CLM2+3+4 - Dor Torácica e Angina
CLM2+3+4 - Dor Torácica e Angina
CLM2+3+4 - Dor Torácica e Angina
síndrome coronariana aguda, dissecção aórtica aguda, pericardite aguda, dor torácica
musculoesquelética, espasmo esofagiano difuso
Clínica: dor ou desconforto retroesternal entre 3-5 min desencadeado por esforço/stress, que
melhora com repouso ou nitrato
a) ECG de repouso:
a. É SEMPRE exame de abordagem inicial
b. Possíveis achados:
i. Onda Q patológica (área inativa por infarto silencioso)
ii. Onda T simétrica
iii. Desnivelamento do segmento ST
b) Testes provocativos de isquemia:
a. Teste ergométrico (estresse físico):
i. Indicação: capacidade de fazer exercício + ECG normal
ii. Interpretação: teste positivo se angina típica ou infra de ST >= 1 mm
iii. Vantagens:
1. Teste com alta disponibilidade e baixo custo
2. Capaz de predizer baixo ou alto risco cardiovascular
iv. Contraindicações:
1. Limitação física
2. Alteração do ECG de base (HVE, BRE...)
b. Cintilografia (estresse físico):
i. Modo: teste ergométrico seguido de injeção de radiofármaco e
avaliação de perfusão cardíaca
ii. Indicação: capacidade de fazer exercício + ECG alterado (BRE, HVE...)
iii. Interpretação: positivo se angina típica ou déficit de perfusão durante
esforço
iv. Vantagens:
1. Localiza lesão
2. Avalia viabilidade miocárdica (reversível ou não reversível)
v. Contraindicação: limitação física
c. ECOcardiograma stress (estresse físico):
i. Modo: teste ergométrico seguido de avaliação por ECOcardiograma
ii. Interpretação: teste positivo se normal em repouso + alteração
segmentar durante esforço
iii. Indicação: capacidade de fazer exercício + ECG alterado (BRE, HVE...)
iv. Vantagens:
1. Não utiliza radiação
2. Avalia paredes cardíacas, válvulas e fração de ejeção
v. Contraindicação: limitação física
d. Cintilografia com dipiridamol e ECOcardiograma com dobutamina (estresse
farmacológico):
i. Indicação: limitação física
ii. Obs: dipiridamol é contraindicado em paciente com asma ou DPOC,
pois pode causar broncoespasmo
c) AngioTC/angioRNM:
a. Avalia viabilidade miocárdica e identifica lesão coronariana
i. Obs: lesão grave na angioTC se escore de cálcio > 400
b. Possuem alto valor preditivo negativo (úteis para excluir lesão)
c. Limitações: exames pouco disponíveis e que podem mostrar lesões ocasionais
d) Cateterismo (coronariografia) (padrão-ouro):
a. Exame padrão-ouro para abordagem
b. Indicações:
i. Teste de esforço de alto risco cardiovascular:
1. Isquemia com baixa carga (estágio 1 de Bruce no ECG)
2. Arritmia ventricular (TV, FV)
3. Múltiplos déficits de perfusão
4. Distúrbio inotrópico ou de condução (BRE ou BRD, BAV)
5. Estenose >= 70% ou lesão de TCE >= 50% em angioTC
ii. Angina limitante e refratária ao tratamento otimizado
c. Limitação: lesão encontrada pode não ser a responsável pelo quadro clínico
i. Dessa forma, pode-se utilizar refinamento para cateterismo
Tratamento:
Tipos de infarto:
Tipos de infarto e suas etiologias
- Etiologia
Tipo 1 Instabilidade de placa (clássico)
Tipo 2 Desbalanço entre oferta x demanda (placa semi-obstrutiva
+ patologia que aumenta demanda de O2)
Tipo 3 Morte súbita
Tipo 4 Relacionada a angioplastia (4A) ou trombose de stent (4B)
Tipo 5 Relacionado a cirurgia cardíaca
Apresentações clínicas:
a) Se suboclusão:
a. Tipos: angina instável ou IAM sem SST (subendocárdico)
b. Característica: ECG sem SST + troponina negativa (angina) ou positiva (IAMSST)
c. Alteração do ECG na suboclusão: +- infra de ST +- inversão da onda T
b) Se oclusão:
a. Tipos: IAM com SST (transmural)
b. Característica: ECG com SST + troponina positiva
Investigação diagnóstica:
e. Considerações:
i. Suspeitar de infarto de VD se IAM de parede inferior (D2, D3 e aVF)
ii. Suspeitar de lesão de tronco de coronária esquerda (TCE) se supra de
ST em AVR +- V1 +- infra difuso
iii. Imagem em espelho:
1. De parede inferior: D1, aVL, V1-V3 (parede anterior e lateral)
2. De parede anterior extensa: D2, D3 e aVF (parede inferior)
3. De parede posterior: V1-V4 (parede anterior)
iv. Padrões de IAM grave de DA (cate de urgência – explicado abaixo):
1. Padrão de Wellens tipo A ou 1 (plus-minus): elevação seguida
de depressão e retorno do seguimento ST
2. Padrão de Wellens tipo B ou 2: inversão de onda T com padrão
isquêmico (simétrica e rápida), contrária ao QRS
3. Padrão de Winter (pouco relevante): infra associado a onda T
apiculada no segmento ST
c) Interpretação dos marcadores de necrose:
a. Conceito: curvar marcadores com dosagens nos momentos 0-1h-3h
i. Para alguns autores: dosar 0-3h-6h
b. Marcadores (de melhor para pior): troponina, CK-MB, CK/CPK
c. Troponina (+ sensível e específica):
i. Troponina padrão: eleva em 4-8h //
normaliza em 10-14 dias
ii. Troponina ultrassensível: eleva em 2-3h //
normaliza em 10-14 dias
d. CK-MB:
i. Eleva em 4-6h // normaliza em até 72h
e. CK ou CPK (mioglobina)
Conduta medicamentosa:
Complicações pós-IAM:
a) Complicações arrítmicas:
a. Principal causa de óbito pré-hospitalar
b. Principal arritmia: FV
c. Conduta: introduzir cardiodesfibrilador implantável (CDI)
i. Indicações: PCR, TV sustentada, FE < 30%
b) Complicações mecânicas:
a. Conceito: sempre associar de acordo com artéria irrigada
i. Ex: DA irriga septo e área cardíaca anterior/esq. Se houver ruptura de
septo ou parede livre de VE a provável artéria acometida é a DA
b. Tipos:
i. Aneurisma ventricular (complicação mecânica + comum)
ii. Ruptura de mm. papilares de valvas cardíacas, ruptura de septo
interventricular (CIV) ou ruptura cardíaca de parede livre de VE
iii. Infarto de VD:
1. Clínica: hipotensão arterial + turgência jugular + diminuição FC
+ pulmões limpos
2. Conduta: reposição volêmica + reperfusão
a. NÃO usar: morfina, nitrato, b-bloqueador, diurético
c. Tipos que necessitam de intervenção cirúrgica de urgência/emergência:
i. Ruptura cardíaca de parede livre de VE
ii. Ruptura de septo interventricular (CIV)
iii. Insuficiência mitral aguda
1. Obs: TODAS patologias cursam com quadro de ICC aguda
c) Complicações isquêmicas:
a. Área isquêmica residual do miocárdio que pode evoluir para novo IAM
b. Clínica: dor anginosa em repouso ou aos mín. esforços 48h a 2 sem após IAM
d) Complicações pericárdicas:
a. Pericardite fibrinosa aguda (< 2 sem)
i. Conduta: AAS dose anti-inflamatória
b. Síndrome de Dressler (entre 2-6 sem) (pleuropericardite autoimune)
i. Conduta: AAS dose anti-inflamatória + corticoide
e) Insuficiência cardíaca e choque cardiogênico
Vinculo cerebral: dor torácica súbita lancinante com irradiação para dorso + alargamento de
mediastino + diferença entre pulso/PA de MMSS
Definição: ruptura da camada íntima da aorta (mais interna), com dissecção de sua parede e
formação de falsa luz entre camada média e íntima
Fatores de risco:
Clínica:
a) Dor torácica súbita e intensa do tipo lancinante, com irradiação para dorso associada
ou não a náuseas, vômitos e sudorese
b) Se acometimento de aorta ascendente: derrame pericárdico (tamponamento
cardíaco), com tríade de Beck (hipotensão, turgência jugular e hipofonese de bulhas)
c) Se acometimento de subclávia: diferença de pulsos e/ou PA entre MMSS
d) Se acometimento de carótida: síncope ou déficit neurológico focal (AVC like)
e) No ECG pode vir semelhante a IAM de coronária direita (VD), com características:
a. Supra ST em D2, D3 e aVF (região inferior)
b. Infra ST em V1-V4 (região posterior)
Classificações:
Classificação de DeBakey
I Dissecção em toda aorta
(ascendente + descendente)
II Dissecção em aorta ascendente
III Dissecção em aorta descendente
IIIA: somente aorta torácica
(não ultrapassa tronco celíaco)
IIIB: aorta torácica + abdominal
(ultrapassa tronco celíaco)
Classificação de Stanford
A Dissecção em aorta ascendente
B Dissecção em aorta descendente
Correlação entre classificações
DeBakey I e II = Stanford A
DeBakey III = Stanford B
Investigação diagnóstica:
Diagnósticos diferenciais:
Tratamento:
Pericardite aguda
Causas:
Clínica:
a) Dor torácica contínua, tipo pleurítica que pode irradiar para trapézio e cursar com:
a. Melhora com inclinação do tronco (posição genupeitoral) e abraçado a
travesseiro (posição de Blechman)
b. Piora com decúbito, inspiração profunda ou tosse
b) Atrito pericárdico (85% casos) (muito específico!)
Tratamento:
Clínica:
Diagnóstico:
Tratamento: