Métodos e Técnicas de Pesquisa

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Curso de Pós-graduação a Distância

Métodos e
Técnicas de
Pesquisa

Autores:
Heitor Romero Marques
José Manfroi

Universidade Católica Dom Bosco Virtual


www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335
Objetivo Geral
Possibilitar ao aluno conhecimentos acerca do método científico e dos
caminhos da pesquisa científica, auxiliando-o em seus processos de estudos,
aprendizagens e pesquisas, tanto na vida acadêmica quanto profissional.

SUMÁRIO

UNIDADE 1 – OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA .................................. 04


1.1 Processo de produção do conhecimento ............................................................ 04
1.2 Etapas necessárias no processo de produção do conhecimento ....................... 05

UNIDADE 2 – PESQUISA CIENTÍFICA ................................................................... 08


2.1 Em busca de um conceito de pesquisa .............................................................. 08
2.2 Princípios da Pesquisa Científica........................................................................ 09
2.3 Tipos de Pesquisa .............................................................................................. 10
2.4 Modalidades mais utilizadas em pesquisa .......................................................... 15
2.5 Técnicas para a coleta de dados e informações ................................................. 17

UNIDADE 3 – PROJETO DE PESQUISA ................................................................ 29


3.1 Conceito .............................................................................................................. 29
3.2 Escolha do tema ................................................................................................. 29
3.3 Estrutura do projeto de pesquisa ........................................................................ 30
3.4 Orientações complementares na elaboração do Projeto de Pesquisa................ 39

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 44

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INTRODUÇÃO

A disciplina Métodos e Técnicas de Pesquisa tem por finalidade oferecer


subsídios para quem precisa preparar e executar pesquisa científica, bem como
apresentar os respectivos relatórios. Para tanto, a Disciplina está organizada da
seguinte forma:

Unidade 1- Os caminhos da pesquisa científica. O objetivo da unidade é


apresentar as principais etapas no processo de produção do conhecimento. É
fundamental para todos os que desejam fazer uma pesquisa, saber onde e como
começa; como se estrutura; quem acompanha e orienta; como colher as
informações e dados; o que fazer com eles; e finalmente, como elaborar o texto de
acordo com a normatização científica.

Unidade 2 – Pesquisa científica. Nesta unidade busca-se apresentar os


elementos essenciais da pesquisa científica e conhecer os conceitos de pesquisa
mais relevantes, as diversas modalidades e técnicas de levantamento de dados e
informações.

Unidade 3 – Projeto de pesquisa. Busca compreender e estruturar o projeto


de pesquisa. O processo de produção do conhecimento científico deve ser
planejado em seus mínimos detalhes para que se tenha êxito. Esta unidade vai nos
ajudar a organizar passo a passo o projeto de pesquisa. O tempo gasto na
elaboração do projeto é muito precioso e dará frutos no posterior desenvolvimento
da pesquisa.

Unidade 4 – Orientações e normatizações para redação de textos


científicos. O objetivo desta unidade é demonstrar como se configura os trabalhos
científicos, segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT.

Bom Estudo.

Prof. Dr. Heitor Romero Marques

Prof. Dr. José Manfroi

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UNIDADE 1 – OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA

1.1 Processo de produção do conhecimento

A universidade fundamenta-se no tripé ensino, pesquisa e extensão.


Portanto, pesquisar faz parte de sua formação tanto
em nível de graduação quanto em nível de pós-
graduação. É preciso entender o que é pesquisar,
como pesquisar e por que pesquisar. É
importante perceber que pesquisar exige estudo,
seriedade, persistência, organização, ética,
compromisso social e político, intencionalidade,
criatividade. Além disso, pesquisar deve ser uma
ação prazerosa, pois é livre a escolha da área de
conhecimento, o tema e o grupo a ser pesquisado. Fonte: http://migre.me/2RYdD

Por intermédio da pesquisa científica, poderemos encontrar respostas para


nossas dúvidas e de muitas outras pessoas e, numa ação dinâmica e cheia de
movimento como a própria vida, iremos nos deparar com novas questões e novas
dúvidas que vão, sucessivamente, instigar a curiosidade e a vontade de estudar e
pesquisar cada vez mais.
O ato de pesquisar deve nos tornar mais humildes, pois há muito a estudar e
descobrir; mais solidários, pois as maiores descobertas são frutos do trabalho de
muitos/as pesquisadores/as; mais comprometidos social e politicamente, pois não
pesquisamos para nós, os resultados das pesquisas científicas devem ser de
domínio público e de fácil acesso à população em geral.
Minayo (2014, p. 25-6), professora e pesquisadora da Escola Nacional de
Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz/RJ, adverte:

Diferentemente da arte e da poesia que se concebem na inspiração,


a pesquisa é um labor artesanal, que se não prescinde da
criatividade, se realiza fundamentalmente por uma linguagem
fundada em conceitos, proposições, métodos e técnicas, linguagem
esta que se constrói com um ritmo próprio e particular. A esse ritmo
denominamos ciclo de pesquisa, ou seja, um processo de trabalho
em espiral que começa com um problema ou uma pergunta e
termina com um produto provisório capaz de dar origem a novas
interrogações.

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Entender a lógica deste processo nos permite caminhar com maior clareza e
objetividade na estruturação e elaboração da pesquisa científica.

1.2 Etapas necessárias no processo de produção do conhecimento

Para melhor entendimento da trajetória de uma pesquisa, apresentamos a


seguir, um quadro, no qual se podem identificar as diversas e diferentes atividades
em cada etapa de uma pesquisa.

Quadro 1 – Etapas da pesquisa

ETAPAS ATIVIDADES
1.1 Seleção do tema e formulação do problema.
1.2 Pesquisa exploratória (É isso mesmo? É viável? É
relevante social, acadêmica e pessoalmente? Existe
bibliografia disponível? Professor/a orientador/a?).
1.3 Definições sobre a pesquisa/delimitação do tema:
1 Definição do tema e caracterização minuciosa do grupo a ser pesquisado /
elaboração do Projeto de instituição / espaço geográfico etc.
Pesquisa
1.4 Levantamento da(s) hipótese(s) que levem à
solução/ explicação do problema.
1.5 Revisão bibliográfica inicial que garanta suporte
teórico para o desenvolvimento do tema.
1.6 Indicação dos recursos metodológicos.
2.1 Escolha do/a professor/a orientador/a.
2.2 Discussão do tema escolhido com o/a orientador/a.
Verificar a viabilidade e a relevância da pesquisa.
2.3 Revisão do Projeto de Pesquisa.
2 Definição do/a
orientador/a e redefinição 2.4 Reescrita do Projeto (se exigido pelo/a
do tema (sendo orientador/a).
necessário) 2.5 Definição do cronograma de orientação e de
atividades a desenvolver (datas de orientação e
pesquisa; prazos de entrega de material escrito).
2.6 Elaboração do plano de trabalho (sumário provisório
/ capítulos ou partes).
3.1 Escolher o tipo de pesquisa que melhor se ajuste
ao objeto em estudo.
3 Definição do tipo de 3.2 Recursos metodológicos: escolher um ou mais de
pesquisa, seleção, acordo com a pesquisa a ser realizada, como por exemplo:
construção e aplicação questionário, roteiro de entrevista, roteiro de observação
dos instrumentos de sistemática, roteiro de estudo de caso, filmagem, registro
coleta de dados fotográfico, preparo de materiais para experimentos, roteiro
para dinâmicas de grupos e intervenções, roteiro de
seminários, etc.

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4.1 Classificação e organização das informações
coletadas.
4.2 Tratamento estatístico dos dados (quando for
necessário).
4 A análise dos dados 4.3 Estabelecimento das relações existentes entre os
dados: análise qualitativa e análise quantitativa.
4.4 Análise dos dados tendo como referência a teoria
escolhida. Discussão dos achados com a teoria.

5.1 Estrutura provisória do relatório de pesquisa.


5.2 Apresentação ao/a orientador/a.
5.3 Qualificação (quando exigida).
5.4 Redefinição do trabalho com o/a orientador/a.
5.5 Redação provisória.
5.6 Revisão de português e de normas técnicas.
5 A elaboração escrita
5.7 Redação final.
5.8 Preparação da defesa (quando exigida).
5.9 Defesa oral (quando exigida).
5.10 Redação definitiva a partir das sugestões/
exigências (obrigatório) da Banca.
5.11 Entrega final e revisada do trabalho de pesquisa.
Fonte: Adaptado de Pádua (1997).

A estrutura do quadro acima serve de guia no processo de organização e


produção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Exercício 1

1 A função da Universidade é a pesquisa, pois é com ela que damos suporte


ao ensino e à extensão.
a) Verdadeiro
b) Falso

2 A pesquisa é uma atividade acadêmica para a pós-graduação, pois a função


da graduação é o ensino e a formação básica do aluno.
a) Verdadeiro
b) Falso

3 Segundo Minayo (2014), o ciclo da pesquisa é um trabalho em espiral que


inicia com uma pergunta e termina com um produto provisório capaz de
desencadear novas interrogações.
a) Verdadeiro
b) Falso

4 As etapas do processo de produção do conhecimento, segundo Pádua


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(1997), na ordem lógica são: Definição do tema e elaboração do projeto;
escolha do orientador; seleção do tipo de pesquisa, escolha dos instrumentos
e coleta de dados; elaboração escrita; análise dos dados.
a) Verdadeiro
b) Falso

5 O orientador pode sugerir alterações no projeto e o orientando, por sua vez,


deve procurar atender o que lhe está sendo solicitado.
a) Verdadeiro
b) Falso

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UNIDADE 2 - PESQUISA CIENTÍFICA

2.1 Em busca de um conceito de pesquisa

Compreender conceitualmente um fato, um fenômeno ou um objeto nos


ajuda no momento em que temos que fazer aplicações práticas, como é o caso da
pesquisa científica. Nesse sentido, Minayo (2014, p. 17-8), afirma que:

Entendemos por pesquisa a atividade básica da Ciência na sua


indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a
atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo.
Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula
pensamento e ação. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um
problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida
prática (grifo nosso). As questões da investigação estão, portanto,
relacionadas a interesses e circunstâncias socialmente
condicionadas. São frutos de determinada inserção no real, nele
encontrando suas razões e seus objetivos.

Também, no sentido conceitual Barros e Lehfeld (1990, p. 87-9), salientam


que:

[...] para que a pesquisa receba a qualificação de Pesquisa


Científica, deve caracterizar-se através da efetivação de um
processo que, mediante a aplicação da Metodologia Científica e de
técnicas adequadas, procura obter dados fiéis, objetivos, relevantes
para se conhecer e compreender um dado fenômeno. [...]. A
pesquisa é um processo reflexivo, sistemático, controlado e crítico
que nos conduz à descoberta de novos fatos e das relações entre as
leis que regem o aparecimento ou ausência dos mesmos. O espírito
científico não é inato. A sua edificação e o seu aprimoramento são
conquistas que o universitário vai obtendo ao longo de seus
estudos, da elaboração de trabalhos acadêmicos e pesquisas
científicas. Sabe-se que todo trabalho de pesquisa requer
imaginação criadora, iniciativa, persistência, originalidade e
dedicação do pesquisador. Porém, todo estudante que vá aos
poucos criando hábitos sistematizados de estudo, de montagem de
documentação, percorrerá as fases do método de pesquisa sem
grandes dificuldades. Na verdade, a Pesquisa Científica não pode
ser fruto da intuição do indivíduo, exigindo a admissão de
procedimentos metodológicos e de técnicas, como já foi dito. O
método deve ser visto como orientador e indicador de um caminho e
não como roteiro formal que conduz a resultados automáticos.

Para Santos (2000, p.15), “A pesquisa científica pode ser caracterizada como
atividade intelectual que visa responder às necessidades humanas”.
Muitos outros entendimentos sobre a pesquisa científica poderiam ser

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apresentados, visto que o termo em si é polissêmico, qual seja, apresenta diversos
conceitos.

2.2 Princípios da Pesquisa Científica

Podemos destacar como princípios da Pesquisa Científica, os seguintes:


a) Precisão: O autor deve ser preciso em suas pesquisas, tanto para ganhar
tempo em seu trabalho, quanto para que seu texto seja útil. Evitar a dispersão muito
comum quando o aluno faz os primeiros resumos bibliográficos e é atraído por
variadas obras e enfoques temáticos. O pesquisador não deve alargar, mas
restringir e aprofundar o tema, evitando desdobramentos que são interessantes,
mas não são essenciais.
b) Exaustão: refere-se ao esgotamento não do autor, mas da pesquisa.
Todas as obras consultadas devem ser revisadas em sua totalidade, não apenas
num item do sumário que se consagra precisamente ao tema da pesquisa. Outros
títulos e subtítulos podem conter preciosas informações e reflexões sobre o tema de
pesquisa.
c) Clareza: O aluno pesquisador não pode escrever para si mesmo, nem
para o orientador. Sua obra será acessível ao público na Biblioteca da
Universidade, ou talvez, será parcial ou
totalmente publicada. Portanto, o texto
deve ser inteligível para todo o leitor que
reúna um mínimo de conhecimentos
ligados ao tema. A clareza dependerá
também do plano de trabalho (ou projeto).
O texto não fluirá quando o plano de
trabalho não for bem feito. A rigor
ninguém escreve bem se não sabe o que
exatamente deseja escrever.
Fonte: http://migre.me/2S0IF

d) Contextualização da informação coletada: o aluno deve perceber a


escola, ou corrente de pensamento a que pertence o autor consultado, conhecer
propostas que ele eventualmente apresente. Toda fonte deve ser explorada ao

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máximo. Mesmo que esse procedimento pareça trabalhoso, muito mais desgastante
será retornar à fonte quando, durante a redação do texto final, percebe-se a falta de
consistência nas informações ou subsídios coletados.
e) Anotação das referências bibliográficas: todas as obras consultadas
devem ser inteiramente relacionadas, inclusive o número da página onde se
encontra a informação ou comentário. Todos os dados que merecem ser citados
devem ser copiados com cuidado, rigorosamente da forma como foram escritos.
Tais anotações mostrar-se-ão preciosas no momento da redação dos resultados da
pesquisa.
f) Austeridade: o trabalho científico dispensa floreios. As frases não devem
ser longas, primando-se pela clareza. Na dúvida entre um termo rebuscado e uma
expressão clara, a escolha deve repousar sobre a segunda, sem remorsos. Por
outro lado, todo termo técnico deve ser acompanhado de uma definição, apoiada
por uma referência fidedigna.
g) Espírito científico: os fatos e dados não podem ser distorcidos em
hipótese nenhuma. Devemos zelar e respeitar escrupulosamente a verdade,
cultivando a honestidade e não cometendo o plágio. O pesquisador deve construir
as suas próprias opiniões e afirmá-las na conclusão depois de ter demonstrado os
respectivos fundamentos ao longo do trabalho.
Ainda sobre o espírito científico Cervo e Bervian (2007, p.17), afirmam que:

O aluno deve dotar-se de um 'espírito científico', que se traduz no


senso de observação, no gosto pela precisão e pelas ideias claras,
na imaginação ousada, mas regida pela necessidade da prova, na
curiosidade que leva a aprofundar os problemas, na sagacidade e o
poder de discernimento.

Os princípios acima citados, uma vez observados com isenção e rigor,


certamente ajudarão para atingirmos um grau de excelência no universo da
pesquisa.

2.3 Tipos de Pesquisa

O quadro que segue ajuda a entender melhor este universo:

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Quadro 2 - Tipos de pesquisa
Exploratória: quando se aproxima do tema pela primeira vez, com
finalidade de se chegar ao problema específico e estabelecer hipóteses,
com vistas a estudos posteriores.
Descritiva: quando se faz descreve e caracteriza fenômenos e populações,
estabelecendo relações entre variáveis intervenientes e fatos.
Quanto aos Explicativas: quando se explicam as causas, os porquês dos fatos.
objetivos Experimental: quando a situação de investigação é controlada
externamente e intencionalmente; levantamento, que coleta
informações/opiniões diretas de um grupo sobre determinado assunto.
Outros exemplos: análise de conteúdo, analítico, avaliação, censitário,
clínico, ex post facto, história de vida, história oral, levantamento, painel,
piloto, psicodrama, semiótica, sociodrama.
Participante: é pesquisa qualitativa, nas investigações etnográficas e
sócio-educacionais, com plena participação do pesquisador na
Quanto à comunidade pesquisada.
participação
Pesquisa-ação: é pesquisa qualitativa, realiza ações com o objetivo de
do
colher dados e informações.
pesquisador
Empírico-analítica: o pesquisador mantém distância estratégica do objeto
de pesquisa, buscando não se envolver com as variáveis intervenientes.
De campo: quando se coleta dados primários, diretamente na fonte, quer
qualitativa quer quantitativamente (campo no sentido genérico)
De laboratório: é um tipo particular de pesquisa de campo, com
interferência artificial e controlada.
Quanto à Bibliográfica: coleta dados secundários, mediante consulta em textos já
coleta de existentes, como livros, artigos científicos, monografias, dissertações,
dados teses etc.
Estudo ou análise documental: coleta dados primários, mediante
exames de documentos de forma geral.
Estudo de caso: consiste no estudo de determinados indivíduos,
profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades.
Qualitativa: é aquela cujos dados não são passíveis de serem
matematizados, mediante aplicação da estatística para elaboração de
tabelas e gráficos.
Quantitativa: é aquela cujos dados podem ser matematizados, ou seja, a
Quanto à análise é feita mediante tratamento estatístico, com elaboração de tabelas
abordagem e gráficos.
Diagnóstica: é aquela que envolve conhecer como é ou está o objeto de
estudo.
Prognóstica: é aquela que visa conhecer o objeto de estudo em uma
perspectiva futura, reconstituindo o todo anteriormente diagnosticado.

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Analítico: analisar em sentido etimológico significa decompor, fragmentar.
Então, por este método se decompõe o objeto de estudo em suas partes
constituintes e busca-se compreender como essas partes se articulam
entre si. Vai, pois do todo às partes, ou seja, do geral para o particular.
Sintético: vai-se das partes ao todo, recompondo-o.
Indutivo: em sentido de dicionário induzir significa tirar de, arrancar,
sacar. Então, neste método se vai da amostra [particular, concreto] para o
abstrato [geral], com vista à generalização.
Dedutivo: vai-se do geral para o particular, do abstrato para o real.
Significa aplicar em [algo particular]. Vai da norma [geral] para o fato
[particular], numa cadeia de raciocínio em conexão. É o caminho da
consequência.
Hipotético-dedutivo: é considerado lógico por excelência, muito usado
no universo das ciências naturais. A partir de um problema de pesquisa se
Quanto ao estabelece uma hipótese e a partir disso se desenvolve todos os demais
método procedimentos de pesquisa.
Cartesiano: refere-se aos estudos de René Descartes, cujos princípios
básicos são os seguintes: 1. Duvidar sempre do conhecimento, 2. Regra
da análise – dividir [decompor] o todo [dificuldade] em partes cada vez
menores, 3. Regra da síntese: conduzir [recompor] os pensamentos
partindo dos objetos [coisas] mais simples para as mais complexas
[ordenar], 4. Regra da evidência: não aceitar nada como verdadeiro sem
ser reconhecido como tal pela evidência, 5. Regra da verificação [revisão]
– fazer enumerações completas para nada omitir e voltar ao momento
inicial de dúvida [dúvida metódica].
Dialético: Parte da necessidade da indução e da dedução para o
raciocínio, caracterizando-se por ser entendido como a conciliação dos
contrários. F. Hegel foi quem definiu suas regras [três momentos]: 1 Tese:
[afirmação], 2. Antítese [negação] e 3. Síntese. Aqui a síntese é entendida
como resultado do confronto dos dois momentos anteriores, que não
marca uma parada definitiva, mas suscita uma nova negação.
Fonte: Marques (2014)

Para que se compreenda melhor, vamos detalhar um pouco mais alguns


tipos de pesquisa, independente de classificação, como seguem.

2.3.1 Pesquisa bibliográfica


Procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em
documentos. Pode apresentar-se como trabalho científico original. Neste sentido,
temos as monografias, dissertações e teses ou resumos de assuntos, que é o
primeiro passo da investigação.
Pela sua característica eminentemente bibliográfica, o pesquisador deverá
assumir uma atitude crítica durante a leitura dos documentos ou livros, buscando
delinear com clareza o referencial teórico a ser adotado, seja na elaboração do
plano de trabalho, seja na seleção dos autores.

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Para desenvolver uma pesquisa puramente bibliográfica, é preciso ser um/a
leitor/a atento/a, capaz de identificar as ideias defendidas por um/a autor/a;
estabelecer semelhanças e diferenças entre as ideias de diferentes autores/as
sobre um mesmo tema; ter uma boa capacidade de redação textual. No entanto, é
importante saber que a revisão bibliográfica deve fazer parte de qualquer trabalho
científico para que se desenvolva o trabalho a partir do que existe de mais recente
na área de conhecimento na qual o tema de pesquisa se insere.

2.3.2 Pesquisa de campo


Na pesquisa de campo não se manipulam variáveis, isto é, tomamos os
dados como eles se apresentam na natureza, procurando descobrir, com a precisão
possível, a frequência com que o fenômeno ocorre, sua relação e conexão com
outros fenômenos, sua natureza e características.
A pesquisa de campo trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria
realidade. Neste tipo de pesquisa é essencial a
utilização do caderno ou diário de campo no qual
se irão anotar todos os detalhes observados, as
dúvidas, e sentimentos em relação ao que se viu
e vivenciou, indicações de leituras necessárias e
correlação com outros fatos, etc.
Fonte: http://migre.me/2S1Lh

A pesquisa de campo pode fundamentar-se em qualquer tipo de fonte que


registre a presença de indivíduos ou grupos (monumentos, fotografias, pinturas,
arquivos institucionais ou pessoais, cartas etc.).
O trabalho de campo traz excelentes contribuições para a pesquisa, pois
pode produzir estatísticas importantes que permitam a avaliação dos efeitos de
ações já desenvolvidas ou em desenvolvimento. Pode também complementar uma
dada abordagem teórica com informações originais, devidamente referendadas
pelos dados “fenomênicos” apresentados e recolhidos da realidade.
A pesquisa de campo é empírica por natureza e se funda na observação que
se faz diretamente dos fatos ou na indagação concreta das pessoas envolvidas ou
interessadas no tema.
A vida profissional, se prestarmos atenção, é um grande laboratório que abre
inúmeras oportunidades para a pesquisa de campo.
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Quando os dados necessários não se encontram em arquivos, mas devem
ser produzidos, é necessária a elaboração de instrumentos de investigação. Há
diversas formas de coleta de dados, sendo mais comuns as entrevistas, os
questionários e formulários, a história de vida, o depoimento, o relato de vida, a
observação, etc. Destacam-se algumas modalidades de pesquisa de campo, a
saber:
1. Estudo de caso: pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo
ou comunidade para examinar aspectos variados de sua vida. Deve buscar
detalhes, particularidades.
2. Pesquisa de opinião: procura saber atitudes, pontos de vista e preferências
que as pessoas têm a respeito de algum assunto.
3. Levantamentos: recolhem dados de um número relativamente grande de
casos num momento dado.
4. Estudo ou análise documental: como dito no quadro acima, este tipo de
pesquisa se dá mediante análise de documentos, gerando dados primários.
A rigor é um tipo de pesquisa que se enquadra entre a pesquisa de campo e
a revisão bibliográfica. Em muitos casos os documentos estão arquivados em
bibliotecas, em repartições públicas e entidades.

2.3.3 Pesquisa experimental


Quando utilizada com seres humanos e
animais deve ter autorização do Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade.

Fonte: http://migre.me/2S2zM
Segundo Baruffi e Climadon (1997), a pesquisa experimental caracteriza-se
por manipular e controlar variáveis relacionadas com o objeto de estudo,
oportunidade em que o pesquisador buscar estabelecer relações de causalidade.
Barros e Lehfeld (1990, p. 94), explicam de forma mais detalhada os
elementos diferenciadores da pesquisa experimental.

A investigação experimental - conhecida também por


experimentação - adota o critério de manipulação de uma ou mais
variáveis independentes (causas), sob adequado controle, a fim de
observar e interpretar as modificações e reações ocorridas no objeto
de pesquisa (efeito-variável dependente). Assim sendo na pesquisa
experimental o investigador interfere na realidade, fato ou situação
estudada através da manipulação direta das variáveis. Nos estudos
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experimentais clássicos era costume estudar a relação de uma
única variável com o objeto enfocado (causa-efeito). Hoje é
frequente estudar a relação de uma ou mais variáveis nos limites de
um único experimento, observando-se as inter-relações e graus de
intensidade, de influência das variáveis entre si.

A pesquisa experimental é também muito utilizada no universo da


farmacologia em que elementos ativos são testados no sentido de se conhecer os
efeitos que podem causar nos organismos vivos.

2.3.4 Pesquisa-ação
O/a pesquisador/a desempenha papel ativo no equacionamento dos
problemas encontrados, não só faz a investigação, mas procura desencadear ações
e avaliá-las com a participação da população envolvida. Thiollent (1982, p.10),
explica com mais detalhes esta modalidade.

É um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e


realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução
de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os
participantes da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo.

Esta forma de pesquisa é aconselhável para os pesquisadores que estão


com um bom grau de engajamento com o grupo envolvido no processo da
pesquisa.

2.3.5 Pesquisa de intervenção


É uma pesquisa em que coexistem a investigação e o desenvolvimento de
ações que visam minimizar os problemas existentes ou a aplicação de atividades
que exigem uma avaliação inicial (pré-teste) e uma avaliação final (pós-teste) para
averiguar qual a influência das mesmas sobre a população pesquisada. Difere da
pesquisa-ação, pois não exige que os participantes tenham uma ação consciente
durante a intervenção ou que participem das decisões.

2.4 Modalidades mais utilizadas em pesquisa

Apesar destas modalidades anteriormente descritas, em grande parte das


áreas de conhecimento, a pesquisa acomoda-se dentro destas modalidades,
adquirindo uma caracterização própria. Vejamos.
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2.4.1 Compilação ou “estado da questão” ou “estado da arte”
Escolhido um tema, o aluno parte em busca de
toda a literatura e produção científica sobre a referida
temática, tanto em âmbito nacional quanto
internacional.
Embora útil, porque a pesquisa revela o estágio
em que se encontra a compreensão ou o debate sobre
o tema em determinado momento e lugar, esta
modalidade oferece vários riscos:
Fonte: http://migre.me/2S3aN
a) Transformar o trabalho numa colagem.
b) Não dar conta da leitura das últimas publicações sobre o tema. Por isso, a
revisão bibliográfica deve ser mantida até o final da pesquisa.

2.4.2 Análise de texto


A obra de um autor em seu conjunto ou apenas numa de suas partes, enseja
uma investigação, seja por sua originalidade, seja pela contribuição que traz à
elucidação de um tema, ou para discutir uso de seus conceitos etc.

2.4.3 Estudo comparativo


A expressão “estudo comparativo” está ligada ao “estudo comparado”,
devendo ser reservada à correlação de fenômenos que se passam de um lado e de
outro entre duas experiências ou concepções diferenciadas.
O pesquisador age como um intérprete que procura tornar inteligível outra
realidade e outra forma de conceber determinado fenômeno.

2.4.4 Estudo histórico


Aqui, os conhecimentos estão indissociavelmente associados aos históricos,
numa construção interdisciplinar de grande valia para a área de conhecimento em
foco. Conhecer a história mostra-se essencial para a compreensão do problema da
pesquisa em questão. Quando o objeto escolhido é local, o aluno deve revelar
especial vocação para pesquisa em arquivos ou para colher depoimentos. Deve
reforçar sua base de história geral, regional e local para bem contextualizar os
elementos da pesquisa.

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2.5 Técnicas para a coleta de dados e informações

São aplicadas após delimitar o tema da pesquisa, o grupo ou instituição a ser


estudado, o tipo de pesquisa que será desenvolvida, e, dependendo do tempo e dos
recursos financeiros que se possui, é o momento de decidir quais técnicas serão
utilizadas para coletar os dados e as informações necessários ao desenvolvimento
de seu trabalho.
Caso se possua pouco tempo e o grupo a ser investigado é letrado, poder-
se-á optar pelo questionário. No entanto, caso se queira obter dados e informações
mais detalhados, talvez a entrevista e a observação possam ser mais indicadas.
Portanto, para se ter clareza na escolha de uma ou mais técnicas de coleta de
dados e informações, é preciso saber que não existe uma técnica melhor do que a
outra, o importante é conhecer o grupo a ser pesquisado por meio de uma pesquisa
exploratória, saber os objetivos e as perguntas que pretende responder com a
pesquisa, bem como o tempo e as condições materiais que possui para efetivá-la.

2.5.1 Questionário ou formulário

O questionário e o formulário são


instrumentos muito usados para o
levantamento de informações. Diferenciam-se
apenas no que se refere a sua aplicação.
O questionário é preenchido pelo próprio
entrevistado e o formulário é preenchido
indiretamente, isto é, pelo entrevistador.

Fonte: http://migre.me/2S4dr
O pesquisador, ao elaborar os seus questionários, deve ter a preocupação de
determinar a sua extensão, o conteúdo, a organização e a clareza de apresentação
das questões a fim de estimular o informante a responder.
É aconselhável que o questionário não exija muito mais de 10 a 20 minutos
para ser respondido. Um questionário muito extenso é desmotivador e pode
condicionar respostas rápidas e superficiais do informante.
Os questionários remetidos pelo correio devem trazer todas as instruções do
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pesquisador que motivem o informante a expressar-se com clareza e profundidade,
demonstrando em si um apelo ao leitor. Nelas o pesquisador deve esclarecer o que
é a pesquisa, seus objetivos e destino final. Ela deve ser breve, porém, conter todas
as instruções necessárias para o preenchimento do questionário, garantindo o
anonimato. A linguagem utilizada no questionário deve ser simples e direta para que
o respondente compreenda com clareza o que está sendo perguntado.
Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por
causa das características de linguagem do grupo (grupo de surfistas, grupos de
usuários de drogas, por exemplo).
Todo questionário deve passar por uma etapa de pré-teste, num universo
reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de formulação.

a) Estrutura textual do questionário


O questionário deve ter uma carta de apresentação (quando for enviado pelo
correio) ou um parágrafo inicial (quando entregue em mãos) que contenha: a
identificação da instituição e do pesquisador; a proposta da pesquisa; as instruções
de preenchimento; as instruções para devolução; um incentivo para o
preenchimento; um agradecimento pela colaboração. Sempre que possível deve-se
evitar a identificação do nome do respondente para não inibir determinadas
respostas. Outros tipos de identificação: tipo idade, escolaridade, gênero etc.
podem e devem ser solicitados.
Outro fator que pode colaborar para a escolha pela aplicação de
questionários diz respeito ao custo. O questionário custa menos para o pesquisador
do que as entrevistas. Barros e Lehfeld (1990), afirmam que o questionário
apresenta, como todo instrumento de pesquisa, suas vantagens e limitações. A
vantagem maior diz respeito à possibilidade de se abranger um grande número de
pessoas. Segundo os autores,

É um instrumento muito útil para certas pesquisas em que se


procuram informações de pessoas que estão geograficamente muito
dispersas. [...] Por exemplo, posso distribuir questionários, de uma
só vez, para todos os elementos que participam de uma reunião
num congresso ou numa sala de aula (BARROS, LEHFELD, 1990,
p. 50-1).

O questionário é um dos instrumentos mais universal e mais democrático. No


entanto, o segredo está na estruturação e no direcionamento que é dado ao

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construí-lo. Veremos a seguir.
b) Tipos de perguntas (de acordo com o tipo de respostas que
suscitam)
O questionário pode possuir perguntas fechadas (mais fáceis de mensurar),
perguntas abertas ou a combinação dos dois tipos.
1. Questões fechadas:
- apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas, como, sim ou
não, certo ou errado.
Exemplo: Após concluir o curso você pretende atuar na área de formação?
( )sim ( )não ( )talvez

- apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas do tipo múltipla


escolha.
Exemplo: Renda familiar:
( ) menos de 1 salário mínimo.
( ) 1 a 3 salários mínimos.
( ) 4 a 6 salários mínimos.
( ) 7 a 11 salários mínimos.
( ) mais de 11 salários mínimos.
2. Questões abertas: permitem ao informante responder livremente com frases
ou orações. Exemplos:
a) Qual a apreciação que você faz da Educação a Distância?
b) Em que medida a Educação a Distância ajuda na disseminação do
conhecimento?
Devem-se evitar questões que suscitam duas ou mais respostas para não se
confundir na análise dos dados coletados. Exemplo: Você é contra, a favor ou
indiferente ao aborto e à prevenção da gravidez?
3. Questões mistas: são aquelas das quais constam alternativas e
possibilidades de resposta livre. Exemplo:
Você é favorável ao esporte de rendimento nas escolas?
( ) sim ( ) não ( ) em parte ( ) Justifique:.......................................
c) Vantagens no uso do questionário.
Todos os instrumentos de coleta de dados apresentam vantagens e
desvantagens. No caso do questionário as vantagens superam as desvantagens.
De acordo com Barros e Lehfeld (1990, p.109-10), existem várias vantagens no uso
do questionário, quais sejam:

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1) O questionário possibilita ao pesquisador abranger um maior número de
pessoas e de informações em espaço de tempo mais curto do que outras
técnicas de pesquisa.
2) Facilita a tabulação e tratamento dos dados obtidos, principalmente se o
questionário for elaborado com maior número de perguntas fechadas e de
múltipla escolha.
3) O pesquisado tem o tempo suficiente para refletir sobre as questões e
respondê-las mais adequadamente.
4) Pode garantir o anonimato, consequentemente maior liberdade nas
respostas, com menor risco de influência do pesquisador sobre as mesmas.
5) Economiza tempo e recursos tanto financeiros como humanos na sua
aplicação.
d) Desvantagens no uso questionário
Como dito acima, também existem do uso do questionário. A principal
limitação está relacionada com a sua devolução, além do que o grau de
confiabilidade das respostas obtidas pode diminuir em razão de que nem sempre é
possível confiar na veracidade das informações. Outra limitação é o fato de ter-se
de elaborar questionários específicos para segmentos da população a fim de se ter
maior compreensão das perguntas. Outra é que não aplicar questionário a pessoas
analfabetas (BARROS, LEHFELD, 1990, p.110).

2.5.2 Entrevista
A entrevista é uma técnica que permite o relacionamento entre entrevistado e
entrevistador. Elas podem ser estruturadas e não estruturadas. São estruturadas
quando as questões são previamente formuladas, isto é, o entrevistador estabelece
um roteiro prévio, não há liberdade de alteração
dos tópicos ou para fazer inclusão de questões
frente às situações. Nas não estruturadas, o
pesquisador busca conseguir, por meio da
conversação, dados que possam ser utilizados
em análise qualitativa.
Fonte: http://migre.me/2S5ju
a) Cuidados a serem tomados na entrevista
Para que a entrevista tenha êxito, é necessário que se tomem alguns

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cuidados, quais sejam:
1. Preparar o informante para entrevista: é a fase do contato inicial entre
entrevistador e entrevistado. Deve-se motivar e preparar o entrevistado
antes de iniciar as indagações. Explicações sobre o objetivo da entrevista
devem ser dadas, assegurando o sigilo das respostas, bem como
valorizar as informações que o entrevistado possa fornecer.
2. Elaboração das questões: as questões devem ser elaboradas de
acordo com o tipo de entrevista a ser desenvolvida.
3. Registro da entrevista: uma vez realizada a entrevista, o pesquisador
deve transcrever e analisar as informações imediatamente após a sua
efetivação. Registrar os dados ao mesmo tempo em que se realiza a
entrevista pode trazer inibições. Para o uso de gravador é necessário
solicitar a autorização do entrevistado.
4. Prestar atenção aos itens que o entrevistado deseja enfatizar, sem
interferências e manifestações de opiniões. Não apressar o entrevistado
dando- lhe tempo para expor suas conclusões.
5. Assegurar as condições favoráveis ao bom desenvolvimento da
pesquisa, evitando desencontros e perda de tempo.
b) Vantagens da utilização da entrevista.
Há considerável rol de vantagens na utilização da técnica de entrevista no
universo da pesquisa, senão vejamos.
1. Maior flexibilidade para o pesquisador. A entrevista pode ser aplicada em
qualquer segmento da população, isto é, o entrevistador pode formular e
reformular as questões para melhor entendimento do entrevistado.
2. O entrevistador tem oportunidade de observar atitudes, reações e
condutas durante a entrevista.
3. Há oportunidade de se obter dados relevantes e mais precisos sobre o
objeto de estudo.
c) Limitações da utilização da entrevista
Certamente não é difícil inferir do contexto das entrevistas algumas
limitações de sua eficácia, enquanto instrumento de coleta de dados. Barros e
Lehfeld (1990, p. 110 - 11), afirmam que:

Entre as limitações quanto ao uso da entrevista é necessário


ressaltar que, para o uso desta técnica, no estudo, o pesquisador

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despenderá mais tempo. O custo operacional será mais alto,
precisando-se treinar e habilitar o entrevistador para tal função.

Outra limitação da técnica da entrevista se dá quando o entrevistado não


comparece nos locais e horas combinadas.
d) Recomendações
1. Devemos selecionar pessoas que realmente têm o conhecimento
necessário para satisfazer suas necessidades de informação, pelo
princípio da representatividade.
2. A entrevista deve ser realizada com alguém que, pelo princípio da
representatividade, possa fazer uma crítica em nome do segmento do
qual faz parte.
3. As perguntas devem ser preparadas com antecedência bem como a
ordem em que elas devem acontecer (estruturada). É importante também
roteiro das informações essenciais a serem obtidas (não estruturada).
4. Diante do/a entrevistado/a:
a) Deve ser estabelecida uma relação amistosa para não se travar um
debate de ideias.
b) Não se demonstra insegurança ou admiração excessiva diante do/a
entrevistado/a para que isso não venha a prejudicar a relação entre
entrevistador/a e entrevistado/a.
c) Deixar que as questões surjam mais naturalmente, mesmo que não
haja um roteiro, evitando que a entrevista assuma um caráter de uma
inquisição ou de um interrogatório policial, ou ainda que a entrevista se
torne um “questionário oral”.
d) Ser objetivos, já que entrevistas muito longas podem tornar-se
cansativas.
e) Incentivar o/a entrevistado/a para as respostas, evitando que ele/a se
sinta falando sozinho/a.
f) Anotar os tópicos centrais da fala do/a entrevistado/a evitando que
ele/a fique esperando sua próxima indagação.
g) Caso estejamos usando o gravador ou a filmadora, devemos pedir
permissão para tal. Às vezes, o uso do gravador ou da filmadora pode
inibir o/a depoente e frustrar o/a entrevistador/a. Recomendamos que
esses equipamentos sejam utilizados após os primeiros encontros

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quando já deve ter sido estabelecida uma cumplicidade entre
pesquisador/a e pesquisados/as.
h) Mesmo tendo gravado, devemos fazer o relatório o mais rápido
possível. Igualmente devemos anotar as respostas e as reações
observadas durante a entrevista. É essencial a utilização de um
caderno/diário de campo.

2.5.3 Observação com método científico


Há uma grande diferença entre uma observação não dirigida, superficial e
uma observação dirigida ou científica. Barros e Lehfeld (1990, p.54), nos introduzem
nesta importante técnica de coleta de dados, afirmando que:

A observação é uma das técnicas de coleta de dados imprescindível


em toda pesquisa científica. Observar significa aplicar atentamente
os sentidos a um objeto para dele adquirir um conhecimento claro e
preciso.[...]. A observação é uma técnica que pode ajudar muito o
pesquisador nas suas pesquisas. O pesquisador iniciante pode ir
aos poucos observando e registrando os fenômenos que aparecem
na realidade. Posteriormente recomenda-se que o observador se
prepare adequadamente com cuidados especiais para cada estudo
realizado. [...]. A maior vantagem do uso da observação em
pesquisa está relacionada com a possibilidade de se obter a
informação na ocorrência espontânea do fato. A observação é uma
técnica que pode ser usada por todo o pesquisador, além de que,
existem certos fenômenos que não poderiam ser estudados de outra
maneira.

a) Sugestões para uma observação satisfatória


1. Antes de iniciar o processo de observação, devemos examinar o
local.
2. Determinar que tipo de fenômenos merece registro.
3. Criar com antecedência, uma espécie de lista ou mapa de registro de
fenômenos.
4. Estipular algumas categorias dignas de observação.
5. Estar preparado/a para o registro de fenômenos que surjam durante
a observação, que não eram esperados no seu planejamento.
6. Para realizar registros iconográficos (fotografias, filmes, vídeos etc.),
caso o objeto de sua observação sejam indivíduos ou grupos de
pessoas, devem estar preparados para tal ação. Eles não devem ser
pegos de surpresa, têm o direito de dizerem não. No entanto, ao

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consultar e avisar, é importante deixar claro que não devem se
preparar artificialmente, mascarando a realidade. Porém, se isso
ocorrer, anotar os detalhes, pois todos são importantes.
7. Fazer o relatório o mais rápido possível.

b) Classificação da observação
A técnica de observação pode ser classificada, conforme se pode ver no
quadro abaixo.

Quadro 3 - Classificação da observação


a) Observação assistemática ou não estruturada: não tem
1 Quanto à controle e nem instrumental apropriado.
estruturação b) Observação sistemática ou planejada: é realizada em
condições controladas. Utiliza instrumental adequado.
a) Observação não participante: o pesquisador permanece de
2 Quanto à fora da realidade a estudar. Não há envolvimento do observador.
participação do
observador b) Observação participante: o observador se incorpora natural
ou artificialmente ao grupo ou comunidade pesquisados.
a) Observação individual: realizada por um só pesquisador.
3 Quanto ao número
de observadores b) Observação em equipe: quando há o trabalho integrado de
uma equipe de observadores.
a) Observação em campo: observação feita dos fenômenos na
4 Quanto ao local de realidade social.
observação b) Observação em laboratório: quando as situações são
criadas em laboratórios.
Fonte: Marques et.al (2014, p. 57-60)

Além destas quatro formas, ainda temos a observação enquanto técnica de


atuação na realidade. Também denominada de observação militante. No entanto,
esta técnica pode estar permeada por concepções ideológicas ou políticas as quais
visam à estimulação da mudança dos grupos e comunidades envolvidas.

2.5.4 História oral


A história oral é uma técnica de coleta de dados que vem sendo utilizada
cada vez mais em ciências humanas e sociais devido ao alcance junto aos
pesquisados e se subdivide em:

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a) História de vida
A história de vida é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral
quando o/a depoente é o informante fidedigno de um determinado momento
histórico, de um grupo social, de uma instituição ou da sua própria vida, que de
alguma forma, merece ser recontada para fazer parte da memória coletiva.
É importante que o/a pesquisador/a tenha clareza de que a memória muda
pelo esquecimento de detalhes, pelas diferentes leituras de um mesmo
acontecimento de acordo com as influências do contexto, pela presença do/a
pesquisador/a e a percepção do lugar social e da ideologia que representa.
Portanto, a história de vida não é indicada para investigar fenômenos porque reflete
a visão muito particular de uma pessoa, não cabendo ao/à pesquisador/a interferir
ou corrigir o relato. Fundamenta-se na fala de um/a só informante. Denzin (1973,
p.220 apud MINAYO, 2014, p. 126), afirma que:

A História de Vida apresenta as experiências e as definições vividas


por uma pessoa, um grupo, uma organização, como esta pessoa,
esta organização ou este grupo interpretam sua experiência. O/a
depoente deve estar totalmente livre para falar/relatar os fatos como
quiser, na ordem cronológica ou de importância que escolher. Esses
detalhes devem ser observados pelo/a pesquisador/a que deve ter
ouvido e olhos atentos.

b) Depoimento oral
O depoimento oral também é uma técnica de coleta de dados utilizada na
história oral quando o objetivo da pesquisa é recontar a trajetória de um
determinado grupo social ou desvelar um determinado fenômeno. Para optar por
esse tipo de investigação o/a pesquisador/a precisa se constituir em um/a
“interlocutor válido”, isto é, conhecer o assunto para poder analisar os discursos,
interferir quando necessário para reenfocar o tema, evitando que o/a depoente fuja
do assunto.
Afirmamos anteriormente que toda pesquisa exige uma revisão bibliográfica e
um bom conhecimento teórico sobre o tema a ser investigado, por isso, quando se
ouve o depoimento de presos, por exemplo, é essencial que conheçamos o sistema
carcerário, as características desses grupos (psicológicas, de sobrevivência,
religiosas, etc.), sobre processos, sobre injustiça social, para termos parâmetros de
análise (sem julgar como certo ou errado).
É importante que a cada depoimento o/a pesquisador/a tenha clareza: De
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quem fala, de onde fala e do que fala. Devemos transitar no equilíbrio, não sendo
ingênuos/as a ponto de pensarmos que o/a depoente é neutro na sua fala ou juízes,
mantendo uma constante desconfiança.
A natureza desse tipo de coleta de dados é recolher os depoimentos e depois
de transcrevê-los, efetivar uma análise comparativa, apontando contradições e
convergências sobre um mesmo fato ou conceito. Exige-se um número de
informantes que seja capaz de representar o universo pesquisado.
c) Relato de vida (Tranche de vie = Pedaço de vida)
O relato de vida é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral
quando o objetivo da pesquisa é recontar um determinado momento histórico. O/a
informante fica menos livre porque o papel do/a pesquisador/a, com maior domínio
da situação, é focalizar o depoimento no tema que investiga procurando trazer o/a
depoente de volta quando este começar a divagar ou a relatar outros episódios.
Esta técnica é indicada para recompor um determinado período da história
geral ou de uma instituição ou fenômeno. Por exemplo, colher relatos de pessoas
que participaram da Coluna Prestes; de determinada empresa; da fundação de uma
instituição ou grupo.
Neste tipo de coleta de informações é essencial que o/a pesquisador saiba:
Quem fala; de onde fala; do que fala, pois, sobre um mesmo fato podem existir
relatos antagônicos dependendo de quem fala.
É importante salientar que quando optamos pela História Oral devemos
seguir alguns passos metodológicos ao transcrever o que ouvimos. As anotações
devem ser organizadas e constantes (nossa memória é muito seletiva e corremos o
risco de esquecer ou desconsiderar falas importantes). Para tanto, é importante que
sejam utilizados:
1. Diário de campo: onde serão registradas as falas, as observações, os
detalhes. Anotar risos, choros, silêncios, má interpretação da pergunta,
vacilações, expressões corporais etc. Também deve conter as percepções
e sentimentos do/a pesquisador/a: nojos, indignações, conflitos, desânimo,
esperança, alegria etc.
2. Ficha do informante: onde constarão todos os dados necessários para
identificá-lo no grupo social e frente ao fenômeno investigado (lembrar que
é significativo sabermos: quem fala; de onde fala e do que fala).
Estrategicamente, é importante que preenchamos esta ficha após o

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depoimento para não inibir ou censurar a fala do/a depoente, mesmo que
depois, se assim for solicitado ou exigido, no relatório final não seja
identificado o nome do/a depoente, usando-se um pseudônimo.
3. Acervo visual: filmagens, fotografias que auxiliam na estruturação do
texto.
4. Depois do material coletado, devemos fazer a transcrição suja,
fidedigna ao oral, que passa a ser a transposição para outra linguagem, a
escrita, na qual se perde muito da riqueza do oral e do visual.
5. Só limpamos (corrigimos) o que vamos utilizar, evitando transcrever o
caricato da fala do/a informante. O ideal, nessas pesquisas seria o relatório
através de multimídia (que as academias ainda não aceitam como
científico, exigindo o texto escrito).
6. Ao organizar o material para ser transcrito, recomendamos que sejam
organizados fichamentos temáticos de acordo com o tema do roteiro.
7. É recomendado analisar os grandes temas de forma comparativa por
blocos de informantes (mulheres, homens, jovens, crianças, velhos;
negros/brancos/ índios/ocidentais; autoridades/ detentos etc.). Explicar o
porquê de cada grupo ter construído de uma maneira o seu relato.

Exercício 2

1 Analise os enunciados a seguir:


I No processo de produção do conhecimento a definição do tema é a atividade
anterior à coleta e análise dos dados.
II Dentre os conceitos de pesquisa está o seguinte: “Pesquisa é um processo
reflexivo, sistemático, controlado e crítico, que nos conduz a novas descobertas
[...]”.
III Os princípios que fundamentam a pesquisa científica são: Contextualização, bom
referencial bibliográfico, austeridade, espírito científico e acúmulo de informações.
IV A função da revisão bibliográfica na produção do conhecimento é explicar um
problema a partir de referências teóricas publicadas na literatura.
a) Apenas o enunciado II está correto.
b) Apenas os enunciados II e IV estão corretos.
c) Apenas os enunciados I e IV estão corretos.
d) Apenas os enunciados I, II e IV estão corretos.
e) Todos os enunciados estão corretos.

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2 Analise os enunciados a seguir.
I O objetivo da pesquisa de campo é trabalhar sobre dados ou fatos colhidos na
própria realidade. No entanto, ela manipula variáveis de acordo com o interesse do
pesquisador.
II A diferença essencial entre pesquisa-ação e pesquisa de intervenção é o papel do
pesquisador e dos participantes.
III A pesquisa experimental pode ser usada em qualquer área do conhecimento, no
entanto que se construam corretamente as variáveis a serem observadas.
a) Apenas os enunciados II e III estão corretos.
b) Apenas o enunciado I está correto.
c) Apenas o enunciado II está correto.
d) Apenas os enunciados I e II estão corretos.
e) Nenhum enunciado está correto.

3 Analise os enunciados a seguir.


I As modalidades de pesquisa mais utilizadas são: pesquisa bibliográfica, pesquisa
de campo, pesquisa experimental.
II O que diferencia um roteiro de entrevista e um questionário é a presença ou
ausência do pesquisador
III As técnicas de pesquisa mais utilizadas em pesquisa qualitativa são as
entrevistas.
a) Apenas os enunciados II e III estão corretos.
b) Apenas o enunciado I está correto.
c) Apenas o enunciado II está correto.
d) Nenhum enunciado está correto.
e) Todos os enunciados estão corretos.

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UNIDADE 3 - PROJETO DE PESQUISA

3.1 Conceito

Sem um projeto de pesquisa, os pesquisadores lançam-se a um trabalho


inseguro, desorientado, redundando em desperdício de esforços e recursos
(BARROS, LEHFELD, 1990, p.97). O Projeto de Pesquisa é um Plano de Trabalho
e, portanto, é redigido antes de realizar a pesquisa. Os verbos, em geral, devem
estar conjugados no presente e no futuro. Exige do/a pesquisador/a um
conhecimento prévio, obtido através da pesquisa exploratória, sobre a
viabilidade/relevância do tema, da instituição ou grupo a serem pesquisados.
Escreve-se um projeto para:
1. Mapear um caminho a ser seguido durante a investigação.
2. Esclarecer para o próprio investigador os rumos do estudo.
3. Comunicar seus propósitos para a comunidade científica.
Segundo Rudio (2000), a escolha de um tema de pesquisa exige um
conhecimento prévio do tema (pesquisa exploratória) e merece que o pesquisador
faça sérias indagações:
1. Trata-se de um problema original?
2. O problema é relevante?
3. Ainda que seja “interessante”, é
adequado para o/a pesquisador(a)?
4. Há possibilidades reais para executar
tal estudo?
5. Existem recursos financeiros para a
investigação deste tema?
6. Haverá tempo suficiente para
investigar tal questão?
Fonte: http://migre.me/2XvkM

3.2 Escolha do tema

A escolha do tema deve se dar na temática do curso que a pessoa estiver


realizando e não simplesmente na sua área original de formação. Todavia, salienta-
se que existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o
trabalho de pesquisa:

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1. Fatores internos: afetividade em relação a um tema ou alto grau de
interesse pessoal; tempo disponível para a realização do trabalho de
pesquisa; o limite das capacidades do/a pesquisador/a em relação ao tema
pretendido.
2. Fatores externos: o significado do tema escolhido, sua novidade, sua
oportunidade e seus valores acadêmicos e sociais; o limite de tempo
disponível para a conclusão do trabalho; material de consulta e dados
necessários ao/à pesquisador/a.
Segundo Leite (2001, p.82), a escolha do tema “reveste-se de grande
importância e merece uma reflexão séria”, pois o prazer de pesquisar e a qualidade
da pesquisa a ser realizada são determinados pela escolha do tema. Por isso,
segundo o autor, deve-se levar em consideração:
1. A vocação: “cada pessoa, no decorrer dos estudos, já demonstra inclinação
especial por uma determinada área do conhecimento” (LEITE, 2001, p.83). A
preferência pessoal se revela como expressão concreta da vocação.
2. Qualificação: “a real apreciação da competência pessoal ou da qualificação
intelectual [...] é bom ajuizar-se das reais aptidões e limites dos
conhecimentos básicos e complementares exigidos em tarefa de tal
envergadura” (LEITE, 2001, p. 83).
3. Objetivo profissional: “o objetivo primordial é a aquisição de experiência, de
domínio sobre a área escolhida [...] A vantagem é dupla, e as possibilidades
de desenvolver o processo cognitivo, absolutas” (LEITE, 2001, p.85).

3.3 Estrutura do projeto de pesquisa

A estrutura de um projeto de pesquisa pode ser a indicada a seguir e que


constitui o SUMÁRIO do mesmo. Trata-se de uma estrutura padrão que serve para
todas as áreas do conhecimento. O que varia são as informações constantes em
cada tópico.

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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... XX
2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... XX
3 OBJETIVOS DA PESQUISA ................................................................................ XX
3.1 Geral ..................................................................................................................... XX
3.2 Específicos .......................................................................................................... XX
4 METODOLOGIA OPERACIONAL ........................................................................ XX
4.1 Problema ............................................................................................................. XX
4.2 Hipótese(s) ou questão(ões) norteadora(s) ....................................................... XX
4.3 Fundamentação teórica ...................................................................................... XX
4.4 Caracterização da pesquisa ............................................................................... XX
4.5 Abrangência da pesquisa ................................................................................... XX
4.5.1 Área geográfica ..................................................................................................... XX
4.5.2 Clientela: população-alvo e sujeito(s).......................................................................XX
4.5.3 Recursos humanos ................................................................................................ XX
4.6 Procedimentos de coleta de dados .................................................................... XX
4.7 Procedimentos de análise e interpretação dos dados...................................... XX
5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO FÍSICA ............................................................ XX
6 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO FINANCEIRO............................................. XX
7 INDICATIVO DA NATUREZA FINAL DO DOCUMENTO ..................................... XX
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... XX
APÊNDICES ........................................................................................................ XX

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MODELO DE CAPA:

NOME DO ESTUDANTE
(letras maiúsculas tamanho 14, centralizado, negritado)

Layout da página: Papel A4


Margem esquerda: 3cm
Margem superior: 3cm
Margem direita: 2cm
Margem inferior: 2cm

TÍTULO DO PROJETO
[letras maiúsculas, tamanho 16, centralizado, negrito]

UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO


CAMPO GRANDE – MS
20XX
(letras maiúsculas, tamanho 12, centralizado, negrito)

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MODELO DE FOLHA DE ROSTO

NOME DO ESTUDANTE
[letras maiúsculas tamanho 14, centralizado, negritado]

Layout da página: Papel A4


Margem esquerda: 3cm
Margem superior: 3cm
Margem direita: 2cm
Margem inferior: 2cm

TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA


[letras maiúsculas, tamanho 16, centralizado, negrito]

Projeto de pesquisa apresentado à


Universidade Católica Dom Bosco, Curso de
Pós-graduação Lato Sensu em .........................,
sob a orientação do(a) Prof(a)...................para
avaliação parcial da disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso.

CAMPO GRANDE - MS
20XX
[letras maiúsculas, tamanho 12, centralizado, negrito]

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Na sequência há as orientações de como prestar as informações do Projeto
de Pesquisa ou Plano de Trabalho.

1 INTRODUÇÃO

Faz-se aqui uma breve apresentação do Projeto de Pesquisa, indicando sua


finalidade e sua vinculação institucional.

2 JUSTIFICATIVA

A justificativa deve trazer uma breve contextualização do tema, sua relação


com a prática profissional do aluno (se for o caso), bem como os motivos da
escolha do tema e sua relevância para o mundo acadêmico e o momento atual. A
relevância poderá ser em termos econômicos, profissionais, científicos, sociais,
educacionais etc.

3 OBJETIVOS

Referem-se ao que se pretende alcançar com a pesquisa proposta. Como o


próprio nome indica, é o que se objetiva, aquilo que se busca. Os objetivos devem
ser concisos e claros, sem delongas. Eles devem ser iniciados com o verbo no
infinitivo e se dividem em dois tipos:

3.1 Objetivo geral

Deve-se redigir um único objetivo geral.

3.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são os detalhamentos do objetivo geral e também


devem ser concisos e claros. Geralmente indicam-se de 2 a 3 objetivos.

4 METODOLOGIA OPERACIONAL

4.1 Problema
O problema é o ponto de partida da pesquisa e deve ser apresentado em
forma de pergunta, que será respondida no decorrer da pesquisa. Sugere-se

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apenas uma pergunta, da qual se extrai o título do trabalho. O problema deve
orientar a pesquisa.

4.2 Hipótese ou resposta norteadora


Nesta etapa devem constar as possíveis respostas para o problema de
pesquisa, ou seja, o que supõe responder à pergunta constituinte do problema.

4.3 Fundamentação teórica


Neste tópico faz-se a apresentação da base teórica que se pretende utilizar
na pesquisa, destacando os principais conceitos, usando para tanto as citações
diretas [longas ou breves] e indiretas, mas sempre indicando corretamente os
autores, data e página, no caso de citação direta e autores e ano, quando se tratar
de citação indireta. O referencial teórico traz um breve indicativo do estado da arte
sobre o tema, ou seja, uma indicação para saber se o assunto é muito recorrente no
universo científico e se há ou não abundância de material escrito sobre o mesmo.

4.4 Caracterização da pesquisa

Neste tópico devem se apresentar as características da pesquisa, qual seja:


indicar se a mesma segue alguma tendência ideológica [corrente de pensamento],
método [analítico-sintético, indutivo-dedutivo, hipotético-dedutivo, cartesiano,
dialético] se será pesquisa de campo [para se enquadrar em quantitativa ou
qualitativa] ou apenas revisão bibliográfica e fazer indicação de tipos de pesquisa
[seguido o material instrucional].

4.5 Abrangência da pesquisa

4.5.1 Área geográfica


Neste subtópico se deve indicar a localidade de realização da pesquisa caso
a mesma seja de campo. No caso de revisão bibliográfica e análise documental
informar que não há um lócus determinado

4.5.2 Clientela: população-alvo e sujeito(s)


Neste subtópico se deve indicar quem é a população-alvo da pesquisa, qual
seja, qual o segmento da população que será atingida direta ou indiretamente com

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os resultados da pesquisa. O(s) sujeito(s) da pesquisa será(ão) sempre o(s)
pesquisador(es) e as pessoas que participarem concedendo entrevistas,
respondendo questionários ou que terão outro tipo de atuação na pesquisa.

4.5.3 Recursos humanos


Indicar neste subtópico as pessoas que ajudarão na realização da pesquisa,
sem identificação de nomes.

4.6 Procedimentos de coleta de dados

Neste tópico se deve indicar com clareza todos os procedimentos (o quê e o


como) que serão adotados para coletar as informações, quer seja em pesquisa de
campo quer por revisão bibliográfica.

4.7 Procedimentos de análise e interpretação dos dados

Neste tópico o pesquisador deve informar como serão feitas as análises dos
dados coletados quer dados primários coletados no campo, quer dados secundários
coletados na literatura.

5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO FÍSICA

Neste tópico o pesquisador deve indicar as etapas do trabalho: desde o


levantamento bibliográfico até o envio da versão final do TCC, assinalando o(s)
mês(meses) correspondente(s). Segue um exemplo no caso de uma pesquisa de
campo. Se a pesquisa for somente por revisão bibliográfica basta eliminar as linhas
que não dizem respeito a este tipo de pesquisa

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS Ano: ........MESES


0 0 0 0 0 0
1 2 3 4 5 6
1 Levantamento bibliográfico e documental
2 Elaboração de instrumentos de coleta de dados [só
para pesquisa de campo]
3 Teste piloto [só para pesquisa de campo]
4 COLETA DE DADOS
4.1 Revisão bibliográfica e análise documental
4.2 Realização de entrevistas ou aplicação de questionário
[só para pesquisa de campo]

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5 Análise e interpretação de dados
6 Tabulação de dados quantitativos [só para pesquisa de
campo]
7 Organização e categorização de dados qualitativos [só
para pesquisa de campo]
8 Redação e digitação preliminar da monografia
9 Revisão da redação preliminar
10 Entrega/depósito
11 Apresentação/defesa

6 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO FINANCEIRO (SE EXISTIR)

Neste tópico, o pesquisador deve apresentar as despesas que serão feitas


para a realização da pesquisa. O que segue são apenas sugestões. Caso o projeto
não tenha custos diretos, isso deve ser explicado aqui, sem a necessidade da
tabela abaixo.

PROCEDIMENTOS MESES – VALOR EM R$


OPERACIONAIS 02 03 04 05 06 07 08 09 10 T
1 AQUISIÇÃO MATERIAL
PERMANENTE
1.1 Gravador
1.2 Computador e Impressora
1.3 Aquisição de livros e revistas
1.4 Equipamentos diversos
2 MATERIAL DE CONSUMO
2.1 Papel e tinta para impressora
2.2 Combustível
3 DESPESAS COM
REPROGRAFIA
4 DESPESAS COM
TELEFONE, INTERNET.
5 PARTICIPAÇÃO EM
EVENTOS
6 PAGAMENTO SERVIÇOS
TERCEIROS
TOTAIS

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7 INDICAÇÃO DA NATUREZA FINAL DO DOCUMENTO

Neste tópico deve-se anunciar que o resultado da pesquisa será um artigo,


indicando-se os tópicos provisórios do artigo, sendo obrigatória a inclusão de
INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO e REFERÊNCIAS.

REFERÊNCIAS

As referências devem ser organizadas em ordem alfabética pelo nome de


entrada. No caso de autores de artigos, livros, monografias (incluindo dissertações
e teses) a entrada dá-se pelo último sobrenome do autor [acompanhado de FILHO,
NETO, SOBRINHO, JÚNIOR], depois segue o primeiro nome. A listagem das obras
e documentos deve ser única, não mais se separa por natureza e fonte.

Exemplos de Referências:
Artigos ou Textos de Revistas Científicas:
MACHADO, L. V.; FACCI, M. G. D.; BARROCO, S. M. S. Teoria das emoções em
Vigotski. Psicol. estud., Maringá, v. 16, n. 4, p. 647-57, 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
73722011000400015&script=sci_arttext>. Acesso em: 16/03/2018.

Monografia, Dissertação e Tese:


TOASSA, G. Emoções e vivências em Vigotski: investigação para uma
perspectiva histórico-cultural. 348f. 2009;Tese de Doutorado, Instituto de Psicologia,
Universidade de São Paulo, São Paulo.

Livros:
VYGOTSKI, L. S. Obras escolhidas. Tomo IV. Madri: Visor, 2006.

Textos e Artigos da Internet:


MENEZES, H. S. O período sensório-motor de Piaget. São Paulo: Psicologado,
2012. Disponível em: <https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-
humano/o-periodo-sensorio-motor-de-piaget>. Acesso em: 16/03/2018.

APÊNDICE

Exemplos de possibilidades de apêndice

ROTEIRO DE ENTREVISTAS
FORMULÁRIOS
QUESTIONÁRIOS

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3.4 Orientações complementares na elaboração do Projeto de
Pesquisa

Em complemento ao que consta acima quanto à elaboração do Projeto de


Pesquisa, salientamos que:
1 O título (o que pesquisar): apresenta a área de interesse a ser pesquisada,
já delimitada em alguns aspectos: assunto, população, instituição, período etc. Pode
ter uma conotação criativa e singular. Via de regra, o título “nasce” da pergunta
constituinte do problema da pesquisa.
2 Justificativa (por que pesquisar?): é o momento em que se busca
convencer de que o projeto possui relevância científica. Tal convencimento é
fundamental e deve para isso demonstrar sua relevância para a sociedade ou para
algum grupo específico de indivíduos. A justificativa exalta a importância do tema a
ser estudado, ou justifica a necessidade de se levar a efeito tal empreendimento.
Também devem ser indicadas as motivações pessoais para a escolha do tema.
Pode ser colocada, resumidamente e de forma objetiva, a trajetória de vida do/a
pesquisador/a que o/a qualifica para o trabalho de pesquisa. Sobre a justificativa
num projeto de pesquisa, afirma Bittar (2000, p.14), que se trata de “convencer
sobre a relevância científica do problema; contextualizá-lo historicamente; explicar
quais os motivos que levaram a pesquisar o tema e qual a contribuição que tal
estudo trará para a sociedade”.
3 Definição do problema (quais as perguntas/dúvidas que queremos
responder com essa pesquisa?): definir o problema equivale a fazer um recorte na
realidade, a delimitar o tema. Segundo Severino (2007, p.75),

[...] antes da elaboração do trabalho, é preciso ter ideia clara do


problema a ser resolvido, da dúvida a ser superada. Exige-se
consciência da problemática específica relacionada com o tema
abordado de determinada perspectiva, cuja natureza especificará o
tipo e o método de pesquisa e de reflexão a serem utilizados no
decorrer do trabalho.

Nesse mesmo sentido Barral (2003, p. 68), afirma que “[...] não basta
delimitar o tema, mas deve-se identificar um problema específico que será
analisado no trabalho. [...] A problematização se relaciona com o foco do trabalho,
no que se refere àquele tema. É a pergunta que pretende ser respondida ao final do
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trabalho científico”.
Para facilitar a compreensão seguem alguns exemplos de
problemas/questões de pesquisa, quais sejam:
a) Quais as características/estilo de vida das crianças obesas?
b) Quais os elementos da ansiedade?
c) Existe relação entre pressão familiar e iniciação esportiva precoce?
d) Que relação existe entre nível de escolaridade e tipo de delito na área do
Direito Penal?
e) Em que termos o cooperativismo pode representar sustentabilidade
econômica?
Cada tipo de questão (problema) exige um tipo de investigação, a escolha
adequada de técnicas de coleta de dados e análise adequada dos achados.
4 Objetivo(s). “Uma vez estipulado o que será estudado no trabalho, deve-se
esclarecer no projeto o objetivo do trabalho, ou seja, o que se pretende com a
proposta apresentada” (BARRAL, 2003, p.
73). A definição do(s) objetivo(s) determina o
que o/a pesquisador/a quer atingir com a
realização da pesquisa. Iniciamos a
formulação de um objetivo com um verbo no
infinitivo.
Fonte: http://migre.me/2XzHo
Os verbos, no infinitivo, mais utilizados na formulação de objetivos são:

Demonstrar, avaliar, caracterizar, comparar, correlacionar,


descrever, diagnosticar, diferenciar, identificar, classificar,
conceituar, categorizar, desenvolver, dimensionar, enumerar,
formular, listar, organizar, operacionalizar, propor, relacionar,
selecionar, verificar (MARQUES et al., 2014, p.100).

Podemos definir objetivo geral (O quê? Para quê?) e outros objetivos


específicos (detalhamento do objetivo geral em ações mais imediatas e menos
amplas que, efetivadas, levando ao alcance do objetivo geral).
Exemplo:1
Objetivo geral:

1Extraídos do projeto de TCC de Carlos Alberto Ricci Piorscki, cujo tema é: O trabalho escravo no
Brasil após 1988, e as consequências jurídicas aos empregados e empregadores. 2009. Este projeto
está no portal UCDB/MARCATO, Curso Direito do Trabalho 2009B.
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Demonstrar, por meio da análise da legislação pertinente e decisões
jurisprudenciais, os reflexos jurídicos do trabalho escravo após a Constituição
Federal de 1988, tanto para o empregador quanto para o empregado.
Objetivos Específicos:
a) Dimensionar as principais características do trabalho escravo no Brasil,
após promulgação da Constituição Cidadã.
b) Identificar os direitos e deveres dos empregadores e empregados na
relação configuradora do trabalho escravo.
É importante observar que os objetivos devem ser frases curtas e diretas,
indicando as metas a serem alcançadas com o trabalho acadêmico.
5 Formulação de hipótese(s) (quais suposições?):

A palavra hipótese vem de hipo=antes, anterior + tese = afirmação,


verdade. Logo, hipótese é uma afirmação (mesmo que na expressão
negativa) tida provisoriamente como verdade, ou seja, é algo que
precisa ser confirmado ou refutado pela pesquisa. Diz-se
pedagógica e didaticamente que a hipótese é uma resposta ao
problema formulado, e como tal deve ser redigida (MARQUES et al.,
2014, p.96).

A hipótese deve estar fundamentada em teoria, observação, em resultados


de outras pesquisas ou mesmo intuição. Neste sentido, hipótese é uma afirmação
categórica (uma suposição), que tenta responder ao problema de pesquisa. O
trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese levantada.

É preciso não confundir hipótese com pressuposto, com evidência


prévia. Hipótese é o que se pretende demonstrar e não o que já se
tem demonstrado evidente, desde o ponto de partida. Muitas vezes,
ocorre esta confusão, ao se tomar como hipóteses proposições já
evidentes no âmbito do referencial teórico ou da metodologia
adotados. E, nesses casos, não há mais nada a demonstrar, e não
se chegará a nenhuma conquista e o conhecimento não avança
(SEVERIN0, 1993, p. 129).

As hipóteses podem ser utilizadas em qualquer área do conhecimento, no


entanto, são mais apropriadas ao universo das ciências exatas e da natureza. As
hipóteses ao serem formuladas devem ser consistentes, compreensíveis,
explicativas, ligadas ao problema formulado, tentando criar uma suposição plausível
de solução àquele problema (MARQUES et al., 2014).

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6 Fundamentação teórica (quais os pressupostos
teóricos?): é um passo sempre exigido num Projeto de
Pesquisa. Este item não deve ser uma lista de autores e livros
que abordaram o tema, mas sim a descrição preliminar do
“estado da arte”, ou seja, do conhecimento atual sobre o
problema. O autor do projeto demonstrará de forma sintética,
no referencial teórico, o que sabe antes de começar a
pesquisa. A descrição dos conceitos fundamentais
relacionados ao tema proposto.
Fonte: http://migre.me/2XKTi
Em termos gerais, é preciso fazer uma explicitação dos conceitos e
categorias que serão utilizados na pesquisa. Devemos ser sintéticos e objetivos,
estabelecendo um diálogo entre a teoria e o problema a ser investigado. Para Bittar
(2000, p.14), a função do referencial teórico é “explicar qual a base teórico-
metodológica que embasa o problema; qual a perspectiva filosófica e ideológica do
pesquisador; citar autores que já estudaram sobre o mesmo tema”.
7 Caracterização da pesquisa: é a explicação do tipo de pesquisa ou a
combinação de duas ou mais formas de pesquisa: bibliográfica, de campo,
experimental, quantitativa, qualitativa, documental, de observação, etc. Indica-se
também a abordagem e o método. Para que o Projeto de Pesquisa seja realmente
um Plano de Trabalho compreensível para quem o lê, é conveniente que cada item
da caracterização da pesquisa seja devidamente explicado.
8 Referências: relacionar as referências
básicas que foram utilizadas, textos fundamentais que
abordam a problemática, em questão. Estas
referências serão enriquecidas no decorrer da
execução da pesquisa. Todas as citações feitas no
projeto devem constar como referências bibliográficas
no final. Observar as Normas da ABNT.
Fonte: http://migre.me/2XBMP

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Exercício 3

1 Projeto de pesquisa equivale a um plano de trabalho no qual o pesquisador


deve fazer constar os elementos tais como: problema de pesquisa, objetivos,
caracterização da pesquisa, bem como a fundamentação teórica inicial.
a) Falso
b) Verdadeiro

2 Quando for possível estabelecer previamente um problema de pesquisa para


constar do Projeto de Pesquisa o dito problema deve ser expresso por:
a) Um conjunto de afirmações que refletem as intenções do pesquisador.
b) Uma ou mais perguntas.
c) Por um texto que resume os objetivos do estudo.
d) Por uma indicação clara da metodologia a ser utilizada.

3 Em uma pesquisa de campo coleta-se dados exclusivamente primários


enquanto na revisão bibliográfica se coleta dados secundários.
a) Falso
b) Verdadeiro

4 A pesquisa caracterizada como sendo qualitativa e quantitativa,


respectivamente:
a) Utiliza-se de representações dos sujeitos da pesquisa e se vale de gráficos e
tabelas.
b) Vale-se de gráficos e tabelas e se utiliza de representações sociais dos sujeitos
da pesquisa.
c) Faz uma descrição detalhada da literatura consultada.
d) Faz uma descrição detalhada dos passos formais da pesquisa.

5 Quando da elaboração do Projeto de Pesquisa o pesquisador, a título de


elaborar a fundamentação teórica, deve fazer uma lista a mais completa
possível das obras que respondam ao problema formulado na pesquisa.
a) Verdadeiro
b) Falso

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REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 06022 - 1994 - Apresentação de Artigos em Publicações Periódicas.

______ NBR 10520- Ago. de 2002 - Informação e doc. – citações em doc.

______ NBR 6023. 2.ed. 2018 - Informação e doc. – referências.

______ NBR 10520 Ago. de 2002 – Informação e documentação - Citações em


doc.

______NBR 14724 - Segunda edição 30.12.2005 Válida a partir de 30.01.2006 -


Informação e documentação — Trabalhos acadêmicos — Apresentação

BARRAL, W. Metodologia da pesquisa jurídica. 2. ed. Florianópolis: Boitex, 2003.

BARROS, Aidil de Jesus, LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de


pesquisa: propostas metodológicas. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1990.

BARUFFI, Helder, CLIMADON, Aristides. Metodologia científica e a ciência do


Direito. Roteiro básico para elaboração de trabalhos acadêmicos e monografia
jurídica. Dourados: H.Baruffi, 1997.

BITTAR, Olimpio J. Nogueira V. Gestão de processos e certificação para


qualidade em saúde. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 46, n.
1, p. 70-6, jan./mar. 2000.

CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro. A. Metodologia científica. 6.ed. São Paulo:


Makron Books, 2007.

LEITE, Eduardo de Oliveira. A monografia jurídica. 5.ed. ver. Ampl. e atual. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2001 [Série Métodos em Direito], (v1).

MARQUES, Heitor Romero et al. Metodologia da pesquisa e do trabalho


científico. 4. ed. rev.atual. Campo Grande: UCDB, 2014.

MINAYO, Maria Cecilia de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa


qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro: ABRASCO,
2014.

PÁDUA, E. M. M. de. O processo de pesquisa. In: ____. Metodologia da pesquisa:


abordagem teórico-prática. Campinas: Papirus, 1997. p. 29 – 89. (Col.Práxis).

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 27.ed.


Petrópolis: Vozes, 2000.

SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do


conhecimento. 3.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São


Paulo: Cortez, 2007.

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THIOLLENT, J. M. M. Crítica metodológica, investigação social e enquete
operária. 3.ed. São Paulo: Polis, 1982.

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