000766508

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 32

CAMILA DA SILVA CASTRO

INFLUÊNCIA DA ROTAÇÃO NO DESEMPENHO DE UM


CONDICIONADOR DE AR AUTOMOTIVO

Monografia apresentada ao Departamento de En-


genharia Mecânica da Escola de Engenharia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, co-
mo parte dos requisitos para obtenção do diploma
de Engenheiro Mecânico.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Otto Beyer

Porto Alegre
2010
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Mecânica

INFLUÊNCIA DA ROTAÇÃO NO DESEMPENHO DE UM CONDICIONADOR


DE AR AUTOMOTIVO

CAMILA DA SILVA CASTRO

ESTA MONOGRAFIA FOI JULGADA ADEQUADA COMO PARTE DOS REQUISITOS


PARA A OBTENÇÃO DO DIPLOMA DE
ENGENHEIRO(A) MECÂNICO(A)
APROVADA EM SUA FORMA FINAL PELA BANCA EXAMINADORA DO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Prof. Dr. Walter Jesus Paucar Casas


Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. PAULO SMITH SCHNEIDER


UFRGS / DEMEC

Prof. Dr. PEDRO BARBOSA MELLO


UFRGS / DEMEC

Prof. Dr. SÉRGIO LUIZ FREY


UFRGS / DEMEC

Porto Alegre
2010
de modo especial, ao Marcio que sempre esteve ao meu lado durante a
faculdade, e aos meus pais por todo apoio e dedicação
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Paulo Otto Beyer pela sua paciência, tempo dispensado na
orientação, incentivo e oportunidade de aprendizado.

Aos meus pais Ricardo e Magda e a minha irmã, Ana Paula, por acreditarem sempre no
meu potencial.

Aos professores e funcionários do Departamento de Engenharia Mecânica por terem


colaborado em minha formação.

Aos meus amigos e familiares, pelo apoio e incentivo neste momento.


A coisa mais bela que podemos experimentar é o mistério. É a fonte de toda arte e ciências
verdadeiras
Albert Einstein
CASTRO, C. S. Influência da rotação no desempenho de um condicionador de ar auto-
motivo. 2010. 17f. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Mecânica) –
Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2010

RESUMO

O presente trabalho apresenta um estudo experimental em um condicionador de ar au-


tomotivo, onde a rotação do compressor é alterada, com a finalidade de avaliar os parâmetros
de funcionamento afetados quando são utilizadas diferentes rotações. Para monitorar suas
variáveis, o sistema de ar condicionado de um veículo corsa hatch 1.4 é instrumentado com
sensores de temperatura, um manômetro digital e um tacômetro digital. O trabalho é iniciado
pelo processo de calibração e posteriormente são obtidas as medições das variáveis. São feitas
análises psicrométricas do ar e do ciclo de refrigeração. Os resultados experimentais mostram
o comportamento real do ciclo de refrigeração. Obtêm-se uma queda do desempenho do ar
condicionado e uma redução do coeficiente de performance com o aumento da rotação. A
rotação do compressor exerce influência no desempenho de um sistema de condicionamento
de ar e os resultados são bastante representativos para o fenômeno estudado.

PALAVRAS-CHAVE: Refrigeração automotiva, condicionamento do ar, estudo experimen-


tal do ar condicionado, rotação do compressor.
CASTRO, C. S. Influence of rotation on the performance of an automotive air condition-
er. 2010. 17f. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Mecânica) – De-
partamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Ale-
gre, 2010

ABSTRACT

This work presents an experimental study of an automotive air conditioning system,


where the rotation of the compressor is changed in order to evaluate the operating parameters
affected when using different rotations. In order to monitor its variables, the air conditioning
system of a vehicle corsa hatch 1.4 is instrumented with temperature sensors, a digital mano-
meter and a digital tachometer. The task begins with the calibration process and after the mea-
surements of the variables are obtained. Psychrometric air and refrigeration cycle analyses are
performed. Experimental results shows the actual behavior of the refrigeration cycle. A de-
crease in performance of air conditioning is obtained and a decrease in the performance coef-
ficient with increasing speed. The compressor speed influences the performance of an air
conditioning system and the results are fairly representative for the phenomenon studied.

KEYWORDS: automotive cooling, air conditioning, experimental study of an air condition-


ing, rotation of the compressor.
viii

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................................1

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................1

3.1. Psicrometria.......................................................................................................................1
3.1.1. Carta psicrométrica.....................................................................................................2
3.1.2. Processo psicrométrico ...............................................................................................2
3.1.3. Resfriamento e desumidificação do ar úmido...........................................................2

3.2. Ciclo de carnot de refrigeração.......................................................................................2


3.2.1. Ciclo de compressão real por compressão de vapor...............................................3

3.3. Desempenho do ciclo de compressão a vapor................................................................4

3.4 Sistema de ar condicinado automotivo............................................................................5


3.4.1. Componentes que compõe o sistema de ar condicionado.......................................5

4. METODOLOGIA......................................................................................................6

4.1. Descrição do aparato experimental ................................................................................6

4.2. Construção da primeira etapa........................................................................................7

4.3. Construção da segunda etapa..........................................................................................7

4.4. Construção da terceira etapa...........................................................................................8


4.4.1. Instrumentação dos componentes do ciclo....................................................................8
4.4.2.Medidas de Temperatura................................................................................................8
4.4.3. Pressão e temperatura do fluido refrigerante............................................................10
4.4.4. Medição da rotação.......................................................................................................10
4.4.5. Medição da velocidade do ar na saída dos difusores.................................................11

4.5 Procedimento experimental.............................................................................................11

5.0. RESULTADOS E ANÁLISES......................................................................................12


5.1. Análise psicrométrica do ar condicionado.....................................................................12
5.2. Análise do ciclo de refrigeração......................................................................................15

6.0. CONCLUSÕES...............................................................................................................17
6.1. Sugestões para trabalhos futuros...................................................................................17

7.0 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA................................................................................18

APÊNDICES..........................................................................................................................19
ix
1

1. INTRODUÇÃO

A procura por melhores eficiências associada à menor consumo de combustível e maior


nível de conforto térmico vem sendo cada vez mais visado pelas pessoas. A indústria automo-
bilística busca melhorar constantemente a eficiência dos equipamentos no controle dos fatores
que influenciam o sistema do ar condicionado.
O objetivo do presente trabalho consiste em analisar experimentalmente o desempenho
de um condicionador de ar automotivo, enfatizando a influência da rotação no sistema. Para
atingir este objetivo, todo o aparato experimental foi instrumentado a partir de sensores do
tipo NTC – 5 kΩ, tacômetro digital, manômetro digital e de um sistema de aquisição de dados
para obtenção das medições das temperaturas. Durante a realização dos testes, os dados colhi-
dos com a instrumentação foram armazenados em um computador e posteriormente tratados.
Tendo como referência os dados obtidos na medição e no catálogo do fabricante é realizada
uma avaliação psicrométrica do ar interno do habitáculo do veículo e do ciclo de refrigeração,
como forma de validação do estudo proposto. Posteriormente, foram feitas comparações e
análises entre os resultados. Desta forma, tem-se uma melhor compreensão do funcionamento
dos componentes de um sistema de refrigeração automotivo.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Vasconcelos, (2006), simulou computacionalmente um sistema de ar condicionado au-


tomotivo. Os resultados mostraram que há um decréscimo do coeficiente de performance com
o aumento da rotação devido ao aumento da eficiência volumétrica do compressor que é pro-
porcional a rotação. A capacidade de refrigeração aumenta com o aumento da temperatura do
ar no evaporador, pois é diretamente relacionada ao ar de retorno.
Costa e Ataíde, (2005), analisaram experimentalmente compressores de refrigeração,
onde obtiveram um maior consumo do compressor com aumento da temperatura de conden-
sação em virtude da operação da válvula de expansão que abre para passar maior vazão do
fluido refrigerante.
Díaz, (2002), fez experimento em um condicionador de ar automotivo enfatizando a
influência da carga de gás. A concordância entre os resultados obtidos também foi satisfató-
ria, onde verificou melhor desempenho do sistema de ar condicionado para menores rotações
do compressor. Também constatou uma redução do coeficiente de performance.
Jabardo et al (2001) fez uma avaliação do modelo experimental de um sistema de con-
dicionamento de ar automotivo utilizando um compressor de capacidade variável, onde verifi-
cou uma diminuição da eficiência volumétrica do compressor com aumento da rotação devido
ao aumento das irreversibilidades existentes em um compressor real.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Psicrometria

Psicrométria é o estudo das misturas de ar e vapor de água. Em ar condicionado o ar não


é seco, mas sim uma mistura de ar e vapor de água, resultando daí a importância da psicrome-
tria. Em alguns processos água é removida do ar, enquanto em outros é adicionada.
Conforme Beyer (2009), ar seco é uma mistura de diversos componentes gasosos, com
composição relativamente constante. Pequenas variações podem ocorrer com o tempo, locali-
zação geográfica e altitude.
2

De acordo com Beyer (2009), ar úmido é uma mistura binária (dois componentes) de ar
seco e vapor d’água. A quantidade de vapor d’agua no ar úmido varia de zero até (ar seco) até
um máximo que depende da temperatura e pressão. Este máximo é a saturação, um estado de
equilíbrio neutro entre ar úmido e as fases condensadas d’água (líquida ou sólida).

3.1.1 Carta psicrométrica

Segundo (Stoecker e Jabardo) “carta psicrométrica é uma ferramenta imprescindível na


análise das misturas ar/vapor d’água”.
De acordo com (Stoecker e Jabardo), o principal critério de avaliação do desempenho
de um evaporador é a condição psicrométrica de saída do ar. Tal critério toma por base o fato
da função do evaporador ser aquela de manter uma dada temperatura no ambiente refrigerado,
através da remoção de calor a uma taxa adequada, diretamente relacionada à temperatura de
saída do ar.
A estimativa da condição de saída pode ser feita através do acompanhamento dos suces-
sivos estados psicrométricos pelos quais passa o ar ao longo da serpentina.

3.1.2 Processo psicrométrico

O processo com ar úmido pode ser representado graficamente em uma carta psicromé-
trica, onde é facilmente interpretado. A carta também pode ser utilizada para determinação de
variações de propriedades como temperatura, umidade absoluta e entalpia que ocorre no pro-
cesso.

3.1.2.1 Resfriamento e desumidificação do ar úmido

Resultam em uma redução da temperatura de bulbo seco e da umidade absoluta. O e-


quipamento que realiza esse processo é a serpentina de resfriamento e desumidificação.
A serpentina é capaz de retirar calor sensível Qs e latente Ql . O calor sensível é o resfri-
amento do ar (∆t), e o calor latente é desumidificação do ar (∆W). A soma dos dois é o calor
total.
O fluxo de energia (potência de refrigeração) é calculado por:

Qev ma h1 h2 V (h1 h2 ) Au (h1 h2 ) (1)

onde Qev é a capacidade de refrigeração,em kW, ma é a vazão mássica de ar seco, em kg/s,


h1 e h2 são, respectivamente, as entalpias de entrada e saída do ar, em kJ/kg, é a densida-
3 3
de do ar seco na saída, em kga / m , V é a vazão volumétrica, em m / s , u é a velocidade do
ar, em m / s , e A é a área transversal, em m 2 .

3.2 Ciclo de carnot de refrigeração

É um ciclo ideal (reversível) que representa o limite máximo de eficiência de operação


de um ciclo entre dois níveis de temperatura. Este ciclo opera transferindo energia térmica
(calor) de uma região de baixa temperatura para outra de alta temperatura, necessitando, para
isso, trabalho (energia) externo.
O diagrama temperatura – entropia do ciclo de Carnot de Refrigeração é mostrado na
Figura 3.1. Os processos deste ciclo são:

1 – 2: Compressão Adiabática Isentrópica com entrada de Trabalho


3

2 – 3: Compressão Isotérmica com dissipação de Calor


3 – 4: Expansão Adiabática Isentrópica com saída de Trabalho
4 – 1: Expansão Isotérmica com entrada de Calor

Figura 3.1- Ciclo de Carnot de Refrigeração (Fonte: BEYER, 2010)

3.2.1 Ciclo de refrigeração real por compressão de vapor

Para tornar um ciclo de Carnot em um ciclo real é necessário definir um fluído, o qual
será escolhido a partir da análise dos fluxos de calor, da produção de frio (Qe) ou da produção
de calor (Qs). Estes fluxos ocorrem com a temperatura constante, ou seja, o fluído deve ab-
sorver calor (Qe) sem esquentar, ou dissipar calor (Qs) sem esfriar.
No ciclo real, as trocas de fase, evaporação ou condensação, exigem diferença de tem-
peratura entre o fluido e o meio, frio ou quente, conforme exigência da segunda lei da Termo-
dinâmica.
A obtenção da temperatura baixa e da temperatura alta para um mesmo fluído é possível
pela variação da pressão do fluido refrigerante.
A Figura 3.2 representa o ciclo de compressão a vapor e os processos termodinâmicos:

Figura 3.2- Ciclo TS de Refrigeração por Compressão de Vapor ( Fonte: BEYER,


2010 )

O conhecimento das entalpias 1,2,3 e 4 é importante para os cálculos energéticos do ci-


clo.
4

1’ – 1: Ocorre o processo de superaquecimento do fluído com entrada de calor do meio


frio para o fluído em superaquecimento. Este processo que ocorre com o gás de sucção forma
um triângulo de superaquecimento. (∆sa na Figura).
1 – 2: Ocorre aumento de pressão. O compressor do ciclo deve comprimir somente va-
por, e para garantir isso, o fluído deve ser superaquecido no evaporador. Após ocorre a com-
pressão do fluído, teoricamente isentrópico, mas na real com aumento de entropia, devido aos
atritos de compressão. Em algumas medições reais, pode-se detectar até compressão com di-
minuição de entropia, devida as perdas de calor existente no compressor, que neste caso não é
adiabático. A descarga do compressor ocorre no ponto 2, com a maior temperatura do ci-
clo,Td.
2 - 2’: O fluido entra do condensador onde é primeiro desuperaquecido isobaricamente,
no processo de calor sensível, com dissipação do calor para o meio quente. Este calor é pe-
queno, na ordem de 10% de calor dissipado pelo condensador. Isto forma outro triângulo,
chamado de desuperaquecimento (∆ds na Figura).
2’– 3’: Condensação Isobárica Isotérmica com dissipação da maior parte de calor, na
ordem de 85%.
3’ – 3: Ocorre o processo de sub - resfriamento, com perda de calor sensível na ordem
de 5% para o meio quente, de forma que a temperatura do meio quente limita a temperatura
de sub - resfriamento do fluído. Este processo é chamado de triângulo de sub – resfriamento
(∆sr na Figura).
3 – 4: Ocorre queda de pressão do fluído, retornando a pressão de baixa Pb. Para tanto
deve passar num dispositivo de queda de pressão, ou expansão. O fluido deve entrar o mais
sub – resfriado possível, de forma a aumentar o frio produzido no evaporador.
4 – 1: O fluido evapora, absorvendo calor, e chega no superaquecimento, fechando o ci-
clo.

3.3 Desempenho do ciclo de compressor a vapor

A partir do diagrama pressão – entalpia, conforme a Figura 3.2, pode-se determinar as


características de um ciclo de refrigeração. As equações descritas abaixo relacionam os parâ-
metros mais importantes de um ciclo de compressão a vapor. Com eles definidos o ciclo está
caracterizado.
Conforme já mencionado, a equação (1) calcula a capacidade de refrigeração. Qev é a
quantidade de calor por unidade de tempo retirada do meio que se quer resfriar através do
evaporador do sistema, entre as temperaturas de condensação e do evaporador. Para o sistema
operando em regime permanente desprezando-se a variação de energia cinética e potencial, da
primeira lei da termodinâmica.
A potência teórica do compressor Wc é a quantidade de energia por unidade de tempo
fornecida pelo compressor ao refrigerante, para que ele passe do estado 1, na sucção, para o
estado 2, na descarga, sendo um processo isentrópico. Aplicando-se a primeira lei da termodi-
nâmica, desprezando a energia cinética e potencial e considerando regime permanente, tem-
se:

Wt mr h2 h1 (2)

onde Wt é a potência teórica isentrópica do compressor, em kW, mr é a vazão mássica de


refrigerante, em kg/s, h1 e h2 são, respectivamente a entalpia de entrada e saída no evapora-
dor kJ/kg.
Considerando as degradações de energia têm-se:
5

Wr Wt / c (3)

onde Wr é a potência real do compressor, em kJ, c é a eficiência isentrópica, na


ordem de 50 a 70%.
O fluxo de calor Qs rejeitado no condensador é:

Qs Qev . Wr (4)

onde Qs é o calor dissipado no condensador, em kW.


O coeficiente de performance (COP) do equipamento para ciclo de refrigeração é uma
função somente das propriedades do refrigerante e consequentemente das temperaturas de
condensação e vaporização. É determinado pela seguinte relação:

COPr Qev / Wr (5)

3.4 Sistema de ar condicionado automotivo

Segundo a ASHRAE (2007), “ar condicionado é o processo de tratamento do ar de mo-


do a controlar simultaneamente a temperatura, a umidade, a pureza e a distribuição para aten-
der às necessidades do recinto condicionado”.

3.4.1 Componentes que compõe o sistema de ar condicionado

O compressor tem como função fazer a circulação do gás em todo o sistema. Sua finali-
dade é de comprimir o gás refrigerante do sistema que foi succionado na forma gasosa à baixa
pressão, liberando-o na forma gasosa à alta pressão, através de pistões. Para o presente traba-
lho, o compressor utilizado é do tipo alternativo, pistão - Swash Plate (Esguichar a Placa),
com deslocamento variável. Segundo ASHRAE (2007), os compressores de pistão de deslo-
camento variável normalmente têm um deslocamento mínimo de cerca de 6% do seu deslo-
camento máximo. A capacidade de deslocamento do compressor tem um deslocamento má-
ximo de 0,12L/rev e um mínimo deslocamento de 10% da máxima. Este tipo de compressor
trabalha de maneira contínua, de acordo com a necessidade do sistema. O volume de com-
pressão é gerenciado por uma válvula de controle.
Conforme ASHRAE (2007), o compressor é acionado por correia diretamente do motor
e deve suportar velocidades de mais de 130 rev/s, e permanecerá suave e silencioso para 8,3
rev/s. A relação de transmissão do veículo motor para o compressor normalmente varia de 1:1
a 2:1. Em ausência de uma relação de transmissão variável, a máxima velocidade do compres-
sor para alcançar maior capacidade de bombeamento é em marcha lenta.
A variação da pressão interna é gerenciada pela válvula de controle que através da leitura da
pressão de sucção do compressor, entende se a temperatura no evaporador está alta ou baixa.
De acordo com ASHRAE (2007), o ângulo das mudanças na placa é em função da
pressão de sucção e descarga para alcançar uma constante pressão de sucção pouco acima de
zero, independentemente da carga. O deslocamento variável do compressor reduz o consumo
de potência do compressor, melhorando a eficiência energética. Estes compressores melhoram
a desumidificação e conforto, possui baixo nível de ruído e vibração, e tem alta confiabilidade
de eficiência.
Pode-se verificar na Figura 3.3 o compressor utilizado pelo veículo em estudo.
6

Figura 3.3- Compressor de deslocamento variável (Fonte: Delphi, 2010)

Figura 3.4 – Desempenho do compressor (Fonte: Delphi, 2010)

O condensador é o responsável por rejeitar o calor absorvido no evaporador, é energia


absorvida no trabalho do compressor. Estes calores são transferidos para a atmosfera (mais
fria que o gás) que passa pelas aletas causando o sub-resfriamento do refrigerante, ocasionan-
do o processo de condensação. Prosseguindo com este ciclo até alcançar a temperatura dese-
jada pelos ocupantes do veículo.
O Filtro Secador está localizado entre o condensador e a válvula de expansão. Ele ga-
rante que a válvula de expansão receba somente refrigerante líquido não comprometendo o
desempenho do equipamento. Com isto, ele balanceia a demanda de refrigerante em função da
variação de carga térmica do sistema. Além disso, serve como um reservatório de refrigerante;
remove a umidade do sistema e filtra impurezas.
Na válvula de expansão o refrigerante líquido a alta pressão e temperatura é expandido
através de uma restrição de área por um pequeno orifício e transformado em uma mistura de
líquido mais vapor à baixa pressão. Para a evaporação deste líquido restante, o refrigerante
absorve energia do ar que passa pelo evaporador. Além da expansão do fluído refrigerante a
outra função importante é garantir o superaquecimento do gás, protegendo o compressor con-
tra possíveis de “golpes de líquido” e ainda ajustar o fluxo de refrigerante para o evaporador.
O evaporador é o responsável pelo resfriamento do ar e controlar a umidade do ambien-
te, através do fluxo de ar que passa pelas aletas do evaporador, instalado no compartimento do
passageiro. Quando o ar resfria, perdendo calor para o gás refrigerante que está mais frio que
o ar dentro da cabine que passa por dentro do evaporador, expulsando essa caloria para exte-
rior evaporando o mesmo.

4. METODOLOGIA

4.1 Descrições do Aparato Instrumental

Para a execução deste trabalho foi feito um aparato instrumental para realização de tes-
tes em um condicionador de ar automotivo de um automóvel corsa hatch com o objetivo de
avaliar a influência da rotação, e dos parâmetros de funcionamento, tais como, coeficiente de
performance, vazão mássica e capacidade de refrigeração no desempenho global do sistema.
7

Com isto, foi possível impor diferentes condições de operação, durante períodos de tempo, ao
longo das quais as variáveis de interesse eram continuamente monitoradas.
O aparato experimental foi projetado para a sua construção em três etapas.

4.2 Construção da primeira etapa

A primeira etapa foi mapear o sistema de ar condicionado automotivo, com a finalidade


de identificar a localização dos sensores, conforme Figura 4.1. Visando facilitar a localização
dos sensores, sua numeração é apresentada na Tabela 4.1.

Figura 4.1- Desenho esquemático dos componentes do ar condicionado

Na Figura acima, a = Válvula de expansão, b = Compressor, c = Eletroventilador, d =


Condensador, e = Radiador, f = Filtro secador, g = Evaporador, h = Aquecedor e i = Difusor.

Tabela 4.1- Posicionamento dos sensores

4.3 Construção da segunda etapa

Nesta etapa foi feita a calibração dos sensores. Primeiramente foram selecionados sen-
sores do tipo NTC - 5 kΩ, que são de baixo custo e fácil obtenção no mercado e atendem a
faixa de temperatura a ser medida. Os terminais dos sensores foram unidos aos fios com co-
nectores.
Para facilitar a identificação dos pontos de medição foram utilizadas anilhas com nu-
merações, conforme apresentado na Figura 4.2.
8

Figura 4.2- Amostra dos cabos identificados

Para a calibração, utilizou-se um PT-100 como sensor de referência. Os sensores foram


conectados às entradas do equipamento em canais separados.
Para a aquisição das leituras foi utilizado um Data Loger (Agilent 34970A), conforme
mostra a Figura 4.3.

Figura 4.3- Sistema de aquisição de dados

Ao invés de utilizar uma curva que associe resistência à temperatura, foi utilizada a di-
ferença entre o valor lido no PT-100 e no aquisitor de dados lido para a calibração dos senso-
res, tomando-se a temperatura do PT-100 como referência. Com estas diferenças encontradas
foram lançadas no software Agilent e acionado o comando offset para corrigir os valores obti-
dos na medição.

4.4 Construção da terceira etapa

4.4.1- Instrumentação dos componentes do ciclo

Nesta etapa instrumentaram-se os componentes do sistema de ar condicionado do auto-


móvel corsa hatch com sensores de temperatura, NTC-5 kΩ e PT-100, para monitorar a tem-
peratura em todo o sistema de refrigeração. Para complementar as instrumentações, foram
instalados, ainda, um medidor de pressão e um dispositivo para medir a rotação do compres-
sor.

4.4.2 – Medidas de temperatura

Os sensores NTC-5 kΩ são utilizados para as leituras das temperaturas. Estes foram in-
seridos em todo o sistema do ar condicionado.
Os quatro sensores utilizados para medir a temperatura de bulbo úmido foram envolvi-
dos por um tecido de algodão. O tecido de algodão foi colocado em um tubo de plástico pre-
enchido com água, conforme ilustrado na Figura 4.4.
9

Figura 4.4 - Sensor PT-100


.
O PT-100 foi instalado na tubulação de alumínio entre o compressor e o condensador
para fazer a medição da temperatura do refrigerante. Para aumentar a transferência de calor, a
fixação do PT-100 foi feita com uma fita aluminizada e, coberta com um filtro de ar para fa-
zer o isolamento contra a radiação solar.

Figura 4.5 - Posicionamento do PT-100

Para a medição da temperatura do ar interno que entra no evaporador foram colocados o


sensor de temperatura de número 5 (NTC-5) e sensor de temperatura de número 6 (NTC-6)
próximos ao motor elétrico da ventilação, de acordo com a Figura 4.6.

Figura 4.6 - Posicionamento do NTC-5 e NTC- 6 próximo ao motor elétrico da venti-


lação.

Para a medição da temperatura do ar interno que sai dos difusores foram colocados o
NTC -11 e NTC – 13, conforme a Figura 4.7.
10

Figura 4.7- Posicionamento do NTC-11 e NTC-13 na saída do difusor central

Os terminais dos dois sensores utilizados para medir a temperatura da água quente fo-
ram isolados com esmalte. A fixação foi feita com a com uma fita aluminizada e abraçadeira
conforme mostra a Figura 4.8.

Figura 4.8 Posicionamento do NTC-9 e NTC-10 na tubulação do aquecedor

Em todas as tomadas apresentadas na (Tabela 4.1) foi utilizado um NTC – 5kΩ cuja lei-
tura realizada com sistema de aquisição de dados feita por uma magazine da Hewlett Packard
modelo HP34970A, através do software HP Benchlink Data Logger v1.3.

4.4.3 – Pressão e temperatura do fluido refrigerante

As medições da temperatura e da pressão alta e baixa do fluido refrigerante R134a fo-


ram feitas com um manômetro digital da Mastercool que possui manômetros de alta e baixa
pressão com mangueiras(HIGT e LOW) que foram conectadas nas válvulas. A incerteza for-
necida pelo fabricante deste equipamento é de 1% de leitura.

Figura 4.9 – Medidor de pressão Manômetro Digital (Mastercool, 2010)

4.4.4 – Medição da Rotação


11

Para a medição da rotação do compressor utilizou-se um tacômetro foto/contato digital


da Minipa de modelo MDT-2238. A incerteza de medição é ±(0,05%+1Dig).

Figura 4.10 – Tacômetro foto/contato (Minipa, 2010)

4.4.5 – Medição da velocidade do ar na saída dos difusores

Para a medição da velocidade do ar na saída dos difusores 1,2,3 e 4 , utilizou-se um tu-


bo de pitot da Dwyer, Figura 4.11. A incerteza de medição é de 5%.

(a) (b)
Figura 4.11- Medição da velocidade nos quatro difusores com tubo de pitot

4.5 - Procedimento experimental

O aparato experimental construído com objetivo principal de avaliar a influência da


rotação do compressor no sistema de condicionamento de ar é apresentado na Figura 4.12.

Figura 4.12 – Visual geral do aparato de um condicionador de ar automotivo


12

O sistema de aquisição é acionado, para registrar os dados de interesse, após a monta-


gem do aparato experimental no veículo. Com o aparato experimental montado, fecharam-se
as portas do veículo às 14h20min. Em seguida ligou-se o automóvel e posteriormente acio-
nou-se a ventilação no estágio dois, às 14h31min. Às 14h35min ligou-se o ar condicionado
ativando o botão de acionamento e da renovação, fechando, portanto, a renovação do ar exter-
no, deixando o carro na rotação 1080rpm. Durante a baixa rotação foram feitas anotações das
medidas de pressões da alta e baixa do compressor e temperaturas do fluido refrigerante in-
formadas no manômetro digital. Com o tacômetro digital no modo foto e pressionado o botão
de acionamento, mediu-se a rotação no compressor. Às 14h43min alterou-se a rotação do
compressor para 2080 rpm e às 14h59min retornou-se para a rotação de 1080 rpm.
No experimento, o veículo permaneceu no sol durante todo o período de medição para
avaliar melhor o desempenho do ar condicionado.

5. RESULTADOS E ANÁLISES

Após a coleta dos dados do experimento foi realizado o tratamento dos mesmos para a
realização da análise psicrométrica do ar condicionado e do ciclo de refrigeração do sistema
automotivo. O sistema de aquisição adquirido permite o acompanhamento dos valores coleta-
dos em intervalos que são determinados pelo usuário, neste experimento o intervalo entre du-
as medidas foi de 6 segundos.

5.1 Análise psicrométrica do ar condicionado

Conforme mencionado no capitulo 4, sensores de temperatura foram instalados no inte-


rior do veículo, sendo o NTC-5 e NTC- 6 na entrada do evaporador e e o NTC-11 e NTC-13
na saída dos difusores (Figuras 4.6 e 4.7). Nas Figuras 5.1 e 5.2, respectivamente, são apre-
sentados os resultados obtidos para as temperaturas de bulbo seco na entrada do evaporador e
na saída do difusor. A escala de tempo inicia ao acionar o sistema de aquisição de dados.
Para o estudo da análise psicrométrica do ar condicionado o tempo inicia no momento
em que o ar condicionado automotivo é ligado, às 14h35min.

Figura 5.1- Temperatura de bulbo seco do ar na entrada do evaporador versus tempo


13

Figura 5.2- Temperatura de bulbo seco do ar na saída dos difusores versus tempo

Figura 5.3- Temperatura de bulbo úmido do ar na saída dos difusores versus tempo

Figura 5.4- Temperatura de bulbo úmido do ar na saída dos difusores versus tempo

É possível observar que a temperatura de bulbo seco do ar interno entra a 27,3 °C no


evaporador e sai no difusor a uma temperatura 9,4 °C, esta variação ocorre devido ao proces-
so de resfriamento do ar úmido que ao passar pela serpentina do evaporador perde calor para
o fluido refrigerante, ocorrendo um resfriamento do ar. Uma análise similar à realizada no
gráfico anterior pode ser feita nas Figuras 5.3 e 5.4 para temperatura de bulbo úmido. A tem-
peratura de bulbo úmido do ar interno passa de 19,8 °C para 8,8 °C, o que pode ser justificado
pelo processo de desumidificação que resulta em uma redução da umidade absoluta.
Os dados de temperatura de entrada e saída do ar foram analisados na carta psicrométri-
ca, como mostrado na Figura 5.6. As entalpias de entrada e saída foram obtidas em um pro-
grama da HP-50G de acordo com dados de entrada da temperatura do ar. Na Figura 5.6, a
linha azul é a capacidade de refrigeração do evaporador.
14

Figura 5.6 - Carta Psicrométrica do ar úmido

Os resultados das medidas das velocidades do ar, obtidas com o tubo de pitot, em cada
difusor e os dados da vazão volumétricas calculados pela Equação (1) encontram-se na Tabela
la 5.1. Para o cálculo da vazão volumétrica utilizou-se a área do difusor que é 0,0036 m². Per-
cebe-se que o ar não é homogêneo.

Tabela 5.1 - Velocidade e Vazão Volumétrica do ar

De acordo com a Equação (1) a capacidade de refrigeração depende da variação da en-


talpia e da vazão mássica do ar, que por sua vez, depende de ,V . São descritas na Tabela C1
do apêndice C os resultados das médias das temperaturas de entrada e saída do ar com suas
propriedades termodinâmicas. Os valores das entalpias e volume específico foram obtidos em
um programa da HP 50G.
A Tabela 5.2 mostra os resultados da vazão mássica do ar e da capacidade de refrigera-
ção. Observa-se que a vazão mássica do ar permaneceu constante e a capacidade de refrigera-
ção variou de 3.5 kW para 2.65 kW.
15

Tabela 5.2: Vazão mássica e capacidade de refrigeração

5.2 Análise do Ciclo de Refrigeração:

Conforme já mencionado no capítulo 4, utilizou-se um manômetro digital para obtenção


das pressões da alta e da baixa e, também, da temperatura de alta e da baixa do fluido refrige-
rante R134a. A incerteza de medição da temperatura é ± 1°F(±0,5°C) e a incerteza de medi-
ção da pressão é ± 0,01% de leitura.
Nas Tabelas 5.3 e 5.4, respectivamente, observam-se os valores das pressões e tempera-
turas do fluido refrigerante obtidas para cada alteração da rotação.

Tabela 5.3 - Comparação das pressões com a alteração da rotação


Pressão Absoluta (bar)
Rotação Compressor
(rpm) Pressão de Alta Pressão de Baixa
1080 9.3 3.2
2080 10.7 3.2
1080 9.3 3.3

Tabela 5.4 - Comparação das temperaturas com a alteração da rotação


Temperatura Absoluta (°C)
Rotação Compressor Temperatura de Temperatura
(rpm) Condensação de Evaporação
1080 36.1 2.8
2080 42.8 2.2
1080 40 2.8

Nota-se um acréscimo na pressão de alta com o aumento da rotação.

Tabela 5.5- Eficiências Isentrópicas e volumétricas (Fonte: Delphi,2010)


Eficiências
Rotação Compressor
(rpm) Isentrópica Volumétrica
1080 0.7 0.75
2080 0.55 0.64
1080 0.7 0.75
16

Na Tabela 5.5 é apresentado as eficiências isentrópica e volumétrica do compressor ob-


tidas do catálogo do fabricante. Observa- se uma queda da eficiência volumétrica e isentrópi-
ca com o aumento da rotação devido às irreversibilidades existentes no compressor.
De acordo com a equação (3) calculou-se a potência do compressor, conforme os resul-
tados apresentados na Tabela 5.6. Percebe-se um aumento da potência do compressor com
aumento da rotação, pois aumentou a energia retirada do motor do veículo.

Tabela 5.6- Potência do compressor


Rotação Compressor (rpm) Potência do Compressor (cv)
1080 1.4
2080 2.9
1080 1.4

Através da equação (5) obteve-se o coeficiente de performance do compressor.

Tabela 5.7- Potência do compressor


Rotação Compressor (RPM) COP
1080 3.4
2080 1.6
1080 3.0

Nota-se uma redução do COP com o incremento das rotações de compressor, signifi-
cando que para menores rotações do compressor obtemos melhores desempenhos.
Foram registradas as variações de rotação do compressor em função da capacidade de
refrigeração como segue:

Figura 5.7- Capacidade de Refrigeração versus tempo

De acordo com a Figura 5.7, nota-se que a capacidade de refrigeração para o início da
rotação 1080 rpm, linha vermelha, é maior em relação a rotação de 2080 rpm. Este compor-
tamento se explica pelo fato deste compressor possuir vazão variável, a pressão de alta au-
mentando, acione-se o controle da vazão que faz diminuir a vazão. Para a mesma rotação de
1080 rpm pode-se observar uma queda de rendimento da rotação de 2080 rpm ao retornar
para 1080 rpm, linha roxa, pois dentro do habitáculo interno do veículo está mais frio. E ao
entrar ar com temperatura menor não vai haver uma variação que seja significativa e, com isto
esta capacidade tende a diminuir.
17

Figura 5.8 - Ciclo de refrigeração (Fonte: Coolpack, 2010)

Para uma melhor visualização do ciclo, houve a preocupação de se graficar o ciclo real
de refrigeração no diagrama P-h para as rotações no compressor de 1080, 2080,1080 rpm.
Utilizou-se para isto, o software Coolpack, versão 1.6.
Com os dados de temperatura de condensação, temperatura de evaporização e os dados
de eficiência isentrópica e volumétrica obtidas do catálogo do fabricante do compressor con-
seguiu-se obter o ciclo de refrigeração no Coolpack., conforme apresentado na Figura 5.8.
Percebe-se que o ciclo de refrigeração obtido com este experimento não possui supera-
quecimento e subresfriamento. Isso pode ser verificado na tabela termodinâmica do fluido
refrigerante R134a que na temperatura de alta e pressão de alta tem o estado definido do flui-
do de vapor saturado.

6. CONCLUSÕES

Neste trabalho foi avaliado, inicialmente, um condicionador de ar automotivo, onde a


rotação do compressor foi alterada. Conforme o objetivo apresentado construiu-se um aparato
experimental para testes em um condicionador de ar automotivo. Esta avaliação teve como
objetivo conhecer na prática o comportamento do sistema sob vários aspectos (temperatura,
pressão, capacidade de refrigeração) de um veículo.
Os resultados no presente trabalho apresentaram uma tendência comparável ao compor-
tamento de um ciclo de refrigeração real do sistema de condicionamento de ar de automóvel.
Os resultados mostram que o COP do sistema diminui à medida que se incrementa a ro-
tação do compressor. Pode-se dizer então que menores rotações do compressor implicam em
melhores desempenhos.
Nos testes realizados neste trabalho verificou-se que a capacidade de refrigeração obtida
com o sistema de refrigeração por compressão a vapor ficou abaixo da curva de capacidade do
catálogo do fabricante. Tal fato se justifica por ser um veículo de pequeno porte e este não
precisar da potência. Este veículo foi dimensionado para trabalhar com o condensador menor,
não precisando de carga térmica maior.

6.1 Sugestões para trabalhos futuros

- Avaliação do consumo elétrico dos eletros ventiladores.


- Desenvolver um sistema para que o controle da vazão pelo compressor seja pela temperatura
interna do veículo.
18

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ASHRAE – American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engi-


neers Fundamentals Handbook – 2007 Chapter 9 – Automobiles and Mass Transit

Fernandes, R.V. Análise computacional de um sistema de ar condicionado automo-


tivo. Trabalho de Diplomação. (Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Brasília.
Orientador: PIMENTA, J.M., 2006.

Diáz, R.P.S. Avaliação da influência da carga de gás em um sistema de condicio-


namento de ar automotivo. Dissertação de Mestrado. (Engenharia Mecânica) – Pontífica
Universidade Católica do Rio de Janeiro. Orientador:BRAGA, S.L., 2001.

Jabardo, J.M.S; Mamani, W.G; Ianella, M.R. Modeling and experimental evuluation
of na automotive air conditioning system with a variable capacity compressor. Depart-
ment of Mechanical Engineering. University of São Paulo, 2001.

Santos, E.J.L; Ataídei, M.S.C. Análise experimental de compressors de refrigera-


ção.Trabalho de Diplomação. (Engenharia Mecânica) – Universidade de Brasília. Orientador:
PIMENTA, J.M., 2005.

Beyer, P.O.,2009. “Apostila de Ventilação, Refrigeração e Ar condicionado”. Uni-


versidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre

Beyer, P.O.,2009. “Apostila de Ciclo de Refrigeração”. Universidade Federal do Rio


Grande do Sul, Porto Alegre

SCHNEIDER, P. S., “Termometria e Psicrometria”, Medições Térmicas, Departa-


mento de Engenharia

DELPHI, 2004. Delphi Compact Variable Compressors. Acesso em 12/10/2010 no se-


guinte link: http://delphi.com/pdf/h/cc_cvc.pdf.

STOECKER, W.F., JABARDO, J. M. S “Refrigeração Industrial”, 2.ed.São Paulo:


Edgard Blucher Ltda, 2002.

Mastercool Inc, HVAC Digital Manifold. Acesso em 12/10/2010 no seguinte link:


http://www.mastercool.com/pages/99103.html

Minipa. Acessado em 12/10/2010 no seguinte link:


www.minipa.com.br/Produtos/DetailsProduct.aspx?id=200

Dwyer instruments,inc Acessado em 12/10/2010


http://www.dwyer-inst.com/products/produtct.ctm?Group_ID=169

ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engi-


neers Fundamentals Handbook – 2007 Chapter 36 – Measurement and Instruments
19

APENDICE A – Resultados das medições

Figura A 1 – Temperatura do fluido refrigerante entre compressor e condensador versus tem-


po

Figura A 2 – Temperatura do ar entre evaporador e aquecedor versus tempo

Figura A 3 – Temperatura do ar na entrada do condensador x tempo

Figura A 3 – Temperaturas da água quente na entrada e saída do duto do aquecedor x tempo


20

Figura A 4 – Temperatura do ar na entrada da renovação do ar externo versus tempo

Figura A 4 – Temperatura do ar entre condensador e radiador versus tempo

Figura A 4 – Temperatura do ar atrás do eletroventilador versus tempo


21

APÊNDICE B – Análises das Incertezas

No cálculo de incertezas associadas aos parâmetros de interesse, foi utilizado o critério de


Kline e McClintock, o qual baseia-se na análise de incerteza das variáveis dependentes e In-
dependentes. O critério para expressão definida por eles para determinar a incerteza das vari-
áveis é:

A incerteza +

Onde:
= grandeza a ser avaliada
= são as variáveis independentes
= é a incerteza das variáveis independentes para i = 1,2,3,4,...

Na Tabela abaixo encontram-se a incerteza de cada instrumento utilizado nas medições.

Tabela B 1 – Incerteza dos instrumentos utilizados

INCERTEZA DA MEDIÇÃO DA TEMPERATURA PT-100

= Incerteza do sensor de temperatura


= Incerteza do instrumento de leitura

= 0,3°C
= 0,02°C

A incerteza da medição de temperatura é:


= (0,3)² + (0,02)²
= 0,30 °C

INCERTEZA DA MEDIÇÃO DA TEMPERATURA- NTC

= Incerteza do sensor de temperatura


= Incerteza do instrumento de leitura

= 0,01°C
= 0,05°C
22

A incerteza da medição de temperatura é:


= (0,01)² + (0,05)²
= 0,026°C

INCERTEZA DA MEDIÇÃO DA ROTAÇÃO

Tabela B 2 – Dados de incerteza para rotação

INCERTEZA DA MEDIÇÃO DA PRESSÃO E TEMPERATURA

Tabela B 3 – Dados de incerteza para temperatura e pressão


Pressão de Alta Pressão de Baixa (bar) Temperatura de Condensaçao °C Temperatura de Evaporação °C
9,3 ± 0.11 3,2 ±0,11 36,1 ± 0,11 2,8 ± 0,11
10,72 ± 0.11 3,2 ± 0,11 42,8 ± 0,11 2,2± 0,11
9,3 ± 0.11 3,3 ± 0,11 40 ± 0,11 2,8 ± 0,11

INCERTEZA DA MEDIÇÃO DA VELOCIDADE

Tabela B 4 – Dados de incerteza para velocidade


23

APÊNDICE C – Propriedades termodinâmicas da entrada e saída do ar

Tabela C.1 - Propriedades termodinâmicas da entrada e saída do ar

Você também pode gostar