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Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos

METAPLASMOS NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS


DO CHICO BENTO: UMA ANÁLISE
SOBRE A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Heloisa Helena Pereira Fontes (UNIGRANRIO)
heloisapfontes@gmail.com
Lilia Aparecida Costa Gonçalves (UNIGRANRIO)
liliacgoncalves@gmail.com
Márcio Luiz Corrêa Vilaça (UNIGRANRIO)
professorvilaca@gmail.com

RESUMO
O estudo da variação linguística deve ser feito de maneira contínua e esclarecedo-
ra a fim de refletir sobre fatores de ordem histórico, social e cultural que influenciam
nas mudanças que ocorrem na linguagem e, consequentemente, podem gerar precon-
ceito com pessoas que utilizam uma determinada variação da língua. O objetivo do
presente artigo é identificar vários metaplasmos que ocorrem na produção de certas
palavras no dialeto caipira e, posteriormente, refletir sobre o preconceito linguístico
que coloca o falante dessa variante em posição de desprestígio. Para isso, partindo de
pressupostos da gramática histórica da língua portuguesa e da Sociolinguística, será
feita a análise de quadrinhos do personagem Chico Bento, desenvolvido por Maurício
de Sousa e disponível na internet.
Palavras-chave:
Metaplasmos. Preconceito Linguístico. Variação Linguística.

ABSTRACT
The study of linguistic variation must be carried out in a continuous and
enlightening way in order to reflect on historical, social and cultural factors that
influence the changes that occur in language and, consequently, can generate prejudice
against people who use a certain language variation. The objective of this article is to
identify several metaplasms that occur in the production of certain words in the caipira
dialect and, later, to reflect on the linguistic prejudice that puts the speaker of this
variant in a position of discredit. For this, based on assumptions of the historical
grammar of the Portuguese language and Sociolinguistics, we will analyze comics of
the character Chico Bento, written by Maurício de Sousa, which are available on the
internet.
Keywords:
Methaplasms. Language prejudice. Language variation.

1. Introdução
A heterogeneidade da língua é algo indiscutível. Diversos aspec-
tos fazem com que a língua esteja em constante mudança e desenvolvi-

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mento. Temos aqui uma mistura de Europa, África, Ásia e Américas, um
pouco de cada cultura, cor de pele e não podia faltar um pouco do traço
de cada falante desses países. Essa mistura faz da nossa língua um objeto
de estudo perfeito, cheio de brechas a serem invadidas e cheia de novas
falas a serem conhecidas. De norte a sul, o Brasil mostra as suas varia-
ções na fala, e nos faz um país rico de histórias, cultura e beleza.
Segundo Câmara Junior (1979), a língua aparece na comunicação
por meio da fala com a qual os homens se comunicam uns com os outros,
e, através desses sons vocais, transmitem ideias, impressões e sentimen-
tos. Ainda segundo o autor, a língua não é homogênea e representa a cul-
tura de um povo.
Na visão de Belini (2004), numa mesma língua, uma mesma pala-
vra pode ser pronunciada de diferentes formas, podendo afetar ou não em
seu léxico. Diferenças lexicais, fonéticas, morfológicas e sintática contri-
buem diretamente para a existência das variações. A língua portuguesa,
assim como outras línguas naturais, apresenta alto grau de diversidade e
de variabilidade que ocorrem por diferentes fatores, podendo variar de
acordo com a região, sexo, nível social e cultural.
Neste sentido, a partir do reconhecimento da natureza viva de uma
língua, a sua variabilidade pode ser, de forma ampla, analisada em duas
dimensões: sincrônica e diacrônica. A primeira dimensão, sincrônica, é
discutida na literatura especializada como variação linguística. Está vari-
ação pode ser motivada por fatores internos à língua, como à diversidade
estrutural e de uso e á fatores extralinguísticos que envolvem a complexa
e dinâmica relação entre usuário, contexto, finalidades e interlocutor. Os
aspectos que influenciam a variação linguística são inúmeros, nos quais
se incluem características sociais, níveis de formalidade, grau de forma-
ção acadêmica, propósito do texto, entre muitos outros. Algumas varian-
tes são consideradas prestigiadas e outras são desprestigiadas. No caso
dos registros, é mais comum que estes sejam vistos como mais ou menos
adequados à situação de uso.
O falante antecede à gramática. A gramática é um registro da lín-
gua, que se faz viva pelos falantes. Dependendo da perspectiva gramati-
cal adotada, descritiva ou prescritiva, busca-se apontar quem teria o papel
central: a gramática normativa ao direcionar o falante? Ou o falante a dar
vida à língua e permitir que essa seja múltipla. No caso dos estudos lin-
guísticos, a abordagem é descritiva. Neste sentido, a gramática registra o
que os falantes realizam com a língua. Quando está em foco uma pers-

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pectiva prescritiva, é a gramática que dita as regras aos falantes, apon-
tando como a língua deve ou pode ser empregada.
Na primeira, a abordagem descritiva, a gramática dá liberdade ao
falante para usar a sua língua e, assim, manter a língua viva e pulsante.
Na segunda, a prescritiva, a gramática, de certa forma, aprisiona o falante
e determina uma possível consequência ou condenação ao usuário, caso
acabe por desrespeitar as normas. Neste último caso, uma das conse-
quências, conforme veremos adiante, é o preconceito linguístico, que, na
prática, vem muitas vezes acompanhado de outros preconceitos e julga-
mentos.
Trask (2004, p. 202) afirma que ―um dos fatos fundamentais a
respeito das lìnguas vivas é que elas estão sempre mudando‖. O estudo
diacrônico das transformações de uma língua é tratado como mudança
linguística. No primeiro caso, concentramos a nossa atenção aos diferen-
tes usos de uma língua em um mesmo momento histórico. No estudo dia-
crônico, buscamos entender os caminhos percorridos por uma língua ao
longo do tempo (Cf. DUBOIS, 2001; TRASK, 2004).
Na área das ciências da linguagem, há uma denominada Sociolin-
guística. A Sociolinguística é uma vertente da linguística, que estuda a
relação entre a língua e a sociedade, concentrando-se na variação social
da língua, dentro de todos os seus aspectos culturais, geográficos e eco-
nômicos. Tais comportamentos linguísticos ocorrem também por conse-
quências de disfunções do aparelho fonador que, muitas vezes, são trata-
das como ―erro‖ do uso ―correto‖ da língua.
Em Cagliari (2002), encontramos descrições e análises diferenci-
adas de ordem linguística em bases articulatórias nas quais são realizadas
as interpretações fonológicas. No nível fonético, também conseguimos
reconhecer as diferenças de fala que, geralmente, estão associadas a fato-
res sociais específicos. Levando em consideração a extensão territorial do
nosso país e a diversidade cultural, tais variações devem ser estudadas,
reconhecidas e respeitadas em todos os âmbitos da sociedade.
A busca incessante pelo conhecimento e aceitação da variação
linguística tem sido foco do trabalho de muitos linguistas e pesquisadores
da área. Para Bagno (2005) é preciso reconhecer a verdadeira diversidade
linguística existente no Brasil, a fim de superar preconceitos e resistên-
cias sobre as variações linguísticas. Os quadrinhos da ―Turma da Môni-
ca‖, de Mauricio de Sousa, apresentam a variação linguística ao trazer o
dialeto caipira, presente nos quadrinhos do Chico Bento, carregado de

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metaplasmos fonológicos comuns entre os falantes de cidades do interior.
Dessa forma, o presente trabalho busca identificar, descrever e
analisar as ocorrências dos metaplasmos nas falas dos personagens Chico
Bento e Cebolinha, demonstrando como as variações linguísticas estão
presentes nos quadrinhos de Mauricio de Sousa, reconhecendo que os
metaplasmos são modificações que as palavras sofreram durante a sua
evolução, sendo essas alterações apenas fonéticas, conservando o signifi-
cado real da palavra.

2. A variação linguística
Entender os fenômenos existentes na fala é de suma importância
para que não haja preconceitos e distinção de uma comunidade por sua
variedade linguística. Estudos sobre variação linguística ajudam a enten-
der a heterogeneidade da língua e a forma na qual a comunicação se es-
tabelece entre os mais diversos grupos de falantes. Para Câmara Junior
(2011), variação é a ―consequência da propriedade da linguagem de nun-
ca ser idêntica em suas formas através da multiplicidade do discurso‖. A
variação linguística é um fenômeno universal e pressupõe a existência de
formas linguísticas alternativas que são denominadas variantes.
Observar a língua como uma atividade social faz com que possa-
mos entendê-la como intrinsecamente heterogênea, instável e que se des-
constrói e reconstrói a todo momento. A variação da fala, muitas vezes, é
vista como um problema a ser solucionado, no entanto, na concepção so-
ciolinguística, as variedades linguísticas não acarretam danos para a uni-
dade da língua, não podendo, dessa forma, seu uso ser ignorado ou re-
primido. José Saramago, escritor português, em um depoimento para o
filme Lìngua: vidas em português, disse: ―Quase me apetece dizer que
não há uma lìngua portuguesa, há lìnguas em português‖. O escritor faz
entender que essa heterogeneidade existente é resultado da sociedade
também heterogênea na qual estamos inseridos.
Segundo F. Tarallo (1986), ―variantes linguìsticas são diversas
maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto e com o
mesmo valor de verdade‖. Este processo acontece porque houve inicial-
mente uma variação. Aceitar esse movimento não uniforme que a língua
desenvolve é acreditar na evolução da língua assim como na evolução
humana. Não podemos, em uma sociedade tão variada, impor a cobrança
de uma língua engessada que cria barreiras de comunicação estabelecen-

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do diálogos unilaterais.
A Sociolinguística defende que essa heterogeneidade da língua
não é aleatória e que essas variações no ato da fala são completamente
organizadas e condicionadas por diferentes fatores. Além disso, os estu-
dos sociolinguísticos são embasados em pesquisas realizadas com entre-
vistas de campo, com participantes de comunidades de fala diversas, le-
vando em conta diferentes contextos sociais, regionais e socioeconômi-
cos. Deve-se criar, com esses estudos, uma consciência linguística de
respeito a essas dissimilitudes da fala.
Bortoni-Ricardo (2004), aponta fatores que influenciam as varia-
ções linguísticas, tais como:
Grupos etários – observa-se que em grupos de pessoas em uma mesma
família e geração diferente, os diálogos têm expressões ditas por um gru-
po etário que não são compreendidas por outro grupo. Um exemplo muito
comum são as falas dos avós que, muitas vezes, não são assimiladas, em
um primeiro momento, por uma comunidade mais jovem, por exemplo,
quando é dito que ―fulana é muito mimosa‖, significa que a moça é deli-
cada ou bonita.
Gêneros – homens e mulheres têm perfis de fala diferenciados quando re-
lacionados a seus papéis sociais ao qual estão condicionados. Mulheres
tendem a utilizar fala no diminutivo e marcadores conversacionais, como
as partìculas ―tá?‖ e ―né?‖, que buscam uma aquiescência do interlocutor,
enquanto, os homens, usam expressões mais rudes.
Status socioeconômicos - diretamente ligados a desigualdade na distribui-
ção de bens materiais e culturais. No Brasil, onde existe uma disparidade
na distribuição de renda, o fator socioeconômico nos leva diretamente ao
preconceito linguístico que é praticado abertamente pelas classes mais a-
bastadas, em cima de classes menos favorecidas economicamente.
Grau de escolarização – diretamente ligado ao status socioeconômico, o
grau de escolaridade de um indivíduo impacta diretamente na sua fala. Fa-
tores como o tempo e a qualidade de ensino no qual o indivíduo é subme-
tido, colocará o mesmo em uma comunidade de fala específica, mudando
assim o status da sua condição linguística. Este fator também é responsá-
vel pela disseminação do preconceito linguístico.
Mercado de trabalho – de acordo com sua atividade profissional, o indiví-
duo se condiciona a um determinado estilo linguístico para atender as ne-
cessidades do receptor em questão. Diversas áreas possuem um vocabulá-
rio próprio que, necessariamente, será também entendido apenas por um
falante com as mesmas habilidades.
Rede social – o indivíduo adota um comportamento linguístico parecido
com o das pessoas nas quais ele se relaciona nas redes sociais.
Origem geográfica/regional - comportamento linguístico ocorrente de a-

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cordo com a região na qual o indivíduo vive. A variação regional surge
com o nascimento de dialetos de uma determinada comunidade de fala,
conforme cada região do país. O fenômeno pode ocorrer em regiões do
país, dentro do mesmo estado e, inclusive, em diferentes áreas geográficas
dentro de um mesmo estado. Uma comunidade rural, por exemplo, utiliza
variações distintas às de uma comunidade urbana dentro de um mesmo
estado.

As diversas variedades linguísticas são produtivas na comunica-


ção verbal e são valorizadas nas comunidades em que são utilizadas. Ao
se comunicarem, tanto o emissor quanto o receptor compartilham de um
elemento que facilita a compreensão do que está sendo dito. Esse recurso
é a norma linguística que ambos adquirem na comunidade de fala que
participam. Dessa forma, conforme apontado por Tarallo (1997), enten-
de-se que qualquer língua apresenta um conjunto de variedades que são
importantes na identificação de grupos sociais, como também uma possi-
bilidade de delimitar diferenças sociais dentro de uma comunidade.

3. O preconceito linguístico
O preconceito e suas diversas manifestações - preconceito racial,
social, religioso, de gênero, sexual, preconceito físico entre outros, tem
sido abordado em muitos estudos de diversas áreas do conhecimento.
Dentre essas manifestações, no presente trabalho, destaca-se o preconcei-
to linguístico.
Segundo Bortoni-Ricardo (2011) o preconceito é uma questão his-
tórico-social regida por relações de poder. Ele, nada mais é, que, um pré-
julgamento utilizado para estigmatizar algo ou alguém, e pode ocorrer
em diversos âmbitos. A nossa língua, composta de diferentes variações
linguísticas presentes na fala, não fica fora desse julgamento não funda-
mentado e sofre muito com o que conhecemos como preconceito linguís-
tico, que, segundo o Dicionário Houaiss dá-se por:
Qualquer crença sem fundamento científico acerca das línguas e de seus
usuários, como, p.ex., a crença de que existem línguas desenvolvidas e
línguas primitivas, ou de que só a língua das classes cultas possui gramá-
tica, ou de que os povos indígenas da África e da América não possuem
línguas, apenas dialetos. (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa –
ONLINE, verbete preconceito)

Lyons (1968) aponta que a gramática tradicional, comumente es-


tudada nas escolas, estimula os preconceitos sociais e nacionalistas asso-
ciados à língua. Há uma real dificuldade para ocorrer a libertação do in-

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divíduo desses preconceitos e da falsa concepção de que existe apenas
uma única língua portuguesa, ou seja, a que é ensinada nas escolas. É
justamente esse pensamento que impulsiona o preconceito linguístico.
Na cultura brasileira, o preconceito linguístico é resultado do lon-
go período de colonização do país, onde a formação histórica dá-se pela
luta de classes, na qual comunidades socialmente e economicamente do-
minantes sobrepõem-se a toda população remanescente. Faraco (2002)
ressalta que a nossa cultura tem enraizada uma postura purista e normati-
vista que condena qualquer variação que fuja da gramática conservadora.
Esse valor atribuído à norma padrão e a desvalorização das variações da
fala provocam o desprestígio de toda uma comunidade fazendo que ela
sofra repúdio de classes mais abastadas.
De acordo com Bagno (2012), a língua brasileira carrega mitos
que são transmitidos e perpetuados na sociedade e, esses mitos fazem do
preconceito linguístico um círculo vicioso. Para o autor, três elementos
são responsáveis por esse círculo, a gramática tradicional, a metodologia
tradicional do ensino e os livros didáticos com abordagens normativos-
prescritivos.
Torna-se necessário despertar a consciência da diversidade socio-
linguística para reconhecer o caráter heterogêneo da língua a fim de rela-
tivizar a noção de certo e errado no uso da língua, demonstrando que não
existe erro na fala de comunidades específicas e que o preconceito lin-
guístico nada mais é que uma retaliação ao não cumprimento da gramáti-
ca normativa por muitos falantes do país. Vale ressaltar que, alguns des-
ses falantes sequer têm acesso a tal gramática e o conhecimento de língua
que têm é o realizado em seu ambiente familiar.
Perini (1999) ressalta que pessoas que não tiveram o acesso devi-
do à gramática normativa têm conhecimento inerente da língua. O autor
afirma que qualquer falante adquiriu o uso da língua de forma espontânea
e chega a compará-la com o ato de andar, não necessitando assim de ins-
truções da escola para realizar tal ato. Desta forma, podemos perceber
que a escola, muita das vezes, tenta impor ao falante uma língua comum
a todos brasileiros e a utilização da padronização da língua falada assim
como existe na modalidade escrita. No âmbito escolar, o uso da língua
não se dá somente na oralidade, mas também pela escrita, permeada de
regras que muitas vezes não dialogam com o uso feito na fala. Ressalta-
se, no entanto, que o preconceito linguístico é inerente a língua falada,
não se manifestando com muita incidência na modalidade escrita.

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4. Processos fonológicos
A dinamicidade das línguas em se transformar ao longo dos anos
resulta no que denominamos de processos fonológicos. Tal fato se con-
firma diante da pluralidade de línguas que temos em nosso país.
No entanto, o fator histórico não deve ser entendido como único
responsável pelas transformações que ocorrem na língua, uma vez que
elas continuam a ocorrer na atualidade. Nesse sentido Callou e Leite
(2005, p.43) esclarecem que ―os processos que produziram mudanças
históricas são os mesmos que estamos testemunhando a cada momento
hoje.‖.
Botelho e Leite (2005, p. 1) corroboram com esse entendimento
ao destacarem que essas transformações não são simplesmente resultado
da passagem do latim para o português, pois ―como podemos verificar na
língua atual, estes fenômenos continuam agindo e transformando a língua
portuguesa.‖. Os autores ainda apontam que algumas dessas formações
acabam sendo registradas em dicionários, enquanto outras permanecem
apenas em nosso discurso oral.
Na visão de Cagliari (2002), os processos fonológicos dizem res-
peito às ―alterações sonoras que ocorrem nas formas básicas dos morfe-
mas, ao se realizarem foneticamente, são explicadas através de regras que
caracterizam processos fonológicos‖. Tais processos são reconhecidos
como operações mentais aplicadas à fala para converter uma sequência
de sons, com alguma dificuldade específica a uma comunidade de fala, a
uma alternativa idêntica semanticamente, porém com uma estrutura foné-
tica diferente.
A Fonética é a ciência que apresenta os métodos para a descrição,
classificação e transcrição dos sons da fala (Cf. SILVA, 2017). Sendo as-
sim, a fonética faz a descrição real do som emitido pelo falante, levando
em consideração as particularidades de pronúncia de cada indivíduo de
acordo com a comunidade de fala na qual é pertencente.
Para Câmara Junior (2011), a Fonologia configura o estudo dos
fonemas em suas variantes posicionais, combinações e condições prosó-
dicas. Consequentemente, a fonologia faz a interpretação dos resultados
apontados pelas transcrições fonéticas dedicando-se a chegar ao som ide-
al, abstrato, acima das diferenças individuais de cada indivíduo dentro de
sua respectiva comunidade de fala.
Como apontado anteriormente, os processos fonológicos podem

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ser percebidos tanto do ponto de vista sincrônico quanto do ponto de vis-
ta diacrônico. Tais processos são chamados também de metaplasmos, que
significa ―mudança de forma‖. Metaplasmos são mudanças na estrutura
fonética de uma palavra, acarretada por acréscimo, supressão, transposi-
ção ou transformação dos sons que a compõem. A riqueza e heterogenei-
dade da nossa fala nos permite localizar diversos metaplasmos que ocor-
rem com regularidade e, ainda, perceber mais de um tipo de metaplasmo
em uma única palavra.
Veremos, a seguir, alguns dos metaplasmos mais comuns. Eles se-
rão divididos em processos de acréscimos, supressão, transposição e
transformação.
A. Metaplasmos por Acréscimo
Os metaplasmos por acréscimo realizam-se quando um fonema é inserido
no vocábulo e essa inserção tende a aumentar sua forma fonética. Esse a-
créscimo pode ocorrer no início, meio ou final da palavra e são categori-
zados como:
• Prótese – Ocorre quando há acréscimo de segmento sonoro no início de
um vocábulo. Ex.: voar > avoar; lembrar> alembrar.
Um caso especial de prótese é a aglutinação. Ex.: a cerca de > acerca de.
• Epêntese – Ocorre quando o acréscimo do segmento sonoro é inserido
no meio do vocábulo. Ex.: stella> estrela; humile> humilde.
Dentro da epêntese existe ainda uma modalidade particular chamada A-
naptixe ou suarabácti, caracterizada pela inserção de uma vogal para des-
fazer um encontro consonantal. Ex.: advogado >adevogado/adivogado.
• Paragoge (ou Epítese) – caracteriza-se pelo acréscimo de segmento so-
noro no final do vocábulo. Ex.: variz >varize.
B. Metaplasmos por Supressão
Segundo o Houaiss, um dos significados para supressão é ―ação ou efeito
de suprimir, de eliminar e anular‖, desta forma, o metaplasmo por supres-
são ocorre quando suprimimos um fonema de um vocábulo. São meta-
plasmos por supressão:
• Aférese – Quando a supressão de um segmento sonoro, ou de uma síla-
ba, ocorre no início do vocábulo. Ex.: até > té; estava > tava.
• Síncope – Acontece quando a supressão ocorre no interior da palavra.
Ex.: príncipe > prínspe; negro > nego. Quando essa supressão acontece
na primeira de duas sílabas sucessivas por semelhança sonora, chama-
se Haplologia. Ex.: trágico + comédia = tragicocomédia > tragicomé-
dia.
• Apócope – É quando a supressão de um segmento sonoro ocorre no fim

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da palavra. Ex.: cantar > cantá; bobagem >bobage.
C. Metaplasmos por Transposição
Os Metaplasmos por Transposição acontecem pelo deslocamento de posi-
ção de fonemas em um vocábulo ou pela transposição do acento tônico da
palavra.
• Metátese – Transposição de um segmento sonoro em uma mesma sílaba
de um vocábulo. EX.: perguntar > preguntar; perturbação > preturbação
• Hipértese – Transposição de um segmento sonoro de uma sílaba para
outra em um vocábulo. Ex.: bicarbonato > bicabornato, lagartixa > lar-
gatixa
• Hiperbibasmo – Quando acontece o deslocamento do acento tônico.
Quando o acento tônico sofre um recuo no vocábulo, é chamado de Sísto-
le. Ex.: pantâno> pântano; rubrica > rúbrica
Já quando ocorre o avanço do acento tônico no vocábulo chamamos de
Diástole. Ex.: gratuito > gratuíto; opto > opíto.
D. Metaplasmos por Transformação
O fenômeno que ocorre quando um fonema do vocábulo se transforma e
passa a ser outro fonema distinto, no lugar do primeiro, é chamado meta-
plasmo por transformação.
• Vocalização – Ocorre na transformação de uma consoante em vogal.
Ex.: facto > feito; capsa > caixa.
• Consonantização – Na contramão da vocalização, a consonantização
transforma uma vogal em consonante. Ex.: Iesus > Jesus; uita > vida.
• Degeneração – É a transformação do fonema /b/ em fonema /v/. Ex.:
bassoura > vassoura; assobiar > assoviar; arbore > árvore.
• Nasalização – Quando ocorre a transformação de um segmento oral em
nasal. Ex.: aipim > aimpim; ignorante > ingnorante.
• Desnasalização – Inverso a nasalização, um segmento nasal passa a ser
oral. Ex.: luna >lũa > lua; persona > pessoa > pessoa; homem > home;
• Sonorização (ou Lenização) – Caracterizado como a transformação de
um fonema surdo, intervocálico, na consoante sonora homorgânica.
Ex.: acutu > agudo; acetu > azedo.
• Despalatização – Transformação de fonemas palatais em um nasal ou
oral. Ex.: cabeçalho > cabeçálio (ou cabeçário); Paulinho > Paulim.
• Palatização (ou Palatatização) – Ocorre a transformação de um ou mais
segmentos em uma consoante palatal. No português, temos alguns e-
xemplos citados por Bagno (2012):

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• [ne, ni] + vogal > [ɲ] (grafada NH): seniore > senhor; vinea > vinha;
Antônio > Antonho.
• [le, li] + vogal > [ʎ] (grafada LH): palea> palha; iulio > julho; família
> famílha.
• [de, di] + vogal > [ʒ] (grafada J): hodie> hoje; invidia > inveja.
• [pl, kl, fl] + vogal > [ʃ] (grafada CH, no português): clave > chave; in-
flare > inchar.
• [kl, pl, gl, tl] mediais > [λ] (grafada LH): oculu > oclu > olho.
• [ske, ski, se, si] > [ʃ] (grafada X): passione > paixão; pisce > peixe.
• [si] + vogal > [ʒ] (grafada J): cerevisia > cerveja; bassium > beijo
• Assimilação – Ocorre com a transformação de um segmento sonoro em
outro igual ou parecido pertencente à mesma palavra: ipso > isso. De
acordo com Silva (2010), essa assimilação pode ser total (persona >
pessoa), parcial (lacte > laite > leite), progressiva (amam-lo > amam-
no) e regressiva (captare > cattar > catar). Podemos verificar a assimi-
lação em ocorrências como: nasalização de vogais orais quando estão
diante de consoantes nasais, como em banha, em que ocorre a assimila-
ção parcial. A redução da terminação de verbo no gerúndio -ndo para -
no como em comeno, chamano e correno, caracteriza a assimilação to-
tal
• Dissimilação – Quando há a ocorrência de transformação de um seg-
mento sonoro para diferenciá-lo de outro semelhante e existente no
mesmo vocábulo. Ex.: pílula > pírula; liliu > lírio; próprio > póprio.
• Metafonia – Ocorrência da alteração do timbre ou altura de uma vogal
influenciada pela vogal ou semivogal seguintes. Ex.: feci > fizi > fiz;
diferente > deferente;
• Monotongação – É a ocorrência da transformação ou da redução de um
ditongo em vogal. Ex.: doutor > dotor; roupa > ropa.
• Ditongação – Ao contrário da monotongação, a ditongação promove a
transformação de uma vogal ou de um hiato em ditongo. Ocorre tam-
bém a transformação de hiato em ditongo. Ex.: bandeja > bandeija; gás
> gáis; nós > nóis.
• Lambdacismo – Cenário onde ocorre a transformação do fonema /r/ em
/l/. Ex.: cérebro > célebro; freio > fleio.
• Rotacismo – Quando ocorre a transformação do fonema /l/ em /r/. Ex.:
Cláudia > Cráudia; alpiste > arpiste.

Os metaplasmos, por serem alterações fonéticas que podem ser


estudadas e verificadas na evolução e no uso da língua, ou seja, de forma
diacrônica ou sincrônica, contribuem na compreensão da dinamicidade
da língua em se transformar e a entender suas variáveis como marcas so-

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ciolinguísticas de todo falante da língua. As marcas linguísticas e sociais
de uma comunidade de fala permite identificá-la e diferenciá-la de ou-
tras. A língua, a sociedade e a cultura são interligadas e as mudanças so-
ciais e culturais são refletidas em sua estrutura linguística.

5. Análise das tirinhas de Chico Bento


As tirinhas da Turma da Mônica e da Turma do Chico Bento, de
Mauricio de Souza, fazem sucesso entre crianças e adolescentes, pois
possuem uma linguagem de fácil entendimento e carregam histórias re-
gadas de assuntos pertinentes à sociedade. Nas tirinhas do Chico Bento
temos a riqueza do dialeto caipira na fala dos personagens, que são ricas
em metaplasmos encontrados nesse dialeto.
Nas tirinhas de Chico Bento, podemos observar certas passagens
que demonstram o preconceito linguístico que ele sofre por pertencer a
uma comunidade de fala com menor prestígio social. Analisando algu-
mas tirinhas, conseguimos entender o sentimento de desvalorização que
ocorre com o personagem.
A tirinha a seguir mostra o preconceito acontecendo em um lugar
onde ele deveria ser extinto. O aluno, representado pelo personagem Chi-
co Bento, sendo erroneamente ―corrigido‖ pela professora que deveria
explicá-lo formas também adequadas a outras situações.

Imagem 1. Tirinha 1.

Fonte: http://preconceitos-linguisticos.blogspot.com/2012/04/chico-bento.html.

Analisando a tirinha do Chico Bento, encontramos alguns meta-

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plasmos que são comuns no dialeto caipira. O metaplasmo que ocorre na
transformação do ‗qual‘ em ‗quar‘ é o rotacismo. Em ‗nota‘, no primeiro
balão, a palavra não segue a flexão da frase e com a perda do ‗s‘, ocorre
apócope, supressão do último segmento sonoro. No segundo quadrinho
encontramos o ‗i‘ e o ‗qui‘ substituindo, respectivamente, ‗e‘ e ‗que‘, o-
casionando assim metafonia, pela alteração de timbre. Ainda no mesmo
balão, temos a expressão ‗vô‘ na posição de ‗vou‘, ocorre a monotonga-
ção. De ‗saber‘ para ‗sabê‘ sofre apócope. Já a supressão que ocorre em
‗ocê‘ é chamada aférese. Em ‗feiz‘ temos a ocorrência da ditongação. Na
fala da professora, o ‗pro‘ em lugar de ‗para o‘, ocorre o fenômeno de
supressão conhecido como elisão.

Imagem 2. Tirinha 2.

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/610941505703058130/.

Nesta segunda tirinha, podemos observar o metaplasmo por trans-


formação chamado metafonia. Ele é encontrado em ‗qui‘ no lugar de
‗que‘, ‗ninhuma‘ no lugar de ‗nenhuma‘ e ‗di‘ no lugar de ‗de‘. O ‗mais‘
aparece com sentido de oposição, de acordo com o contexto no qual está
inserido, portanto, ocorre o fenômeno da ditongação. Em ‗fazê‘ temos a
supressão conhecida como apócope com a queda do ‗r‘ final. Já em ‗tra-
baio‘ encontramos a despalatização, metaplasmo fonológico por trans-
formação no lugar de ‗trabalho‘.
Chico Bento retrata a visão estigmatizada dos habitantes da zona
rural. Sua fala é tida como errada por não seguir a norma padrão ensinada
nas escolas. Um outro ponto a ser destacado, e que também reflete esse
estereótipo do homem do campo, é a maneira como o personagem é ca-
racterizado. Chico Bento é apresentado sempre com os pés descalçados,
calça rasgada e com chapéu de palha. Essa caracterização denota também
o preconceito social existente com essas pessoas. No quadrinho, a seguir,
podemos verificar essas características.

590 Revista Philologus, Ano 28, n. 82 Supl., Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2022.
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Imagem 3. Tirinha 3.

Fonte: https://cangurunews.com.br/a-turma-da-arvore-e-do-chico-bento-ajudam-voce-a-
plantar-uma-arvore/.

No quadrinho acima, na fala de Zé Lelé, há a ocorrência do rota-


cismo em ―prantando‖ no lugar de plantando. O fenômeno da sìncope
pode ser verificado no apagamento da vogal pós-tônica da palavra árvore
resultando na forma ―árvre‖. Tanto a fala de Zé Lelé quanto a de Chico
Bento são marcadas por traços linguísticos que sugerem um fenômeno
fonológico denominado de metafonia, este consiste no alteamento de
timbre da vogal ―e‖, assim, temos ―di‖ e não de, ―isperança‖ no lugar de
esperança. Cabe ressalta que a metafonia pode ser realizada por qualquer
falante, não sendo uma ocorrência exclusiva de moradores da zona rural.

6. Considerações finais
Compreender a importância das variações linguísticas auxilia no
processo de aceitação da cultura de um povo e colabora com diminuição
do preconceito linguístico.
Nas tirinhas de Chico Bento, de Mauricio de Souza, encontramos
algumas variações reconhecidas por grande parcela da população como
pertencente ao falar ―caipira‖. As histórias servem para mostrar que cada
comunidade de fala possui sua particularidade e seus falantes não podem
sofrer preconceitos, pois fazem parte de um país de amplitudes continen-
tais.
É importante reconhecer o caráter heterogêneo da língua para per-
ceber as particularidades de cada comunidade de fala, entendendo que as
variações praticadas por esses falantes não podem ser estigmatizadas ou
menospreza pois refletem a identidade de uma parte da população brasi-
leira. Além disso, esse reconhecimento permite compreender que há fato-
res internos e externos à língua que influenciam os diferentes falares. A
diversidade linguística segue a gramática interna da língua e também é

Anais do XIV SINEFIL 591


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influenciada por questões regionais, grau de escolaridade, contexto soci-
al, idade, sexo. Tais fatores são capazes de fazer o ouvinte reconhecer
uma comunidade de fala e minimizar possíveis preconceitos que possam
surgir.
Dessa forma, entendemos que não é aceitável julgamentos estere-
otipados sobre uma variedade linguística, uma vez que língua portuguesa
não é uniforme, mas constituída de muitas variedades, existem diferentes
modos de dizer a mesma coisa, refletindo, assim, a pluralidade linguística
e cultural de seu povo.

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