Relatorio 03 - Ensaio de Compactação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

RELATÓRIO DE ENSAIO DE
LABORATÓRIO DE SOLOS

EXPERIMENTO 04: ENSAIO DE


COMPACTAÇÃO

DOCENTE: PROF. DR. HELDER MANSUR


DISCENTE: MATHEUS DO E. S. GUIMARÃES (202006740114)

BELÉM
MAIO DE 2023
SOLO: ENSAIO DE COMPACTAÇÃO

1. INTRODUÇÃO

Na concepção de obras de engenharia civil, é de fundamental importância o


conhecimento das propriedades geotécnicas dos solos, pois, elas refletem
diretamente na estabilidade e segurança das edificações sobre eles instaladas. As
etapas construtivas que exigem movimentações de terras como, por exemplo, a
execução de escavações para a fundação, fazem com que o terreno fique em um
estado fofo e heterogêneo, ou seja, pouco resistente e deformável. Para sanar este
problema recorre-se a compactação. O procedimento diminui as distâncias entre os
grãos e, partir disso, é possível garantir mais resistência e estabilidade para todas as
etapas posteriores de um canteiro. Nesse sentido, o ensaio de compactação de
solos se faz relevante por descrever suas qualidades quando submetidos ao
adensamento e, assim, traçar a relação mais adequada que reflita em ótimo
desempenho mecânico. Esse ensaio é regulamentado pela norma da ABNT NBR
7182/2016 e demais complementares, que estabelecem o método adequado para
sua execução.

2. OBJETIVO

Determinação da relação entre o teor de umidade e o peso específico


aparente seco de solos, quando compactados, de acordo com os procedimentos
normatizados.

3. APARATO EXPERIMENTAL

Como sugere a NBR 7182/2016, os materiais necessários para a execução


deste ensaio são:

 Estufa;
 Cápsulas metálicas;
 Balança;
 Bandeja metálica.
 Proveta de vidro;
 Régua biselada.
 Espátula de lâmina flexível;
 Cilindro metálico pequeno;
 Béquer de vidro;
 Peneiras 19mm e 4,8mm.
 Soquete pequeno metálico com massa de 2500 ± 10 g.
 Desempenadeira de madeira
 Extrator de corpo de prova;
 Papel filtro.
 Paquímetro digital.

4. PROCEDIMENTOS EXPERIMEINTAIS
4.1. ENERGIAS DE COMPACTAÇÃO

A energia de compactação empregada foi baseada na tabela a seguir, para


um corpo de prova cilíndrico pequeno, uma vez que a amostra passou
completamente pela peneira 4,8 mm.

Tabela 1 - Energias de compactação.

4.2. MÉTODO DE ENSAIO

Previamente, secou-se a amostra de solo em temperatura ambiente até a


sua umidade higroscópica. Logo após, os grãos maiores foram destorroados
cuidadosamente, evitando a quebra dos mesmos e, em seguida, homogeneizados.
Figura 1 - Amostra de solo seca e destorroada.

Após a obtenção de quantidade suficiente de amostra de solo através do


quarteamento, a qual está definida na Tabela 3, está foi passada pela peneira
4,8mm para verificar se haveria passagem completa do material.

Figura 2 - Amostra passada completamente pela peneira 4,8mm.

No caso, da amostra utilizada, não houve retenção na peneira citada. Essa


etapa serviu para determinar o cilindro a ser utilizado no ensaio, seguindo a Tabela 2
da ABNT NBR 64572016.

Tabela 2 - Procedimento após peneiramento.


Para a execução do ensaio, ainda, considerou-se o reuso do material.
Assim, a quantidade de a mostra ser tomada foi de 3 kg.

Tabela 3 - Quantidade de amostra a ser tomada.

Figura 3 - Adição de 5% de umidade sobre a massa da amostra seca. Sobre a


bandeja metálica,
com auxílio da
proveta de vidro
completa
de água
destilada, a
amostra foi
gradativamente umedecida e revolvida de forma a se obter teor de umidade em
torno de 5% da umidade ótima presumível. O volume de água adicionado foi de
370g.

Previamente a etapa anterior, se fixou o molde cilíndrico a sua base e o


apoiou-se sobre uma bancada de concreto. Foi inserida uma folha de papel filtro
com diâmetro igual ao do molde utilizado, de modo a evitar a aderência do solo
compactado com a superfície metálica da base. Com isso, após a completa
homogeneização do material, procedeu-se a sua moldagem e compactação.
Figura 4 - Molde cilíndrico fixado à base forrada com folha de papel filtro e compactação da
amostra de solo.

O número de camadas e número de golpes tal qual a energia a ser aplicada


obedeceram ao que está especificado na tabela 01. O soquete se manteve em
posição perpendicular durante a aplicação de golpes de maneira uniforme sobre a
superfície das três camadas de solo dispostas sequencialmente até o preenchimento

Figura 5 - Rasamento e aferição da massa.

do cilindro por completo. É importante ressaltar, também, que cada camada


subjacente foi precedida de uma ligeira escarificação. Na última camada adicionada,
tomou-se o cuidado de deixar uma sobra de no máximo 10 mm de solo compactado
acima do molde que foi rasado com auxílio de régua biselada após a remoção do
colarinho. O cilindro foi removido da sua base e o conjunto foi levado à balança para
aferição de sua massa úmida do solo compactado (Mu).
Com o auxílio do extrator, o corpo de prova foi retirado do molde e de cada
uma das suas 3 camadas foi coletada uma porção de amostra para determinação da
umidade (w), as quais foram dispostas nas cápsulas metálicas taradas e em
seguidas foram verificadas suas massas úmidas.

Figura 6 - Extração, coleta e disposição nas cápsulas metálicas das


amostras do solo.

O material restante foi reutilizado, e após extração completa do molde


cilíndrico, foi destorroado com auxílio da colher de pedreiro até que os grãos obtidos
passassem na peneira 4,8mm. Em seguida, ele foi espalhado uniformemente sobre
a bandeja e a ele foi adicionada 70g de água destilada, revolvendo o material de
forma a incrementar o teor de umidade em aproximadamente 2%.

Os procedimentos de molde, pesagem, desmolde, coleta de amostra,


destorroamento e incremento de 2% de umidade foram repetidos até que 5 pontos
fossem obtidos. Sendo dois no ramo seco, um próximo a umidade ótima e dois no
ramo úmido da curva de compactação.

É importante ressaltar que ao fim dos procedimentos executados em aula,


as amostras coletadas nas cápsulas metálicas foram levadas à estufa para secagem
até a umidade higroscópica para, então, a aferição de suas massas secas.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. PESO ESPECÍFICO APARENTE SECO DA AMOSTRA
Foi determinado o peso aparente seco (γd) da amostra utilizando a equação
a seguir.

γn
γ d=
w ( %)
1+
100

Onde,

γd é o peso específico natural do solo, considerando g = 9,81 g/cm².

w é o teor de umidade do solo compactado, expresso em porcentagem.

Tabela 4 - Peso específico natural do solo (γn).


Amostra Volume Massa Peso
Tara Amostra
Cilindro Úmida + do Específica Específico
Cilindro Úmida
n° Cilindro Cilindro Natural Natural
(g) (g)
(g) (cm³) (g/cm³) (N/cm³)
1 2240 4080 1840 1004,2 1,83 17,97
2 2240 4230 1990 1004,2 1,98 19,43
3 2240 4430 2190 1004,2 2,18 21,39
4 2240 4465 2225 1004,2 2,22 21,73
5 2240 4420 2180 1004,2 2,17 21,29

Também se calcularam os teores de umidade para cada amostra, descritos


na Tabela 5, abaixo:

Tabela 5 - Determinação do Teor de Umidade (w%)

Tara Amostra Amostra Teor de


Amostr Cápsula Amostra
Cápsula Úmida + Seca + Água (g) Umidad w (%)
a nº Seca (g)
(g) Capsula (g) Cápsula (g) e
5 11,73 18,78 18,03 0,75 6,3 11,90
1 8 11,93 17,19 16,7 0,49 4,77 10,27 11,35
13 11,55 21,54 20,48 1,06 8,93 11,87
18 11,16 20,3 19,1 1,2 7,94 15,11
=2 27 11,48 18,29 17,48 0,81 6 13,50 14,06
33 11,13 20,68 19,54 1,14 8,41 13,56
12 11,52 21,24 19,91 1,33 8,39 15,85
3 37 11,96 22,7 21,21 1,49 9,25 16,11 16,42
48 11,9 23,36 21,67 1,69 9,77 17,30
30 11,85 20,97 19,55 1,42 7,7 18,44
4 45 11,55 24,28 22,22 2,06 10,67 19,31 19,00
47 11,85 26,54 24,17 2,37 12,32 19,24
32 11,15 26,85 24,19 2,66 13,04 20,40
5 41 11,36 25,06 22,74 2,32 11,38 20,39 20,32
43 11,46 23,49 21,47 2,02 10,01 20,18
Dessa forma, o peso específico aparente seco (γd) para cada amostra foi
determinada como na tabela 6 a seguir.

Tabela 6 - Peso Específico Aparente Seco (γd) para as 6 amostras.

γn γd
AMOSTRA W (%)
(N/cm³) (N/cm³)
1 17,97 11,35 16,14
2 19,43 14,06 17,04
3 21,39 16,42 18,37
4 21,73 19,00 18,26
5 21,29 20,32 17,69

Para determinar a curva de saturação, que é a relação entre o peso


específico aparente seco e o teor de umidade para grau de saturação igual a 60%,
80% e 100%, recorreu-se a equação a seguir, para definição da massa aparente
seca (ρd).

S
ρd =
w S
+
ρ w ρs

Onde,

S é o grau de saturação para 60%, 80% e100%.

w é o teor de umidade, arbitrado na faixa de interesse, expresso em


porcentagem (%).

ρs é a massa específica dos grãos do solo conforme a ABNT NBR 6458


(considerando ρs = 2,6 g/cm³).

ρw é a massa específica da água, expressa em gramas por centímetro cúbico


(considerando pw = 1,0 g/cm³).

Tabela 7 - Valores para Curvas de Saturação em 60%, 80% e 100%.


Curva de
100% 80% 60%
Saturação
ρd γd ρd γd ρd γd
w (%) ρn
(g/cm³) (N/cm³) (N/cm³) (N/cm³) (N/cm³) (N/cm³)
11,35 1,63 2,01 19,69 1,90 18,63 1,74 17,10
14,06 1,78 1,90 18,68 1,78 17,51 1,62 15,85
16,42 1,98 1,82 17,88 1,70 16,63 1,52 14,90
19,00 2,02 1,74 17,07 1,61 15,77 1,43 13,99
20,32 1,97 1,70 16,69 1,57 15,36 1,38 13,56

5.1.1. EXPRESSÃO DOS RESULTADOS


5.1.2. CURVA DE COMPACTAÇÃO

A curva de compactação pôde ser traçada utilizando coordenadas


cartesianas normais, onde as abcissas expressam os teores de umidade (w) e as
ordenadas os pesos específicos aparentes secos (γd).

Gráfico 1 – Curva de Compactação e Curva de


Saturação para 60%, 80% e 100%.

Curva de Compactação
18.00
17.50
17.00
16.50
16.00
γd (N/cm³)

15.50
15.00
14.50
14.00
13.50
13.00
9.00 11.00 13.00 15.00 17.00 19.00 21.00 23.00

w (%)
Curva de Compactação
Polynomial (Curva de Compactação)
Saturação (100%)

Então determina-se o peso específico aparente seca máximo (γdmax) e a


umidade ótima (wótima), a partir da equação que descreve a reta:
2
γ d ( w )=−0,0531 w + 1,9044 w−0,5322

A umidade ótima pôde ser determinada por:

−b
w ótima=
2a

Tal como o peso específico aparente seco máximo, pôde ser determinado
por:

b² b²
γ d ,máx = + +C
4a 2a

Dessa forma, os valores obtidos foram, respectivamente:


w ótima=17 , 92 %

γ d ,máx =16 ,54 N /cm ³

6. CONCLUSÃO

Obtiveram-se informações essenciais sobre as propriedades do solo testado


a partir do ensaio de compactação das amostras de solo. Os resultados
evidenciaram uma relação proporcional direta entre a umidade e a peso específico
aparente seco do solo, com o peso específico aparente seco do solo aumentando
juntamente com a umidade no ramo seco até atingir os parâmetros ótimos (peso
específico aparente seco máximo e umidade ótima), após isso entra no ramo úmido
e a relação torna-se inversamente proporcional. A curva de compactação revelou um
ponto máximo de densidade seca, correspondente à umidade ótima, indicando a
máxima compactação e capacidade de suporte do solo. Os parâmetros obtidos,
como densidade máxima seca e umidade ótima, são cruciais para o
dimensionamento de estruturas. A classificação do solo de acordo com sua
compacidade auxilia na seleção adequada dos materiais e na garantia da
estabilidade das construções, assim permitindo a tomada de decisões embasadas e
o planejamento seguro de obras.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT NBR NM 6457/2016 -


AMOSTRAS DE SOLO - PREPARAÇÃO PARA ENSAIOS DE COMPACTAÇÃO E
ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO”, Rio de Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT NBR NM 7182/12016


– SOLO — COMPACTAÇÃO, Rio de Janeiro, 2016.

MATERIAL DE APOIO DA DISCIPLINA.

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