Aula 03 Segurança Pública
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Introdução
DISCIPLINA
DEFESA DO ESTADO E DAS
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS DE
DIREITO
CONTEÚDO
Segurança Pública na
Constituição Federal
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Introdução
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Sumário
Sumário------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
2 Segurança Pública ----------------------------------------------------------------------------------------- 4
2.1 Direito à greve ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 8
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Introdução
1 Introdução
A segurança pública é um dos muitos direitos sociais garantidos a todos os cidadãos
pela nossa Constituição Federal, tamanha é a sua importância que é trazido pelo art.
5º, como um direito individual do ser humano e pelo art. 6º como um direito social
do cidadão. Contudo, não é simplesmente pelo fato, da segurança pública ser um
direito social que todo cidadão terá um agente da polícia a sua inteira disposição 24
horas por dia, para garantir a segurança da população o Estado não deve
disponibilizar um policial para cada família, mas sim implementar políticas públicas
direcionadas a segurança, com o intuito de frear os índices de criminalidade,
viabilizando ao cidadão o acesso a esse direito, através dos órgãos de segurança
pública.
2 Segurança Pública
De acordo com Claudio Pereira de Souza Neto (2018) “um conceito de segurança
pública adequado à Constituição de 1988 é um conceito que se harmonize com o
princípio democrático, com os direitos fundamentais e com a dignidade da pessoa
humana. Por essa razão, apenas as políticas de segurança pública alicerçadas em
concepções democráticas, comprometidas com a observância efetiva desses
princípios, são compatíveis com a Constituição Federal”.
Há muito entendia-se que o rol apresentado no art. 144 era taxativo, sendo vedado a
criação de qualquer outro órgão de segurança pública diferente daqueles expressos
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(ADI 6621, Relator(a): EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2021, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-122 DIVULG 23-06-2021 PUBLIC 24-06-2021)
Como descrito por Claudio Pereira de Souza Neto (2018) “há duas grandes
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Por outro lado, as polícias judiciárias são aquelas que atuam de forma repressiva e
investigatória, pois, dependem da ocorrência do fato criminoso para agir. A polícia
judiciária também é representada pela polícia federal – que também atua de forma
preventiva – e pela polícia civil (FERNANDES, 2020). É por conta disso que Flávio
Martins (2019) afirma que “a polícia federal é, ao mesmo tempo, polícia administrativa
e polícia judiciária. É polícia administrativa pois, dentre suas atribuições, está a de
‘prevenir o tráfico ilícito de entorpecentes’, ‘funções de polícia marítima, aeroportuária
e de fronteiras’ (art. 144, § 1º, II e III da CF)”, além disso, de acordo com o inciso IV
também do art. 144, cabe a polícia federal “exercer, com exclusividade, as funções de
polícia judiciária da União”.
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legitimada na Lei 11.473/07 como uma espécie de convenio firmado entre a União, os
Estados e o Distrito Federal, em prol da segurança Pública. Conforme destaca Flávio
Martins (2019) “a Força Nacional oferece apoio às entidades de segurança pública e
atua em situações de emergência e calamidades. Foi criada em 2004, com sede em
Brasília, coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP)”.
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Guarda Municipal
Da mesma forma, Bernardo Fernandes (2020) afirma que “a greve é proibida por força
dos princípios constitucionais que regem os órgãos de segurança pública. Nesses
termos, a greve não é um direito absoluto e, nesse caso, deverá ser feito um
balanceamento entre o direito de greve e o direito de toda a sociedade à segurança
pública e à manutenção da ordem pública e paz social. Nesse caso, há a prevalência
do interesse público e do interesse social sobre o interesse individual de uma
categoria. Por essa razão, em nome da segurança pública, os policiais não podem fazer
greve”. Em suma o autor afirma que a vedação ao direito à greve com relação aos
policiais não está relacionada ao princípio da continuidade do serviço público, mas,
sim, “por conta do direito de toda a sociedade à garantia da segurança pública, à
garantia da ordem pública e da paz social”.
3 Guarda Municipal
O § 8º do art. 144 da Constituição Federal autoriza que os Municípios constituam, por
meio de lei, as guardas municipais, as quais serão destinadas à proteção dos bens,
serviços e instalações. Portando, ainda que as guardas municipais não estejam
dispostas no rol do art. 144, por conta do § 8º, a Lei 14.022/14 regulamenta seu
funcionamento e estabelece como diretrizes as mesmas competências atribuídas aos
demais órgãos de segurança pública. Foi também neste sentido, o voto do Min.
Alexandre de Moraes no RE 846.854/SP “não só a guarda civil faz parte da segurança
pública na Constituição, nos termos do artigo 144, como a Lei nº 13.022/2014 tratou-
a como segurança pública, dá funções de segurança pública, tanto que faz questão de
ressalvar as competências de segurança do Estado e da União”.
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Guarda Municipal
Além disso, no mesmo julgamento, o Min. Dias Toffoli afirma que, embora não exista
um precedente dos Tribunais Superiores que declare expressamente a participação
das Guardas Municipais na segurança pública, elas são alocadas no capítulo específico,
logo, nas palavras do Ministro, “não pode ser outra coisa senão segurança pública.
Não é preciso haver precedente do Supremo para se dizer isso. É o que está dito na
Constituição”.
(RE 846854, Relator(a): LUIZ FUX, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal
Pleno, julgado em 01/08/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-
022 DIVULG 06-02-2018 PUBLIC 07-02-2018)
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Polícia Legislativa
4 Polícia Legislativa
Os artigos 51 inciso IV e 52 inciso XIII da Constituição Federal, autorizam que a Câmara
dos Deputados e o Senado Federal disponham se suas próprias polícias, as chamadas
polícias legislativas que, apesar do nome, não são consideradas órgãos de segurança
pública, pois, além de não estarem descritas no rol do art. 144 da Constituição Federal
são responsáveis por garantir a segurança e a integridade física das pessoas e do
patrimônio dos órgãos do Poder Legislativo (Congresso Nacional e Senado Federal).
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Conclusão
Ainda, com relação a polícia do senado, estabelece Robson José de Macedo Gonçalves
(2004) que ela é essencialmente eclética, pois, “desempenha as funções de polícia
administrativa, de segurança física das instalações do Senado Federal e de proteção
aos senadores, e tem, entre suas prerrogativas, as funções de “investigação e de
inquérito (Resolução do Senado Federal nº 59/2002, art. 2º, IX), quando de fato
ocorrido nas dependências sob a responsabilidade do Senado Federal”.
5 Conclusão
Nesta unidade iniciamos o capítulo III da segurança pública, falando sobre seu
conceito e finalidade, bem como sobre seus órgãos. No material destacamos um
ponto extremamente relevante sobre a vedação ao direito à greve dos agentes de
segurança, pois, embora seja um direito constitucionalmente garantido a todos os
trabalhadores, conflita com o direito que a sociedade possui sobre à segurança
pública, à manutenção da ordem pública e paz social, prevalecendo, neste caso, o
interesse social sobre o individual.
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Referências bibliográficas
6 Referências bibliográficas
AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. 9 ed. Belo Horizonte:
Fórum, 2018.
NUNES JÚNIOR, Flávio Martins Alves. Curso de direito constitucional. 3 ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direitos Constitucional Positivo. 37 ed. São Paulo:
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Referências bibliográficas
Malheiros, 2014.
SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Capítulo II: das forças armadas. In: CANOTILHO, José
J. Gomes; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, Lenio Luiz; MENDES, Gilmar Ferreira
(coord). Comentários à Constituição do Brasil. 2 ed. São Paulo: Saraiva Educação,
2018.
TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 18 ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.
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