Boletim Epidemiológico Nº 162 - COE

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162

MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ESPECIAL


Doença pelo Novo Coronavírus – COVID-19
Boletim mensal | Vigilância da covid-19 no Brasil • Abril 2024

RESUMO EXECUTIVO
SUMÁRIO
Na vigilância em saúde, no âmbito nacional, a estruturação
das vigilâncias epidemiológica e laboratorial da covid-19
RESUMO EXECUTIVO 1
iniciou-se em janeiro de 2020, antes mesmo de ser
Introdução3 registrado o primeiro caso no Brasil. Em julho de 2020 foi
Aspectos metodológicos  5 necessário implantar a vigilância da Síndrome Inflamatória
FONTES DE DADOS E PERÍODO DE ANÁLISE 5 Multissistêmica Pediátrica, além de ampliar a vigilância
DEFINIÇÃO DE CASO 6 genômica do SARS-CoV-2, bem como incorporar as vacinas
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS 7 contra a covid-19 e acompanhar a cobertura vacinal. Esses
ANÁLISES ESTATÍSTICAS 8 componentes, articulados entre si juntamente com as
Resultados10 ações de atenção à saúde, constituem uma das principais
SÍNTESE DOS RESULTADOS 10 estratégias para responder à pandemia no Brasil. A fim de
SÉRIE HISTÓRICA DA COVID-19 NO BRASIL 12 monitorar o cenário epidemiológico, este boletim apresenta
DENSIDADES DA TAXAS DE INCIDÊNCIA POR MUNICÍPIO 13 as principais informações epidemiológicas, laboratoriais e
SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) 15 vacinais da covid-19 obtidas nos sistemas oficiais e do total
Vigilância laboratorial 23 de casos e óbito reportados pelas Secretarias Estaduais de
Saúde nas semanas epidemiológicas (SE 14 a SE 18).
Vigilância genômica SARS-CoV-2 27
Imunização29
No Brasil, no mês de abril de 2024 foram reportados 52.048
Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica casos e 658 óbitos, enquanto em março de 2024 foram
(SIM-P) associada à covid-19 34
registrados pelas Secretarias Estaduais de Saúde 151.608
Considerações e recomendações 39
casos e 953 óbitos, demonstrando uma queda de 65,7%
Referências41 dos casos novos e uma diminuição de 30,9% dos óbitos
Anexo43 reportados. Padrão similar para as taxas, com uma redução
de 65,7% na taxa de incidência e aumento em 116% na taxa
de letalidade e queda de 25% na taxa de mortalidade entre
o período comparado.

Neste boletim também é apresentada a taxa de transmissão


(Rt) da covid-19 para o ano de 2024 com base na análise dos
casos leves e moderados do e-SUS Notifica e na densidade
de casos novos por meio do índice de Kernel com base nos
dados enviados pelas Secretarias Estaduais de Saúde.

Conforme dados do Sistema de Informação da Vigilância


Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), em abril de 2024
MINISTÉRIO DA SAÚDE foram notificados 756 casos e 84 óbitos por Srag decorrentes
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente da covid-19. Nas SEs 14 e 15, as faixas etárias com maiores
SRTVN Quadra 701, Via W5 – Lote D, Edifício PO 700 incidências e mortalidade abrangeram crianças com 1 ano
7º andar CEP: 70.719-040 – Brasília/DF
E-mail: [email protected]
ou menos e idosos com 80 anos ou mais. A Unidade da
Site: www.saude.gov.br Federação (UF) com a maior incidência de casos de Srag por
covid-19 notificados entre as SEs 15 e 18 (2024) foi São Paulo,
Versão 1
5 julho 2024 seguido de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Quanto
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à mortalidade por Srag decorrente da covid-19, Amazonas foi a UF com a maior taxa apresentada no
mesmo período, seguido do Rio Grande do Sul e do Rio Grande do Norte.

No ano de 2023, a Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (RNLSP) realizou 2.653.894 exames
RT-qPCR para SARS-CoV-2 e detectou 78.616 exames positivos para covid-19. A realização dos exames
permaneceu estável, com uma média de 48 mil exames por SE. Quanto à positividade, houve uma queda
considerável entre as SEs 23 e 36, voltando a aumentar a partir da SE 37, com um pico de positividade de
aproximadamente 4 mil exames nas SEs 49 e 50.

Em relação aos exames RT-qPCR para SARS-CoV-2 realizados pela RNLSP no ano de 2024, observa-se
diminuição da positividade a partir de março de 2024. No mês de abril de 2024, 1.471 exames foram
positivos para SARS-CoV-2, apresentando uma diminuição significativa em comparação a março de
2024, com 9.205 exames positivos . Na última semana epidemiológica (SE 18 de 2024), 78 exames foram
positivos, correspondendo a 0,03% dos exames realizados no mês de abril. Em relação à positividade, no
mês de abril de 2024, todas as regiões apresentaram queda.

Quanto à incidência de exames positivos por 100 mil habitantes: em abril de 2024, São Paulo, Ceará
e Rio Grande do Sul apresentaram a maior incidência, enquanto Alagoas, Rio Grande do Norte e Mato
Grosso apresentaram a menor. Enquanto no mês de março de 2024, São Paulo, Espírito Santo e Tocantins
apresentaram os maiores valores, e Distrito Federal, Piauí e Alagoas apresentaram os menores.

Em relação à vigilância genômica do SARS-CoV-2, considerando a data de coleta das amostras submetidas
à plataforma Gisaid, as linhagens de maior proporção circulantes no País entre janeiro e abril de 2024
foram: Variante de Interesse (VOI) JN.1 e suas sublinhagens (70%); XDR (14%) e a VOI XBB.1.5 + suas
sublinhagens (13%), que apresenta tendência de redução desde a SE 3.

Em relação à imunização contra a covid-19, há cinco vacinas autorizadas pela Anvisa e em uso no Brasil:
duas com autorização para uso emergencial (CoronaVac/Butantan e Comirnaty bivalente Pfizer) e três
com registro definitivo (AstraZeneca/Fiocruz, Janssen-Cilag e Comirnaty Pfizer/Wyeth). As vacinas das
farmacêuticas AstraZeneca e Sinovac estão em uso desde o início da Campanha Nacional de Vacinação
contra a covid-19 no País, em 18 de janeiro de 2021. Em 2024 as vacinas recomendadas e em uso são a
Comirnaty Pfizer (disponível nas formulações: pediátrica menor de cinco anos; pediátrica de cinco a 11 anos;
adulto a partir de 12 anos de idade e bivalente) e a CoronaVac (para população a partir de 3 anos de idade,
somente em casos específicos). De 18 de janeiro de 2021 até abril de 2024 foram aplicadas 519.190.155 doses
de vacinas monovalentes contra a covid-19; e de 26 de fevereiro de 2023 até abril de 2024 foram aplicadas
36.466.088 doses de vacina bivalente.

Quanto à Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), no período analisado foi registrado
um caso no Estado da Bahia. Ressalta-se que há casos suspeitos notificados nesse período ainda em
investigação pela vigilância epidemiológica. Nenhum novo caso de Síndrome Inflamatória em adultos
(SIM-A) foi notificado no período.

Boletim Epidemiológico Especial: COMITÊ EDITORIAL Souza da Silva, Simone Vivaldi, Marcela Santos Corrêa da Costa,
Doença pelo Novo Coronavírus – Covid-19. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA): Marcelo Yoshito Wada, Plinio Tadeu Istilli, Sebastião Bruno
Ethel Leonor Noia Maciel. Departamento do Programa Nacional Taveira da Silva, Talita Gomes da Silva Batista, Walquiria
©2020. Ministério da Saúde.
de Imunizações (DPNI): Eder Gatti Fernandes. Coordenação- Aparecida Ferreira de Almeida. Coordenação-Geral de
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.
-Geral de Vigilância de Doenças Imuno­preveníveis (CGVDI): Incorporação Científica e Imunização (CGICI): Ana Catarina de
Greice Madeleine Ikeda do Carmo. Coordenação-Geral de Melo Araujo, Daniela Sant’Ana de Aquino, Débora Reis de Araújo,
É permitida a reprodução parcial ou total desta
Incorporação Científica e Imunização (CGICI): Ana Catarina Soniery Almeida Maciel. Coordenação-Geral de Laboratórios de
obra, desde que citada a fonte e que não seja
de Melo Araujo. Departamento de Ações Estratégicas de Saúde Pública (CGLAB): Marília Santini de Oliveira, Bruno Silva
para venda ou qualquer fim comercial.
Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente (Daevs): Milagres, Gabriela Andrade Carvalho, Leonardo Hermes Dutra,
Guilherme Loureiro Werneck. Coordenação-Geral de Labora­ Miriam Teresinha Furlam Prando Livorati, Rodrigo Bentes Kato.
tórios de Saúde Pública (CGLAB): Marília Santini de Oliveira.
EDITORIA TÉCNICO-CIENTÍFICA
EQUIPE EDITORIAL
Coordenação-Geral de Editoração Técnico-Científica
Coordenação-Geral de Vigilância de Doenças Imuno­preveníveis
em Vigilância em Saúde (CGEVSA/Daevs): Taís Galvão,
(CGVDI): Greice Madeleine Ikeda do Carmo, Ana Carolina de
Paola Barbosa Marchesini, Antonio Ygor Modesto de Oliveira.
Lacerda Sousa Cidade, Audêncio Victor, Daiana Araújo da Silva,
Eucilene Alves Santana, Elena de Carvalho Cremm Prendergast, Revisão: Yana Palankof (CGEVSA).
Felipe Cotrim de Carvalho, Hellen2 Kássia Rezende, Aline Maria Diagramação: Sabrina Lopes (CGEVSA).
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ESPECIAL: COVID-19 | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente | Ministério da Saúde Boletim mensal | Vigilância da covid-19 no Brasil • Abril 2024

Introdução
O Ministério da Saúde (MS), em 3 de fevereiro de 2020, declarou Emergência de Saúde Pública de
Importância Nacional (Espin) em decorrência da infecção humana pelo coronavírus (SARS-CoV-2)1.
Esse agente etiológico é um vírus RNA da ordem dos Nidovirales, da família Coronaviridae, do gênero
Betacoronavírus, altamente patogênico e causador da covid-19.

A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente estruturou um modelo de vigilância integrada para casos
e óbitos por covid-19. Para a notificação de casos de síndrome gripal (SG) suspeitos de covid-19 em
todo o território brasileiro foi lançado, em março de 2020, o sistema e-SUS Notifica. Os casos de Srag
hospitalizados e os óbitos por Srag são notificados no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe
(Sivep-Gripe).

Dessa forma, à época realizou-se a adaptação do Sistema de Vigilância da Influenza e outros vírus
respiratórios com o objetivo de orientar o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde para a circulação
simultânea do novo coronavírus (SARS-CoV-2), da influenza e de outros vírus respiratórios de importância
em saúde pública2.

Em 22 de abril de 2022, após 26 meses, o MS publicou a Portaria GM/MS n.o 913/20223, que declarou
o encerramento da Espin da covid-19 ao considerar a capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde
(SUS), a melhora do cenário epidemiológico no País e o avanço da campanha de vacinação.

No dia 5 de maio de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da Emergência de Saúde
Pública de Importância Internacional (Espii) da covid-194, justificado pela redução das hospitalizações
e das internações em unidades de terapia intensiva resultantes da doença, bem como os altos níveis de
imunidade da população.

O fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional não significa, contudo, que a covid-19
tenha deixado de ser uma ameaça à saúde, principalmente para aqueles com maior risco de desen­
volvimento de doença grave, tendo em vista que o vírus continua em circulação no Brasil e no mundo e
há risco de surgimento de novas variantes de preocupação (VOC) ou interesse (VOI) do SARS-CoV-2. Com
isso, as ações de vigilância epidemiológica, laboratorial, genômica e de imunização estabelecidas no
Brasil devem ser continuadas. Cabe ressaltar ainda que, segundo a OMS, o encerramento da Espii não
significa o fim da pandemia, pois o termo pandemia está relacionado à distribuição geográfica da doença,
e não à sua gravidade5.

O MS emitiu, no dia 7 de junho de 2023, a Nota Técnica n.o 37/2023-CGVD/DPNI/SVSA/MS, que reforça suas
orientações no âmbito da vigilância epidemiológica acerca do fim da Espii referente à covid-19, declarada
pela OMS quanto:

à permanência de notificação compulsória individual para covid-19;

ao uso dos sistemas oficiais de notificações: e-SUS Notifica para casos de síndrome gripal e Sistema de
Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) para casos de Síndrome Respiratória
Aguda Grave (Srag) hospitalizados e óbitos por Srag, independentemente de hospitalização;

à orientação para a continuidade do envio de amostras para sequenciamento em tempo oportuno,


pois isso é essencial para a adequada vigilância genômica no País e a detecção de novas variantes
do SARS-CoV-2, que podem alterar potencialmente a situação epidemiológica da covid-19 no Brasil,
conforme orientações do Guia de vigilância genômica do SARS-CoV-2.

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De 26 de fevereiro de 2020 a 3 de março de 2023, a SVSA/MS recebeu diariamente das 27 Secretarias


Estaduais de Saúde (SES) os dados agregados de casos e óbitos por município e por data de notificação.
A partir de 3 de março de 2023, o envio dos dados das SES para o MS passou a ser semanal, conforme
pactuação na 2a Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) 2023. Os dados enviados
pelas SES, após consolidação e análise, são disponibilizados nos seguintes canais do Ministério da Saúde:

� Painel LocalizaSUS – https://localizasus.saude.gov.br/


� Painel Coronavírus – https://covid.saude.gov.br/
� Dados abertos – https://opendatasus.saude.gov.br/

Na Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, a vigilância da covid-19


tem sido realizada de forma integrada, por meio de ações de imunização e vigilâncias epidemiológica,
laboratorial e genômica, que permitem o acompanhamento do cenário epidemiológico dos casos graves
e não graves da doença, além de suas manifestações clínicas atípicas, como a Síndrome Inflamatória
Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) e a Síndrome Inflamatória Multissistêmica em Adultos (SIM-A)
associadas à covid-19.

Em 2023, o MS passou a publicar mensalmente o Boletim epidemiológico da covid-19 e em novo formato,


apresentando dados atualizados até a última semana epidemiológica do mês de análise. Para o ano
de 2024, o Ministério da Saúde irá apresentar a cada novo número deste boletim informações sobre
a vigilância universal da covid-19 referentes aos casos leves e moderados notificados no e-SUS Notifica.
Este boletim tem como objetivo fornecer as informações da covid-19 atualizadas para o cenário do mês
de abril de 2024.

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Aspectos metodológicos
Este boletim visa oferecer um panorama abrangente da evolução da covid-9 no Brasil, destacando
tanto a trajetória histórica da doença quanto o panorama epidemiológico atual. Nele, são compiladas
e analisadas as principais métricas de vigilância da covid-19, organizadas por dados anuais acumulados,
além de um foco detalhado na situação epidemiológica dos meses em análise, comparando abril de
2024 com março do mesmo ano. A análise baseia-se em informações coletadas em sistemas oficiais
de vigilância nacionais e também em dados fornecidos pelas Secretarias Estaduais de Saúde, estabelecidos
em acordo entre os entes federados desde 2020. Este boletim busca não apenas mapear a situação atual,
mas também fornecer insights valiosos sobre a dinâmica da doença e seu impacto ao longo do tempo.

FONTES DE DADOS E PERÍODO DE ANÁLISE


É importante ressaltar que o primeiro caso de covid-19 foi registrado em 26 de fevereiro de 2020, mas já
havia notificação da Srag por influenza e outros vírus respiratórios, conforme vigilância já estabelecida.
Ainda que os exames laboratoriais para covid-19 tenham tido início no final de janeiro de 2020, o Sistema
Gerenciador de Ambiente Laboratorial só obteve o cadastro do exame para RT-qPCR para SARS-CoV-2
a partir de março de 2020. As análises, portanto, não estão padronizadas quanto ao período neste boletim
(Quadro 1).

A fim de facilitar a compreensão dos dados por qualquer público, seja profissional de saúde, seja
gestor, população ou imprensa, que podem não ter familiaridade com o termo semana epidemiológica,
é considerado o mês de abril (entre a SE 14 e a SE 18) foco de análise deste boletim. Este período foi
comparado com o mês de março de 2024 (entre a SE 10 e a SE 13). Diferente dos demais meses, para o mês
de abril foram consideradas cinco semanas, o que não interferiu nos resultados. Isso porque na última
semana houve um feriado nacional, impactando na atualização dos dados de rotina da vigilância pelos
entes federados. As fontes de dados utilizadas e o período de análise estão detalhados no Quadro 1 de
forma resumida, com as fontes, os tipos de dados e as referências.

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QUADRO 1 Dados, fonte e período de análise

Data de extração Período


Dados analisados Fonte de dados Referência
dos dados analisado
Data de início 4 de maio
Casos leves e moderados de covid-19 E-SUS Notifica
dos sintomas de 2024
Casos e óbitos por covid-19 da Planilha de dados semanais enviada Data da 4 de maio
notificação pelas SES à SVSA/MS notificação de 2024
Sistema de Informação da Vigilância Data de início 6 de maio
Síndrome Respiratória Aguda Grave1
Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) dos sintomas de 2024
Exames RT-qPCR para detecção
Sistema Gerenciador de Data da coleta 8 de maio
do SARS-CoV-2 por data de coleta Abril
Ambiente Laboratorial (GAL) da amostra de 2024
das amostras SE 14 a SE 18
(31 de março
Sequenciamentos genômicos
a 4 de maio
de amostras de SARS-CoV-2
Plataforma Global Initiative on Data da coleta 15 de maio de 20242)
compartilhados na plataforma
Sharing All Influenza Data (GSAID) da amostra de 2024
por laboratórios públicos e privados
do Brasil
Doses aplicadas das vacinas Rede Nacional de Dados Data da aplicação 8 de maio
COVID-19 em Saúde (RNDS) da vacina de 2024
Plataforma Research Electronic Data
Data de início 4 de maio
Casos e óbitos por SIM-P e SIM-A Capture do Ministério da Saúde
dos sintomas de 2024
(REDCap/MS)

Fonte: CGVDI/DPNI/SVSA/MS.

1. Sivep-Gripe: casos hospitalizados e óbitos por Srag por data de início dos sintomas. Os dados foram extraídos em 6 de maio de 2024. Ressalta-se que
a redução do número de registros nas últimas três semanas está atrelada possivelmente ao intervalo entre o tempo de identificação, a investigação
e o diagnóstico do caso e à digitação da ficha no sistema de informação, o que torna os dados preliminares e, assim, sujeitos a alterações. Para as análises
que demonstram o perfil da Srag por covid-19 em um período recente, foram considerados os casos e os óbitos com data de início dos sintomas entre 3 e 30
de março de 2024, que correspondem ao período entre as SEs 14 e 18.

2. A equipe considerou até a SE 18 (com início em 28 de abril de 2024 e término em 4 de maio de 2024). No entanto, como 1o de maio foi feriado nacional
e ocorreu no meio da semana, isso atrasou o envio e/ou as notificações dos municipios e/ou estados. Após consenso técnico, decidiu-se que a inclusão
dos três dias de maio não impactaria na análise deste boletim.

DEFINIÇÃO DE CASO
Covid-19: indivíduo com SG ou Srag confirmadas pelo critério laboratorial ou clínico-epidemiológico,
conforme Nota Técnica n.o 14/202-CGGRIPE/DEIDT/SVS/MS (Quadro 26).

São considerados casos de:

Srag: pacientes com quadro de síndrome gripal com evolução do quadro clínico, ou seja, indivíduo
de qualquer idade hospitalizado ou evolução a óbito, independentemente de hospitalização, com
presença de pelo menos um sinal de gravidade: dispneia/desconforto respiratório, dor persistente
no tórax, saturação de O2 ≤ 94% e/ou cianose.

SIM-P e SIM-A: caso confirmado aquele com classificação final “SIM-P temporalmente associada
à covid-19” ou “SIM-A temporalmente associada à covid-19”, variável de preenchimento exclusivo
da vigilância epidemiológica. Os critérios para confirmação de caso foram definidos pelo Ministério da
Saúde (Nota Técnica n.o 1.020/2021 e Nota Técnica n.o 38/2022) 7,8.

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QUADRO 2 Detalhamento da definição de caso por covid-19

Histórico de contato próximo ou


Teste de biologia molecular
resultado domiciliar nos sete dias
detectável para SARS-Cov-2*,
anteriores ao aparecimento dos sinais
pesquisa de antígeno com resultado
e dos sintomas com caso confirmado
Reagente para SARS-CoV-2**
para covid-19
Síndrome gripal
Indivíduo com quadro respiratório agudo
caracterizado por pelo menos dois dos
seguintes sinais e sintomas: Caso de covid-19 confirmado pelo critério
Caso de covid-19 confirmado pelo
Febre (mesmo que referida), calafrios, clínico-epidemiológico
critério laboratorial
dor de garganta, dor de cabeça, tosse,
coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios
gustativos
Síndrome Respiratória Aguda Grave
Indivíduo com SG que apresente: dispneia/
desconforto respiratório, pressão ou dor
Caso de covid-19 confirmado pelo Caso de covid-19 confirmado pelo critério
persistente no tórax ou saturação de O2 ≤
critério laboratorial clínico-epidemiológico
94% em ar ambiente ou coloração azulada
(cianose) dos lábios ou do rosto
*Métodos moleculares RT-PCR em tempo real ou RT-LAMP; **método de imunocromatografia para detecção de antígeno.
Fonte: CGVDI/DPNI/SVSA/MS.

INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS
Para a análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva com base em medidas de frequências
relativa e absoluta, bem como o cálculo de indicadores epidemiológicos, adaptado do Caderno especial
de indicadores básicos sobre covid-19, sendo9:

taxa de incidência: número de novos casos notificados de covid-19 pelas Secretarias Estaduais de
Saúde (SES) sobre a população residente multiplicado por 100 mil;

taxa bruta de mortalidade: número de óbitos notificados de covid-19 pelas Secretarias Estaduais de
Saúde (SES) sobre a população residente multiplicado por 100 mil;

taxa de letalidade: número de óbitos por covid-19 sobre o número de doentes notificados de covid-19
pelas Secretarias Estaduais de Saúde (SES) multiplicado por 100;

taxa de positividade de exames: na vigilância laboratorial analisam-se os exames realizados, e não


os casos. Não são retiradas as duplicidades, ou seja, uma pessoa pode ter vários exames inseridos
no GAL. Avaliam-se as frequências absoluta e relativa, sendo esta última avaliada pelo indicador
de taxa de positividade (número de exames positivos dividido pelo número de exames realizados
multiplicado por 100).

Na vigilância genômica avaliam-se os dados de amostras sequenciadas do SARS-CoV-2 que constam


no Gisaid, podendo esses resultados terem sido produzidos por laboratórios de saúde pública, de
universidades, de hospitais ou privados. Analisam-se as frequências absoluta e relativa das linhagens
do SARS-CoV-2.

Proporção de doses por UF, por faixa etária e cobertura vacinal: no monitoramento das doses de vacinas
aplicadas, os dados foram extraídos da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) no dia 5 maio de
2024, dados atualizados até 4 de maio de 2024 (SE 18). Foi calculada a proporção de doses por UF em
relação ao total aplicado para cada faixa etária correspondente. No cálculo da cobertura vacinal do
esquema primário foi considerado o quantitativo de duas doses para as faixas etárias a partir de 5 anos
de idade, e de três doses para as faixas etárias a partir de 6 meses a menores de 5 anos de idade. Para
o reforço, foi considerado o quantitativo de três doses para as faixas etárias de 5 a 39 anos de idade, e o
segundo reforço, o quantitativo de quatro doses registradas nos sistemas de informação para as faixas

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etárias a partir de 40 anos de idade. A população utilizada para o cálculo foi baseada nas estimativas
preliminares de 2000 a 2021 do Ministério da Saúde/SVS/Daent/CGIAE, e para a população de 6 meses
a menores de 1 ano de idade foi utilizada a fonte do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos
(Sinasc/Dasis/SVS/MS), 2020.

Na avaliação da cobertura vacinal (CV) das vacinas monovalentes, a meta definida é igual ou maior que
90%. Com a publicação da Nota Informativa n.o 19/2023-DPNI/SVSA/MS, foi determinada a padronização
para as regras de cálculo de cobertura vacinal para as vacinas covid-19. Em acordo na Comissão
Intergestores Tripartite (CIT), foi determinado, para o cálculo, o quantitativo de doses e o indivíduo,
independentemente do tipo de dose registrada (D1, D2, D3 ou reforço, e assim sucessivamente).

Para calcular os indicadores da SIM-P e da SIM-A foram retirados os casos duplicados dos registros
notificados pelo método determinístico, comparando-se o nome e a data de nascimento, o nome da
mãe e a UF de residência. O tratamento das bases de dados nominais para a retirada de duplicidades
de casos foi realizado em conformidade com os pressupostos da Lei n.o 13.709, de 14 de agosto de
2018 – a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Taxa de transmissão (Rt): número de reprodução efetivo da doença utilizado para entender como
a doença está se propagando em uma população. Representa o número médio de pessoas para as
quais uma pessoa infectada provavelmente transmitirá a doença no momento da análise t(período).

A taxa de transmissão foi calculada utilizando-se o pacote Epistim na Linguagem R com base nos dados
diários (casos novos) por data de início de sintomas, em duas etapas: primeiro, estima-se a distribuição
do intervalo serial com base em pares de casos conhecidos; e depois estima-se a Rt com base nos dados
de incidência e na distribuição do intervalo serial.

Para as estimativas de intervalos entre o início dos sintomas dos casos primários e secundários utilizou-
se a estimativa descrita na literatura.

A média do período de infecção foi de 3,8 dias, e o desvio-padrão foi de 1,2 dias para o ano de 202310.

Densidade de Kernel: com base na taxa de incidência calculou-se ainda o índice de Kernel, também
conhecido como estimação de densidade de Kernel, uma técnica usada em estatística para estimar a
função de densidade de probabilidade de um conjunto de dados em relação ao território/distribuição
espacial. Para o desenvolvimento da análise de Kernel foi usado o raio 0,096 com o intuito de suavizar,
uma vez que está sendo calculado em nível de Brasil. Além disso, foi colocado o peso das incidências
para melhor visualização dos municípios com maior incidência do índice de Kernel. Vale ressaltar que
foi utilizado o modo gaussiano (normal).

Os parâmetros utilizados para análise do cenário mensalmente foram estabelecidos previamente, para
tal considerou-se a série histórica da covid-19 entre a SE 1 e a SE 52 de 2022, retirando-se os dados
de incidência das SEs 3 a 7 de 2022 (pico de casos pela variante de interesse, a ômicron) para garantir
maior sensibilidade na identificação das alterações dos indicadores analisados, uma vez que reflete
o período pós-introdução da vacinação no País e consequente diminuição da mortalidade pela covid-19.
Foi considerada para cada SE da série histórica a taxa de incidência, seguindo a fórmula abaixo, de modo
que se minimizasse o efeito da flutuação aleatória dos dados ou a possibilidade de dados represados:

Taxa de incidência semanal = Taxa na SE atual + Taxa na SE anterior


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A série histórica dos indicadores não apresentou uma distribuição paramétrica por meio do teste de
Shapiro-Wilks, assumindo significância de p < 0,05. Optou-se, então, pela adoção de percentis para o
cálculo dos parâmetros dos indicadores para o uso da visualização gráfica da densidade de Kernel.
Diferentes percentis foram testados para melhor refletir a distribuição dos dados de incidência no País,
optando-se pela adoção dos percentis apresentados no Quadro 3.

QUADRO 3 Parâmetros para classificação dos municípios em relação à taxa de incidência e à taxa de mortalidade

Incidência por 100 mil Mortalidade por 100 mil


Percentis* Classificação
habitantes habitantes
> 90% > 171,21 > 1,42 Muito alta
90% 124,62–171,20 0,73-1,41 Alta

75% 72,86–124,61 0,45–0,72 Média

50% 20,48–72,85 0,22–0,44 Baixa

< 10% 0–20,47 0–0,21 Muito baixa

*Percentis da séria histórica da incidência e da mortalidade.


Fonte: CGVDI/DPNI/SVSA/MS, adaptado de OMS (2023)11.

As ferramentas utilizadas para o processamento das bases de dados e para as análises foram o software
estatístico R, versão 4.2.0, o Microsoft Excel e o QGis para a construção do mapa com a densidade (índice)
de Kernel.

Em relação ao coeficiente de variação apresentado entre os meses analisados, utiliza-se para o cálculo
a seguinte fórmula:

Variação percentual = (Vf / Vi -1) x 100

onde:

Vf = valor do mês atual


Vi = valor do mês anterior

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Resultados

SÍNTESE DOS RESULTADOS


A fim de sintetizar os dados da covid-19 no Brasil desde o início da pandemia até a situação epidemiológica
atual (abril de 2024), apresentam-se as Tabelas 1, 2 e 3 com as frequências absolutas e relativas. Assim,
tem-se um resumo das principais métricas e dos indicadores básicos da vigilância da covid-19.

As métricas são medidas brutas do número de casos, eventos ou exames notificados por ano. O consolidado
dos meses de janeiro a abril (até a SE 18 de 2024) é apresentado na Tabela 1. Em relação às métricas,
a análise mostra uma redução de 65,7% dos casos novos de covid-19 reportados no mês de abril no País
em comparação com março de 2024, e uma queda dos óbitos reportados em 30,9%. A redução também
foi observada no número de hospitalizações por Srag (67,5%). Por sua vez, o número de sequenciamentos
aumentou em 64,8%. Em relação ao número de casos de SIM-P, o valor manteve-se nos meses de fevereiro
e março, com apenas um caso da doença.

TABELA 1 Síntese das principais métricas da vigilância da covid-19 no Brasil – fevereiro de 2020 a abril de 2024 (até a SE 18)

Dados de Dados
Total Variação
Métricas 2020 2021 2022 2023 2024* março de abril
acumulado mensal (%)
2024* 2024**
Casos de covid-191 7.675.973 14.611.548 14.043.760 1.879.583 585.102 38.795.966 151.608 52.048 -65,7
Hospitalizações por
Srag em decorrência 700.571 1.214.919 235.783 46.673 6.289 2.202.692 1.516 298 -80,3
da covid-192
712.038 953
Óbitos por covid-191 194.949 424.107 74.797 14.785 1.304 658 -30,9

Sequenciamentos
compartilhados por - 80.597 111.957 41.932 8.555 255.658 2.468 1.138 -53,8
data de submissão3
Casos de SIM-P 4 74 3 868 448 76 16 2.151 2 1 -50,0
*Março de 2024, da SE 10 à SE 13, e **abril de 2024, da SE 14 à SE 18. Os dados correspondem ao período de fevereiro de 2020 a abril de 2024.
Fonte: 1 – Dados informados pelas Secretarias Estaduais de Saúde até 30/3/2024 (SE 13); 2 – Sivep-Gripe; 3 – Gisaid; 4 – RedCap/MS.

Os indicadores básicos utilizados na vigilância da covid-19 pelos três entes federados são as taxas de
incidência, mortalidade e letalidade (Tabela 2). Em março de 2024 observou-se uma redução da taxa de
incidência em relação a fevereiro de 2024 de 30,5%, e um aumento da taxa de letalidade em 50%. A taxa
de mortalidade não sofreu variação entre os dois meses analisados.

TABELA 2 Síntese dos principais indicadores da vigilância da covid-19 no Brasil – fevereiro de 2020 a abril de 2024

Março Abril Variação


Indicadores 2020 2021 2022 2023 2024*
2024* 2024** mensal (%)
Taxa de incidência por 100 mil hab.1 3.644 6.882 6.630 875 175,2 69,6% 23,91 -65,7
Taxa de mortalidade por 100 mil hab.1 92,4 199,9 35,3 6,9 1,3 0,4% 0,3 -25
Taxa de letalidade por covid-19 1
2,5% 2,9% 0,5% 0,8% 0,7% 0,6% 1,3 116
*Março de 2024 (SE 10 à SE 13); **abril de 2024 corresponde ao período entre a SE 14 e a SE 18.
Fonte: dados informados pelas Secretarias Estaduais de Saúde até 4/5/2024 (SE 18).1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em:
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?ibge/cnv/projpopuf.def. Para o ano de 2024 utilizou-se a população residente de 217.684.462 hab.

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Em relação às métricas de imunização contra a covid-19, foram registradas pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) a administração de 519.190.155 doses monovalentes até 4 de maio de 2024 (SE 18), detalhadas
na Tabela 3. A vacina contra a covid-19 bivalente foi introduzida em fevereiro de 2023 para os grupos
prioritários, e a cobertura vacinal estava em 30% até o mês de abril (30/4/2023). Com a ampliação
da vacinação para a população a partir de 18 anos de idade, fato ocorrido em abril de 2023 por meio da
publicação da Nota Técnica n.o 30/2023 CGICI/DPNI/SVSA/MS, a cobertura vacinal alcançou 21,42% até
4 de maio de 2024 (SE 18).

TABELA 3 Síntese das principais métricas da imunização da covid-19 no Brasil

Cobertura CV em CV em Variação
Total
Métricas vacinal (CV) fevereiro março mensal da CV
acumulado
acumulada (%) (%) (%) (%)
Pessoas com duas doses 170.316.465 84,62 83,23 84,62 1,67

Pessoas com três doses 106.050.133 52,69 51,65 52,69 2,01

Pessoas com quatro doses 34.523.376 17,15 15,46 17,15 10,93

Total 310.889.974
Nota: os dados vacinais são apresentados acumulados até a SE 18 (4 de maio de 2024).
Observação: devido à padronização para as regras de cálculo de cobertura vacinal para as vacinas covid-19, determinada na Nota Informativa n.o 19/2023-DPNI/
SVSA/MS, os dados apresentados são o total de indivíduos por quantitativo de doses.
Fonte: Painel do LocalizaSUS, disponível em: Doses aplicadas: https://infoms.saude.gov.br/extensions/SEIDIGI_DEMAS_Vacina_C19/SEIDIGI_DEMAS_Vacina_C19.html#
Cobertura vacinal: https://infoms.saude.gov.br/extensions/SEIDIGI_DEMAS_COBERTURA_COVID_RESIDENCIA/SEIDIGI_DEMAS_COBERTURA_COVID_RESIDENCIA.html

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SÉRIE HISTÓRICA DA COVID-19 NO BRASIL


A partir da notificação de casos suspeitos no e-SUS Notifica dos casos leves e moderados, pela estratégia da
Vigilância Universal, implementada em 27 de março de 2020 em todo o território nacional, a Coordenação
de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis apresenta na Figura 1 a curva epidêmica e a taxa de transmissão
da doença em 2024 no Brasil.

Para a taxa de transmissão (Rt) entende-se que:

Rt menor que 1 indica que a transmissão está diminuindo;

Rt igual a 1 denota que cada pessoa infectada está transmitindo a doença para uma nova pessoa,
atestando que a transmissão está estável;

Rt maior que 1 revela que cada pessoa infectada está transmitindo a doença para mais de uma pessoa,
indicando que a transmissão está aumentando (sinaliza o fator de multiplicação de transmissão).

No Brasil, entre o período de janeiro a abril de 2024, a curva epidêmica apresentou uma tendência
crescente no ano, com picos maiores registrados no mês de fevereiro (Figura 1A). Isso foi refletido na taxa
de transmissão, que permaneceu acima de 1 durante esse período. No entanto, em março observou-se
uma diminuição da taxa de transmissão da doença no País, com valores inferiores a 1. Entre os dias 1 e 15
de abril, observou-se um aumento na transmissão da doença. No entanto, a taxa de reprodução efetiva
(Rt) não atingiu o limiar crítico de 1 ou mais (Figura 1B).

A Curva epidêmica

B Estimativa Rt

Fonte: e-SUS Notifica. Dados extraídos em 4 de maio de 2024.

FIGURA 1 Curva epidêmica (A) e taxa média de transmissão(B) de casos leves e moderados de covid-19 no Brasil – janeiro
a abril de 2024

Ressalta-se que os resultados da curva epidêmica e da taxa média da Rt dizem respeito somente aos
casos leves e moderados confirmados no sistema e-SUS Notifica. Embora seja o sistema oficial para uso
em todo o território nacional para a notificação desses casos, ainda há estados que utilizam sistemas
próprios, os quais não estão integrados e/ou apresentam interoperabilidade com o e-SUS Notifica, o que
pode potencializar ainda mais os resultados apresentados. Além disso, os autoexames (vendidos em
farmácia) de casos leves e moderados não são computados na análise.

Na Figura 2 é apresentada a distribuição de casos e de óbitos e a taxa de letalidade ao longo do tempo


com base nos dados reportados pelas Secretarias Estaduais de Saúde. A série histórica da covid-19 no
Brasil é assimétrica, com vários picos de todos os casos nas colunas em azul (não óbitos) ao longo de 2020
a 2024 (até a SE 18), sendo o maior quantitativo de casos entre a SE 1 e a SE 8 de 2022 (2/1 a 26/2) em razão
da introdução da variante de preocupação ômicron. No ano de 2023, as maiores concentrações de casos
ocorreram entre a SE 1 e a SE 19, com queda nas semanas subsequentes. Entre a SE 42 e a SE 52 notou-se
uma tendência de aumento de casos. Em 2024, os maiores picos foram registrados entre as SEs 7 e 9,
seguindo com tendência de queda até a SE 18.

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Observam-se quatro ondas distintas para o quantitativo de casos reportados e três ondas distintas para
os óbitos, sendo a de maior destaque em 2022 para os casos, e no ano de 2021 para os óbitos. Quanto
à taxa de letalidade ao longo do tempo, ressalta-se que a maior taxa observada foi em 2020, na SE 11
(7,71%), enquanto em 2023 foi de 2,61% (SE 8). Desde a SE 52 de 2023 a taxa no País não ultrapassa 0,5%.
No entanto, na SE 14 observa um aumento de até 2% na taxa. Porém, os valores podem sofrer alterações/
oscilações por se tratar de dados agregados enviados semanalmente pelas SES, especialmente na taxa
de letalidade, por ser calculada com base no total de óbitos reportados na semana em relação ao total de
casos reportados na mesma semana de análise. É necessário, portanto, uma análise complementar com
os dados dos sistemas de informações para verificação do novo cenário apontado pelos dados agregados
enviados pelas Secretarias Estaduais de Saúde.

Casos Óbitos Taxa de letalidade

Fonte: dados preliminares informados pelas Secretarias de Saúde com base nos sistemas de notificações e no e-SUS Notifica, Sivep-Gripe e/ou outros sistemas
de gestão estadual e/ou municipal atualizados em 4/5/2024.

FIGURA 2 Casos, óbitos e taxa de letalidade por covid-19 por semana epidemiológica (SE) – Brasil, SE 1/2020 à SE 18/2024

DENSIDADES DA TAXAS DE INCIDÊNCIA POR MUNICÍPIO


A Figura 3 mostra o mapeamento da covid-19 por meio do índice densidade de Kernel para os meses de
março (Figura 3A) e abril (Figura 3B) no Brasil. No mês de abril observou-se uma ampliação da área dos
clusters na Região Nordeste, com destaque para os Estados da Bahia, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande
do Norte. Na Região Sudeste, a maior densidade de casos concentrou-se em municípios dos Estados de
São Paulo e Minas Gerais, enquanto na Região Sul as áreas com maior incidência (representadas em
vermelho) foram registradas em municípios dos Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Ao se
comparar com o cenário reportado em março de 2024 (Figura 3A) verificou-se uma mudança de padrão.
Essa mudança é caracterizada por uma ampliação da área dos clusters nos municípios das Regiões
Nordeste e Sul. Concomitantemente, observou-se uma diminuição de municípios no Estado de São Paulo,
com alta densidade de casos, representados no mapa em vermelho.

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É importante relembrar que as taxas de incidência são calculadas com base nos dados de casos agregados
por data de notificação informados pelos estados semanalmente, podendo ser influenciadas pelo atraso
na notificação dos dados e na digitação dos casos represados de períodos anteriores. Além disso, os
autoexames (farmácia) não são computados na análise.

Fonte: Sistemas de notificações e e-SUS Notifica, Sivep-Gripe e/ou outros sistemas de gestão estadual e/ou municipal, dados de casos de covid-19 consolidados
e informados pelas Secretarias de Saúde.
*Total de municípios utilizado no cálculo = 5.570; 4/5/2024 (SE 18).

FIGURA 3 Distribuição da taxa de incidência de covid-19: estimativa de densidade de Kernel no Brasil nos meses de março
(A) e abril de 2024 (B)

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SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG)


No Brasil, entre 2020 e 2024 até a SE 18 (abril de 2024) foram notificadas 3.713.536 hospitalizações por
Srag e 881.107 óbitos por Srag. Desses, 59% (2.204.235) dos casos ocorreram em decorrência da covid-19,
e 78% dos óbitos (690.357) em decorrência da Srag por covid-19. O ano com o maior registro de casos
hospitalizados e óbitos por covid-19 foi 2021 (Tabela 4). Ressalta-se que após o alcance de boas coberturas
vacinais observou-se redução na hospitalização e na evolução a óbito por covid-19, fato constatado
principalmente a partir de 2022.

TABELA 4 Casos e óbitos por Srag por classificação final segundo o ano de início dos sintomas – Brasil, 2020 à SE 18 de 2024

Casos de Srag
Outros vírus Outros agentes
Ano Covid-19 Influenza Não especificada Em investigação Total
respiratórios etiológicos
2020 700.571 2.316 4.780 3.206 426.274 29.464 1.166.611
2021 1.214.919 12.018 20.510 5.270 389.192 67.330 1.709.239
2022 235.783 11.725 32.280 3.788 234.939 22.749 541.264
2023 46.673 10.198 47.929 3.260 148.729 324 257.113
2024* 6.289 3.826 10.724 441 17.872 157 39.309
Total 2.204.235 40.083 116.223 15.965 1.217.006 120.024 3.713.536
Óbitos por Srag
2020 231.711 308 342 745 82.750 697 316.553
2021 384.508 1.816 639 943 55.613 1.293 444.812
2022 63.619 1.482 896 662 24.757 656 92.072
2023 9.215 1.163 1.128 762 12.234 168 24.670
2024* 1372 470 229 64 1371 32 3131

Total 690.357 5.104 3.174 3.163 176.457 2.852 881.107


Fonte: Sivep-Gripe, atualizado em 6/5/2024. Dados sujeitos a alterações.
*2024 até a SE 18.

No ano epidemiológico de 2024, especificamente até a SE 18, foram notificados 6.289 casos de Srag
hospitalizados por covid-19 e 1.304 óbitos (Tabela 4). É importante ressaltar que a redução no número de
registros das últimas SEs do período analisado está atrelada possivelmente ao intervalo entre o tempo
de identificação, a investigação e o diagnóstico do caso e à digitação da ficha no sistema de informação,
o que torna os dados preliminares e, assim, sujeitos a alterações (Figura 4).

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Fonte: Sivep-Gripe, atualizado em 6/5/2024. Dados sujeitos a alterações.

FIGURA 4 Distribuição dos casos de Srag hospitalizados e óbitos por Srag em decorrência da covid-19 segundo o mês e o
ano de início dos sintomas – Brasil, 2020 a 2024 até a SE 18

As crianças menores de 4 anos de idade apresentaram maior incidência e mortalidade por Srag em
decorrência da covid-19 em 2022 e em 2023 em comparação aos demais anos da pandemia de covid-19. No
entanto, é observada uma redução na incidência e na mortalidade por Srag em decorrência da covid-19
entre adultos jovens (20 a 59 anos). Os idosos com 60 anos ou mais (aqui incluídos os 80+) permanecem
sendo o grupo etário mais acometido pela doença (Figuras 5A e 5B). Especificamente em abril de 2024
observa-se maior incidência e mortalidade por Srag em decorrência da covid-19 nas faixas etárias de
menores de 1 ano e 80 anos ou mais. Em relação à mortalidade por Srag decorrente da covid-19, em abril
de 2024 observa-se um aumento da mortalidade na faixa etária de 0 a 11 anos (Figura 5).

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Fonte: Sivep-Gripe, atualizado em 6/5/2024. Dados sujeitos a alterações*.

FIGURA 5 Distribuição da incidência e da mortalidade por Srag em decorrência da covid-19 segundo a faixa etária – Brasil,
2024 até a SE 18

Em relação aos casos de Srag causados por outros vírus respiratórios (OVR), a faixa etária mais acometida
é a das crianças menores de 4 anos de idade, estando esses casos relacionados em sua maioria ao Vírus
Sincicial Respiratório (VSR). Em relação aos casos de Srag por covid-19, 55% dizem respeito a pessoas do
sexo masculino, e em relação à raça/cor, 51% declararam raça/cor branca, seguida de 33% da cor/raça
parda (Tabela 5).

O perfil dos óbitos por Srag decorrentes da covid-19 assemelha-se ao de casos, com a maior proporção
de óbitos na faixa etária de 60 anos ou mais, representando 82% dos óbitos, predominante no sexo
masculino e na raça/cor branca, seguida da parda (Tabela 6).

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TABELA 5 Casos de Srag hospitalizados segundo a classificação final, a faixa etária, o sexo e a raça/cor – Brasil, 2024 até a SE 18

Srag por influenza Srag por outros vírus e outros agentes etiológicos
Srag não Em Srag
Srag A (não Outros vírus Outros agentes
A(H1N1)pdm09 A(H3N2) Influenza B Total VSR Covid-19 especificado investigação total
subtipado) respiratórios etiológicos
Faixa etária
< 1 ano 52 42 274 10 378 5.205 925 90 703 3.554 25 10.880
1 a 4 anos 101 71 442 18 632 1.915 1.120 98 343 3.819 44 7.971
5 a 11 anos 67 58 314 12 451 163 769 59 188 2.423 10 4.063
12 a 19 anos 24 25 94 4 147 20 75 9 63 509 6 829
20 a 59 anos 117 123 494 14 748 65 147 81 1.069 2.645 26 4.781
60 a 79 anos 124 140 579 7 850 83 109 74 1.975 2.945 28 6.064
80 anos ou mais 63 109 444 4 620 55 73 30 1.948 1.977 18 4.721
Sexo
Feminino 240 273 1.144 28 1.685 2.810 1.313 171 3.087 7.703 56 16.825
Masculino 231 192 1.098 33 1.554 3.494 1.560 219 3.003 8.504 69 18.403
Raça
Branca 174 325 1.040 23 1.562 3.186 1.100 128 3.261 6.247 79 15.563
Preta 33 24 62 2 121 221 104 19 216 689 8 1.378
Amarela 1 2 29 1 33 18 9 4 53 111 0 228
Parda 254 161 1.036 20 1.471 3.228 1.628 244 2.037 8.688 49 17.345
Indígena 11 0 13 0 24 13 38 0 17 112 0 204
Sem informação 75 56 461 23 615 840 339 46 705 2.025 21 4.591

Total 548 568 2.641 69 3.826 7.506 3.218 441 6.289 17.872 157 39.309
Fonte: Sivep-Gripe, atualizado em 6/5/2024. Dados sujeitos a alterações.

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TABELA 6 Óbitos por Srag segundo a classificação final, a faixa etária, o sexo e a raça/cor – Brasil, 2024 até a SE 18

Srag por influenza Srag por outros vírus e outros agentes etiológicos
Srag não Em
Srag A(H1N1) A (não Outros vírus Outros agentes Srag total
A(H3N2) Influenza B Total VSR Covid-19 especificado investigação
pdm09 subtipado) respiratórios etiológicos
Faixa etária
< 1 ano 2 1 2 1 6 51 11 0 19 47 0 134
1 a 4 anos 4 1 9 0 14 15 11 1 11 27 3 82
5 a 11 anos 2 1 9 1 13 3 5 4 9 23 1 58
12 a 19 anos 4 2 4 0 10 1 1 1 8 15 2 38
20 a 59 anos 20 12 48 2 82 4 14 16 195 256 13 580
60 a 79 anos 19 15 73 1 108 15 14 22 478 388 11 1.036
80 anos ou mais 12 23 66 1 102 8 16 7 584 347 8 1.072
Sexo
Feminino 33 26 124 3 186 47 25 21 630 520 21 1.450
Masculino 30 29 87 3 149 50 47 30 674 583 17 1.550
Raça
Branca 24 34 74 2 134 32 24 14 742 495 12 1.453
Preta 4 2 7 0 13 2 1 3 51 57 2 129
Amarela 0 0 6 0 6 0 0 0 14 13 0 33
Parda 30 18 91 3 142 56 45 33 407 470 20 1.173
Indígena 0 0 2 0 2 1 1 0 1 5 0 10
Sem Informação 5 1 31 1 38 6 1 1 89 63 4 202

Total 63 55 211 6 335 97 72 51 1.304 1.103 38 3.000


Fonte: Sivep-Gripe, atualizado em 6/5/2024. Dados sujeitos a alterações.

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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ESPECIAL: COVID-19 | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente | Ministério da Saúde Boletim mensal | Vigilância da covid-19 no Brasil • Abril 2024

Entre os óbitos por Srag causados pela covid-19 notificados em 2024 até a SE 18, 85% apresentavam uma
ou mais comorbidades e/ou fatores de risco, com destaque para cardiopatias, diabetes e pneumopatias
(Tabela 7).

TABELA 7 Comorbidades e/ou fatores de risco registrados nos óbitos por Srag em decorrência da covid-19 – Brasil, 2024
até a SE 18

5 a 11 12 a 19 20 a 59 60 a 79
Faixa etária < 1 ano 1 a 4 anos ≥ 80 anos Total
anos anos anos anos

Óbitos por Srag 19 11 9 8 195 478 584 1.304


decorrente da covid-19 N.O (%) N.O (%) N.O (%) N.O (%) N.O (%) N.O (%) N.O (%) N.O (%)

Presença de uma ou
mais comorbidades/ 9 47,4 8 72,7 6 66,7 5 62,5 164 84,1 415 86,8 495 84,8 1.102 84,5
fatores de risco

Cardiopatia crônica 4 44,4 1 12,5 0 0,0 0 0,0 41 25,0 214 51,6 308 62,2 568 43,,5

Pneumopatia crônica 0 0,0 1 12,5 0 0,0 0 0,0 23 14,0 70 16,9 68 13,7 162 12,4

Diabetes 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 37 22,6 157 37,8 159 32,1 353 27,1

Obesidade 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 18 11,0 30 7,2 15 3,0 63 4,8

Doença neurológica
0 0,0 3 37,5 3 50,0 0 0,0 17 10,4 48 11,6 115 23,2 186 14,3
crônica

Doença renal crônica 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 17 10,4 36 8,7 59 11,9 112 8,6

Doença hepática
0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 13 7,9 10 2,4 4 0,8 27 2,5
crônica

Doença hematológica
1 11,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 1,2 7 1,7 10 2,0 20 1,8
crônica

Síndrome de Down 2 22,2 0 0,0 0 0,0 1 20,0 3 1,8 1 0,2 1 0,2 8 0,7

Asma 0 0,0 1 12,5 0 0,0 0 0,0 7 4,3 12 2,9 19 3,8 39 3,5

Imunodeprimidos 1 11,1 1 12,5 0 0,0 2 40,0 43 26,2 36 8,7 21 4,2 104 9,4

Gestantes ou puérperas 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Outras comorbidades 6 66,7 3 37,5 1 16,7 3 60,0 84 51,2 165 39,8 200 40,4 462 41,9

Fonte: Sivep-Gripe, atualizado em 6/5/2024, dados sujeitos a alterações.

As faixas etárias com maiores taxas de incidência e mortalidade em 2024 até a SE 18 abrangem idosos
de 60 anos ou mais e crianças com 4 anos ou menos (Figura 8). Especificamente na SE 18, os idosos
com 80 anos ou mais apresentaram uma incidência de 0,1/100 mil habitantes, e as crianças menores de
1 ano, < 0,1/100 mil habitantes (Figura 6).

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Fonte: Sivep-Gripe, atualizado em 6/5/2024. Dados sujeitos a alterações*.

FIGURA 6 Incidência (A) e mortalidade (B) por Srag em decorrência da covid-19 por SE de início dos sintomas e segundo
a faixa etária – Brasil, 2024 até a SE 18

A UF com a maior incidência de casos de Srag por covid-19 notificados entre a SE 14 e a SE 18 de 2024 foi
São Paulo, seguido de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Quanto à mortalidade por Srag decorrente
da covid-19, Amazonas foi a UF com a maior taxa apresentada no mesmo período, seguido do Rio Grande
do Sul e do Rio Grande do Norte (Figura 7).

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Fonte: Sivep-Gripe, atualizado em 6/5/2024. Dados sujeitos a alterações.

FIGURA 7 Distribuição espacial da incidência (A) e da mortalidade (B) por Srag em decorrência da covid-19 segundo a UF
de residência – Brasil, SE 14 à SE 18 de 2024

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Vigilância laboratorial
Desde o início da pandemia causada pelo SARS-CoV-2, em março de 2020, o diagnóstico laboratorial
destacou-se como uma ferramenta essencial para a confirmação dos casos e, principalmente, para orientar
estratégias de atenção à saúde, ao isolamento e à biossegurança para profissionais de saúde. Assim, a
Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB/Daevs/SVSA/MS) está realizando todas as
ações necessárias para garantir a continuidade das testagens nos estados. Os exames laboratoriais são
realizados pela metodologia RT-qPCR em tempo real.

A CGLAB é responsável pela divulgação dos resultados laboratoriais da rede pública de saúde (Lacen) e dos
laboratórios parceiros, disponibilizados no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL). Os exames são
realizados pela metodologia RT-qPCR, considerada o padrão ouro pela OMS. Os dados de laboratório do
GAL Nacional estão sujeitos a alterações de uma semana epidemiológica para outra devido à atualização
de status e à liberação de exames.

Na Figura 8 é apresentado um comparativo do número de solicitações e de testes realizados entre os


meses de janeiro de 2023 e março de 2024. Observa-se tendência de estabilidade na solicitação e na
realização dos exames a partir da SE 30 no mês de julho de 2023. No ano de 2024 observamos aumento
na solicitação e na realização dos exames a partir da SE 8 e uma queda significativa na SE 18.

Exames solicitados Exames realizados

2023 2024

Fonte: GAL, 2023. Data de extração dos dados: 8/5/2024. Dados sujeitos a alterações.

FIGURA 8 Total de exames solicitados com suspeita para covid-19/vírus respiratórios e número de exames de RT-qPCR
realizados, segundo o GAL, por SE – Brasil, 2023, 2024

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O mês de abril de 2024 soma 273.079 exames moleculares realizados. De março de 2020 a abril de 2024,
conforme registros no GAL, foram realizados 40.751.078 exames para o diagnóstico da covid-19 apresentados
por mês de realização (Figura 9A).

Nº de exames realizados com suspeita para covid-19, segundo GAL, por mês, 2020 a 2024, Brasil
A

B Realização de exames para covid-19, segundo GAL, por UF, 2024, Brasil

Realizado

Fonte: GAL, 2024. Data de extração dos dados: 8/5/2024. Dados sujeitos a alterações.

FIGURA 9 Número de exames moleculares realizados para covid-19/vírus respiratórios segundo o GAL, por mês – Brasil,
de 2020 a 2024 (A) e por UF em 2024 (B)

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A curva de exames positivos (Figura 10A) para covid-19 por SE mostra aumento dos exames que detectaram
o RNA do vírus SARS-CoV-2 a partir da SE 5 de 2024, com destaque para as SEs 8 e 9. A positividade
apresenta diminuição na SE 10. A análise do gráfico de calor por UF mostra um padrão de positividade
(Figura 10B).

A Curva de exames positivos para covid-19, segundo GAL, por SE, 2023/2024, Brasil
2023 2024

B Positividade (%) de exames positivos para covid-19 por UF e SE, 2023/2024

Fonte: GAL, 2024. Data de extração dos dados: 8/5//2024. Dados sujeitos a alterações.

FIGURA 10 (A) Curva de exames moleculares positivos para covid-19 nos anos de 2023 e 2024 por SE e (B) Mapa de calor
da positividade segundo o GAL, por SE, de janeiro de 2023 a abril de 2024

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Em relação à positividade, no mês de abril de 2024, todas as regiões apresentaram queda a partir da
SE 10 (Figura 11A). O quantitativo de exames positivos vem diminuindo desde a SE 10 de 2024 em relação
aos exames realizados (Figura 11B).

A Curva de exames positivos para covid-19, segundo GAL, por região e SE, 2024, Brasil

B Nº de exames RT-PCR realizados com suspeita para covid-19 e curvas de positivos e negativos, por SE, 2022/2024, Brasil

Negativo
Positivo

Fonte: GAL, 2023. Data de extração dos dados: 10/4/2024. Dados sujeitos a alterações.

FIGURA 11 Curva de exames positivos para covid-19, por região e SE, segundo o GAL, no período de janeiro a abril de
2024 (11A); e resultados positivos e negativos em relação aos exames realizados para o diagnóstico da covid-19, por SE,
segundo o GAL, de outubro de 2022 a abril de 2024 (11B) – Brasil

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Vigilância genômica SARS-CoV-2

Considerando dados compartilhados por laboratórios brasileiros na plataforma Global Iniciative on Sharing
All Influenza Data (Gisaid)12, no Brasil, durante o período de janeiro a abril de 2024 foram depositados 8.555
sequenciamentos genômicos do SARS-CoV-2, dos quais 3.600 referentes a amostras coletadas no período
entre a SE 1 e a SE 16 de 2024. Todas as linhagens identificadas derivam da variante de preocupação (VOC)
ômicron, a maioria (70%) da variante de interesse (VOI) JN.1 e suas sublinhagens, seguida da recombinante
XDR (14%) e VOI XBB.1.5, com 13%. Outras variantes representam 3% dos sequenciamentos (Figuras 12 a 14).

Em 3 de maio de 2024, a OMS atualizou a lista de Variantes em Monitoramento (VUM) e inseriu as linhagens
JN.1.7, JN.1.18, KP.2 e KP.3. Até o momento não foram reportados sequenciamentos genômicos referentes às
KP.2 e KP.3 no Brasil, porém há registros da JN.1.7 (77 sequenciamentos em 15 Unidades Federadas) e da
JN.1.18 (13 sequenciamentos em 9 Unidades Federadas).

Fonte: Gisaid. Dados sujeitos a alterações; atualizados em 15/5/2024.

FIGURA 12 Número e proporção de sequenciamentos do SARS-CoV-2 agrupados por variantes relevantes – Brasil, janeiro
a abril de 2024

Fonte: Gisaid. Dados sujeitos a alterações; atualizados em 15/5/2024.

FIGURA 13 Número de sequenciamentos do SARS-CoV-2 agrupados por variantes relevantes e semana epidemiológica de
coleta das amostras – Brasil, janeiro a abril de 2024

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Unidade Federada

Fonte: Gisaid. Dados sujeitos a alterações; atualizados em 15/5/2024.

FIGURA 14. Número de sequenciamentos do SARS-CoV-2 agrupados por variantes relevantes e unidade federada – Brasil,
janeiro a abril de 2024

No período entre a SE 1 e a SE 16 de 2024 foram identificadas 66 linhagens circulantes, das quais predo­
minam as linhagens JN.1, JN.1.1, XDR, JN.1.43.1, JN.1.29, JD.1.1 e JD.1.1.1. As linhagens JD.1.1.1, JD.1.1, GK.1 e GK.1.1
(derivadas da VOI XBB.1.5) têm apresentado tendência de redução desde a SE 3, enquanto as linhagens
descendentes da VOI JN.1 e a recombinante XDR destacaram-se ao longo das últimas semanas (Figura 15).

Fonte: Gisaid. Dados sujeitos a alterações: atualizados em 15/5/2024.

FIGURA 15 Número de sequenciamentos do SARS-CoV-2 por linhagem e semana epidemiológica de coleta da amostra
– Brasil, janeiro a abril de 2024

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Imunização
Em relação à avaliação de doses de vacinas, foram aplicadas 519.190.155 doses monovalentes desde
o início da campanha, em janeiro de 2021, até a SE 18 de 2024. Do total de doses aplicadas, 3.501.406 foram
na faixa etária de 6 meses a 2 anos; 4.256.625, de 3 a 4 anos; 29.330.316, de 5 a 11 anos; 37.754.268, de 12
a 17 anos; 180.695.054 doses, de 18 a 39 anos; e 263.187.651, de 40 anos e mais.

Foram aplicadas 36.466.088 doses dos imunizantes bivalentes desde o dia 26 de fevereiro de 2023 até
a SE 18 de 2024. Na faixa etária de 12 a 17 anos foram aplicadas 453.147 doses; 9.088.552, de 18 a 39 anos;
e na faixa etária de 40 anos e mais foram aplicadas 26.911.580 doses.

Observa-se que o maior volume de doses aplicadas da vacina contra a covid-19 foi na SE 33 em 2021, com
13.312.410 doses. Em 2022, o maior quantitativo registrado foi na SE 5, com 7.917.780 doses, considerando-
se que para a semana citada a faixa etária recomendada para vacinação era de 5 anos de idade e mais.
Em 2023, já com a recomendação das vacinas bivalentes, o maior quantitativo até então observado foi
na SE 18, com 2.796.934 doses. Em 2024, o maior quantitativo de doses aplicadas registrado foi na SE 2,
com 429.911 doses. Podem ocorrer variações nos quantitativos de doses aplicadas devido às correções
realizadas no banco de dados com a inserção de novos registros e correções de registros anteriores
(Figura 16).

Fonte: Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Data de extração: 5/5/2024. Dados sujeitos a alterações.

FIGURA 16 Série temporal do total de doses aplicadas por semana epidemiológica – Brasil, 2021 a 2024 (até a SE 18)

Para o cálculo de cobertura vacinal de esquema primário foi considerado o quantitativo de três doses
para a população a partir de 6 meses a menores de 5 anos de idade. Para a população a partir de 5 anos
foi considerado o quantitativo de duas doses. Dessa forma, com as novas regras observa-se na tabela 8 a
CV das vacinas monovalentes nas UFs por quantidade de doses em cada faixa etária. Foram considerados
para análise os dados registrados até a SE 18 (4 de maio de 2024). Estão destacadas em azul na tabela
as coberturas que alcançaram a meta de 90%.

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TABELA 8 Cobertura vacinal das vacinas monovalentes por quantidade de doses, faixa etária e UF – Brasil, 2021 a 2024*

6 meses
3 a 4 anos 5 a 11 anos 12 a 17 anos 18 a 39 anos 40 anos e mais
a 2 anos
Unidade da
Federação Duas Três Duas Três Duas Três Duas Três Duas Três Duas Três Quatro
doses doses doses doses doses doses doses doses doses doses doses doses doses
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)
Acre 11,27 2,77 14,50 3,67 41,27 9,85 76,71 23,56 85,60 43,43 92,60 62,65 30,03

Alagoas 9,14 3,84 16,36 6,03 47,39 7,49 81,22 25,37 88,62 43,52 90,95 60,89 29,26

Amapá 32,51 13,03 39,60 15,63 59,23 21,55 81,07 32,43 84,22 44,31 94,14 66,53 34,75

Amazonas 29,36 12,49 37,11 18,00 59,11 27,47 79,39 37,71 84,88 51,39 91,56 68,05 38,69

Bahia 13,43 5,66 24,02 8,30 55,07 10,77 80,89 36,25 95,91 59,82 95,98 73,96 41,54

Ceará 28,51 13,46 39,53 19,33 67,49 25,00 84,90 41,90 92,46 60,98 94,33 74,23 42,18

Distrito Federal 20,44 10,70 26,00 11,83 60,67 18,67 86,83 37,47 91,08 49,70 104,30 79,02 46,97

Espírito Santo 11,33 4,59 19,43 7,85 54,14 14,25 83,25 35,02 89,94 48,46 97,36 74,13 44,84

Goiás 8,82 3,93 15,23 5,07 43,49 8,64 72,87 25,42 81,11 38,76 92,11 64,83 34,87

Maranhão 9,28 3,47 14,08 5,28 40,64 7,96 68,31 20,54 72,20 33,21 80,19 51,40 23,57

Mato Grosso 4,31 1,21 7,49 2,14 31,39 4,62 64,41 17,97 77,37 31,36 88,85 54,36 24,96

Mato Grosso
6,88 2,42 14,80 4,08 41,58 6,66 82,29 23,16 87,33 40,18 96,58 68,08 33,96
do Sul

Minas Gerais 18,36 9,05 27,78 11,19 64,58 16,27 83,44 34,87 90,23 50,20 96,15 73,38 39,94

Pará 16,51 5,28 19,25 7,17 39,64 11,64 67,51 21,02 75,74 34,75 83,75 52,81 25,69

Paraíba 24,12 12,96 33,58 18,80 67,27 25,96 89,02 40,98 97,22 57,82 97,08 73,59 41,43

Paraná 18,98 8,64 27,78 11,37 61,44 15,93 85,76 38,16 90,00 49,52 96,46 72,96 40,00

Pernambuco 20,73 9,19 31,08 12,97 63,10 19,88 83,55 33,82 91,80 51,90 96,08 72,40 37,83

Piauí 34,27 16,98 48,18 23,52 76,00 23,57 89,71 47,75 98,28 66,82 97,22 80,04 49,53

Rio de Janeiro 10,02 4,12 18,01 5,34 51,21 11,94 82,62 29,94 89,53 47,80 95,73 69,99 38,90

Rio Grande do
13,31 6,32 21,37 9,50 57,84 12,46 77,63 32,05 93,04 58,58 96,32 75,92 45,86
Norte

Rio Grande do Sul 11,94 5,79 20,55 8,26 56,76 13,47 86,61 31,19 95,66 52,14 99,45 76,86 45,00

Rondônia 9,88 2,51 10,05 3,90 29,35 8,14 74,64 20,05 84,95 36,94 91,92 55,57 25,87

Roraima 8,09 1,18 9,47 2,21 26,36 5,01 63,96 15,21 70,63 24,10 77,36 38,10 13,36

Santa Catarina 6,77 2,60 10,60 3,56 36,60 5,96 72,69 20,02 84,44 36,35 91,86 60,26 29,14

São Paulo 21,84 12,08 34,03 14,14 73,19 19,38 94,63 47,06 94,59 60,70 99,66 80,71 49,13

Sergipe 23,87 11,85 34,98 16,19 67,94 21,02 85,36 38,03 93,65 57,34 94,09 70,48 40,35

Tocantins 6,72 1,71 9,37 2,41 30,32 5,19 67,17 17,39 79,50 31,05 87,10 51,68 20,73

Brasil 16,89 7,94 25,60 10,46 57,80 15,24 82,89 34,54 89,82 50,97 95,69 72,17 40,59

Fonte: painel eletrônico DEMAS/LocalizaSUS. Disponível em: <https://infoms.saude.gov.br/extensions/SEIDIGI_DEMAS_COBERTURA_COVID_RESIDENCIA/SEIDIGI_


DEMAS_COBERTURA_COVID_RESIDENCIA.html>. Data da extração: 5/5/2024. Dados sujeitos a alterações.
*2024 até o dia 4/5/2024 (SE 18).

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Avaliando a distribuição espacial da cobertura vacinal de esquema primário no período de 2021 até 4 de
maio de 2024 (SE 18), por faixa etária, temos:

entre as faixas etárias de 6 meses a 2 anos, nenhuma UF conseguiu alcançar a meta de cobertura
vacinal de 90%;

na faixa etária de 3 e 4 anos, 16 estados apresentaram CV inferiores a 10%, nove estados e o Distrito
Federal apresentaram coberturas acima de 10% e inferiores a 20%, somente o Estado do Piauí
apresentou CV acima de 20%;

na faixa etária entre 5 e 11 anos, somente os Estados de Roraima e Rondônia apresentaram CV abaixo
de 30%, nove estados apresentaram coberturas vacinais entre 30% e menos de 50%, e 14 estados
e o Distrito Federal estão com cobertura acima de 50%, porém nenhuma UF alcançou a meta de 90%
na faixa etária em análise;

na faixa etária de 12 a 17 anos, todos os estados e o Distrito Federal estão com coberturas vacinais acima
de 50%, mas somente o Estado de São Paulo alcançou a meta de 90% de CV, apresentando 94,63%;

na faixa etária de 18 a 39 anos, semelhante à faixa etária de 12 a 17 anos, todos os estados


encontram-se com coberturas acima de 50%, 11 estados e o Distrito Federal alcançaram a meta e
apresentaram CV acima de 90%;

para as faixas etárias de 40 anos e mais, os Estados de Roraima, Maranhão, Pará, Tocantins e Mato
Grosso tiveram suas CVs entre 50% e < 90%, 21 estados alcançaram a meta de 90% de CV e o Distrito
Federal apresentou uma cobertura vacinal acima de 100%, o que pode ter ocorrido devido a alguns
fatores como: ajustes nos registros de doses aplicadas, doses aplicadas em indivíduos que não
residem no estado, dentre outros (Figura 17).

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Fonte: Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Data de extração: 5/5/2024. Dados sujeitos a alterações.
*2024 até o dia 4/5/2024 (SE 18).

FIGURA 17 Distribuição espacial da cobertura vacinal de esquema primário por faixa etária e por UF – Brasil, 2021 a 2024*

Na análise da cobertura vacinal (CV) das vacinas bivalentes, a meta definida é igual ou maior que 90%.
Observa-se que nenhuma unidade federada alcançou a meta estabelecida de 90%. O total de 25 estados
e o Distrito Federal apresentaram coberturas acima de 10%, sendo o Estado do Piauí o que apresenta o
maior percentual de cobertura vacinal (28,37%). O Distrito Federal apresenta a segunda maior cobertura
vacinal (27,92%). O Estado de Mato Grosso é o que apresenta a menor cobertura, ficando abaixo de 10%
(9,81%) (Figura 18).

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Cobertura vacinal

Unidade Federada

Fonte: painel eletrônico DEMAS/LocalizaSUS. Disponível em: <https://infoms.saude.gov.br/extensions/SEIDIGI_DEMAS_COBERTURA_COVID_RESIDENCIA/SEIDIGI_


DEMAS_COBERTURA_COVID_RESIDENCIA.html>. Data de extração: 5/5/2024. Dados sujeitos a alterações.
*2024 até o dia 4/5/2024.

FIGURA 18 Cobertura vacinal da vacina bivalente por UF – Brasil, 2023 e 2024*

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Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P)


associada à covid-19
A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à covid-19 é, na maioria das
vezes, uma condição rara, pós-infecciosa e hiperinflamatória que acomete crianças e adolescentes após
o contato com o SARS-CoV-28. Em geral, acontece semanas após o contato com o vírus13. Apresenta amplo
espectro clínico, com acometimento multissistêmico, e os sintomas podem incluir: febre persistente,
sintomas gastrointestinais, conjuntivite bilateral não purulenta, sinais de inflamação mucocutânea, além
de envolvimento cardiovascular frequente. Os casos mais graves apresentam choque com necessidade
de suporte hemodinâmico, e algumas vezes podem evoluir para óbito. Os sintomas respiratórios não
estão presentes em todos os casos14.

A Síndrome Inflamatória Multissistêmica em Adultos (SIM-A) é uma complicação semelhante à SIM-P, que
ocorre em adultos, definida como uma complicação inflamatória posterior ao quadro de infecção viral
e pode ser potencialmente fatal, com acometimento multissistêmico associado a disfunções orgânicas14.

Diferentemente da covid-19 grave, a SIM-P e a SIM-A geralmente apresentam acometimento sistêmico


extrapulmonar e ausência de problemas respiratórios graves15.

No período de 2020 a 4 de maio de 2024 (SE 18) foram confirmados 2.151 casos de SIM-P, e 148 desses casos
evoluíram para óbito, perfazendo uma letalidade de 6,9% no período (Figura 19).

Notificações
n = 3.740

SIM-P Descartados Investigação


n = 2.142 n = 1.399 n = 199

Alta hospitalar Óbitos Em aberto


n = 1.894 n = 145 n = 103

Fonte: REDCap/Ministério da Saúde. Dados acumulados extraídos em 5/5/2024, sujeitos a alterações.

FIGURA 19 Fluxograma de notificações de casos de SIM-P (acumulado) e desfecho da doença – Brasil, 2020 à SE 18 de 2024
*Os casos com desfecho “em aberto” já foram notificados às SES para preenchimento do encerramento.

No Brasil, houve um caso de SIM-P a cada 2.074 casos de covid-19 em crianças e adolescentes até 19 anos
notificados no e-SUS Notifica. A letalidade foi de 8,9 % no ano de 2022, maior do que nos anos anteriores.
No ano de 2023 houve apenas quatro óbitos confirmados. Em 2024 houve apenas um óbito até o momento
(Tabela 9).

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TABELA 9 Notificações, casos confirmados, óbitos, casos descartados e em investigação e letalidade de SIM-P estrati­
ficados por ano – Brasil, 2020-2024

Ano Notificações Casos confirmados Óbitos Descartados Em investigação Letalidade (%)


2020 1.120 743 49 367 10 6,6

2021 1.466 868 54 578 20 6,2

2022 833 448 40 327 58 8,9

2023 258 76 4 120 62 5,3

2024 79 16 1 17 46 6,3

Total 3.756* 2.151 148 1.409* 201* 6,9

*Sete casos notificados estão sem data de início dos sintomas, cinco descartados e dois ainda em investigação para SIM-P.
Nota: os casos em investigação foram notificados às Secretarias Estaduais de Saúde para encerramento.
Fonte: RedCap/Ministério da Saúde. Dados extraídos em 5/5/2024, sujeitos a alterações.

A série histórica de SIM-P acompanha a tendência de casos de covid-19 no País na população até 19 anos,
conforme evidenciado na Figura 20. O primeiro caso de SIM-P ocorreu em março de 2020. Não foram
registrados óbitos em decorrência da SIM-P nos meses de agosto e setembro de 2021 e novembro de 2022.
No ano de 2023 foram registrados quatro óbitos pela doença (Figura 20). Ao analisar a série temporal,
percebe-se uma significativa diminuição dos casos de SIM-P a partir do segundo semestre de 2022, o que
pode ser justificado pela circulação da variante ômicron e suas sublinhagens, bem como pela ampliação
da vacina covid-19 para a população pediátrica.

Óbitos por SIM-P


Casos de SIM-P
Casos confirmados de
covid-19 até 19 anos

Fonte: REDCap/Ministério da Saúde para os dados de SIM-P e e-SUS Notifica para os casos de covid-19. Dados extraídos em 5/5/2024, sujeitos a alterações.

FIGURA 20 Série histórica dos casos de covid-19 em crianças e adolescentes menores de 19 anos e casos e óbitos de SIM-P
por mês de início dos sintomas – Brasil, 2020 à SE 18 de 2024

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Na Tabela 10 podem ser observados os quantitativos de casos e óbitos de SIM-P por sexo, raça/cor e faixa
etária estratificados por ano. O quantitativo de casos e óbitos por SIM-P foi maior no sexo masculino,
representando 1.243 (57,8 %) dos casos e 77 (52,0%) dos óbitos. A raça/cor branca foi preponderante nos
casos, representando 814 (37,8%) dos casos, seguida pela cor parda, com 774 (36,0%). Em relação aos
casos que evoluíram para óbito, a raça/cor preponderante foi a parda, com 69 (46,6%), seguida pela
branca, com 48 (32,4%). A faixa etária com maior número de casos e óbitos foi a de 1 a 4 anos, com 818
(38,0%) dos casos e 43 (29,1%) dos óbitos.

TABELA 10 Características dos casos e dos óbitos de SIM-P estratificadas por ano – Brasil, 2020-2024 (SE 18)

Casos Óbitos
Variáveis
2020 2021 2022 2023 2024 Total 2020 2021 2022 2023 2024 Total
Sexo

Feminino 319 367 182 32 8 908 28 23 16 3 1 71

Masculino 424 501 266 44 8 1.243 21 31 24 1 0 77

Raça/cor

Branca 228 362 185 31 8 814 13 21 14 0 0 48

Amarela 0 4 3 1 0 8 0 0 0 1 0 1

Parda 306 285 142 35 6 774 26 25 15 2 1 69

Preta 37 40 10 1 0 88 2 3 3 1 0 9

Indígena 3 2 1 0 0 6 0 0 1 0 0 1

Sem
169 175 107 8 2 461 8 5 7 0 0 20
informação

Faixa etária

< 1 ano 79 93 59 12 1 244 12 7 11 1 1 32

1 – 4 anos 240 329 215 26 8 818 9 17 15 2 0 43

5 – 9 anos 240 272 107 34 6 659 10 15 10 1 0 36

10 –14 anos 163 152 55 4 0 374 12 10 4 0 0 26

15 –19 anos 21 22 12 0 1 56 6 5 0 0 0 11

Fonte: REDCap/Ministério da Saúde. *Dados extraídos em 5/5/2024, sujeitos a alterações.

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A distribuição espacial aponta registros de casos de SIM-P em todas as UFs, e 23 dessas com óbitos pela
doença. No mês de abril foi registrado um caso de SIM-P no Estado da Bahia. Ressalta-se que há casos de
SIM-P notificados ainda em investigação (Figura 21 A-B-C).

A B

Fonte: REDCap/Ministério da Saúde. Dados extraídos em 5/5/2024, sujeitos a alterações.

FIGURA 21 Mapa de distribuição de casos acumulados de SIM-P por local de residência (A). Mapa de distribuição de casos
por local de residência entre as semanas 15 e 18 (B). Mapa de distribuição de óbitos acumulados por SIM-P (C) – Brasil,
2020 à SE 18 de 2024

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Entre os sinais e os sintomas mais comumente relatados nos casos confirmados de SIM-P destacam-se
febre, sintomas gastrointestinais, respiratórios e cardiovasculares (Figura 22A). Em relação à terapêutica
instituída, o uso de imunoglobulina endovenosa e de corticosteroides foi registrado na maioria dos casos
(Figura 22B).

A
Sintoma

Febre

Gastrointestinal

Respiratório

Cardiológico

Rash cutâneo

Neurológico

Conjuntivite

Hipotensão arterial

Linfadenomegalia

Oligúria

Porcentagem do total de casos de SIM-P

B
Tratamento

Imunoglobulina

Corticosteroide

UTI

Anticoagulante

Uso de drogas vasoativas

Ventilação invasiva

Antiviral

Porcentagem do total de casos de SIM-P

Fonte: RedCap/Ministério da Saúde. Dados extraídos em 5/5/2024, sujeitos a alterações.

FIGURA 22 Sinais e sintomas de SIM-P (A) e terapêutica instituída nos casos de SIM-P (B) – Brasil de 2020 à SE 18 de 2024

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Considerações e recomendações
O ano de 2024, em comparação aos demais anos de pandemia, apresentou o melhor cenário epidemiológico
de covid-19, com redução da taxa de mortalidade e da taxa de incidência da doença no País. Porém,
os dados analisados até o momento não permitem inferir uma distribuição sazonal para a ocorrência da
doença no Brasil.

Esse cenário também é observado a partir dos dados analisados dos casos leves e moderados oriundos da
vigilância universal com base nos dados da taxa de transmissão (Rt) – este é um parâmetro epidêmico chave
utilizado para avaliar se uma epidemia está crescendo, diminuindo ou se mantém estável. As estimativas
de Rt podem ser utilizadas como um indicador quase em tempo real do crescimento epidêmico ou para
avaliar a eficácia das intervenções.

O Brasil, por meio da SVSA, mantém a vigilância da covid-19 de forma integrada às demais síndromes gripais,
uma vez que no momento atual a covid-19 ainda é um problema de saúde estabelecido e contínuo, porém
já não constitui uma emergência global16. Assim, é importante salientar que as estratégias de vigilância
estabelecidas e preconizadas no Brasil para a covid-19 continuam sendo desenvolvidas e fortalecidas,
principalmente no âmbito da vigilância genômica, justificado pela possibilidade de surgimento de novas
variantes de preocupação (VOC) ou de interesse (VOI).

Ressalta-se que a manutenção e o aprimoramento dos fluxos de envio de amostras para sequenciamento
em tempo oportuno, conforme orientações do Guia de vigilância genômica do SARS-CoV-2, disponível
para consulta no site do MS, é essencial para a adequada vigilância genômica no País.

A vigilância nacional detectou aumento da curva de exames positivos do vírus SARS-CoV-2 em janeiro de
2024, com predominância no Brasil da VOI JN.1 e suas sublinhagens. Com isso, o Ministério da Saúde, por
meio da Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, vinculada ao Departamento do
Programa Nacional de Imunizações da SVSA, reforça a necessidade de as Secretarias Estaduais de Saúde
notificarem casos leves e moderados de síndrome gripal suspeitos e confirmados de covid-19 no sistema
oficial (e-SUS Notifica) para análise de um cenário considerando a temporalidade, a espacialização e os
grupos de riscos para adoecimento.

Levando em consideração, ainda, que o SARS-CoV-2 continua em circulação no Brasil e no mundo e


visando à manutenção das estratégias para conter a transmissão da doença e a gravidade dos casos,
as atualizações das recomendações e das orientações sobre a covid-19 no âmbito da vigilância
epidemiológica continuam a ser revisadas periodicamente por meio de notas técnicas disponibilizadas
nos canais de comunicação oficiais do MS.

Entre as notas técnicas publicadas destaca-se a Nota Técnica nº 37/2023-CGVDI/DPNI/SVSA/MS, que


versa sobre as orientações do MS no âmbito da vigilância epidemiológica acerca do fim da Espii referente
à covid-19 declarado pela OMS, e a Nota Técnica nº 14/2022-CGGRIPE/DEIDT/SVS/MS quanto ao critério
de confirmação para os casos de covid-19, que seguem vigentes, visando manter a paridade dos dados
informados nos estados e no âmbito federal6.

Destaca-se, ainda, que diante da necessidade de atualização das vacinas covid-19 no cenário de novas
variantes, no dia 21 de agosto de 2023 a empresa Moderna solicitou à Anvisa um novo pedido de registro
da vacina covid-19 monovalente, atualizada com a subvariante ômicron XBB 1.5, para utilização em todas
as faixas etárias acima de 6 meses de idade. No contexto mundial, em 14 de setembro de 2023 a vacina
covid-19 monovalente (XBB), da fabricante Moderna, teve aprovação de uso pela Agência Europeia de
Medicamentos (EMA) para a prevenção da covid-19 em adultos e crianças a partir dos 6 meses de idade.

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A estratégia sugerida pela Agência Europeia é que adultos e crianças a partir dos 5 anos de idade que
necessitem de vacinação devem receber uma dose única, independentemente do seu histórico de
vacinação contra a covid-19. Crianças dos 6 meses aos 4 anos de idade podem receber uma ou duas doses,
dependendo se completaram ou não o esquema de vacinação primária. Para essa recomendação foram
considerados todos os dados disponíveis sobre a vacina e suas outras adaptações, além da avaliação
de dados laboratoriais que demonstram que a vacina adaptada é capaz de desencadear uma resposta
imune adequada contra a XBB.1.5. No dia 6 de março de 2024, a Anvisa17 aprovou o registro definitivo da
vacina monovalente contra a covid-19 atualizada para a variante XBB 1.5. A vacina está indicada para
imunização ativa para a prevenção da covid-19 em crianças a partir de 6 meses de idade e em adultos.

Em relação às medidas não farmacológicas, estas continuam sendo ferramentas importantes para a
prevenção e o controle da covid-19, sendo recomendadas pelo Ministério da Saúde, independentemente
da revogação da Espii, destacando-se: a etiqueta respiratória, a higienização das mãos com álcool em gel
70 ou água e sabão, isolamento de casos suspeitos e confirmados de covid-19 e uso de máscaras faciais
pela população em geral no âmbito individual, principalmente nas seguintes situações:

pessoas com sintomas gripais, casos suspeitos ou confirmados de covid-19, pessoas que tenham tido
contato próximo com caso suspeito/confirmado de covid-19; e

pessoas com fatores de risco para complicações da covid-19 (em especial imunossuprimidos, idosos,
gestantes e pessoas com múltiplas comorbidades) em situações de maior risco de contaminação pela
covid-19, como locais fechados e mal ventilados, locais com aglomeração e em serviços de saúde.

Mais informações sobre as medidas de prevenção e controle não farmacológicas da covid-19 podem ser consul­­
tadas nas Notas Técnicas n.os 14/2022-CGGRIPE/DEIDT/SVSA/MS e 6/2023-GCVDI/Dimu/SVSA/MS vigentes6,16.

O Ministério da Saúde reforça ainda a necessidade de identificar e monitorar sistematicamente a ocorrência


dos casos de SIM-P e SIM-A, mediante o contexto vivenciado, no intuito de caracterizar o perfil epidemiológico
dos casos atípicos da doença, principalmente no contexto das condições pós-covid. Apesar disso, observa-
se que o cenário epidemiológico apresenta como limitação a dificuldade de diagnóstico e encerramento
dos casos de SIM-P e SIM-A com base no quadro clínico e em exames complementares inespecíficos, bem
como na evidência de covid-19, seja por exame laboratorial seja por vínculo epidemiológico.

Por se tratar de condições com padrão heterogêneo, com vários diagnósticos diferenciais a serem consi­
derados, uma análise minuciosa dos casos de covid-19, SIM-P e SIM-A notificados deve ser realizada pelas
vigilâncias locais, norteada pelos critérios de definição de caso preconizados pelo Ministério da Saúde,
bem como o fortalecimento das ações integradas com as equipes da assistência e outras vigilâncias a fim
de aperfeiçoar a captação, a investigação, o monitoramento e a classificação final dos casos suspeitos
notificados. Ressalta-se ainda a importância do preenchimento do desfecho dos casos pelas vigilâncias
locais e o encerramento dos casos em investigação, principalmente aqueles em aberto há mais de 365 dias,
por meio da busca ativa de dados relevantes sobre os indivíduos atendidos nos serviços de atenção à saúde.

Para monitorar o cenário epidemiológico da doença no País, o Ministério da Saúde (MS) reforça a importância
da testagem com o uso de teste rápido de antígeno, fundamental para diminuir a transmissão do SARS-
CoV-2, permitindo o isolamento dos casos em tempo oportuno. Ademais, o TR-Ag foi essencial porque
alcançou municípios no interior do País sem acesso ou com acesso limitado aos testes moleculares.

O MS reforça a necessidade de fortalecer a Vigilância das Síndromes Gripais (SG) e das Síndromes Respiratórias
Agudas Graves (Srags) em todo o país. Esse fortalecimento ocorre em parte por meio do uso dos sistemas
nacionais de notificações das SGs e das Srags, e, quando necessário, da integração dos sistemas estaduais
desenvolvidos durante a pandemia com os sistemas nacionais. Os sistemas e-SUS Notifica e Sivep-Gripe
permitem o monitoramento da evolução das doenças respiratórias e são continuamente atualizados para
refletir as mudanças na dinâmica dessas enfermidades. A implementação e a utilização dessas ferramentas
são essenciais para a produção de dados precisos, indispensáveis para o desenvolvimento de estratégias
de prevenção e controle das síndromes respiratórias na população brasileira.

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Referências

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Pública de Importância Nacional (Espin) em decorrência da infecção humana pelo novo coronavírus
(2019-nCoV) [acesso em 5 abr. 2023]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2020/prt0188_04_02_2020.html.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica:


emergência de saúde pública de importância nacional pela doença pelo coronavírus 2019 – covid-19/
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 131 p.:
[acesso em 5 abr. 2023]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/ coronavirus/publicacoes-
tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-epidemiologica-covid-19/view.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS n.o 913, que declara o encerramento da Emergência em
Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) em decorrência da covid-19. Diário Oficial da União,
Brasília (DF), 2022 abril 22 [acesso em 5 abr. 2023]. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/
dou/-/portaria-gm/ ms-n-913-de-22-de-abril-de-2022-394545491.

4. Opas. OMS declara fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional referente
à covid-19. Disponível em: https://www.paho.or§/pt/noticias/5-5-2023-oms-declara-fim-da-
emergencia-saude-publica-importancia-internacional-referente [acesso em 5 maio 2023].

5. Opas. Histórico da pandemia de covid-19. Disponível em: https://www.paho.org/pt/covid19/


historico-da-pandemia-covid-19#:~:text=A20ESPII20C3A920considerada2C20nos,resposta20internacio
nal20coordenada20e20imediataE2809D [acesso em 10 maio 2023].

6. Brasil. Ministério da Saúde. Nota Técnica n.o 14/2022-CGGRIPE/DEIDT/SVS/MS. Atualização da Nota


Técnica n.o 10/2022-CGGRIPE/DEIDT/SVS/MS, que trata sobre atualizações das recomendações
e das orientações sobre a covid-19 no âmbito da vigilância epidemiológica [acesso em 17 abr.
2023]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/notas-tecnicas/2022/sei_ms-
0030035449-nt-14-cggripe-atualizacoes-ve-covid-19.pdf/view.

7. Brasil. Ministério da Saúde. Nota Técnica n.o 1020/2021-CGPNI/DEIDT/SVS/MS. Atualizações acerca


das notificações da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à covid-19
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9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Departamento de Monitoramento, Avaliação e


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10. Backer JA, Klinkenberg D, Wallinga J. Incubation period of 2019 novel coronavirus (2019-nCoV) infections
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11. Organização Mundial da Saúde. Considerations for implementing and adjusting public health and
social measures in the context of covid-19 – Interim guidance – 30 March 2023. Disponível em:
https://www.who.int/publications/i/item/who-2019-ncov-adjusting-ph-measures-2023.1

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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ESPECIAL: COVID-19 | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente | Ministério da Saúde Boletim mensal | Vigilância da covid-19 no Brasil • Abril 2024

12. Organização Munidal da Saúde (OMS). Executive Summary. [acesso em 3 dez. 2023]. Disponível em:
https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/21112023_ba.2.86_ire.pdf?sfvrsn=8876def1_3.
Fundação Oswaldo Cruz. Dashboard Rede Genomica. Enabled bu data from Gisaid. [acesso em 3 dez.
2023]. Disponível em: htt ps://www.genomahcov.fi ocruz.br/dashboard-pt/.

13. Feldstein LR, Rose EB, Horwitz SM, Collins JP, Newhams MM, Son MBF, et al. Multisystem
Inftammatory Syndrome in U.S. Children and Adolescents. N Engl J Med. 2020;383(4):334-46. 8.

14. Morris SB, Schwartz NG, Patel P et al. Case series of multisystem inflammatory syndrome in adults
associated with SARS-CoV-2 infection – United Kingdom and United States, March-August 2020.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.15585/mmwr.mm6940e1external.

15. Vogel TP, Top KA, Karatzios C, Hilmers DC, Tapia LI, Moceri P et al. Multisystem inflammatory
syndrome in children and adults (MIS-C/A): case definition & guidelines for data collection,
analysis, and presentation of immunization safety data. 2021 (January). Disponível em:
https://brightoncollaboration.us/wp-content/uploads/2021/07/MIS-CA-vaccine-publication.pdf.

16. Brasil. Ministério da Saúde. Nota Técnica n.o 37/2023-CGVDI/DPNI/SVSA/MS. Orientações do


Ministério da Saúde (MS) no âmbito da vigilância epidemiológica acerca do fim da Emergência de
Saúde Pública de Importância Internacional (Espii) referente à covid-19, declarado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). [acesso em 5 jan. 2024]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/
pt-br/assuntos/coronavirus/notas-tecnicas/2023/nota-tecnica-no-37-2023-cgvdi-dpni-svsa-
ms#:~:text=Frente%20ao%20decreto%20do%20fim,Espin)%20em%20abril%20de%202022.

17. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Anvisa aprova registro da vacina Spikevax
monovalente. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticiasanvisa/2024/
anvisa-aprova-registro-da-vacina-spikevax-monovalente

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Anexo
ANEXO 1 Distribuição dos casos e dos óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave segundo a região, a unidade da Federação de residência e o agente etiológico – Brasil, 2023 até a SE 13
Srag por influenza Srag por outros vírus e outros agentes etiológicos
Srag não Em
A (H1N1) A Outros vírus Outros agentes Srag Total
Região/UF A (H3N2) Influenza B Total VSR Covid-19 especificado Investigação
pdm09 (não subtipado) respiratórios etiológicos
Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos
Norte 5 0 4 0 50 3 0 0 59 3 96 4 253 3 32 5 373 74 1.024 50 4 1 1.841 140
Rondônia 0 0 0 0 2 0 0 0 2 0 1 0 26 0 9 0 38 15 17 1 0 0 93 16
Acre 2 0 0 0 22 2 0 0 24 2 3 0 50 2 0 0 25 5 155 14 1 1 258 24
Amazonas 0 0 0 0 11 0 0 0 11 0 8 0 19 1 5 1 79 12 158 5 1 0 281 19
Roraima 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 33 0 6 0 9 0 55 3 0 0 104 3
Pará 3 0 4 0 10 0 0 0 17 0 73 2 69 0 7 0 140 32 395 21 1 0 702 55
Amapá 0 0 0 0 2 0 0 0 2 0 9 2 55 0 1 1 54 2 222 5 0 0 343 10
Tocantins 0 0 0 0 3 1 0 0 3 1 1 0 1 0 4 3 28 8 22 1 1 0 60 13
Nordeste 113 12 44 2 243 23 6 0 406 37 159 3 236 6 44 7 542 137 1.965 129 8 4 3.360 323
Maranhão 2 0 0 0 10 0 0 0 12 0 7 0 20 2 3 0 14 8 101 10 1 0 158 20
Piauí 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 1 66 19 82 14 0 0 151 34
Ceará 4 1 0 0 62 2 2 0 68 3 9 0 24 0 6 0 87 12 614 24 1 1 809 40
Rio Grande do Norte 0 0 6 0 5 0 0 0 11 0 0 0 20 0 2 0 56 22 111 9 0 0 200 31
Paraíba 2 0 3 0 30 9 0 0 35 9 5 1 9 4 6 4 79 21 236 26 1 1 371 66
Pernambuco 2 0 0 0 13 0 0 0 15 0 4 0 2 0 17 0 42 14 159 7 2 1 241 22
Alagoas 1 0 0 0 42 6 1 0 44 6 6 1 2 0 0 0 21 10 93 12 0 0 166 29
Sergipe 0 0 0 0 15 1 1 0 16 1 4 0 1 0 2 0 48 8 133 0 0 0 204 9
Bahia 102 11 35 2 66 5 2 0 205 18 123 1 158 0 6 2 129 23 436 27 3 1 1.060 72
Sudeste 68 7 35 0 412 28 19 2 534 37 967 15 519 10 113 11 2.404 519 4.231 275 42 11 8.810 878
Minas Gerais 1 0 2 0 35 6 1 1 39 7 53 1 119 3 6 0 531 137 1.134 75 7 4 1.889 227
Espírito Santo 11 2 13 0 14 1 1 0 39 3 164 5 1 0 0 0 55 9 182 7 0 0 441 24
Rio de Janeiro 13 0 9 0 106 7 2 0 130 7 55 1 42 3 23 7 237 60 470 65 5 0 962 143
São Paulo 43 5 11 0 257 14 15 1 326 20 695 8 357 4 84 4 1.581 313 2.445 128 30 7 5.518 484
Sul 34 2 98 8 150 9 4 0 286 19 321 4 273 10 12 2 911 183 1.604 139 8 2 3.415 359
Paraná 6 0 13 1 18 1 3 0 40 2 84 1 143 6 7 0 301 53 748 63 5 0 1.328 125
Santa Catarina 22 2 21 2 56 4 1 0 100 8 153 3 104 3 2 2 260 38 248 31 0 0 867 85
Rio Grande do Sul 6 0 64 5 76 4 0 0 146 9 84 0 26 1 3 0 350 92 608 45 3 2 1.220 149
Centro-Oeste 10 1 5 0 31 3 5 0 51 4 454 1 321 9 9 4 514 98 1.189 65 3 2 2.541 183
Mato Grosso do Sul 4 0 3 0 3 1 0 0 10 1 27 0 95 2 7 3 162 35 341 33 1 1 643 75
Mato Grosso 1 1 0 0 2 0 0 0 3 1 4 0 1 0 0 0 71 14 36 2 0 0 115 17
Goiás 5 0 2 0 11 0 0 0 18 0 168 1 107 7 1 1 182 44 378 23 1 1 855 77
Distrito Federal 0 0 0 0 15 2 5 0 20 2 255 0 118 0 1 0 99 5 434 7 1 0 928 14
Outros países 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 4 1 0 0 6 2
Total 230 22 186 10 886 66 34 2 1.336 100 1.997 27 1.602 38 210 29 4.746 1.012 10.017 659 65 20 19.973 1.885
Fonte: Sivep-Gripe, extraído em 1/4/2024. Dados sujeitos a alterações.
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