Resumos TIC-M3

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

Revisão de Literatura:

De acordo com Sampaio et al. (2020) a relação entre hábitos de sucção de


chupeta, amamentação e desmame precoce tem causado conflito entre os
profissionais da saúde, e existe uma falta de um consenso internacional se o uso de
chupeta é fator causal ou consequência do desmame precoce. O objetivo deste
trabalho foi realizar uma revisão de literatura para verificar a associação do uso de
chupetas e desmame precoce. Os artigos analisados demonstraram que o uso de
chupetas pode interferir na duração da amamentação, causando o desmame
precoce. A amamentação é de fundamental importância para o desenvolvimento da
saúde geral do bebê, assim como, do sistema estomatognático, do sistema imune e
fonoarticulação das palavras. O uso de chupetas é fator cultural, social e
psicológico, dentre as vantagens da chupeta, o fato dela acalmar a criança, está
entre as principais justificativas para a mãe oferecê-la à criança, e a principal
desvantagem, a correlação com as más oclusões e respiração bucal. Quando o
aleitamento materno está bem estabelecido e as mães são motivadas a amamentar,
o uso de chupetas não apresenta interferência em relação à amamentação.
Segundo pesquisas de Martins et al. (2021) a amamentação exclusiva até
os seis meses de idade é um dos principais objetivos de programas de nutrição e
saúde pública para reduzir a mortalidade em menores de 5 anos.Os benefícios da
amamentação para a saúde da criança e da mãe, a curto e longo prazo, são
amplamente reconhecidos, principalmente quando praticada por pelo menos dois
anos e como forma exclusiva de alimentação do lactente até o sexto mês de vida,
conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde. Devido a ações de
saúde pública empregadas nos últimos 30 anos em prol da amamentação, os
inquéritos nacionais realizados a partir de 1975 retrataram aumento do aleitamento
materno exclusivo em crianças entre 0 e 6 meses de vida e aumento da duração
mediana da amamentação, aproximando-se das recomendações da OMS. Este
estudo integra o projeto «Evolução dos indicadores nutricionais de crianças do
nascimento ao primeiro ano de vida em Rio Branco, Acre», desenhado para
investigar desfechos relativos à saúde infantil de nascidos vivos nas duas únicas
maternidades da capital. O status de amamentação no momento da alta hospitalar
se mostrou um dos principais fatores para a descontinuidade da amamentação nos
seis primeiros meses de vida. São válidas as ações hospitalares baseadas na
Iniciativa Hospital Amigo da Criança , que visa atender os «Dez passos para o
sucesso do aleitamento materno» na tentativa de recuperar a prática da
amamentação até que as dificuldades no processo inicial de lactação e
estabelecimento do AME sejam superados. No presente estudo, a maioria das
crianças que receberam complementação ao AM na maternidade estavam em AME
na alta hospitalar , o que sugere um empenho das equipes de saúde hospitalar para
recuperar a amamentação exclusiva. Assim, o período de internação pós-parto é
importante para ajudar a definir o curso da amamentação, pois permite às puérperas
acessar ajuda profissional e receber conselhos sobre os riscos de não amamentar,
de modo a aumentar a autoconfiança. A ausência da amamentação na primeira
hora de vida foi outro fator que se mostrou associado ao desmame nesta pesquisa.
Um achado interessante e ainda pouco explorado na literatura foi o fato de que os
lactentes cujas mães não praticaram a amamentação cruzada apresentaram um
risco 2,50 vezes maior de desmame precoce, quando comparados àqueles cujas
mães praticaram a amamentação cruzada. O Ministério da Saúde brasileiro,
contudo, formalmente contraindica a amamentação cruzada, sob quaisquer
circunstâncias. Em um estudo com crianças de mães adolescentes, não usar
chupeta foi o único fator associado à manutenção da amamentação, tanto aos 6
como aos 12 e 24 meses de vida. Estes dados retratam a importância do
comportamento planejado na amamentação, uma vez que mulheres que fizeram
uso de álcool durante a gestação são mais vulneráveis ao consumo de álcool no
período da lactação, o que potencializa o risco de desmame.
O objetivo do estudo de Leão et al. (2022) é avaliar, por meio de uma
revisão na literatura, quais os fatores de caráter biopsicossociocultural e aspectos
obstétricos e assistenciais na saúde estão associados à prática de desmame
precoce do aleitamento materno. Sua finalidade é contribuir para um entendimento
sobre o panorama do aleitamento materno exclusivo, podendo assim auxiliar nas
condutas frente ao tema de modo a melhorar os índices da amamentação. Diante
do exposto, chegou-se ao resultado em que a amamentação é uma prática de
caráter multifatorial e que o cenário socioeconômico, cultural, comportamental e de
saúde influenciam, mas, isoladamente, não determinam o aleitamento materno
exclusivo. Logo, ressaltou-se que não existe certo e errado durante o processo de
amamentação e que a culpa pelo insucesso no aleitamento materno não deve recair
sobre a mãe. A rede de apoio exerce grande influência sobre as decisões maternas
relacionadas à alimentação infantil e, portanto, eles também devem ser incluídos
nos planos de ações de incentivo ao aleitamento.

Referências

LEÃO, GNC et al. Fatores associados ao desmame precoce do aleitamento


materno: uma revisão. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento , v. 11, n. 7, pág.
e11811727943, 2022.
MARTINS, FA e cols. Padrões de amamentação e fatores associados ao
desmame precoce na Amazônia ocidental. Revista de saúde pública , v. 55, p. 21
de 2021.
SAMPAIO, RCT et al. Associação entre o uso de chupetas e interrupção da
amamentação: Uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Revista de Saúde,
v. 3, n. 4, pág. 7353–7372, 2020.

Você também pode gostar