Gestão Do Conhecimento Organizacional, Ativos Intangíveis e Capital Intelectual (Semana 2, Gestão de Pessoas)
Gestão Do Conhecimento Organizacional, Ativos Intangíveis e Capital Intelectual (Semana 2, Gestão de Pessoas)
Gestão Do Conhecimento Organizacional, Ativos Intangíveis e Capital Intelectual (Semana 2, Gestão de Pessoas)
- As organizações, da mesma forma que as pessoas, estão em constante adaptação diante das
transformações que acontecem permanentemente, e o conhecimento passa a ser um dos
insumos mais relevantes nesse cenário.
- A vantagem competitiva de uma empresa se dá quando ela implanta uma estratégia que os
concorrentes não conseguem copiar ou consideram custosa demais para imitar; a gestão do
conhecimento é um conjunto de ações que sistematizam uma base de saberes, em operação por
iniciativa de aprendizagem organizacional. Pode-se abstrair, diante dessas duas afirmações, que
as decisões dos gestores devem ter como base o conhecimento, e é essa sustentação que fará
com que a empresa se mantenha em vantagem competitiva frente aos concorrentes.
- O conhecimento deriva do indivíduo, passando para o grupo e para a organização como um todo
e tornando ativo esse processo, que é cíclico, pois o grupo também poderá gerar conhecimento
para o indivíduo, da mesma forma que a empresa poderá ser a origem do conhecimento de um
indivíduo.
- Os dados são eventos que, isoladamente, não apresentam significado, o que eles têm apenas a
partir do momento em que há uma interpretação sobre eles. Portanto, são imprescindíveis para
que haja a informação, pois esta deriva dos dados. Atualmente, com o uso massivo de tecnologia
nas empresas, os bancos de dados passaram a ser elementos estratégicos, pois, ao serem
trabalhados de forma correta, podem gerar informações valiosas às organizações.
- O dado é um fato relativo a eventos sem significado, a informação é um dado organizado para
descrever uma situação e o conhecimento é a forma como o ser humano interpreta esses dados e
informações e os repassa aos demais. O dado tem sentido quando o ser humano o interpreta,
transforma em informação e o aplica (conhecimento) na tentativa de alcançar os objetivos da
organização.
- São inúmeras as possibilidades de buscar dados e informações, mas ainda cabe ao ser humano
a tomada de decisão sobre a forma como eles serão usados, e essa é a característica principal do
conhecimento, sua utilização com uma finalidade.
- O conhecimento possui sua origem no indivíduo, mas expande-se para o meio organizacional e
interorganizacional. Assim, é o indivíduo o principal agente do conhecimento que vem a ser
tangibilizado na organização e que pode vir a extrapolar os muros da mesma.
- “O conhecimento reside na memória de uma organização, ou seja, em suas rotinas. Essas rotinas
são a forma de estocagem do conhecimento específico da organização”. É essa rotina, específica
de cada empresa, que possui como base o conhecimento, o que significa que existe, dentro de
cada organização, uma infinidade de possibilidades a serem aproveitadas, pois cada pessoa vem
com seu histórico de vida, suas experiências, e a junção dessas unidades formará a cultura
empresarial. É por isso, então, que a gestão do conhecimento deve se preocupar com esses ativos
intangíveis representados pelo conhecimento tácito e explícito.
- O conhecimento explícito pode ser processado por um computador, transmitido com facilidade,
armazenado em um banco de dados. É formal e sistemático, pode ser representado por números e
palavras, pois pode ser facilmente comunicado e compartilhado por meio de dados, informações e
modelos. Baseia-se na racionalidade e facilmente é transcrito em livros, apostilas e manuais
organizacionais.
- É benéfico para a organização manter registrado em algum tipo de manual todo o conhecimento
organizacional, porém, as empresas passam por desafios quando buscam transformar o
conhecimento tácito em explícito. É exatamente durante o tempo em que essa conversão ocorre —
de tácito em explícito, e novamente em tácito — que o conhecimento organizacional é criado. O
modelo SECI (Socialização, Externalização, Combinação e Internalização) foi criado para
evidenciar essa dinâmica.
DICA DO PROFESSOR
- Ativo intangível é a diferença entre o valor de mercado da empresa e seu valor contábil. O valor
contábil é calculado por meio de cálculos objetivos e que ficam registrados na organização. Já o
valor de mercado, embora existam tentativas de calcular, é composto por elementos ditos
subjetivos. Os ativos intangíveis são elementos das organizações que pertencem à categoria do
imaterial e do abstrato, envolvem a capacidade humana e o conhecimento. Embora sejam
elementos subjetivos, isto é, difíceis de medir, contar e às vezes até mesmo definir de forma única,
são cada vez mais importantes e valorizados nas organizações, uma vez que tudo aquilo que é
essencialmente humano é sempre mais difícil de imitar, quando não impossível, e possibilita o
surgimento das vantagens competitivas.
- Para ter ativos intangíveis, a organização precisa, em primeiro lugar, favorecer seu capital
intelectual, que são os conhecimentos, as habilidades, as experiências aplicadas, a tecnologia
organizacional, os relacionamentos com os clientes e as habilidades profissionais, entre outros
elementos que fazem parte da organização, mas que são difíceis de medir e de reproduzir por
serem atribuições que envolvem competências humanas.
- Na concepção de Coser, Morales e Selig (2013), o capital intelectual pode ser dividido em três
elementos: o humano, o relacional e o estrutural. O capital humano é o conjunto de habilidades,
conhecimentos, atitudes e potencialidades das pessoas que contribuem para o crescimento da
organização; o capital relacional é o conhecimento derivado dos relacionamentos entre as
organizações e os empregados, ou seja, uma troca de experiências e conhecimentos entre
pessoas e organizações; por fim, mas não menos importante, o capital estrutural é a própria
estrutura organizacional, baseada em dados, rotinas, patentes, manuais, procedimentos,
hierarquias, entre outros.
- O capital humano, o relacional e o estrutural são interdependentes; assim, de nada adianta para
uma organização ter colaboradores com alto nível de conhecimento e habilidades se eles
trabalham de forma isolada, se a empresa não proporciona estrutura organizacional para
estabelecer bons relacionamentos e trocas. É necessário compartilhar e transmitir o
conhecimento pertencente a cada um (ou a cada grupo) para que, assim, possa transformar-se em
um ativo intangível para a empresa. Nesse processo de compartilhamento e transmissão, entram
em ação o capital relacional e o estrutural.
- É importante que as empresas estejam dispostas a investir em capital intelectual, não somente
pelas vantagens relacionadas à competitividade, mas também para a busca de aperfeiçoamento
de seus produtos e serviços e desenvolvimento de seus colaboradores. Com isso, a empresa tende
a formar ativos intangíveis atrelados a criatividade e a inovação, que, embora sejam difíceis de
mensurar, podem ser reconhecidas nos resultados dos processos organizacionais que entregam
ao cliente, aos parceiros, à sociedade, e também a seus próprios colaboradores, produtos,
serviços valorizados por todos e um ambiente de trabalho positivamente reconhecido, do qual
todos querem fazer parte.
- Falar em gestão do conhecimento sem falar em gestão de recursos humanos (ou gestão de
pessoas) e atrelar ambos os processos à estratégia organizacional é algo que, nos dias de hoje,
mostra-se ineficiente para o desempenho da organização: conhecimento, estratégia e pessoas
estão interligados. Conforme afirma Bitencourt (2010), a ação estratégica está muito próxima a
uma articulação para encontrar ou promover um novo conhecimento que irá levar a respostas
rápidas e flexibilidade organizacional. Assim, estratégias de conhecimento buscam agregar valor
ao negócio, explorando vantagens competitivas a partir do conhecimento.
- Se, por um lado, temos a elaboração da estratégia da empresa, que exige aplicação de
conhecimentos específicos, por outro, temos a execução dessa estratégia. No meio, está a gestão
do conhecimento, que serve a ambos e pode ser articulada com a gestão de competências, tanto
organizacionais quanto dos grupos e individuais.
- A gestão como um todo, mas especialmente a gestão de recursos humanos, precisa, então,
desenvolver estratégias para criar, transferir e renovar os conhecimentos. Assim, a empresa, além
de valorizar e aproveitar os conhecimentos existentes na empresa e nos colaboradores,
movimenta esses conhecimentos, fazendo-os circular e abrindo a possibilidade de novos
conhecimentos serem criados. Ademais, a criação de conhecimento deve ser sempre valorizada e
reconhecida, pois é o motor da inovação atualmente. Se entendemos que conhecimento é algo
que passa pelas pessoas, a gestão de recursos humanos não pode se abster nesse processo
organizacional. Entretanto, o processo é complexo e envolve estabelecer relações e um ambiente
de confiança, pois novas ideias não surgem se as pessoas não se sentirem seguras para expressá-
las.
- A gestão é crucial, já que a responsabilidade de incrementar políticas e procedimentos referentes
ao desenvolvimento do potencial humano implica uma série de atividades por parte das
organizações, que podem ir desde ações de treinamento e desenvolvimento, passando por
processos de avaliação de desempenho, até programas de incentivo à promoção humana e social.
Se tudo isso estiver atrelado à valorização do conhecimento humano, pode-se ter um grande
diferencial.
DICA DO PROFESSOR