Apotila Estudos de Economia, Mercao e Do Comercio Internacional - 2024

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Apostila

ESTUDOS DE
ECONOMIA,
MERCADO E DE
COMÉRCIO
INTERNACIONAL

Silvio Luiz Ambrozin

-2024-

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1- INTRODUÇÃO À TEORIA ECONÔMICA

1.1- Definição e objeto da Economia

Os indivíduos, considerados isoladamente, tem uma série de


necessidades individuais que precisam ser satisfeitas para garantir sua sobrevivência.
Como exemplo dessa necessidade, temos o ato de se alimentar, que neste caso é de
natureza biológica. Entretanto, como o ser humano vive em sociedade, em contatos com
outras pessoas, surgem outros tipos de necessidades. É o caso da Educação, do
transporte coletivo, etc. que recebem o nome de necessidades coletivas.

Para satisfazer a tais necessidades, as pessoas precisam consumir


determinados bens, como pão, roupas, casas, etc. Entretanto, essa satisfação não se dá
só através de objetos materiais, mas também através de serviços, como educação,
atendimento médico, transportes etc.

Em resume, a satisfação das necessidades individuais e coletivas é feita


com o consumo de bens e serviços. Esses bens e serviços compõem, juntos, a produção
econômica, que é obtida com a combinação de recursos naturais, equipamentos e
trabalho. Tais elementos, pelo de serem necessários à produção, recebem o nome de
fatores de produção e agrupam-se, tradicionalmente, em três itens:

- Trabalho: é a contribuição do ser humano, em forma de atividade


física ou mental;

- Capital: é o conjunto de equipamentos, ferramentas e máquinas,


produzidos pelo homem, que não se destinam à satisfação das necessidades através do
consumo, mas concorrem para a produção de bens e de serviços, aumentando a
eficiência do trabalho humano;

-Recursos naturais: são os elementos da natureza utilizados pelo


homem com a finalidade de criar bens. Como exemplos, temos a terra (utilizada na
agricultura), a água (que pode irrigar a lavoura ou sob a forma de quedas d’águas gerar
energia elétrica), os minerais, os animais, etc.

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O diagrama a seguir demonstra como se combinam os fatores da
produção para se obter os bens e os serviços.

RECURSOS BENS E
TRABALHO + CAPITAL + =
NATURAIS SERVIÇOS

De posse desses elementos, podemos definir economia como sendo o


processo que combina fatores de produção para criar bens e serviços. Devemos
observar, porém que a quantidade de fatores de produção disponível é finita. Ou seja,
não é suficiente para satisfazer todas as necessidades e desejos dos homens.

A riqueza de um país, num determinado momento, é formada pelos


fatores de produção disponíveis, pelos bens que estão sendo produzidos e pelos que já
foram, mas que ainda não desapareceram. Um dos elementos destacados na teoria
econômica é o chamado trabalho humano, que alguns denominam de capital humano.
Este consiste na ação e no conhecimento dos agentes. São informações adquiridas ao
longo do tempo, por meio de experiência profissional ou de formação escolar, que
aumentam a capacidade produtiva, permitindo produzir mais com o mesmo emprego de
trabalho. A riqueza compõe-se, ainda, de elementos como a população do país (seu fator
trabalho), os recursos naturais (a terra agricultável, as reservas minerais e de petróleo e
os mananciais de água), os equipamentos (máquinas e instalações das empresas), as
redes de energia, a distribuição de água, as estradas, as pontes, as bibliotecas e outros,
além dos bens correntemente produzidos, como alimentos, roupas, etc.

Os elementos que participam do processo econômico levam o nome de


agentes econômicos e são representados por pessoas que desempenham diferentes
papeis na economia. Como exemplos de agentes econômicos podemos citar o
consumidor, que adquire bens e serviços, o empresário, que organiza os fatores de
produção, o trabalhador que vende sua força de trabalho – um fator de produção.

1.2- Economia como ciência

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Aristóteles (384-322 A.C.) é considerado um dos primeiros pensadores
econômicos. O aparecimentos da moeda inspirou a discussão a respeito da “crematística
natural” ou economia doméstica, e da “crematística não-natural”, ou economia
mercantil, na sua obra Política, em cuja escrita utilizou tanto o método dedutivo como o
indutivo. Suas ideias tiveram profunda influência sobre as doutrinas econômicas da
Idade Média e em doutrinas mais recentes.

O conhecimento humano é resultado do esforço do trabalho dos


indivíduos ao longo dos milhares de anos da história da humanidade. Assim, o
conhecimento atual que se tem da matemática e da química, por exemplo, é fruto da
longa e laboriosa dedicação das pessoas que tem se preocupado com essas ciências
através dos séculos.

A economia tem sido objeto de preocupação das pessoas há muito


tempo, sendo que os primeiros registros de natureza econômica de que se tem notícias á
incluíam datam da Grécia Antiga. Alguns filósofos gregos já incluíam em seus escritos
aspectos da economia da sociedade em que viviam.

Dessa forma, é natural que para o estudo da economia a construção de


sua teoria as pessoas tenham utilizado os mesmos métodos de raciocínio empregados
em outra ciências. Basicamente, são dois os métodos de investigação científica: o
dedutivo e o indutivo.

O método dedutivo consiste em estabelecer uma série de hipóteses


gerais e consistentes a respeito do objeto de estudo. A seguir, por meio de raciocínio
lógico, estabelece certas proposições acerca do objeto. A verdade das conclusões
dependerá de os pressupostos estabelecidos no início serem verdadeiros ou não. Chega-
se por meio de pressupostos gerias, ao estudo do fato isolado, do detalhe. Em outras
palavras, essa forma de investigação parte do geral para o particular.

O método indutivo segue o caminho inverso, já que parte da


observação direta de aspectos isolados da realidade. Uma vez compreendidos esses
aspectos, e a partir do conhecimento fornecido por essas observações, procura-se
estabelecer os princípios gerais que regem a matéria em estudo. Esse método parte do
particular para o geral.

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Apesar da diferença fundamental entre os dois métodos, eles não se
excluem e podem ser usados simultaneamente pelo cientista nas diferentes fases do seu
processo de investigação.

A partir do final do século passado, foram introduzidas novas técnicas


para a elaboração da teoria econômica. A razoável disponibilidade de dados numéricos
sobre as atividades econômicas estimulou o uso da matemática e da estatística por parte
dos economistas.

Com isso surgiu a ecometria, que é um método de investigação que


visa, basicamente, confrontar a teoria econômica com a realidade através da análise de
dados numéricos, para, com isso, reformular a teoria econômica quando os dados não
estiverem de acordo com a teoria.

1.3- Os Problemas de Natureza Econômica

1.3.1- O problema fundamental da economia

A atividade econômica numa sociedade é realizada com o propósito de


produzir bens e serviços que se destinem à satisfação das necessidades individuais ou
coletivas de seus membros.

Entretanto, em razão da própria natureza do ser humano, suas


necessidades se ampliam continuamente, aumentando em consequência, as exigências
do consumo. Um número cada vez maior de pessoas procura bens e serviços que
atendam às suas necessidades de lazer, educação, transporte coletivo, etc. Assim pode se
dizer que as necessidades humanas são ilimitadas.

Sabemos, por outro lado que a produção de bens e de serviços exige a


organização e a combinação dos fatores de produção existentes à disposição da
sociedade. Entretanto, esses fatores são limitados, escassos, pois não existem na
quantidade que seria desejável. A área agricultável de um país é limitada, finita, o
mesmo ocorrendo com a quantidade de pessoas que pode trabalhar e em relação a
máquinas, ferramentas e equipamentos em geral.

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Temos então, colocado o conflito que explica e justifica a existência
da teoria econômica. De um lado, observa-se que as necessidades das pessoas são
ilimitadas e, de outro, que os fatores disponíveis para a produção de bens e de serviços
que satisfaçam a essas necessidades são limitadas. Esse é o problema fundamental da
economia, que os economistas chamam de lei da escassez.

1.3.2- Quatro perguntas fundamentais

Diante da impossibilidade do atendimento pleno das necessidades


humanas em virtude da escassez de recursos, quatro questões são levantadas, sendo que
suas respostas envolvem o problema fundamental da economia, isto e, o problema da
escassez.

O que produzir?

A resposta significa identificar as necessidades e, consequentemente,


o que irá satisfazê-las. Dessa forma, a sociedade deve saber que precisa produzir, por
exemplo, alimentos, roupas, casa, estradas, escolas, etc.

Quanto produzir?

Essa questão complementa a anterior e tem sua importância definida na


medida em que, como já vimos, é impossível produzir em quantidades ilimitadas todos
os bens necessários. Se imaginarmos que todos os recursos disponíveis de uma
economia estão sendo utilizados no processo produtivo, atingiremos um limite na
produção de bens e de serviços. Nesse caso, se quisermos aumentar a produção de um
bem qualquer, teremos de diminuir a quantidade de produção de outro ou outros bens.

Como produzir?

Para que se obtenha um determinado bem ou serviço, é necessário


empregar os fatores trabalho, capital e recursos naturais. Entretanto, a proporção em que

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esses recursos serão combinados vai depender da abundância ou da escassez de cada um
deles. Portanto, é natural imaginar que, numa economia em que o fator trabalho seja
mais abundante que o fator capital, a produção empregue uma quantidade
proporcionalmente maior de trabalho.

Para quem produzir?

A resposta a essa pergunta resolve o último problema da questão da


satisfação das necessidades humanas. Ela vai nos dizer de que forma será distribuído o
produto do trabalho coletivo aos elementos da sociedade.

1.3.3- Curva de possibilidade de produção

A curva da possibilidade indica as quantidades máximas de bens e de


serviços que podem ser produzidas em uma economia quando todos os fatores de
produção estiverem empregados.

Vamos imaginar que uma economia produza apenas dois tipos de


bens: alimentos e roupas. Se todos os fatores disponíveis fossem destinados à produção
de alimentos, poderia ser obtida a quantidade de 10 milhões de toneladas de alimentos.
Naturalmente, nessas circunstância, não seria obtida uma única peça de vestuário. Por
outro lado, se todos os fatores disponíveis fossem alocados na produção de roupas,
poderiam ser obtidos 20 milhões de peças de vestuário. Neste caso, igualmente, não
seria produzida uma única tonelada de alimento.

Esse exemplo esclarece os limites que uma economia tem para


produzir o necessário ao atendimento das necessidades das pessoas. No entanto, sabe-se
que as pessoas gostariam de consumir roupas e alimentos. Nesse caso a economia iria
empregar seus recursos disponíveis na produção de dois tipos de bens, e
consequentemente, seriam obtidas quantidades menores de alimentos e roupas que as
citadas anteriormente.

Na figura abaixo, representamos graficamente o exemplo dado. Nela,


temos um sistema de eixos cartesianos. No eixo das abscissas (horizontal),

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representamos a quantidade de peças de vestuários que a nossa economia hipotética
pode produzir. Nos eixos das ordenadas (vertical), representamos a quantidade de
alimentos que pode ser produzida.

Alimentos
(milhões de toneladas)

P
10

B
7,5

A
5

O 5 10
Vestuário (milhões de peças)

A linha que une os pontos P e Q é denominada curva de


possibilidades de produção. Essa curva indica as diferentes quantidades dos dois bens
que podem ser produzidos em uma economia, quando todos os recursos disponíveis são
utilizados.

É importante frisar também que a curva de possibilidade de produção


pressupõe o pleno emprego dos fatores de produção disponíveis, ou seja, todos os
fatores, em toda a sua extensão, devem estar empregados no processo de produção. Em
razão disso, nenhuma quantidade pode estar indicada acima da linha que une os pontos
P e Q, pois essa linha estabelece o limite máximo de disponibilidade e de emprego dos
fatores de produção.

1.4- O Sistema Econômico

1.4.1- Definição de Sistema Econômico

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Nas sociedades modernas, onde é produzido um grande número de
bens e serviços, podemos observar que o consumo de uma pessoa é composto por bens e
serviços produzidos em áreas de atividade econômica diferentes daquela em que exerce
seu trabalho. Um operário que trabalhe numa metalúrgica, por exemplo, produz chapas
de aço, mas necessita de alimentos, roupas, uma casa, transporte etc.

Entretanto, na economia em que esse operário vive, é permitido que


ele troque sua força de trabalho (um fator de produção que concorre para a produção das
chapas de aço) por um salário que lhe permita adquirir os bens e serviços de que
necessita. Isto ocorre em razão do funcionamento daquilo que chamamos de sistema
econômico.

Um sistema econômico pode ser definido como a reunião dos


diversos elementos participantes da produção e do consumo de bens e serviços que
satisfazem às necessidades da sociedade, organizados não apenas do ponto de vista
econômico, mas também social, jurídico, institucional etc. Observe que os elementos
integrantes de um sistema econômico não são apenas pessoas, mas todos os fatores de
produção: trabalho, capital e recursos naturais.

Entretanto, para que esses fatores façam parte do processo produtivo,


eles precisam estar organizados de tal forma que sua combinação resulte em algum bem
ou serviço. As instituições em que são organizados os fatores de produção são
denominadas unidades produtoras. Uma fábrica de automóveis, um banco e uma
fazenda são exemplos de unidades produtoras.

A produção econômica pode ser classificada em três categorias, de


acordo com sua destinação.

- Bens e serviços de consumo: são aqueles bens e serviços que


satisfazem às necessidades das pessoas quando consumidos no estado em que se
encontram: como alimentos, roupas, serviços médicos, etc.
- Bens e serviços intermediários: são bens e serviços que não
atendem diretamente as necessidades das pessoas, pois precisam ser transformados para
atingir sua forma definitiva. Como exemplo, podemos citar as chapas de aço que são
empregadas na produção de automóveis, etc.

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- Bens de capital: também não atendem diretamente as necessidades
dos consumidores, mas destinam-se a aumentar a eficiência do trabalho humano no
processo produtivo, como as máquinas, as estradas, etc.

1.4.2- Composição do Sistema Econômico

Apesar dos objetivos das diversas e inúmeras unidades produtoras de


um sistema econômico, podemos classificá-lo de acordo com as características
fundamentais de sua produção. Considerando esse critério, podemos perceber que as
unidades produtoras podem ser agrupadas em três setores distintos:

- Setor Primário: é aquele que se destina a produzir matérias-primas


e bens de consumo in natura, ou seja, aquele cujas unidades produtoras utilizam
intensamente recursos naturais não introduzindo transformações consideráveis em seus
produtos, como é o caso da agricultura, pecuária, pesca e extração mineral;
- Setor Secundário: é aquele que se dedica à transformação, ou seja,
empresas dedicadas às atividades industriais, transformando matérias-primas em bens
finais de consumo. Utiliza de certa forma, com intensidade o fator de produção capital,
através de máquinas e equipamentos.
- Setor terciário: é aquele que se dedica à produção de serviços em
geral, a exemplo da educação, empresas de transporte, comunicação, comércio.
Diversões, bancos, etc.

Quanto maior a produção do setor secundário no sistema econômico


de um País, será mais considerado com nível de desenvolvimento satisfatório, enquanto
países com maior predominância do setor primário são considerados com nível de
desenvolvimento não satisfatório.

1.4.3- Fluxos do Sistema Econômico

A oferta e a procura representam as duas funções mais importantes


de um sistema econômico, formando o mercado, aqui representado por todas as compras
e vendas nele realizados e não meramente o local físico onde acontecem as negociações.

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Podemos representar o fluxo de um sistema econômico, de forma bem
simplificada, para maior entendimento, ressaltando que as unidades econômicas são
classificadas em dois grupos, sendo um representando as famílias e, outro grupo
representando as empresas e que esses dois grupos interagem em dois tipos de mercado:

- Mercado de bens de consumo e serviços;


- Mercado de recursos

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA CIRCULAÇÃO E FLUXO NO SISTEMA


ECONÔMICO

DINHEIRO

BENS E SERVIÇOS

Fluxo Monetário - DEMANDA


Fluxo Real—OFERTA

EMPRESAS FAMILIAS

MÃO-DE-OBRA E CAPITAL

DINHEIRO, ALUGUÉIS, SALÁRIOS, JUROS, ETC

Fluxo real
Fluxo monetário

Podemos perceber que o funcionamento do fluxo monetário,


representando por linhas contínuas, ocorre a partir das empresas que contratam, junto às

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famílias, os fatores de produção de que agora dispõe e começa a estabelecer o fluxo
real, quando ocorre a oferta de bens e serviços produzidos.

Os fluxos se encontram no mercado e têm uma sequência. Começam


com as necessidades das empresas com relação aos fatores de produção que conseguem
com as famílias. As famílias, por sua vez, necessitam oferecer fatores de produção às
empresas pois necessitam de recursos financeiros para poderem adquirir bens e serviços
que necessitam. Estando as famílias com recursos financeiros em mãos, adquirem os
bens e serviços que necessitam, esgotando ou diminuindo a quantidade desses bens e
serviços no mercado, fazendo com que as empresas voltem a contratar fatores de
produção junto às famílias e, assim, começando novamente o ciclo do Fluxo do Sistema
Econômico.

Devemos deixar clara a simplicidade do exemplo exposto, uma vez que,


em muitos casos, há a intervenção do governo e também a participação do mercado
externo, o que não foi adequado colocar no Fluxo justamente para facilitar o raciocínio.

1.5- Microeconomia

A microeconomia é um ramo das ciências econômicas que estuda o


comportamento econômico individual, focando somente em mercados específicos e nos
movimentos de produtores e consumidores, sem levar em conta o conjunto geral da
economia.

A microeconomia visa identificar como consumidores e produtores


agem individualmente para se compreender os impactos de suas ações no
funcionamento de um sistema econômico.

É na microeconomia que se estuda, por exemplo, a formação dos


preços dos produtos e serviços. Além disso, essa área de estudo procura entender os
fatores de produção, analisando mercados específicos e o comportamento de consumo
de indivíduos, famílias e outras unidades de consumo.

Ela se desenvolveu a partir dos trabalhos de Adam Smith e David


Ricardo, além de outros economistas importantes dos séculos XVIII e XIX, com base
nos seguintes conceitos:

- Os agentes tomam decisões racionais;

- Visando o benefício econômico próprio;

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- Em um ambiente onde os recursos são escassos.

Microeconomia, também conhecida como Teoria dos Preços mostra


como a liberdade para se estipular preços coordena as atividades tanto de produtores
como de consumidores. Assim, é possível estudar a demanda, inerente aos desejos e
necessidades de consumo, e a oferta, que representa bens e serviços oferecidos pelos
empresários.

As interações entre essas duas forças é que determinam a dinâmica de


um mercado, permitindo analisar os seus efeitos sobre os preços em condições que
incluem desde o monopólio até a concorrência perfeita.

O objetivo é alcançar o “ótimo econômico” onde:

- Produtores: maximizam o lucro, dados os recursos que possuem;

- Consumidores: maximizam a sua satisfação, dada a renda disponível.

Isso é o que prega o sistema econômico liberal. Havendo liberdade


para se estipular preços, ambos o equilíbrio e a eficiência se manifestam
automaticamente, trazendo melhores resultados para a sociedade quando consideradas
as seguintes premissas:

- Ausência de assimetria de informações;

- Mercados pulverizados (muitos vendedores e compradores);

- Existência de bens similares;

- Relacionamentos relativamente estáticos (conceito de ceteris paribus,


onde todas as demais variáveis permanecem constantes).

Longe de ser algo puramente teórico, a microeconomia tem aplicações


bastante práticas. É por meio de modelos matemáticos, que reproduzem de forma mais
fidedigna possível o que ocorre na economia, que se buscam soluções para:

- Regulação de setores econômicos:

- Mercado financeiro;

- Mecanismo de proteção a concorrência;

- Sistema de saúde;

- Comércio virtual;

- Meio ambiente;

- Entre outros.

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1.5.1- DEMANDA

- Definição

Demanda ou procura é a quantidade de um determinado bem ou


serviço que o consumidor deseja comprar, em um determinado período de tempo.

Então, a demanda deve ser entendida como o desejo de comprar e


não a realização da compra propriamente dita. Ao mesmo tempo, deve-se considerar
que a demanda é um fluxo por unidade de tempo.

Dependendo do tipo de bem, ou serviço, haverá uma variação na


unidade de tempo. Podemos entender essa variação analisando os bens duráveis, que
tem uma unidade de tempo bem maior que os bens não duráveis, que por sua vez, tem
uma unidade de tempo reduzida.

Também precisamos considerar os elementos que determinam a


quantidade demandada de um bem.

A teoria da demanda (Teoria dos Consumidores) advém de hipóteses


sobre a escolha do consumidor entre os diversos bens que seu orçamento, ou renda,
pode adquirir.

Vamos partir do pressuposto de que existem várias alternativas para


o consumidor escolher e que o mesmo tentará, da forma mais racional e abrangedora,
esgotar sua renda, orçamento, atendendo o maior número possível de suas necessidades,
considerando o preço dos bens e serviços de que necessita, conquistando o maior nível
possível de sua satisfação.

Concluindo, a demanda ou procura pode ser apresentada de modo


simples: “a quantidade que se deseja comprar, por unidade tempo, será maior quanto
menor for o preço, ceteris paribus (isto é, mantidas as demais condições constantes)”.

As quantidades que os consumidores desejam adquirir são ofertadas


por numerosas circunstâncias, ou variáveis, como:

a) o preço do bem ou serviço;


b) os gostos ou preferências dos consumidores;

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c) o número de consumidores considerados;
d) a renda dos consumidores;
e) os preços dos bens relacionados àquele sob consideração;
f) a variedade de bens disponíveis;
g) as expectativas dos consumidores sobre os futuros preços dos
produtos.

A quantidade procurada é influenciada por esses itens, mas


pressupõe-se que somente o preço do bem poderá variar e as demais circunstâncias
serão mantidas constantes, com o propósito de definir o preço influenciando a
quantidade procurada. A essa relação, entre a quantidade demandada de um bem e seu
preço, dá-se o nome de curva da demanda

O efeito das variações do preço do bem em sua procura é medido


através da função, ou relação acima, que é conhecida como lei da demanda ou lei da
procura.

A lei da demanda está embasada no fato de que “quanto maior for o


preço de um bem ou serviço, menor será a quantidade procurada desse bem ou serviço”,
ou seja, há uma relação inversa entre a quantidade procurada de um bem e seu
preço.

1.5.2- Oferta

- Definição

Oferta é a quantidade de um bem econômico ou serviço que


determinados produtores desejam vender a cada preço, em certa unidade de tempo.

Salientamos que a oferta também é um desejo, uma aspiração; não


devendo ser confundida com a venda efetiva.

O desejo de ofertar está associado à necessidade de produzir e, para


isso, utilizamos os fatores de produção.

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A Teoria da Oferta (Teoria das empresas) estuda a estrutura e
econômica das organizações cujo objetivo é maximiza lucros. Organizações que para
isso compram fatores de produção e vendem o produto desses fatores de produção para
os consumidores. Estuda estruturas de mercado tanto competitivas quanto
monopolísticas.

Da mesma forma que a demanda, a oferta de um bem depende de


infinitos fatores.

Admitindo a hipótese ceteris paribus, a oferta de um bem depende de


seu próprio preço e, assim, quanto maior for o preço de um bem, mais interessante se
torna produzi-lo e, consequentemente, a oferta é maior.

A oferta ou quantidade ofertada de um bem também depende:

- Dos preços dos fatores de produção;

- Da tecnologia utilizada na produção do bem;

- Dos preços dos outros bens.

O efeito das variações do preço do bem em sua oferta é medido


através da função, ou relação acima, que é conhecida como lei da oferta.

1.5.3- Competitividade

A competitividade é a habilidade ou talento resultante de


conhecimentos adquiridos capazes de criar e sustentar um desempenho superior pela
concorrência.

A competitividade é vista e compreendida sob diversas óticas,


podendo ser atribuída conforme o panorama econômico, impulsionado por variáveis
como taxa de câmbio e de juros, déficits e políticas governamentais, baixo dispêndios
com a força de trabalho, recursos naturais, e, acima de tudo, diferenças de práticas
administrativas.

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A vantagem competitiva se origina a partir de atividades básicas,
primárias e de apoio, praticadas pela empresa. Assim, a vantagem competitiva se
origina das atividades desenvolvidas na produção, operações, logística, serviços, gestão
de competências, infraestrutura, tecnologia e compras.

Deve se ressaltar que a busca pela competitividade se remete, ainda às


restrições impostas pelo poder financeiro das empresas para o investimento na
capacidade produtiva e comercial. A possibilidade de adequação aos padrões de
concorrência aos padrões de concorrências está conectada à reestruturação das bases
tecnológicas, através de inovações generalizadas nas várias atividades geradoras de
valor, sobretudo, aos ativos ligados a sistemas de informações e comunicação com o
mercado consumidor. Os ciclos de produção cada vez mais curtos conduzem a
reafirmação de dominância financeira, configurando importante barreira de entrada em
algumas estruturas de mercado.

Para o sucesso competitivo ser atingido, a empresa necessita dominar


uma ou mais atividades que configurem em uma vantagem competitiva efetiva, que
pode provir de custos mais baixos ou da habilidade de destacar a empresa junto aos
consumidores e, com isso, conseguir operar com níveis de preços mais altos.

1.5.4- Concorrência Perfeita

A Concorrência Perfeita corresponde a uma situação limite em que


nenhuma empresa e nenhum consumidor têm poder suficiente para influenciar o
preço de mercado. Para que tal situação se verifique é necessário que se verifiquem
determinadas condições, nomeadamente:

- Existência de um grande número de empresas a produzir o mesmo


produto ou serviço (bem) e com dimensão e estrutura de custos semelhante;

- Existência de um grande número de consumidores e todos com a


mesma informação disponível sobre a oferta existente no mercado;

- Existência de homogeneidade nos produtos ou serviços oferecidos


no mercado;

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- Inexistência de barreiras à entrada ou à saída de empresas no
mercado.

1.5.5- Monopólio

Em economia, monopólio (do grego monos, um + polens, vender)


é como se denomina uma situação de concorrência imperfeita, em que uma empresa
detém o mercado de um determinado produto ou serviço, impondo preços aos que
comercializam.

Monopólios podem surgir devido a características particulares de


mercado, ou devido a regulamentação governamental, o monopólio coercivo, e criam
uma particularidade econômica, em que a curva de demanda do bem fica negativamente
inclinada, na medida em que a demanda da firma e a demanda do mercado são as
mesmas.

1.5.6- Oligopólio

Proveniente do grego “oligos” que significa poucos e de “polens”


vender, o termo oligopólio significa literalmente poucos para vender, ou seja, poucos
que fornecem um produto. Estes poucos detêm uma parcela elevada do mercado
gerando benefícios com grandes margens de lucro. O que se produz no mercado
oligipolista (empresas), é usado para controlar este setor da economia com um número
reduzido de instituições como explica o próprio termo no seu sentido mais amplo.

Para entender melhor o significado do termo oligopólio deve-se levar


em consideração que neste tipo de mercado o número de participantes é reduzido e entre
eles existe comunicação e cada um sabe exatamente das ações dos outros, ou seja, se um
oligopolista toma uma determinada decisão, os outros podem ver suas decisões
comprometidas posto que devam seguir as mesmas pautas formando assim uma espécie
de cartel. O aproveitamento de uma posição privilegiada é usado sempre para manter
preços elevados mesmo que a produção seja inferior. Existe, neste tipo de mercado,
colaboração mútua que visualiza a manutenção do poder e pretende eliminar a livre
concorrência.

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1.5.7- Concorrência monopolística

Concorrência Monopolística é uma forma de concorrência imperfeita


e corresponde a uma situação em que existem numerosas empresas no mercado, mas
que oferecem produtos ou serviços não totalmente homogêneos e, por isso, não
totalmente substituíveis. Numa situação deste tipo, cada uma das empresas possui
algum poder de mercado para influenciar o preço dos seus próprios produtos ou
serviços. De fato, no seu produto particular, diferenciado dos produtos dos restantes
concorrentes, cada empresa funciona como um pequeno monopólio - a maior ou menor
proximidade de uma situação de monopólio depende do grau de diferenciação (e
portanto do grau de substituição) existente entre os diferentes produtos oferecidos.

1.5.8- Monopsônio

Em economia, monopsônio ou monopsónio é uma forma de mercado


com apenas um comprador, chamado de monopsonista, e inúmeros vendedores. É um
tipo de competição imperfeita, inverso ao caso do monopólio, onde existe apenas um
vendedor e vários compradores.

Um monopsonista tem poder de mercado, devido ao fato de poder


influenciar os preços de determinado bem, variando apenas a quantidade comprada. Os
seus ganhos dependem da elasticidade da oferta.

1.5.9- Oligopsônio

Em economia, oligopsônio ou oligopsónio é uma forma de mercado


com poucos compradores, chamados de oligopsonistas, e inúmeros vendedores. É um
tipo de competição imperfeita, inverso ao caso do oligopólio, onde existem apenas
alguns vendedores e vários compradores.

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1.5.10- Cartel

Cartel é um acordo explícito ou implícito entre concorrentes para,


principalmente, fixação de preços ou cotas de produção, divisão de clientes e de
mercados de atuação ou, por meio da ação coordenada entre os participantes, eliminar a
concorrência e aumentar os preços dos produtos, obtendo maiores lucros, em prejuízo
do bem-estar do consumidor.

Cartéis são considerados a mais grave lesão à concorrência e


prejudicam consumidores ao aumentar preços e restringir oferta, tornando os bens e
serviços mais caros ou indisponíveis.

A artificialmente limitar a concorrência, os membros de um cartel


também prejudicam a inovação, impedindo que novos produtos e processo produtivos
surjam no mercado. Cartéis resultam em perdas de bem-estar do consumidor e, em
longo prazo, perda de competitividade da economia com o um todo.

1.5.11- Conceito de Dumping

O termo Dumping é utilizado para designar uma situação em que o


produto é vendido a um preço inferior ao seu custo de produção ou de aquisição.

É também utilizado para designar uma situação em que um


determinado produto é vendido a um preço inferior num mercado estrangeiro do que
no mercado doméstico.

Em muitos países, e devido às consequências nefastas que tem


sobre o regular funcionamento dos mercados, esta prática de venda por um valor
inferior ao custo de produção ou de aquisição é considerada ilegal.

1.5.12 – Truste

Os trustes correspondem à fusão ou união entre duas empresas de


um mesmo ramo ou de áreas diferentes da economia, constituindo uma única

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companhia ou um grupo de associados de maior porte. Essa forma de monopólio é
muito utilizada por grandes empresas que se vêm ameaçadas pelo crescimento de
pequenas concorrente em fase de rápido crescimento, mas também pode envolver
empresas de porte maior.

Além de buscar a diminuição da concorrência, os trustes podem ser


realizados quando uma empresa decide expandir o seu mercado para outros ramos da
economia. Exemplo: uma companhia do ramo de bebidas adquire ou se funde com
outra empresa do ramo alimentício para aumentar a sua área de atuação.

Apesar de não ser considerada uma atividade ilegal, existem várias


leis e estatutos elaborados para conter a expansão dos trustes e evitar um total
descontrole do mercado global. Em 1890, nos Estado Unidos, foi sancionada a Lei
Sherman Antitruste – Uma lei para limitar os trustes e garantir a livre concorrência –
e ainda hoje pode haver restrições – nem sempre concretizadas – para a fusão entre
duas grandes empresas que controlam parte do mercado consumidor.

Além disso, há diferentes tipos de trustes, que podem ser:

- Truste horizontal

Nesse modelo a sociedade é feita por empresas do mesmo setor e


que vende o mesmo produto ou serviço. Essa estrutura afeta a concorrência e também
fornecedores, já que são obrigados a vender seus produtos de acordo com o valor
exigido pelas empresas que integram o truste.

- Truste vertical

Por sua vez, o truste vertical ocorre quando empresas que se unem
comercializam produtos ou serviços diferentes. Nesse caso, há situações em que até
mesmo os setores são totalmente diferentes.

Nesse caso o truste ocorre quando o grupo passa a impor ao


mercado e ganha poder por meio da cadeia produtiva. Dessa forma, o truste pode
envolver desde a extração da matéria-prima até a venda do produto final.

Isso as faz dominar todo o mercado e novamente podem aplicar o


preço que acharem mais conveniente, já que não terão grande concorrência de outras
empresas.

21
1.5.13 – Holdings

As holdings são, nesse contexto, o conjunto de diferentes


companhias dominadas por uma organização central, responsável por administrar a
maior parte ou todas as suas respectivas empresas dos mais diversos segmentos e até
concorrentes entre si.

Na fase atual do capitalismo e da globalização, um dos aspectos


mais marcantes é a expansão das holdings pelo mundo. Recentemente, uma pesquisa
efetuada nos Estados Unidos evidenciou o controle exercido por dez grandes
conglomerados internacionais que controla quase todo o que consumimos. O maior
produto dessa pesquisa realizada foi a divulgação de um gráfico em forma de imagem
chamado de “Illusion of Choice” (Ilusão de Escolha), quadro abaixo.

Embora alguns produtos existentes no gráfico não façam parte


diretamente da nossa realidade, uma vez que a imagem se encontra nos parâmetros
dos Estados Unidos, e não do Brasil, podemos, ainda sim, reconhecer várias das
marcas que fazem parte do nosso dia a dia e como muitas delas pertencem a uma
mesma holding. Além dessas, existem outras holdings de menor porte que atuam no
Brasil ou em mercados mais regionais e que exercem um poder de mercado
relativamente forte, tais como a Ambev, a Positivo, a Itaú S/A e outras.

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https://lerablog.org/wp-content/uploads/2014/03/brands.jpg

23
1.5.14- Elasticidade

Elasticidade é a alteração percentual em uma variável, dada uma


variação percentual em outra. Esse conceito diz respeito ao quanto de variação na
demanda ocorrerá em face a uma variação no preço de um determinado produto.

Para facilitar a compreensão, vamos supor que alguém vai a um


supermercado comprar picanha e está disposto a gastar R$ 100,00. Se o quilo estiver
R$ 40,00 ele comprará 2,5 kg, se estiver R$ 30,00, comprará pouco mais de 3 kg, se
estiver R$ 20,00, comprará 5 kg e assim por diante.

Portanto, uma redução no preço aumenta a quantidade demandada,


em contrapartida, um aumento no preço reduz a quantidade demandada. Esse tipo de
variação é a chamada elasticidade-preço da demanda, mas existem outros tipos o
quais veremos mais para frente.

I- Como calcular a elasticidade

Assim como o conceito, o cálculo da elasticidade é bem simples e


feito com a seguinte fórmula:

Essa função representa uma variação na demanda tendo em vista


um variação no preço, onde:

∆Q = Quantidade demanda final menos a inicial

∆P = Preço final menos o preço inicial

Q = Quantidade inicial

P = Preço inicial

e = elasticidade

24
Exemplificando, supondo que no início do ano o preço da picanha
era de R$20,00 o quilo e sua quantidade demandada era de R$ 20 kg. Agora, o quilo
subiu para R$ 25,00 e a quantidade demanda caiu para 10 kg, sendo assim:

O sinal negativo serve apenas para demonstrar correlação negativa


entre preço e quantidade. Isto é, para cada variação de 1% no preço da picanha a
quantidade demandada irá variar em 2%. Neste caso, um aumento no preço acarretou
uma diminuição na demanda.

Além de nos mostrar o percentual de variação do produto, o cálculo


da elasticidade nos permite identificar se um bem é elástico ou inelástico.

II- Bens elásticos x bens inelásticos

- Bens elásticos

Bens elásticos são aqueles que possuem elasticidade maior que 1.


Ou seja, a variação na demanda é maior do que a variação no preço. Um aumento de
10% em um bem elástico causará uma demanda maior do que esse percentual.

No exemplo do tópico anterior, encontramos uma elasticidade igual


a 2. Como 2 é maior que 1, a picanha é um bem elástico. Enquanto o preço do bem
teve um aumento de 25%, a quantidade demandada teve uma diminuição de 50%.

O contrário também é verdadeiro, isto é, uma diminuição de 10%


no preço do bem, por exemplo, acarretaria um aumento maior do que 10% na
quantidade demandada.

25
Outros exemplos de bens elásticos seriam café, outros tipos de
carne, calçados, roupas e, também, alguns serviços, como salão de beleza, academia,
restaurantes etc. Quando o preço desses produtos ou serviços alteram as pessoas
tendem a aumentar ou reduzir o consumo.

- Bens inelásticos

Os bens inelásticos são o oposto dos elásticos, ou seja, uma


variação no preço do bem causa uma variação menor na quantidade demanda.

Por exemplo: Vamos imaginar que o preço de um pacote de um


quilo de arroz custava R$ 2,50 nos supermercados e a quantidade demanda para esse
produto era de 80 kg. Quando o preço se elevou para R$ 5,00 a quantidade
demandada caiu para 75 Kg. Neste caso, a elasticidade do bem seria:

Como 0,0625 é menor do que 1, o arroz é um bem inelástico. Sendo


assim, uma variação em seu preço causará uma variação menor na demanda.

Bens inelásticos são considerados bens essenciais, como


medicamentos, energia, água, feijão, sal de cozinha, açúcar, etc. Quando o preço
desse produtos se eleva, as pessoas não diminuem o consumo na mesma proporção.
Da mesma forma, reduções no preço causam um aumento menor na quantidade
demandada.

III – Bens substitutos

Intuitivamente é possível definir se um produto ou serviço é


inelástico ou elástico. Basta, para isso, verificar se existe um bem substituto para ele.

26
Bens substitutos competem entre si, isto é, em um mercado
competitivo o consumidor irá optar pelo produto A ou B, mas nunca os dois ao
mesmo tempo.

Por exemplo, quando o preço da carne bovina aumenta, muitas


pessoas passam a demandar mais carne de frango por ser um bem substituto em
relação a carne bovina. Sendo assim, a existência de bens substitutos próximos fará
com que haja alterações na quantidade demandada caso o preço se eleve.

Em contrapartida, quando um bem é inelástico ele não possui bens


substitutos. Por exemplo, quando o preço de um medicamento aumenta a pessoa que
o utiliza não tem a opção de parar o consumo por ser uma questão de saúde.

IV – Tipos de elasticidade

Existem alguns tipos de elasticidade, sendo eles:

- Elasticidade-renda da demanda;

- Elasticidade-preço da oferta; e

- Elasticidade cruzada da demanda.

- Elasticidade-renda da demanda

Elasticidade-renda da demanda mede a variação percentual na


quantidade demanda de um bem dado uma variação percentual na renda do
consumidor.

O cálculo é semelhante ao da elasticidade-preço da demanda, no


entanto, ao invés de utilizar o preço e sua variação, utiliza-se a renda (Y) e sua
variação (Y). Se o valor da elasticidade for maior que um, o bem é elástico à renda. Já
se for menor que um e positivo, o bem é inelástico à renda. Se for negativo o bem é
considerado inferior.

De acordo com a elasticidade-renda, os bens podem ser


considerados normais ou inferiores. Os normais, são aqueles cuja quantidade
demandada aumenta conforme a renda aumenta e vice-versa, um exemplo são

27
produtos eletrônicos, em contrapartida, os bens inferiores têm sua demanda reduzida
caso haja um aumento na renda do consumidor, sendo o caso das carnes consideradas
de segunda.

- Elasticidade-preço da oferta

Elasticidade-preço da oferta mede o quanto a quantidade ofertada


de um bem varia dada uma variação no seu preço. Ou seja, essa medição verifica o
quão sensível é a oferta em relação às variações no preço. Normalmente, quanto
maior o preço de um produto, maior será a quantidade ofertada do mesmo.

A fórmula para cálculo é a mesma da elasticidade-preço da


demanda, bem como a interpretação. No entanto o resultado será sempre positivo,
pois o preço e a quantidade são proporcionais.

- Elasticidade cruzada da demanda

A elasticidade cruzada da demanda mede o quanto a quantidade


demandada de um bem varia dada uma variação no preço de outro bem substituto.
Por exemplo, de quanto seria o aumento na quantidade demandada de margarina se
houvesse um aumento no preço da manteiga.

A fórmula para calcular é a mesma da elasticidade-preço da


demanda. Sendo assim, supondo que no início do ano o preço da manteiga era de R$
8,00 e a quantidade demandada por margarina era de 400 unidades. Agora, no final
do ano, o preço da manteiga subiu para R$ 10,00 e a demanda por margarina subiu
para 480 unidades.

Aplicando na fórmula, encontra-se uma elasticidade igual a 0,8. Isso


significa que, para cada variação percentual de 1% no preço da manteiga, tem0se uma
variação de 0,8% na quantidade demandada da margarina. Por serem bens substitutos
é de se esperar que o aumento de preço de um produto gere aumento da demanda de
seu concorrente.

Um bom empresário deve estar atento aos tipos de elasticidade para


identificar a melhor forma de potencializar sua receita.

28
Levando em consideração a forma com que uma mudança no preço
de um produto ou serviço ofertado altera a procura deste e de produtos relacionados.

Bem como as variações de renda do seu público principal afetam a


procura de um bem.

Por isso, o controle do ritmo da oferta e da demanda de um


empreendimento é primordial para o sucesso de um empreendedor.

1.6 – Macroeconomia

A macroeconomia é uma parte da economia que estuda o


funcionamento desta em seu conjunto. Quer dizer, estuda a economia global de um
país. Embora para proceder ao dito estudo, o que faz é prestar atenção no
funcionamento individual de uma série de mercados e nas inter-relações que se
produzem entre eles.

Entre as variáveis que estuda a macroeconomia se pode mencionar:


o emprego, a inflação (variação dos preços), taxas de juros, renda nacional, etc.

A política econômica é competência do Governo, embora tenha


uma tendência cada vez mais como sucede nos países mais desenvolvidos, em dar
autonomia ao Banco Central para que dirija a política monetária (componente da
política econômica dirigida ao mercado de dinheiro).

As medidas de política econômica tratam de influir sobre o


andamento da economia, por exemplo: impostos, gasto público, oferta monetária,
subvenções, etc. E pretendem conseguir:

- Um elevado ritmo de crescimento sustentável a meio-longo prazo.

- Uma baixa taxa de desemprego.

- Estabilidade dos preços.

Outros objetivos da política econômica na medida em que afeta a


consecução das metas anteriores são:

- Contas públicas equilibradas (um déficit elevado pressiona a alta


das taxas de juros afetando negativamente a inversão).

29
- Equilíbrio na balança de pagamentos (um desajuste prolongado
termina afetando a taxas de câmbio e, portanto, as exportações e importações).

A estrutura macroeconômica se compõe de cinco mercados:

- Mercado de Bens e Serviços: Determina o nível de produção


agregada bem como o nível de preços.

- Mercado de Trabalho: Admite a existência de um tipo de mão-


de-obra independente de características, determinando a taxa de salários e o nível de
emprego.

- Mercado Monetário: Analisa a demanda da moeda e a oferta da


mesmo pelo Banco Central que determina a taxa de juros.

- Mercado de Títulos: Analisa os agentes econômicos


superavitários que possuem um nível de gastos inferior à sua renda e deficitários que
possuem gastos superiores ao seu nível de renda.

- Mercado de Divisas: Depende das exportações e de entradas de


capitais financeiros determinada pelo volume de importações e saída de capital
financeiro.

1.6.1- Contabilidade Nacional

Também conhecida pelo nome de contabilidade social, a


contabilidade nacional é o conjunto de técnicas destinadas a mensurar os dados
contáveis da economia de um país. É ela a responsável por chegar a números
importantes, como o produto interno bruto ou a renda média das família. Em linhas
gerais, trata-se da contabilidade pública de uma nação.

Ela surgiu mais precisamente no século passado, em especial, a


partir da década de 1920, quando diversos aspectos contáveis de uma região passaram
a ser identificados por estudiosos. Estamos falando de renda, despesa, produto e preço
de mercado de determinada área.

Conforme o tempo passou, desenvolveu-se também um sistema


destinado a registrar as operações interestaduais de modo a prover a independência do

30
sistema econômico nacional. Esse modelo usava o conceito de fluxo, sendo
incorporado a ideia de contabilidade social, dando mais “corpo” a essa nova ciência.

Dessa forma, diversos aspectos das diferente regiões de nosso país


passaram a ser entendidos por outra perspectiva. Desde então, foi possível avaliar o
nível de desenvolvimento de uma dada população que ocupava uma área do país, bem
como os aspectos relevantes que faziam referência a todo o povo brasileiro.

A importância da contabilidade nacional está relacionada


diretamente ao bem-estar dos cidadãos que habitam um país. Se olharmos bem de
perto, veremos que estamos falando da contabilidade das contas públicas. Isso traduz
em cidades, estados e toda a nação. Assim, ela é um poderoso instrumento para
constatar a real situação da economia.

Isso fornece, pelo menos, dois pontos de estrema relevância. O


primeiro deles é referente à situação vivida pelas pessoas no país. Torna-se possível
saber a região que gera riqueza e a que precisa de ajuda, em qual delas a população
está mais vulnerável, ou se precisa de incentivos para se desenvolver. Além disso a
contabilidade nacional fornece um mapeamento ao longo do tempo.

Tudo isso resulta no segundo ponto de grande importância trazido


pelos números da contabilidade nacional: onde atuar de modo mais rápido para
resolver problemas. Isso só é possível porque os dados da contabilidade social
apontam locais que precisam da ajuda governamental, ou seja, problemas dos mais
variados possíveis e decorrentes da má aplicação do dinheiro público.

Esse tipo de contabilidade é fundamental para a condução da


política macroeconômica, tanto em um aspecto pequeno, a exemplo de um munícipio,
como principalmente no aspecto da economia nacional. Assim, ela pode ser
considerada também um importante instrumento da política monetária tomada pelo
Banco Central do Brasil na condução da economia do país.

1.6.2- PIB (Produto Interno Bruto)

O PIB representa a soma de todos os bens e serviços finais


produzidos num país durante um ano, ou seja, por nacionais ou por estrangeiros aqui
residentes.

31
Bens e serviços: (veículos, roupas, alimentos, eletrodomésticos,
consultas no dentista, honorários do advogado, serviço de segurança, serviço de
limpeza, entrada para cinema, corte de cabelo, etc.).

Finais: não se inclui os bens intermediários já que posteriormente


se incorporarão a um bem final. Se forem contabilizados os bens intermediários isto
produzira o dobro de contabilização.

Produzidos durante o ano: o PIB inclui, por exemplo, a venda de


um eletrodoméstico fabricado durante o exercício, mas não inclui a venda, no mesmo
ano, de um eletrodoméstico de segunda mão, com vários anos de uso (já se
contabilizou quando foi fabricado).

Por nacionalidade ou por residentes: por exemplo, o PIB inclui o


produto obtido por uma empresa inglesa que atue no Brasil, mais não o que possa
gerar uma empresa brasileira que atuem na Inglaterra.

Tem-se que levar em conta que o PIB mede a riqueza gerada por
um país durante um ano, mas não mede a riqueza total do país (seus recursos naturais,
suas minas, suas costas, suas estradas, seus hospitais, suas universidades, suas
fábricas, etc.).

A medição da riqueza gerada que realiza o PIB não é completa, pois


não mede o que foi produzido pelas economias informais.

I- PIB Nominal X PIB Real

Se compararmos o PIB de um país de dois anos distintos a diferença


pode ser:

Por motivo de crescimento (ou diminuição) do mesmo;

Ou por variações de preços (inflação).

A vantagem do PIB real é que ele elimina a distorção que produz a


variação de preços (inflação) e nos indica realmente quanto cresceu ou diminuiu a
economia.

32
II- Outros indicadores de renda de um país

Existem outros indicadores, referente ao PIB, que é utilizado para


medir a renda gerada.

PNB (Produto Nacional Bruto): mede a produção nacional de um


país, ou seja, de empresas nacionais, residentes no país ou atuando no exterior.

A diferença desta com o PIB é a seguinte:

A atividade produtiva de empresa que não tem sede no país (por


exemplo, uma empresa inglesa que opera no Brasil) ela é incluída no PIB, mas não
PNB.

Já a produção de uma empresa brasileira que atue em outro país, é


incluída no PNB, mas não no PIB.

PIL (Produto Interno Líquido): é igual ao PIB, deduzindo a perda


do valor do uso (depreciação) durante o exercício.

PNL (Produto Nacional Líquido): é igual ao PNB deduzido o uso


(depreciação).

PIB per capita: mede o nível de bem-estar de uma população.

Calcula-se da seguinte maneira:

PIB per capita = PIB/nº habitantes de um país

O PIB é um indicador que serve para comparar o nível do bem-estar


que tem diferentes países.

A princípio, aquele que tem um PIB mais elevado é o que aproveita


de maior bem-estar.

Não obstante, para medir com maior precisão o bem-estar de um


país tem-se que relacionar o PIB com sua população.

33
Um país que tem um PIB de 1.000 milhão de dólares com uma
população de 1.000 habitantes é diferente de um país com o mesmo PIB e uma
população de 500 habitantes.

1.6.3- Teoria Monetária

Você já parou para pensar como deve ser uma cidade, uma região,
um país sem a presença do dinheiro, da moeda? Quais foram as suas observações?
Você, como bom observador que é, deve ter notado que, no mundo moderno, a
moeda está presente em praticamente todos os momentos da vida. Diante disso,
podemos perceber que o estudo da moeda se torna muito importante. De maneira
corriqueira, as pessoa no seu cotidiano usam a palavra “dinheiro” para significar
riqueza. Se alguém tem muito dinheiro, entendemos que essa pessoa tem muita
riqueza ou é rica. Mas estamos falando do valor das ações, dos imóveis ou de outros
bens dessa pessoa? Os economistas normalmente definem dinheiro ou moeda não
como a única forma de riqueza. Temos outras formas de riqueza, tais como carros,
casas, etc.

Mas, afinal, o que distingue o dinheiro ou moeda de outras formas


de riqueza?

O que distinguem a moeda das outras formas de riqueza é a sua


característica de ser o mais líquido dos ativos. Liquidez, aqui, quer dizer sua
capacidade de se transformar em dinheiro vivo ou facilidade com que o bem pode ser
convertido em meio de troca da economia. Para que um bem possa ser considerado
uma moeda, ele precisa desempenhar basicamente três funções:

- Ser meio de troca: isto significa ser exatamente aquele elemento


que vai viabilizar a ocorrência de milhares de trocas a cada momento;

- Servir como unidade da conta: isto quer dizer uma medida que
as pessoas usam para estabelecer os preços de seus serviços e bens, e fazer seus
cálculos econômicos;

- Funcionar como reserva de valor: a moeda precisa guardar


poder de compra ao longo do tempo. Guarda poder de compra de hoje para amanhã.

34
I- Tipos de moeda

Temos basicamente dois tipos de moeda circulando nas economias.


A chamada moeda-mercadoria e a moeda de curso forçado:

- Moeda-mercadoria: é aquela que toma a forma de uma


mercadoria com valor em si. Mesmo não sendo moeda, teria valor, ou seja, seria
aceita naturalmente. O exemplo clássico desse tipo de moeda é o ouro, mas existem
outras mercadorias que podem ser consideradas moeda-mercadoria, como por
exemplo, o cigarro nos campos de concentração;

- Moeda de curso forçado: é a moeda que não tem valor em si


mesma. Isto quer dizer que o meio utilizado para garantir sua circulação é por decreto
governamental. Note que a aceitação desse tipo de moeda depende tanto da forma de
um decreto governamental como das expectativas e das convenções de uma
sociedade.

II- Política monetária

Quando estamos falando de política monetária, estamos nos


referindo às ações do governo no sentido de controlar as condições de liquidez da
economia. Diante disso, a política monetária pode ser definida como o controle da
oferta de moeda e das taxas de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos
da política econômica global do governo. Alternativamente, também pode ser
definida como a atuação das autoridades monetárias, por meio de instrumentos de
efeitos diretos ou induzidos, com o propósito de controlar a liquidez global do
sistema econômico. A política monetária diz respeito à atuação do Banco Central para
dimensionar os meios de pagamento e o níveis de taxa de juros, adequando essas
variáveis aos objetivos de crescimento da produção e do emprego, com estabilidade
de preços. A atuação do Banco Central, opera-se pela determinação do volume de
reservas obrigatórias dos bancos, dependendo do comportamento do público e dos
bancos em relação às quantidades de moedas que desejam reter.

III – Demanda de moeda

35
A moeda, como meio de troca, é a maneira mais eficaz de um
indivíduo adquirir os bens e serviços de que necessita. Entretando, como uma pessoa
não gasta toda sua renda no momento em que recebe, podemos perguntar: por que
esse indivíduo não aplica parte dela – a que não é consumida imediatamente – em
títulos, que rendem juros?

Existem três razões fundamentais que levam as pessoas a


demandarem e reter moeda em seu poder:

- Primeira razão: o fato de os pagamentos e os recebimentos não


serem perfeitamente sincronizados. A maior parte dos trabalhadores recebe seus
salários no início do mês, mas os gastam, no decorrer do mesmo mês, com as
despesas comuns de uma família, como aluguel, condução, alimentação, etc. Portanto,
essa pessoa precisa reter moeda ou dinheiro em seu poder durante todo o mês. A essa
razão para a retenção de moeda, damos o nome de demanda da moeda para
transações;

- Segunda razão: chama-se demanda de moeda para precaução.


Isso significa que as pessoas previdentes sempre têm certa soma em seu poder,
reservada para um imprevisto, como problemas de saúde, uma batida de automóvel,
etc.;

- Terceira razão: é a demanda de moeda para especulação ou


demanda especulativa. Essa razão está associada ao fato de a moeda funcionar como
reserva de valor. Se um indivíduo já separou de sua renda aquelas parcelas destinadas
às transações e à precaução, o procedimento mais razoável seria aplicar o restante em
títulos, que rendem juros, pois nada acontece com o dinheiro quando está
simplesmente em casa ou depositado em um banco, em conta corrente.

Vamos conceituar taxa de juros, pois esse conceito precisa ser


entendido para seguirmos em frente.

Taxa de juros é o preço cobrado pelos credores aos devedores pelo


uso de suas poupança durante certo período de tempo. Se a taxa de juros do mercado
está baixa, essa pessoa prefere esperar um aumento para aplicar seu dinheiro e obter,
assim, uma remuneração maior. Nesse caso, é importante ressaltar que a moeda
cumpre melhor seu papel de reserva de valor em economias onde não há inflação ou

36
quando ela é baixa. Altos índices inflacionários corroem o poder aquisitivo da moeda,
reduzindo seu valor com o passar do tempo. Isso tudo nos permite estabelecer uma
relação inversa entre taxa de juros do mercado e a demanda especulativa da moeda.
Realmente, quanto maior a taxa de juros, menor a quantidade de moeda demandada e
retida para especulação, e vice-versa.

O que foi visto nos leva a concluir que a demanda por moeda tem
um componente influenciado pela taxa de juros – a demanda especulativa – e um
componente que não depende de juros – a demanda para transações e por precaução.

IV- Oferta da moeda

Nas economias modernas, quem oferece moeda ao público são as


autoridades monetárias (Banco Central), em função das necessidades dos agentes
econômicos. O conjunto de moeda manual (ou moeda corrente), depósitos à vista
(moeda escritural ou bancária) e quase-moedas forma os meios de pagamento de uma
economia.

Meios de pagamento = moeda manual + depósitos à vista + quase-moedas.

Ou seja, a oferta de moeda também é chamada de meios de


pagamento. Meios de pagamento constituem o total de moeda à disposição do setor
privado não bancário, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada
imediatamente para fazer transações. Os meios de pagamento, em sua forma
tradicional, são dados pela soma da moeda em poder do público, mais os depósitos à
vista nos bancos comerciais. Ou seja, pela soma da moeda escritural (total de
depósitos à vista nos bancos) e moeda manual (é o papel-moeda emitido pelos
governos e carregado pelos indivíduos.)

Os meios de pagamento representam, então, o quanto a coletividade


tem em moeda física – papel e metálica – com o público o no cofre das empresas
somado a quanto ela tem em conta corrente nos bancos. Enfim, a moeda que não está
rendendo juros, aquela que não está aplicada em contas ou ativos remunerados.

37
Os meios de pagamento, conceituados como moeda de liquidez
imediata, que não rendem juros, também são chamados, na literatura mais específica,
de M1. Para alguns objetivos, os economistas incluem como moeda a chamada quase-
moeda.

Quase-moeda são ativos que têm alta liquidez – embora não tão
imediata – e que rendem juros, com os títulos públicos, as cadernetas de poupança, os
depósito a prazo e alguns títulos privados, como letras de câmbio e letras imobiliárias.

Na verdade, existem vários conceitos de meios de pagamento,


dependendo das quase moedas incluídas, como se pode verificar na classificação
abaixo:

- M1: inclui o dinheiro (papel-moeda) em poder do público e os


depósitos à vista (ou moeda escritural). Este é o mais tradicional dos conceitos
existentes sobre moeda. Quanto aos depósitos à vista (moeda escritural), estes
constituem a maior parte do volume de meios de pagamento no mundo moderno,
perfazendo um total de aproximadamente 80%, em média. Aqui a liquidez é plena;

- M2: M1 + fundos do mercado monetário + títulos públicos;

- M3: M2 + depósitos de poupança;

- M4: M3 + títulos privados.

Cabe destacar que tanto o papel-moeda quanto os depósitos quanto


os depósitos à vista são considerados ativos monetários, ou seja, ativos que não
rendem juros. Já os títulos públicos, cadernetas de poupança e certificados de
depósitos bancários corresponde aos ativos monetários, pois são ativos que rende
juros.

A diferença entre os juros pagos pelos devedores e os juros


recebidos pelos poupadores gera a renda dos proprietários das instituições financeiras.
Essa diferença é denominada pelo termo inglês spread

V- Funções do Banco Central

38
O Banco Central – BACEN – é o órgão responsável pela política
monetária que tem como objetivo regular o montante de moeda e de crédito, e as
taxas de juros, de forma compatível com o nível de atividade econômica.

O Banco Central deve procurar manter a liquidez da economia


atendendo às necessidades de transações do sistema econômico. Podemos destacar as
funções do Banco Central:

- Banco dos bancos;

- Banco do governo;

- Controle e regulamentação da oferta de moeda;

- Controle dos capitais estrangeiros e das operações com moedas


estrangeiras;

- Fiscalização das instituições estrangeiras;

- Executor da política monetária.

Para exercer suas macro funções, o Banco Central utiliza os


instrumentos de política monetária.

O Banco Central é ainda a instituição responsável pela emissão de


moeda.

VI- Instrumentos de política monetária

São quatro os instrumentos clássicos de política monetária:

- Controle das emissões de moeda: O banco central controla, por


foça de lei, o volume de moeda manual da economia, cabendo a ele as determinações
das necessidades de novas emissões e respectivos volumes;

- Depósitos compulsórios ou reservas compulsórias


(obrigatórias): Os bancos comerciais, além de possuírem os chamados encaixes
técnicos (o caixa dos bancos comerciais), são obrigados a depositar no BACEN um
percentual determinado por este sobre os depósitos à vista;

39
- Operações com mercado aberto (open market): Consistem na
compra e venda de títulos públicos ou obrigações pelo governo. Quando o governo
coloca os seus títulos junto ao público, o efeito esperado é reduzir ou enxugar os
meios de pagamento, já que parte da moeda em poder do público retorna ao governo
como pagamento desses título. Ao contrário, quando o governo compra os títulos,
efetua pagamento em moedas aos seus portadores, o que aumenta a oferta de moeda,
e consequentemente, dos de pagamento;

- Política de redesconto: Consiste na liberação de recursos pelo


Banco Central aos bancos comerciais, que podem ser empréstimos ou redesconto de
título. Trata-se, na verdade, de uma fonte acessível de empréstimo do BACEN para
bancos comerciais. Existem os redescontos de liquidez, que são os empréstimos para
os bancos comerciais cobrirem um eventual débito na compensação de cheques, e os
redescontos especiais ou seletivos, que são empréstimos autorizados pelo Banco
Central visando a beneficiar setores específicos. Por exemplo, para estimular a
compra de máquinas agrícolas, o Banco Central abre uma linha especial de crédito,
pela qual os bancos comerciais emprestam (descontam) aos produtores rurais e
redescontam o título junto ao BACEN.

O sistema Bancário Comercial é formado por agentes que estão


autorizados a receber depósitos à vista. Os principais agentes incluídos nessa
definição são:

- Bancos comerciais;

- Banco do Brasil;

- Caixa Econômica.

Neste ponto, surge uma pergunta central: quem é o responsável pela


oferta de moeda?

A oferta ou emissão de moeda é uma atribuição exclusiva do


governo, através das autoridades monetárias. Não depende, portanto, da taxa de juros,
mas da política econômica do governo, que determina a quantidade de moeda emitida
por período de tempo.

Apesar de a emissão de moeda não depender da taxa de juros,


existem critérios bem definidos que regulamentam a oferta monetária. Basicamente, a

40
emissão de moeda é condicionada pelo crescimento do produto da economia. Assim
dois fatores podem ocorrer:

- Se a emissão de moeda for superior à produção, ou seja, se


houver excesso de liquidez no mercado: pode-se ter a elevação sistemática dos
preços, também conhecida como inflação;

- Caso o aumento de moeda seja menor que o crescimento do


produto: pode-se ter, entre outras consequências, crise na economia, porque a falta
de moeda – fenômeno que recebe o nome de crise ou falta de liquidez – dificulta as
transações e prejudica o sistema econômico, ocasionando queda do produto.

Vamos ver como a taxa de juros influencia o seu dia a dia. Para
isso, vamos recorrer a um exemplo bem simples. Imagine que o Sr. Silva queira abrir
uma fábrica de confecções. Elen não tem dinheiro, mas tem um apartamento que está
a venda. Como ele tem urgência de abrir a fábrica e não consegue vender o
apartamento, então, ele vai pedir emprestado a um banco. Lá, o Sr. Silva consegue
um empréstimo ao vender um título de dívida para o banco, dando seu apartamento
como garantia.

Agora, ele pode comprar as máquinas, os insumos, contratar mão


de obra, etc., e montar sua fábrica de confecção. Percebe o que aconteceu?

O apartamento é uma mercadoria que tem uma capacidade de


pagamento muito baixa, ou seja, quando você vai a uma loja comprar máquinas, você
não pode pagar suas compras com, por exemplo, a pia da cozinha. Você tem de pagar
com dinheiro.

O dinheiro é uma mercadoria vendida pelo banco. Assim como


qualquer loja vende suas mercadorias (roupas, calçados, etc.), o banco também vende
a sua (dinheiro). Entretanto, o dinheiro é uma mercadoria que possui alta capacidade
de pagamento, ao contrário de roupas, sapatos, etc. Essa capacidade de pagamento é
chamada de liquidez. Uma mercadoria é muito liquida quando todos a aceitam como
pagamento. Como o dinheiro tem uma aceitação geral (por toda a sociedade), ele é
considerado a liquidez por excelência.

Dessa forma, a taxa de juros é o pagamento para obtenção da


liquidez, é o pagamento pelo uso do dinheiro.

41
Bem, já sabemos o que é a taxa de juros. Entretando, por que o
valor dela varia tanto? Para umas pessoas, a taxa é mais baixa; para outras é mais alta.
Em um dia, ela está em certo patamar; no outro, já modificou. Por que tantas
variações?

O valor da taxa de juros varia muito, porque ela depende de um


fator muito importante: a expectativa dos empresários, banqueiros, governo, etc.,
quanto ao futuro da economia. Por exemplo, à mediada que as expectativas de chuvas
no ano são boas, ou seja, as condições ambientais são favoráveis, u agricultor fica
menos preocupado com a colheita. Pois, provavelmente, ele terá uma boa colheita e
assim poderá saldar todos os seus compromissos. Entretanto, se as expectativas de
chuva para o anos são ruins, esse mesmo agricultor não terá boas expectativas quanto
à colheita e, consequentemente, ficará em dúvida se poderás saldar suas dívidas.
Dessa forma, para melhorar as expectativas, o agricultor cai, por exemplo, reforçar a
adubação do solo, aumentando seus gastos e, assim, incorrendo em custos de
produção mais altos.

O mesmo acontece com a taxa de juros: à medida que as


expectativas sobre o ambiente econômico futuro são boas, ou seja, as expectativas de
vendas das empresas são favoráveis, os bancos cobrarão uma taxa de juros menor;
num caso específico, à medida que estejam emprestando para uma empresa muito
grande e sólida no mercado, as expectativas de receber a dívida são muito maiores do
que quando emprestam para a padaria da esquina. Dessa forma, a taxa para umas
empresas é menor do que para outras, depende das expectativas da capacidade de
pagamento.

Porém, quando as expectativas sobre o ambiente futuro são ruins –


redução do montante de vendas das empresas, diminuição dos salários, etc. – os
bancos cobram uma taxa de juros maior para emprestar dinheiro, aumentando os
custos das empresas. Essas taxas mais alta é devido à expectativa de que as empresas
venderão menos e, consequentemente, terão mais dificuldade de pagar o empréstimo.
Assim, como o risco de não receber o empréstimo é maior, os bancos exigirão uma
remuneração maior.

Dessa forma, percebemos que, quando as expectativas das pessoas


(principalmente as do setor financeiro) quanto ao futuro são boas, os juros tendem a

42
baixar; em caso contrário, os juros tendem a subir. Mas também há uma variação de
empresa para empresa ou de pessoa para pessoa, de acordo com a respectiva
capacidade de pagamento e o resultado da análise do projeto.

As expectativas, então, vão influir diretamente no valor das taxas


que um banco vai cobrar para fazer um empréstimo. Principalmente, num item que
eles chamam de inadimplência (não pagamento dos valores devidos na data do
vencimento)

As políticas monetárias podem ser restritivas ou expansivas.

- Restritiva – envolve medidas que tendem a reduzir o crescimento


da quantidade de dinheiro e a encarecer os empréstimos (elevação das taxas de juros);

- Expansivas – envolve medidas que tendem a acelerar o


crescimento da quantidade de dinheiro e a baratear os empréstimos (redução da taxa
de juros).

1.6.4- Inflação

A inflação, chamada também de taxa de inflação, é uma variável


econômica que corresponde ao aumento dos preços dos bens e serviços de um país
em um período de tempo determinado. Quando os salários não são ajustados em
conformidade com a inflação, a flutuação no valor final das mercadorias e dos
serviços condiciona uma diminuição do poder de compra da população, que
experimenta um aumento no custo de vida.

I- Causas da Inflação

Diversas causas estão associadas ao aumento dos preços de bens e


serviços, que tem origem nas ações e políticas governamentais, no processo
produtivo, na demanda e até mesmo nas especulações que são feitas a respeito do
comportamento futuro da própria inflação. Veja abaixo essas causas e uma breve
explicação sobre cada uma delas:

- Desequilíbrio entre a oferta e a demanda: Os preço podem se


elevar quando a demanda por um determinado produto ou serviço é muito alta, mas

43
não é atendida adequadamente pela produção. Assim, a menor disponibilidade desses
itens no mercado gera tendência de aumento nos preços. Classifica-se essa causa
como uma causa real da inflação.

- Maior taxa de emissão de papel-moeda: O papel-moeda nada


mais é do que o dinheiro de um país impresso no formato de cédulas por um órgão
oficial, como a Casa do Moeda do Brasil. Quando a impressão do dinheiro supera a
quantidade de mercadorias e produtos em circulação, há uma elevação geral dos
preços e um aumento na inflação. Isso acontece também quando os gastos
governamentais superam a arrecadação e surge a necessidade de emitir mais papel-
moeda.

- Custos de produção elevados: Quando os custos para fabricar um


determinado produto são maiores, eles acabam sendo repassados ao consumidor final
na forma de aumento de preços. O mesmo pode ser percebido no caso do
encarecimento na oferta de serviços em geral.

- Preocupação sobre futuros aumentos de preços e custos: a


expectativa que se tem sobre a possibilidade de crescimento da inflação pode
condicionar um aumento dos preços e custos de serviço como forma de antecipar o
que vem no futuro, puxando a taxa de inflação para cima. Essa expectativa é
decorrente de motivos muito variados, como crise política, guerras, conflitos
internacionais, dentre outros.

- Indexação de preços ou inércia: Acontece quando o valor de


serviços, como aluguéis de imóveis, e os preços são aumentados com base na inflação
de um período precedente (indexação), o que eleva ainda mais o patamar de cálculo
da inflação atual.

II- Tipos de inflação

A inflação pode ser classificada em diferentes tipos de acordo com


os fatores que a ocasionaram. A seguir descreveremos quatro tipos de inflação que
são os mais recorrentes

- Inflação de demanda: O aumento dos preços é decorrente da


procura crescente por um determinado bem ou serviço, mas essa procura não é

44
atendida pela produção. Ou seja, a demanda é maior do que a oferta. Em função
disso, há uma elevação dos preços.

- Inflação estrutural: Derivada de problemas ou gargalos na


infraestrutura de produção ou na infraestrutura espacial, como nas redes de transporte,
por exemplo. A ineficácia da infraestrutura acarreta prejuízos para a produção, o que
resulta no aumento no preço de bens e serviços.

- Inflação de custo (ou de oferta): Causada pelo crescimento dos


custos de produção, como aumento do preço de matérias-primas, instrumentos de
trabalho e energia, por exemplo, gerando uma elevação no preço os produtos finais e
serviços ofertados.

- Inflação inercial: Gerada por um aumento nos preços de produtos


e serviços com base em taxas de inflação de períodos precedentes. Esse aumento
acaba sendo incorporado no cálculo da inflação futura, criando assim uma variação
elevada.

III- Consequência da Inflação

A inflação, conforme descreve o Banco Central do Brasil, é


responsável por criar um cenário de incertezas na economia de um país.

Com a inflação acima da média, ou quando não há reajustes de


salários, há um aumento no preço relativo de mercadorias, bens e serviços que afetam
diretamente a população, em especial a parcela mais pobre, que tem o seu poder
compra reduzido. Notamos os efeitos da inflação principalmente por meio de
encarecimento dos produtos no mercado, nos postos de combustível e também na
elevação do valor dos serviços cotidianamente.

Outra consequência da inflação é a desvalorização da moeda


nacional. Com isso, os produtos importados se tornam mais caros, o que pode onerar
até mesmo a produção local, elevando os custos produtivos. Em conjuntura com essa,
os investimentos internacionais tendem a desacelerar, uma vez que o cenário instável
se torna pouco atrativo.

45
IV- Algumas possíveis medidas para reduzir a inflação

Existem algumas medidas que podem ser tomadas tanto pelos


governos nacionais quanto pelos agentes privados para reduzir a inflação. É preciso
pontuar, entretanto, que muitas dessa medidas terão efeito a médio ou longo prazo, e
algumas delas geram impactos nem sempre positivos para a população.

Abaixo, listamos as duas principais medidas que são apontadas


como possíveis soluções para a inflação:

- Aumento das taxas de juros: No Brasil, seria o equivalente ao


reajuste da taxa Selic, que corresponde à taxa básica de juros.

- Ampliação a médio e a longo prazo da estrutura produtiva: O


que ampliaria a oferta por produtos e serviços.

V- História da inflação

A história econômica brasileira é marcada por períodos de oscilação


na inflação. No entanto, o país passou por um momento atípico de hiperinflação ou
inflação galopante, que aconteceu durante as décadas de 1980 e 1990, quando a
inflação anual chegou a quase 500% ao ano na última década do século XX. Apenas a
título de comparação, um aumento superior a 10% ao ano já é considerado
preocupante.

Muito embora o descontrole inflacionário no país tenha iniciado


após as crises do petróleo, portanto por causas externas, fatores internos acumularam
com o passar do tempo e contribuíram para a deflagração do problema. Durante esse
período, os preços no mercado variavam praticamente todos os dias, com uma queda
bruta do poder de compra da população, o que afetou sobretudo as famílias mais
pobres.

Uma série de políticas monetárias foi elaborada pelo governo a fim


de conter a inflação, culminando no Plano Real de 1994, no mesmo período em que a
taxa de inflação brasileira chegava a 500%. Dentre as medidas implantadas pelo
Plano Real estavam a desindexação de preços, o aumento dos impostos federais e a
abertura econômica brasileira, que deu início às privatizações. As medidas surtiram

46
efeito na economia e houve equilíbrio na inflação, além da equiparação do real ao
dólar.

Em uma escala mundial, períodos de descontrole inflacionário nos


países coincide com momentos de grande instabilidade política e econômica, como
foi o caso das duas guerras mundiais, quando países como a Hungria chegaram a
registrar, em 1946, taxas diárias de 207%. Um exemplo mais recente é o do
Zimbábue, cujas transformações na estrutura produtiva e territorial interna e a
intervenção na Guerra do Gongo ocasionaram um cenário de taxas inflacionárias de
98% ao dia em 2008.

A inflação pode ser classificada como:

- Moderada- quando os preços médios aumentam com


consistência, mas a taxas muito baixa;

- Galopante – quando a inflação se move a taxas anuais de dois


dígitos;

- Hiperinflação – quando os preços médios sobem mais que 50%


ao mês.

Gráficos da Inflação no Brasil.

47
1994 916%

2021 10,06

2022 5,79

2023 4,62

48
2- COMÉRCIO INTERNACIONAL

2.1- Conceito

O Comércio Internacional são as operações comerciais entre países


que estão em pleno desenvolvimento e é um dos responsáveis pela economia de um
país. Portanto ele gera um aumento de barreiras internacionais que ajudam a proteger
o desenvolvimento de empresas locais, dessa forma representa uma grande parcela do
PIB.

O que leva os países a comercializarem entre si?

1- Diversidade de produção entre países combinada com as


vantagens em produzir com menos custos um produto de qualidade; e

2- Um país não é autossuficiente em tudo que precisa, portando,


exporta o que sobra e da mesma forma importa o que falta consequentemente
atendendo suas necessidade.

A importância para a economia se deve a diversos fatores, acima de


tudo o principal que já foi citado acima é a possibilidade de importar produtos não
existente no país e exportar produtos em sobra para outros países

O Comércio Internacional dilui os riscos de atividades, permite a


empresa seguir comercializando mesmo com uma crise econômica interna no país.

A melhor forma de visualizarmos o desempenho do comércio


internacional de um país é por meio de sua balança comercial. Esse indicador registra
as importações e exportações de bens e serviços. Se seu saldo for positivo,
consequentemente significa que o país está exportando mais do que importando. Se
for negativo, certamente o valor das importações ultrapassa o das exportações.

O Comércio Internacional Brasileiro é conhecido no mundo todo


devido à razão de que exporta produtos como:

- Soja

- Petróleo

49
- Celulose

- Minério de Ferro

Existem diversas teorias que envolvem o Comércio Internacional e


entendê-las é fundamental para conhecer como ele funciona.

As teorias clássicas chegaram na segunda metade do século XVIII


com a necessidade de explicar as trocas entre países. Como resultado sua relação com
o comércio era de que diversos países tinham necessidade econômicas e precisam
supri-la através de produtos e serviços que podiam ser encontradas em outras partes
do mundo.

2.2- Negociação

A negociação internacional envolve o estabelecimento de relações


comerciais entre empresas de diferentes países. Esse processo requer a capacidade
não apenas de entender, como adaptar-se às peculiaridades do mercado estrangeiro –
como cultura, língua, leis e regulamentos.

Além disso, é importante considerar as diferenças econômicas, as


práticas comerciais e os costumes do país de destino.

Sendo que esse tipo de negociação pode abranger uma variedade de


situações. Desde a compra e venda de produtos e serviços entre empresas estrangeiras
até a realização de parcerias estratégicas, aquisições, investimentos e licenciamentos
de tecnologia.

Em suma, é um processo complexo que exige conhecimento,


habilidades de comunicação eficazes e a capacidade de criar relacionamentos
comerciais sólidos em contextos culturais diversos.

Assim, compreender e adaptar-se a essas particularidades é


essencial para alcançar acordos e transações comerciais bem-sucedidos.

Fazer uma boa negociação internacional traz diversos benefícios,


entre eles, acesso a condições exclusivas na aquisição de mercadorias e redução de
riscos. Consequentemente, promovem otimização de recursos, além de impulsionar a
competitividade no mercado.

50
Confira a seguir um detalhamento de cada um destes benefícios:

- Acesso a condições mais competitivas

Quando você tem um bom embasamento para fazer as negociações


internacionais, fica mais fácil convencer os fornecedores a oferecerem preços mais
competitivos e que tragam maior lucratividade para sua empresa.

Também é extremamente útil para obter prazos mais dinâmicos e


negociar rotas com melhor custo-benefício.

- Redução de custos

Como vimos acima, uma boa negociação internacional garante


redução de custos não somente na aquisição de matérias-primas junto aos
fornecedores como também juntos aos demais operadores logísticos.

- Otimização de recursos

Essa redução de custos operacionais traz um outro benefício


extremamente importante para a performance da sua empresa a: a otimização de
recursos.

Afinal, ao economizar em uma ponta, você libera recursos para


investir em outras, garantindo uma melhora no desempenho dos seus negócios,
impulsionando sua competitividade.

- Redução de riscos

Uma boa negociação internacional começa com uma pesquisa


aprofundada sobre a reputação e histórico dos fornecedores e demais parceiros
logísticos.

Assim, tendo uma melhor noção das entregas e volumes


movimentados por eles, você já pode começar negociando com os mais confiáveis,
aumentando a segurança das suas operações.

Lembrando que, nesse caso, igualmente importante é saber elaborar


um contrato internacional abrangente e seguro. Somente assim você garante máxima
segurança à sua operação.

- Impulsionamento da competitividade no mercado

51
Todos esses benefícios, quando somados, levam ao resultado dos
sonhos de qualquer empresa que atue no comex: o impulsionamento da
competitividade no mercado.

Afinal, a combinação de reduzir custos, realocá-los em áreas


estratégicas para garantir um desempenho em alta performance e uma operação mais
segura e eficiente certamente leva a uma grande diferenciação em relação aos
concorrentes, obtendo destaque de mercado.

Em outras palavras: promove o crescimento da sua empresa e seu


posicionamento como uma referência em seu segmento.

I- Planejando uma negociação internacional

No mundo dos negócios globalizados, a capacidade de realizar


negociações internacionais de forma eficaz é uma habilidade fundamental para o
sucesso das empresas

No entanto, a negociação em um ambiente internacional apresenta


desafios únicos que exigem uma abordagem estratégica e um planejamento
cuidadoso.

Portanto, ao se preparar para uma negociação internacional, é


essencial adotar uma abordagem estratégica.

Cada passo do processo de negociação requer uma compreensão


clara do mercado-alvo, das questões legais e tributárias. Bem como uma análise
cuidadosa de oportunidades e potenciais parceiros de negócios.

Dominar essas técnicas pode ajudar a empresa a maximizar suas


chances de sucesso e superar os desafios únicos que surgem nas negociações
internacionais.

A seguir cinco técnicas de planejamento que podem ajudar numa


negociação internacional:

- Saiba o que procura

52
Antes de iniciar uma negociação internacional, é fundamental
definir claramente seus objetivos e identificar o que você está buscando alcançar.

Portanto, estabeleça critérios específicos para avaliar as propostas


recebidas e determine quais são suas necessidades, interesses e limites.

Ao ter uma compreensão clara do que você procura, será mais fácil
manter o foco durante as negociações e tomar decisões fundamentadas com base em
critérios objetivos.

- Estude seu novo mercado

Se você está procurando ingressar em um novo mercado, conhecê-


lo bem é essencial para o sucesso de uma negociação internacional.

Você pode começar estudando e compreendendo a cultura, as


práticas de negócios, as preferências dos consumidores e as características do
mercado do país com o qual pretende negociar.

Aprofunde-se em aspectos como normas sociais, costumes, valores


e expectativas dos negócios.

Esses conhecimentos ajudarão você a adaptar sua abordagem e


proposta às demandas específicas do mercado estrangeiro, aumentando suas chances
de sucesso.

Não esqueça de pesquisar dados e informações sobre esse mercado,


para obter a inteligência necessária para saber ingressar de modo inteligente e
informado.

- Pesquise as questões legais e tributárias

As questões legais e tributárias também estão entre os principais


aspectos que se precisa dominar quando se trata de negociações internacionais. Nesse
sentido, é crucial pesquisá-las e compreendê-las no contexto do país com o qual você
pretende negociar.

Familiarize-se, portanto, com as leis, regulamentos e requisitos de


importação/exportação que podem afetar sua negociação.

53
Isso inclui questões alfandegárias, tarifas, impostos, acordos
comerciais e regulamentações específicas do setor.

Ao estar dentro dessas questões, você evita surpresas desagradáveis


e pode ajustar sua estratégia para cumprir as exigências legais.

- Procure saber mais sobre seus parceiros de negócios

Realizar uma investigação previa e completa em relação aos seus


parceiros de negócios é de extrema importância em uma negociação internacional.

Por isso, investigue a reputação e a credibilidade das empresas e


operadores logísticos com os quais você pretende negociar.

Verifique sua estabilidade financeira, histórico de negócios,


capacidade de cumprir compromissos e conformidade com as regulamentações
comerciais.

Essas informações são essenciais para estabelecer uma parceria


sólida e minimizar os riscos envolvidos na negociação.

- Análise históricos, tendências e identifique oportunidades

Antes de iniciar uma negociação internacional, é crucial realizar


análises aprofundadas do mercado, incluindo o estudo de históricos e tendências.

Identifique oportunidades emergentes, demanda crescente por


determinados produtos ou serviços e as mudanças no ambiente de negócios.

Isso permitirá que você ajuste sua estratégia de negociação para


capitalizar as tendências e identificar oportunidades únicas no mercado internacional.

2.3- Siscomex

O Sistema Integrado de Comércio Exterior é um portal do Governo


Federal que reúne os dados de registro, monitoramento e controle das atividades de
comércio exterior. A plataforma foi criada para reduzir burocracia, tempo e custos das
exportações e importações brasileiras.

O Siscomex pode ser utilizado por pessoas físicas ou jurídicas que


precisam realizar operações de Comex. O portal facilita transações de comércio
54
exterior, pois o sistema engloba todas as informações que estão relacionadas a
exportações e importações que acontecem no Brasil.

O Siscomex foi em setembro de 1992, pelo Decreto nº 660, e teve


seu início em 1997, o que na época representou um avanço. Isso porque o sistema
possibilitou informatizar alguns controles, que antes eram totalmente feitos de forma
manual no papel.

Por isso, o processo de comércio exterior inovou em vários


sentidos, ao padronizar os processos e estabelecer um fluxo integrado e único de
informações e registros. Isso evita, inclusive, que empresas forneçam informações
diferentes para órgãos distintos.

Em 2012, várias funcionalidades e otimizações foram incorporadas


ao sistema, que passo a se conectar à internet. Assim surgiu o portal Siscomex
Importação Web, o que facilitou muito a vida das empresas de comércio exterior.

I- Serviços que podem ser realizados pelo Siscomex

1- Anexação eletrônica de documentos;

2- Acesso simplificado às normas que regem as exportações e


importações brasileiras;

3- Maior eficiência processual com base em paralelização de etapas;

4- Obtenção de autorização, certificações e licenças para exportar ou


importar;

5- Solicitação de informações uma única vez e distribuição aos órgãos


competentes;

6- Coordenação e alinhamento da atuação dos órgãos de governo.

Pelo Portal Único do Siscomex, a pessoa jurídica tem acesso a uma


série de ferramentas que visam a centralizar as obrigações relacionadas ao comércio
exterior. A plataforma diminui a burocracia e o tempo necessário para realizar
registros, providenciar e apresentar documentos e outras tarefas.

II – Objetivo do Siscomex

55
O objetivo do Siscomex é tornar os processos relacionados à
importação e exportação mais eficientes e padronizados, além de centralizar as
relações entre governo e as empresas públicas e privadas do comércio exterior.

O Siscomex cria um fluxo único de procedimentos e faz desde o


registro dos pedidos até o acompanhamento e controle das atividades realizadas. Com
ele, o profissional pode consultar legislações, obter autorizações, certificações e
licenças para realizar suas atividades relacionadas com o comércio exterior.

Assim, trata-se de um sistema facilitador, pois concentra todas as


informações necessárias para a atividade de comércio exterior em um único lugar. Por
meios desse recurso, o profissional e órgãos regulamentadores conseguem ter acesso
a uma série de registro.

Entre os órgãos que utilizam o Siscomex estão a Secretaria da


Receita Federal, Secretaria de Comércio Exterior e Banco Central do Brasil. Todas as
informações são integradas e podem ser consultadas em tempo real, pela internet.

O Siscomex foi criado para informatizar todo o processo


administrativo de exportações, tornando-o mais fácil, ágil e aumentando a
transparência das atividades no setor. Com isso, empresas e órgãos fiscalizadores
conseguiram simplificar e padronizar as operações, diminuir o volume de documentos
e reduzir os custos administrativos.

O Siscomex, porém, não é uma ferramenta de gestão operacional,


financeira ou administrativa. Ele também não permite que o profissional receba
pagamentos pela ferramenta. Nesse caso, o profissional deve procurar um recurso
específico para esse fim.

II- Quem deve utilizar o Siscomex?

A rigor, pessoas físicas ou jurídicas que precisam realizar operações


de importação ou exportação devem realizar os procedimentos via Siscomex.

Mas há exceções. No caso de pessoas físicas, por exemplo, há


muitas situações em que o uso do Siscomex não é obrigatório. Para obter todas as
informações necessárias, é importante consultar o manual de Habilitação no

56
Siscomex da Receita Federal -
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/
manuais/habilitacao

O uso do Siscomex é obrigatório para profissionais que atuam no


comércio exterior, que não têm a opção de não o utilizar ou de utilizar outro recurso.
É uma ferramenta importante inclusive para que o governo centralize o controle sobre
importações e exportações numa única plataforma.

Outra informação importante: o acesso ou cadastro no Siscomex se


dá por meio de certificação digital. Por isso, caso a pessoa física ou jurídica precise
de acesso ao sistema, mas ainda não tenha uma certificação digital, precisará
providenciar uma.

III- Taxa Siscomex

A taxa Siscomex é gerada automaticamente no registro de


Declaração de Importação (DI) ou da Declaração única de Importação (DUIMP). Sua
cobrança está especificada na lei 9.716, de 1998, que foi alterada e atualizada em
2018 pelo Instrução Normativa nº 1833.

Essa tarifa é cobrada pelo uso do Siscomex, ou seja, seu valor


independe dos tributos recolhidos pelas mercadorias. O valor desse encargo é
debitado na conta corrente junto com os demais impostos incidentes na importação.

IV – Como habilitar a empresa no Siscomex?

Para habilitar a empresa no Siscomex, é preciso ir ao Portal


Habilita, no site do Portal Único Siscomex e clicar na opção “Habilitar empresa”.
Verifique se o empreendimento está legalizado, registrado e possui um certificado
digital.

Existem quatro modalidade de habilitação no Siscomex, que variam


conforme o tipo de operação da sua empresa.

1- Habilitação ordinária

57
A habilitação ordinária atende a pessoa jurídica que atua no
comércio exterior com frequência. A empresa que se habilita nessa modalidade está
sujeita ao acompanhamento da Receita Federal, que pode fazer uma análise prévia
sobre a sua capacidade econômica e financeira.

2- Habilitação simplificada

Essa modalidade de habilitação atende pessoas físicas, empresa


públicas ou sociedades de economia mista. Entretando, entidades sem fins lucrativos e
pessoas jurídicas precisam atender alguns pré-requisitos para fazer parte da habilitação
simplificada.

As organizações precisam ser constituídas sob a forma de sociedade


anônima de capital aberto, bem como suas subsidiárias integrais. Elas ainda precisam
estar habilitadas a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul) e que atuem
exclusivamente como pessoa jurídica encomendante.

As entidades são obrigadas a realizar apenas importações de bens


destinados à incorporação ao seu ativo permanente. Além disso, elas devem atuar no
comércio exterior em valor de pequena monta.

3- Habilitação especial

A habilitação especial atende os órgãos da Administração Pública


Direta, autarquia e fundação pública, órgão público autônomo e organismos
internacionais.

4- Habilitação restrita

Essa modalidade de habilitação compreende a pessoa física ou


jurídica que já operou no Comércio Exterior, exclusivamente para consultar ou retificar
declaração.

2.4. Incoterms
Desenvolvidos em 1936 pela Câmara Internacional do Comércio
(CCI), os Incoterms ou os Termos Internacionais de Comércio, de acordo com a sua
tradução direta para o português, são normas e práticas neutras definidas para os

58
contratos de comércio exterior com o detalhamento das competências do vendedor,
do comprador e do fornecedor.
Além disso, é importante que as empresas atuantes no setor e as
beneficiárias do Drawback tenham pleno conhecimento a respeito dos Incoterms, pois
o termos também são presença obrigatória em documentos do Comércio Exterior,
como a Declaração de Importação (DI).
O objetivo dos Incoterms é padronizar e facilitar a comunicação
entre diferentes interlocutores durante a compra e a venda de produtos no mercado
externo. Por meio deles, os envolvidos podem ter maior clareza a respeito dos papéis
desempenhados por cada um dentro da relação comercial.
O Comitê Executivo de Gestão, da Cãmara de Comércio Exterior,
dispôs em sua Resolução nº 16, de 2 de março de 2020, que os Incoterms são válidos
para as exportações e as importações brasileiras, desde que as suas normas sejam
compatíveis com o ordenamento jurídico nacional.
As regras dos Incoterms abordam três pilares específicos: os custos,
as responsabilidades das partes e os riscos. Essas características sofrem variações para
ambos os lados de maneira inversamente proporcional. Em outras palavras, quanto
mais obrigações estiverem acordadas para o importador ou o exportador, menores são
os compromissos para a outra parte.
Confira a seguir a definição desses três pontos de forma mais
detalhada:
- Custos: define quem será o responsável por arcar com o
pagamento do frete e demais despesas de transporte da carga, como o seguro
internacional;
- Responsabilidades: define a parte que deve organizar os detalhes
referentes ao transporte, incluindo a documentação necessária, para que a mercadoria
seja entregue na data, horário e local determinados;
- Riscos: delimita quando o risco da entrega é transferido do
vendedor para o comprador e envolve questões de dano da mercadoria, extravio ou
roubo de carga.

Embora regulamentem a relação comercial entre o exportador e o


importador, os Incoterms não cobrem todos os parâmetros da transação. Por exemplo,

59
não se aplicam às transportadoras. Da mesma forma, não delimitam regras para as
empresas seguradoras e despachantes de cargas.
Após atender um pouco mais sobre o conceito e o que os Incoterms
abrangem, podermos nos aprofundar na divisão de categorias dos Termos
Internacionais do Comércio.

I- Classificação dos Incoterms

Os incoterms são representados por siglas de padrão internacional.


Ou seja, independe da nacionalidade das empresas envolvidas na operação comercial,
as normas serão reconhecidas em qualquer país.

Essa siglas são compostas por três letras que definem o grupo ao
qual cada regra pertence. Ou seja, quem detém as responsabilidades sobre os custos e
os ricos envolvidos da operação.

- Grupo E

A obrigação do vendedor é mínima dentro desta categoria.


Consequentemente, a responsabilidade do comprador será a maior possível na relação
comercial normatizada pelos Incoterms.

Cabe ao vendedor disponibilizar a carga em um local para que seja


coletada. O comprador faz o recolhimento e arca com todas as despesas envolvidas a
partir daquele momento, como o transporte, o armazenamento, o desembaraço para
exportação e o seguro internacional.

O Incoterm desse grupo é:

- EXW – Ex Works ou Entregue na Origem (local de entrega


nomeado).

- Grupo F
Na categoria F é possível notar o aumento das responsabilidades por
parte do exportador. Ele assume os custos do transporte até uma transportadora ou
local pré-determinado. O desembaraço para a exportação também cabe a ele.

60
A transferência do risco ocorre quando o produto for entregue,
conforme o combinado, junto a uma empresa denominada previamente pelo
comprador ou no local nomeado do país de origem. O frete e o seguro também ficam
a cargo deste.
Existem ainda uma diferença entre as normas FAS e FOB
destacadas abaixo, onde a entrega, no caso FOB, é considerada finalizada quando a
mercadoria estiver livre e arrumada dentro do navio. Para a modalidade FAS, a
obrigação de entrega se encerra quando a mercadoria estiver ao lado da embarcação
designada pelo comprador, como no cais, no porto de embarque ou em outro navio.
Os Incoterms presente neste grupo são:
- FCA – Free Carrier ou Livre no Transportador (local de entrega
nomeado);
- FAS – Free Alonside Ship ou Livre ao Lado do Navio (porto de
embarque nomeado);
- FOB – Free on Board ou Livre a Bordo (porto de embarque
nomeado).

- Grupo C
Os gastos com o transporte principal são pagos pelo exportador.
Logo, ele também arca com o frete internacional. Os riscos e demais necessidades,
como os processos aduaneiros, estão sob responsabilidade do importador.
Vale ressaltar que os Incoterms CFR e CIF instituem que o
vendedor assuma os mesmos riscos da norma FOB, enquanto o CPT e o CIP abordam
aqueles previstos para o FCA, ambos grupo citados anteriormente.
Na categoria C, estão presentes os seguinte Incoterms:
- CPT – Carriage Paid To ou Transporte Pago Até (local de destino
nomeado);
- CIP – Carriage And Insurance Paid ou Transporte e Seguros
Pagos Até (local de destino nomeado);
- CFR – Cost and Freight ou Custo e Frete (porto de destino
nomeado);
- CIF – Cost Insarance and Freight ou Custo, Seguro e Frete (porto
de destino nomeado).

61
-Grupo D
Os exportadores possuem obrigações máximas nessa categoria. Eles
devem arcar com os custos de transportes, o frete e o seguro internacional, bem como
os riscos sobre a carga até a chegada dela no país de destino.
Nas normas DAP e DPU, o desembaraço para importação não está
previsto entre as despesas do vendedor. O DDP inclui todas as taxas e encargos para
que seja realizada essa etapa das mercadorias importadas.
Três Incoterms fazem parte dessa classificação:
- DAP – Deliverd At Place ou Entregue No Local (local de destino
nomeado);
- DPU – Delivered At Place Unloaded ou Entregue No Local
Desembarcado (local de destino nomeado);
- DDP – Delivered Durt Paid ou Entregue Com Direitos Pagos
(local de destino nomeado).

II- Divisão dos Inconterms por modais


Em relação aos modais por onde o transporte dos produtos será
efetuado, os Incoterms são divididos em dois grupos majoritários.

Multimodais

- EXW – Ex Works ou Entregue na Origem (local de entrega


nomeado)

- FCA – Free Carrier ou Livre no Transportador (local de entrega


nomeado)
- CPT – Carriage Paid To ou Transporte Pago Até (local de destino
nomeado)
- CIP – Carriage And Insurance Paid ou Transporte e Seguros
Pagos Até (local de destino nomeado)
- DAP – Deliverd At Place ou Entregue No Local (local de destino
nomeado)
- DPU – Delivered At Place Unloaded ou Entregue No Local
Desembarcado (local de destino nomeado)

62
- DDP – Delivered Durt Paid ou Entregue Com Direitos Pagos
(local de destino nomeado)

Modal aquaviário
- FAS – Free Alonside Ship ou Livre ao Lado do Navio (porto de
embarque nomeado)
- FOB – Free on Board ou Livre a Bordo (porto de embarque
nomeado)
- CFR – Cost and Freight ou Custo e Frete (porto de destino
nomeado)
- CIF – Cost Insarance and Freight ou Custo, Seguro e Frete (porto
de destino nomeado)

Os Termos Internacionais do Comércio servem como guias para


que as empresas exportadoras e importadoras saibam quem é responsável por
determinada etapa da relação.
Por serem normas padronizadas no cenário global, os Incoterms
podem ser aplicados independentemente dos países de origem e destino dos
envolvidos. As regras e as práticas definidas ajudam a agilizar os processos
burocráticos entre as partes e, por isso, são conhecimentos essenciais para que atua no
comércio exterior.

2.5- Documentos de exportação e importação

I- Principais documentos para importação

Conheça a lista dos principais documentos necessários para realizar


importação:

1- Certificado de origem (CO):

É um documento a ser providenciado pelo vendedor junto às


entidades específicas, que comprova a origem da mercadoria e permite a ambas as
partes uma isenção ou redução de impostos decorrentes dos acordos internacionais.

63
Os modelos de Certificados de Origem dependem do acordo
internacional. No Brasil, o Certificado de Origem Mercosul e o Certificado de
Origem Aladi são documentos muito utilizados para importações originárias de países
da América do Sul.
Além do benefício tributário, o certificado de origem também é
exigido em decorrência de disposições previstas na legislação do país. Um novo
certificado deve ser emitido a cada nova importação.
O importador precisa se certificar de que há um para cada fatura. Se
uma importação contém quatro faturas, cada uma deverá ter seu próprio certificado.

2- Packing List ou Romaneio de Carga

O romaneio de carga, também conhecido como Packing List, é o


documento de embarque que discrimina todas as mercadorias embarcadas em todos
os componentes de uma carga.

O objetivo deste documento de importação é detalhar a mercadoria


apresentada, a fim de facilitar a identificação e localização de qualquer produto
dentro do lote, além de facilitar a conferência da mercadoria por parte da fiscalização,
tanto do embarque, quanto no desembarque.

Quando as mercadorias passam por conferência, os volumes físicos


são confrontados com este documento.

Ela também fornece uma orientação mais direcionada ao


importador, que tem acesso a tudo que está recebendo ainda que falte um tempo até a
chegada. Sendo um dos documentos para importação essências para seus processos.

3- Fatura Proforma ou Proforma Invoice

É ela que dá início a negociação, uma proforma invoice ou fatura


proforma é uma nota preliminar de venda enviada aos compradores antes de uma
remessa de entrega de mercadorias. Normalmente, ela fornece uma descrição dos
itens comprados e observa o custo juntamente com outras informações importantes,
como peso e as taxas de transporte, funciona como um orçamento que antecede o

64
faturamento oficial da mercadoria. Todavia o idioma utilizado é o do país de destino
ou o inglês.

4- Fatura Comercial ou Commercial Invoice

A fatura comercial é o documento de natureza contratual que


representa a operação de compra e venda entre o importador e o exportador. É um
documento internacional e deve ser emitido pelo exportador. Em outra palavras
podemos dizer que a Fatura Comercial é como uma Nota Fiscal, porém com validade
internacional.

A Fatura Comercial deve ser assinada pelo exportador. Pois,


segundo o art. 553, inciso II, do Regulamento Aduaneiro, a declaração de importação
será obrigatoriamente instruída com a via original da fatura comercial, assinada pelo
exportador.

5- Conhecimento de Embarque

Documento emitido pela companhia transportadora que atesta o


recebimento da carga, as condições de transporte e as obrigações de entrega das
mercadorias ao destinatário legal no porto de destino pré-estabelecido, conferindo a
posse das mercadorias. É ao mesmo tempo, um recibo de mercadorias, um contrato de
entrega e um documento de propriedade, constituindo assim um título de crédito. Este
documento.

Aliás é com toda a certeza um dos documentos mais importantes


referente ao universo do Comércio Exterior.

6- Licenciamento de importação (LI)

A LI é um documento eletrônico registrado pelo importador no


SISCOMEX, que contém informações acerca da mercadoria a ser importada e da
operação de importação de maneira geral, tais como importador, exportador, país de
origem, procedência e aquisição, regime tributário, cobertura cambial, entre outras.

65
Não são todos os produtos e processos que necessitam de LI.

Trata-se de um documento que pode ser emitido antes ou depois do


embarque da mercadoria. O modelo do documento é determinado por características
legais de cada mercadoria. É emitido por órgãos anuentes e tem como base as leis
federais. Materiais que necessitam de certificação, como Anvisa ou INMETRO,
devem então constar em uma modalidade específica.

Em breve será substituída pelo LPCO no Portal Siscomex.

7- Declaração de Importação (DI)

A importação de mercadorias está sujeita a realização do despacho


aduaneiro de importações, por meio do qual se verifica a exatidão dos dados
declarados pelo importador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e
a legislação específica com vista a seu desembaraço aduaneiro. O documento base do
despacho de importação é a declaração de importação (DI) que é emitida no
Siscomex Importação Web.

Em breve será substituída pela DUIMP no Portal Siscomex.

II- Principais documentos para exportação

Abaixo listamos os principais documentos necessários para


exportar.

1- Fatura Pro Forma ou Proforma Invoice

É o documento resultante do processo de negociação entre o


exportador e o importador. Diferentemente da lista de preços ou do recebimento de
uma simples solicitação de cotação, a Fatura Pro Forma indicará os detalhes
acordados daquela compra específica, com todas as informações atinentes a ela.

2- Fatura Comercial ou Commercial Invoice

A Fatura Comercial é o documento de natureza contratual que


espelha a operação de compra e venda entre importador e o exportador. Usualmente,
66
é mais comum encontrar sua definição em inglês: Commercial Invoice ou,
simplesmente, Invoice.

Segundo a Receita Federal, a primeira via da fatura comercial será


sempre a original. Ela pode ser emitida, assim como as demais vias, por qualquer
processo (art. 559 do Regulamento Aduaneiro).

3- Romaneio de Carga ou Packing List

É o documento de embarque que descrimina todas as mercadorias


embarcadas ou todos os componentes de uma carga em quantas partes estiver
fracionada. O objetivo do Romaneio é facilitar a identificação e localização de
qualquer produto dentro de um lote, além de facilitar a conferência da mercadoria por
arte da fiscalização tanto no embarque como no desembarque.

4- Nota Fiscal de Exportação (NF-E)

A Nota Fiscal de Exportação é um importante documento na


movimentação das mercadorias e qualquer erro referente a ela pode causar grandes
prejuízos. Este documento obrigatório traz todas as informações sobre a sua
mercadoria, para que desta forma ela possa circular desde o país de origem ao
destino. Sendo assim, ela é primordial para realizar o despacho aduaneiro e ainda para
o embarque.

5- DU-E (Declaração Única de Exportação)

A DU-E é documento eletrônico que contém informações de


natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária, fiscal e logística,
que caracterizam a operação de exportação dos bens por ela amparados e definem o
enquadramento da operação; e serve de base para o despacho aduaneiro de
exportação.

6- Conhecimento do Embarque

67
O Conhecimento de Embarque é um dos documentos mais
importantes do Comércio Exterior, pois transmite a posse da mercadoria, entre outras
funcionalidades. Ele é emitido pela companhia responsável pelo transporte de
mercadoria.

Esse documento, independe do modal, serve para oficializar a


contratação do operação do transporte internacional, comprovar o recebimento da
carga na origem, além da obrigação de entregá-lo no destino, constituindo a prova de
posse e propriedade da mercadoria.

7- Apólice de Seguro de Transporte

A Apólice de Seguro para transporte é uma forma de proteger o


transportador de alguns riscos no trajeto, como acidentes, roubos e avarias na carga.
Esse seguro tem como objetivo cobrir possíveis danos e prejuízos causados à carga
transportada, seja ela por vias aéreas, terrestres ou marítimas.

8- Certificado de Origem

O Certificado de Origem é o documento (em papel ou digital) que


assegura a origem da mercadoria, ou seja, ele certifica que a mercadoria foi elaborada
utilizando os critérios de produção previamente estabelecidos, respeitando as regras
de origem contidas no regime de origem.

No comércio exterior, é utilizado basicamente para concessão de


preferência tarifária resultante de um acordo comercial.

9- Carta de Crédito (L/C)

A Carta de Crédito é uma modalidade de pagamento que possui


regulação internacional, além da intermediação de um ou mais bancos, de forma a
garantir a segurança da transação comercial entre exportador e importador. Assim
como os Incoterms, a Carta de Crédito também é regulada pela Câmara Internacional
do Comércio.

68
2.6- Processos de embarque e desembarque de mercadorias e
serviços

Desembaraço aduaneiro é um processo necessário em importações e


exportações para verificar a regularidade das mercadorias. Seu Objetivo é garantir
que o procedimento aconteça com regularidade, evitando multas e punições para os
envolvidos.

O desembaraço aduaneiro é o processo que libera a entrada das


mercadorias adquiridas no exterior dentro do território brasileiro. No processo de
importação, o desembaraço aduaneiro é uma das últimas etapas porque indica que a
operação já está finalizada para o governo federal.

Esse procedimento consiste em verificar os documentos e os dados


que foram declarados pelo exportador. O objetivo da verificação é confirmar que a
importação está seguindo o que determina a legislação brasileira. Com isso, estando
tudo de acordo, o desembaraço aduaneiro registra que a verificação que a verificação
foi feita e concluída, assim as mercadorias são liberadas.

Ao chegar na alfândega, o pedido do importador entra em uma fila


de espera de conferência aduaneira. Cada pedido passa por essa verificação, com o
objetivo de identificar as possíveis irregularidades no pedido. Estando tudo certo,
começa o processo de desembaraço aduaneiro.

O procedimento é feito no Siscomex, sistema onde constam as


informações de registro, acompanhamento e controle de todas as operações de
comércio exterior. O sistema é utilizado para fazer a expedição e a liberação da
mercadoria.

Assim, o processo de desembaraço aduaneiro em três etapas,


entenda:

- 1º passo: a mercadoria chega na alfândega e entram na lista de


espera para análise de irregularidades;

- 2º passo: a mercadoria passa pela verificação, pelo desembaraço e


vai para o cadastro no Siscomex;

69
- 3º passo: o registro gera um comprovante de importação. O
documento emitido pela Receita Federal, comprova a regularidade da importação e
libera a mercadoria para o importador.

O desembaraço aduaneiro demora até 8 dias para ser concluído,


quando está tudo certo e não há irregularidades. Esse tempo pode ser maior,
especialmente quando as mercadorias forem fiscalizadas por vários órgãos diferentes
ou os documentos não estejam corretos.

No entanto, caso o desembaraço não aconteça em até oito dias, será


caracterizado como excesso de prazo, segundo o Artigo 4º, do Decreto de Lei nº
70,235/72.

Quem paga o desembaraço aduaneiro é o próprio importador, que


deve pagar em profissional credenciado ou um despachante. O valor é pago direto ao
profissional, de acordo com o projeto de importação. O mesmo deve ser feito para a
emissão da Declaração de Importação e eventuais taxas que possam incidir.

Caso a Receita federal identifique divergências no valor declarado


da remessa, a mercadoria pode ser taxada de 60% a 400% no valor do item.

Ainda, no registro da Declaração de Importação, o importador paga


todos os impostos e custos com a importação. Vale lembrar que as mercadorias são
fiscalizadas apenas após o pagamento.

Todas as mercadorias que chegam ao Brasil devem passar pela


fiscalização. Itens com objetivos de revenda no Brasil devem chegar ao desembaraço
via Declaração Simplificada de Importação.

Além disso, não têm valor mínimo de compras no exterior, mas o


máximo é até 3 mil dólares por vez. Caso os valores estejam irregulares, o importador
pode ter de pagar taxas.

Existem alguns tipos de mercadorias que não passam pelo processo


de desembaraço. Ou seja, não serão desembaraçadas e não poderão entrar no país.
Veja quais são:

- Com exigências de crédito tributário pendente de atendimento;

70
- Consideradas nocivas à saúde, à segurança pública, ao meio
ambiente ou produtos que não atendem aos controles sanitários;

- Alvo de apreensão anulada por decisão judicial não transitada em


julgada e que não contenham garantia prévia.

I – Documentos necessários para o desembaraço aduaneiro

Para fazer o desembaraço aduaneiro corretamente, é preciso


apresentar diversos documentos. Entenda quais são:

- Fatura comercial;

- Packing list;

- Conhecimento de embarque;

- Certificado de origem;

- Manifesto de carga;

- Licença de importação;

- Declaração de importação;

- Licença de importação;

- Nota fiscal de entrada;

- Guia do ICMS;

- GLME (Guia para liberação de mercadoria estrangeira sem


comprovação do recolhimento do ICMS;

- Comprovante de importação.

71
3- SEGUROS

Seguro é um contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante


cobrança de prêmio, a indenizar a outra pela ocorrência de determinados eventos ou
por eventuais prejuízos previstos nas condições contratuais. O segurador e o segurado
são obrigados a guardar, no contrato de seguro, a mais estrita boa-fé e veracidade a
respeito do objeto segurado e das declarações a ele concernentes.

Em 1939, foi criado pelo governo Vargas o Instituto de Resseguro


do Brasil (Atual, IRB Brasil Re), com a atribuição de exercer o monopólio, quebrado
em 2007, do resseguro no país. Em 1966 surgiu a Superintendência de Seguros
Privados (SUSEP), para substituir o Departamento Nacional de Seguro Privados e
Capitalização como órgão oficial fiscalizador das operações de seguro,
estabelecendo-se assim o Sistema Nacional de Seguros Privados.

A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) é uma autarquia


da Administração Pública Federal Brasileira, com sede Rio de Janeiro, responsável
pela autorização, controle e fiscalização dos mercados de seguros, previdência
complementar aberta, capitalização e resseguros no Brasil. No âmbito dos seguros,
fiscaliza tanto os privados como os públicos obrigatórios, tais como o antigo DPVAT.

3.1- Classificação dos seguros

Os seguros são divididos em três categorias:

- Seguro de Pessoas: vida, acidentes pessoais, saúde, etc.;

- Seguros de Bens: incêndio, vidros, cascos, transportes,


automóveis, roubo, lucros cessantes, etc.;

- Seguro de Responsabilidade: crédito, fidelidade,


responsabilidade civil.

3.2- Ramos de seguros

72
Os ramos de seguros se dividem basicamente pelo item segurado.
Alguns comumente contratados por pessoas físicas, outros por pessoas jurídicas, mas
esta não é uma regra estrita.

I- Seguros comuns para pessoas físicas

- Seguro de automóveis

- Seguro de bicicleta

- Seguro de vida

- Seguro de saúde

- Seguro de viagem

- Seguro de responsabilidade civil

- Seguro de Celulares, etc.

II- Seguros comuns para pessoas jurídicas

- Seguro incêndio

- Seguro de roubo

- Seguro de crédito

- Seguro agrícola

- Seguro de condomínio

- Seguro de riscos de engenharia, etc.

3.3- Elementos essenciais do contrato de seguro

Em todo contrato de seguro deverão estar presentes os elementos


essenciais a esta operação são eles: risco, o segurado, o segurador, o prêmio, a
indenização.

O risco é o elemento fundamental do contrato de seguro, que


caracteriza cada uma das modalidades ou ramos de seguro.

73
Assim, no ramo incêndio o risco é a probabilidade de incêndio, no
ramo acidentes pessoais, o risco é a probabilidade de acidente pessoal, no ramo
agrícola, o risco é o acontecimento capaz de produzir dano à lavoura, como o granizo,
por exemplo.

Para ser segurável, o risco deverá satisfazer às seguintes condições,


simultaneamente: ser possível; ser futuro; ser incerto; independente da vontade das
partes contratantes; deves resultar de sua ocorrência, prejuízo de ordem econômica.

O segurador é a pessoa jurídica que assume o risco e paga a


indenização no caso de ocorrência de um sinistro. O segurado é a pessoa física ou
jurídica perante a qual o segurador assume a responsabilidade de determinado risco.
O prêmio, também elemento essencial do contrato de seguro, constitui o pagamento
feito pelo segurado ao segurador, ou seja, é o preço do seguro para o segurado.

Os parâmetros gerais para calcular o prêmio são: o prazo do seguro,


a importância segurada e a exposição ao risco.

Normalmente o prazo do seguro é de 1 ano ou 12 meses. Nada


impede que seja calculado o prêmio a prazos inferiores (prazo curto) ou superiores a 1
anos (prazo longo).

3.4 – Entenda melhor o contrato de seguro

Glossário

- Apólice: documento emitido pela empresa formalizando a


aceitação da cobertura solicitada pelo proponente, nos planos individuais, ou pelo
estipulante, nos planos coletivos.

- Avaria: dano causado ao bem segurado.

- Aviso de sinistro: comunicação da ocorrência de um sinistro que


o segurado é obrigado a fazer ao segurador assim que tenha dele conhecimento.

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- Condições gerais: conjunto das cláusulas comuns a todas as
modalidades e/ou coberturas de um plano de seguro, que estabelecem as obrigações e
os direitos das partes contratantes.

- Cosseguro: operação que consiste na repartição de um mesmo


risco, de um mesmo segurado, entre duas ou mais seguradoras, que respondem,
isoladamente, perante o segurado, pela parcela de responsabilidade que assumiram.

- Endosso: documento que configura qualquer alteração no


contrato, feito de comum acordo entre o segurado e a seguradora.

- Franquia: valor ou percentual expresso na apólice, que representa


a parte do prejuízo indenizável que deverá ser arcada pelo segurado por sinistro.
Assim, se o valor do prejuízo de determinado sinistro não superar a franquia, a
seguradora não indenizará o segurado.

- Indenização: pagamento do prejuízo ao segurado, em caso de


sinistro coberto, dentro do limite contratado para a cobertura e de acordo com as
condições da apólice.

- Prêmio: valor que o segurado e/ou estipulante paga à seguradora


para ter direito ao seguro.

- Proposta: documento com a declaração dos elementos essenciais


do interesse a ser garantido e do risco, em que o proponente, pessoa física ou jurídica,
expressa a intenção de contratar o seguro, manifestando pleno conhecimento das
condições contratuais.

- Resseguro: tipo de pulverização do risco em que o segurador


transfere a um ressegurador parte do risco assumido, sendo, em resumo, um seguro
do seguro.

- Retrocessão: operação feita pelo ressegurador e que consiste na


cessão de parte das responsabilidades por ele aceitas a outros, ou outros ressegurados,
sendo, em resumo, o resseguro do ressegurador.

- Risco: evento incerto ou de data incerta que independe da vontade


das partes contratantes e cuja ocorrência dará direito à indenização descrita na
apólice.

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- Salvado: nos seguros de danos, é o objeto que se consegue
resgatar de um sinistro que ainda possui valor econômico.

- Segurado: é a pessoa física ou jurídica que, tendo interesse


segurável, contrata o seguro, em seu benefício pessoal ou de terceiros. No caso dos
seguros de pessoas, é a pessoa física sobre a qual se procederá a avaliação do risco e
se estabelecerá o seguro.

- Sinistro: representa a ocorrência do risco coberto, durante o


período de vigência do plano de seguro.

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