Resenha de Teoria 2
Resenha de Teoria 2
Resenha de Teoria 2
Faculdade de História
Teoria e Metodologia da História 2
Discente: Auanny Ribeiro dos Santos
RESUMO
O presente trabalho, apresentado em forma de resenha crítica comparativa, busca abordar o
estudo de Umberto Eco em, “Interpretação e superinterpretação”, onde o autor apresenta ao
leitor o âmago da interpretação e seus tipos de abordagens - dentro do limite do que seria
válido ou nulo na atitude de um leitor perante os textos (Santos, 2007). Além disso, a obra
conta com críticas de autores ao livro de Eco e os argumentos do autor em defesa de seus
escritos. Buscaremos também analisar o livro de Hans Robert Jauss, “História da literatura
como provocação à teoria literária”. O autor critica a posição da teoria literária
contemporânea que muitas vezes não engloba e não dá a devida importância a história da
literatura e da estética. Para ele também é necessário a compreensão do processo de evolução
das obras literárias ao longo do tempo.
INTRODUÇÃO
Como evidência Collini (2005), Eco era propriamente adepto e pesquisador da teoria
da comunicação, formado em filosofia, fazia parte desse pensamento dedicado ao estudo da
literatura, assim como Jauss – retornaremos a essa discussão posteriormente.
A atitude de Eco em escolher tal tema como objeto para sua conferência, colocava-se
em um longo e complexo debate internacional a respeito da natureza dos significados e os
limites da interpretação (Collini, 2005). Eco dá ao leitor a função de produtor de significado –
o que em seu próprio livro, é usado como argumento dos críticos.
Em consonância com Eco, o autor de “História da literatura como provocação à
teoria literária”, também dedica-se ao estudo da literatura. Partindo também de uma
comunicação intitulada “O que é e com que fim se estuda história da literatura?”. Se lançando
também contra o estruturalismo que deixou sobre um véu a história da literatura – Eco estava
em certo sentido exposto, a desdobramentos posteriores da crítica a teoria
“pós-estruturalista”. Jauss encabeça a teoria da estética da recepção. Estudou fisiologia do
romance, filosofia e história. Além disso, foi aluno do elaborador da filosofia hermenêutica,
Hans-Georg Gadamer - podemos assim com maior facilidade observar as influências do
“orientador” em suas obras. Apenas a exemplo de como, Jauss pensa a hermenêutica como
forma de compreensão.
A reconstrução do horizonte de expectativa sob o qual uma obra foi criada e
recebida no passado possibilita, por outro lado, que se apresentem as questões para
as quais o texto constituiu uma resposta e que se descortine, assim, a maneira pela
qual o leitor de outrora terá encarado e compreendido a obra. Tal abordagem corrige
as normas de uma compreensão clássica ou modernizante da arte - em geral
aplicadas inconscientemente - e evita o círculo vicioso do recurso a um genérico
espírito da época. Além disso, traz à luz a diferença hermenêutica entre a
compreensão passada e a presente de uma obra, dá a conhecer a história de sua
recepção - que intermedeia ambas as posições - e coloca em questão, como um
dogma platonizante da metafísica filológica, a aparente obviedade segundo a qual a
poesia encontra-se atemporalmente presente no texto literário, e seu significado
objetivo, cunhado de forma definitiva, eterna e imediatamente acessível ao
intérprete (Jauss, 1994, p.35).
De modo geral, Eco (2005) traça limites mais rigorosos para os leitores,
desconsiderando algumas leituras mais do que outras, principalmente no que diz respeito aos
textos acadêmicos com objetivo de formular ponderações críticas. Antes o autor define o que
seria uma boa interpretação e posteriormente a má interpretação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alguns críticos dão ênfase na complexidade dos critérios estabelecidos por Eco
(2005), que podem muitas vezes dificultar a leitura, e mesmo considerá-la inválida,
principalmente quanto às relações que podem ser feitas. Fazendo das obras um uso e não uma
leitura interpretativa. A linha tênue imposta pelo autor entre entrar no próprio texto e
relacioná-lo com outra coisa (Rorty, 2005). A questão principal, é portanto, a necessidade de
separar a utilidade de uma interpretação, seria nossa problemática a Eco. Em consonância
com Rorty, não há critérios que possam manter e preservar a coerência interna de um texto
(Rorty, 2005). Apesar disso, não há porque rejeitar a obra primorosa de Eco (2005), seus
critérios são fundamentais aos estudos acadêmicos para que haja limites criteriosos em
trabalhos desenvolvidos à luz de outros.
Jauss (1994), apesar de desenvolver um estudo mais direto, não deixa aquém a
complexidade e a qualidade. O autor nos ajuda a compreender o papel que as mudanças ao
longo da história podem influenciar na recepção de uma obra. O que há de mais importante
na tese do autor é a devida importância que ele dá à história da literatura. Além disso, Jauss
(1994), revela o papel fundamental da interação entre autor, leitor e obra.
REFERÊNCIAS
JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação à teoria literária. Tradução:
Sérgio Tellaroli. v. 6. São Paulo: Editora Ática, 1994.