489891-Ed02 - Ensaio de Dureza 2024.1

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Durezas Brinell, Rockwell, Vickers e Knoop

 DUREZA é uma propriedade mecânica que se refere à resistência


que um material apresenta à deformação plástica localizada.

 A dureza é largamente utilizada na especificação de materiais, nos


estudos e pesquisas na área de mecânica e metalurgia e na
comparação de diversos materiais.

 Os métodos quantitativos utilizados para determinação da dureza


dos materiais utilizam um aparelho chamado DURÔMETRO que
fornece um número indicando o valor de dureza ou as dimensões
da impressão para posteriormente, através de cálculos ou tabelas,
se determinar o valor da dureza.
 Ensaio por risco (Mohs)

 Ensaio por penetração (Brinell, Rockwell, Vickers)

 Microdureza por penetração (Vickers e Knoop)

 Por choque (Shore)


 ESCALA MOHS: escala de dureza baseada na capacidade de um
material riscar outro mais macio.

 Esta escala consiste em uma escala de 10 minerais padrões


organizados de tal forma que o mais duro (diamante – dureza ao
risco 10) risca todos os outros. O mineral localizado logo abaixo
(safira – dureza ao risco 9) risca todos os que se seguem e assim
sucessivamente, até o mais macio da escala (talco – dureza ao
risco 1).

 As durezas medidas são apenas relativas, não são absolutas.

 Este tipo de ensaio não é utilizado nos materiais metálicos,


encontrando maior aplicação no campo da mineralogia.
 Os métodos mais aplicados utilizam penetradores com formato
padronizado que são pressionados na superfície do material, sob
condições especificas de carga, causando inicialmente deformação
elástica e em seguida, deformação plástica, medindo-se a seguir, o
tamanho ou a profundidade da impressão resultante.

 Os ensaios de dureza são os mais realizados pois:


◦ São simples e baratos.
◦ Podem não ser destrutivos.
◦ Permitem que se estime outras propriedades mecânicas
importantes.

 Ensaios de dureza mais importantes: BRINELL, ROCKWELL e


VICKERS.
 Consiste em comprimir uma esfera, de aço temperado ou de
carboneto de Tungstênio, de diâmetro (D) na superfície do material
ensaiado, sob a ação de uma força (F), durante um intervalo de
tempo específico.

 O valor da dureza Brinell (HB) é caracterizado por um número que


é o quociente entre a força aplicada (F) e a área da calota esférica
(A) expressa em mm2.

 Assim, sendo d o diâmetro da calota esférica, a dureza Brinell é


expressa pela equação:

𝑭 𝟐𝑭
𝑯𝑩 ≅ =
𝝅𝑫𝒉 𝝅𝑫 𝑫 − 𝑫𝟐 − 𝒅𝟐
 O cálculo da dureza é simplificado pelo uso de tabelas, as quais
fornecem diretamente o valor da dureza em função da carga e do
diâmetro da impressão.
 O diâmetro do penetrador de aço endurecido (ou de carboneto de
tungstênio) é de 10,00 mm (0,394 polegadas).

 A carga padrão é de 3000 kgf; durante um teste, a carga é mantida


constante por um tempo específico (entre 10 e 60s).

 O valor de d deve ser tomado como a média de duas leituras feitas


a 90º uma da outra.

 Para peças muito pequenas pode-se diminuir também o valor de


D, a fim de que a impressão não fique muito perto das bordas do
corpo de prova.

 Podem-se utilizar também outros valores de carga e diâmetro


desde que seja mantida constante a relação F/D2 (fator de carga).
 Condições para o uso de outras cargas e outros diâmetros de
esferas:
F1 F2 Fn
2
= 2 = ...= 2 = G
D1 D2 Dn

 Onde G é uma constante empírica que depende do material.


 O diâmetro da esfera é determinado em função da espessura do
corpo de prova ensaiado.
 A espessura mínima é indicada pelas normas técnicas.
 Em alguns materiais podem ocorre deformações no contorno da
impressão, ocasionando erros de leitura.

 Para um metal que tenha grande capacidade de encruamento,


pode acontecer do diâmetro da impressão ser diferente do
medido, devido a um “amassamento” do metal pela esfera que
mascara a calota esférica obtida.

 No caso de metais trabalhados a frio que apresentam pequena


capacidade de encruamento, pode ocorrer uma aderência das
bordas do metal na esfera, de modo que o diâmetro medido fica
maior que o diâmetro real.
 Ensaio padronizado:
• 293 HB
• Dureza Brinell: 293
• Diâmetro da esfera: 10 mm
• Carga: 3000 Kgf
• Duração do ensaio: 15 s

 Em outras condições:
• 85 HB 10 / 1000 / 30
• Dureza Brinell: 85
• Diâmetro da esfera: 10 mm
• Carga: 1000 Kgf
• Duração do ensaio: 30 s
 Vantagens:
• Equipamento de fácil operação;
• Metais não ferrosos, ferros fundidos, aços;
• Materiais com estrutura interna não uniforme.

Limitações:
• Recuperação elástica;
• Superfícies não planas cujo raio de curvatura seja rc< 5D
• Peças com tratamentos superficiais
 Para alguns metais (aços, ferros fundidos, latão) a dureza e o LRT
são praticamente proporcionais.

 Para a maioria dos aços, vale a relação:

LRT(MPa) = 3,45  HB
 É o método mais utilizado internacionalmente, devido à rapidez e à
facilidade de execução, isenção de erros humanos, facilidade de
detectar pequenas variações de dureza e pequeno tamanho da
impressão.

 Difere fundamentalmente do ensaio de dureza Brinell pelo fato de


eliminar o tempo necessário para medição de qualquer dimensão da
impressão causada, pois o resultado pode ser lido diretamente na
máquina de ensaio, sendo, portanto mais rápido e livre de erros
pessoais.

 A dureza Rockwell pode ser realizada em dois tipos de máquinas,


ROCKWELL COMUM (carga menor de 10kgf) e ROCKWELL
SUPERFICIAL (carga menor de 3kgf).
 Os penetradores utilizados são do tipo esférico (esfera de aço
temperado com diâmetros de 1/16”, 1/8”, 1/4” ou 1/2”) ou cônico
(cone de diamante tendo 120º de conicidade).
 O ensaio Rockwell utiliza vários penetradores e cargas, cujas
combinações formam diferentes escalas, adequadas para cada metal
e liga.

 A escala é representada por uma letra do alfabeto, a qual identifica o


penetrador utilizado (esferas de diversos diâmetros e cone de
diamante).

 Em materiais desconhecidos deve-se realizar o ensaio partindo de


escalas mais altas para evitar danos no penetrador, seguindo
posteriormente de escalas mais baixas.

 Assim, por exemplo, usa-se antes a escala Rockwell C (HRC) para


depois tentar as outras, caso o resultado caia fora do intervalo de
dureza HRC.
ESCALA COR DA CARGA PENETRADOR FAIXA DE CAMPO DE APLICAÇÃO
ESCALA MAIOR UTILIZAÇÃO
15N preta 15 diamante 65 a 90 HR 15N Uso em aplicações similares
às escalas HRC, HRA, HRD

30N preta 30 diamante 40 a 80 HR 30N Uso em aplicações similares


às escalas HRC, HRA, HRD
45N preta 45 diamante 35 a 70 HR 45N Uso em aplicações similares
às escalas HRC, HRA, HRD
15T vermelha 15 esfera de aço 50 a 94 HR 15T Uso em aplicações similares
1,5875mm às escalas HRB, HRF, HRG
30T vermelha 30 esfera de aço 10 a 84 HR 30T Uso em aplicações similares
1,5875mm às escalas HRB, HRF, HRG

45T vermelha 45 esfera de aço 10 a 75 HR 45T Uso em aplicações similares


1,5875mm às escalas HRB, HRF, HRG
 O número da dureza Rockwell deve ser seguido pelo símbolo HR,
com um sufixo que indique a escala utilizada.

 O número obtido é um valor adimensional, que possui significado


quando comparado a outros valores da mesma escala.

 Exemplos:
• 64HRC – dureza 64, Rockwell comum, penetrador de diamante
120º, carga de 150kgf

• 150HR15N – dureza 150, Rockwell superficial, penetrador de


diamante, carga de 15kgf
 O penetrador e o suporte devem estar limpos e bem assentados;

 A superfície a ser testada deve estar limpa e seca, plana e


perpendicular ao penetrador;

 Não deve haver impacto na aplicação das cargas;

 O tempo de aplicação da pré-carga deve ser de 3 segundos, sendo


recomendado em torno de 18 segundos para a aplicação da carga
total;

 O espaçamento entre as impressões deve ser de no mínimo 3d o


diâmetro da penetração e 2,5d para a distância da borda.
 É um método semelhante ao ensaio Brinell já que relaciona a carga
aplicada com a área superficial da impressão.

 Penetrador é uma pirâmide de diamante de base quadrada, com


ângulo de 136º entre as faces opostas (este ângulo produz valores de
impressão semelhantes a dureza Brinell).

 O ensaio de dureza Vickers é adequado para medir a dureza de


regiões pequenas do corpo de prova.
 O valor da dureza Vickers (HV) é o quociente entre a carga
aplicada e a área de impressão deixada no corpo ensaiado.

F F  2sen68º
HV =  HV =
d2 d2
2sen68º

1,8544F
HV =
d2
d1 + d 2
d=
2
 A dureza Vickers é representada pelo valor da dureza, seguido do
símbolo HV e de um número que indica o valor da carga aplicada.

 O tempo de aplicação da carga varia de 10 a 18 segundos.

 A área deve ser medida com precisão por isso existe um


microscópio acoplado à máquina para determinação das diagonais,
com precisão de cerca de 1 mícron.

 Quando a duração de aplicação da carga é diferente, indica-se o


tempo de aplicação após a carga.

• Ex: 440HV30/20 – dureza Vickers 440, carga de 30kgf, tempo de


20 segundos
 Uma impressão perfeita deve apresentar os lados retos, entretanto,
podem ocorrer defeitos de impressão, devido ao afundamento ou à
aderência do metal em volta das faces do penetrador.

 É possível corrigir esses defeitos alterando-se o valor da carga do


ensaio para mais ou para menos, dependendo do material e do tipo
de defeito apresentado.
 Impressões extremamente pequenas não inutilizam as peças após
ensaio;
 Deformação nula do penetrador;
 Escala contínua de dureza (de HV = 5 até HV = 1 000 kgf/mm²) ;
 Grande precisão na medida;
 Apenas uma escala de dureza;
 Aplica-se a um amplo espectro de materiais;
 Aplica-se a qualquer espessura de corpo de prova, desde que não
haja ocorrência de deformação no lado oposto ao da superfície
ensaiada.
 Exige cuidadosa preparação do corpo de prova para evitar erros de
medida ou de aplicação de carga.

 A preparação do corpo de prova deve ser feita por polimento


eletrolítico.

 A máquina de dureza Vickers requer aferição constante, pois


qualquer erro da velocidade de aplicação da carga traz grandes
diferenças nos valores de dureza.

 É de utilização industrial limitada devido a demora do ensaio, mas


amplamente utilizada em pesquisa.
 A microdureza é utilizada quando se deseja determinar
profundidades de superfície carbonetada, de têmpera, etc.

 Além da determinação de dureza de constituintes individuais de


uma microestrutura, de materiais frágeis, de peças pequeníssimas
ou extremamente finas.

 A microdureza produz uma impressão microscópica no material,


empregando uma carga menor que 1kgf, com penetrador de
diamante.

 Quanto ao penetrador usado, há dois tipos de microdureza: Vickers


e Knoop.
 A microdureza Knoop utiliza um penetrador em forma de pirâmide
alongada, que produz uma impressão na forma de losango.

𝑭 𝑭
𝑯𝑲 = = 𝟐
𝑨 𝑳 𝑪

 Onde:
• F é a força do ensaio
• L é o comprimento da diagonal maior da impressão
• C é uma constante fornecida pelo fabricante do aparelho
(0,070281)
 A área de impressão obtida no ensaio de dureza Knoop é cerca de
15% da área correspondente no ensaio Vickers, enquanto que a
profundidade da impressão é menor que a metade.

 O ensaio Knoop permite a determinação da dureza de materiais


frágeis como vidro e de camadas finas como películas de tinta ou
camadas eletrodepositadas.

 Os ensaios de microdureza requerem uma preparação cuidadosa


do corpo de prova, podendo ser necessário o polimento eletrolítico
da superfície de análise e o embutimento da amostra em baquelite.
 O polimento eletrolítico torna também a impressão das diagonais
mais nítida.

 Na determinação da microdureza também podem ocorrer


afundamento e aderência como nas durezas HB e HV.

 O tempo de manutenção da carga deve ser aproximadamente 20


segundos e a velocidade de aplicação da carga deve estar entre 1
e 20μ/segundo; velocidades maiores dão valores mais baixos de
dureza.

 A calibração das máquinas deve ser frequente, principalmente


porque o erro na aplicação da carga altera muito o valor da
dureza.
 https://youtu.be/-EQzPdkqeMc

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