Introdução A Gestão Do Conhecimento Organizacional
Introdução A Gestão Do Conhecimento Organizacional
Introdução A Gestão Do Conhecimento Organizacional
Dessa forma, conclui-se que o dado é transformado em informação que após interpretação se
transforma em conhecimento. Além disso, o conhecimento tem natureza subjetiva, pois é
inerente aos indivíduos e às organizações, enquanto o dado e a informação têm natureza
objetiva e por isso são inerentes a qualquer tipo de objeto.
Assim, entende-se que gestão do conhecimento é a capacidade da organização de gerar valor
através de seus bens intangíveis e assim se tornar mais competitiva, ou seja, é um processo que
envolve gerar, coletar, assimilar e aproveitar o conhecimento, de modo a gerar uma empresa
mais inteligente e competitiva. Esse enfoque valoriza o compartilhamento, fundamental para a
informação ser assimilada como conhecimento.
governamental. A eficácia e a eficiência no setor público devem ser traduzidas como melhorias no
atendimento à população.
PANORAMA
Nas organizações modernas, o conhecimento passou a ser o recurso de maior relevância. O
ambiente contemporâneo exige organizações altamente flexíveis e adaptáveis que estejam aptas
a responder aos desafios do cotidiano.
No que se refere à Administração Pública não existe referência à Gestão do Conhecimento.
Observa-se que resolver a falta de fluxo de informações e conhecimentos nas organizações públicas,
investindo apenas em Tecnologia de Informação, é reduzir o problema a um dos seus fatores.
Os seguintes problemas são destacados na administração pública:
➢ linhas rígidas de demarcação entre departamentos, funções e níveis de gestão, que acabam
gerando conhecimento compartimentado;
➢ dificuldade de compartilhamento voluntário entre funcionários e departamentos;
4
habilidades, por esse motivo é considerado uma importante fonte de competitividade entre as
organizações.
Esses dois conhecimentos se complementam e a interação entre eles é a principal dinâmica da
criação do conhecimento nas organizações.
Gestão do conhecimento, após vermos a espiral do conhecimento, é entendida como a capacidade
que uma organização tem de criar conhecimento a partir de interações e dinâmicas entre os
indivíduos que fazem parte do seu capital intelectual, promover sua disseminação interna e
incorporá-lo em seus produtos, serviços e sistemas.
PRÁTICAS VOLTADAS À CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO
Embora o conhecimento não se configure como propriedade das organizações, o surgimento de
novos produtos, serviços e processos estão diretamente atrelados ao desempenho criativo das
pessoas que nelas atuam, ao conhecimento de cada indivíduo, assim como, a interação deste com o
grupo. Nesse sentido, as práticas escritas a seguir refletem as iniciativas organizacionais que podem
facilitar o compartilhamento e a criação de conhecimentos.
Educação Corporativa
Em um contexto no qual o maior paradigma é o conhecimento, a educação corporativa surge
como resposta ao desafio estratégico das organizações em implementar iniciativas que sirvam de
base para a geração desse recurso. O objetivo dos programas de educação corporativa deve ser o
de aumentar o Capital Intelectual, aquele ativo que não aparece nos balanços financeiros das
empresas. Vislumbrando esse princípio, uma análise do processo de educação continuada, dentro
das empresas tem a premissa de que educar não é transmitir conhecimento e sim construí-lo, ou
seja, a educação oferecida para o cliente interno, nas organizações, deverá torná-lo, além de um
produtor de conhecimento, um gerenciador do mesmo. Isso proporciona o surgimento do conceito
de universidades corporativas que gera vantagem competitiva, pois visa desenvolver suas
competências no sentido de criar conhecimento para gerar inovação de produtos/processos e
tem como princípio o aprendizado permanente. As organizações voltadas à aprendizagem
implicam a formação de pessoas que aprendam a ver a realidade pela perspectiva sistêmica, que
desenvolvam suas atividades e que passem a expor e reestruturar modelos mentais de maneira
colaborativa. Esse conceito está diretamente relacionado com o processo de externalização,
internalização e socialização do conhecimento. O processo de criação de conhecimento, por meio
de seus modos de conversão, é facilitado pelo fato de a organização estar voltada ao processo de
aprendizagem tanto individual quanto organizacional. O processo de aprendizagem
organizacional é realizado no decorrer da geração do conhecimento. Uma organização de
aprendizagem é aquela em que as pessoas envolvidas estão capacitadas ou têm habilidades
para criar (externalizar), adquirir (internalizar) e disseminar (socializar) conhecimentos e
modificar comportamentos a partir da reflexão sobre esses conhecimentos.
MEMÓRIA ORGANIZACIONAL
A memória organizacional surgiu como resposta a como manter e reter o fluxo de informação.
Assim, está voltada para estender e amplificar o conhecimento por meio de sua captura,
organização, disseminação, compartilhamento e reutilização por colaboradores de uma determinada
organização. Sendo um repositório de conhecimentos e do know-how do conjunto de indivíduos,
na finalidade preservar o conhecimento, a fim de permitir a socialização, o uso, o reuso, a
inovação e a transformação do mesmo.
A memória possui fundamentos e princípios que são transmitidos principalmente por meio de
conhecimentos tácitos, podendo ser parcialmente registrados e, portanto, convertidos em
procedimentos explícitos, em regras e em recomendações resultantes dessa memória.
A parte da memória organizacional composta pelo conhecimento explícito significa
objetivamente registrar as vivências, os erros levantados e as soluções encontradas facilitando, a
externalização do conhecimento. Porém algumas recomendações devem ser seguidas, já que não
se trata de um simples relato sobre determinado caso.
É importante fazer um relato resumido, com redação impessoal, com os critérios dos fatos
relatados e os critérios de aprovação e acesso para os diferentes níveis e setores da empresa.
Estas recomendações anteriores estão mais preocupadas com a otimização da externalização
(redação) e internalização (facilidade de leitura do que foi redigido). Um outro facilitador
importante para o trabalho com o formato explícito é a preocupação com as formas de melhor
agrupar ou organizar estes conhecimentos (combinação).
8
Enquanto as pessoas utilizam-se de símbolos, da linguagem, de imagens, e outros meios, elas estão
externalizando seus conhecimentos. Em contrapartida, enquanto as pessoas estão compartilhando
o que não é dito, ou seja, o conhecimento tácito, ocorre a socialização do conhecimento.
Dois elementos para que exista uma comunidade: domínio do conhecimento e a comunidade.
As comunidades de prática são apontadas como impulsionadoras do conhecimento, sendo uma
forma estratégica para qualquer organização, principalmente para aquelas que estão sensibilizadas
quanto à importância do conhecimento.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
A gestão do conhecimento e a tecnologia estão atreladas, “ecologia da informação”, enfatizando-se
o ambiente da informação em sua totalidade, considerando-se a cultura, os valores, as pessoas, o
comportamento, os processos de trabalho, bem como a tecnologia.
Os recursos da TI facilitam o trabalho em rede, podendo manter os conhecimentos
descentralizados junto aos locais em que são gerados e/ou utilizados, melhorando o grau de
interatividade do usuário com os registros do conhecimento.
A TI acelera a transferência e a criação do conhecimento, é fundamental para a combinação
(agrupamento) dos conhecimentos explícitos, MAS NÃO CONTRIBUI significativamente com
o formato tácito do conhecimento. Basicamente, o máximo que pode fazer para a troca de
conhecimentos tácitos – tácito é facilitar que as pessoas sejam encontradas (contatadas) podendo
ocorrer a socialização.
No entanto, a TI pode facilitar as outras duas conversões do conhecimento, quando o formato
tácito está em equilíbrio com o formato explícito. Assim sendo, pode facilitar a Externalização
(auxilia no registro do conhecimento) e a Internalização (agiliza o acesso ao conhecimento
explícito).
A introdução da TI nas operações de negócios tem possibilitado, às organizações, maior
velocidade de resposta a mudanças, maior flexibilidade de operações, bem como as novas
oportunidades para as organizações que têm o seu foco voltado aos recursos intangíveis. Suas
funções estendem o alcance e aumentam a velocidade de transferência do conhecimento.
TÓPICO 2.4 - GESTÃO DE PESSOAS ALINHADAS À CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO
A principal vantagem competitiva das organizações está nas pessoas. Isso obriga as organizações
a se conectarem com novas práticas de gestão de pessoas, sem as quais é difícil imaginar que
conseguirão estar preparadas para enfrentar os desafios impostos pela competição do mercado.
A Gestão do Conhecimento está aliada a Gestão de Pessoas e essa relação gera ambiente e
condições propícias para o desenvolvimento continuado, para a criatividade, para a inovação e
aprendizado organizacional.
Em 1997, Nonaka e Takeuchi já destacavam a importância de um ambiente propício à criação de
novos conhecimentos. Se essas condições não existirem, o fluxo e a criação de novos
conhecimentos tornam-se difíceis, criando barreiras para que ocorra a espiral do conhecimento,
dificultando a socialização, a externalização e a internalização do conhecimento – modos de
conversão diretamente ligados à dimensão humana dentro das organizações.
Gestão de pessoas devem promover a reflexão e a mudança de paradigmas acerca do recrutamento e
seleção, treinamento, carreira e sistemas de recompensa. Pessoas adaptadas a esses valores são
capazes de melhorar a capacidade de as organizações atraírem e manterem pessoas com habilidades,
10
comportamentos e competências que elas mesmas adicionam aos seus estoques e fluxos de
conhecimento (de valor);
Além disso, é necessário enfatizar os planos de carreiras e treinamentos. Quanto à
remuneração, ela está cada vez mais ligada à competência individual do trabalhador, ao
desempenho da equipe e da empresa.
A política de Gestão de Competências proposta pelas empresas deve buscar um equilíbrio entre
princípios da política de recursos humanos e a importância do conhecimento para as
organizações, permitindo que se desenvolvam diretrizes para a administração do conhecimento
técnico, de habilidades e de atitudes, atuais e futuras, a fim de se fazer a identificação e o
tratamento das necessidades de conhecimento e de capacitação de pessoas.
Gestão de Talentos é uma política de alocação das pessoas aos times, adequadas às atividades a
serem executadas e alcançadas. Quanto ao DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS, tem a
finalidade de definir diretrizes e orientações para aplicação de programas de educação e
treinamento para o desenvolvimento de seus empregados.
As qualificações ideais para os profissionais, segundo Nonaka e Takeuchi (1997, p.178):
➢ precisam ter elevados padrões intelectuais;
➢ precisam ter uma forte noção de comprometimento para recriar o mundo segundo sua
própria perspectiva;
➢ precisam ter uma ampla variedade de experiências, tanto dentro quanto fora da empresa,
➢ precisam ser qualificados na condução de um diálogo com os clientes e com os colegas dentro
da empresa e
➢ precisam ser abertos para conduzir discussões francas e debates com outras pessoas.
Os profissionais com esse novo perfil acumulam, geram e atualizam tanto o conhecimento
tácito como o explícito, agindo quase como ‘arquivos vivos’ no dia a dia, influenciando em todos
os modos de conversão.
Essas considerações revelam uma associação direta entre gestão de pessoas e criação de novos
conhecimentos. As organizações atrativas para essa mão de obra qualificada possuem políticas de
RH que as atraiam.
CONDIÇÕES PARA A CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL
Condições capacitadoras para a criação do conhecimento organizacional, que são:
INTENÇÃO, AUTONOMIA, FLUTUAÇÕES E CAOS CRIATIVO, REDUNDÂNCIA E
VARIEDADE DE REQUISITOS.
A INTENÇÃO
Predisposição de uma organização em criar conhecimento através do desenvolvimento da
capacidade organizacional de adquirir, criar, acumular e explorar o conhecimento. No momento que
o indivíduo percebe o benefício que será gerado para si próprio, e também gera benefícios para
os processos desenvolvidos dentro da organização.
A AUTONOMIA
Liberdade para criação de novos conhecimentos dentro da organização. Com relação ao
indivíduo, todos os membros de uma organização devem agir de forma autônoma de acordo
11
Essas cinco disciplinas constituem a essência da organização que evolui permanentemente, traz
novas contribuições a todos envolvidos direta e indiretamente em suas atividades.
O aprendizado permanente constitui um ciclo de eterna mudança, envolvendo sensibilidade e
consciência em relação ao ambiente em que a organização opera (visão estratégica), evolução
permanente de atitudes e crenças (cultura organizacional) e desenvolvimento de habilidades e
conhecimentos (gestão do conhecimento).
As organizações nos tempos atuais estão transformando-se em ambientes de aprendizagem
comprometidos com a educação e o desenvolvimento dos funcionários.
Boa parte delas estão criando ambientes para a educação corporativa com o objetivo de
consolidar uma infraestrutura de aprendizagem, a fim de desenvolver meios de estimular o
conhecimento e conduzir a novas oportunidades de aprimoramento, além disso, criar
relacionamentos mais profundos com as pessoas e impulsionar a organização para um novo
futuro.
Os ambientes de educação corporativa estão deixando de ser meros locais físicos, para se
tornarem cada vez mais um processo contínuo de aprendizagem.
Os três principais desafios da gestão do conhecimento são:
➢ Criar uma infraestrutura administrativa do conhecimento. Essa tarefa envolve a construção
de redes, bancos de dados, estações de trabalho etc. Centros de aprendizagem ou
universidades corporativas para esta finalidade.
Outras definem um executivo de alto nível — como um gerente do conhecimento — para tocar e
desenvolver o assunto.
➢ Construir uma cultura do conhecimento. Derrubar barreiras e criar mecanismos envolve
uma mudança da cultura organizacional para incrementar o valor do conhecimento. Está trazendo
13
É importante destacar que a expressão das competências é fortemente afetada pelo contexto em que
o indivíduo está inserido e suas interações sociais. Chamamos essa dimensão de PODER FAZER,
que representa as condições que a organização oferece para a aplicação das competências.
Nesta dimensão, o contexto social, o apoio gerencial e as condições materiais adquirem
relevância. O contexto social está ligado aos fatores motivacionais e às percepções do indivíduo
quanto ao apoio dos colegas de sua equipe de trabalho para aplicação das novas competências.
O apoio gerencial refere-se ao suporte oferecido pelo gerente e demais dirigentes para a
utilização das novas competências desenvolvidas.
16