O Som e o Sentido Uma Outra Historia Das Musicas
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All content following this page was uploaded by Rose Satiko Gitirana Hikiji on 01 October 2015.
Antropologia do ruído
O antropólogo Anthony Seeger, que conheceu os Suyá a partir de sua
música, mostra como esta é fundamental para a organização do grupo,
tanto para a construção como para a interpretação de processos sociais.
Segundo o autor, os Suyá cantam porque através do cantar eles podem
restaurar e criar ordem em seu mundo. Cantar é para o grupo um modo
essencial de articular suas experiências de vida com os processos sociais
(Seeger, 1987).
Lévi-Strauss já ressaltara a oposição entre ruído-natureza e música-
cultura: “a natureza produz ruídos, e não sons musicais, que são monopólio
da cultura enquanto criadora dos instrumentos e do canto” (1991: 30). Tal
ordenação do universo, em oposição ao caos, proporcionada pelo fazer
musical é tematizada por Wisnik :
Cantar em conjunto, achar os intervalos musicais que falem como
linguagem, afinar as vozes significa entrar em acordo profundo e não
visível sobre a intimidade da matéria, produzindo ritualmente, contra todo
o ruído do mundo, um som constante (um único som musical afinado
diminui o grau de incerteza no universo, porque insemina nele um princípio
de ordem). (: 27)
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REVISTA DE ANTROPOLOGIA, SÃO PAULO, USP, 2000, V. 43 nº 1.
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REVISTA DE ANTROPOLOGIA, SÃO PAULO, USP, 2000, V. 43 nº 1.
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REVISTA DE ANTROPOLOGIA, SÃO PAULO, USP, 2000, V. 43 nº 1.
Bibliografia
LÉVI-STRAUSS, C.
1991 O cru e o cozido, São Paulo, Brasiliense.
SEEGER, A.
1987 Why Suyá sing. A musical anthropology of an Amazonian people,
Cambrige, Cambridge University Press.
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