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Avaliação Da Remoção de Turbidez em Filtros Do Tipo Rápido de Fluxo Descendente Sob Diferentes Concentrações de Pré-Cloração

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL

CAMPUS SERTÃO
ENGENHARIA CIVIL

THAIS CAVALCANTE DE BARROS

AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE TURBIDEZ EM FILTROS DO TIPO RÁPIDO DE


FLUXO DESCENDENTE SOB DIFERENTES CONCENTRAÇOES DE PRE-
CLORAÇÃO.

Delmiro Gouveia/AL
2019
THAIS CAVALCANTE DE BARROS

AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE TURBIDEZ EM FILTROS DO TIPO RÁPIDO DE


FLUXO DESCENDENTE SOB DIFERENTES CONCENTRAÇOES DE PRE-
CLORAÇÃO.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Engenharia Civil
da Universidade Federal de Alagoas –
Campus Sertão, como requisito parcial,
para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientador: Dr. Antonio Oliveira Netto

Delmiro Gouveia/AL
2019
Dedico este trabalho a minha mãe, Ligia Cavalcante que
ao longo da minha formação não mediu esforços para me
auxiliar a superar os obstáculos. Aos meus avôs, em
memória, que torceram muito por mim.
AGRADECIMENTOS

A Deus a minha infinita gratidão, por sempre estar presente na minha vida.
Agradeço a todos da minha família. Aos meus pais, em especial a minha mãe, Ligia
Cavalcante, que sempre me deu o total suporte e participou de cada etapa vivida nesta
caminhada. Aos meus irmãos Thulio Luiz e Thamiris por toda cumplicidade durante
os momentos importantes da minha vida. Muito obrigada, amo vocês!
As minhas fieis amigas Helena Vanderlei e Danyele Ventura, pela contribuição valiosa
na reta final deste trabalho. Pela disposição em me ajudar no último ensaio, pelo
auxilio na correção deste trabalho. Adoro vocês.
Agradeço as minhas amigas e companheiras Rosineide Gonçalves, Raniele da Silva,
Janicleia Santos, Maria Marcela Aquino e Luclécia Santos, por todos os momentos
vividos na jornada acadêmica. Obrigada pelos conselhos, palavras de apoio e risadas.
Só tenho a agradecer pela amizade construída.
Ao meu orientador Antonio Netto, pela confiança depositada na pesquisa, contribuindo
de forma tão importante na minha formação.
A CASAL, que forneceu todos os meios necessários para a realização dos
experimentos dessa dissertação.
Às pessoas que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento desta
dissertação.
E por fim, aos membros da banca, que se dispuseram a conhecer, avaliar e contribuir
para a melhoria deste trabalho.
A água é o princípio de todas as coisas.
Tales de Mileto
RESUMO
A qualidade da água de abastecimento público afeta diretamente na saúde da
população. Por essa razão o Ministério da Saúde mediante a Portaria 2914/11 exige
o controle da turbidez através dos limites máximos estabelecidos para água após a
filtração que, para os filtros rápidos é 0,5 uT e 1,0 uT para os filtros lentos, visando a
remoção de microrganismos patogênicos presentes na água bruta. O estudo da
qualidade da água bruta e da água filtrada é fundamental na identificação de falhas e
consequente proposição de melhorias para atender à Portaria vigente. O presente
estudo desenvolvido na Estação de Tratamento de Água – ETA Alto Sertão consistiu
na avaliação da eficiência de remoção da turbidez em dez filtros rápidos
descendentes, em função de diferentes concentrações da pré-cloração. Esta
avaliação por meio de análises realizadas através da coleta da turbidez da água nas
entradas e nas saídas dos filtros em horários diferentes permitiu observar o
comportamento dessas unidades sob as condições operacionais. Através dos dados
obtidos analisou-se a eficiência na remoção da turbidez dos filtros com uma pré-
cloração relativamente baixa variando de 20 kg/d há 25 kg/d em que apenas duas
unidades apresentaram remoção de 51%, enquanto que as oito unidades alcançaram
remoções inferiores a 32%, quando utilizado uma concentração maior de 40kg/d há
50kg/d na cloração foi constatado maiores percentuais de remoção da turbidez no
processo de filtração, com uma diferença de até 30% . Apesar da redução da turbidez
ser representativa, conclui-se que a água filtrada não atende, na média, ao Padrão de
potabilidade para esse parâmetro.

Palavras-chave: Filtros; Pré-cloração; Turbidez; Eficiência; Portaria 2914, Estação de


Tratamento de água.
ABSTRACT
The quality of public water supply directly affects the health of the population. For this
reason, the Ministry of Health through Ordinance 2914/11 requires the control of
turbidity through the maximum limits established for water after filtration, which for the
fast filters is 0.5 uT and 1.0 uT for the slow filters, aiming the removal of pathogenic
microorganisms present in raw water. The study of the quality of raw water and filtered
water is fundamental in the identification of flaws and consequent proposition of
improvements to meet the current Ordinance. The present study developed in the
Water Treatment Station - ETA Alto Sertão consisted in the evaluation of the efficiency
of turbidity removal in ten descending rapids filters, as a function of different pre-
chlorination concentrations. This evaluation by means of the analyzes carried out by
collecting the turbidity of the water in the entrances and exits of the filters at different
times allowed to observe the behavior of these units under the operational conditions.
The turbidity removal efficiency of the filters with a relatively low pre-chlorination
ranging from 20 kg / d for 25 kg / d in which only two units showed a 51% removal,
while the eight units reached removals of less than 32%, when using a concentration
greater than 40kg / d there was 50kg / d in chlorination, it was observed higher
percentages of turbidity removal in the filtration process, with a difference of up to 30%.
Although the turbidity reduction is representative, it is concluded that the filtered water
does not meet, on average, the Potability standard for this parameter.

Keywords: Filtration; Pre-chlorination; Turbidity; Efficiency; Potability 2914; Water


treatment station.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Arranjo de filtro lento com elementos básicos de projeto........................21


Figura 2: Localização da ETA. Fonte: Google Earth...............................................35
Figura 3: Representação esquemática do processo de tratamento de água na ETA
e pontos de coleta das amostras............................................................................36
Figura 4: Captação da água bruta que alimenta a ETA..........................................37
Figura 5: Unidades de filtração mostrada em um lado da ETA, vista 01................40
Figura 6: Uma das unidades de Filtração da ETA, vista 02....................................40
Figura 7: Turbidímetro de modelo AP2000 e recipiente usado para coleta............43
Figura 8: Coleta da água na entrada dos filtros......................................................44
Figura 9: Etapa inicial dos filtros do tipo rápido descendente.................................63
LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Período de amostragem, etapa1............................................................46


Quadro 2: Período de amostragem, etapa 2...........................................................47
Quadro 3: Estatística de ensaio do ano de 2018....................................................49
Quadro 4: Estatística de ensaio do ano de 2017....................................................50
Quadro 5: Valores máximos e mínimos destacado do gráfico 2 ............................52
Quadro 6: Valores máximos e mínimos destacado do gráfico 7.............................59
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Comportamento da turbidez média da água bruta durante o ano de


2018........................................................................................................................48
Gráfico 2: Representação gráfica da eficiência dos filtros no período em análise...52
Gráfico 3: Média da eficiência dos filtros 1,2,3,4 e5 de acordo com a distribuição na
estação....................................................................................................................53
Gráfico 4: Média da eficiência dos filtros 6,7,8,9 e 10 de acordo com a distribuição
na estação...............................................................................................................54
Gráfico 5: Eficiência dos filtros que foram lavados no dia 05 de julho.......................55
Gráfico 6: Valores de turbidez na água filtrada pelos filtros 1,5,6 e10 (monitoramento
05/07/2018) ............................................................................................................56
Gráfico 7: Representação gráfica da eficiência dos filtros no período de
05/03/2019..............................................................................................................59
Gráfico 8: Média da eficiência dos filtros do 1 a 5.....................................................60
Gráfico 9: Média da eficiência dos filtros do 6 a 10...................................................60
Gráfico 10: Valores de turbidez da água filtrada pelo filtro 7 monitorada a cada 20
min..........................................................................................................................62
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores indicados pela norma para os parâmetros hidráulicos dos filtros
................................................................................................................................18
Tabela 2: Valores padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfecção
Valor máximo permitido.........................................................................................23
Tabela 3: Resumo das recomendações que constam na NBR 12216...................31
Tabela 4: Discriminação de algumas características do equipamento...................43
Tabela 5: Ensaios correspondentes ao monitoramento do comportamento dos
filtros .......................................................................................................................45
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14
1.1 Objetivos ......................................................................................................... 16
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 16
1.1.2 Objetivos Específicos................................................................................. 16
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 17
2.1 Tipos de Filtros em ETAs .............................................................................. 17
2.1.1 Filtros rápidos ............................................................................................ 19
2.1.2 Filtros lentos............................................................................................... 20
2.2 Remoção De Turbidez.................................................................................... 23
2.1.2 Pré-cloração (desinfecção com cloro e seus derivados) ............................ 28
2.2.2 Sulfato de Alumínio .................................................................................... 29
2.3 Fatores que Influenciam na Remoção de Turbidez ..................................... 29
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 34
3.1 Área de estudo ............................................................................................... 34
3.1.1 Descrição dos processos e etapas da ETA ............................................... 37
3.1.2 Limitações da ETA ..................................................................................... 41
3.2 Turbidez .......................................................................................................... 42
3.3 Descrição do equipamento utilizado ............................................................ 42
3.4 Qualidade da água bruta e tratada ............................................................... 43
3.5 Análises realizadas ........................................................................................ 44
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 48
4.1 Caracterização mensal da água bruta e da água tratada............................ 48
4.2 Processo de coleta de dados nos filtros através do ensaio de turbidez .. 51
4.2.1 1º Etapa ..................................................................................................... 51
4.2.2 2º Etapa .................................................................................................... 58
4.3 Qualidade da água após a limpeza do filtro................................................. 62
4.4 Análise descritiva dos dados ........................................................................ 64
4.5 Proposição de Melhorias ............................................................................... 64
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 66
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68
APÊNDICES ............................................................................................................. 71
14

1. INTRODUÇÃO

A água é um componente indispensável para o bem-estar de todos os seres


vivos. A expansão das cidades acompanhada do crescimento da população dos
últimos anos trouxe uma série de atividades antrópicas relacionadas ao lançamento
de resíduos nos rios e lagos, esse cenário preocupante tem como consequência a
degradação da qualidade dos recursos hídricos, aliada as alterações nas
características físicas da água como a turbidez.
A turbidez pode ser entendida como a propriedade óptica de absorção e
reflexão da luz, causado pela presença de partículas em suspensão e em estado
coloidal, representadas por argilas, silte, areia, matéria orgânica em geral. A presença
desses materiais normalmente interfere na análise da água, além de estarem
associados a microrganismos como bactérias e protozoários que utilizam as partículas
responsáveis pela turbidez como forma de proteção a etapa de desinfecção
(FERREIRA, 2014).
Diante disso, com comprometimento da qualidade da água surgem várias
doenças de veiculação hídrica que são consideradas um problema para a saúde
humana, essa preocupação no âmbito do abastecimento público requer uma atuação
preventiva mediante ao uso de indicadores de qualidade da água, tarefa está,
indispensável para as estações de tratamento de água, e é por essa razão que a
redução da turbidez é tão importante, pois afeta diretamente na melhoria da qualidade
de vida da população.
Tendo em vista a necessidade de produzir uma água potável e segura do ponto
de vista químico e microbiológico as ETAs visam atender a um Padrão de Potabilidade
estabelecido pela portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde, que determina a turbidez
como um dos requisitos de aceitação da água tratada. De maneira geral, as unidades
de filtração devem atender aos os limites máximos de turbidez estabelecidos para
água após a filtração que, para os filtros rápidos é 0,5 uT e 1,0 uT para os filtros lentos.
Para atender a esse critério as ETAs utilizam como um indicador de eficiência
da remoção de turbidez os sistemas de filtração, razão pela qual a unidade é o
principal responsável pela remoção de microrganismos patogênicos, portanto, quanto
15

menor o valor da turbidez da água filtrada melhores serão as condições para uma boa
desinfeção.
Nesse contexto, a avaliação da eficiência de remoção de turbidez nos filtros se
configura como uma ferramenta importante no diagnóstico da situação da ETA em
termos de adequabilidade da qualidade da água. Com o aumento da presença de
novas substâncias toxicas e microrganismos nos mananciais é necessária uma
estratégia com o uso de produtos químicos no processo de tratamento capaz de
auxiliar na remoção de turbidez nas ETAs. Dessa forma é fundamental o pré-
tratamento químico no desenvolvimento das unidades de filtração.
No tratamento convencional os filtros rápidos de fluxo descendentes
normalmente são os mais utilizados, apesar disso são poucos os estudos
relacionados à eficiência dessas unidades na remoção de turbidez, visto que
considerando as variações da qualidade da água se torna um desafio produzir uma
água com qualidade. De acordo com Lúcio (2013) no Brasil é observado que existem
dificuldades para que várias ETAs não atendam ao Padrão de Potabilidade
relacionado a turbidez da água tratada, uma delas é a falta de mão de obra qualificada,
esse problema impede que seja realizado o monitoramento da qualidade da água para
corrigir ou prevenir erros nas unidades.
Para tentar melhorar a eficiência dos sistemas de filtração, promover a pré-
cloração (antes das etapas seguintes do tratamento convencional) com o objetivo de
favorecer a formação dos flocos através da reação do cloro auxiliando na remoção de
turbidez, pode ser uma medida para adequação e otimização da ETA Alto Sertão, da
qual é abastecida pela a água bruta proveniente do Canal do Sertão que possui em
épocas distintas matéria orgânica, além disso é um tratamento químico prévio que
possui uma estreita relação com o processo de filtração.
Diante da temática apresentada, o presente estudo propõe avaliar a eficiência
do sistema de filtração na remoção da turbidez através de análises da água na entrada
e da água filtrada na saída, na ETA Alto Sertão administrada pela Companhia de
Saneamento de Alagoas (CASAL) cujo tratamento é de ciclo completo, verificando se
os filtros rápidos de fluxo descendente que compõe a unidade são considerados
satisfatórios de acordo com os valores de filtração recomendados pela Portaria
Vigente.
16

O acompanhamento do comportamento dos filtros no decorrer do período de


análise possibilita a identificação de possíveis falhas no procedimento de operação na
unidade. Tendo em vista a problemática discutida é que o presente trabalho consistiu
especificamente avaliar a qualidade da água filtrada produzida na ETA com a
influência do emprego da pré-cloração conforme concentrações diferentes.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Avaliar a eficiência da tecnologia de filtração na remoção de turbidez para


aplicação em águas que abastecem a ETA Alto Sertão, em função do tipo de filtro
descendente utilizado.

1.1.2 Objetivos Específicos

• Realizar um levantamento teórico sobre o funcionamento dos tipos de filtros de


uma estação de tratamento de água e a relação do coagulante Sulfato de Alumínio
na remoção de turbidez da água.
• Analisar a qualidade da água que abastece a unidade de tratamento e a
produzida em termos de turbidez.
• Demonstrar a eficiência dos filtros antes e depois da ETA passar a empregar
uma concentração maior da pré-cloração, identificando as condições operacionais
dessas unidades.
• Propor ações que diminuam a turbidez na saída do tratamento da ETA, visando
minimizar os riscos de saúde pública.
17

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Tipos de Filtros em ETAs

A filtração constitui um dos principais processos do tratamento de água de uma


ETA que, segundo Ghisi (2016), cabe à filtração a função essencial de remoção das
partículas responsáveis pela cor e turbidez, de modo que o fluido passe através de
um meio poroso capaz de remover ou reter a matéria em suspensão e contaminantes
biológicos resistentes a desinfecção. É uma etapa que garante a correção de
possíveis falhas ocorridas na coagulação, floculação e sedimentação.
De acordo com Brinck (2009), o filtro é considerado uma barreira final no
tratamento de água, para a eliminação de material particulado de todos os tamanhos
presentes na água bruta ou que tenha sido gerado ao longo dos processos de
tratamento, no qual esses materiais causam o aumento de turbidez. Portanto a
filtração representa um importante mecanismo efetivo na remoção de partículas
indesejadas incluindo algas, compostos húmicos coloidal e outros organismos de
modo a produzir um fluido mais limpo com pequenas impurezas capazes de serem
retiradas na desinfecção de forma satisfatória.
Para Braga (2014), os filtros a serem usados em um sistema de tratamento de
água são determinados de acordo com a taxa de filtração máxima, onde os valores
correspondentes são recomendados pela NBR 12216 (1992). Assim os filtros podem
ser denominados de filtros rápidos e filtros lentos, sendo o filtro rápido o mais usado
no sistema convencional de tratamento.
Os filtros são classificados da seguinte forma de acordo com Ghisi (2016):

1. Quantidade de camadas, (um meio filtrante, duas ou múltiplas camadas em


série).
2. Conforme o fluxo, (ascendente; descendente e bifluxo).
3. Segundo o material do meio granular, (areia; carvão e areia; carvão,
granada e areia) dentre outros.
4. De acordo com a taxa de filtração (lentos e rápidos).
5. Dependendo da pressão presente (superfície sob pressão e de gravidade).
18

Já segundo Vieira (2013), o tipo de filtração varia de acordo com a velocidade


com que o liquido atravessa o meio poroso, sendo esses caracterizados como filtro
lento ou rápido. O filtro é chamado de lento, quando a taxa de filtração é baixa e a
velocidade com que a água passa pelo leito filtrante também, já quando a taxa de
filtração é alta, o filtro é denominado filtro rápido. O autor ainda menciona a areia,
carvão ativado e antracito como meio granular usual.
Dependendo das características encontradas nas águas superficiais que
abastecem as ETAs, a presença de partículas em suspensão pode determinar o tipo
de tratamento a ser utilizado, dessa forma Lucio (2013) apresenta que a escolha do
tipo de filtração também depende da turbidez na água bruta a ser tratada, no qual a
filtração lenta é adequada para tratar águas com índice de turbidez menor que de 20
uT, já a filtração utilizada no sistema convencional é apropriada para turbidez elevada
maior de 100 uT.
A taxa de filtração citada é um dos critérios usados para diferenciar os tipos de
filtros mencionados, os valores podem ser encontrados através de ensaios de
filtração, na qual a NBR 12216 (1992) recomenda valores para quando não for
possível a realização do ensaio. Os valores estão indicados na tabela 1.

Tabela 1: Valores indicados pela norma para os parâmetros hidráulicos dos filtros

Tipo de Filtro Taxa de Filtração


Máxima
Lento 6 𝑚3 /𝑚2 𝑑
Rápido (Meio filtrante- Camada Simples) 180 𝑚3 /𝑚2 𝑑
Rápido (Meio filtrante- Camada Dupla) 360 𝑚3 /𝑚2 𝑑

Fonte: NBR 12216 (1992).

No decorrer de um ciclo de uma unidade de filtração as impurezas são retidas


no meio granular ficando repleto de material orgânico, para tanto é preciso manter o
desempenho do tratamento realizando a lavagem dos filtros. A lavagem remove o
material contido na camada de filtração pela ação de jatos de água no sentido
ascensional ou por meio de injeção de ar que pode ser aplicada antes ou durante a
passagem de água, esses são um dos métodos utilizados conforme Franco (2009)
menciona.
19

A lavagem dos filtros tipo rápido é realizada periodicamente em intervalos de


24 a 72 horas, que duram cerca de 10 a 25 minutos, ou quando a altura de lâmina de
água estiver alta por causa da perda de carga no meio filtrante, que é consequência
da elevação de material sólidos suspensos nos vazios. Já os filtros lentos possuem
intervalos maiores entre uma lavagem e outra Pizzolatti (2010) discorre que a limpeza
deverá ser feita removendo a superfície da camada filtrante colmatada de acordo com
algumas técnicas.
Outra tecnologia usada para o processo de filtração são as membranas
apresentadas por Oliveira (2010), é um tratamento de águas de abastecimento usado
em estações convencionais mais compactas, os métodos existentes se dividem em
quatro categorias, conhecidos por microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e osmose
reversa. O estudo realizado pelo autor mostra a utilização dessa tecnologia em países
como Japão, China, Estados Unidos dente outros, por ser um equipamento excelente
na remoção de poluentes da água, como também ter grande potencial na
dessalinização, contudo não é muito empregado no Brasil.
Para melhor entendimento dos filtros rápidos e lentos será demonstrado a
seguir a composição e funcionamento de cada um.

2.1.1 Filtros rápidos

A filtração rápida compõe filtros de altas taxas, com elevada velocidade de


escoamento, cuja passagem da água previamente tratada passe através de um leito
granular, no qual o fluxo usual é descendente, podendo ser chamado de filtros por
gravidade ou por pressão de acordo com Brinck (2009). Fernandes (2014) cita que
esse tipo de filtro a depender do tipo de ETA, tipo de material filtrante e ação da
profundidade trabalham com taxas de filtração de 80 e 600𝑚3 /𝑚2 𝑑.
Kerry et al. (2016), explica que é comum encontrar filtros rápidos com uma
composição física apresentando uma estrutura profunda aberta ao ambiente feito de
concreto armado, onde a água chega no filtro através de uma calha de alimentação
na sua extremidade que na maioria das vezes as mesmas são usadas para coleta da
água de lavagem. A água passa pelo material granular combinado com uma camada
suporte e coletada pelo sistema de drenagem transportada para reservatórios.
20

De forma geral, os filtros rápidos usuais apresentam fluxo descendente, seu


meio filtrante pode ser formado de uma única camada de areia com 0,6 a 0,8 m de
espessura, ou por duas camadas uma sobre a outra, sendo a primeira de areia com
0,2 a 0,3 m de espessura e a segunda de antracito com 0,45 a 0,6 m de espessura,
sendo que qualquer uma das combinações precisa de uma camada suporte composta
por pedregulhos de 0,5 m (ABREU,2009).
A remoção de partículas é realizada através de mecanismos físicos e químicos
no qual se destaca o transporte, aderência e desprendimento. Depois que as
partículas ficam retidas no meio filtrante devido os mecanismos citados, será
indispensável à lavagem dos filtros caso o valor máximo de turbidez (0,5 uT) seja
superado através da perda de carga no meio filtrante, bem como aumento de turbidez
causado pela passagem das partículas explica Ferreira (2014). Com o propósito de
permitir a retirada de impurezas contidas no material granular, é usando água tratada
no sentido ascensional se o fluxo for descendente com velocidade adequada capaz
de expandir o material filtrante removendo a sujeira.
É dito filtração rápida quando a água bruta é submetida a todas as etapas
preliminares ao processo de filtração: coagulação, floculação, seguida da decantação
ou não, contudo quando o processo compreende filtros rápidos exclusivamente
usados para remoção do material suspenso na água bruta, sem o uso das unidades
de floculação e decantação, é chamado de filtração direta (HELLER E PÁDUA, 2010).
O mesmo menciona algumas técnicas de tratamento da filtração direta, dentre
elas a dupla filtração usual quando a água bruta é péssima, o fluido passa pela
unidade de filtração ascendente e descendente. Assim, temos a filtração direta
ascendente, quando a água já coagulada flui por meio da camada filtrante no sentido
de baixo para cima, onde a água já filtrada sai por cima. A filtração direta descendente,
oposto ao que se disse o fluido escoa de cima para baixo (ABREU,2009).

2.1.2 Filtros lentos

Ferraz e Paterniani (2002) descrevem que o filtro lento é capaz de produzir uma
água potável com qualidade, permitindo melhorar suas propriedades químicas, físicas
e bacteriológicas, filtro esse composto por um meio granular geralmente de areia e
pedregulho com granulometria especifica. Além disso, é um tratamento simples de
baixo custo de implantação, sem a necessidade do uso de produtos químicos,
21

entretanto opera com uma vazão baixa, sem que a água bruta tenha cor e turbidez
altas.

Há três tipos de filtros lentos: filtro lento descendente, ascendente e dinâmico.


Dentre os parâmetros analisados dessa tecnologia de tratamento, temos a taxa de
filtração num intervalo de 2 a 14𝑚3 /𝑚2 𝑑 obtidos através da realização de ensaios,
valores esses 50 vezes inferiores que os filtros rápidos, com taxas tão pequenas os
filtros desempenham carreiras de filtração longas chegando há 61 dias, não afetando
a qualidade da água (PIZZOLATTI,2010).

Alguns elementos são essenciais para garantir um bom desempenho de um


filtro lento, tais como a dimensão da camada de areia, granulometria do meio filtrante
e a taxa de filtração que, portanto, devem se mostrar efetivos na remoção do material
suspenso e de organismos patogênicos. Observações feitas por Farias (2011), diz que
a estrutura desse tipo de filtro é composta por uma entrada para receber a água bruta,
uma camada de areia e outra de granulometria maior caracterizando a base por onde
a água deve percorrer até chegar no sistema de drenagem. Estrutura essa
apresentada na figura abaixo com valores recomendados pela literatura.

Figura 1: Arranjo de filtro lento com elementos básicos de projeto


Fonte: (FARIAS 2011).

Cabe ressaltar que os filtros lentos se tornaram uma solução satisfatória e


sustentável devido seu custo operacional, são unidades que comparadas aos filtros
rápidos não precisam de lavagem com frequência e o uso de aditivos, contudo, é um
22

sistema que precisa de grandes áreas para ser implantada e limitações referente às
características da água, destacando o baixo nível de turbidez para operar de forma
eficiente, isso porque uma turbidez elevada provoca um aumento da perda de carga
levando a uma carreira de filtração de poucos dias.
Silveira e Coutinho (2016) menciona que a remoção de sólidos suspensos
através da filtração depende de mecanismos de transporte e aderência que
contribuem para um bom funcionamento do filtro lento, contudo, sua eficiência não
depende apenas desses fenômenos, existem alguns aspectos que são essenciais
como a concentração de sólidos em suspensão, métodos de operação do filtro, taxa
de aplicação e outros como completa Souza (2015) que sugere fatores que
influenciam na eficiência da filtração lenta, como:
• Qualidade da água, como parâmetro limitador do emprego da tecnologia
apresentando turbidez de 10 uT tal qual é mais comum.
• Meio filtrante diretamente ligado a menor diâmetro efetivo comparado com
os que são usados no filtro rápido, no qual para o filtro lento se resulta maior
eficiência na remoção de turbidez dependendo do equilíbrio juntamente com
a perda de carga.
• Presença de algas e microalgas, que podem ser um ponto positivo e negativo
devido às algas exercerem papel fundamental na filtração lenta por facilitar
a coesão do schmutzdecke (camada biológica) no topo do meio filtrante
contribuindo significativamente para retenção de partículas, contudo em
grande quantidade prejudicam o sistema.

O desempenho do filtro lento tem se mostrado eficiente na remoção de turbidez


e cor aparente, como mostra o estudo realizado por Ishi (2013) que através de
alternativas de retrolavagem utilizando água bruta e água filtrada, avaliou a eficiência
do filtro lento em termos de alguns parâmetros como turbidez e cor aparente. O
resultado das análises apresentou valores abaixo do valor máximo permitido para esta
tecnologia de acordo com a Portaria nº 2914/11 do Ministério da Saúde, cujos
respectivos valores foram 0,8 uT e 0,96 uT na saída do tratamento com remoção de
55% e 64% da cor aparente.
23

2.2 Remoção De Turbidez

Um dos principais indicadores da qualidade da água bruta é a turbidez, que


através de parâmetros controlados pelo Ministério da Saúde, busca garantir água
limpa para consumo, segundo Reis (2016), isso porque existe uma preocupação com
microrganismos que permanecem com a adição de cloro na etapa de desinfeção das
estações de tratamento de água, por isso a remoção da turbidez se tornou importante
por ser um indicador de impurezas. Farias (2014) demonstra os valores especificados
pela Portaria n° 2914/2011 com novo padrão de potabilidade da água para consumo
humano, que estabelecendo parâmetro para limites de turbidez, considerando uma
água de pós- filtração ou pré-desinfecção mostrado na tabela abaixo.

Tabela 2: Valores padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfecção - Valor máximo
permitido

TRATAMENTO DE ÁGUA 𝑽𝑷𝑴(𝟏)

Desinfecção (para águas 1,0 u𝑇 (2)em 95% das amostras


subterrâneas)
Filtração rápida 𝟎, 𝟓(3) u𝑇 (2)em 95% das amostras
(tratamento completo ou filtração
direta)
Filtração lenta 𝟏, 𝟎(3)u𝑇 (2) em 95% das amostras

Fonte: Adaptado de (FARIAS 2014).

(1) Valor máximo permitido.


(2) Unidade de turbidez.
(3) Este valor deve atender ao padrão de turbidez de acordo com o especificado no § 2° art.30.

Segundo Lopes (2008), a turbidez é expressa como uma medida que


representa o grau de interferência com que um feixe de luz atravessa uma quantidade
de água específica indicada em termos de unidade de turbidez (uT) ou pelas unidades
nefelométricas de turbidez (NTU). É causada devido à presença de matéria em
suspensão como argilas, areias, coloides, matérias orgânica e inorgânica, etc., que
contidos na água é o motivo pelo qual exista uma alteração da penetração da luz
através da difusão e absorção, ficando áreas propícias que livram os microrganismos
24

patogênicos de entrar em contato com a substância desinfetante, resultando numa


água de potencial perigoso.
O método mais utilizado para determinar a turbidez em águas é chamado de
unidade nefelométrica (Turbidímetro), que consiste em um aparelho com feixe de luz
que incide na amostra e através de um detector fotoelétrico mede a intensidade da
dispersão da luz em um ângulo de 90° em relação à luz incidente, assim a turbidez
será fornecida de acordo com a suspensão padrão de referência, quanto maior o
espalhamento da luz maior a turbidez (CORREIA et al,2008).
Dessa forma avalia-se a turbidez como uma propriedade que simboliza o
somatório de alguns contaminantes, que em outras palavras é um indicador usado
para controle de qualidade de um sistema de tratamento de água, como também
parâmetro de projeto, isso porque a escolha do processo de remoção mais apropriado
é feita baseada pelo tamanho e natureza das partículas que causam a turbidez. Os
problemas relacionados à turbidez vão desde a aparência estética da água até a
transmissão de doenças, por isso é preciso que a turbidez esteja dentro dos limites
exigidos já mostrados na tabela 2.
Neste contexto, Di Bernardo (2004), demonstra que o comportamento dessas
partículas no meio dispersante encontra-se vinculado a suas dimensões (tamanho,
forma e composição), entendido como três fenomenologias a medida que tenham
soluções significando o fracionamento das partículas, dispersões coloidais quando
acontece a divisão ocasionando um tempo maior para sedimentar e suspensões de
acordo com a separação de fases através da decantação em tempo menor. Para
Marques (2016) esse entendimento é de fundamental importância para definir o
comportamento dos flocos em continuar íntegros para que tenham força capaz de
preservar sua coesão e suportar os processos do tratamento proporcionando uma
eficiente decantação.
Do mesmo modo Lédo (2008) menciona que é através da adição de produtos
químicos que o conjunto de mecanismos como, agregação das partículas coloidais,
aglomeração e floculação envolvendo a desestabilização de suspensão coloidal de
partículas sólidas é adquirida. O processo de coagulação e floculação exerce a função
dominante nas ETAs, isso por ser uma etapa de alteração físico-química de partículas
coloidais contidas na água definindo assim a desenvoltura das demais fases,
principalmente sobre o desempenho das unidades filtrantes.
25

De acordo com a influência causada pela presença das partículas em


suspensão na água devido à condição de qualidade dos mananciais, no atual
momento o propósito fundamental das estações de tratamento convencionais é a
remoção da turbidez. Desta forma, Franco (2009) realizou um estudo sobre a
influência de dois coagulantes tipicamente mais utilizados em ETAs convencionais, o
sulfato de alumínio e cloreto férrico, com o objetivo de remover a turbidez e cor da
água bruta e a sua ligação com sólidos que geram o lodo na estação. O estudo
realizado pelo autor possibilitou o comparativo de amostras de duas ETAs distintas
com seus respectivos valores de turbidez, que através de ensaios de bancada com
Jar- Test foram encontradas as dosagens ótimas para cada situação no qual verificou-
se qual dosagem apresentou maior remoção de turbidez.
Assim, os testes mostraram que as dosagens ótimas para os dois coagulantes
aumentam com a turbidez da água bruta até valores de turbidez iguais para um
determinado valor referente à água bruta coagulada, e permanecem constantes para
valores posteriores, conforme em uma das situações onde o valor de turbidez obtido
variou de 50uT a 500uT, com dosagens ótimas constantes para valores de turbidez
entre 300uT e 500uT sendo possível observar através de gráficos que para esse caso
as dosagens ótimas do sulfato de alumínio em relação ao cloreto férrico foi menor,
significando que para atingir a remoção de 500uT por exemplo, foi necessário uma
dosagem de 10mg/L enquanto para o cloreto férrico uma dosagem equivalente a
15mg/L.
De forma análoga, o comportamento de cada situação ocorreu em função de
um dos mecanismos de coagulação (varredura e adsorção) que influenciaram a
variação das dosagens ótimas para uma melhor remoção da turbidez. Com a
correlação entre a turbidez da água bruta e os sólidos produzidos no lodo do
decantador, foi possível determinar a forma e tratamento final desse lodo com os
dados da turbidez da água bruta, como também facilitar a construção de um
cronograma de operação de uma estação de tratamento de água através do
conhecimento desses materiais.
Por isso a importância do uso de coagulantes vem do conceito de que grande
parte das impurezas contidas na água bruta não decantem com facilidade, por isso é
essencial a ação da coagulação na etapa inicial para desestabilização das partículas
26

formando coágulos e em seguida flocos que por meio da força gravitacional decantem,
facilitando a remoção e desempenho nos filtros.
Braga (2005) descreveu o estudo realizado por Haarhoff e Cleasby (1989),
sobre a influência da coagulação e floculação na etapa do tratamento de água,
procedendo a um aumento na eficiência da remoção de partículas grandes e
pequenas. Quando não havia a floculação, ocorria o transpasse da turbidez através
do material filtrante causado pelo tamanho das partículas que não chegaram a obter
tamanho ideal para remoção. Normalmente isso acontece devido a agregação das
partículas se realizarem no interior do leito filtrante principalmente quando a camada
possui espessura pequena tornando-a propicia a ocorrência, mas facilmente
corrigidas quando as partículas se agregam antes de chegar ao filtro, tornando mais
eficiente a remoção no meio filtrante.
Bof (2007) cita o diagrama de coagulação para águas sintéticas e naturais,
como um instrumento utilizado por vários autores que avalia a remoção de turbidez
da água baseada em condições de pH e dosagens de sulfato de alumínio. Em um
teste realizado por Mendes (1989) em laboratório com característica de turbidez igual
a 200 uT, observou-se que quando a coagulação é usada posterior a floculação o
mecanismo de varredura é mais eficiente com maior remoção de turbidez, esse
mecanismo se caracteriza pela geração de flocos mais compactos resultando em uma
sedimentação rápida, demonstrado no diagrama como regiões que tiveram remoção
de 80% obtida com mecanismo de adsorção e neutralização de carga e 95% para
zona de varredura.
Ainda conforme o autor independente do mecanismo de coagulação por
varredura ou adsorção e neutralização de cargas, o principal fator de influência na
remoção são as circunstâncias de como se encontra o pH de coagulação, tipo e
dosagem do coagulante. Contudo, Voltan (2007) descreve que é importante saber que
não existe valores de dosagem ótima de coagulante, muito menos de pH de
coagulação ótima, o que temos é que para cada situação, existe um par de valores
(dosagem de coagulante x pH de coagulação) que leva em consideração alguns
fatores da água em estudo.
Nesse sentido, vários trabalhos são desenvolvidos com o objetivo de
apresentar alternativas eficientes que reduzam a turbidez, conforme Padilha et al.
(2011) que realizou uma análise de remoção de turbidez de água para consumo
27

testando três tipos de coagulantes. O ensaio foi realizado com equipamento de


bancada, onde levou-se em consideração turbidez remanescente inicial de 41,4 uT e
pH de 6,6, depois de concluída as etapas de coagulação, floculação e sedimentação,
as amostras foram avaliadas quanto a turbidez, no qual com o uso de cloreto férrico
com dosagem de 15 mg/L demonstrou uma remoção próximo a 5,0 uT, o sulfato de
alumínio com mesma dosagem também se mostrou eficiente com resultados melhores
comparados com o cloreto férrico, e por fim o PAC que conseguiu com uma dosagem
de 10 mg/L atingir valores próximos a zero. Com isso o autor destaca a importância
da escolha do coagulante na etapa inicial do tratamento como forma de influência de
todo tratamento de água.
Tomando como base a importância da adição de produtos químicos para uma
melhor eficiência na remoção de turbidez, na literatura alguns autores desenvolveram
pesquisas com sistemas de filtração sendo esses constituídos por camada única
composta de areia, duas camadas combinada de areia e antracito ou múltiplas
camadas, visando diminuir os custos com produtos químicos em ETAs. Em algumas
dissertações e teses desenvolvidas, se associam a tecnologia de filtração rápida e
lenta conforme trabalhos apresentados a seguir.
Di Bernardo (2004), apesenta com base em um experimento a analise em dois
sistemas distintos de filtro de camadas diferentes para reduzir o uso do sulfato de
alumínio com resultados significativos menores que 0,5 uT. Avaliação do tipo de
material filtrante de filtros rápidos por gravidade de camada profunda, realizado por
Brinck (2009) mostram através de ensaios que o antracito é essencial, os resultados
desta pesquisa evidenciam os benefícios em termos de qualidade e economia. O
comportamento do filtro composto por antracito como material filtrante se mostrou
mais eficiente de acordo com os parâmetros analisados, sendo um deles a turbidez,
semelhante à pesquisa de Silveira e Coutinho (2016) buscaram estudar uma
tecnologia econômica para o tratamento de água utilizando filtro de múltiplas camadas
para a remoção de turbidez que mostraram eficiência 88,2% para carreira de alta
turbidez, já Alcantara (2010) avaliou a remoção de turbidez em condições limites em
sistema de dupla filtração, comparando a eficiência de dois leitos filtrantes com
porosidades diferentes de filtro rápido.
É bastante comum algumas ETAs do tipo convencional utilizem algum tipo de
desinfetante na etapa de pré-cloração para promover a eliminação de bactérias e
28

microrganismos, o seu uso pode promover a oxidação da matéria orgânica facilitando


a remoção de turbidez nas unidades de filtração. Conforme já mencionado a
coagulação é um composto eficiente, que auxilia no desempenho dos filtros em
remover as partículas que causam a turbidez, sua aplicação deve ser realizada
principalmente nos períodos chuvosos devido à elevação de turbidez na água a ser
tratada. Dessa forma é mostrado o tipo de desinfecção e coagulação química mais
utilizada por ETAs.

2.1.2 Pré-cloração (desinfecção com cloro e seus derivados)

Assim que a água chega à ETA ela é misturada com cloro, esse procedimento
é chamado de pré-cloração. A desinfecção da água por meio de cloração é uma das
etapas do tratamento de água realizada em muitas ETAs Brasileiras que fazem a
captação da água bruta em mananciais superficiais com presença de matéria orgânica
natural, como microalgas e cianobactérias. O objetivo principal do uso de
desinfetantes é inativar organismos patogênicos que causam riscos à saúde da
população.
De acordo com Campos (2014) o uso do cloro na desinfecção é eficiente de
baixo custo econômico e operacional, possuindo não só a característica primária dos
desinfetantes como também, a reação de oxidação que atua sobre a matéria orgânica
capaz de proporcionar a melhoria da coagulação e da eficiência da filtração, remover
cor, ferro, manganês, gosto e odor, e dentre várias outras melhorias em função do seu
uso.
O autor menciona que quando aplicado cloro na água as reações podem ser
imediatas ou não dependendo da sua concentração, que varia de acordo com as
características da água a ser tratada. Entre os compostos originados estão o cloro
residual, cloro residual livre e o cloro residual combinado.
O cloro pode ser facilmente encontrado na forma liquida (hipoclorito de sódio
na forma em pó ou pastilhas), gasosa (Cl2) e na forma sólida (hipoclorito de cálcio).
A cloração tem apresentado resultados satisfatórios na redução do risco de
doenças proveniente da contaminação da água, entretanto segundo Marques (2016)
alguns protozoários como o Cryptosporidium conseguem se proteger da ação da
29

desinfecção dentro dos flocos, e por isso a combinação entre um controle de turbidez
dentro de um sistema de tratamento de água pode tornar a desinfecção eficiente.
Quando o tratamento não emprega a coagulação química, a filtração e a
cloração são os principais responsáveis pela produção de uma água com qualidade
adequada para o consumo humano.

2.2.2 Sulfato de Alumínio

As estações de tratamento convencionais utilizam o sulfato de alumínio


comercial (𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4 )3 ) na solução líquida como coagulante. Esse produto é
responsável pela desestabilização das partículas em suspensão que aderem umas às
outras formando grandes flocos.
Segundo Franco (2009) o sulfato de alumínio comercial 𝐴𝑙2 (𝑆𝑂4 )14, 3𝐻2 𝑂 é um
produto químico amplamente utilizado em estações de tratamento de água no Brasil
e do mundo, é adicionado ao tratamento para a formação de flocos através da
desestabilização das partículas presentes na água bruta. É um agente coagulante que
pertence ao grupo dos sais metálicos a base de alumínio classificado como
coagulante superior.
Dessa forma o coagulante vem se destacando por fatores de ordem econômica
e pela eficiência na remoção de matéria orgânica e turbidez. De acordo com Medeiros
(2015) o que mantém as partículas que caracterizam a turbidez em suspensão, são
as forças eletrostáticas de repulsão que nos coloides, por exemplo, apresentam carga
superficial negativa impedindo o contato entre as partículas, para que aconteça a
desestabilização dessas partículas é preciso a formação de hidróxidos através da
reação dos sais de Alumínio com a alcalinidade.

2.3 Fatores que Influenciam na Remoção de Turbidez

Ferreira (2014), explica que o desempenho das etapas iniciais do processo de


tratamento de uma ETA interfere na etapa final, em razão das unidades estarem em
sequência. Em se tratando de filtros, a produção de uma água potável com baixo valor
de turbidez pode estar sujeita a alguns fatores que influenciam na remoção de turbidez
de um sistema de tratamento de água, são eles:
30

• O modelo escolhido para o sistema de filtração;


• Espessura do meio filtrante;
• Composição do meio filtrante;
• Condições de operação das unidades anteriores a filtração;
• Maneira (modo, forma, método) como os filtros são lavados;

Para Di Bernardo (2003), a eficiência da filtração depende do comportamento


das camadas relacionadas de acordo com as propriedades do meio filtrante (material
utilizado, espessura da camada filtrante, tamanho efetivo, máximo e mínimo dos
grãos), características principais da suspensão (tipo, tamanho e massa especifica das
partículas, etc.) e hidráulicas (método de controle da taxa e nível de água nos filtros,
taxa de filtração e carga hidráulica disponível). O autor ressalta que no decorrer da
filtração pode ocorrer à interrupção da carreira de filtração devido ao transpasse da
turbidez, semelhança da perda de carga total e carga hidráulica disponível.
O conhecimento das características granulométricas que compõe o leito
filtrante como o tamanho, forma, coeficiente de uniformidade dos grãos são
parâmetros chave, que influenciam na eficiência dos filtros, sendo assim é
fundamental realizar análises referentes a essas características para que os filtros
tenham bom desempenho na remoção de turbidez (ABREU,2009).
Nesse contexto o dimensionamento das unidades de filtração precisa ter uma
boa estrutura composta por um meio filtrante com um tamanho que garanta a retenção
relevante de sólidos, bem como facilitar a limpeza no processo de lavagem. Com isso,
seguindo uma recomendação da NBR 12216 (ABNT, 1992), devem ser realizados
ensaios em filtro-piloto para determinar a espessura das camadas filtrantes, bem
como o tamanho dos grãos e coeficiente de uniformidade. A norma formaliza valores
mínimos para quando não houver ensaio, mostrados a seguir na tabela 3.
31

Tabela 3: Resumo das recomendações que constam na NBR 12216

MEIO FILTRANTE EMÍN DEF (mm) COEF.


(cm) UNIFORMIDADE
Camada filtrante simples de areia 45 0,45 – 0,65 1,4 – 1,6
(FRD)
Camada filtrante simples de areia 200 0,70 – 0,80 ≤ 2,0
(FRA)
Camada dupla Areia 25 0,40 – 0,45 1,4 – 1,6
(areia e antracito) Antracito 45 0,80 – 1,00 ≤ 1,4

Fonte: Adaptada de Ferreira (2014).

Estudo realizado por Alcantara (2010) verificou através de ensaios


comparativos entre leitos filtrantes, que a associação de filtros promove um número
maior de barreiras de proteção e uma maior remoção de microrganismos impedindo
que ocorra o transpasse dos flocos no filtro.
Para Oliveira et al. (2006) a filtração é o processo mais afetado por erros
operacionais, e por isso é preciso um cuidado maior. Assim é de grande importância
a realização de uma avaliação frequente nos filtros para garantir menor turbidez na
água filtrada, dessa forma com base na pesquisa dos autores quando existe um
controle de rotina é possível resolver problemas nessas unidades. Em síntese, um
dos parâmetros analisados no trabalho foi a lavagem dos filtros de duas ETAs, sendo
que em uma delas a lavagens nos filtros eram realizadas de maneira diferenciada e
por operadores diferentes, evidenciando através de três grupos os efeitos sobre a
qualidade da água filtrada da carreira de filtração seguinte.
Das três situações apenas um procedimento de lavagem alcançou a meta de
turbidez garantindo a adequada remoção de Oocistos protozoários com turbidez
menor que 0,5uT, isso porque esse grupo apresentou pico de turbidez bem acentuado
acima de 100 uT na água de lavagem dos filtros no início da operação (1 min), seguido
por uma redução lenta na turbidez da água de lavagem, já na turbidez da água filtrada
após a lavagem é apresentado um pico de turbidez de aproximadamente 1,70 uT em
menos de 5 min, decrescendo rapidamente até se estabilizar abaixo 0,5 uT em 20
min.
Dessa maneira, quando se discute sobre o processo de filtração, inclui-se a
lavagem de meios filtrantes como um critério importante, no qual ações operacionais
mal executadas podem acarretar um aumento de turbidez na água filtrada. Brinck
32

(2009) menciona que a carreira de filtração deve ser suspensa de acordo com critérios
de lavagem dos filtros mostrados abaixo:
1 Sempre que ocorrer o transpasse da turbidez na água filtrada, podendo
comprometer sua qualidade sanitária;
2 Quando a perda de carga no filtro alcançar um valor limite determinado em
projeto.

Assim, os filtros devem ser lavados logo após o final da carreira de filtração
promovendo a eliminação do material orgânico, bactérias e partículas contidas na
camada filtrante durante a filtração.

De acordo com Campos (2014) a lavagem dos filtros é indispensável, pois


influencia na qualidade final da água filtrada, os problemas de uma lavagem
inadequada podem acarretar o transpasse de partículas que foram retidas
anteriormente no meio filtrante podendo ser observado na carreira de filtração
seguinte, visto que a lavagem afeta diretamente no efluente final. Por essa razão
existem três tipos de processos de lavagem de meios filtrantes, são eles: a) lavagem
feita através da inserção de ar seguido de água; b) lavagem exclusivamente com
água; e c) lavagem de ar e água simultaneamente.
Segundo a NBR 12216 (1992), é necessário que o tempo mínimo de lavagem
ocorra entre 10 minutos e velocidade de lavagem menor que 60 cm/min para uma
filtração descendente e 15 minutos com velocidade mínima de 80 cm/min em caso de
filtro de fluxo ascendente. Lavagens por mais tempo pode contribuir para uma possível
deterioração do leito filtrante.
Logo, para estabelecer um bom desempenho dos filtros de uma ETA é
necessário efetuar o pré-tratamento de forma adequada, principalmente quando
temos tratamento de ciclo completo no qual, a produção da água filtrada depende da
coagulação e posteriormente da floculação que pode comprometer o comportamento
da sedimentação e filtração. Dessa forma, Di Bernardo (2004) avalia os fatores
intervenientes na etapa da coagulação, destacando as características da água como:
pH, alcalinidade, turbidez, temperatura, tamanho e distribuição das partículas em
estado coloidal e em suspensão, comportamento do coagulante quando adicionado à
água de acordo com a dispersão do produto.
33

Isto é, se a dosagem do coagulante for inadequada, acarretara uma má


formação nos flocos e com isso uma decantação que não produzirá resultados
satisfatórios e como consequência causará problemas no meio filtrante como a
diminuição da carreira de filtração, significando que o tempo entre o início da operação
e o momento da lavagem do filtro será diminuído.
Por essa razão é importante estabelecer condições iniciais e avaliar as
influências da coagulação, como apresenta Fernandes et al. (2010) através de um
estudo que analisa a dosagem adequada do sulfato de alumínio e pH de coagulação
para a remoção de turbidez e oocistos de Cryptosporidium, no qual uma dosagem
adequada do coagulante promoveram melhor efeito na remoção obtendo valores
abaixo sugerido pela Portaria 2914/11.
Voltan (2007), explica através de análises feitas por outros autores, que a
eficiência de remoção de turbidez também está ligada ao tempo de floculação. As
considerações feitas através de estudos mostraram que durante a floculação os flocos
chegam ao seu tamanho máximo, de tal modo que o mecanismo de ruptura se
relaciona com o tempo de agitação, evidenciando uma queda na eficiência da
floculação de acordo com o período de agitação, isto é quanto maior o tempo de
floculação menor serão as dimensões dos flocos.
É preciso mencionar que a unidade de sedimentação no tratamento de água é
de fundamental importância, podendo ser comprometida pelas unidades anteriores e
assim afetar os filtros. Nessa circunstância, Bof (2007) aponta que a sedimentação
pode ter um desempenho ruim quando não há um conhecimento sobre o principal
parâmetro de projeto relacionado à taxa de aplicação superficial, como também
quando o potencial de quantidade de material em suspensão na água aumenta devido
o emprego do coagulante, ocorrendo aumento na formação de flocos gerando uma
necessidade de realizar constantes descargas de fundo, que podem não ser
realizados pelo operador e assim causar problema.
34

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para alcançar o propósito desta pesquisa serão apresentados nesta seção os


materiais, equipamentos e metodologia utilizada.
A metodologia aplicada para o desenvolvimento deste trabalho envolveu
pesquisas experimentais com o auxílio de uma rotina de levantamento de dados na
ETA em escala real, revisão de literatura em artigos, dissertações, livros e teses,
assim como determinação de algumas limitações das tecnologias da estação para
auxiliar a discussão. Os procedimentos foram realizados em filtros rápidos de
gravidade por um determinado período, no qual a entrada e a saída dos filtros foram
os pontos de coleta.
Nesses pontos foram coletadas amostras de água bruta e água filtrada para
obtenção dos dados por meio de um turbidímetro portátil usado para analisar a
turbidez na água durante todo monitoramento.
Dessa forma o parâmetro de qualidade da água utilizado para avaliar a
eficiência da tecnologia foi à turbidez.

3.1 Área de estudo

A Estação de Tratamento de Água chamada de ETA Alto Sertão está localizada


próxima a rodovia AL-145, situada a cerca de 9 km de Delmiro Gouveia, está instalada
na zona rural do município de Pariconha estado de Alagoas ao lado do Canal do
Sertão, no qual é feita a captação de água conforme mostra a Figura 1. A ETA é
operada pela CASAL, que é responsável pelo fornecimento de água para 8 municípios
𝐿
da região. Inicialmente projetada para tratar 700 𝑆, de acordo com a empresa a ETA
𝐿
atualmente trata 400 de água.
𝑆
35

Figura 2: Localização da ETA.


Fonte: Google Earth.

A tecnologia de tratamento empregada na ETA é a de ciclo completo


envolvendo as seguintes etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração,
fluoretação, desinfecção e correção de pH.
O projeto técnico foi executado por uma empresa especializada, no qual dados
referentes ao manancial foram fornecidos pela concessionária. O sistema de
abastecimento é constituído por várias unidades, um fluxograma explicativo de cada
unidade demonstra a sequência do processo de tratamento de água da estação
apresentada.
36

ADENSAMENTO
BAG’S DE RESIDUOS
LIQUIDOS.

TANQUE DE
EQUALIZAÇÃO

MISTURA FLOCULADOR DECANTADOR FILTRO


RÁPIDA
ÁGUA BRUTA

ÁGUA TRATADA
RESERVATÓRIO TANQUE DE
CONTATO

ÁGUA CLARIFICADA

TRATAMENTO DE ÁGUA

ALAF

PONTO DE COLETA NA
ENTRADA E SAIDA DOS
FILTROS

ALAF ÁGUA DE LAVAGEM DOS


FILTROS

Figura 3: Representação esquemática do processo de tratamento de água na ETA e pontos de coleta


das amostras.
Fonte: Adaptado de (CAMPOS 2014).

Apesar da ETA ter sido projetada para funcionar com a recirculação de água
de lavagem dos filtros, o funcionamento efetivo deixa a desejar por questões
operacionais.
A figura 4 mostra o canal por onde um conjunto de duas bombas faz a captação
da água bruta até a estação de tratamento.
37

Figura 4: Captação da água bruta que alimenta a ETA


Fonte: Autor

3.1.1 Descrição dos processos e etapas da ETA

A seguir estão transcritas as principais informações contidas no referido projeto


da empresa, incluindo as considerações do serviço de construção e condição de
atividade de cada unidade.
➢ Coagulação e Mistura Rápida: Esta etapa compreende o processo onde ocorre
a desestabilização de partículas coloidais por meio de fenômenos físicos e
químicos. Assim, a mistura rápida hidráulica utilizada na ETA é do tipo vertedor
Parshall projetado para fornecer a água uma agitação que dispersa o
coagulante, tendo como o produto empregado na estação o sulfato férrico
segundo informação da empresa responsável. O sistema de coagulação conta
com dois tanques para preparo da solução com dois misturadores mecanizados
que devem proporcionar uma mistura perfeita de solução de sulfato férrico para
não haver deposito no fundo dos tanques cujas dimensões serão descritas em
seguida:
• Largura: 2,30 m;
38

• Comprimento: 2,30 m;
• Altura: 1,50 m;
• Volume útil: 6,0 𝑚3 ;
• Largura: 1,10 m;
Desde sua inauguração o sistema só foi testado apenas uma vez.

➢ Floculação e Mistura Lenta: A floculação é a etapa subsequente á coagulação,


onde os flocos são gerados depois das partículas serem desestabilizadas
permitindo a remoção nas próximas etapas. Desta forma, após a coagulação a
água é dividida para dois módulos idênticos da estação através de vertedores,
passando para a etapa de floculação. A ETA possui dois floculadores
compostos por quatro compartimentos de floculação mecanizada cada, se
localizando em cada lado, contudo no presente momento se encontram
desativados. As dimensões uteis das câmeras são:
• Dimensões de cada compartimento: 4,70 x 4,70 m;
• Volume útil referente a cada compartimento: 113 𝑚3 ;
• Altura útil: 5,10 m;
• Borda livre: 0,40 m;

➢ Decantação: Os decantadores são unidades do tipo convencional


dimensionadas para remover os flocos formados na etapa precedente pela
ação da gravidade. A decantação é feita através de seis decantadores de
escoamento de fluxo horizontal convencional, a água é coletada através de
tubos que descarregam em calha coletora de concreto armado seguindo para
os filtros.
• Área: 202,50 𝑚2 ;
• Dimensões em planta: 8,15 m × 24,85 m;

➢ Filtração: Como última barreira contra impurezas a filtração é essencial, sendo


responsável por reter partículas que não foram removidas na decantação. A
água já decantada segue para calhas de coleta por onde é distribuída para
filtros do tipo rápido de gravidade. Em cada lado da estação existem cinco
39

filtros, somando dez no total no qual constituem meio filtrante de dupla camada
(antracito e areia), sobre a camada suporte de pedregulho. O sistema de
lavagem é executado através de água e ar ao mesmo tempo no sentido
contrário ao de tratamento, a retrolavagem significando a aplicação de uma
vazão de baixo para cima. As características de cada filtro estão descritas logo
abaixo:

• Área filtrante: 18𝑚2


3 2
• Taxa média de filtração: 270 m /m . dia

Dimensões da área filtrante:

• Comprimento: 4,80 m

• Largura: 3,80 m

Alturas do leito filtrante:

• Camada suporte: 0,35 m

• Areia: 0,30 m

• Antracito: 0,45 m

Taxas de lavagem máximas:


3 2
• Água em contracorrente: 0,8 m /m . min.

A lavagem dos filtros é realizada de forma manual nos módulos convencional,


isto é, pela abertura e fechamento de válvulas. Vale ressaltar que os tempos de
carreira, bem como os tempos de lavagem dos filtros podem variar em função de cada
operador.
As figuras 2 e 3 apresentam o sistema de filtração localizado em um dos lados
da estação.
40

Figura 5: Unidades de filtração mostrada em um lado da ETA, vista 01.


Fonte: Autor.

Figura 6: Uma das unidades de Filtração da ETA, vista 02.


Fonte: Autor.
41

➢ Desinfecção: O agente químico usado para a desinfecção da água é o cloro.


➢ Fluoretação: Para esse processo a unidade fornece dois tanques de estocagem
3
de ácido fluorssilícico com capacidade de 3,0 m cada. Dessa forma o
procedimento é feito pela adição de ácido fluossilícico. Atualmente a estação
não adiciona o produto.
A estação possui um tanque de adensamento com um sistema que realiza a
separação dos sólidos em suspensão contidos nos resíduos líquidos gerados na ETA
e módulos constituídos de geotêxtil chamados de bag’s condicionados para secagem
de lodos. Essas etapas não tiveram nenhuma influência negativa ou positiva nessa
pesquisa uma vez que os mesmo se encontram desativados.
A ETA foi projetada para funcionar em regime contínuo de 24 horas por dia,
com equipe de operação formada por 05 operadores e 02 Engenheiros químicos. A
operação era realizada de forma manual, toda automação que foi prevista em projeto
não funcionava, até mesmo nas unidades de filtração onde os equipamentos de
medição contínua para turbidez encontravam-se danificados e mesmo sendo
calibrados se mostravam com defeito.

3.1.2 Limitações da ETA

A escolha da ETA se deu através de um estágio supervisionado realizado pela


autora durante a graduação no período de um ano.
Para o estudo, foi necessário realizar uma investigação nas estruturas
precedentes aos filtros, tais como coagulação, floculadores e decantadores. Dessa
forma foi possível analisar o funcionamento e operação das respectivas unidades em
razão de serem elementos importantes capazes de comprometer a eficiência dos
filtros no tratamento de água.
De modo geral foram avaliados os procedimentos operacionais adotados na
ETA como a lavagem dos filtros e sua frequência.
Não foi possível fazer as leituras de turbidez dos filtros através dos
turbidímetros utilizado na automação da estação, pois não estavam fornecendo
valores corretos.
42

3.2 Turbidez

Diversos estudos, em diferentes escalas, destacam a importância do controle


da turbidez em estações de tratamento de água para a identificação e remoção de
patogênicos, uma vez que tal parâmetro integra um dos requisitos básicos no controle
de qualidade. De acordo com a pesquisa de Cerqueira (2008) sobre a remoção de
oocistos Cryptosporidium parvum e indicadores no tratamento de água, o principal
parâmetro de associação à eficiência de controle desse tipo de protozoário tem sido
a turbidez, que deixa de ser apenas um critério estético passando a ter potencial
perigoso.
Normalmente é através de um turbidímetro que as medidas de turbidez são
obtidas, é a expressão da propriedade ótica indicada em termos de unidades de
turbidez (uT). Assim na ETA em estudo, a metodologia utilizada para medição da
turbidez pelo método Nefelométrico já citado anteriormente na bibliografia é
considerada padrão entre os estudos relacionados à turbidez da água em ETAs.

3.3 Descrição do equipamento utilizado

Para realizar as análises de turbidez foi utilizado como equipamento o


turbidímetro da marca PoliControl de modelo AP2000, fornecido pela empresa. A
princípio, para iniciar as leituras nas amostras o aparelho foi calibrado de acordo com
o seu manual, que acompanha pequenos frascos de padrões de calibração com
líquidos de turbidez conhecidas. Desse modo as amostras de água retirada da entrada
e saída do filtro foram inseridas em um recipiente que compõe o turbidímetro e em
seguida no equipamento, mostrando o resultado unitário para cada amostra que era
feita.
O procedimento citado foi realizado de acordo com a Norma Técnica Interna da
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), que consiste
em um manual com procedimentos utilizando turbidímetros de bancada ou portáteis
que tenha no seu interior um nefelômetro. O recipiente usado para coleta dentro dos
filtros e o equipamento usado para o estudo está apresentado na Figura 7.
43

Figura 7: Turbidímetro de modelo AP2000 e recipiente usado para coleta


Fonte: Autor

A tabela 4 mostra algumas especificações do equipamento usado, bem como


dados referentes às amostras.

Tabela 4: Discriminação de algumas características do equipamento

Tipo de equipamento Turbidímetro

Método do equipamento Método Nefelométrico

Número de amostras 240

Fonte: Autor

3.4 Qualidade da água bruta e tratada

A ETA Alto Sertão é abastecida por um manancial artificial de característica


superficial, com água bruta proveniente do Rio São Francisco. Não há informações da
classificação da água seguindo a Resolução nº 357 do CONAMA, por esse motivo
não é possível constatar se a condição do tratamento utilizado na ETA é o indicado.
As informações sobre o parâmetro de turbidez fazem parte do monitoramento
realizado pela empresa, fornecidos através de planilhas de controle da qualidade da
44

água decorrentes do ano de 2017 e 2018. Para a coleta da água “in natura1” o ponto
de coleta está localizado próximo ao sistema de captação da água bruta que alimenta
a estação.
As amostras de água tratada são coletadas em torneiras que fornecem água
tratada dentro da estação.
Os dados da água bruta e da água tratada foram verificados para visualizar
comportamento da turbidez do efluente antes de chegar a ETA e do afluente final.

3.5 Análises realizadas

Para início do trabalho o turbidímetro portátil foi calibrado, esse procedimento


se repetiu algumas vezes pelo fato de que foram realizadas analises em períodos
distantes. Para a execução do presente estudo, as amostras recolhidas nas entradas
dos filtros foram coletadas diretamente da calha de alimentação de cada filtro pelo
autor conforme a figura 8.

Figura 8: Coleta da água na entrada dos filtros


Fonte: Autor

1
Que está no estado natural, sem processamento industrial.
45

A pesquisa foi conduzida através dos ensaios de filtração, as análises


registradas para o monitoramento do comportamento dos filtros foram: turbidez da
água na entrada e saída dos filtros, assim como na saída de um dos filtros após a
lavagem do filtro. Os ensaios citados estão representados de maneira detalhada na
tabela abaixo.

Tabela 5: Ensaios correspondentes ao monitoramento do comportamento dos filtros

PARÂMETRO FREQUÊNCIA PONTOS DE COLETA


Turbidez da água Entrada dos filtros
bruta. 1 em 1 hora (Calha de Alimentação do filtro)

Turbidez da água
filtrada. 1 em 1 hora Saída dos filtros

Turbidez da água
filtrada após
lavagem do filtro. 20 em 20 minutos Saída do Filtro

Fonte: Autor

Durante os dias 09 e 05 de julho de 2018 foram realizadas as análises, em oito


horários: às 9:00, 10:00, 11:00, 12:00, 14:00, 15:00, 16:00, 17:00. As coletas de água
foram realizadas através de um frasco plástico disponibilizado pela empresa,
adaptado para a altura dos filtros.
De acordo com o método utilizado já informado, foram seguidos os seguintes
passos para o processamento das amostras: A amostra foi agitada para dispersar bem
os sólidos; evitar a formação de bolhas de ar no momento que encher o tubo de vidro
do turbidímetro; Antes de colocar a amostra no aparelho, o tubo de vidro foi limpo com
papel higiênico macio, sempre tomando o cuidado para não suja-lo com as digitais
para não interferir nos resultados; Entre uma leitura e outra o tubo era lavado com
água da amostra seguinte a ser analisada; O procedimento se repetiu em todas as
análises;
Destaca-se ainda que para a coleta da água filtrada, o registro era aberto
durante alguns segundos para que a amostra não fosse prejudicada.
Para a realização da coleta da turbidez da água filtrada após a lavagem, a
escolha do filtro foi determinada pelo operador de acordo com a necessidade de
46

limpeza do filtro no momento das análises. A coleta foi feita no filtro 07 no dia 09 de
julho de 2018 durante o período de 9:20 da manhã até as 15:00 da tarde, de acordo
com a frequência já definida.
Na primeira etapa da pesquisa a eficiência dos filtros é analisada observando
as condições da estação que até então usava apenas cerca de 20% do agente de
desinfecção (cloro) na pré-cloração, ou seja, dosava 20 a 25 kg/d na pré-cloração mais
70 kg/d na desinfecção. Após informações fornecidas por operadores sobre as
melhorias realizadas na operação dos filtros como a frequência de lavagem e o
emprego efetivo de 40 a 50 kg/d de cloro na cloração e 80 kg/d na etapa de
desinfecção na ETA, realizou-se a segunda etapa do trabalho para verificar se
realmente houve mudanças e se trouxe melhorias para as unidades de filtração. A
eficiência (E) de remoção de cada filtro foi obtida a partir do seguinte cálculo:

𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑑𝑒𝑧(𝐸 ) − 𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑑𝑒𝑧 (𝑆) (1)


𝐸 (%) = ∗ 100
𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑑𝑒𝑧 (𝐸)
Onde:
𝐸: 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑜𝑠;
𝑆: 𝑆𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑜𝑠;
Portanto, para as amostras de turbidez da entrada dos filtros é interessante
avaliar a variação horária, sendo necessário utilizar a metodologia de agrupar os
dados de entrada e fazer uma média de todo período do tempo para cada filtro
comparando com cada valor de saída.
O quadro 1 resume a primeira etapa experimental executada sem a adição do
coagulante com seus respectivos períodos de realização, e unidade avaliada. A
atividade foi fundamental para conhecer o desempenho dos filtros, por meio da
comparação entre os resultados da água afluente e efluente das unidades de filtração.

Tipo de unidade Avaliada Etapa Experimental Período


05/07/2018
Filtro Rápido Descendente 1 09/07/2018

Quadro 1: Período de amostragem, etapa1.


Fonte: Autor
47

O quadro 2 mostra o período de monitoramento da segunda etapa da pesquisa,


realizada na ETA.

Tipo de unidade Avaliada Etapa Experimental Período


Filtro Rápido Descendente 2 12/03/2019

Quadro 2: Período de amostragem, etapa 2.


Fonte: Autor
48

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente capítulo são apresentados e avaliados os principais resultados


experimentais relativos a turbidez da entrada e saída dos filtros de uma estação de
tratamento de água em escala real, com a influência da variação das concentrações
da pré-cloração.

4.1 Caracterização mensal da água bruta e da água tratada

Na primeira parte do estudo buscou-se verificar o comportamento da turbidez ao


longo dos meses de janeiro a dezembro do ano de 2018, através de uma média
mensal da turbidez e o resultado encontrado apresenta-se no gráfico 1.

2,5

2
TURBIDEZ (UT)

1,5

0,5

0
AGOSTO

NOVEMBRO
ABRIL

OUTUBRO
JANEIRO

FEVEREIRO

MAIO

JUNHO

JULHO

SETEMBRO

DEZEMBRO
MARÇO

TURBIDEZ DA ÁGUA BRUTA TURBIDEZ DA ÁGUA TRATADA

Gráfico 1: Comportamento da turbidez média da água bruta durante o ano de 2018.


Fonte: (ETA, qualidade da água), elaborado pelo Autor, 2019.

É possível observar com o gráfico 1 que a água bruta não apresentou grande
variação de mês para mês, dentro de um ano, apresentando valores entre 1,43 uT e
2,56 uT. Analisando o menor valor de turbidez encontrado na série de dados
mostrados no Apêndice E, é verificado que o mês de janeiro apresentou 0,11 uT, que
pode ser justificado pelo período de estiagem, que de acordo com os dados da
precipitação mensal de 2018 da Secretaria do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos,
o mês de janeiro registrou pouca chuva na região do Sertão.
49

Segundo Ferreira (2014) a qualidade da água dos mananciais superficiais sofre


influência com a variação da precipitação pluvial no decorrer das diversas épocas do
ano. Foi observada uma variação do parâmetro de turbidez nas diferentes épocas,
onde as características da água registram valores de turbidez altos no período
chuvoso e baixo no período de estiagem.
Com os dados plotados em planilhas do Excel, foi possível realizar a estatística
descritiva do ensaio. É relevante salientar que a existência de erros pode influenciar
na medição de uma grandeza, por isso não é possível determinar o nível de
confiabilidade dos dados fornecidos pela empresa.

ÁGUA DO CANAL ÁGUA TRATADA


MÊS MÉDIA DESVIO Nº DE MÉDIA DESVIO Nº DE
PADRÃO DADOS PADRÃO DADOS
JANEIRO 1,43 0,84541 5 0,81 0,43 5
FEVEREIRO X X X 1,34 0,68 4
MARÇO X X X 1,34 0,68 4
ABRIL X X X 1,96 0,72 3
MAIO 1,61 0,31 4 2,31 0,25 4
JUNHO 1,23 0,08 4 1,34 0,07 4
JULHO 1,41 0,31 4 1,71 0,64 4
AGOSTO 1,71 1,05 3 2,09 0,99 4
SETEMBRO 2,53 1,01 4 1,76 0,81 4
OUTUBRO 2,56 0,57 3 1,64 0,3 3
NOVEMBRO 2,09 0,7 4 2 0,55 4
DEZEMBRO 1,99 0,69 4 1,69 0,3 4

Quadro 3: Estatística de ensaio.


Fonte: Autor

Destacar-se que nem todos os meses possuíam dados completos de água


bruta do ano de 2018, como nos meses de fevereiro, março e abril, em razão da falta
de coleta.
Os meses que tiveram maiores valores de turbidez do ano de 2018 foram os
meses de setembro, outubro e novembro onde a média de cada mês apresentou
valores semelhantes próximos de 2,6 uT. Nesse mesmo período no ano anterior foram
registrados valores menores de turbidez tiveram média próxima a 1,9 uT mostrados
no quadro 4.
50

ÁGUA DO CANAL
MÊS MÉDIA Nº DE DADOS
SETEMBRO 1,4 4
OUTUBRO 1,66 4
NOVEMBRO 1,88 3

Quadro 4: Estatística de ensaio do ano de 2017.


Fonte: Autor

De forma geral nota-se uma pequena amplitude entre o maior e o menor valor
de turbidez encontrado para esta água bruta, que pode ser explicada pelo simples fato
do manancial ser um canal, fator esse que favorece a sedimentação das partículas
suspensas, que quando o canal está com nível alto a turbidez na água é baixa.
No estudo realizado por Rodrigues et al (2005) mostra a caracterização da água
bruta de uma ETA no Belém-PA evidência uma pequena variação de turbidez com
valores baixos, resultado de a água ser proveniente de um lago, cuja característica
favorece a sedimentação das partículas e formação de lodo na sua base se
assemelhando ao estudo realizado. Visto que, a hidrodinâmica dos corpos d’águas
naturais ou artificiais são semelhantes, consiste basicamente na representação de
escoamentos, ou seja, dos campos de velocidade e de nível. Esta metodologia pode
ser aplicada à lagos e canais.
Outra justificativa para a variação da turbidez coletada no canal seria provocada
pelo nível do canal que varia bastante, quando a altura da água está muito baixa as
duas bombas que trabalham na captação absorvem o lodo contido no canal
aumentando a concentração de impurezas na água bruta.
De acordo com um dos operadores, mais ou menos uma vez por semana passa
em frente ao canal uma camada de algas, que quando o mesmo se encontra cheio
essa matéria orgânica consegue seguir em frente, entretanto, quando a água está
com nível baixo, a característica do canal nesse ponto (dimensões maiores) favorece
a concentração desse material que acaba sedimentando e sendo sugado pelas
bombas. O mesmo destacou que durante o período chuvoso, as chuvas torrenciais
acabam arrastando solo, materia orgânica como folhas e galhos para dentro do canal,
uma vez que, o canal não oferece nenhum tipo de proteção.
Dessa forma, a turbidez do canal pode alcançar valores superiores ao que foi
encontrado, isso porque no momento em que foi realizada a coleta o canal pode não
ter apresentado as situações descritas.
51

A água tratada variou bastante, em alguns meses alcançando valores de


turbidez acima do que foi encontrada na água bruta como é mostrado no gráfico 1.
Pode-se perceber que, para 1 ano de análises, das 47 amostras obtidas para água
tratada, cerca de 98% possuíam turbidez maior que 0,5 uT, desse total 30% estavam
acima de 2,0 uT. Com isso, conclui que não houve uma busca por melhorias na ETA
para que a água fornecida a população atendesse às recomendações da Portaria
2911 até o momento da pesquisa considerando dados de 2018.
Para fornecer água em conformidade com a Portaria 2914 é necessário que a
operação da ETA leve em consideração as características da água bruta relativa à
turbidez para conseguir lidar com as variações da qualidade da água durante o ano,
já que o manancial sofre depreciação e variação de nível.

4.1 Processo de coleta de dados nos filtros através do ensaio de turbidez

Os ensaios foram realizados segundo a metodologia descrita no item 3.6.


Através das tabelas de monitoramento da turbidez nos filtros do tipo rápidos
descendentes, foi elaborado o tratamento estatístico dos dados apresentados
mediante gráficos, permitindo avaliar descritivamente o comportamento dessa
tecnologia em termos da remoção de turbidez observado ao longo das análises.

4.2.1 1º Etapa

Nessa primeira etapa, foram realizados dois ensaios em dias diferentes,


totalizando 160 amostras detalhadas no Apêndice A. Nesse apêndice são
apresentados em uma tabela os valores da turbidez monitorados durante os dois dias.
Para avaliar o processo de filtração, a água que alimenta a unidade é considerada
uma água pós-decantada, visto que a água fornecida a está unidade é proveniente do
decantador e já passou pelos processos anteriores, por esse motivo a água não possui
as mesmas condições do afluente que está entrando na estação.
Nesta etapa analisou-se o nível de eficiência da remoção da turbidez da água
quando a mesma passa pelos filtros e os resultados encontrados serão apresentados
abaixo.
52

60

40

20
EFICIÊNCIA (%)

-20

-40

-60

-80

-100
09:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

09:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00
05/jul05/jul05/jul05/jul05/jul05/jul05/jul05/jul05/jul09/jul09/jul09/jul09/jul09/jul09/jul09/jul09/jul09/jul

TEMPO (DIA:H)

FILTRO1 FILTRO2 FILTRO3 FILTRO4 FILTRO5


FILTRO6 FILTRO7 FILTRO8 FILTRO9 FILTRO10

Gráfico 2: Representação gráfica da eficiência dos filtros no período em análise


Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019

Como pode ser visto no Gráfico 2 as linhas tracejadas destacam os filtros com
maior eficiência em média na maior parte do tempo e de linha vermelha a pior situação
representada pelo filtro 10 comparado aos demais. Os intervalos as 13:00 horas indica
o horário que não foram coletadas amostras.
Para uma melhor compreensão o quadro abaixo apresenta os valores máximos
e mínimos obtidos, de maneira mais compacta, a partir dos resultados da eficiência
de cada filtro apresentados no gráfico acima.

FILTRO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

MINÍMO -63,730 -40,492 -90,647 -38,679 -84,880 -73,317 -73,441 -88,622 -35,968 -64,802

MÁXIMO 30,569 14,087 32,351 45,283 25,261 17,747 42,547 34,201 50,461 13,778

Quadro 5: Valores máximos e mínimos destacado do gráfico 2.


Fonte: Autor
Nesse gráfico tem-se a representação com os resultados gerais da eficiência
de remoção de turbidez de cada filtro no período analisado. Observa-se que o Filtro 4
e 9 foram os mais eficientes na remoção de turbidez, com base nos dados de entrada
53

e saída obteve-se os seguinte valores de remoção de turbidez, a remoção máxima


obtida para o filtro 4 foi de 45,283% e de 50,461% para o filtro 9.
Em termos práticos a eficiência do filtro é representada pela diminuição drástica
da turbidez na água filtrada, no entanto, foi observado um aumento da mesma na
saída dos filtros quando comparadas a média diária da turbidez na entrada, por esse
motivo os resultados negativos revelam um desempenho ruim dessas unidades. As
possíveis causas serão descritas no decorrer da discussão, entre os piores resultados
estão o filtro 6, 7 e 10.
Verifica-se que semelhante ao filtro 6, o filtro 7 apresenta uma boa remoção no
início dos resultados, entretanto, passa a maior parte do tempo com eficiência
negativa, já o filtro 10 tem uma eficiência negativa durante todo trajeto da curva
mostrada no gráfico 2. A média de entrada no filtro 10 foi de 0,92 uT, na saída do filtro
o valor mínimo durante as análises foi de 0,79 uT e o máximo de 3,62 uT demonstrada
na tabela no apêndice A.
Para facilitar a visualização do gráfico 2, realizou-se a média para eficiência de
cada filtro demonstrado nas figuras do gráfico 3 e 4.

15

10
EFICIÊNCIA (%)

0
FILTRO 1 FILTRO 2 FILTRO 3 FILTRO 4 FILTRO 5

-5

-10

-15

Gráfico 3: Média da eficiência dos filtros 1,2,3,4 e 5 de acordo com a distribuição na estação.
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019
54

10

0
FILTRO 6 FILTRO 7 FILTRO 8 FILTRO 9 FILTRO 10
-5
EFICIÊNCIA (%)

-10

-15

-20

-25

-30

Gráfico 4: Média da eficiência dos filtros 6,7,8, e 9 de acordo com a distribuição na estação.
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019

Conforme a distribuição das unidades na estação já mencionada na


metodologia do item 3.1.1, é possível identificar com o gráfico 3 e 4 que apenas 1 filtro
de cada lado se mostrou eficiente, tendo em vista como a pior situação o lado
composto pelos filtros 6,7,8,9 e 10 com a maioria de resultados negativos. Essas
unidades de forma geral estão gerando resultados insatisfatórios na qualidade da
água em termos de remoção de turbidez.
Matos et al (2013) realizou uma pesquisa similar, que avaliava a remoção da
turbidez nos filtros de diferentes ETAs, através dos dados verificou-se que dos quatro
filtros estudados apenas um obteve uma remoção baixa em razão da ETA ter uma
vida útil maior que as outras, enquanto os outros filtros obtiveram um valor de 90 %
de remoção. A ETA em análise apresentou uma remoção muito baixa se comparado
à pesquisa descrita.
Quando se trata de atendimento ao padrão de potabilidade, uma primeira
análise pode ser feita com os valores de turbidez na saída dos filtros é que 53% das
amostras encontram-se acima de 1,0 uT. Valores referidos a remoção de turbidez por
alguns autores como Viana et al (2013) sugere que quanto menor o valor de turbidez
na saída do filtro maior a remoção de protozoários estando entre os valores tomados
como indicadores de remoção 0,30 uT e 0,50 uT.
55

Logo 95% das amostras da água filtrada não atenderam ao critério de


potabilidade. Segundo Braga (2014) a portaria cita que amostras com turbidez
superiores a 1,0 uT, são consideradas impróprias para o consumo.
No monitoramento realizado no dia 05 de julho, a ETA teve que ser paralisada
por volta das 12:00 horas durante uma hora e meia por questões operacionais. Essa
paralisação pode ter prejudicado o desempenho dos filtros no dia em análise, isso
porque quando acontece uma interrupção na estação à unidade de filtração é a mais
prejudicada devido ao transpasse das partículas após o revolvimento do leito filtrante
pela água afluente com o retorno da operação.
A situação encontrada mostra que a paralisação da ETA pode contribuir para
uma queda na eficiência do filtro conforme pode ser visto no trabalho de Ferreira
(2014), que verifica um aumento de turbidez no efluente do filtro após uma paralisação
na estação.
O procedimento realizado na lavagem dos filtros no dia 05 de julho, também
pode ter prejudicado a qualidade da água filtrada durante o período em que os filtros
foram analisados, entre eles estão os filtros 1, 5, 6 e 10. Para visualizar a relação do
comportamento desses filtros com a influência da limpeza, destaca-se no gráfico 6 a
eficiência dos mesmos junto ao gráfico 7 que apresenta os valores da turbidez na
saída dos filtros apenas durante o dia que foram lavados.

40
20
0
EFICIÊNCIA (%)

-20
-40
-60
-80
-100
-120
09:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

09:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

5/7 5/7 5/7 5/7 5/7 5/7 5/7 5/7 5/7 9/7 9/7 9/7 9/7 9/7 9/7 9/7 9/7 9/7
TEMPO (DIA:H)
FILTRO1 FILTRO5 FILTRO6 FILTRO10

Gráfico 5: Eficiência dos filtros 1,5,6 e10 que foram lavados no dia 05 de julho
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019
56

4,00
3,50
3,00 LAVAGEM DO
TURBIDEZ (UT)

FILTRO 6 LAVAGEM DO
2,50 FILTRO 10

2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00
05/jul 05/jul 05/jul 05/jul 05/jul 05/jul 05/jul 05/jul 05/jul

PERÍODO (HORAS)
FILTRO 1 FILTRO 5 FILTRO 6 FILTRO 10

Gráfico 6: Valores de turbidez na água filtrada pelos filtros 1,5,6 e10 (monitoramento 05/07/2018)
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019

É observado no gráfico 5, que no início das análises do dia 05 de julho o filtro


1 não apresenta uma remoção de turbidez satisfatória, passando a apresentar uma
eficiência de 30,569% apenas depois das 14:00 horas, essa análise vale para o filtro
5 que apresentou uma eficiência de 24,27% apenas depois das 16:00 horas e
seguiram com eficiência negativa. Ambos foram lavados antes da realização do
ensaio e por esse motivo não está indicado no gráfico, o tempo de lavagem do filtro 1
foi de 30 minutos, e 25 minutos para o filtro 6.
O filtro 6 não apresenta uma remoção satisfatória, de acordo com o gráfico 5 é
observado um desempenho limitado com o valor de eficiência igual 14,75% apenas
no dia 09 de julho. De acordo com a planilha de controle da operação dos filtros da
ETA apresentada no Apêndice B, o filtro foi lavado quando já estava na oitava carreira
de filtração, a seta mostrada sobre a curva do filtro 6 no gráfico 6 destaca o momento
em que o filtro foi lavado, a duração da lavagem foi igual a 25 minutos. Após a lavagem
a turbidez atinge o valor de 2,5 uT e começa a diminuir depois de três horas e meia,
contudo com valores acima de 1,0 uT como pode ser visto no gráfico acima.
Como já mencionado o filtro 10 se destaca como o filtro de pior desempenho
de acordo com os valores obtidos pela média da eficiência. Antes de ser lavado o
mesmo já apresentava picos de turbidez equivalentes a 3,62 uT como destacado em
linha vermelha no gráfico 6, o filtro estava na sua quarta carreira de filtração quando
57

foi interrompida. A lavagem teve uma duração de 25 minutos realizada pelo mesmo
operador que realizou o procedimento no filtro 6, após a lavagem a turbidez atingiu
2,02 uT começando a se reestabelecer quando atinge valores 1,29 uT depois de duas
horas.
Segundo a planilha no Apêndice B, durante o período de 24/06/2018 a
09/07/2018 o filtro 10 foi o mais lavado, constata-se 4 lavagem com tempos diferentes.
Nota-se uma semelhança entre o tempo de carreira dos filtros 4 e 9 em torno de oito
dias entre uma lavagem e outra. Cada procedimento foi realizado entre operadores
diferentes com duração de lavagem igual para o filtro 4 e diferentes para o filtro 9.
No dia 09 de julho apenas o filtro 7 foi lavado. O restante dos filtros não chegou
a ser lavado, por tanto neste dia não houve a interferência da realização da lavagem
nos dados coletados.
Em resumo, ao analisar os filtros que foram lavados durante o período de
amostragem, o aumento da turbidez da água filtrada pode ser justificado após os
procedimentos de lavagem, a situação encontrada evidência que picos de turbidez
após a lavagem dos filtros podem ter alterado a qualidade da água filtrada no período
em que foram realizadas as coletas.
Os valores altos na saída dos filtros demonstram a ineficiência do procedimento
realizado pela operação, o qual permite que as partículas que foram retidas na
superfície dos grãos passem para a água filtrada durante um longo tempo. Durante o
acompanhamento da lavagem de um dos filtros realizado com ar e água
simultaneamente, foi observado que o filtro foi lavado devido à altura de lâmina de
água está elevada, o procedimento durou aproximadamente 40 minutos.
É identificado que a lavagem dos filtros ocorre a partir de decisões
operacionais. Os operadores da ETA costumam verificar visualmente a necessidade
de lavagem, sendo identificado que além desse método alguns operadores se
baseiam nos turbidímetros localizados na saída dos filtros que não fornecem valores
corretos.
Através da planilha mostrada no apêndice B, é possível constatar que os
procedimentos de lavagem variam de operador para operador, e que algumas das
carreiras de filtração são longas e outras curtas o que pode comprometer o
desempenho dos filtros, além disso, pode causar danos ao material filtrante e
aumentar os gastos envolvidos nesse processo.
58

A qualidade da água filtrada pode ser influenciada pelos efeitos da distribuição


não uniforme da vazão em cada filtro, que pôde ser verificada visualmente na ETA
através do canal que recebe a água decantada. Existe um desnivelamento que
ocasiona um escoamento no sentido do filtro 10 em um dos lados e do filtro 1 do outro
lado. Segundo as informações fornecida pelos operadores, essa declividade existente
no canal contribui para o aumento de vazão nos filtros 1,2, 9 e 10, sendo que, se esses
filtros trabalharem com a comporta (localizada na entrada da calha de alimentação
dos filtros) 100% aberta a água não chega nos demais filtros. Por esse motivo, os
operadores deixam apenas 50 % da comporta aberta nas unidades citadas, essa
alteração foi realizada sem a medição de vazão e por esse motivo não se sabe o
quanto cada filtro recebe de água.
Os efeitos de uma diferença de vazão podem justificar o fato de alguns filtros
sujarem mais que os outros, ou seja, há uma retenção maior da quantidade de
impurezas nos filtros que recebem mais água, como consequência ocorre à
diminuição da carreira de filtração das unidades afetadas.
Segundo conversa com um dos operadores da ETA, existe essa diferença de
vazão que alimenta os filtros. Nos filtros que recebem mais água é visto que
apresentam maior frequência de lavagem com a diminuição de carreira da unidade,
causando a necessidade de maiores durações para lavagem do filtro, pois a
quantidade de partículas a serem desprendidas das superfícies dos grãos é maior.
Foi observado que os filtros localizados nos cantos recebem uma vazão maior
comparado aos outros, e por isso apresentaram piores resultados de eficiência. O
aumento de impurezas na água que alimenta a estação ocorre durante os períodos
em que o canal se encontra com baixo do nível, é notado pela operação que os filtros
dos cantos sujam com frequência evidenciando a diferença de vazão em cada filtro.

4.2.2 2º Etapa

A segunda etapa foi realizada depois da ETA passar a usar uma concentração
maior na pré-cloração. Nessa etapa apenas um ensaio foi realizado somando 80
amostras detalhadas na planilha de monitoramento no Apêndice C.
Análogo ao que foi exposto na primeira etapa, o gráfico 7 apresenta a eficiência
dos filtros a partir do seu comportamento durante o monitoramento. A análise
59

realizada no ano de 2019, mostra que houve uma melhoria significativa no


desempenho dos filtros comparado ao que foi visto no gráfico 2.

100
80
60
40
EFICIÊNCIA (%)

20
0
-20
-40
-60
-80
-100
-120
09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00
12/mar 12/mar 12/mar 12/mar 12/mar 12/mar 12/mar 12/mar 12/mar
TEMPO (DIA:H)

FILTRO1 FILTRO2 FILTRO3 FILTRO4 FILTRO5


FILTRO6 FILTRO7 FILTRO8 FILTRO9 FILTRO10

Gráfico 7: Representação gráfica da eficiência dos filtros no período de 05/03/2019


Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019

A partir do gráfico acima foi possível destacar os valores máximos e mínimos


desconsiderando aqueles não representativos, conforme mostrado no quadro abaixo.

FILTRO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
MINÍMO -98,76 -39,66 -57,37 -54,08 25,68 3,34 -29,57 -46,09 -52,60 -21,47
MAXÍMO 66,37 47,32 37,34 70,41 47,75 68,55 43,66 67,37 51,89 79,14

Quadro 6: Valores máximos e mínimos destacado do gráfico 7.


Fonte: Autor

De acordo com os valores da turbidez encontrados na saída dos filtros é


observada uma melhoria comparada à primeira etapa, visto que 14% dos dados se
encontram acima de 1,0 uT e 56% abaixo de 0,5 uT. Lembrando que na primeira etapa
53% dos dados estavam acima de 1,0 uT.
Analisando o gráfico acima pode-se notar que, em termos de eficiência o filtro 1
foi o único que não apresentou uma remoção satisfatória, o mesmo obteve o pior
desempenho durante o dia mesmo alcançando 66,37% em algum momento, enquanto
60

que o filtro 10 antes destacado com os piores resultados na primeira etapa agora se
destaca como o mais eficiente atingindo 79,14% de remoção em alguns horários.
Para facilitar a comparação com a etapa anterior, os gráficos a seguir
identificam através da média da eficiência mostrada no gráfico 7 quais os filtros foram
mais eficientes na segunda etapa. Os gráficos foram separados para tornar a
apresentação dos resultados mais organizada, conforme a distribuição das unidades
de filtração na ETA.

40

30
EFICIÊNCIA (%)

20

10

0
FILTRO 1 FILTRO 2 FILTRO 3 FILTRO 4 FILTRO 5

-10

-20

Gráfico 8: Média da eficiência dos filtros do 1 a 5


Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019

35

30

25
EFICIÊNCIA (%)

20

15

10

0
FILTRO 6 FILTRO 7 FILTRO 8 FILTRO 9 FILTRO 10

Gráfico 9: Média da eficiência dos filtros do 6 a 10


Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019
61

A diferença de desempenho dos filtros na segunda etapa fica evidente quando


comparados aos gráficos da etapa anterior. Apesar das relativas boas remoções de
turbidez observadas no gráfico acima, nota-se que o filtro 1 apresenta uma tendência
de piora no seu desempenho com eficiência quase três vezes inferior que a etapa
anterior. O mesmo já estava no seu decimo segundo dia operando sem ter sido
lavado. Em média o filtro 5 obteve o maior percentual de remoção de 35, 70 %.
A qualidade do efluente produzido pelos filtros 4 e 9 continuam apresentando
valores satisfatórios ainda que baixos. Um avanço é percebido no filtro 4 que
conseguiu 31,58% no qual, anteriormente alcançou 9,72%, diferentemente do filtro 9
que teve uma queda significativa na sua eficiência de 7,44% para 0,47%.
É verificado que ambos estavam na sua oitava carreira de filtração. O tempo
de lavagem realizado na última limpeza foi o mesmo para os dois como pode ser
verificado no Apêndice D. Percebe que há uma diferença entre o procedimento
realizado na primeira etapa.
No dia do monitoramento foi realizado a lavagem do filtro 3, antes mesmo das
coletas começarem o que pode ter prejudicado a qualidade da água filtrada durante o
período em que o mesmo foi analisado, ainda sim o filtro obteve uma remoção positiva
que comparada a anterior subiu de -12,76% para 35,7%.
Os demais filtros conseguiram remoções positivas acima das médias expressas
nos gráficos 3 e 4. Se fizermos uma comparação do tempo entre uma lavagem e outra
de cada filtro durante os meses em que foi escolhido os dias para as análises,
percebe-se que as carreiras de filtração são diferentes. Na segunda etapa os filtros
de 7 a 10 estavam com oito dias que haviam sido lavados, enquanto que na etapa
anterior todos esses tiveram carreiras menores.
Acredita-se que uma das razões para a melhora dos resultados tenha sido uma
concentração maior na pré- cloração. Esse fato demonstra que houve uma busca para
a melhoria da eficiência dos filtros, ainda que pouca percebe-se que os valores de
turbidez na saída dos filtros foram reduzidos. Precedendo ao início da discussão dos
resultados da segunda etapa, temos que apesar do aumento no desempenho dos
filtros a água filtrada não atendeu às recomendações da Portaria 2914.
De acordo com o operador os problemas referentes as diferentes vazões entre
as unidades de filtração continuam, essa diferença faz com que uma unidade
62

sobrecarregue mais que a outra, esse é um dos problemas que contribuiu para as
diferenças de eficiência encontradas entre os filtros.

4.2 Qualidade da água após a limpeza do filtro

Através do monitoramento do funcionamento dos filtros, foram levantadas


informações relativas à turbidez da água filtrada após a lavagem do filtro 7 para
determinar o tempo de recuperação da qualidade da água. Geralmente após a
lavagem do filtro rápido, a qualidade da água é prejudicada nas primeiras horas de
filtração.
De acordo com os arquivos de controle e operação de filtro do mês de junho do
ano em análise, o filtro 7 estava na 8º carreira de filtração (Tempo em que o filtro
passa trabalhando entre uma lavagem e outra) quando foi submetido a lavagem. O
Gráfico 10 apresenta a recuperação da qualidade da água após a limpeza do filtro.

1,80
1,60
1,40
1,20
Turbidez (uT)

1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00

Tempo de operação (h:min)

Gráfico 10: Valores de turbidez da água filtrada pelo filtro 7 monitorada a cada 20 min.
Fonte: elaborado pelo Autor, 2019.

A barra em vermelho representa a turbidez na saída do filtro antes da lavagem,


com o valor de 1,17 uT. Observa-se que a turbidez na saída do filtro após sua
lavagem, atinge um pico de 1,30 uT após quase 20 minutos de operação, isso
acontece porque após a lavagem do filtro ainda existe um percentual de sólidos
suspensos na água por um algum tempo. Por outro lado, seu reestabelecimento
63

abaixo de 1,0 uT se deu após 40 minutos seguindo uma tendência a redução dos
valores, contudo depois de 1 hora e 40 minutos a turbidez apresenta novo pico com
valor de 1,53 uT tornando a aumentar.
A lavagem do filtro foi feita com a introdução de água e ar simultaneamente no
sentido ascensional, o tempo da limpeza pode ser vista com base na experiência do
operador que iniciou as 08:45 e terminou as 09:00, com tempo equivalente a 15
minutos de lavagem. Com esse procedimento o efluente filtrado não atendeu a
exigência da Portaria vigente, uma vez que em nenhuma das amostras coletadas
durante o período de seis horas foram obtidos valores menores ou iguais a 0,5 uT.
Para mostrar o que acontece com a água filtrada após a lavagem dos filtros
rápidos descendentes, Di Bernardo (2003) descreve os estudos realizado por
pesquisadores (Amirtharajah e Wetstein (1980), Amirtharajah (1985)) que estudaram
o comportamento dos estágios da água filtrada. O esquema abaixo demostra os
estágios da qualidade da água filtrada.

Figura 9: Etapa inicial dos filtros do tipo rápido descendente.


Fonte:(DI BERNARDO 2003).

No início da carreira de filtração a produção da água é prejudicada em


decorrência da lavagem, caracterizadas pelo transpasse de partículas retidas nos
grãos. O primeiro estágio é caracterizado pela primeira parcela de água com
qualidade, que sai do filtro até um determinado tempo 𝑇𝑢 , logo após ocorre o primeiro
pico de turbidez no tempo 𝑇𝑚 que pode não acontecer se a lavagem for eficiente. A
terceira parcela restante tem a pior qualidade mostrada através do pico de turbidez
64

elevado no tempo entre 𝑇𝑚 e 𝑇𝑏 . Em seguida a uma melhoria constante da qualidade


da água filtrada até a etapa que antecede próxima lavagem.
De acordo com o que foi exposto, o procedimento realizado para a lavagem do
filtro 7 apresentou picos de turbidez após o processo de lavagem, isso porque durante
a lavagem acaba sendo armazenado água de lavagem no meio filtrante e acima dele
ocasionando o transpasse de partículas. A presença dessas partículas pode
representar grandes riscos à saúde da população e representar a ineficiência do
método.
É interessante observar que semelhante ao que foi mostrado por Di Bernardo
(2003), após o primeiro pico de turbidez a água filtrada tem a primeira fração com
turbidez baixa mais não satisfatória, porém quando atinge o pior pico de turbidez
constata-se que não há uma melhoria significativa do efluente.

4.4 Análise descritiva dos dados

Os dados utilizados para demonstração dos resultados discutidos foram


estudados e tratados para a obtenção de valores mais centrais indicado para uma
melhor representação, essa averiguação serviu para obter a dispersão dos valores
máximos e mínimos. Assim, fez-se por necessário para facilitar a compreensão, a
detecção e remoção de valores atípicos que não são representativos para este
determinado estudo.

4.5 Proposição de Melhorias

• O processo de filtração se encontra prejudicada pela falta de controle da vazão


que entra nos filtros. A adequação da estrutura que regulariza a diferença de
vazão entre as unidades corrigiria o problema de um filtro sujar mais que o
outro, evitando que a estação sobrecarregue em períodos em que a turbidez
eleva. Dessa forma, a filtração melhorara seu desempenho.
• É indicado um programa de monitoramento da turbidez na saída dos filtros
através dos turbidímetros fixos que fazem a leitura da turbidez da água filtrada,
essas análises devem ocorrer a cada duas horas como indica a portaria 2914
(2011), essa rotina poderá contribuir para a retirada dos filtros para lavagem,
65

que até então é realizada somente através da perda de carga observada


visualmente, por isso é importante que a empresa tome medidas para o
conserto desses aparelhos.
• Definir a frequência de lavagem de cada filtro admitindo horários, de modo que
pelo menos um filtro de cada lado seja lavado em um dia, assim como o tempo
de lavagem definidas em função da qualidade da água filtrada fixando um valor
máximo de 1 uT.
• De acordo com a pesquisa é recomendado o emprego do sulfato de alumínio
como auxiliar de filtração para a melhoria na remoção de impurezas presentes
na água bruta. Portanto, seria importante a reativação dos agitadores da
floculação para que seja possível a otimização do processo de filtração.
• A avaliação de desempenho dos filtros tornou nítida a necessidade de
treinamento dos operadores para lidar com as variações de turbidez durante o
ano, e para saber usar os produtos químicos na estação.
• Implantar um gerenciamento contínuo e eficaz estabelecendo metas, que
através de reuniões periódicas haja o contato do operador com os competentes
que administram a ETA. A existência de um gerenciamento irá proporcionar um
controle dos procedimentos operacionais colocando em pauta as necessidades
da estação para que sejam aplicadas ações preventivas e melhorias.
• Nos próximos trabalhos recomenda-se uma avaliação do emprego de sulfato
de Alumínio na ETA em estudo, para que os sistemas de filtração consigam
atender as exigências da Portaria 2914, onde os mesmos consigam produzir
uma água com qualidade ao logo de toda sua carreira em função do parâmetro
de turbidez.
66

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos ao longo deste estudo confirmam o grande potencial da


tecnologia composta de filtros rápidos descendentes no tratamento de águas com
baixa turbidez. Entretanto, as conclusões gerais e especificas apresentadas a seguir
são válidas para o desenvolvimento de trabalhos futuros.
A princípio conclui-se que, de maneira geral, a turbidez da água bruta que
abastece a unidade de tratamento não possuiu grandes variações de mês para mês
durante no ano analisado. A turbidez do canal é baixa e com poucas oscilações
durante o ano, nota-se que além sofrer a influência da precipitação da região a
turbidez tende a aumentar conforme o nível do canal em razão da concentração de
matéria orgânica presente que acaba sendo aspirada pelas bombas da capitação.
Já com a água tratada observa-se que grande parte dos resultados
apresentaram valores de turbidez acima do que foi encontrado na água bruta, ou seja,
a turbidez na saída do tratamento não está sendo reduzida, essa constatação indica
que a estação de tratamento não está atendendo as exigências da Portaria 2914.
Os resultados da eficiência dos filtros apresentados na primeira etapa quando
a pré-cloração indicava concentrações entre 20kg/d e 25kg/d mostra que as unidades
apresentaram resultados insatisfatórios na remoção de turbidez. Apenas os filtros 4 e
9 apresentaram eficiências considerável remoção de turbidez próximas a 51%.
Esse desempenho insatisfatório das unidades, no que refere a turbidez,
permite concluir que dificuldades operacionais deveriam estar ocorrendo na ETA no
período em análise. Dentre os problemas operacionais foi constatado que o
comportamento do processo de filtração é fruto de decisão dos operadores, a retirada
dos filtros para lavagem acontece por conta da perda de carga, a turbidez na saída
dos filtros poderia ser controlada se houvesse o controle de turbidez na saída dos
mesmos através do tempo de carreira de filtração quando a turbidez na água bruta
estivesse elevada.
Outra interferência considerada para o péssimo desempenho dos filtros é a
distribuição de vazão entre as unidades, de modo que a sobrecarga de uma unidade
em relação à outra prejudica o desempenho das mesmas.
Com uma concentração maior na pré-cloração houve uma melhoria significativa
do processo de filtração na remoção de turbidez apesar dos problemas operacionais
67

serem mantidos. Apenas o filtro 1 permaneceu com resultados insatisfatórios que


pode ser justificado pelo tempo de funcionamento sem interrupção para lavagem. Os
demais alcançaram eficiências positivas chegando a 79,14 para o filtro 10.
Com a segunda etapa conclui que água filtrada por simples pré-cloração ainda
que seja em uma concentração alta não atende ao padrão de potabilidade (Portaria
2.914/11), isto é, o produto apresentou ser uma alternativa capaz de auxiliar na
remoção de turbidez que entretanto é insuficiente para atender a referida portaria,
visto que apenas 56% dos valores se encontram abaixo de 0,5 uT.
A turbidez da água filtrada após a lavagem do filtro atinge picos de turbidez
elevados, nesse momento, a qualidade da água é prejudicada com a possibilidade da
presença de microrganismos patogênicos através do transpasse das partículas o que
podem comprometer a saúde da população abastecida por essa água. Portanto, além
de uma lavagem correta, a frequência entre uma lavagem e outra poderia evitar esse
problema.
Vários trabalhos apresentados durante está pesquisa, reúnem indícios que
para proporcionar a melhor qualidade da água filtrada é necessário o emprego do
coagulante (Sulfato de Alumínio), tendo em vista que esta é uma estratégia que pode
vir a ser testada para os filtros atingirem eficiência máxima com a redução satisfatória
de turbidez, que não implicara na necessidade de modificar a estrutura da ETA uma
vez que a estação possui um sistema para receber coagulante químico.
68

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71

APÊNDICES
72

APÊNDICE A - Valores encontrados para água bruta e filtrada nos dias 05 e 09 de julho de 2018

ETA ALTO SERTÃO

PLANILHA DE MONITORAMENTO DE TURBIDEZ DOS FILTROS

FILTRO 01 FILTRO 02 FILTRO 03 FILTRO 04 FILTRO 05 FILTRO 06 FILTRO 07 FILTRO 08 FILTRO 09 FILTRO 10
DATA HORA
ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR. SAÍDA ENTR. SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR. SAÍDA ENTR SAÍDA

05/jul 09:00 1,05 1,58 1,14 1,08 0,98 1,77 1,0 1,13 1,51 1,88 1,00 2,13 1,26 1,01 1,03 1,72 1,00 0,84 1,02 2,28

05/jul 10:00 1,14 1,21 0,97 1,05 1,21 1,86 0,9 1,21 1,11 2,02 1,46 1,51 0,82 0,94 0,92 0,82 1,13 0,94 1,05 1,47

05/jul 11:00 1,11 0,97 1,09 0,99 1,17 0,91 1,14 1,06 1,25 0,99 1,06 1,77 1,15 0,53 1,20 0,60 1,17 0,69 1,01 1,11

05/jul 12:00 1,16 0,91 0,97 1,06 0,85 0,85 1,15 0,58 1,23 1,83 1,15 2,50 0,81 0,96 0,73 0,94 0,90 0,93 0,83 3,62

05/jul 13:00

05/jul 14:00 0,88 1,08 0,98 1,12 1,01 1,07 0,9 0,81 0,72 1,57 0,76 2,24 0,66 0,81 0,77 1,17 0,81 0,94 0,78 1,28

05/jul 15:00 0,83 0,81 1,28 0,89 1,04 0,74 0,99 0,75 0,95 0,98 0,89 1,48 0,94 0,83 0,74 0,99 0,83 0,92 0,96 1,23

05/jul 16:00 0,86 0,94 0,91 1,12 0,78 0,66 1,02 0,62 0,98 1,05 1,17 1,52 0,77 1,14 0,78 1,25 0,93 0,75 0,79 2,02

05/jul 17:00 0,86 0,67 1,17 1,08 0,9 0,82 1,13 0,94 0,69 0,77 0,90 1,64 1,04 0,92 0,76 0,74 0,97 1,12 1,00 1,29
73

ETA ALTO SERTÃO

PLANILHA DE MONITORAMENTO DE TURBIDEZ DOS FILTROS

FILTRO 01 FILTRO 02 FILTRO 03 FILTRO 04 FILTRO 05 FILTRO 06 FILTRO 07 FILTRO 08 FILTRO 09 FILTRO 10
DATA HORA
ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA

09/jul 09:00 0,91 1,18 0,98 1,05


1,08 1,98 1,25 0,92 0,81 0,98 0,92 1,20 0,94 1,25 1,02 0,81 1,07 0,47 1,25 1,51

09/jul 10:00 0,73 1,01 0,81 0,85


1,19 1,04 1,35 1,25 0,95 1,07 1,28 0,84 1,16 0,91 0,96 1,05 0,80 0,77 0,84 1,81

09/jul 11:00 1,10 1,14 0,78 0,99


0,98 0,99 1,17 0,94 0,97 1,19 1,00 0,99 0,71 1,05 0,83 0,95 0,73 0,81 0,76 1,00

09/jul 12:00 0,63 1,12 0,87 0,91


0,85 0,94 1,03 1,47 1,04 0,76 1,06 1,10 0,67 1,57 0,99 1,19 0,88 0,84 0,83 0,79

09/jul 13:00

09/jul 14:00 1,09 0,90 0,99 1,39


1,27 1,11 1,02 1,00 1,00 0,95 0,95 0,94 1,00 1,40 0,89 0,90 0,99 0,87 0,75 0,99

09/jul 15:00 0,93 0,97 0,89 0,89


0,54 1,03 1,05 0,87 1,09 1,03 0,86 0,93 0,97 1,56 1,17 0,81 0,96 1,29 1,07 1,02

09/jul 16:00 0,96 1,07 0,97 1,08


0,96 1,01 0,89 1,06 0,98 1,10 0,93 0,87 0,77 1,60 0,88 0,76 1,05 0,99 0,73 1,07

09/jul 17:00 1,20 0,92 1,03 1,06


0,8 1,13 0,97 0,70 0,99 1,05 0,95 1,07 1,09 1,11 0,92 1,01 0,96 0,88 0,99 1,24
74

APÊNDICE B – Planilha de controle de operação dos filtros (24/06/2018 - 09/07/2018)

PLANILHA DE CONTROLE DE OPERAÇÃO DOS FILTROS


FILTRO 1 FILTRO 2 FILTRO 3 FILTRO 4 FILTRO 5 FILTRO 6 FILTRO 7 FILTRO 8 FILTRO 9 FILTRO 10
DIA
INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉR INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉRM
24/06/2018 12:40 13:00
25/06/2018 06:30 07:00 08:15 08:40
26/06/2018
27/06/2018 19:00 19:15 22:57 23:15 20:56 21:13
28/06/2018 14:17 14:41 19:45 20:05
29/06/2018 14:17 14:38 00:38 00:57
30/06/2018
01/07/2018 06:40 07:05 08:30 09:00 04:20 04:45 14:35 15:00
02/07/2018
03/07/2018
04/07/2018
05/07/2018 06:30 07:00 08:35 09:00 10:35 11:00 15:45 16:10
06/07/2018 08:49 09:03 08:56 09:13
07/07/2018 14:17 15:05 14:17 15:05 14:00 14:43
08/07/2018 10:40 11:05 06:50 07:20
09/07/2018 08:45 09:02

LEGENDA
OPERADOR 1 OPERADOR 2 OPERADOR 3 OPERADOR 4 S/IDENTIFICAÇÃO
75

APÊNDICE C – Valores encontrados para água bruta e filtrada no dia 12 de março de 2019

ETA ALTO SERTÃO

PLANILHA DE MONITORAMENTO DE TURBIDEZ DOS FILTROS

FILTRO 01 FILTRO 02 FILTRO 03 FILTRO 04 FILTRO 05 FILTRO 06 FILTRO 07 FILTRO 08 FILTRO 09 FILTRO 10
DATA HORA
ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA ENTR SAÍDA

12/mar 09:00
1,31 2,40 0,78 0,54 0,70 0,52 0,83 1,25 0,68 0,59 0,53 0,71 0,65 0,38 0,61 0,92 0,66 0,92 0,47 0,99

12/mar 10:00
0,60 2,01 0,61 0,45 0,72 0,96 0,43 0,41 0,71 0,50 0,93 0,83 0,39 0,44 0,73 0,90 0,44 0,39 1,10 0,59

12/mar 11:00
1,29 1,34 0,45 1,14 0,46 0,43 0,97 0,24 0,80 0,64 0,79 0,49 0,47 0,48 0,61 0,23 0,54 0,82 0,84 0,56

12/mar 12:00
0,65 0,34 0,56 0,53 0,44 0,55 0,46 0,59 0,80 0,56 1,22 0,27 0,42 0,43 1,15 0,29 0,53 0,36 0,50 0,42

12/mar 13:00

12/mar 14:00
0,77 1,28 1,10 0,45 1,02 0,71 1,12 0,27 0,64 0,63 1,43 0,50 0,57 0,69 0,28 0,28 0,41 0,51 0,47 0,17

12/mar 15:00
0,93 1,54 1,56 0,66 0,85 0,43 0,68 0,46 1,02 0,57 0,81 0,72 0,70 0,41 0,96 0,23 0,73 0,29 0,95 0,42

12/mar 16:00
1,31 2,49 0,95 0,43 0,67 1,08 0,99 0,70 1,58 0,45 0,58 0,58 0,44 0,33 0,86 1,03 0,91 0,91 1,14 0,88

12/mar 17:00 -
1,23 0,60 0,52 0,68 0,63 0,53 1,01 0,52 0,66 0,49 0,58 0,63 0,62 0,30 0,44 0,40 1,84 1,05 0,75
76

APÊNDICE D – Planilha de controle de operação dos filtros (01/03/2019 - 12/03/2019)

PLANILHA DE CONTROLE DE OPERAÇÃO DOS FILTROS


FILTRO 1 FILTRO 2 FILTRO 3 FILTRO 4 FILTRO 5 FILTRO 6 FILTRO 7 FILTRO 8 FILTRO 9 FILTRO 10
DIA
INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉR INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉRM INICIO TÉRM
01/03/2019
02/03/2019 07:47 08:03
03/03/2019 10:45 11:20
04/03/2019 17:00 17:20 14:50 15:10 09:20 09:40 08:10 08:30 06:50 07:15
05/03/2019
06/03/2019 09:03 09:20
07/03/2019 07:00 07:20 11:30 11:48
08/03/2019
09/03/2019
10/03/2019
11/03/2019
12/03/2019 08:000 8:20

LEGENDA
OPERADOR 1 OPERADOR 2 OPERADOR 3 OPERADOR 4 S/IDENTIFICAÇÃO
77

APÊNDICE E – Planilha de monitoramento da qualidade da água bruta e


tratada-2018

JANEIRO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ


4/1 Canal do Sertão - Água Bruta 1,98 ETA - Alto Sertão 0,58
9/1 Canal do Sertão - Água Bruta 1,72 ETA - Alto Sertão 1,33
15/1 Canal do Sertão - Água Bruta 1,89 ETA - Alto Sertão 1,20
23/1 Canal do Sertão - Água Bruta 0,11 ETA - Alto Sertão 0,62
30/1 Canal do Sertão - Água Bruta 2,23 ETA - Alto Sertão 0,32
FEVEREIRO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
6/3 - - ETA - Alto Sertão 1,05
13/3 - -- ETA - Alto Sertão 1,27
20/3 - - ETA - Alto Sertão 2,30
27/3 - - ETA - Alto Sertão 0,72
MARÇO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
6/3 - - ETA - Alto Sertão 1,05
13/3 - - ETA - Alto Sertão 1,27
20/3 - - ETA - Alto Sertão 2,30
27/3 - - ETA - Alto Sertão 0,72
ABRIL LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
4/4 - - ETA - Alto Sertão 1,13
17/4 - - ETA - Alto Sertão 2,40
24/4 - - ETA - Alto Sertão 2,35
MAIO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
3/5 Canal do Sertão - Água Bruta 1,98 ETA - Alto Sertão 1,96
8/5 Canal do Sertão - Água Bruta 1,72 ETA - Alto Sertão 2,44
14/5 Canal do Sertão - Água Bruta 1,28 ETA - Alto Sertão 2,53
29/5 Canal do Sertão - Água Bruta 1,46 ETA - Alto Sertão 2,31
JUNHO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
5/6 Canal do Sertão - Água Bruta 1,19 ETA - Alto Sertão 1,38
13/6 Canal do Sertão - Água Bruta 1,19 ETA - Alto Sertão 1,38
19/6 Canal do Sertão - Água Bruta 1,19 ETA - Alto Sertão 1,36
26/6 Canal do Sertão - Água Bruta 1,35 ETA - Alto Sertão 1,24
JULHO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
3/7 Canal do Sertão - Água Bruta 1,32 ETA - Alto Sertão 1,68
16/7 Canal do Sertão - Água Bruta 1,10 ETA - Alto Sertão 2,23
24/7 Canal do Sertão - Água Bruta 1,85 ETA - Alto Sertão 0,82
31/7 Canal do Sertão - Água Bruta 1,38 ETA - Alto Sertão 2,12
AGOSTO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
7/8 Canal do Sertão - Água Bruta 1,11 ETA - Alto Sertão 3,36
15/8 - - ETA - Alto Sertão 1,35
21/8 Canal do Sertão - Água Bruta 2,92 ETA - Alto Sertão 2,38
28/8 Canal do Sertão - Água Bruta 1,10 ETA - Alto Sertão 1,25
SETEMBRO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
4/9 Canal do Sertão - Água Bruta 2,72 ETA - Alto Sertão 1,07
11/9 Canal do Sertão - Água Bruta 3,54 ETA - Alto Sertão 1,65
18/9 Canal do Sertão - Água Bruta 1,13 ETA - Alto Sertão 1,38
25/9 Canal do Sertão - Água Bruta 2,72 ETA - Alto Sertão 2,92
OUTUBRO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
9/10 Canal do Sertão - Água Bruta 3,21 ETA - Alto Sertão 1,85
16/10 Canal do Sertão - Água Bruta 2,12 ETA - Alto Sertão 1,42
23/10 Canal do Sertão - Água Bruta 2,35 ETA - Alto Sertão 1,64
NOVEMBRO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
6/11 Canal do Sertão - Água Bruta 3,12 ETA - Alto Sertão 2,01
14/11 Canal do Sertão - Água Bruta 1,87 ETA - Alto Sertão 2,36
21/11 Canal do Sertão - Água Bruta 1,52 ETA - Alto Sertão 1,80
27/11 Canal do Sertão - Água Bruta 1,86 ETA - Alto Sertão 1,84
DEZEMBRO LOCAL DA COLETA TURBIDEZ LOCAL DA COLETA TURBIDEZ
05/dez Canal do Sertão - Água Bruta 1,48 ETA - Alto Sertão 1,84
11/dez Canal do Sertão - Água Bruta 2,63 ETA - Alto Sertão 1,84
18/dez Canal do Sertão - Água Bruta 1,32 ETA - Alto Sertão 1,84
26/dez Canal do Sertão - Água Bruta 2,54 ETA - Alto Sertão 1,24

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