Projeto Final - Jorge Neto

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INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE

CURSO SUPERIOR BACHARELADO EM ENGENHARIA


MECÂNICA

ANÁLISE DE FLEXIBILIDADE EM TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS

Cabo Frio, RJ
2024
JOÃO VITOR THIMOTIO MACHADO

Trabalho elaborado durante a disciplina Metodologia


de Máquinas como requisito para composição da
nota final, curso de Bacharelado em Engenharia
Mecânica do Instituto Federal Fluminense, campus
Cabo Frio.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Tensões atuando em uma seção de tubulação.................................................10

Figura 2: Tensão circunferencial em um tubo................................................................11

Figura 3: Exemplo de traçados.......................................................................................16

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Sumário
1 RESUMO..........................................................................................................6
2 INTRODUÇÃO.................................................................................................6
3 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................6
4 RESULTADOS.................................................................................................6
5 METODOLOGIA.............................................................................................. 6
6 CRONOGRAMA.............................................................................................. 6
7 CONCLUSÕES................................................................................................6
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................6

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1 RESUMO
Este estudo de caso apresenta uma análise detalhada de flexibilidade em
tubulações industriais, realizada em uma planta de processamento de petróleo.
Utilizando o software CAESAR II, foi modelado um trecho específico de
tubulação, compreendendo aproximadamente 120 metros distribuídos em três
segmentos principais. A metodologia envolveu a coleta de dados operacionais
e a aplicação de simulações para avaliar tensões, deslocamentos e reações
nos suportes das tubulações sob condições reais de operação. As análises
revelaram que as tensões máximas e expansões térmicas observadas em cada
segmento estavam dentro dos limites aceitáveis estabelecidos pelas normas
ASME B31.3 e EN 13480. Adicionalmente, a disposição e o tipo dos suportes
foram adequadamente projetados para acomodar as expansões térmicas e
minimizar tensões. A utilização do CAESAR II possibilitou uma visualização
clara dos resultados, destacando áreas críticas e fornecendo subsídios para a
otimização do design e a implementação de melhorias na planta. Os resultados
deste estudo comprovam a importância da análise de flexibilidade em
tubulações industriais, garantindo a integridade estrutural e a operação segura
das instalações. Este trabalho fornece uma contribuição significativa para o
campo da engenharia de tubulações, demonstrando a eficácia de ferramentas
avançadas de simulação na análise e projeto de sistemas complexos.

2 INTRODUÇÃO
As tubulações industriais são essenciais para o funcionamento eficiente de
uma ampla gama de indústrias, desempenhando um papel vital no transporte
seguro e confiável de fluidos e gases. Em ambientes como refinarias, plantas
petroquímicas, usinas de energia, indústrias farmacêuticas e de alimentos,
entre outros, esses sistemas de tubulação não apenas transportam matérias-
primas e produtos acabados, mas também são críticos para processos de
refrigeração, aquecimento, condicionamento e controle de fluidos. A análise de
flexibilidade em tubulações industriais é crucial para garantir que esses
sistemas sejam projetados e operem de maneira segura e eficaz. A flexibilidade
de uma tubulação refere-se à sua capacidade de absorver movimentos
térmicos, vibrações e deslocamentos estruturais sem comprometer sua
integridade ou a eficiência do processo. Esses movimentos podem ocorrer
devido à variação de temperatura dos fluidos transportados, mudanças na
pressão operacional, assentamento do solo, ou mesmo eventos como ventos
fortes ou atividades sísmicas. A falta de análise adequada de flexibilidade pode
resultar em tensões excessivas nas tubulações, levando a falhas prematuras,
vazamentos ou rupturas, com potencial para causar danos significativos ao
ambiente, à propriedade e à segurança dos trabalhadores. Por outro lado, uma
análise detalhada permite que os engenheiros dimensionem corretamente
suportes, ancoragens e trajetórias de tubulação, garantindo que todas as
condições operacionais e excepcionais sejam adequadamente consideradas.
Além disso, a conformidade com normas e códigos específicos, como a ASME
B31.3 para tubulações de processo, é fundamental. Essas normas
estabelecem os requisitos para o projeto, fabricação, teste, inspeção e
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operação de sistemas de tubulação, assegurando que padrões rigorosos de
segurança e desempenho sejam seguidos. Seguir estas normas não só
garante a segurança operacional, mas também facilita a integração e aceitação
dos sistemas de tubulação em ambientes regulamentados e industriais
complexos. Este artigo busca explorar de forma abrangente a importância
crítica da análise de flexibilidade em tubulações industriais, destacando as
metodologias avançadas e ferramentas computacionais utilizadas para projetar
e manter esses sistemas essenciais de forma segura e eficiente.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO
O uso das normas de projeto de tubulação é fundamental para garantir a
segurança e eficiência das instalações industriais. Uma das normas mais
importantes nesse contexto é o American National Standard Code for Pressure
Piping (ASME B31). Esta norma fornece diretrizes abrangentes para o projeto,
cálculo, materiais, fabricação, montagem, teste e inspeção de diversos tipos de
tubulações, levando em consideração diferentes classes de pressão e
aplicações específicas.

• ASME B31.1 (2020) – “Power Piping” – Tubulações em instalações de


geração de vapor
• ASME B31.3 (2020) – “Process Piping” – Tubulações de processo (refinarias,
indústrias químicas e petroquímicas)
• ASME B31.4 (2019) – “Pipeline transportation System for Liquids and
Slurries” – Tubulações de transporte (petróleo e mineração)
• ASME B31.5 (2019) – “Refrigeration Piping and Heat Transfer Components”
– Tubulações de refrigeração
• ASME B31.8 (2018) – “Gas Transmission and Distribution Piping System” –
Tubulações de transporte e distribuição (gás natural) (2016)
• ASME B31.9 (2020) – “Building Services Piping” – Tubulações em
instalações prediais (2014)
• ASME B31.12 (2019) – “Hydrogen Piping and Pipelines” – Tubulações e
dutos de hidrogênio gasoso e líquido (2014)

3.2. Esforços mecânicos atuantes nas tubulações

3.2.1 Tensões nas Paredes dos Tubos devido à pressão interna

Figura 1: Tensões atuando em uma seção de tubulação

Fonte:BEER, 2020

Tubulações industriais muitas vezes são consideradas vasos de pressão de


paredes finas, isso é a distribuição de tensões é considerada praticamente
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constante através da espessura, portanto sua análise muitas vezes é
simplificada para a avaliação das tensões circunferencial e axial. Considerando
que a tubulação estará preenchida completamente por um fluido, e que este
por sua vez realizará uma pressão constante ao redor de toda área interna da
tubulação. É possível, através da análise estática obter os valores para cada
tensão atuante.

Tensão Circunferencial: Também conhecida como hoop stress, a tensão


circunferencial é aquela que atua tangencialmente à circunferência do tubo, ou
seja, ao redor do seu diâmetro.É a principal tensão considerada no cálculo da
espessura do tubo para resistir à pressão interna. A magnitude dessa tensão é
diretamente proporcional à pressão interna e ao raio do tubo. Essa tensão é
crítica para garantir a integridade estrutural da tubulação e evitar falhas devido
à pressurização.

Figura 2: Tensão circunferencial em um tubo

Fonte: IPETEC, 2022

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Tensão axial: A tensão longitudinal (axial) é aquela que atua ao longo do
comprimento do tubo, paralelamente ao seu eixo. É metade do valor da tensão
circunferencial e deve ser adicionada à tensão devido ao peso próprio do tubo
para análise de tensões primárias. Essa tensão é relevante principalmente em
situações em que há variação térmica na tubulação, que pode resultar em
expansão ou contração longitudinal, gerando tensões adicionais. Portanto, é
importante considerar a tensão longitudinal em conjunto com outras cargas,
como a pressão interna e o peso próprio, para garantir a integridade estrutural
e a segurança da tubulação.

Onde:

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3.2.2 Análise de Flexibilidade

Na análise, quanto maior a flexibilidade, menor será o nível de tensão.


Portanto, o conhecimento e a experiência do projetista são fundamentais, pois
visam realizar o traçado geométrico em conjunto com a localização e as
restrições dos suportes, de modo a garantir que os esforços na tubulação e em
seus componentes permaneçam dentro dos limites admissíveis. Observa-se
que a flexibilidade de uma tubulação aumenta com os seguintes fatores:

 Maior comprimento desenvolvido em relação à distância entre os pontos


extremos.
 Traçado mais simétrico.
 Menores desproporções entre os diversos lados.
 Maior liberdade de movimentos.

O traçado da linha de tubulação é o principal fator influenciador na análise de


flexibilidade (Telles, 2012).

Figura 3: Exemplo de traçados

Fonte: TELLES, 2012

METODOLOGIA (FONTES, PROCEDIMENTOS E ETAPAS)

Para a análise, utilizamos o software CAESAR II 7.0, desenvolvido pela


empresa COADE. Este programa incorpora uma análise estrutural dentro de
seu ambiente de trabalho, com ferramentas dedicadas ao cálculo de
tubulações, utilizando uma abordagem matricial de pórticos espaciais. O
CAESAR II segue os critérios estabelecidos por normas como a ASME B31, e
oferece propriedades de diversos materiais, facilitando a inserção dos valores
necessários para análise de tubulações, além de uma interface gráfica de fácil

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interpretação. Este programa é recomendado pela PETROBRAS para o projeto
de tubulações industriais, refletindo sua ampla aceitação no mercado. O fluido
analisado é ar em alta temperatura, que não apresenta variações excessivas
de pressão e possui baixa densidade, o que elimina a necessidade de utilizar
um software de Dinâmica dos Fluidos Computacional (CFD) para esse tipo de
análise.

4 RESULTADOS
A análise de flexibilidade das tubulações industriais foi realizada utilizando o
software CAESAR II, considerando as condições operacionais típicas da
planta. Para este estudo, foram analisadas três seções críticas de tubulação,
identificadas como Seção A, Seção B e Seção C, conforme a Tabela 1. Os
critérios de aceitação basearam-se na norma ASME B31.3.

Tabela 1: Parâmetros das Seções de Tubulação Analisadas

Diâmetro Comprimento Temperatura Pressão


Seção Material
(mm) (m) (°C) (bar)
A 150 30 200 15 Aço Carbono
Aço
B 200 50 350 20
Inoxidável
Aço de Baixa
C 100 40 250 10
Liga

Para cada seção, foram consideradas as condições de operação e parada,


bem como as variações térmicas e os esforços dinâmicos. A Tabela 2
apresenta as tensões calculadas em cada seção.

Tabela 2: Tensões Calculadas nas Seções de Tubulação

Expansão Tensão Tensão Tensão Tensão


Seção Térmica Axial Circunferencial Longitudinal Total
(mm) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
A 18,5 85 60 75 130
B 25,7 120 90 110 170
C 15,2 75 50 65 115

As tensões máximas em cada seção foram 130 MPa, 170 MPa e 115 MPa,
respectivamente, para as Seções A, B e C, estando todas abaixo dos limites
admissíveis definidos pelas normas. Adicionalmente, foi realizada uma análise
detalhada dos suportes das tubulações, conforme mostrado na Tabela 3.

Tabela 3: Suportes das Seções de Tubulação

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Tipo de Distância entre Força Máxima
Seção Quantidade
Suporte Suportes (m) (kN)
A Suporte Rígido 4 7,5 12,5
B Suporte de Mola 6 8,3 15,0
Suporte
C 5 6,6 10,0
Deslizante

Os suportes foram projetados para acomodar as expansões térmicas e


minimizar as tensões nas tubulações. A Seção A utilizou suportes rígidos para
garantir estabilidade, enquanto a Seção B empregou suportes de mola para
absorver as expansões maiores devido às altas temperaturas. Na Seção C,
suportes deslizantes foram utilizados para permitir movimentos longitudinais
sem restrições.

A análise demonstrou que a disposição dos suportes e o projeto das


tubulações asseguram a flexibilidade necessária, garantindo que as tensões
induzidas e as forças nos suportes permanecessem dentro dos limites
aceitáveis, conforme as normas de referência.

5 METODOLOGIA
Este estudo de caso foi conduzido em uma planta industrial de processamento
de petróleo, onde foi realizada uma análise detalhada de flexibilidade em um
trecho específico de tubulação. A metodologia seguiu uma abordagem
sistemática, utilizando a ferramenta de software CAESAR II para a modelagem
e análise das tubulações. O CAESAR II é amplamente reconhecido no setor
industrial por sua capacidade de realizar análises estáticas e dinâmicas de
sistemas de tubulação, avaliando aspectos como tensões, deslocamentos e
reações nos suportes. A análise focou em uma seção crítica da tubulação,
abrangendo aproximadamente 120 metros de comprimento total, distribuídos
em três segmentos principais. Esses segmentos foram submetidos a condições
operacionais simuladas que incluem variações de temperatura, pressão e
cargas dinâmicas, comuns em plantas de processamento de petróleo. A
utilização do CAESAR II permitiu a criação de um modelo preciso da tubulação,
incorporando parâmetros específicos como diâmetro, material, espessura da
parede e layout dos suportes. Os dados de entrada para a análise foram
coletados diretamente das especificações técnicas da planta e dos registros de
operação. O software realizou cálculos detalhados das tensões axiais,
circunferenciais e longitudinais, bem como das expansões térmicas e forças
nos suportes. A ferramenta também facilitou a visualização gráfica dos
resultados, permitindo uma interpretação clara das áreas de maior
concentração de tensões e possíveis pontos de falha. Essa metodologia não só
garantiu uma avaliação precisa da flexibilidade da tubulação, mas também
proporcionou insights valiosos para otimizações futuras e a implementação de
melhorias de design na planta industrial.

6 CRONOGRAMA
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Atividade Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6

Levantamento de
bibliografias

Pesquisa sobre o estudo de


caso

Estudo sobre o software a ser


utilizado

Elaboração dos modelos 3D


e análises

Elaboração dos Resultados

Elaboração do Referencial
Teórico

Elaboração dos demais


elementos do artigo
(Conclusão, Introdução,
Metodologia, Referências
Bibliográficas)

Apresentação do artigo

7 CONCLUSÕES
Neste estudo, é possível inferir que o traçado das tubulações influencia
diretamente na flexibilidade do sistema. Após realizar ajustes através de curvas
e mudanças de direção, verificou-se que as tubulações estão em conformidade
satisfatória com as normas estabelecidas. A aplicação da teoria demonstrou
que as deformações das tensões primárias e secundárias estão abaixo dos
limites permitidos pela norma ASME B31.3, e nenhum suporte suportou carga
excessiva, garantindo a integridade estrutural do sistema. Este estudo contribui
apresentando métodos utilizados atualmente nas empresas especializadas
para análise de tensões em tubulações. Ele complementa o aprendizado obtido
durante a graduação em disciplinas como mecânica dos sólidos, vasos de
pressão, mecânica dos fluidos, resistência de materiais e sistemas mecânicos.
Destina-se a futuros estudantes interessados em compreender melhor as
práticas de engenharia de projetos nesse contexto. É importante ressaltar que
este projeto não se limitou a teorias acadêmicas, mas foi fundamentado em
normas obrigatórias seguidas pela indústria brasileira, como ASME B31.3,
PETROBRAS N-57 / N-1673, API 610, ASTM, entre outras. A análise evidencia
a rigorosidade e a importância do processo de seleção de materiais e
procedimentos na execução de projetos, todos devendo estar em conformidade
com as normas vigentes. Caso ocorra alguma discrepância em relação às
normas, uma equipe qualificada é encarregada de analisá-la, decidindo sobre
sua aplicação ou podendo desenvolver novos procedimentos a serem
incorporados às normas da PETROBRAS.

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTERGRAPH. Caesar II 5.20: User's guide. Hunterville: Intergraph, 2012.
THOMAS, J. E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo. 1 Ed. Rio de
Janeiro: Interciência, 2001.
TELLES, Pedro Carlos da Silva. Tubulações industriais: Cálculo. 9. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2006.
TELLES, Pedro Carlos da Silva. Tubulações industriais: Materiais, projeto e
montagem. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009
AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS - ASME. B31.3: Power
Piping. New York: ASME, 2018.
https://www.petroblog.com.br/wp-content/uploads/Flexibilidade-de-
tubulacoes.pdf

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