Efeito Da Temperatura

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Volume 3, Number 4 (December, 2010) p.

432 - 448 • ISSN 1983-4195

The effect of high temperatures on concrete compression


strength, tensile strength and deformation modulus

Efeito de altas temperaturas na resistência à compressão,


resistência à tração e módulo de deformação do concreto

A. A. A. de SOUZA a
[email protected]

A. L. MORENO JR b
[email protected]

Abstract
This paper has as a goal to present the results of experimental investigations on the behavior of concrete when submitted to high temperatures.
A concrete of common utilization in our region, with cement and usual aggregates mixed in usual proportions (mix), was submitted to tempera-
tures of 300ºC, 600ºC and 900ºC, in order to assess probable variations in its compression strength, tensile strength and deformation module.
The effect of rapidly cooling concrete, usual in fire fighting, was assessed; a few test bodies submitted to high temperatures were rapidly cooled
and others were slowly cooled (to room temperature). The probable recovery of the mechanical properties under investigation following concrete
rehydration – after a possible reduction from the effects of the high temperatures applied – was also assessed; test bodies were submitted to high
temperatures and cooled slowly; a few were immersed in water and others were wrapped up in plastic film and then evaluated in relation to the
researched properties for concrete ages of 28, 56, 112 and 224 days after slow cooling. Upon finishing this work, important results on the effect
of high temperatures on concrete mechanical properties were obtained, thus providing a major contribution for the recovery design of structures
that had been subject to fire.

Keywords: concrete, fire, mechanical propeties.

Resumo
Este trabalho teve como objetivo a investigação experimental do comportamento do concreto quando submetido a elevadas temperaturas. Um
concreto de utilização comum em nossa região, com cimento e agregados usuais, misturados em proporções também usuais (traço), foi submeti-
do a temperaturas de 300 °C, 600°C e 900 °C , de maneira a se avaliar prováveis alterações na resistência à compressão, na resistência à tração
e no módulo de deformação deste concreto. O efeito do resfriamento rápido do concreto, usual em intervenções de combate a incêndios, foi
avaliado; alguns dos corpos-de-prova submetidos às altas temperaturas estipuladas foram resfriados rapidamente e outros foram resfriados len-
tamente (ao ambiente). A recuperação provável das propriedades mecânicas analisadas, com a reidratação do concreto – com possível redução
após o efeito das altas temperaturas aplicadas - também foi avaliada; corpos-de-prova submetidos às altas temperaturas estipuladas e resfriados
lentamente, foram parte imersos em água e parte envoltos em filme plástico e a seguir, cada parte correspondente foi avaliada, em relação às
propriedades do concreto pesquisadas, para as idades do concreto de 28, 56, 112 e 224 dias após o resfriamento lento. Ao final deste trabalho,
importantes resultados sobre o efeito de altas temperaturas nas propriedades mecânicas do concreto puderam ser obtidos; contribuindo, em
muito, para o estabelecimento de parâmetros para o projeto de recuperação de estruturas submetidas ao efeito do fogo.

Palavras-chave: concreto, altas temperaturas, propriedades mecânicas, reidratação.

a
Doutoranda, Departamento de Estruturas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, UNICAMP, [email protected] ,
Rua Saturnino de Brito, 135, Cidade Universitária Zeferino Vaz, Barão Geraldo, Campinas, SP, Brasil, cep: 13083 - 852;
b
Professor Doutor , Departamento de Estruturas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, UNICAMP, [email protected] ,
Rua Saturnino de Brito, 135, Cidade Universitária Zeferino Vaz, Barão Geraldo, Campinas, SP, Brasil, cep: 13083 - 852;

Received: 28 Sep 2009 • Accepted: 27 Aug 2010 • Available Online: 17 Dec 2010

© 2010 IBRACON
A. A. A. de SOUZA | A. L. MORENO JR

1. Introdução
Os danos causados por um incêndio a uma estrutura de concreto
podem ir desde uma simples descoloração ou mancha produzida
pela fumaça, ou a completa destruição do elemento por perda de
sua resistência mecânica.
Esses efeitos do fogo, assim como sua intensidade e extensão,
estão diretamente condicionados à capacidade que o edifício,
submetido ao incêndio, possui para contribuir com o seu desen-
volvimento.
Infelizmente, não há como a segurança contra incêndios ser abso-
luta; assim, essa segurança consiste em reduzir os riscos median-
te adoção de uma série de medidas que, na maioria das vezes,
tem caráter apenas preventivo.
A experiência que se tem do comportamento das estruturas de
concreto armado frente ao fogo é muito escassa. Devido às dificul-
dades que, obviamente, se apresentam para a realização de en-
saios em escala real de uma estrutura, os dados conhecidos, em
sua maioria, são resultados de ensaios de laboratório efetuados
sobre elementos isolados da edificação e de experiências colhidas
de edificações incendiadas involuntariamente.
O presente trabalho apresenta resultados de avaliação experi-
mental do efeito de altas temperaturas nas propriedades mecâni-
cas do concreto. Tem por finalidade principal, prestar contribuição
ao meio técnico no estabelecimento de parâmetros para o projeto
de recuperação de estruturas submetidas ao efeito do fogo.

2. Efeitos da alta temperatura


no concreto
tração começa a diminuir, chegando a níveis de decréscimo, em
2.1 Propriedades Mecânicas do Concreto torno de 70% aos 600°C; devido à desidratação do gel e ao au-
mento da microfissuração, tabela [1].
Resistência à compressão, resistência à tração e módulo de de- A resistência à compressão não sofre alteração apreciável até
formação longitudinal, são propriedades mecânicas do concreto cerca de 300°C. Entretanto, a partir deste valor, uma redução con-
que tem seu valor reduzido quando este é submetido a tempera- siderável se inicia, assumindo uma perda em torno de 20%, de
turas elevadas. acordo com Almeida [2]. Ensaios realizados por Galleto & Mene-
De acordo com Paulon [1], quando submetido à temperaturas de guini [3], confirmando Almeida [2], apresentaram, para o concreto
até 150°C, o concreto não sofre alteração sensível de sua resis- convencional aquecido a 300°C e resfriado lentamente, uma perda
tência, mas, para temperaturas superiores a esta, a resistência à de resistência à compressão de 24 % em relação à sua resistência
original, sem aquecimento.
A redução da resistência à compressão do concreto submetido à
temperatura da ordem de 600°C é de cerca de 50%, de acordo
com Petrucci [4]. Neville [5], justifica esta redução pela ocorrên-
cia de uma degradação progressiva do concreto submetido a esta
temperatura; com as camadas superficiais quentes tendendo a
separar-se, com descamamento do interior do concreto, mais frio.
A fissuração é intensificada nas juntas, nas regiões mal adensa-
das ou, no caso do concreto armado, nos planos das barras de
aço que, depois de expostas, passam a conduzir calor acelerando
o efeito nocivo da temperatura elevada no concreto.
Ensaiando corpos de prova cilíndricos, com 10 centímetros de di-
âmetro e 20 centímetros de altura, aquecidos à 300°C e resfriados
lenta e rapidamente, Galleto & Meneguini [3] obtiveram redução
respectiva de apenas 4% e 21% do módulo de deformação longitu-
dinal, em relação aos corpos-de-prova que não foram submetidos
à temperatura elevada. Resultado que difere, significativamente,
dos resultados apresentados na tabela anterior.
A diferença entre os resultados, obtidos pelos vários pesquisado-
res do assunto, e observada no parágrafo anterior, não é rara.

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Malhotra [6], justifica esta diferença devido a fatores como: dife- 3. Avaliação experimental do
renças de tensões atuantes e da condição de umidade do con- concreto quando submetido à
creto enquanto este se encontra sob aquecimento; diferenças na elevadas temperaturas
duração da exposição à temperatura elevada; diferenças de pro-
priedades físicas e mecânicas dos agregados, etc. 3.1 Ensaios de caracteriazação dos materiais
Um fator que pode ser colocado como de grande influência no efei-
to de altas temperaturas nas propriedades mecânicas do concreto Corpos-de-prova cilíndricos de concreto, com 10 centímetros de
é a velocidade do resfriamento. A aplicação de água em um incên- diâmetro e 20 centímetros de altura, foram executados com ci-
dio, por exemplo, equivale a um resfriamento brusco, causando mento e agregados usuais, misturados em proporções também
uma grande redução de resistência devido aos intensos gradien- usuais (traço).
tes de temperatura que se originam no concreto, Figura [1]. O traço utilizado garantiu um abatimento de 15 cm, obtido de
Finalmente, é importante observar que parte deste decréscimo, acordo com a NBR NM 67 – Determinação da consistência pelo
nas propriedades mecânicas do concreto, resultante de seu aque- abatimento do tronco de cone [8]. A proporção dos materiais, em
cimento, pode ser recuperado com a rehidratação. Segundo Câ- peso, utilizada foi de 1:3:3 (cimento, areia, brita). A relação água/
novas [7], se a temperatura do concreto não ultrapassa os 500°C, cimento empregada igual a 0,60.
este pode sofrer uma reidratação posterior; que pode fazê-lo recu- O cimento utilizado foi o CPII-32.
perar até 90% de sua resistência inicial após um ano. A areia utilizada no concreto foi uma areia média, apresentada na
Desta maneira, uma generalização ampla dos resultados obtidos tabela [2], conforme especificações da NBR 7211/05 [9].
por diferentes pesquisadores é muito difícil; sem a devida consi- O concreto foi preparado de acordo com as especificações da
deração dos fatores anteriormente assinalados na interpretação NBR 12821 – Preparação de concreto em laboratório [10] e os
destes vários resultados. corpos-de-prova foram moldados de acordo com a NBR 5738 –

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Moldagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos Após esse processo de resfriamento rápido, os corpos-de-
de concreto [11]. prova foram ensaiados, à compressão e à tração, para que os
resultados obtidos fossem comparados com os obtidos para o
3.2 Ensaios principais – procedimento concreto sem aquecimento.
Os 54 corpos-de-prova restantes foram resfriados lentamente.
Para cada temperatura analisada, 300 °C, 600 °C e 900 °C, Após ter sido atingida a temperatura estipulada, os mesmos
foram executados 66 corpos de prova de concreto. Estes cor- permaneceram dentro do forno e a temperatura foi reduzida,
pos de prova foram ensaiados para a avaliação dos efeitos da gradualmente, à uma taxa de 1°C/min, até que fosse atingida a
temperatura sobre a resistência à compressão, sobre a resis- temperatura ambiente.
tência à tração e sobre o módulo de deformação longitudinal Após o resfriamento lento, 6 corpos-de-prova foram retira-
do concreto. dos do forno e ensaiados, para que seus resultados fossem
Decorridos 3 meses de sua concretagem, e tendo-se estabilizado comparados com os obtidos para os corpos-de-prova sem
o ganho de resistência à compressão do concreto, 6 corpos de aquecimento e para os corpos-de-prova submetidos ao res-
prova foram ensaiados para que fossem avaliadas as proprieda- friamento rápido.
des mecânicas citadas. Dos 6 corpos-de-prova, 3 foram subme- Dos 48 corpos-de-prova restantes, 24 foram imersos em água e
tidos à compressão e 3 à tração. Dos 3 CP’s submetidos à com- 24 foram envolvidos por filme plástico.
pressão, em 2 deles foi obtido, também, o módulo de deformação De cada grupo destes 24 corpos-de-prova, 6 foram avaliados em
longitudinal do concreto.
Cada grupo de 60 corpos de prova restantes foi submetidos à tem-
peratura estipulada - 300 °C, 600 °C ou 900 °C.
O aquecimento foi gradual, a uma taxa de 15°C/min, partindo–se
de uma temperatura inicial de 25°C, fixada como temperatura am-
biente, para todos os corpos de prova.
Atingida a temperatura final, os corpos de prova permaneceram
nesta condição por período de tempo correspondente a 2 horas,
para que toda a massa de concreto atingisse a mesma tempera-
tura. Ao final deste período, 6 deles foram resfriados rapidamente,
por imersão em água corrente.

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relação às propriedades mecânicas de interesse aos 7 dias, 6 4. Resultados experimentais


aos 28 dias, 6 aos 56 dias e 6 CP’s aos 112 dias. A comparação
dos resultados entre os 2 grupos mencionados, proporcionou a Os resultados apresentados na tabela [3] foram adotados como
avaliação da re-hidratação do concreto após ser submetido à “padrão” de comparação (100%) para avaliação do decréscimo de
elevadas temperaturas. resistência mecânica do concreto, quando submetido as elevadas

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temperaturas estipuladas. Desta maneira, as tabela [4]; [5]; [6]; [7]; 5. Avaliação dos resultados
[8]; [9]; [10] e [11] apresentam resultados expressos em relação
aos padrões estipulados. Os resultados experimentais para redução da resistência à com-
Devido a intensa microfissuração, resultante do resfriamento rápido, pressão e módulo de elasticidade foram comparados com a cur-
todos os corpos-de-prova submetidos a temperatura de 900 °C se va de redução dessas propriedades apresentadas na NBR 1500
partiram; motivo pelo qual não estarem apresentados os resultados (ABNT, 2004) na Figura [2]. Os valores experimentais para a re-
relativos a esta temperatura, para o caso do resfriamento rápido. sistência à compressão são próximos aos da curva da NBR, so-
Os valores obtidos nas tabelas citadas, relacionados às tempe- mente para a temperatura máxima de aquecimento igual a 600°C
raturas de 300OC e 600OC foram obtidos do trabalho de pesquisa houve diferença significativa, mas esta apresentou redução menor
de Doro [12]. do que a da Norma.

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Em relação ao módulo de elasticidade as diferenças entre os valo- temperatura de 600 °C, o concreto perde não só a água livre, mas
res experimentais e os valores da Norma foram observados para também a água contida no gel do cimento, provocando, como con-
as temperaturas máximas de 300°C e 600°C, com maior redução seqüência, um alto grau de fissuração superficial. Os agregados
e menor redução, respectivamente. se expandem dando lugar a tensões internas que prejudicam a
Os resultados apresentados nas Figuras [3]; [4] e [5], evidenciam resistência à compressão do concreto.
forte decréscimo da resistência à compressão a partir de 600 °C, Observa-se também que os corpos-de-prova conservados imersos
quase que se anulando para temperaturas próximas à 900 °C. em água, vão recuperando parte de sua resistência à compressão
Este resultado, em maior ou menor grau de redução, já era es- inicial com o passar do tempo, reidratando-se. Esta reidratação
perado tendo por base estudos anteriores sobre o assunto. Na é tanto maior quanto menor a temperatura a que foi submetido o

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aquecimento, pode contribuir para a recuperação de parte signifi-


cativa da resistência mecânica inicial do concreto, seja ela em re-
lação à compressão, tração ou módulo de deformação. Da mesma
forma, foi observado, que esta recuperação é inversamente pro-
porcional à temperatura a que foi submetido o concreto, ou seja,
quanto maior a temperatura, menor é a taxa de recuperação (ou
reidratação) do concreto.
Um resultado que deve ser evidenciado, diz respeito à citada rei-
dratação do concreto. Mesmo quando submetido à 900 °C existe
a possibilidade desta reidratação, com recuperação de até 60% da
resistência mecânica inicial do concreto.
Outro resultado interessante, diz respeito à velocidade de recupe-
ração das propriedades mecânicas com a reidratação do concreto.
Foi observado que, quando aquecido e reidratado, a recuperação
da resistência à compressão é relativamente rápida, alcançando
níveis próximos ao nível máximo de recuperação observado, já
aos 56 dias após o início da reidratação.
Os resultados obtidos foram coerentes com estudos anteriores
sobre o tema aqui pesquisado. Entretanto, deve-se ressaltar, mais
uma vez, que muitas são as variáveis envolvidas no problema e
concreto. Esta recuperação, alcançou valores entre 40% e 90% qualquer alteração destas variáveis pode resultar em diferenças
para concretos reidratados durante 112 dias, com os menores va- significativas entre resultados de trabalhos de pesquisa sobre o
lores relativos a uma maior temperatura de aquecimento. assunto. Dentre estas variáveis, podem ser destacadas a umidade
Em relação à resistência à tração, pôde-se observar que esta so- do concreto, a relação água/cimento na mistura, o tipo de agrega-
freu maior prejuízo que a resistência à compressão; com o de- do, o tipo de cimento, o tamanho do corpo de prova, o tempo de
créscimo de resistência mais acentuado. Este fato também já era exposição à temperatura, a taxa de elevação de temperatura e a
esperado tendo-se por base a microfissuração do concreto, que taxa de resfriamento, etc.
prejudica em maior grau a resistência à tração. É importante destacar também, que os resultados aqui obtidos,
Entretanto, vale observar, que a recuperação da resistência à tra- quando somados aos obtidos em pesquisas anteriores sobre o
ção com a re-hidratação do concreto foi maior do que a observa- tema, podem colaborar na previsão do grau de degradação que
da para a resistência à compressão; neste caso a recuperação uma estrutura, ou elemento estrutural, pode ter alcançado após
alcançou valores entre 50% e 95%, sendo, do mesmo modo que um incêndio; item importante no projeto de recuperação/reforço
para a resistência à compressão, os valores inferiores relativos às desta estrutura ou elemento estrutural.
maiores temperaturas de aquecimento.
No que diz respeito ao módulo de deformação, convém observar 7. Referências bibliográficas
que, para temperaturas da ordem de 600 °C, o módulo de defor-
mação foi reduzido para 20% de seu valor original, chegando a se [01] Paulon, V. A. Durabilidade do Concreto – Avanços
anular para temperaturas da ordem de 900 °C. Entretanto, vale da Tecnologia. In: 7° SIMPATCON – Simpósio de
observar, que uma vez re-hidratado, o concreto recuperou quase Aplicação da Tecnologia do Concreto, Campinas,
que 80% do módulo de deformação inicial; no caso de aquecimen- São Paulo, 1984.
to à temperaturas inferiores a 600 °C. [02] ALMEIDA, D. F. A. Patologia, Terapia e Profilaxia
nas Construções. In: 19° SIMPATCON – Simpósio
6. Conclusões de Aplicação da Tecnologia do Concreto, Campinas,
São Paulo, 1998.
A pesquisa aqui exposta pode contribuir para um melhor en- [03] GALLETO, A.; MENEGUINI, E. C. A. Comportamento
tendimento sobre o efeito de elevadas temperaturas nas pro- do concreto submetido à temperaturas elevadas.
priedades mecânicas do concreto e, da mesma maneira, fu- Seminário apresentado à disciplina Análise
turamente, contribuir para o estabelecimento de parâmetros Experimental de Estruturas – FEC-UNICAMP,
para o projeto de recuperação de estruturas submetidas ao Campinas, 2000.
efeito do fogo. [04] PETRUCCI, E. G. R. Concreto de Cimento Portland,
Foi observado que, quando submetido a uma temperatura próxi- Editora Globo, Rio de Janeiro, 1987.
ma de 900 °C, a resistência mecânica do concreto, seja ela em re- [05] NEVILLE, A. M. Propriedades do Concreto, Editora
lação à tração ou compressão, alcança níveis próximos de zero. Pini, São Paulo, 1997.
Em relação à redução do módulo de deformação longitudinal com [06] MALHOTRA, V. M. Durability of Concrete, ACI SP
o aquecimento do concreto, o que poderia interferir em muito no 126, vol. 1 e 2, 1991.
grau de deslocamento vertical de um elemento estrutural, pôde-se [08] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
concluir que este pode alcançar valores próximos de zero para TÉCNICAS. Determinação da consistência pelo
temperaturas até inferiores a 900 °C. abatimento do tronco de cone. - NBR NM 67,
Observou–se, também, que a reidratação do concreto, após o Rio de Janeiro, 1998.

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[09] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS


TÉCNICAS. Especificação – Determinação da
composição granulométrica de agregados miúdos
e graúdos. – NBR7211, Rio de Janeiro, 2005.
[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. Preparação do concreto em laboratório.
- NBR 12821, Rio de Janeiro, 1993.
[11] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. Procedimento para moldagem e cura
de corpos-de-prova. – NBR 5738, Rio de Janeiro,
2003.
[12] DORO, P. S. Efeito de altas temperaturas nas
propriedades mecânicas do concreto: resistência
à compressão, resistência à ração e módulo de
deformação, Relatório de Iniciação Científica – CNPq.
Campinas, 2001.
[13] CÀNOVAS, M.F. Patologia e terapia do concreto
armado. Editora Pini, São Paulo, 1988.

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