerabilidades que diante de
determinadas ameaças como chuvas intensas, vendavais, tremores de terra
e incêndios tornam esses cenários bastante suscetíveis à ocorrência de
desastres.
Relembrando os conceitos abaixo serão estudadas a diante as principais
ameaças e vulnerabilidades que culminam nos desastres mais registrados no
Brasil e no Estado do Ceará.
Ameaças: possibilidade de que um fenômeno natural ou causado pela ação
do homem ocorra e possa por em perigo a população e seu meio ambiente.
Ex: Chuvas intensas, terremotos, estiagens, vendavais.
Vulnerabilidades: condição pela qual uma estrutura populacional,
econômica ou infraestrutura fica exposta ao risco de ser afetada por um
fenômeno natural ou humano. Ex: casas construídas sem acompanhamento
técnico e/ou localizadas muito próximas ou sobre morros, rios e lagoas.
3.5. DESASTRES NO BRASIL
O conhecimento das ameaças (fenômenos naturais) e dos desastres naturais
e tecnológicos a que nosso território está sujeito é fundamental para a
efetividade de uma política de redução de riscos. Nas duas últimas décadas
os desastres naturais constituem um tema cada vez mais presente no
cotidiano das populações. Há um aumento considerável não só na

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frequência e intensidade, mas também nos impactos gerados, com danos e


prejuízos cada vez mais intensos.
No quadro abaixo é possível observar o aumento do número de registros de
desastres naturais no Brasil no período de 1991 a 2012.

Fonte: Atlas Brasileiro


dos desastres naturais.

Esses dados corroboram o discurso de que o número de desastres tem


aumentado. Do total de 38.996 registros entre 1991 e 2012, apenas 22%
ocorreram na década de 1990 e 56% ocorreram na década de 2000.
Somente de 2010 a 2012 registraram-se 22% do total de desastres no
período de 1991 a 2012. Parte desse tamanho aumento dos registros deve-
se à fragilidade dos sistemas de defesa civil em décadas anteriores, quando
muitos desastres ocorridos não eram registrados. Alguns desastres que mais
marcaram a história do Brasil nos últimos 30 anos foram:
1987: Rompimento de cápsula de Césio 137 em Goiânia. 4 mortos.
2003: Rompimento de barragem de rejeito na Fazenda Bom Jesus de
Cataguases/MG.
2008: Deslizamentos em Santa Catarina. 135 mortos. 2 milhões de afetados.
2010: Enxurradas em Alagoas e Pernambuco. 47 mortos. 82 mil
desabrigados.
2011: Deslizamentos na Região Serrana do Rio de Janeiro. 912 mortos. 45
mil desabrigados/desalojados.
Quanto a quantidade de afetados pelos diferentes tipos de desastres, das
126.936.656 pessoas atingidas por desastres no período de 1991 a 2012,

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51,31% delas foram afetadas pela seca 20,66% por enxurradas e 12,04%
por inundações, como se pode ver no gráfico abaixo.

Fonte: Atlas Brasileiro dos desastres naturais.

Os desastres que mais resultam em morte são as enxurradas (58,15% do


total de mortes) e os movimentos de massa (15,6%) conforme demonstrado
no gráfico a seguir. A maior parte das mortes ocorrem em regiões de alta
concentração populacional, como a região sudeste.

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Fonte: Atlas Brasileiro dos desastres naturais.

No mapa seguinte, pode-se observar quais os desastres mais prevalecentes


no Brasil, especificamente em cada região do país.

3.6. EXERCÍCIOS
01. Cite dois exemplos de vulnerabilidades e dois exemplos de ameaças de
desastres no Brasil.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
02. Por que é importante conhecer os principais tipos e o crescimento no
número dos desastres?

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_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
03. A quantidade de desastres tem aumentado ou diminuído ao longo dos
anos? Por que isso tem acontecido?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
04. Quais os desastres mais recorrentes no Nordeste brasileiro?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

3.7. DESASTRES NO CEARÁ


Semelhante ao país como um todo, o estado do Ceará é acometido por
desastres predominantemente relacionados às chuvas, seja pela sua
intensidade, provocando inundações ou enxurradas, seja pela sua ausência,
configurando estiagens ou secas.
As inundações são caracterizadas pela
submersão de áreas fora dos limites
normais dos cursos de água em zonas
que normalmente não se encontram
submersas. O transbordamento ocorre
de modo gradual, geralmente ocasionado
por chuvas prolongadas. Dessa forma, a
área afetada pela inundação é
geralmente extensa, sendo comum sua

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permanência por semanas e, às vezes, até meses.

As enxurradas caracterizam-se pelo


escoamento superficial de alta velocidade e
energia, provocado por chuvas intensas e
concentradas (em poucas horas),
normalmente em pequenas bacias de
relevo acidentado. Apresenta grande poder
destrutivo devido à elevação súbita da
vazão e o consequente transbordamento
brusco da calha fluvial. É comum atingir áreas menos extensas que as
afetadas pelas inundações e permanecerem por curtos períodos (algumas
horas).
O QUE FAZER DURANTE CHUVAS INTENSAS?
1. Não use telefone (o sem fio pode ser usado);
2. Não fique próximo a tomadas, canos, janelas e portas metálicas;
3. Não toque em equipamentos elétricos que estejam ligados à rede elétrica;
4. Não brinque nas águas da rua, pois você pode ser levado pela correnteza;
5. Não deixe crianças trancadas em casa sozinhas;
6. Mantenha sempre pronta água potável, roupa e remédios, caso tenha que
sair rápido da sua casa;
7. Conheça o Centro de Saúde mais próximo da sua casa, pode ser
necessário;
8. Convença as pessoas que moram nas áreas de risco a saírem de casa
durante as chuvas;
9. Avise imediatamente ao Corpo de Bombeiros ou Defesa Civil sobre áreas
afetadas pela inundação;
O QUE FAZER APÓS A INUNDAÇÃO?

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1. Enterre animais mortos e limpe os escombros e lama deixados pela


inundação;
2. Lave e desinfete os objetos que tiveram contato com as águas da
enchente;
3. Retire todo o lixo da casa e do quintal e o coloque para a limpeza pública;
4. Veja se sua casa não corre o risco de desabar;
5. Raspe toda a lama e o lixo do chão, das paredes, dos móveis e utensílios;
6. Cuidado com aranhas, cobras e ratos, ao movimentar objetos, móveis e
utensílios. Tenha cuidado com cobras e outros animais venenosos, pois eles
procuram refúgio em lugares secos.
A estiagem é um período prolongado de redução ou ausência de chuvas, em
que a perda de umidade do solo é superior à sua reposição. As estiagens
são comuns no Ceará no segundo semestre do ano e seus impactos são
maiores quando ocorrem nos períodos historicamente conhecidos como
quadra chuvosa (nos meses de fevereiro a maio). Estiagens neste período
impedem a preparação para o semestre seguinte, a qual se dá
principalmente pela recarga dos mananciais e a produção agrícola de
sequeiro (que depende das chuvas).
A seca é uma estiagem prolongada, durante o período de tempo suficiente
para que a falta de precipitação provoque grave desequilíbrio hidrológico. No
Ceará, a seca normalmente é caracterizada quando a estiagem ocorre de
maneira severa em dois períodos de quadra chuvosa consecutivos. As
principais consequências são o colapso dos sistemas de abastecimento
d'água potável e as extensivas perdas agropecuárias. As secas também
favorecem a ocorrência de queimadas devido à baixa umidade do ar,
podendo provocar graves doenças respiratórias.
Historicamente, as estiagens e as secas são os desastres mais recorrentes
no Estado do Ceará (QUADRO 1), ocorrendo todos os anos, especialmente
no Sertão Central e no Sertão dos Inhamuns. As inundações e enxurradas
também são registradas com bastante frequência, ocorrendo em todas as

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regiões, especialmente ao longo dos principais rios do estado: Acaraú,


Banabuiú, Jaguaribe e Salgado.
Os desastres que afetaram mais municípios cearenses nos últimos anos
foram inundações e enxurradas em 2004, 2008 e 2009 e estiagens e secas
de 2012 a 2015. Segundo dados do Sistema Integrado de Informações sobre
Desastres, disponível em http://s2id.mi.gov.br, a seca no Ceará chegou a
afetar 2.440.064 pessoas de 176 municípios no ano de 2014.
Na última década foi registrada, ainda uma maior diversidade de desastres,
tais como erosão marinha, vendaval e deslizamento, conforme demonstrado
no QUADRO 1, no qual cada unidade considerada corresponde a um
registro de desastre em território municipal.
QUADRO 1 - Quantidade de Desastres registrados no Ceará no período de
1991 a 2014.

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Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais 1991 a 2012: Volume Ceará e dos registros de
reconhecimentos realizados pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (2013 e 2014).

Há ainda o registro de atividades sísmicas, especialmente na região de


Sobral, a partir do ano de 2008. Embora de pouca intensidade, não
chegando a causar danos significativos, os sismos ocorridos no Ceará são
frequentes. O maior terremoto já ocorrido no Nordeste brasileiro, de
magnitude de 5,2 graus na Escala Richter, aconteceu na região do atual
município de Pacajus/CE, em 20 de novembro de 1980; o que justifica a
devida preocupação com a prevenção e preparação da população para
futuros eventos.
Embora não seja uma prática o registro dos desastres tecnológicos no
sistema utilizado pela Defesa Civil (o Sistema Integrado de Informações
sobre Desastres - S2ID), isso porque não costumam ensejar a decretação
de situação anormal por não excederem a capacidade de resposta local ou
regional, é possível inferir que os incêndios urbanos, os acidentes no modal
rodoviário e o colapso de edificações são as principais ocorrências no
estado.
A crescente quantidade e diversidade de desastres sinalizam a necessidade
de políticas públicas mais efetivas, bem como maiores investimentos nos
órgãos do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC).
3.8. Raios e tempestades
Cerca de 20 a 30% das vítimas de raios morrem, a maioria delas por parada
cardíaca e respiratória, e cerca de 70% dos sobreviventes sofrem devido às
sérias sequelas psicológicas e orgânicas, por um longo tempo. As sequelas
mais comuns são diminuição ou perda de memória, diminuição da
capacidade de concentração e distúrbio do sono. No Brasil, estima-se que
aproximadamente 100 pessoas morrem por ano atingidas pelos raios.

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SE EU ESTIVER NA RUA, O QUE FAZER PARA NÃO SER ATINGIDO POR


UM RAIO?
1. Evite lugares que ofereçam pouca ou nenhuma proteção contra raios tais
como: pequenas construções não protegidas como celeiros, tendas ou
barracos ou veículos sem capota como tratores, motocicletas ou bicicletas;
2. Evite estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica;
3. Evite estruturas altas tais como torres, de linhas telefônicas e de energia
elétrica; Alguns lugares são extremamente perigosos durante uma
tempestade. Por isso:
4. NÃO permaneça em áreas abertas como campos de futebol, quadras de
tênis e estacionamentos;
5. NÃO fique no alto de morros ou no topo de prédios
6. NÃO se aproxime de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e
trilhos;
7. NUNCA se abrigue debaixo de árvores isoladas.

4. MONITORAMENTO, ALERTA E ALARME

4.1. INTRODUÇÃO

O conhecimento dos processos de monitoramento de condições


meteorológicas e ambientais que possam desencadear desastres, bem como
dos modelos de representação dos riscos associados a essas condições
especiais possibilitam maior agilidade e precisão na emissão de alertas e
alarmes.

O monitoramento nacional de riscos de desastres é realizado pelo Centro


Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN),
que reúne dados e informações de diversos centros de monitoramento e
previsão meteorológica, hidrológica e socioeconômica do Brasil. Essas

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informações são então cruzadas com os mapas de suscetibilidade e/ou risco


já disponibilizados ao CEMADEN pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e
pelo CENAD, respectivamente, para, quando concluído que há risco de
desastre, ser emitido o alerta, que é um instrumento indicativo dessa
situação de risco de desastre em curto prazo. O alerta é enviado ao
CENAD/SEDEC, que o transmite aos órgãos estaduais e municipais do
SINPDEC para que tomem as medidas pré- estabelecidas em seus
protocolos e/ou planos de contingência. O CENAD mantém, então, contato
com os órgãos do SINPDEC.

Estão estabelecidos três níveis de alerta para risco de ocorrência de


processos geológicos de movimentos de massa e hidrológicos de
inundações e enxurradas:
I - Nível de Alerta MODERADO: o nível de risco Moderado resulta da
combinação entre POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA moderada e
IMPACTO POTENCIAL alto ou muito alto. O status MODERADO, neste caso,
devese a grande incerteza na predição do evento. Entretanto, o nível
Moderado também é usado para os casos em que a POSSIBILIDADE DE
OCORRÊNCIA do evento é alta ou muito alta, mas o IMPACTO POTENCIAL
é moderado, ou seja, os impactos esperados caracterizam um evento
pontual e de pequena magnitude.
II - Nível de Alerta ALTO: a elevação do nível de risco para ALTO é
resultado da associação entre POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA alta ou
muito alta em conjunto com o IMPACTO POTENCIAL alto ou muito alto,
desde que as duas variáveis não apresentem os níveis máximos da matriz.
Neste caso espera-se a ocorrência de desastres de magnitude expressiva
capaz de gerar danos materiais e humanos significativos.
III - Nível de Alerta MUITO ALTO: o nível máximo da matriz exibe a
situação em que a POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA e o IMPACTO
POTENCIAL é muito alto, ou seja, desastres capazes de gerar danos
materiais e humanos generalizados.

Os alertas recebidos pela CEDEC são encaminhados aos órgãos municipais


de proteção e defesa civil responsáveis pelas respectivas áreas de risco,

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ficando a CEDEC em contato direto com esses órgãos a fim de prestar o


apoio necessário à devida resposta à situação.

O órgão municipal de proteção e defesa civil é o responsável pela avaliação


"in loco" da situação de risco de desastre, devendo, quando em nível crítico
de risco, acionar o Plano de Contingência e o alarme por meio do sinal,
dispositivo ou sistema pré-determinado. O alarme poderá ser emitido por
meio de sirene, mensagem de texto, carro de som, rádio comunitária ou
mesmo boca a boca. O mais importante é que a forma de alarme seja
conhecida e respeitada pela comunidade.

Além de participar do sistema nacional de monitoramento e alarme, a


CEDEC-CE acompanha as previsões meteorológicas, bem como o
monitoramento do nível dos reservatórios hídricos, dos raios, dos focos de
calor e dos sismos, a fim de planejar e executar as ações de proteção e
defesa civil de sua competência em nível estadual. O monitoramento
meteorológico no Ceará é realizado pela Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) por meio de uma rede de
coleta de dados operada pela instituição continuamente, que inclui
pluviômetros convencionais, plataformas automáticas de coleta de dados, 2
radares meteorológicos e satélites meteorológicos. Os dados desse
monitoramento são disponibilizados no sítio eletrônico www.funceme.br. O
monitoramento dos níveis dos reservatórios hídricos do Ceará é realizado
pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) em parceria
com a Funceme. Esses dados são disponibilizados no portal hidrológico
(www.hidro.ce.gov.br).

Diante desses dados, acrescido do monitoramento da qualidade da água


distribuída pela companhia de abastecimento e dos mananciais, realizado
em parceria com a Secretaria da Saúde, poder-se-á prever um possível
colapso no abastecimento d'água ou prevenir um surto de doenças,
podendo-se planejar o abastecimento emergencial ou organizar uma
campanha de uso racional da água, por exemplo. Os períodos de estiagem
caracterizam-se também pelos baixos índices de umidade do ar, favorecendo

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a ocorrência de incêndios florestais.

Para monitorar os focos de calor a partir de dados de satélites


meteorológicos, possibilitando a identificação de queimadas ou incêndios
florestais não relatados, foi instituído no Ceará, no âmbito do Programa de
Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos
Incêndios Florestais (PREVINA), um sistema gerenciado pela Funceme,
disponibilizado no sítio eletrônico www.funceme.br/previna.

O Núcleo de Sismologia da CEDEC monitora a atividade sísmica no Ceará


por meio de 4 (quatro) estações sismográficas localizadas em Beberibe,
Itataia, Sobral e Fortaleza, sendo essa última totalmente digitalizada,
podendo captar os eventos em tempo real. Os registros dessas estações
sismográficas já identificaram tremores de terra em diversas localidades em
40 municípios cearenses que apresentam atividades sísmicas, possibilitando
o direcionamento das atividades educativas de preparação.

Outro monitoramento acompanhado pela CEDEC, especialmente no período


de chuvas, é o de raios e tempestades. Disponibilizado pela Companhia
Energética do Ceará (Coelce) em parceria com a Universidade de São Paulo
(USP) no sítio eletrônico http://www.zeus.iag.usp.br/coelce, esse
monitoramento possibilita a priorização de regiões mais afetadas para a
disseminação de alertas e campanhas educativas acerca dos cuidados a
serem tomados para se evitar acidentes correlatos.

Em nível comunitário também se podem utilizar pluviômetros caseiros, feitos


a partir de garrafas pet, para medir a quantidade de chuva, sendo este um
importante instrumento de monitoramento das situações de risco de
inundações e deslizamento, e comparação com situações anteriores,
contribuindo para que o morador de áreas mais vulneráveis a esses
desastres tome atitudes como a evacuação das casas durante chuvas de
determinada magnitude. Com um pluviômetro caseiro também se pode fazer,
em nível local, o registro das estiagens e estabelecer comparações dos
dados com o impacto negativo na agropecuária, favorecendo o planejamento

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a partir de experiências anteriores.

4.2. EXERCÍCIOS

1. Sabendo que as chuvas no Ceará são irregulares no tempo (chove em


alguns períodos e outros não) e no espaço (chove em algumas regiões e em
outras não) são construídos reservatórios d’água (açudes) para acumular
água para os períodos não chuvosos. Porém, as vezes ocorre um longo
período sem chuvas (seca) e a pouca água acumulada torna-se insuficiente.
Qual seria uma possível solução para o problema da seca, já que é possível
monitorar o nível dos reservatórios e o clima da região e se sabe que há
mais chuvas e água acumulada em determinadas áreas?

4.3. ATIVIDADE PRÁTICA – PLUVIÔMETRO CASEIRO

O pluviômetro é um equipamento utilizado para medir a quantidade de chuva


de determinada região, sendo um importante aliado da defesa civil no
monitoramento das situações de risco de inundações e deslizamentos ou no
registro de fenômenos de longa duração, como as secas. A defesa civil
estimula a utilização de pluviômetros caseiros, porque eles são instrumentos
que auxiliam o morador de áreas mais vulneráveis aos fenômenos naturais a
tomar medidas preventivas, como a evacuação das casas durante chuvas
intensas.

Para confeccionar, um pluviômetro caseiro, é necessário ter alguns materiais:


uma garrafa pet sem curvas e outro podendo ser com curvas, régua, pincel
de marcação permanente, tesoura ou estilete e fita adesiva. Os materiais
devem ser utilizados na seguinte sequência:
- Corte a garrafa pet sem curvas próximo à boca, formando um recipiente;
- Posicione uma régua verticalmente na garrafa pet, a partir da parte sem
curvas (não considerar o fundo irregular) e marque as medidas de 10 em
10mm (1 em 1cm) até 100 mm(10cm);
- Corte a outra garrafa próximo à base (tirando a parte irregular) e deixe-a
tampada;

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- Posicione essa garrafa com a tampa para baixo e coloque a água da outra
garrafa de 10 em 10 mm fazendo sempre a marcação da garrafa (de 10 em
10mm), até chegar a 100mm;
- Com a parte que sobrou da outra garrafa, vede essa garrafa para evitar a
evaporação da água acumulada. Para isso, use a fita adesiva;
- Prenda seu pluviômetro a uma vara e coloque-o em um lugar aberto e sem
obstáculos (muros ou varas) próximos.

Utilizando seu pluviômetro:


- Faça seus registros para saber os períodos de chuvas mais constantes;
- Compare as medidas de chuvas com a média histórica;
- Registre os eventos resultantes de cada nível de chuva (aumento do nível
do rio, deslizamentos, perda da plantação, esvaziamento do poço etc).
- Observe o nível do reservatório de água mais próximo em comparação com
a quantidade de chuva.

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5. DESERTIFICAÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

5.1. DESERTIFICAÇÃO

É degradação das terras das zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas,


transformando-a em um deserto. Resulta de vários fatores, incluindo as
variações climáticas e a atividade humana. Para saber a classificação das
terras em diferentes climas, calcula-se o índice de aridez, bastando dividir a
quantidade de água da chuva pela perda máxima possível de água através
de evaporação e transpiração das plantas.

a) CAUSAS DA DESERTIFICAÇÃO
Extrativismo da madeira: cortar árvores antes delas atingirem seu tamanho
normal e não substituí-las favorece a exposição do solo.
Manejo e utilização incorreta do solo: plantar lavouras em terras aptas para
pastagens, ou vice-versa, e não permitir a reposição dos nutrientes no solo,
sem obedecer um período de repouso adequado sem plantio.
Queimadas: utilizar o fogo para limpar o terreno sem acompanhamento do
órgão ambiental, proporcionando o desaparecimento da fauna e da flora
além de outros prejuízos.
Irrigação incorreta: utilizar água de má qualidade, com excesso de sais
minerais, no processo de irrigação da plantação, pode salinizar a terra,
tornando-a estéril.
Sobrepastoreio: colocar muitos animais em um determinado espaço de terra
pode provocar a compactação do solo e acelerar o processo de erosão.

b) CONSEQUÊNCIAS DA DESERTIFICAÇÃO

Sociais: êxodo rural, diminuição da qualidade de vida, aumento da


mortalidade infantil e diminuição da expectativa de vida;
Econômicas: queda na produção agrícola, queda na circulação de
dinheiro;
Urbanas: crescimento da pobreza urbana, surgimento das favelas,
desorganização das cidades, aumento do desemprego, da marginalidade e

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da poluição urbana;
Recursos Naturais e Clima: perda da flora e da fauna, diminuição da
biodiversidade, erosão do solo, perda de áreas voltadas ao plantio, escassez
dos recursos hídricos ocasionada pelo assoreamento de rios e reservatórios,
aumento da ocorrência da seca.

5.2. DESERTIFICAÇÃO NO CEARÁ

Diversos fatores contribuem para que o Ceará seja suscetível à


desertificação, tais como:
- Clima: semiárido em 92% do estado, onde aas chuvas são inferiores a
800mm por ano e irregulares. A alta temperatura e a velocidade dos ventos
contribuem para a evaporação e a aceleração da transpiração das plantas.
- Geologia: formada por rochas cristalinas em boa parte do território,
dificultando o acúmulo de água e a consequente formação de lençóis
subterrâneos.
- Solo: rasos, facilitam a erosão.
- Vegetação: caatinga, encontrada de forma esparsa, por conta do
desmatamento, não oferecendo muita proteção ao solo contra os efeitos
erosivos.

O QUE PODEMOS FAZER?


Primeiramente, realizar um estudo criterioso e detalhado do solo da área,
identificando as suas características e o nível de degradação. Somente a
partir desse estudo, pode-se pensar como parar ou reverter a desertificação.
As melhores técnicas são:
- Reflorestamento com espécies adaptadas ao ambiente;
- Recuperação da matéria orgânica perdida;
- Práticas de conservação, buscando resgatar as áreas degradadas.

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5.3. EXERCÍCIOS

1. Cite e explique duas consequências danosas da desertificação para o ser


humano.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
____________________________________________________________

2. Cite três práticas que podem reverter o processo de desertificação de uma


região.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
___________________________________________________________

3. Como a desertificação pode contribuir para o agravamento dos seguintes


desastres:
a) Inundações
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
___________________________________________________________

b) Secas
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
___________________________________________________________

5.4. MUDANÇAS CLIMÁTICAS

a) TEMPO X CLIMA
O tempo se refere a um estado transitório. A previsão do tempo auxilia a
defesa civil a executar ações imediatas, como a emissão de alerta e alarme
de chuva forte e a retirada de pessoas de áreas de risco. Já o clima
representa uma situação de equilíbrio no planeta, sendo o resultado entre a

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interação das camadas do sistema terrestre. Denota as condições a médio e


longo prazo. Pode ser modificado por conta do movimento da Terra e dos
continentes e pela dos gases atmosféricos existentes.

b) EFEITO ESTUFA
É um fenômeno natural do Planeta Terra, criado a partir da composição do
vapor d’água, gás carbônico e outros gases que retém calor, tornando o
ambiente abafado e úmido, possibilitando a manutenção da temperatura
média em torno de 15ºC, ideal para o equilíbrio de grande parte das formas
de vida em nosso planeta. O efeito estufa é responsável por permitir a
regulação térmica da terra, ou seja, sem ele o planeta seria 33º mais frio.
O homem tem interferido no equilíbrio entre os sistemas, nos últimos
séculos, aumentando significativamente a concentração de gases que
produzem o efeito estufa, provocando mudanças climáticas severas, tais
como: aumento da temperatura, elevação o nível dos oceanos, derretimentos
das calotas polares, ondas de calor, secas, aumento da incidências de
furacões, diminuição das chuvas etc.

COMO COMBATER O EFEITO ESTUFA?


- Diminuir o desmatamento e as queimadas;
- Coleta seletiva do lixo, para facilitar a reciclagem e diminuir a perda de
matéria-prima;
- Investir em transporte público, para diminuir a poluição por meio dos
escapadores de carros particulares movidos à gasolina;
- Incentivar o uso de novas fontes de energia (eólica ou solar).

6. DESOCUPAÇÃO DE AMBIENTES EM EMERGÊNCIA

Em situações de emergência, como incêndios, vazamentos de produtos


perigosos etc., é necessário evacuar o ambiente onde está ocorrendo o
sinistro. A organização e o treinamento dos ocupantes da edificação durante
a evacuação do ambiente são determinados para a redução do pânico e
manutenção da sua integridade física.

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Alguns pontos devem ser acertados previamente a respeito do Plano de


Evacuação: quem será o responsável pelo acionamento do Plano, quem fará
o controle da saída de pessoal, como será o alarme, o local seguro para a
concentração de todos, as rotas e saídas de emergência e os responsáveis
pelos cortes de energia, gás e água.

6.1. PLANO DE EVACUAÇÃO EM ESCOLAS

ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR: o professor deverá instruir os alunos


acerca dos procedimentos para o cumprimento rigoroso do Plano de
Evacuação. O professor nomeia um aluno para ser Chefe de Fila e orientar
os demais na fila de evacuação. Se existir um aluno com algum tipo de
deficiência, o professor nomeará outro aluno para acompanhá-lo. Os alunos
só saem com o aval do professor, que julgará o momento mais oportuno ou
quando o responsável pelo controle de saída do pessoal der o pronto. O
professor é o último a sair, certificando-se de que não ficou ninguém na sala.
É de competência dele também controlar os alunos no local de concentração
e proceder à conferência dos alunos.

ATRIBUIÇÕES DOS ALUNOS: o aluno Chefe de Fila deverá ocupar a


carteira mais próxima da porta da sala, será o primeiro a sair e conduzir os
demais colegas em fila indiana, seguindo, sempre que possível, o trajeto
assinalado pelo Plano. Os alunos deixarão todo o material em sala, em
passo mais rápido, mas com cuidado para não haver atropelos. O aluno
encarregado de acompanhar o colega deficiente deve juntar-se
imediatamente a ele na hora da saída.
No caso de incêndios com grande acúmulo de fumaça, todos deverão sair
abaixados. No caso de sismos, deve-se esperar o tremor passar e proteger a
cabeça.

6.2. EXERCÍCIO PRÁTICO

Simular a execução do Plano de Evacuação na escola, diante de dois


possíveis cenários: o primeiro, de um incêndio; o segundo de um sismo.

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