Slide 09 - História Da América II - vILFM

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HISTÓRIA DA AMÉRICA II

O Poder e a Crise das Oligarquias na Política da

09
América Latina Durante o Século XIX

Maria Luiza Tavares Ferreira


OBJETIVOS
• Compreender a força política e econômica das oligarquias

• Relacionar os fatores que levaram à crise das oligarquias

• Identificar na união das diferentes classes sociais, a força política de


oposição às oligarquias

• Interpretar a Revolução Mexicana como exemplo de luta


antioligárquica
Poder das Oligarquias
Segunda metade do séc. XIX – Organização das forças políticas
• Em cada região com mais, ou menos intensidade.
• Reativação da economia europeia e pela retomada das relações
comerciais de exportação.
• Dependendo da região ocorreu a sobreposição de uns grupos sociais
sobre outros.
• “constata-se no interior de cada formação social a hegemonia de uma
elite oligárquica cujo poder e prestígio se baseiam no controle dos
fatores produtivos e no vínculo estreito com o capital internacional.”
Wasserman (1996, p. 152).
Outros pontos a serem considerados no poder
oligárquico
- incorporação de terras às culturas de exportação, ocasionando o
crescimento dos latifúndios, que serviam como “polo de atração para
as populações desprotegidas e, geralmente, recém expulsas de suas
terras.”
- mecanismos de coerção: expropriação dos bens do clero (México e
Colômbia), usurpação das terras das comunidades indígenas
insubmissas (Argentina e Chile), estímulo à imigração europeia e
endividamento de imigrantes (Argentina, Chile e Brasil) (Wasserman,
1996, p. 153)
Esse acúmulo de riquezas não reverteu para a população.
• A penetração do capital internacional em setores que as oligarquias não tinham
grande inserção, e a disponibilização de empréstimos aos governos, permitiu a
consolidação política e a contenção de revoltas, desempenhando “um papel
importante na afirmação dos governos centrais” (DONGUI 1976, apud
Wasserman,1996, p. 154).

• O desenvolvimento urbano, com base na modernização e progresso promovidos


pelo investimento de tecnologia importada, foram fatores de enfraquecimento
das sociedades tradicionais que em muitos lugares, superaram as dificuldades e
sobreviveram até o final o séc. XX (Wasserman, 1996).
A crise
• 1910 - é considerado pela historiografia latino-americana como a
época de ruptura da sociedade oligárquica, fato ligado à Revolução
Mexicana, embora outros episódios possam reforçar essa ruptura,
como:
• a Reforma Universitária de Córdoba – ideias contrárias ao
imperialismo e às oligarquias .
• Movimento Tenentista, no Brasil, em 1922, questionava a ordem
oligárquica reivindicando reformas político-eleitorais.
• os protestos de inquilinos, no Panamá, em 1925, transformaram-se
em uma espetacular rebelião antioligárquica que provocou uma
sangrenta repressão norte-americana.
• Santos (2018), coloca que os países que mais sentiram a crise, entre
1900 e 1930, foi devido à ascensão de novas classes sociais, e
também, devido ao início de uma fase fabril da economia e o
abandono de áreas de onde caíram a demanda de suas produções.

• O modelo oligárquico autoritário acabou levando essas regiões à


estagnação econômica e dependência estrangeira. Esse modelo
acabou se esgotando.
• México, Venezuela, Colômbia e Nicarágua podem ser mencionados como
regiões onde a ação das forças populares foram determinantes para o
colapso do domínio das oligarquias.

• Chile, Argentina e Uruguai anteciparam-se na consolidação e expansão do


modelo capitalista, através da implantação da industrialização e
modernização antes dos demais países latino-americanos.

• Guatemala, Colômbia e El Salvador “havia a reprodução de relações pré-


capitalistas de dependência” ( Santos, 2018, p. 117).
União de antagônicos grupos sociais
Classes sociais, embora com seu caráter, eram antagônicas, uniram-
se em prol da destituição das oligarquias primário-exportadoras.
Santos (2018) fez a seguinte análise de contexto:
• Nos locais de culturas tropicais, onde a dependência marcou o
desenvolvimento político, econômico e social, sendo o latifúndio o
principal eixo econômico, as classes sociais que se aproximaram
foram os setores médios, burguesia industrial, um pequeno grupo
de proletários e a massa camponesa sem terras. Entre suas
exigências estava o fim do autoritarismo, das relações escravistas e
da submissão às oligarquias.
• A burguesia industrial nesse contexto se colocou como força contrária
às oligarquias, mas tinham ligações econômicas.

• O campesinato sofria com a consolidação do capitalismo e política de


cercamentos de terras, as reivindicações giravam em torno do fim do
latifúndio. Somente após 1930, houve uma diversificação das pautas
do movimento.
• O movimento operário, formado por população vinda do campo, vivia
em péssimas condições nas cidades.

• Foram influenciados por ideias dos movimentos sindicalistas


europeus, constituíram movimentos operários contra as forças
oligárquicas. Unidos ao campesinato, até 1930, foram alcançando
conquistas significativas.
• Camadas médias, embora com diferentes segmentos
“nos locais em que esses grupos abraçaram demandas pluriclassistas
(notavelmente nos países com algum grau de desenvolvimento
capitalista), eles foram muito importantes na pressão exercida sobre as
oligarquias dirigentes” (SANTOS, 2018, p. 121).
• Suas reivindicações estavam direcionadas ao fim do autoritarismo do
Estado oligárquico e instalação da democracia. Defendiam a tese de
que o sistema democrático, “aliado ao desenvolvimento econômico, à
criação de um mercado interno de bens de consumo, ao consequente
fim da dependência estrangeira e a um plano de libertação nacional,
seria o motor da industrialização dos países latino-americanos”
(SANTOS, 2018, p. 121).
• Três questões estavam em pauta nesse conjunto de enfrentamentos e
reivindicações: democracia, desenvolvimento econômico e libertação
nacional, e a partir delas as novas classes e movimentos sociais,
faziam o embate com as oligarquias primário-exportadoras.
REVOLUÇÃO MEXICANA
• Além de ser a primeira grande revolução
social daquele século, ela pôs em evidência
alguns dos grandes problemas do
continente, tais como a questão da terra e
dos camponeses, os temas em torno do
autoritarismo político, os conflitos étnicos e
os embates sobre as produções da cultura
nacional (PRADO, 2014, p. 103).
REFERÊNCIAS
PRADO, Maria Ligia. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014. Disponível em:
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Hist%25C3%25B3ria%2520da%2520Am%25C3%25A9rica%2
520Latina&searchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=4&section=0#/legacy/6974

SANTOS, Lara Taline dos. História da América: das independências à globalização. Curitiba:
InterSaberes, 2018. Disponível em:
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Hist%25C3%25B3ria%2520da%2520Am%25C3%25A9rica&s
earchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=4&section=0#/legacy/149590

WASSERMAN, Claudia. A manutenção da oligarquia no poder: as transformações econômico-


políticas e a permanência dos privilégios sociais. In: Estudos Ibero-Americanos. PUCRS, v. XXIV, n.2,
p. 51-70 – dez., 1998. Disponível em
https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/iberoamericana/article/view/27212. Acessado
em 5 de dezembro de 2020.
Bons Estudos!

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