BASSEADAS

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APRENDER E ENSINAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Eulália Bassedas, Teresa Huguet, Isabel Solé


O livro foi escrito para ser um instrumento útil de reflexão, analise e otimização da prática
educativa dos educadores que trabalham com crianças pré-escolares. Para tanto, aborda
inúmeros assuntos referentes ao tema em sete capítulos.
CAPÍTULO 1 – Desenvolvimento e Aprendizagem na etapa de 0 a 6 anos:
Maturação: mudanças que ocorrem ao longo da evolução dos indivíduos, está estreitamente
ligada ao crescimento, aos aspectos biológicos, físicos, evolutivos das pessoas.
Desenvolvimento: refere-se à formação progressiva das funções propriamente humanas
(linguagem, raciocínio, memoria, atenção, estima); trata-se do processo mediante ao qual se põe
em andamento as potencialidades dos seres humanos; é um processo interminável, com
saltos qualitativos de um estado de menos capacidades e mais dependências para um de
maior capacidade, mais autonomia, maior capacidade de criação.
Aprendizagem: mediante os processos de aprendizagem, incorporamos novos conhecimentos,
valores, habilidades que são próprias da cultura e da sociedade em que vivemos.

De zero a seis anos de idade, ocorre um processo de complexidade do


ser humano que não se repetirá durante seu desenvolvimento; a
complexidade é consubstancial ao processo de desenvolvimento e
caracteriza-se por seu caráter único (o ser humano é o único ser vivo
que pode planejar sua ação, criar) e diverso, pois todas as pessoas são
diferentes em suas particularidades físicas e psíquicas.

O SER HUMANO TEM CARACTERÍSTICAS DE UNICIDADE E DE


DIVERSIDADE.

O DESENVOLVIMENTO É, PORTANTO, O RESULTADO DE UMA INTERAÇÃO ENTRE O


PROGRAMA DE MATURAÇÃO E A ESTIMULAÇÃO SOCIAL E PESSOAL QUE A CRIANÇA
RECEBE DAS PESSOAS. Logo, os aspectos psicológicos de desenvolvimento não estão
(pré)determinados, mas são adquiridos mediante interação com o meio físico e social que
envolve as crianças desde o seu nascimento.
Para que possa haver DESENVOLVIMENTO é necessário que se produza uma série de
APRENDIZAGENS. Assim, a maturação, por si só, não seria capaz de produzir as funções
psicológicas próprias dos seres humanos: É A APRENDIZAGEM NA INTERAÇÃO COM
OUTRAS PESSOAS QUE NOS DÁ A POSSIBILIDADE DE AVANÇAR EM NOSSO
DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO.
As crianças aprendem comportamentos, destrezas, hábitos e conhecimentos de maneiras muito
variadas. Algumas teorias explicam o aprendizado, os diversos caminhos e maneiras de
aprender: a aprendizagem através da experiencia com os objetos, através da experiencia em
determinadas situações, através de prêmios e castigos, por imitação e pela formação de
“andaimes” por parte do adulto ou de pessoas mais capaz.
Pode-se dividir a evolução das crianças em três grandes áreas, apenas para tratamento
didático/expositivo, pois o desenvolvimento é global e existe uma estreita inter-relação com as
capacidades apresentadas:
- área motora: a capacidade de movimento do corpo humano;
- área cognitiva: as capacidades que permitem compreender o mundo e de atuar nele pelo uso
das linguagens;
- área afetiva : sentir-se bem consigo mesmo (pessoal), confrontar-se com situações e pessoas
novas (interpessoal), e ir estabelecendo relações cada vez mais alheias, distanciadas e atuar no
mundo (atuação e inserção social).

Entender o processo de desenvolvimento a partir da perspectiva


construtivista tem repercussões no momento de intervir e planejar como
professores no processo de aprendizagem dos alunos.

CAPÍTULO 2: A etapa da Educação Infantil: evidencia-se a necessidade de um currículo para


essa etapa, não entendido como “transmissão do conhecimento”, mas sim, como
desenvolvimento de capacidades. E este implica em conteúdos – um conjunto de formas
culturais e de saberes selecionados que devem ser de três tipos:
- conceituais: se referem ao aprendizado de fatos e conceitos (dados, noções);
- procedimentais: referem-se ao fazer coisas (memorizar, utilizar o tom de voz adequado,
compreender ordens);
- atitudinais: refere-se as atitudes, valores, normas, comportamentos;
Fomentar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças pequenas, significa ajuda-las a
progredir na definição da própria identidade, no conhecimento e na valorização de si
mesmas, tanto pelo que são capazes como por suas limitações. E elas vão se descobrindo,
descobrindo o meio natural e social e se intercomunicando através da linguagem (verbal – oral –
escrita e outras formas de representação da realidade).
Os conteúdos da aprendizagem na educação infantil, agrupam-se em áreas apenas para ajudar
o professor a sistematizar, ordenar e planejar a ação educativa, pois em geral são
trabalhados de forma global e indissociados.
1ª área: descoberta de si mesmo: construção da identidade psicológica resultante do conjunto
de experiências que a criança tem com o mundo físico e social, o que inclui conhecimento de si e
do próprio corpo, o corpo e o movimento e o indivíduo na sociedade;
2ª área: descoberta do meio natural e social: adaptação da criança ao meio, tanto de pessoas
quanto do meio físico, desenvolvendo conteúdos referentes à adaptação na escola e relação com
as outras pessoas, conhecimento e exploração do meio, jogos e experimentação.
3ª área: intercomunicação e linguagens: inclui todas aquelas formas de representação da
realidade que os seres humanos são capazes de utilizar: linguagem verbal, oral, escrita,
linguagem matemática, musical, plástica e linguagem corporal;
AS LINGUAGENS SERVEM PARA REPRESENTAR A REALIDADE, PARA PODERMOS
CRIAR, COMUNICAR E DIVERTIR.

CAPÍTULO 3 - A Prática Educativa: trata-se dos aspectos organizacionais de uma instituição de


educação infantil, a organização dos grupos, dos professores, do tempo e da jornada, as rotinas e
os espaços. Com relação ao “tempo”, considera-se que o tempo de aprender e o tempo de
viver e crescer não estão separados e em todo momento a criança cresce e aprende graças
à ação educativa das pessoas que a envolvem e às experiencias que tem no seu contexto.
Ao planejar, devemos considerar todos os momentos da jornada, refletindo e valorizando os
diferentes aspectos existentes.
Pratica educativa, trata também da necessidade do planejamento da ação educativa, que permite
tornar consciente a intencionalidade que preside a intervenção, permite prever as condições mais
adequadas para alcançar os objetivos propostos e permite dispor de critérios para regular todo o
processo; planejar é uma ajuda para ordenar e organizar um ensino de qualidade. E a
previsão das atividades a serem realizadas não supõe um programa fechado e imóvel, ao
contrário, quanto mais claro o que queremos conseguir e as atividades adequadas para
fazê-lo, teremos mais critérios para modificar em função dos fatos que acontecem e das
propostas e expectativas. Os cantinhos por exemplo, devem considerar o interesse das
crianças, a variedade e sequenciação da proposta em função dos objetivos e a disponibilidade
dos materiais, os que exigem mais atenção do professor e outros que facilitam o trabalho
autônomo das crianças.
CAPÍTULO 4 – A avaliação e a observação: na educação infantil é necessário ter uma visão
global da criança, não nos centramos no que ela não sabe fazer, mas consideramos suas
potencialidades, e nossa ajuda, significa favorecer o aparecimento de bons resultados.

A finalidade básica da avaliação, é que, sirva para intervir, para tomar


decisões educativas, para observar a evolução e o progresso da criança
e para replanejar. O mais importante não é emitir juízos, definir uma
situação, mas propor hipóteses.

TEMOS QUE AVALIAR NÃO SOMENTE A EVOLUÇÃO DA CRIANÇA, MAS TAMBÉM O


NOSSO PROJETO E INTERVENÇÃO EDUCATIVA. A AVALIAÇÃO DEVE SERVIR PARA
INTERVIR, MODIFICAR E MELHORAR A NOSSA PRÁTICA, A EVOLUÇÃO E A
APRENDIZAGEM DOS ALUNOS.

- Avaliação inicial: informa sobre o conhecimento prévio e as capacidades dos alunos em


relação a um novo conteúdo de aprendizagem.
- Avaliação formativa: se realiza de forma progressiva e paralela às atividades desenvolvidas e
não se avalia somente o que a criança sabe fazer sozinha, mas também o que sabe fazer com a
ajuda ou intervenção de outras pessoas, ou seja, valoriza a “zona de desenvolvimento
proximal” e o potencial de aprendizagem.
- Avaliação somativa: se realiza ao final de um processo de ensino-aprendizagem, ao final de
uma atividade, ou de um curso, um ciclo, uma quinzena ou uma unidade didática e estabelece o
grau de alcance dos objetivos trabalhados.
A avaliação na Educação Infantil é realizada através de observações, anotações diversas, diários
de classe, fotos, filmagens, roteiros, ou seja, recolher informações que sejam uteis para a
tomada de decisões, para ajudar as crianças e propor um ensino cada vez mais ajustado
às suas necessidades.
Nos capítulos 5 e 6 as autoras destacam a necessidade do trabalho em equipe e a interação da
escola com a família.
As relações entre a família e a escola somente podem ser construtivas se estiver baseada no
respeito mútuo, na confiança e na aceitação das peculiaridades de cada um. O conato entre pais
e professores deve cumprir os objetivos de conhecer a criança, estabelecer critérios
educativos comuns, oferecer modelos de intervenção e de relação com as crianças e
ajudar a conhecer a função educativa da escola.
No ultimo capítulo o livro traz vários anexos com exemplos concretos de desenvolvimento do
currículo, como jornada, chegada e saída na escola, o cantinho da casinha, as refeições, blocos
de conteúdos, organização do espaço, entre outros.

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