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Doc-20240504-Wa0011 240725 110155

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A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO DURANTE A


GESTAÇÃO E APÓS O PARTO NA PERSPECTIVA DE MULHERES GESTANTES
E PUÉRPERASI
THE IMPORTANCE OF PSYCHOLOGICAL SUPPORT DURING PREGNANCY
AND AFTER DELIVERY FROM THE PERSPECTIVE OF PREGNANT AND
POSTPARTUM WOMEN
Camila Eufrazio BonifacioII

Resumo: A gestação e o puerpério são períodos considerados frágeis durante a vida da


mulher, visto que, o ciclo gravídico-puerperal é uma fase repleta de mudanças fisiológicas,
psicológicas e sociais, que influenciam no modo, que as gestantes ou puérperas irão passar
por esses períodos. Portanto, tornou-se necessário compreender qual é a importância do
acompanhamento psicológico durante a gestação e após o parto para as mulheres gestantes e
puérperas. Trata-se de uma pesquisa descritiva com natureza qualitativa, desenvolvida a partir
da aplicação de um questionário online, compondo uma amostra de 19 participantes, sendo
elas mulheres grávidas ou puérperas, maiores de 18 anos. Foram investigados os seguintes
aspectos: compreensão da perspectiva das mulheres gestantes e puérperas sobre o
acompanhamento psicológico durante a gestação e após o parto; identificação de como as
pesquisadas estão vivenciando o período de gestação e puerpério; identificação de quais delas
tiveram acompanhamento psicológico durante o ciclo gravídico-puerperal; verificação da
atribuição da importância ao acompanhamento psicológico durante a gestação e após o parto
para elas; relatar quais foram e quais estão sendo, os maiores desafios que a maternidade
trouxe em relação a saúde mental para pesquisadas, descrever com base no relato delas como
o acompanhamento psicológico pode ajudar as futuras gestantes e puérperas a vivenciarem a
maternidade de uma maneira mais saudável. Com base na análise dos resultados, percebeu-se
que as participantes viveram intensas emoções, as quais afetam sua saúde mental, sendo
importante contar com uma rede de apoio. O acompanhamento psicológico durante o ciclo
gravídico-puerperal tem uma significação essencial para as participantes desta pesquisa,
embora menos da metade tenha realizado. Considera-se necessárias pesquisas com abordagem
por entrevistas para aprofundamento das informações e do assunto.
Palavras-chave: Mulheres, ciclo gravídico-puerperal, psicologia perinatal, acompanhamento
psicológico, pré-natal.

Abstract: Pregnancy and the puerperium are considered fragile periods during women's lives,
since the pregnancy-puerperal cycle is a phase full of physiological, psychological and social
changes that influence the way in which pregnant or postpartum women will go through these
periods. Therefore, it became necessary to understand the importance of psychological
support during pregnancy and after delivery for pregnant and postpartum women. This is
descriptive research with a qualitative nature, developed from the application of an online
questionnaire, comprising a sample of 19 participants, being pregnant or postpartum women,

I
Artigo resultado de Trabalho de conclusão de curso de graduação em Psicologia, orientado pela prof. Dra Rosa
Cristina Ferreira de Souza. Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul 2023.
II
Acadêmica Camila Eufrazio Bonifacio do Curso de graduação em Psicologia da Universidade do Sul de Santa
Catarina.
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over 18 years old. The following aspects were investigated: understanding of the pregnant and
postpartum women's perspective about the psychological support during pregnancy and after
childbirth; identification of how the researched women are experiencing the pregnancy and
postpartum period; identification of which of them had psychological support during the
pregnancy-puerperal cycle; verification of the importance attributed to psychological
counseling during pregnancy and after birth for them; report which were and which are the
biggest challenges that maternity brought in relation to mental health for the researched
women, describe, based on their reports, how the psychological counseling can help future
pregnant and postpartum women to experience maternity in a healthier way. Based on the
analysis of the results, it was noticed that the participants lived intense emotions, which affect
their mental health, being important to have a support network. The psychological
accompaniment during the pregnancy-puerperal cycle has an essential meaning for the
participants of this research, although less than half of them did it. Research with interviews is
considered necessary to deepen the information and the subject.
Keywords: Women, pregnancy-puerperal cycle, perinatal psychology, psychological support,
prenatal care.

1 INTRODUÇÃO

O ciclo gestacional e puerperal é estudado por muitos autores e levanta vários aspectos
históricos relevantes, da história, que contribuem para compreensão da importância dos
períodos de gestação e puerpério para as mulheres. A história da maternidade conta que em
períodos como o da idade média, as mulheres eram subordinadas e vistas com pouca
importância pelos maridos, nenhum valor era atribuído à maternidade tão pouco ao bebê
(GRANDVOHL et al., 2014). Durante vários séculos, as mulheres foram vistas como objeto
de reprodução, servindo aos grandes reis para gerarem seus filhos, também participaram de
períodos históricos, como o período da peste negra, quando foi necessário que as mulheres
dessem à luz a mais filhos, já que necessidade de procriação se tornou impiedosa,
repercutindo na história da maternidade (MALDONADO,1991).
O período gestacional já era um período de vulnerabilidade para a mulher, e se
tornava um momento ainda mais difícil quanto mais próximo o parto, porque a mulher, como
mãe, não era valorizada ou reconhecida, nem mesmo durante o parto, quando a vida da
mulher e do recém-nascido eram, na maioria das vezes, colocadas em risco por diversos
fatores fisiológicos e culturais. Ainda sobre a história da maternidade, para Cova (2015) é um
tema vasto, que diz respeito à história das mulheres e do gênero, e abrange momentos cruciais
da história política, social e cultural, que contribuem para diversos estudos sobre a
maternidade.
Segundo Maldonado (1991), no século XIX o lugar social da mulher, como mãe
cresce juntamente com o lugar do filho. A maternidade, que antes era uma questão biológica,
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passa a ter uma função social. Ao longo do tempo, a mulher como mãe é enfim reconhecida
pela sociedade e os períodos de gestação e puerpério tornam-se fenômenos a serem estudados
e compreendidos de forma que possam contribuir para ajudar as mulheres grávidas e
puérperas a passarem por esse período, considerado vulnerável, de uma forma muito mais
leve e saudável.
A gestação é uma fase única na vida, quando cada mulher irá experienciar esse
momento de forma diferente, e é justamente o modo com que cada mulher irá experienciar
esse momento que o tornará único. Sendo assim, a gestação é um período composto por três
trimestres, onde acontece todo o desenvolvimento do bebê e o seu nascimento. Logo após o
parto, em um tempo de seis a oito semanas, acontece o período de puerpério, dividido em três
períodos: imediato, tardio e remoto (ANDRADE et. al, 2015). Além disso, durante a
gestação, a mulher passa por mudanças físicas, psicológicas e sociais, que vão direcionar
como ela vai lidar com essa gestação até o período de puerpério, sendo que as mudanças
continuam e se intensificam, fase em que a mulher fica ainda mais sensível psicologicamente.
Segundo Ricci (2019) é um momento de alterações drásticas em seu corpo e sua aparência,
bem como de mudanças em sua condição social. Todas estas alterações ocorrem
simultaneamente, o que pode acarretar adoecimento mental, seja durante a gestação ou no
puerpério, se não houver cuidado.
Considerando que ocorre um aumento da sensibilidade no ciclo gestacional e no
puerpério, é visível que a saúde mental dessas mulheres realmente mude. Para Brasiliense et
al. (2021), enquanto o bebê é gerado acontecem diversas alterações hormonais acompanhando
o desenvolvimento desse bebê, o que promove inúmeras perturbações emocionais na gestante.
Deste modo é importante conhecer quais são as sintomatologias mais frequentes que
aparecem no ciclo gestacional e puerperal, para que se tenha uma maior atenção para
prevenção na saúde da mulher. Perante isso, tem sido ressaltado que as mulheres gestantes e
puérperas façam um acompanhamento profissional desde o pré-natal para assegurar o
desenvolvimento saudável da gestação (BRASIL, 2022). Isto possibilitaria sanar as dúvidas
sobre as mudanças fisiológicas e emocionais que surgem nesse período, promovendo para as
futuras mães, melhor compreensão do ciclo gravídico-puerperal.
Conforme Silva e Barbosa (2020), para que o período de gestação e puerpério
obtenha resultado satisfatório é importante que a mãe faça desde os primeiros meses, de forma
consciente, um acompanhamento profissional de pré-natal. Desta forma, o pré-natal é
considerado essencial para prevenção da saúde física e mental das gestantes e puérperas,
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destacando que tem o papel de orientar e detectar possíveis doenças tanto para mãe quanto
para o bebê.
Ademais, aspectos psíquicos, clínicos e obstétricos precisam ser abordados com a
mesma atenção (DE CARVALHO et al., 2019.) Logo, o acolhimento psicológico é essencial
durante o pré-natal e tem como objetivo ajudar as futuras mães a passarem pela fase
gestacional e puerperal de uma forma mais saudável, promovendo de modo preventivo e
interventivo, a saúde mental. Sob o mesmo ponto de vista, o pré-natal psicológico é um
espaço dedicado a prestar um auxílio psicológico o mais breve possível, para que o período
gestacional ocorra de forma saudável até a chegada do bebê (BENINCASA et al.,2019).
Paralelamente a isto, o acolhimento terapêutico é defendido na psicologia perinatal, como um
apoio as mulheres gestantes e puérperas, visto que, cada mulher traz questões únicas ao pré-
natal e cabe ao profissional de saúde orientá-la da melhor forma.
III
A psicologia perinatal é um dos termos usados para descrever a psicologia que
trata das mulheres em período gravídico-puerperal e é descrita por (BRASILIENSE et al.,
2021) como uma área nova de pesquisa da psicologia, que atua oferecendo apoio e
acolhimento para as mulheres neste período. Assim, a psicologia perinatal vem tomando seu
lugar no âmbito da saúde mental gradativamente.
Para Silva e Barbosa (2020) o psicólogo contribui através do PNP (Pré-natal
psicológico) como um suporte psicoemocional, interventivo, informativo e vivencial,
ajudando a gestante a construir a nova função parental. No contexto atual, a psicologia
perinatal é a área de atuação da psicologia que tem como foco o acolhimento terapêutico das
mulheres no ciclo gestacional-puerperal. Similarmente a isto, para Ceravolo (2019) a mulher
que faz acompanhamento psicológico durante a gestação traz para o psicólogo nas sessões
antecedentes ao parto as questões que precisam ser trabalhadas nela, por exemplo: as feridas e
registros trazidos de alguma outra experiência materna que a mulher tenha vivenciado, o que
dará ao psicólogo mais recursos para atuar até o momento do parto, já que compreendidos
quais são os gatilhos emocionais que a mulher poderá ter, o psicólogo conseguirá atuar de
forma preventiva, dando assim um maior suporte emocional à mulher e à família.
Perante isso, levanta-se a importância da psicologia atuando de forma preventiva
sobre a saúde mental gestacional-puerperal, pois a psicologia perinatal veio para prevenir e
remediar as situações que podem interferir no período gravídico-puerperal. Deste modo, o

III III
Alguns outros termos além da psicologia perinatal utilizados pelos profissionais que atuam na perinatalidade
e em sua transição, são: Psicologia da Gravidez, parto e puerpério, Psicologia, Psicologia Obstétrica e Psicologia
da Maternidade, porém o termo mais utilizado nos últimos tempos é a Psicologia Perinatal. (SHIAVO,2020)
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psicólogo pode oferecer apoio emocional, compreender a demanda e auxiliar a mulher e sua
família durante o Pré-natal psicológico (ASSUNÇÃO et al., 2021), bem como, dar um lugar
de escuta e fala para as gestantes e puérperas atravessarem a maternidade de uma maneira
mais saudável psicologicamente.
Portanto, essa pesquisa descreve a respeito da perspectiva de mulheres gestantes e
puérperas acerca da importância do acompanhamento psicológico durante a gestação e após o
parto, com a finalidade de alcançar melhor entendimento a respeito do ciclo gravídico-
puerperal e do acolhimento que a psicologia perinatal fornece para as grávidas e puérperas
nesta fase repleta de desafios e incertezas, considerada delicada tanto para vida da mulher
como para a do bebê. Diante disso, essa pesquisa teve como objetivo, compreender como as
mulheres gestantes e puérperas percebem a importância do acompanhamento psicológico
durante o período de gestação e após o parto, e obteve como objetivos específicos: identificar
como as pesquisadas estão vivenciando o período de gestacional e de puerpério; identificar
dentre as pesquisadas quais tiveram acompanhamento psicológico durante a gestação e no
puerpério; verificar como as participantes da pesquisa consideram a importância do
acompanhamento psicológico durante o período gestacional e puerperal; relatar quais foram e
quais estão sendo, na perspectiva das gestantes e puérperas, os maiores desafios que a
maternidade trouxe em relação a sua saúde mental e descrever como o acompanhamento
psicológico pode ajudar as futuras gestantes e puérperas a vivenciarem a maternidade de uma
maneira mais saudável, com base no relato das entrevistadas.

2 MARCO TEÓRICO

2.1 O PAPEL HISTÓRICO SOCIAL DA SAÚDE MATERNA NO PERÍODO DE


GESTAÇÃO E APÓS O PARTO PARA A PSICOLOGIA.

A história da humanidade contribui para compreendermos a maternidade e


consequentemente o ciclo gravídico e puerperal. Segundo Maldonado (1991), quando
analisamos o fenômeno em sua história, conseguimos entender melhor suas características e
variações. O que nos possibilita uma reflexão acerca das transformações que o ato de
maternar teve ao longo do tempo. Da idade média ao renascimento ocorreram diversas
mudanças na família e na maternidade, principalmente na Europa, onde o homem ocupava o
lugar central da família e a mulher a condição de submissa frente a autoridade do homem, por
conta disso a maternidade se tornou uma fase ainda mais difícil na vida da mulher (MOURA;
ARAÚJO, 2004). A este respeito, alguns autores acrescentam que no período da idade média
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a mulher era tão desvalorizada que era vista como um objeto de reprodução frente à
sociedade, além disso, não era reconhecida pelo marido, o que complicava ainda mais o
período de gestação e pós-parto da mulher. (MALDONADO, 1991; SILVA; LEMES, 2019;
GRADVOHL et al., 2014)
Como consequência dessa visão, por muito tempo a mulher foi vista como um objeto
de reprodução, sendo submissa do marido, prestando o papel de gerar e cuidar dos filhos, a
procriação era ainda mais cobrada das mulheres vindas de famílias nobres, onde gerar e parir
um filho herdeiro homem era motivo de festividade para os reinos, além disso, o momento do
parto que antes era assistido apenas pelas parteiras, em determinados momentos se tornou um
ato de espetáculo aberto para outras pessoas assistirem (MALDONADO, 1991).
Ao longo do tempo, já na idade moderna entre XVII e XIX com o desenvolvimento
do capitalismo e elevação da burguesia, começaram a divisão das esferas públicas e privadas,
cujo papel do estado era de administrar a produção e das famílias de cuidar das condições de
sobrevivência, nesta época a imagem da mulher como mãe começou a ter alteração, o que
ocasionou na valorização da maternidade pela sociedade, o autor discorre que, por volta de
1790 começaram a ter publicações médicas sobre como deveria ser o cuidado com o bebê e
que a amamentação era um dever das mães, juntamente com todas as tarefas que envolvessem
o cuidado com o bebê, no final do século XIX a mulher começou a ser reconhecida
socialmente junto à maternidade, por suas tarefas de cuidado com os filhos e o lar. Já no
começo da idade contemporânea quando a visão da sociedade sobre a maternidade já era
reconhecida, a mulher passou sofrer ainda mais pressão social da sociedade para gerar mais
filhos, já que a sociedade enfrentava um dos pontos mais importantes da história, a primeira
guerra mundial que ocasionou uma despopulação em massa (GRADVOHL et al., 2014).
Considerando a pressão social que as mulheres tinham para gerar mais filhos, muitas
mulheres que não eram contra essa ideia da sociedade, começaram a se manifestar,
demostrando suas opiniões publicamente, assim começaram a surgir os atos feministas a favor
da defesa dos direitos das mulheres. Para Cova (2015) a maternidade é um tema que tem seu
lugar na história do feminismo, pois as feministas da primeira onda foram em busca de leis a
favor da proteção da maternidade, estudando e defendendo direitos a favor das mães e
mulheres em geral. O Feminismo foi um dos marcos importantíssimos na história para a
sociedade começar a olhar para as mães e para o ato de maternar com mais respeito e
valorização, o que impactou na forma como a sociedade começou a ver a maternidade, com
mais respeito e valorização da mulher. A partir da luta por direitos da maternidade a forma de
cuidar da saúde física e mental das mulheres gestantes e puérperas obteve uma mudança
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importante de maneira que, a sociedade começou a estudar um pouco mais afundo o ciclo
gravídico-puerperal.

2.2 COMPREENDENDO O CICLO GESTACIONAL E PUERPERAL

O ciclo gravídico-puerperal envolve a gravidez, o parto e o período de puerpério, que


são fases na vida da mulher repletos de mudanças tanto físicas como psicológicas, que podem
influenciar no modo com que a mulher irá lidar com a gestação e/ou puerpério. Para Silva
(2020), o período gravídico-puerperal acontece desde a fecundação até o pós parto, e é
envolto de alterações físicas, emocionais e sociais que podem acontecer com maior ou menor
intensidade de acordo com a subjetividade da mulher e do cuidado que recebe da rede
disponível. A gestação e o puerpério são repletos de novas experiências que trazem mudanças
para mulher e para sua família, essas transformações começam desde a descoberta da gravidez
e seguem durante toda gestação e pós-parto.
Para Benincasa et al. (2019) a gestação proporciona muitas transformações, sendo
que, em relação às mudanças psicológicas, abrangem uma série de conflitos no período da
gravidez, que envolvem sentimentos de ansiedade, culpa, medo e ambivalência. Além desse
turbilhão de sentimentos a gravidez é repleta de sintomatologias fisiológicas como: náuseas,
tonturas, entre outros sintomas que são características deste período, sentidas pela maioria das
mulheres desde a descoberta da gravidez.
Segundo Zimmermann et al. (2001) a gravidez é um momento único na vida de cada
mulher, onde acontecem alterações metabólicas e hormonais que causam mudanças
estruturais que influenciam no comportamento da mulher. A gravidez é composta por fases
divididas em três trimestres, onde acontece o desenvolvimento do feto e as alterações físicas e
psíquicas no corpo e mente da gestante. Em termos gerais, no primeiro trimestre de gestação,
geralmente ocorre a percepção da gravidez, que depende de como cada mulher percebe o seu
corpo, após ela perceber a gravidez ocorre o período de ambivalência, onde a gestante passa a
tomar decisões sobre a gestação, tais como: estar ou não feliz, querer ou não a gravidez,
aceitar ou não aceitar a gestação, tornando essa fase apenas o início das grandes
transformações interpessoais e psíquicas, que virão a acontecer. (ALONSO et al., 2006).
Ainda sobre isto, o segundo e terceiro trimestres são marcados por sintomatologias
diversas que afetam o aspecto físico e emocional da mulher. O segundo trimestre é conhecido
como uma fase mais estável na gravidez. Para Orshan (2010) nesse período os enjoos matinais
tendem a ter passado, a ameaça ao aborto espontâneo é menor e a mulher já terá visto e
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sentido o feto por muitas vezes, confirmando a gravidez. Já no terceiro trimestre a mulher se
encontra mais cansada e apreensiva a espera de seu parto, que pode ser normal ou cirúrgico. A
chegada do parto é atípica e única para cada gestante.
Conforme Silva et al. (2019, p.117):
A vivência que a mulher terá nesse momento será mais ou menos prazerosa, mais ou
menos positiva, mais ou menos traumática, a depender de uma série de condições,
desde aquelas intrínsecas à mulher e à gestação até as diretamente relacionadas com
o sistema de saúde. Como condições intrínsecas à mulher e à gestação podem ser
mencionadas sua idade (ou maturidade), sua experiência em partos anteriores, a
experiência das mulheres que lhe são próximas (mãe, irmãs, primas, amigas etc.)
com seus próprios partos, caso a gravidez atual tenha sido planejada (desejada), a
segurança em relação a si própria no que concerne a seu papel de mulher e de mãe,
entre outros fatores.

Logo após o parto surge o puerpério, um período considerado frágil na vida das
puérperas que acabaram de dar à luz e rapidamente precisam cuidar do recém-nascido e da
sua saúde, tanto física quanto mental, independente da via de parto. De acordo com Almada e
Felippe (2020) infere-se como puerpério o espaço de tempo entre o período de parto até o
momento que a mulher retorna as condições anteriores a gravidez. O puerpério se divide em
três períodos: O imediato, que é após a queda da placenta até o 10° dia; O tardio, vai do 11°
ao 45° dias depois do parto; E o remoto que acontece a partir dos 45° dias. Esses períodos são
caracterizados por momentos de transições, adaptações e transformações, tanto físicas, como
biológicas, familiares e emocionais que refletem na vida da mulher e sua família (RIBEIRO et
al., 2019). É conceituado como sendo um ciclo emocional frágil para a puérpera, deixando
essas mulheres vulneráveis psicologicamente ao precisarem desempenhar o papel de mãe e se
readequarem novamente com o corpo e mente.
Durante o puerpério a mulher passa por mudanças hormonais que mexem com o
emocional profundamente. Para Andrade et al. (2017) os transtornos psiquiátricos no
puerpério podem causar danos a mãe a ao recém-nascido, por consequência disso, entre os
primeiros dias após o parto a mulher sente uma tristeza incomum que é conceituada como
baby blues. Além disso a mulher durante todo puerpério pode sentir uma mudança repentina
de humor, ansiedade e sintomas depressivos que se não cuidados podem gerar problemas
psicológicos futuros, como um transtorno depressivo.
Compreendendo isto, para Silva et al. (2019) o ciclo gravídico-puerperal é
reconhecido como um período de transição, no qual acontecem mudanças fisiológicas,
psicológicas e sociais e que embora a gestação e puerpério sejam considerados períodos de
bem estar emocional para mulher, é também um período de vulnerabilidade quando
comparadas a qualquer outra época da vida da mulher. Para o autor é necessário abordar neste
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cenário, os aspectos emocionais presentes no ciclo gravídico-puerperal, que são: ansiedade,


medos, mudanças no vínculo afetivo, entre outros que fazem parte deste período e precisam
ser prevenidos para minimizar o sofrimento da mãe. Por conta disso, é essencial que a mulher
faça o acompanhamento pré-natal psicológico e tenha uma rede de apoio próxima para ajudá-
la quando necessário.

2.3 PRÉ-NATAL E A PSICOLOGIA PERINATAL QUAIS OS IMPACTOS SOBRE O


PERÍODO DE GESTAÇÃO E PUERPÉRIO.

A descoberta da gravidez gera muitas incertezas para a gestante e sua família, pois
cada gravidez tem sua própria particularidade e necessita de uma intervenção diferente. Posto
isto, desde o primeiro mês de gestação é recomendado pelo médico obstetra e pelos órgãos
governamentais da saúde que a gestante faça o acompanhamento de pré-natal, para prevenção
da saúde do bebê e da mulher. De acordo com o Ministério da Saúde (2022) o pré-natal
assegura o desenvolvimento saudável da gestante e permite um parto seguro, com menos
riscos para mãe e bebê, além de garantir que os aspectos psicossociais sejam avaliados
juntamente com atividades educativas preventivas. Partindo disso, o pré-natal ginecológico
possibilita o tratamento e prevenção de doenças que podem interferir no desenvolvimento da
gestação e trazer problemas de saúde física para gestante e o bebê. Para Avanzi et al. (2019)
no Brasil a assistência ao pré-natal tem ocupado um espaço importante na atenção à saúde da
população, levando em conta que é uma das mais antigas ações desenvolvidas pela área do
serviço público de saúde.
Para que o pré-natal tenha início é preciso que a mulher grávida procure um médico
para avaliação da gravidez o mais breve possível após a descoberta da gestação, assim os
profissionais da saúde (médicos, enfermeiros e psicólogos) conseguirão orientá-la tanto em
relação a prevenção de sua saúde física quanto mental. Segundo Arrais e Araújo (2018) a
assistência pré-natal psicológica (PNP) é uma intervenção grupal que tem por objetivo inserir
as gestantes e seus familiares em um contexto de prevenção de doenças psíquicas para
promoção da saúde mental, proporcionando um espaço para que possam expor suas vivências,
fantasias, medos, alegrias, angústias e tristezas experienciadas na gravidez. Ainda sobre isso,
segundo Arruda e Coelho (2020) a psicologia perinatal é um campo novo na psicologia e o
profissional psicólogo pode trabalhar em ambientes públicos e privados utilizando da técnica
de pré-natal psicológico. O PNP serve como serviço de assistência psicológica durante todo
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período do ciclo gravídico-puerperal, sendo que tem por objetivo prestar acolhimento e dar as
orientações necessárias de cada período para as mulheres grávidas e puérperas.
Nesta mesma linha de pensamentos, para Arruda e Coelho (2020) o pré-natal
psicológico surge para promover a saúde mental das mulheres e oferecer um apoio emocional
para diminuição dos danos psicológicos. Ou seja, o pré-natal psicológico é um suporte a
assistência pré-natal obstétrica, é um recurso terapêutico que contribui para a promoção e
prevenção da saúde psicológica da mulher gestante, parturiente ou puérpera. Comumente a
isto, é importante ressaltar que é de suma importância que a mulher receba suporte para se
reestruturar emocionalmente durante toda gravidez, parto e puerpério e que a assistência pré-
natal biomédica e o pré-natal psicológico são trabalhos que se completam para dar o devido
atendimento as mulheres que se encontram no ciclo gravídico-puerperal (CERAVOLO, 2019)
É preciso ter cuidado com a saúde mental das mulheres no período gravídico-
puerperal, para prevenção de transtornos mentais e emocionais que levam ao adoecimento
psíquico, como (depressão, baby blues, ansiedade, transtorno de pânico, transtorno de stress
pós-traumático, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno bipolar e psicose puerperal)
psicopatologias que podem surgir na gestação e no puerpério (BITTENCOURT; MOURA,
2022). São fases onde as mulheres estão mais vulneráveis emocionalmente, devido à
sobrecarga física e emocional que carregam ao gerar e cuidar de uma nova vida. Deste modo,
a psicologia perinatal estuda cada vez mais os aspectos que podem influenciar e ajudar na
compreensão do fenômeno gravídico-puerperal.

2.4 CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA PERINATAL PARA A SAÚDE MENTAL


GESTACIONAL

A psicologia perinatal ainda é uma área de atuação recente na psicologia, mas vem se
tornando cada vez mais necessária no acompanhamento psicológico da mulher ao longo da
gestação, parto e puerpério. E através da técnica do PNP que o psicólogo perinatal tem a
possibilidade de contribuir com a promoção da saúde da mulher durante o ciclo gestacional e
puerperal. Segundo a psicóloga perinatal Flores (2019) a muitas possibilidades para o
psicólogo atuar na área de psicologia perinatal que vão além da PNP, de acordo com a
psicóloga , o profissional desta área pode contribuir antes da gestação, durante a gravidez, no
parto ou após o parto no período de puerpério, por exemplo: prestando assistência os casais
que tem dúvidas sobre ter ou não filhos, fazendo o acompanhamento das mulheres que estão
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tentando engravidar, oferecendo suporte emocional durante o ciclo gravídico-puerperal ou no


processo de luto em caso de perdas gestacionais.
Durante todo período de gestação, parto e puerpério o psicólogo irá trabalhar
identificando as necessidades da mulher e sua rede de apoio. Para Silva e Barbosa (2020) o
psicólogo pode contribuir através de escuta e acolhimento durante o PNP, ajudando as
mulheres gestantes e puérperas em suas questões emocionais, proporcionando a elas
acolhimento, atenção e cuidado, além de orientar a rede de apoio das mulheres em como
podem apoiá-las em cada período do ciclo gravídico-puerperal. Ainda sobre isso, o psicólogo
perinatal pode trabalhar com a técnica da psicoeducação, para auxiliar a rede de apoio da
mulher sobre a saúde psicoemocional durante todo período de mudança na gestação e
puerpério ou na preparação emocional para o parto. Para Cerávolo (2019) o psicólogo pode
atuar durante o parto da mulher independente da via de parto ser normal ou cirúrgica,
proporcionando assistência emocional a parturiente e ao pai do bebê para que vivenciem o
momento da melhor maneira possível, entre outros papéis que o psicólogo pode desempenhar
durante o parto a autora defende que o psicólogo pode ajudar no vínculo da mãe e bebê,
facilitando o contato entre os dois e identificando se a mulher precisará de maiores cuidados
após o parto, para evitar transtornos psicológicos, como a depressão.
Em razão da prevenção de transtornos psicológicos e promoção da saúde da mulher
durante todo período do ciclo gravídico-puerperal, torna-se essencial que a gestante,
parturiente ou puérpera tenha acompanhamento psicológico através do pré-natal psicológico.
Tendo em vista que para Shiavo (2020) a PNP pode ser aplicada em diversos campos da
psicologia, como em hospitais/maternidade, organizações, escolas entre outros. Essa área
recente da psicologia ganha cada vez mais destaque em sua atuação e se torna imprescindível
dentro das equipes multidisciplinares da saúde para o cuidado e atenção psicoemocional das
mulheres que fazem parte do ciclo gravídico-puerperal.

3 MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva. De acordo com Andrade (2012) nesse
modelo de pesquisa há observação, registro, análise, classificação e interpretação dos fatos,
sem que o pesquisador interfira neles.
Sendo assim, o presente estudo busca compreender como as mulheres gestantes e
puérperas percebem o acompanhamento psicológico durante o período de gestação e após o
parto, utilizando do método de pesquisa, cuja natureza dos dados é classificada em qualitativa.
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Para Chueke e Lima (2012), a abordagem qualitativa compreende que a realidade é subjetiva
e múltipla, é construída para cada pessoa de forma diferente e o pesquisador deve interagir
com objeto e o sujeito dando voz a eles, com base nessas vozes construir então significados.
Como forma de coleta de dados desta pesquisa, foi utilizado um questionário on-line,
caracterizando este estudo como pesquisa de campo, cujo objetivo foi obter informações sobre
como as mulheres pesquisadas estão passando pelo ciclo gravídico-puerperal, destacando
como percebem a importância do acompanhamento psicológico nesta fase.

3.1 PARTICIPANTES

O público-alvo da pesquisa foram mulheres gravidas e puérperas maiores de 18 anos


de idade independentemente de estarem tendo ou não um acompanhamento psicológico no
momento. Dos critérios de inclusão e exclusão foi delimitado a participação de mulheres
maiores de 18 anos que estivessem vivenciando algum período do ciclo gravídico-puerperal.
Este estudo alcançou o total de 19 participantes que responderam ao questionário de
forma anônima.

3.2 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

Aos participantes foram selecionadas através do método de amostragem por


acessibilidade do tipo Bola de Neve, (APPOLINARIO, 2015) é um tipo de amostra não
probabilística onde o sujeito participante indica outro sujeito para interagir com a pesquisa. A
autora desta pesquisa realizou a divulgação em grupos de (WhatsApp) de gestantes e
puérperas que ela já tinha acesso e pediu para que as participantes que tivessem interesse em
responder ao questionário, compartilhassem também essa pesquisa com outras mulheres do
mesmo público alvo, que elas conheciam. Sendo assim, foi disponibilizado um link que foi
compartilhado com as participantes, neste link havia a apresentação do TCLE, onde após as
participantes estarem informadas sobre os procedimentos éticos da pesquisa, precisaram clicar
em “Concordo”, confirmando seu consentimento em participar da pesquisa e através disso,
puderam iniciar a resolução do questionário, que foi divulgado e aplicado em grupos do
(WhatsApp) para que as mulheres que se caracterizassem sendo do público-alvo e tivessem
interesse em contribuir com esta pesquisa, conseguissem responder, de forma anônima às
perguntas propostas.
13

Tendo em vista que foi aplicado um questionário as questões que levantaram o perfil
das participantes, são classificadas como perguntas fechadas e as perguntas mais direcionadas
a atender os objetivos desta pesquisa foram classificadas em perguntas abertas. Desta maneira
foram apresentadas um total de 24 perguntas distribuídas em abertas e fechadas, cujo material
coletado serviu para contribuição deste estudo.
Para a análise de resultados desta pesquisa foi utilizado a análise de conteúdo para a
apuração das respostas as questões abertas. De acordo com Bardin (2016) é um conjunto de
instrumentos metodológicos que é aplicável em diversos contextos de discussão e conteúdo,
aperfeiçoando cada um. As respostas das perguntas fechadas foram tabuladas contabilizando
as frequências e efetuando o cálculo do respectivo percentual.
Quanto aos aspectos éticos desta pesquisa, respeitou-se as resoluções 466/12 e
510/16 que consideram que a ética é uma construção humana, portanto histórica, social e
cultural e que há cuidados e regras a serem observados na condução dos processos de
pesquisa envolvendo seres humanos. Deste modo, esse estudo foi submetido ao conselho de
ética e pesquisa e assegurara a proteção dos direitos de imagem, bem-estar e dignidade das
participantes, prezando pelo anonimato na coleta de dados de acordo com a Resolução n.
466/12, do conselho nacional de saúde, respeitando também o código de ética do profissional
psicólogo de 2014. Desta forma, antes de iniciar a resolução do questionário, as participantes
obtiveram acesso ao termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), que apresentava as
informações acerca dos objetivos da pesquisa e de como seria desenvolvida, bem como
considerando outras questões éticas.
Discorrendo sobre os riscos e benefícios desta pesquisa, poderia haver desconforto
das participantes ao responder as perguntas, em função do assunto abordado e do momento
que elas estavam vivenciando emocionalmente. Já os benefícios desta pesquisa foram
aplicados indiretamente, considerando a divulgação do conhecimento proposto sobre o
assunto para futuramente haver mais intervenções.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para compreender a percepção do público alvo, caracterizado por mulheres grávidas e


puérperas sobre a importância do acompanhamento psicológico durante o ciclo gravídico-
puerperal, foi aplicado um questionário online, através da plataforma Google forms, durante o
período de março a abril de 2023. A princípio a pesquisa tinha como estimativa alcançar 30
participantes e alcançou 19 mulheres pertencentes ao grupo de gestantes e puérperas.
14

Conforme os dados obtidos, a faixa etária de idade das participantes da pesquisa, são
classificadas entre 21 a 32 anos ou mais. Sendo que 42,1% tem 32 anos ou mais, 36,8% tem
21 a 26 anos e 21,1% tem 27 a 31 anos. Ainda sobre os dados sociodemográficos metade das
participantes, cerca de 52,6% têm ensino superior completo, 21,1% têm ensino médio
completo e 5,8% tem ensino superior incompleto totalizando 36,9% das participantes com
segundo grau completo. Os dados apontaram nesta mesma tabela que algumas participantes
(n=2) tem ensino fundamental completo ou incompleto. Outra característica das participantes
é que,78,9% delas são casadas, 15,8% são solteiras e 5,3% consideram seu estado civil como
outros.
A tabela 1, descreve a profissão ou ocupação das participantes da pesquisa, ressaltando
que a maioria das participantes trabalha (n=13) fora de casa.

Tabela 1- Profissão ou ocupação das participantes. (N=19)


Profissão ou Ocupação Percentual %
Autônomo (a) 5,9%
Consultora de imagem 5,9%
Contadora 5,9%
Coordenadora de Departamento pessoal 5,9%
Desempregada 5,9%
Dona de Casa / e / ou do lar 17,6%
Domestica 5,9%
E-Commercer 5,9%
Empresária 5,9%
Nutricionista 5,9%
Professora 17,6%
Promotora de Cartões 5,9%
Tosadora 5,9%
Total 100%
Fonte: Pesquisa de campo desenvolvida pela autora, 2023.

A partir da tabela 1, verificamos que 76,6% das mulheres do ciclo gravídico-puerperal


exercem suas profissões fora de casa, ocupando profissões diversas. Outras participantes
(n=3) trabalham em casa, como donas de casa e/ou do lar e uma (n=1) das participantes está
desempregada. Partindo destes dados, podemos discorrer sobre os diversos papeis que essas
mulheres estão desempenhando na sociedade, além do ato de maternar, sendo que, além de
gestantes ou puérperas, a maioria trabalha fora de casa e cuida de seu lar, desempenhando o
papel de companheiras de seus maridos e mães. O que pode estar relacionado ao que
Maldonado (1991) discorre acerca das transformações do ato de maternar ao longo do tempo,
visto que, ocorreram diversas mudanças no meio familiar e social que contribuíram para que
as mulheres atualmente possam desempenhar mais papeis sociais, o que provavelmente
15

explica a quantidade de mulheres desta pesquisa que se encontram, em algum momento do


ciclo gravídico-puerperal, trabalhando fora de casa.
Para Gradvohl et al. (2014), em alguns pontos históricos, muitas mulheres sofriam
pressão social para gerar muitos filhos, o que foi diminuindo ao longo do tempo, através das
lutas feministas pelo reconhecimento dos direitos e lugar das mulheres na sociedade. Dito
isso, a tabela 2 traz um levantamento da quantidade de gestações que as participantes já
vivenciaram.

Tabela 2- Quantidade de gestações que as participantes já vivenciaram. (n=19)


Resposta Frequência Percentual %

Estou na primeira gestação 7 36,8%

Estou na segunda gestação 5 26,3%

Estou na terceira gestação 5 26,3%

Estou na quarta ou mais 2 10,5%


Fonte: Pesquisa de campo desenvolvida pela autora, 2023.

De acordo com a tabela 2, a maioria 63,1% das participantes relataram que viveram
mais de uma gestação, enquanto 36,8% estão na sua primeira gestação. Complementando esse
dado, quando perguntado quantos filhos vivos as participantes tem, das 19 participantes
47,4%, (n=9) responderam ter 1 filho(a) vivo, dessas (n=6) estão no puerpério e relataram ter
sido a primeira gestação e outras (n=3) são gestantes e estão na segunda gestação.
Outras 42,1%, (n=8) das participantes relataram ter mais de dois filhos vivos, sendo
que dessas, (n=2) puérperas já tiveram aborto. Outro dado a ser considerado é que 10,6% das
mulheres relataram não ter filhos vivos, sendo que (n=1) está na primeira gestação e não
contabilizou a gestação atual como um filho vivo e outra (n=1) está na terceira gestação, ou
seja, três das participantes desta pesquisa tiveram alguma perda gestacional.
Partindo desses dados, observamos que muitas dessas mulheres consideradas
veteranas, já vivenciaram o papel de mãe em outras gestações, o que pode indicar uma
experiencia maior em relação a como passar pelas fases do ciclo gravídico-puerperal do que
as mães de primeira viagem que estão vivenciando pela primeira vez essa nova experiência.
Segundo Silva et al. (2019) nesse momento da vida a mulher vivenciará uma experiência mais
16

ou menos prazerosa, traumática ou positiva, irá depender da sua maturidade, experiência com
partos anteriores, a experiência em sua volta caso a gravidez seja planejada, a segurança que
sente de si mesma no desempenho de seus papeis de mulher, mãe, entre outros.
Visado isto, compreender em que período do ciclo gravídico-puerperal as participantes
se encontram é essencial para analisarmos como estão passando pelo período em que se
encontram, segundo Silva (2020) é um período envolto de alterações físicas, emocionais e
sociais que variam de intensidade com base na subjetividade de cada mulher. Sendo assim,
das 18 respostas obtidas no questionário, 11,1% das participantes relataram estar no primeiro
trimestre da gestação, 16,7% no segundo trimestre, 27,8% no terceiro trimestre e 44,4% no
período de puerpério. O que demostra que mais da metade, (n=10) das participantes são
gestantes e outras (n=8) são puérperas (uma participante não respondeu a esta pergunta).
Assim, mais da metade do público alvo desta pesquisa é composto por gestantes em alguns
dos três trimestres da gestação e outras mulheres puérperas que já vivenciaram o período de
gravidez e agora estão vivenciando um novo período de mudanças. A este respeito Silva et al.
(2017) ressalta que o ciclo gravídico-puerperal é vivenciado como um período de transição,
onde ocorrem diversas mudanças, físicas, emocionais e sociais, é considerado um período de
vulnerabilidade na vida das mulheres, portanto, pode-se considerar que as mulheres desta
pesquisa estão em um período vulnerável da vida.
Foi necessário, verificar também, alguns dados sobre como foi e como está sendo o
acompanhamento pré-natal das mulheres gestantes e puérperas, entendendo que é importante
para o acompanhamento da saúde da mulher e do bebê durante todo o período da gestação.
Todas as participantes afirmaram fazer o acompanhamento pré-natal obstétrico, sendo
que 57,9% realiza o pré-natal na rede pública e 42,1% na rede privada. Para Avanzi et al.
(2019) a assistência pré-natal no Brasil tem ocupado espaço na atenção a saúde da mulher.
Isto sugere que as participantes sabem da importância de realizar o pré-natal obstétrico para
assegurar desenvolvimento da gestação e a saúde dela e do bebê.
Para complementar esses dados a tabela 3, demostra quando as participantes
começaram a fazer o acompanhamento pré-natal.

Tabela 3- A partir de quantos meses as participantes começaram a fazer o


acompanhamento pré-natal.
17

Categorias Frequência Percentual %

1°mês 14 73,7%

2° mês 2 10,5%

3° ou 4° mês 2 10,5%

Acima do 5° mês 1 5,3%

Total: 19 100%
Fonte: Pesquisa de campo desenvolvida pela autora, 2023.

É possível constatar que todas as participantes entendem a importância de fazer o


acompanhamento pré-natal obstétrico, sendo que segundo a tabela acima, 73,7% das
participantes começaram a fazer o acompanhamento no primeiro mês da gestação e outras
26,3% a partir do segundo mês. Embora recomendado pelos órgãos de saúde pública, que
se faça o pré-natal obstétrico desde a descoberta da gravidez, a tabela 3 demostra que
26,3% das mulheres começaram depois. Segundo o Ministério da saúde (2022) os cuidados
com a gravidez começam no início da gestação com a confirmação do teste rápido, depois
disso, a gestante passa a receber as informações necessárias para o acompanhamento da
gestação e tem acesso a consultas de pré-natal. É recomendado que sejam feitas no mínimo
6 consultas durante todo o pré-natal. Tudo isso, pode ser feito através da rede pública,
embora algumas mulheres, como a pesquisa aponta, optam por fazer o pré-natal em redes
privadas, o que pode sugerir que o acompanhamento pré-natal tardio dessas (n=5)
participantes tenha sido influenciado pela precariedade de profissionais ou demora do
sistema público de saúde.
Ainda sobre o pré-natal obstétrico fez-se necessário para fins de complemento deste
estudo, realizar uma categorização dos profissionais que atenderam ou atendem as
mulheres desta pesquisa.

Tabela 4- Profissionais que fazem parte do pré-natal obstétrico das participantes.


Respostas Frequência Percentual %
Medico Clinico Geral 5 26,3%
Médico Ginecologista-Obstetra 15 78,9%
Enfermeiro (a) 3 15,8%
Técnico (a) de Enfermagem 1 5,3%
Outros 2 10,5%
Fonte: Pesquisa de campo desenvolvida pela autora, 2023.
18

A tabela 4, mostra que mais de um profissional fez ou ainda faz o acompanhamento


pré-natal das participantes, sendo estes categorizados como, médico ginecologista-obstetra
(n=15), médico clinico geral (n=5), enfermeiro (n=3), algumas das participantes relataram ser
atendidas por outros profissionais (n=2), sem descrever quais são e (n=1) das participantes
relatou ser atendida por um profissional técnico(a) de enfermagem. Pode-se observar que o
pré-natal obstétrico é prestado as participantes por profissionais diferentes mais de áreas
correlacionadas. Essa diferença de profissionais, pode ser explicada pelo sistema de saúde
pública ser composto por equipes de profissionais diversos, que segundo o Ministério da
Saúde (BRASIL, 2012) devem garantir o acolhimento das gestantes e seus familiares, se
responsabilizando pela integridade do cuidado dessa família desde a escuta ao recepciona-los.
Considerando que, acolhimento e escuta são necessários durante todo ciclo gravídico-
puerperal e demandando o objetivo principal desta pesquisa, a tabela 5, faz uma analogia
trazendo a tona se as participantes fazem ou já fizeram o acompanhamento pré-natal
psicológico e caso tenham feito como foi.

Tabela 5- Realização de pré-natal psicológico e a respectiva avaliação.

Como está sendo a


Você faz
assistência pré-natal
acompanhamento Frequência Percentual % Frequência Percentual%
psicológica para você?
psicológico?
Sim/e ou já fiz 5 26,3% Boa 1 5,6%
Não 8 42,1% Muito Boa 4 22,2%
Nunca Fiz 6 31,6% Ruim e ou/Péssima 0 0,00 %
Não tenho 13 72,2
Fonte: Pesquisa de campo desenvolvida pela autora, 2023.

Segundo a tabela acima, as participantes que já realizaram ou estão realizando (n=5) o


acompanhamento psicológico, avaliaram o acompanhamento psicológico como procedimento
positivo, descrito como bom/ e ou muito bom. Já (n=14) das participantes relataram não
fazerem o acompanhamento pré-natal psicológico, o que demonstra que a maioria das
participantes que responderam a esta pesquisa, até o momento nunca tiveram uma experiência
com um profissional psicólogo durante o ciclo gravídico-puerperal, o que pode estar
relacionado ao que Arruda e Coelho (2020) relatam de que a psicologia perinatal ser um
campo recente na psicologia. O que acarreta na pouca visibilidade do PNP (pré-natal
psicológico) para as participantes que relataram não terem feito o PNP.
19

A tabela 5 demonstra então que das participantes (n=5) das mulheres desta pesquisa
estão fazendo acompanhamento e reconhecem o quanto pode ser positivo, o que indica que
está auxiliando-as de alguma maneira.

Tabela 6- Frequência das consultas que as mulheres desta pesquisa relataram já ter realizado
durante o ciclo gravídico-puerperal.
Respostas Frequência Percentual %

1 ou 2 1 5,6%
3 ou 4 0 0,00%
4 ou mais 4 22,2%
Ainda não comecei o 7 38,9%
acompanhamento.
Nenhuma, não farei. 6 33,3%
Fonte: Pesquisa de campo desenvolvida pela autora, 2023.

Averiguando as informações da tabela 6 como um complemento da tabela 5, é possível


identificar que 38,9% das participantes relataram ainda não ter começado o acompanhamento
pré-natal psicológico, outras 33,3% evidenciaram que não fizeram nenhuma consulta e não
farão, já outras 22,2% salientaram estar na quarta consulta ou além e 5,6% relataram estar
entre a primeira ou segunda consulta de acompanhamento pré-natal psicológico.
O que reafirma que o acompanhamento psicológico é significativo de importância
para as participantes é que 92,3% das participantes de um total de 13 respostas responderam
que se tivessem a oportunidade de fazer o acompanhamento pré-natal psicológico fariam,
sendo que 7,7% um total (n=1) das participantes respondeu que não vê necessidade. Essa
importância do acompanhamento psicológico durante o ciclo gravídico-puerperal pode ser
explicada por Cerávolo (2019), como um suporte que é necessário que as mulheres recebam
durante esses períodos, que serve para ajudar esse público a se reestruturar.
Outro ponto significativo a ser relatado foi que de 19 respostas 84,2% das
participantes responderam que consideram o acompanhamento pré-natal psicológico
importante durante todos os períodos do ciclo gravídico-puerperal, sendo estes: Gestação,
parto e puerpério. Outras 10,5%, durante o período de puerpério e 5,3% relataram que em
nenhum dos períodos é importante. Dito isto, para aprofundarmos qual é a importância do
acompanhamento psicológico para as gestantes e puérperas através de suas perspectivas, o
quadro 7 retrata uma categorização acerca das palavras chaves que as participantes usaram
para manifestar a significação da afirmação de que o acompanhamento psicológico é
importante para elas nesta fase da vida.
20

Quadro 7-Perspectiva das mulheres grávidas e puérperas acerca da importância de ter um


acompanhamento psicológico durante os períodos do ciclo gravídico-puerperal.

Categorias Palavras chaves

Período de gestação sensível, passar, mudança de


humor, segurança emocional, sensação de solidão,
Ajuda/ e ou passar pelas sintomatologias estar bem, manter-se forte, depressão, medo,
fragilidade emocional, ansiedade, vulnerabilidade,
transformação profunda, fase dolorosa, confiança
em si mesmo.

Conselhos de um profissional, sem vínculo


Rede de apoio/ Profissional emocional, sem julgamentos, acompanhamento,
deveria ser indicado no momento da concepção.

Fonte: Pesquisa de campo desenvolvida pela autora, 2023.

Segundo o quadro 7 as participantes relataram a importância de realizar o


acompanhamento psicológico através de alguns adjetivos que confirmam que o tema principal
deste estudo é positivo, sendo eles categorizados em: “tudo(a)”, “muito grande”, “extrema
importância” e “muito importante’. De acordo com as mulheres gestantes e puérperas que já
afirmaram a importância do acompanhamento psicológico, este acompanhamento é relevante
para ajudá-las a passar pelas sintomatologias que aparecem na gestação, parto e puerpério,
bem como, serve como uma rede de apoio profissional que as acompanhará sem julgamentos.
Segundo uma delas (n=1) o PNP deveria ser indicado desde o momento da concepção do feto.
Para Flores (2019) o psicólogo perinatal pode contribuir prestando auxílio desde antes da
gestação iniciar até o período do puerpério, oferecendo suporte emocional para as gravidas,
puérperas e no luto em casos de perdas gestacionais. Partindo disso, pode se considerar que as
participantes deste estudo consideram o PNP um suporte essencial para ajudá-las a passar pelo
ciclo gravídico-puerperal.
Deste modo, compreendendo que o período gestacional e puerperal são experienciados
de forma intensa pelas mulheres deste estudo, bem como, demonstram em seus relatos, pode-
se considerar que em algum momento dos três trimestres da gestação, durante o parto ou no
puerpério, elas observaram alguma mudança sintomatológica. Por este motivo, quando
perguntado em que período do ciclo gravídico-puerperal, as participantes vivenciaram uma
maior necessidade de ter um acompanhamento psicológico, as respostas demostraram que,
36,8% das participantes relataram sentir maior necessidade do acompanhamento psicológico
durante todos os períodos da gestação. Similarmente a isto, Melo et al. (2023) considera que o
período perinatal (gravidez e primeiro ano após o parto), são momentos considerados de alta
21

vulnerabilidade em relação a saúde metal das mulheres, sendo que de cada sete mulheres
perinatais uma delas acaba experenciando um aumento de suas angústias, ansiedade ou
depressão.
Outras, 21,1% das mulheres desta pesquisa, relataram que em nenhum dos períodos
sentiram essa necessidade e 21,1% sentiram uma maior necessidade do acompanhamento
psicológico durante o período de puerpério. A mesma questão apontou que, 10,5% sentiram
maior necessidade no primeiro trimestre e 10,5% no terceiro trimestre, reforçando que na
perspectiva e/ou na vivência das participantes sobre se ter um acompanhamento pré-natal
psicológico durante o período em que se encontram, foi observado a correlação entre ambas
as respostas afirmativas, o que reforça a investigação positiva desta pesquisa.
Considerando sobre a problemática que fez a maioria das participantes relatarem fazer
ou quererem fazer o acompanhamento psicológico durante o ciclo gravídico-puerperal,
analisamos então, as sintomatologias emocionais que aconteceram ou mais acontecem durante
este ciclo para as participantes: Mudanças de Humor 55,6%, episódios de ansiedade 61,1%,
solidão 22,2%, insônia 27,8%, tristezas e choros frequentes 44,4%, perda de memória 44,4%,
medo 44,4% e outros sintomas 5,6%.
Essa questão era um modelo de pergunta de múltipla escolha, deste modo, as
participantes poderiam selecionar mais de uma questão que se conectasse com as suas
questões emocionais conforme o período em que se encontram, dessas porcentagens 22,2%
das participantes responderam sentir todas as sintomatologias citadas na pergunta. Os
sintomas que mais apareceram foram sintomatologias frequentes que acompanham as
mulheres durante o período de gestação, que de acordo com Benincasa et al. (2019) é um
período de transformações, que psicologicamente abrange sentimentos de ansiedade, culpa,
medo, ambivalência. Já o adoecimento mental no puerpério pode ser descrito por
(ANDRADE et al., 2017) por ter sintomatologias de mudança repentina de humor, ansiedade
e sintomas depressivos.
Embora, estes sintomas tenham maior ou menor intensidade dependendo de cada
mulher e o período em que se encontram, são sintomatologias que podem se tornar
recorrentes, transformando-se em um adoecimento maior e que podem precisar de ajuda
profissional para amenização dos sintomas. Para Bittencourt e Moura (2022) é necessário ter
um olhar de cuidado para a saúde mental das mulheres no ciclo gravídico-puerperal,
trabalhando para a prevenção do adoecimento psíquico, que pode levar a depressão, baby
blues, ansiedade, transtorno de pânico, entre outras patologias.
22

Partindo deste ponto, a tabela 8, categoriza o que as mulheres desta pesquisa fazem
para amenizar os sintomas emocionais do período em que estão do ciclo gravídico-puerperal.
Tabela 8- Categorização do que as mulheres gravidas ou puérperas desta pesquisa fazem para
amenizar as sintomatologias emocionais que estão vivenciando.
Respostas Frequência Percentual%
Converso com o bebe 7 36,8%
Converso com o psicologo(a) 5 26,3%
Vou ler ou assistir tv 5 26,3%
Converso com a familia 5 26,3%
Durmo 5 26,3%
Faço exercicios, caminhadas entre
outros. 3 15,8%
Converso com o grupo de pré-natal
psicologico (a) 0 0,0%
Nenhuma das opções acima 3 15,8%
Fonte: Pesquisa de campo desenvolvida pela autora, 2023.

A tabela 8, aponta que 36,8% das participantes retaram conversar com o bebê para
amenizar os sintomas, (n=5) relatam conversar com psicólogo(a) e outras (n=5) conversar
com a família, ou seja, aparentemente a comunicação através da conversa é um meio eficiente
para amenização dos sintomas das participantes, mesmo que no caso das conversas com o
bebê, não se tenha uma resposta verbal ainda.
Outras participantes relataram também, utilizar de atividades, como leitura, assistir
televisão (n=5), dormir (n=5), fazer exercícios, caminhadas entre outros (n=3). Sendo que
(n=3) das participantes relataram também que não fazem nenhuma das opções citadas na
questão, e não foi possível descrever que outros métodos essas (n=3) participantes fazem para
amenização dos sintomas, tendo em vista que era uma questão fechada. Sendo assim,
verificamos que a maioria das participantes procuraram amenizar suas sintomatologias
emocionais através da fala, escuta e exercitando atividades de lazer o que pode representar
que a maioria delas reconhecem seus sintomas emocionais estressores e fazem o enfretamento
através principalmente da fala. De acordo com Bittencourt (2023) momentos intensos de
estresse podem aumentar possíveis riscos de doenças perinatais mentais, portanto, lidar com
os estressores de modo eficaz é um modo de proteção à saúde mental.
Partindo do princípio que na maioria das vezes, a gestação ou puerpério de uma
mulher é acompanhada por pessoas próximas dela que formam uma base de apoio durante o
ciclo, 76,7% das participantes, afirmaram ter rede de apoio sendo está formada por: mãe, pai,
irmã, marido/e ou esposo, tia, sogra (o), bisavós do bebê e cunhados. Ou seja, a rede familiar
23

aparentemente predomina como sendo um meio de assistência das participantes, além dos
profissionais que as acompanham.
Discorrendo sobre essa assistência, para Silva e Barbosa (2020) o psicólogo perinatal
trabalha ajudando nas questões emocionais das gestantes e puérperas, juntamente orientando
suas redes de apoio. O que possivelmente pode ser um guia para as pessoas pertencentes à
rede de apoio da mulher, para ajudar a gestante ou puérpera a aliviar suas angústias
emocionais. Foi identificado também que, de 19 participantes da pesquisa, 17 responderam
esta questão, sendo que, 25,3% responderam que não tem rede de apoio e outras duas
participantes não responderam esta questão. Este fato pode retratar a essencialidade de olhar
para essas mulheres que não possuem rede de apoio e reforçar através de outros estudos a
urgência de acessibilidade ao pré-natal psicológico como meio de apoio a elas. Segundo
Ferrari et al. (2023) a falta de presença de uma rede de apoio no puerpério torna esse período
ainda mais difícil, gerando uma maior necessidade do acompanhamento psicológico.
Paralelamente a isso para Ceravolo (2019) o psicólogo pode trabalhar inclusive de
forma preventiva nos momentos antecedentes ao parto, dando uma assistência emocional para
a gestante e suas redes de apoio. Concretizando o que foi analisado até este ponto da
pesquisa, de acordo com a análise dos dados, vimos que as mulheres perceberam a
importância de se ter um acompanhamento psicológico. Para compreender um pouco mais a
subjetividade das gestantes e puérperas sobre o ciclo gravídico-puerperal é necessário
averiguar o quadro 9 que categoriza, quais foram e quais estão sendo os maiores desafios que
a maternidade trouxe para a saúde mental das participantes até agora.

Quadro 9- Desafios que a maternidade trouxe para a saúde mental das participantes até o
momento.

Categorização Palavras chaves

Medo, Mudança de humor, privação do sono, variações de humor,


Sintomatologias emocionais
ansiedade, stress, exaustão.

Privação da vida social, privação das atividades que estava acostumada a


Perda da identidade fazer (trabalhar, cuidar da casa e cuidados pessoais), perda da identidade,
privação generalizada.

Crises alérgicas com coceira no corpo e tosse, conseguir lembrar de


Sintomatologias físicas
tudo(memoria), ficar doente (virose, sinusite, gripe).

Fonte: Pesquisa de campo desenvolvida pela autora, 2023.


24

O quadro 9, demostra que de 19 participantes da pesquisa, 12 delas responderam que


os maiores desafios encontrados foram sintomatologias emocionais (medo, mudança de
humor, privação do sono, variações de humor, ansiedade, stress, exaustão), perda da
identidade categorizadas por (Privação da vida social, privação das atividades que estava
acostumada a fazer (trabalhar, cuidar da casa e cuidados pessoais), perda da identidade,
(privação generalizada, anulação da identidade) e sintomatologias físicas (Crises alérgicas
com coceira no corpo e tosse, perda de memória, ficar doente (virose, sinusite, gripe).
Essas sintomatologias aparentemente se modificam de acordo com o período do ciclo
gravídico-puerperal que as participantes se encontram, para Sarmento e Setubal (2003) o
primeiro trimestre da gestação é um período de ambivalência, medo de aborto, oscilação de
humor (maior irritabilidade), bem como, mudanças físicas caracterizadas por náuseas,
sonolência, alterações na mama, desejos e aversões a determinados alimentos além do
cansaço. Já no segundo trimestre, há uma ansiedade quanto percepção dos movimentos fetais,
alteração dos desejos e do desempenho sexual, entre outros. Segundo os mesmos autores, o
terceiro trimestre é um período de ansiedade pela aproximação do parto (medo da dor e da
morte) comumente ao aumento do incomodo das mudanças físicas, posteriormente ao parto,
vem a ansiedade no puerpério caracterizada por uma maior fragilidade emocional, onde a
mulher continua a necessitar de cuidados como precisava na gestação, neste período a mulher
pode ter sintomas depressivos muitas vezes confundidos com o baby blues.
Com base nestes dados, verificamos que a maioria das sintomatologias emocionais,
citadas acima, se repetem ao longo desta análise de dados e que são congruentes aos sintomas
emocionais e físicos característicos do ciclo gravídico-puerperal das participantes deste
estudo, embora apareça relevantemente a perda da identidade como um dos maiores desafios
para as pesquisadas. Sendo assim, pode-se considerar que o papel dessas mulheres como mãe
está sendo vivenciado com conflitos internos sobre a vida das pesquisadas antes da
maternidade e ao decorrer do ciclo gravídico-puerperal.
Dito isto, o quadro 10 apresenta a percepção das pesquisadas acerca de como o
acompanhamento psicológico pode ajudar as futuras gestantes e puérperas a vivenciarem a
maternidade de uma forma emocionalmente mais saudável, visto que, foi analisado até aqui
como um percussor positivo para ajudar as mulheres deste período considerado difícil.
25

Quadro 10- Percepção das mulheres gestantes e puérperas acerca de como o acompanhamento
psicológico pode ajudar a vivenciarem a maternidade de uma forma mais saudável
emocionalmente.
Categorias Palavras Chaves

Rede de apoio Suporte, preparação, ensinamento, enfrentamento e aceitação.

Insegurança, Culpa, medo, solidão, tristeza, ansiedade, perda de


Lidar com Sintomatologias emocionais
identidade, exaustão mental.

Fonte: Pesquisa de campo desenvolvida pela autora, 2023.

Concluindo a análise dos dados desta pesquisa que iniciaram com 19 participantes
respondendo, percebeu-se que ao longo do questionário nas perguntas consideradas abertas o
número de respostas foi diminuindo o que pode ser ou não um indicador de que algumas das
mulheres desta pesquisa, não se sentiram confortáveis em descreverem como estão se
sentindo durante esses períodos.
Logo podemos verificar que o quadro 10 indica que a percepção de (n=15) das
mulheres acerca de como elas percebem que o acompanhamento psicológico durante o ciclo
gravídico-puerperal pode ajudar as futuras gestantes e puérperas a vivenciarem a maternidade
de uma maneira mais saudável emocionalmente. As palavras: redes de apoio e
sintomatologias emocionais foram caracterizadas como sendo indicadoras de qual é a
perspectiva das participantes deste estudo sobre os sintomas emocionais que frequentemente
são motivadores de angústias no ciclo gravídico-puerperal.
Segundo as participantes os sintomas emocionais podem ser amenizados através do
auxílio de profissionais psicólogos, retratados por elas como uma rede de apoio, uma pessoa
que traz em seu conteúdo suporte e ensinamento. De acordo com Morais (2023) uma escuta
sem julgamento é um facilitador para a mulher ter confiança e falar de sua intimidade, bem
como, ajuda as mulheres a construírem um conhecimento sobre si mesmas, já que a atuação
do pré-natal, fundamentada apenas nas características físicas não são suficientes. Nesse
sentido, podemos considerar que as participantes percebem o acompanhamento psicológico
como uma assistência importante durante o ciclo gravídico-puerperal, que pode ajudar elas e
as futuras gestantes e puérperas a atravessarem as fases gestação e do puerpério de uma
maneira mais tranquila.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
26

Este estudo buscou compreender qual é a importância do acompanhamento


psicológico durante a gestação e após o parto na perspectiva de mulheres gestantes e
puérperas. Os resultados demostraram que as pesquisadas consideram o acompanhamento
psicológico essencial durante a gravidez e puerpério, em virtude das mudanças psíquicas
(perda da identidade, mudanças de humor, ansiedade, tristeza, medo, solidão, exaustão mental
e stress) que ocorrem durante o ciclo gravídico-puerperal. Assim, verificamos que a gestação
e o puerpério são fases repletas de sintomatologias físicas e emocionais características do
ciclo gravídico-puerperal que tornam a maternidade desafiadora para a mulher. Bem como,
para as participantes desta pesquisa que precisam de uma rede de apoio e profissionais
preparados para ajudá-las, neste período.
No entanto, foi observado que apenas cinco dentre as 19 participantes já tiveram
acompanhamento psicológico durante o ciclo gravídico-puerperal, embora todas elas relatem
perceber a importância de se ter um acompanhamento psicológico na gravidez e após o parto.
Algumas delas destacaram também, a necessidade do acompanhamento psicológico
anteriormente ao início da gestação. Portanto, o índice de concordância em relação a
importância do acompanhamento psicológico durante a gestação e após o parto foi
significativamente positivo com base nas respostas afirmativas das participantes ao
questionário online.
Á vista disso, é possível observar que as participantes desta pesquisa estão
vivenciando o período gestacional e puerperal de forma intensa, reforçando o cuidado que as
mulheres destes períodos necessitam, para além do cuidado físico fornecido pelo pré-natal
obstétrico hoje em dia. Considerando; que a maioria das participantes desta pesquisa não
realizaram acompanhamento pré-natal psicológico, é possível ponderar para os futuros
estudos, investigar quais são os motivos que podem impossibilitar as mulheres gestantes e
puérperas a terem o acompanhamento pré-natal psicológico durante o ciclo gravídico-
puerperal, tendo em vista que, nesta pesquisa, houve confirmação da importância do
acompanhamento psicológico durante todo o período gestacional e puerperal.
Em virtude disso, é possível constatar que o método de coleta de dados foi correto ao
ser respondido por um pouco mais da metade do público-alvo que pretendíamos alcançar, por
conseguinte é relevante analisar que algumas participantes aparentemente tiveram preferência
em responder as perguntas fechadas, embora as respostas obtidas nas perguntas abertas
aprofundassem ainda mais suas perspectivas acerca do acompanhamento psicológico para este
estudo.
27

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