Aula Mediadores e Sexto Mito Na Sala de Aula - Cópia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 15

“Ponte para o pote de ouro:

quem são os mediadores de


leitura e qual sua missão”,
Goimar Dantas
• Mediadores são educadores, bibliotecários, contadores de histórias, editores,
escritores, livreiros, booktubers.
• Podem atuar nas suas casas, sendo eles avós, mães, pais, tios, o u seja, to d o s aqueles
que têm acesso a leito res em potencial.
• É po ssível ser med iad o res em d iverso s lugares, co mo ro d a d e amigos, festa,
qualquer lugar que comece a discorrer sobre um livro que está lendo.
• "Para ser um mediador de leitura, é b o m frisar, basta falar de livro s co m paixão ,
entusiasmo , amo r.
• D esejo d e co mpartilhar
• Para ser é preciso uma pessoa interessada em fazer e alguém que esteja disposta a
ouvi-la e um livro.
• Escolha um livro ou texto d e q ue você
goste;
• Demonstre entusiasmo ao apresentá-lo à
pessoa ou ao grupo de pessoas;
• Comece mostrando a capa, contracapa,
dizendo o nome do autor, do ilustrador, da
Como começar a editora (com isso, você desperta o interesse
do leitor para os responsáveis pela leitura
mediação? daquela obra);
• Pratique para ter uma boa entonação
durante a leitura; aliás, você pode alterar
seu tom de voz, dependendo dos
personagens do livro e das situações que
ele apresenta (tragédia, comédia, medo,
suspense, alegria);

3
• Abra o livro e apresente as ilustrações, caso
o livro as tenha;
• Leia o texto em voz alta e, vez ou outra,
faça algumas pausas para olhar nos olhos
dos seus interlocutores;
• Sempre que possível, faça uma associação
da história com outras linguagens artísticas.
Pode ser uma música, um filme, uma
pintura, uma peça de teatro, uma escultura;
Como começar a • Se a história faz você, mediador, se lembrar
mediação? de algo especial, fale sobre isso durante a
mediação. Pode ser alguma passagem da
sua vida, de alguém de sua família, de um
amigo;
• Ajude a pessoa a entrar de cabeça no
universo da obra; não precisa parar para
explicar palavras difíceis do texto, mas se
alguém perguntar o significado delas e você
souber responda;
4
• Ao final, sugira outros títulos do mesmo
autor, ou ainda títulos de outros autores que
têm temática semelhante ao que você
acabou de ler;
• Pergunte o que as pessoas acharam da
história, o que sentiram durante a leitura, se já
passaram por alguma situação semelhante ou
se gostariam de viver em sua vida algo que a
trama apresentou;

Como começar a • Pergunte o que as pessoas mais gostaram.


Se houve algum personagem ou situação
mediação? que lhes chamou mais atenção e por quê;
• Deixe que as pessoas se expressem, troquem
ideias, se sintam à vontade para falar ao final;
isso é importante;
• Guarde essa dica: é preciso ler "com" a
pessoa e não "para" a pessoa. Mediar leitura é
um tipo de entrega, de dança, de ritual.
Contar com a participação, a alegria e a
integração do outro torna tudo mais mágico e
bonito.
5
A figura do mediador de leitura pode ser comparada ao arco multicolorido,
uma vez que apontar o caminho rumo aos livros contribui para a pura diversão,
prazer, alegria e, de quebra, consciência crítica, criatividade, ganho de
vocabulário.... ( mas não somente)

Mediador oferece as ferramentas para que nos conheçamos cada vez


mais.

Livros não trazem receitas prontas, mas apontam caminhos, ajudam a pensar,
instigam nossa imaginação, nos fazem rir e chorar, nos apresentam heróis e
vilões, o que pode ser o certo e o errado, nos tornam, por fim, pessoas com
maiores possibilidades de reflexão e ação.

6
Sexto mito: Conversar é pouco: sempre é
preciso fazer uma atividade depois de ler
8 mitos escolares sobre a leitura literária – Ana Carolina Carvalho e Josca Ailine Baroukh

Cena comum na escola: o professor termina de ler um texto literário e logo segue com
uma proposta de atividade.
(teatro, desenhos, cartaz, frases, final diferente, resumo, “prova do livro “, ficha literária...
Por que ?
Será que essas atividades de fato ampliam os sentidos que o leitor pode construir sobre
o texto literário?

O que os leitores costumam fazer depois de ler?

7
Sexto mito: Conversar é pouco: sempre é
preciso fazer uma atividade depois de ler
O desenho precisa fazer parte do cotidiano da escola, mas ele não faz parte dos
comportamentos leitores.
Ex: quando propuseram aos adultos para desenharem, eles não quiserem; quiserem
conversar sobre o que sentimos, contar o que lembraram, trocar impressões com outros
leitores.
Comportamento típico do leiro: utilizar a linguagem oral, em conversas.

Peça teatral ou dramatização – ajuda na apropriação do conteúdo, mas é objetivo da


formação de leitores?
É preciso conhecer a linguagem do teatro para dramatizar. Ler para conhecer como o texto
teatral se organiza é fundamental.
O que mais importa numa história é a maneira como foi escrita, o trabalho do autor, o jeito
como ele conta algo, a forma como nos enreda em suas tramas.
8
Sexto mito: Conversar é pouco: sempre é
preciso fazer uma atividade depois de ler
Importante: diferenciar entre a dramatização proposta pelos professores e a brincadeira
criada pelas crianças em torno de personagens de livros. O brincar é atividade espontânea
das crianças e deve assim ser respeitado.

Conversa é conteúdo escolar?


A partir de 1997, o ensino da conversa passou a figurar como objetivo didático – o que se
fala, em que situação, com quem.

Leitura – a conversa é troca de impressões, indicações e opiniões.


*** Na escola, produtividade é atrelada a produtos tangíveis , registros em papel, em que a
família poderá reconhecer e comprovar o trabalho realizado.
Essa crença reduz o reconhecimento de aprendizagens das crianças a algum vestígio: é
preciso prova concreta, registrada, para que se avalie o avanço ou não.
Escrita ganha lugar de destaque.
9
Sexto mito: Conversar é pouco: sempre é
preciso fazer uma atividade depois de ler
O QUE FAZER DEPOIS DE LER?

É possível medir a relação dos alunos – ou de qualquer pessoa – com o texto?


Para que caminhos um texto pode nos levar?
Que conhecimentos, pensamentos, experiências acionamos quando lemos?
Será que nós mesmos, como leitores, temos consciência de tudo o que pensamento
quando lemos um livro literário?

*** Se a escola pretende formar leitores, terá de lidar com o seguinte fato: não vai ter
acesso a tudo o que o texto provoca em seus leitores ***

10
Sexto mito: Conversar é pouco: sempre é
preciso fazer uma atividade depois de ler
Quando falamos sobre um texto:
Voltamos a lê-lo
Buscamos entender como nos relacionamos com aquela leitura
De que maneira aquele texto nos tocou
O que pensamos sobre ele

“Quando conversamos sobre uma leitura, nos apropriamos dela de outra maneira,
reconhecemos seus efeitos em nós.

“Não sabemos o que pensamos sobre um livro até que tenhamos falado dele “(BAJOUR)

11
Sexto mito: Conversar é pouco: sempre é
preciso fazer uma atividade depois de ler
Conversar sobre livros com outros leitores possibilita novas construções de sentido;
Ampliar nossa relação com o livro;
Expandir sentidos, dialogando com os olhares de outros leitores.

“A conversa entre leitores é um comportamento, uma ação a ser aprendida e


aprimorada. Se a escola pretende formar leitores, é também sua função proporcionar
trocas significativas, conversas entre leitores que possam ressignificar e enriquecer os
entendimentos e as associações possíveis que o texto pode propiciar” .

12
Sexto mito: Conversar é pouco: sempre é
preciso fazer uma atividade depois de ler
Na conversa:

- Perceber o efeito da leitura


- O que sentiram
- O que pensaram
- Associaram
- Elaborar um discurso para compartilhar essas ideias
- Ouvir e entender o que os outros têm a dizer
- Formar opinião
- Fazer uma parada para olhar para a beleza do texto e conversar sobre o modo
como o autor nos apresenta aquilo que deseja contar.

13
Sexto mito: Conversar é pouco: sempre é
preciso fazer uma atividade depois de ler
Para que tudo isso aconteça, o professor precisa ter clareza da complexidade
envolvida numa roda de conversa.
Atentar ao fato de que a conversa pode virar um monólogo e, com isso, só a “verdade”
da professora/mediadora ser válida. – Pode minar, silenciar os leitores.
Professor precisa planejar a conversa
Não buscar somente a sua verdade na leitura
Entender a importância da circulação de opiniões e da construção de múltiplos
sentidos por todos
A importância da escuta em uma roda de conversa: O que será que o outro tem a
dizer?

** Conversas sobre leituras não precisam oferecer respostas. Os alunos podem sair com
muitas perguntas sobre si mesmos e sobre a vida.**
14
Sexto mito: Conversar é pouco: sempre é
preciso fazer uma atividade depois de ler
A leitura vai além da aquisição de certas habilidades de decodificação durante a
formação.
Ler implica atribuir sentidos, pensar sobre aquilo que lemos a partir de nossa própria
experiência.
Ler e ser leitor significa tomar um livro em mãos e saber reconhecer as informações que
ele traz: autor, índice, títulos dos capítulos, ilustrador...
Ler e ser leitor significa saber o que dizer sobre uma leitura, conversar, trocar
informações e sugerir, saber encontrar um livro numa biblioteca ou livraria.
Podemos exercer essas ações antes mesmo de sabermos decodificar um texto.

** Ensinar comportamentos leitores é parte inextricável do formar-se como leitor**

15

Você também pode gostar