PS017-Orientação Educativa e Tutoria - Trabalho Final

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 7

PS017 – ORIENTAÇÃO EDUCATIVA E TUTORIA

TRABALHO DA
DISCIPLINA

Contexto da pesquisa:

“O Centro de Educação Secundária Obrigatória de uma localidade de cerca de 4.500


habitantes é o único de sua categoria e está localizado muito perto da escola pública de
Educação Infantil e Primária. A maioria dos professores é jovem e mais da metade não
moram na localidade. Os alunos apresentam, em geral, vários problemas iniciais que
estão sendo tratados no Departamento de Orientação com diversas propostas de
intervenção:

 Baixo nível de compreensão leitora.


 Falta de estímulo para o trabalho.
 Noção muito rudimentar sobre o que eles querem fazer após o término de seus
estudos.
 Problemas crescentes de convivência, embora não sejam alarmantes.
 Fracasso escolar elevado e existência de muitos alunos que repetem por sala de aula.
 Apenas 10% dos pais participam de tutoria.
Existe, na localidade, uma crescente colônia de imigrantes que escolarizou seus filhos no
centro. O centro conta com 20 deles. Há casos de exclusão por parte de seus colegas.

O prédio foi construído há 12 anos e, em geral, conta com bons equipamentos. Os alunos
possuem computadores portáteis que pertencem ao centro com conexão à Internet,
embora apenas cerca da metade tenham o equipamento em casa. Existem pistas
poliesportivas próprias em muito bom estado e ginásio coberto.

O Departamento de Orientação é administrado por um psicólogo interino. A sala de aula


de Educação Especial possui um professor especialista com muita experiência em
Pedagogia Terapêutica e atende um total de 8 alunos diagnosticados com várias
deficiências.

Os pais vão muito pouco ao centro, embora a Associação de Mães e Pais de Estudantes
(AMPA) esteja muito integrada a ele. A profissão maioritária é agricultor e o nível de
estudos é baixo, com índices alarmantes de analfabetismo funcional, especialmente entre
mulheres que, em mais de 60% dos casos, são donas de casa, embora trabalhem no
período da colheita de azeitona.

A prefeitura da cidade e seus serviços sociais possuem uma boa disposição para
colaborar com o centro”.

1
Lídia Arnosti da Silva

Usuário: BRPSMIPDE5147634

Data: 17 de dezembro de 2023

Orientação Educativa e Tutoria

A presença de um orientador educacional nas unidades escolares ainda é bastante


questionada, pois não se sabe ao certo o enfoque dado às atividades que ele desempenha.
Porém, vários pontos justificam a necessidade de um orientador junto ao corpo diretivo.
Ao lado do professor, o papel do orientador é zelar pelo processo de aprendizagem e
formação dos estudantes, compreender o comportamento e agir de maneira adequada em
relação a eles, ou seja, enquanto o professor se ocupa em cumprir o currículo disciplinar, o
orientador educacional não tem currículo a seguir, ele se preocupa com os conteúdos
atitudinais, o chamado currículo oculto. Nele, entram aspectos que envolvem a formação
permanente das crianças, com valores e a construção de relações interpessoais.
Como parte do corpo gestor da escola, cabe ao orientador educacional articular e
integrar todos os segmentos da comunidade escolar: direção, equipe técnica, professores,
alunos, funcionários e famílias, visando a construção de um espaço educativo ético e
solidário.
Em seu lócus de trabalho, é parte da função do orientador interagir ativamente na
escola, criando condições favoráveis e facilitando a construção de caminhos de forma
coletiva. Para isso, esse profissional deve participar de “todos os momentos coletivos da
escola, na definição de seus rumos, na elaboração e avaliação de sua proposta pedagógica,
nas reuniões do Conselho de Classe, oferecendo subsídios para uma melhor avaliação do
processo educacional” (PASCOAL, p. 121)
Por isso, quando analisamos a situação apresentada no caso em estudo, vemos
muitas variantes que diversificam as práticas de intervenção. Nesse caso, a função do
orientador é analisar as condições da comunidade e buscar práticas que os ajudem a evoluir e
encontrar alternativas para aproveitar o espaço do centro e tudo o que oferece da melhor
maneira. Ele deve levar em consideração que, mesmo numa comunidade tão precária, o uso
de tecnologias não é uma realidade distante, e não deve ser desconsiderada uma vez que
esse recurso aproxima as pessoas e reduz as desigualdades.
A sociedade atual está altamente conectada tecnologicamente e essa grande
variedade de recursos possibilita a comunicação formando assim uma rede integrada de
conhecimento. Essa rede, como fonte de energia, é o que possibilita a evolução da sociedade
de maneira continua e a caracteriza como uma economia baseada no conhecimento e na
informação (apud Flecha e Oliver, 2000).
Para essa comunidade em que grande parte é formada por imigrantes e agricultores, e
que o nível escolar dos pais é tão baixo, é importante que o projeto de intervenção aborde o

2
uso de métodos tecnológicos como prática pedagógica. Nesse ponto, o orientador deve
usufruir desses recursos a fim de se aproximar da comunidade e garantir o máximo de
interação e informação. É perceptível que a inserção de novas tecnologias para a
dinamização do processo de aprendizagem abrirá nossas visões de mundo e possibilitará com
que os alunos conheçam novas oportunidades.
Dessa forma, pretende-se esclarecer quais ferramentas tecnológicas são mais
utilizadas e como estas podem auxiliar o docente a dinamizar sua prática pedagógica. É
importante salientar que a implantação das TIC´s no âmbito educacional não exime o
professor do seu posicionamento como mediador do processo ensino-aprendizagem. Ainda é
por meio dele que o aluno obterá condições de associar os conteúdos aprendidos em sala de
aula com a realidade que está a sua volta, refletindo, criticando, expondo suas opiniões e
gerando novos conhecimentos. Mas não podemos esquecer que os professores necessitam
de atualização contínua dessas novas práticas pedagógicas, buscando aprimoramento,
pleiteando uma capacitação eficiente que atraia e desperte a aprendizagem dos alunos.
Em paralelo a essa função, o trabalho do orientador também passa pela intervenção
social do cidadão quanto ao aspecto da educação, emprego, saúde e bem-estar, outro ponto
que justifica a presença do orientador dentro da escola diz respeito articulação entre escola e
família. Essa mediação garante uma maior participação da família na vida escolar de seu filho,
servindo de elo e contribuindo para que o aluno entenda suas dificuldades e, assim, aprenda
mais facilmente. Mas vale lembrar que a função do orientador não é só apontar os
dificuldades ou procurar os pais apenas quando acontecer problemas disciplinares, mas sim
ser um facilitador, buscando caminhos para que o ambiente escolar seja favorável à
convivência e aprendizagem do aluno.
É fato que a educação vem sofrendo diversas mudanças e a reformulação de
paradigmas educacionais está originando um novo modo de lecionar. A “Pedagogia
Tradicional” está perdendo lugar no âmbito educativo e os educandos estão cada vez mais
íntimos com as ferramentas tecnológicas.
A fim de garantir o pleno desenvolvimento de seu trabalho, o Orientador Educacional
deve planejar sua rotina mantendo uma visão de totalidade. Na prática, seu trabalho precisa
ser pensado, organizado e planejado. Por meio de projetos, pesquisas e planos de ação
devidamente embasados no Projeto Político-Pedagógico, esse profissional poderá oferecer a
seus pares um trabalho contextualizado e organizado, mostrando à escola, seu papel de
parceria na busca de resultados e permitindo uma atuação multidisciplinar.
Um dos objetivos proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais é que os alunos
saibam utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e
construir conhecimentos, por isso, destacamos a utilização de modelos tecnológicos e
partimos da premissa que o computador deve ser usado na educação como máquina e não
somente como uma ferramenta para ensinar, ou seja, é preciso informatizar os métodos de
ensino tradicionais.

3
Diante deste quadro, cabe ao professor intermediar um processo educacional que
integre a utilização de ferramentas tecnológicas e a busca de recursos que despertem o
interesse e a curiosidade pelo conhecimento tendo em vista à melhoria da aprendizagem.
Para tanto, Mercado (2002) aponta que é necessário que o professor desenvolva algumas
competências: conhecimento das novas tecnologias e da maneira de aplicá-las; estímulo a
pesquisa como base da construção do conhecimento; capacidade de provocar hipóteses e
deduções que possam servir de base para a construção e compreensão dos conceitos;
habilidade de permitir que o aluno justifique as hipótese que construiu e as discuta; habilidade
de conduzir análises e conclusões dos grupos a partir de posições ou encaminhamentos
diferentes do problema; capacidade de divulgar os resultados de forma que suscite novos
problemas interessantes à pesquisa.
Jacques Delors (1996), definiu que algumas mudanças na educação do século XXI
devem se embasar em dois grandes eixos.
Aprender a aprender implica em refletir sobre a experiência de aprendizagem e adquirir
as competências para a compreensão, incluindo o domínio dos próprios instrumentos do
conhecimento. Essa aprendizagem é importante também para as relações interpessoais e
capacidades profissionais pois permite compreender melhor o meio social e seus diversos
aspectos e desenvolve o senso crítico e reflexivo frente às situações vivenciadas. Essas
competências são necessárias para que o indivíduo possa se posicionar frente aos inúmeros
desafios do Século XXI.
Outro ponto que Delors destaca é o de aprender a viver juntos. Este eixo implica no
desenvolvimento da capacidade de estabelecer vínculos socioafetivos através da
compreensão do outro, respeitando o próximo e ajudando na cooperação com o ambiente.
Esses eixos buscam modelar os cidadãos e promover, dentro da escola, o
conhecimento que se usará fora dela.
Dessa forma, segundo Valente (2001), o conhecimento de mundo pode ser passado,
por exemplo, por meio de um tutoriais, jogos, exercício, prática ou simuladores.
Os programas tutoriais, por exemplo, são ferramenta de ensino/aprendizagem que
possuem uma instrução programada e permitem que o estudante aprenda de forma mais
dinâmica, uma vez que o computador apresenta materiais com características que não são
permitidas no papel como animação, som e interação no controle, auxiliando o processo de
aprendizagem ao exibir passo a passo o funcionamento de algo.
Já os jogos, por apresentarem elementos lúdicos e de entretenimento para construir e
resolver situações do dia a dia, estimulam o desenvolvimento físico e emocional das crianças
e podem ser uma ferramenta educacional que auxilia no processo de ensino e aprendizagem.
Segundo Gros (2003) é preciso que os jogos tenham objetivos bem definidos para que
desenvolvam habilidades importantes para ampliar a capacidade cognitiva e intelectual dos
educandos.

4
Os exercícios e as atividades práticas são mais voltadas para revisão e memorização
dos conteúdos vistos em sala de aula e podem ser utilizados em complemento ao ensino
tradicional.
Por fim, os simuladores são atividades dinâmicas e simplificadas do mundo real na
qual o aluno consegue testar alternativas, elaborar hipóteses para resolver problemas,
analisar resultados obtidos e redefinir conceitos.
As metodologias de intervenção são inúmeras e o professor pode acompanhar tais
mudanças ao adequar a metodologia aplicada em sala de aula de acordo com a realidade do
aluno. O objetivo é que as experiências possam ser trocadas em um processo significativo de
construção e de reconstrução do conhecimento.
A educação vem sofrendo diversas mudanças. A reformulação de modelos
educacionais está originando um novo modo de lecionar. A “Pedagogia Tradicional” está
perdendo lugar no âmbito educativo e os estudantes estão cada vez mais íntimos das
ferramentas tecnológicas. Mas não podemos esquecer que esses recursos multimídias são
ferramentas úteis que somente terão vantagens quando utilizadas de maneira racional e
estrututrada, aproveitando ao máximo todas as capacidades do educando.
Mas não podemos esquecer que o real motivo dessa intervenção é diminuir um
problema existente na educação, que é a falta de interesse e engajamento dos estudantes
durante as aulas. Por vezes, as aulas são monótonas, desinteressantes aos olhos dos
estudantes. Então, com a utilização e a implantação de ferramentas tecnológicas, em conjunto
com os métodos ativos, os professores poderão ter novamente a atenção dos estudantes e
uma maior participação deles durante as aulas.
Para desenvolver as ações que foram estabelecidas pelo coletivo no Projeto Político-
Pedagógico, é necessário que o Orientador Educacional, juntamente a equipe gestora e os
docentes, tenham um mesmo posicionamento, um mesmo discurso, pois, no momento de sua
execução, esses profissionais são os responsáveis pela orientação do desenvolvimento do
trabalho a fim de se efetivar em sala de aula o que foi decidido em grupo. Todos devem estar
integrados na organização do trabalho educativo. É importante que todos os envolvidos
tenham as mesmas metas para a escola, assegurando o cumprimento da sua função social,
garantindo a aprendizagem do conhecimento para todos os estudantes.
A partir desse ponto de vista, é papel do orientador educacional manter uma relação
construtiva, saudável e comprometida entre a família e a escola e primordial para o
desenvolvimento da educando em sua totalidade. Incluir os pais, os alunos e todo grupo
escolar no projeto pedagógico, garante assim que se tenha um planejamento participativo,
mais segurança e deem mais valor aos saberes a serem conquistados.

5
BIBLIOGRAFIA

APARECIDA Castellani, Cirlene; CROCE, Marta Lúcia. O Projeto Político-Pedagógico e sua


articulação com o planejamento docente. In: _______. (org). Desafios da escola pública
paranaense na perspectiva do professor PDE. V1. Paraná. 2016. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/
2016/2016_artigo_gestao_uem_cirleneaparecidacastellani.pdf. Acesso em: 11 dez. 2023

BORGES, Renato. Prática de orientação educacional. In:_____. Planejamento para projetos.


Disponível em: https://www.professorrenato.com/attachments/article/174/Planejamento
%20para%20Projetos.pdf. Acesso em: 11 dez. 2023

ESCOLA, Nova. Quem é o e que faz o orientador educacional (01 de Março de


2003).https://novaescola.org.br/conteudo/47/quem-e-o-e-que-faz-o-orientador-educacional?
gclid=jwKCAjwqb3BRAVEiwAvwq6ViZP93KOcNlUuprHlotAhtaaux4FczqJ1tUygXlKfYBff5nRBh
g6rxoCRCIQAvDBwE. Acesso em: 13 dez. 2023

COCCO, Vanderléa Maria; PERTILE, Solange. O uso dos softwares educacionais como
auxílio no processo de ensino-aprendizagem da ortografia no 5º ano do ensino fundamental.
Disponível
em:https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/1437/Cocco_Vanderlea_Maria.pdf?
sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 14 dez. 2023.

DE PONTES SILVEIRA QUEIROZ, Joelma. A IMPORTÂNCIA DO USO DA TECNOLOGIA


COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NA SALA DE AULA. CIET:EnPED, São Carlos, maio
2018. ISSN 2316-8722. Disponível em:
<https://cietenped.ufscar.br/submissao/index.php/2018/article/view/102>. Acesso em: 17 dez.
2023.

GOMES, Érica Cupertino. Uso de simuladores para potencializar a aprendizagem no ensino


da física. / Érica Cupertino Gomes, Xaieny Luiza de Souza Oliveira Franco, Alexsandro
Silvestre da Rocha - Araguaína, TO: EDUFT, 2020. Disponível em:
https://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/2431/1/Uso%20de%20simuladores%20para
%20potencializar%20a%20aprendizagem%20no%20ensino%20de%20F%C3%ADsica.pdf.
Acesso em: 14 dez. 2023

MERCADO, L. P. L. (org.). Novas Tecnologias na Educação: reflexões sobre a prática.


Maceió: EDEFAI, 2002.

6
PASCOAL, M. (2006). O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO BRASIL: UMA DISCUSSÃO
CRÍTICA. Poíesis Pedagógica, 3(3 e 4), 114-125. https://doi.org/10.5216/rpp.v3i3e4.10549.
Acesso em: 11 dez. 2023

Você também pode gostar