Analise Da Durabilidade Dos Componentes
Analise Da Durabilidade Dos Componentes
Analise Da Durabilidade Dos Componentes
Florianópolis
2006
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Florianópolis
2006
OSMAR JOÃO CONSOLI
____________________
Prof. Dr. Glicério Trichês
Orientador
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________ __________________________
Prof. Dr. Wellington Longuini Repette Prof. Dr. Antônio Edésio Jungles
Orientador – UFSC Examinador interno - UFSC
_____________________________ __________________________
Prof. Dr. Luis Alberto Gómez Prof. Dr. Romel Dias Vanderlei
Examinador interno - UFSC Examinador externo - UEM
iv
AGRADECIMENTOS
v
SUMÁRIO
RESUMO.............................................................................................................................. ix
ABSTRACT ........................................................................................................................... x
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. xi
LISTA DE FOTOGRAFIAS .................................................................................................. xiii
LISTA DE QUADROS..........................................................................................................xiv
LISTA DE TABELAS............................................................................................................ xv
LISTA DE GRÁFICOS .........................................................................................................xvi
LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................... xvii
LISTA DOS EDIFÍCIOS ..................................................................................................... xviii
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 20
1.1 Considerações Gerais.............................................................................................. 20
1.2 Problema de Pesquisa ............................................................................................. 22
1.3 Objetivos .................................................................................................................. 24
1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 24
1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 24
1.4 Justificativa .............................................................................................................. 24
1.5 Organização do Trabalho ......................................................................................... 26
2 CONCEITOS RELEVANTES QUE FUNDAMENTAM A PESQUISA ............................ 29
2.1 Fachadas ................................................................................................................. 29
2.2 Durabilidade ............................................................................................................. 29
2.2.1 Vida Útil................................................................................................................ 32
2.2.2 Patologias ............................................................................................................ 38
2.2.2.1 Agentes de Degradação ................................................................................... 42
2.2.2.2 Manutenção...................................................................................................... 45
2.3 Desempenho de Edifícios......................................................................................... 47
2.3.1 Avaliação do desempenho de elementos e componentes dos edifícios. .............. 49
2.4 Sistemas Construtivos.............................................................................................. 51
2.4.1 Classificação dos Sistemas Construtivos ............................................................. 52
2.4.2 Racionalização construtiva através do Projeto ..................................................... 54
2.4.3 Avaliação de Sistemas Construtivos..................................................................... 56
2.4.4 Normalização dos Sistemas Construtivos............................................................. 57
2.4.5 Subsistemas Construtivos .................................................................................... 57
2.5 Abordagem do Projeto ............................................................................................. 58
2.5.1 Especificação geral da manutenção na construção de edifícios ........................... 58
2.5.2 Planejamento e Projeto............................................................................................... 60
vi
2.5.3 Desempenho na aplicação de projetos ....................................................................... 60
2.5.4 Projeto para Produção ................................................................................................ 62
2.5.5 Processo de Projeto.................................................................................................... 62
2.5.6 Racionalização através do Projeto .............................................................................. 63
2.5.7 Compatibilidade de projetos........................................................................................ 64
3 FACHADAS ................................................................................................................. 65
3.1 Planejamento e Projeto de Fachadas....................................................................... 65
3.1.1 Importância do Projeto de Fachada...................................................................... 67
3.1.2 Subsistema de alvenarias de vedação das fachadas. .......................................... 71
3.1.2.1 Dimensionamento das alvenarias de vedação.................................................. 73
3.1.2.2 Detalhes Construtivos das Alvenarias .............................................................. 74
3.1.3 Detalhamento construtivo dos revestimentos de fachadas. .................................. 81
3.1.3.1 Detalhamento de revestimento em argamassa................................................. 83
3.1.3.2 Detalhamento de revestimento em cerâmica.................................................... 88
3.1.3.3 Rufos................................................................................................................ 89
3.1.3.4 Peitoril ou pingadeira........................................................................................ 90
3.1.3.5 Juntas de Trabalho........................................................................................... 92
3.1.3.6 Juntas de Dilatação .......................................................................................... 93
3.1.3.7 Impermeabilização ........................................................................................... 93
3.2 Patologias em Fachadas.......................................................................................... 95
3.2.1 Agentes de Degradação....................................................................................... 96
3.2.2 Tipos de Patologias em Fachadas........................................................................ 97
3.2.2.1 Patologias na Pintura........................................................................................ 98
3.2.2.2 Patologias na Argamassa............................................................................... 102
3.2.2.3 Patologias em Cerâmicas............................................................................... 108
3.2.2.4 Patologias em Alvenaria ................................................................................. 111
3.3 Manutenção ........................................................................................................... 115
3.3.1 Limpeza de Revestimentos de Fachadas ........................................................... 116
3.4 Custos das decisões arquitetônicas de fachadas ................................................... 117
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA .......................................... 120
4.1 Pesquisa Bibliográfica ............................................................................................ 120
4.2 Estudo de Caso...................................................................................................... 120
4.2.1 Avaliação Técnica Construtiva ........................................................................... 122
4.2.2 Vistoria Realizada no Local ................................................................................ 125
4.2.3 Entrevistas: Síndico e Projetista ......................................................................... 126
4.2.4 Tratamento dos Dados e Informações................................................................ 127
4.2.4.1 Caracterização das áreas afetadas pelas patologias encontradas ................. 128
vii
5 RESULTADOS E ANÁLISES ..................................................................................... 130
5.1 Caracterização da tipologia construtivas dos edifícios............................................ 132
5.1.1 Procedimentos de Manutenção e Conservação das Fachadas. ......................... 134
5.1.1.1 Manutenções ocorridas nas fachadas dos edifícios........................................ 135
5.1.2 Procedimentos de projetos arquitetônicos para a edificação dos edifícios.......... 141
5.1.2.1 Elementos gráficos de projetos....................................................................... 142
5.1.2.2 Opinião dos Projetistas................................................................................... 143
5.1.2.3 As built ........................................................................................................... 144
5.2 Resultados e Análise das Patologias ..................................................................... 144
5.2.1 Patologia em Pinturas ........................................................................................ 148
5.2.1.1 Freqüência da ocorrência das patologias em pintura...................................... 149
5.2.1.2 Intensidade e gravidade das patologias em pintura. ....................................... 151
5.2.1.3 Análises dos resultados das patologias com possibilidades de serem sanadas
em nível de projeto arquitetônico. ...................................................................................... 158
5.2.2 Patologias em Argamassa.................................................................................. 162
5.2.2.1 Freqüência da ocorrência das patologias nas argamassas de revestimento. . 164
5.2.2.2 Intensidade e gravidade das patologias em argamassas................................ 165
5.2.2.3 Análises dos resultados de patologias com possibilidades de serem sanadas em
nível de projeto arquitetônico. ............................................................................................ 171
5.2.3 Patologias em Cerâmica .................................................................................... 176
5.2.3.1 Freqüência da ocorrência das patologias nas cerâmicas de revestimento dos
pisos das sacadas e terraços............................................................................................. 178
5.2.3.2 Análises dos resultados das patologias com possibilidades de serem sanadas
em nível de projeto arquitetônico. ...................................................................................... 179
6 RECOMENDAÇÕES PARA A DURABILIDADE DAS FACHADAS A PARTIR DO
PROJETO.......................................................................................................................... 180
6.1 PLANEJAMENTO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO....................................... 181
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 192
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 195
APÊNDICES ...................................................................................................................... 205
viii
CONSOLI, O. J. Análise da Durabilidade dos Componentes de Fachadas de
Edifícios, sob a Ótica do Projeto Arquitetônico. Florianópolis, 2006. 208 p.
Dissertação (Mestrado Profissional em Desempenho de Sistemas Construtivos),
Orientador: Prof. Dr. Wellington Longuini Repette – Universidade Federal de Santa
Catarina.
RESUMO
O envelhecimento dos edifícios e suas fachadas é um processo natural e acredita-se que as
falhas ou omissões a partir dos projetos arquitetônicos sejam responsáveis por ocorrências
mais acentuadas de patologias em fachadas, o que requer procedimentos de recuperação e
manutenção mais onerosos para restabelecer o desempenho perdido, uma vez que as
patologias podem comprometer a segurança e a habitabilidade. O objetivo deste estudo é
numa seleção de edifícios de até cinco pavimentos construídos com o sistema construtivo
tradicional na cidade de Pato Branco, Paraná diagnosticar a grande quantidade de patologias
encontradas nas fachadas que tiveram origens na etapa de projetos. A metodologia utilizada se
estrutura nos princípios da avaliação pós-ocupação com investigação sistêmica de dados, de
modo a fornecer subsídios para diagnosticar as causas das patologias, neste sentido foram
analisados em cada edifício: seus projetos arquitetônicos na busca de imperfeições nas
soluções gráficas ou de especificações técnicas, as manutenções ocorridas, investigação
detalhada das patologias de cada fachada e ampla pesquisa bibliográfica com ênfase nos
agentes de degradação, nas soluções de projetos e nos requisitos de desempenho os quais
forneceram os subsídios para compreensão dos fenômenos patológicos que fundamentaram os
diagnósticos e subsidiaram as recomendações de projeto arquitetônico para aumentar a
durabilidade destas fachadas. Os dados das fachadas foram mapeados por roteiro
preestabelecido com especial atenção àquelas ocorridas nas interfaces dos elementos
construtivos, catalogados por tipo de ocorrência, por freqüências de ocorrência, pela
gravidade da patologia, assim, a análise destas variáveis caracterizou que grandes partes das
patologias surgiram em decorrência de erros ou omissões na fase dos projetos arquitetônicos.
Os resultados demonstram que há patologias de diversas origens, aquelas de natureza de
projetos são oriundas de omissões de detalhes construtivos, de especificações, de métodos
executivos incorretos, de erros de projetos e de falta de especificação rotineira de manutenção.
Para muitos casos patológicos as recomendações descritas neste trabalho para projetos podem
ser suficientes para sanar tais problemas, uma vez deve haver um conjunto mínimo de
elementos gráficos que compreendam a pormenorização em detalhes arquitetônicos que
compatibilize os aspectos construtivos e as propriedades dos materiais, os agentes de
degradação atuantes e os procedimentos rotineiros de manutenção que, por conseqüência,
permitem o prolongamento da vida útil destas fachadas. Finalmente, o estudo mostrou que
projetos, ou memoriais descritivos com especificações corretas, induzem a correta execução
da obra, que minimizam as intervenções de manutenção e de recuperação, obtendo maior
durabilidade das fachadas e maximizando a satisfação do usuário.
ix
CONSOLI, O. J. Análise da Durabilidade dos Componentes de Fachadas de
Edifícios, sob a Ótica do Projeto Arquitetônico. Florianópolis, 2006. 208 p.
Dissertação (Mestrado Profissional em Desempenho de Sistemas Construtivos),
Orientador: Prof. Dr. Wellington Longuini Repette – Universidade Federal de Santa
Catarina.
ABSTRACT
The aging of the buildings and their façades are a natural process and it is believed that the
imperfections or omissions from the architectural projects are responsible for more accented
occurrences of pathologies in façades, what requires more onerous recovery and maintenance
procedures to reestablish the lost performance, since the pathologies can compromise the
security, the habitability. The objective of this study, in an election of buildings of up to five
floors constructed with the traditional constructive system in the city of Pato Branco – Paraná,
is to diagnosis the great amount of pathologies found in the façades that they had origin in the
phase of projects. The used methodology is structured in the principles of the evaluation after-
occupation with systemic inquiry of data in order to supply subsidies to diagnosis the causes
of the pathologies. On this perspective, in each building, their architectural projects had been
analyzed searching for imperfections in the graphical solutions or technical specifications, the
occurred maintenances, detailed inquiry of the pathologies of each façade and ample
bibliographical research with emphasis on the degradation agents, in the solutions of projects,
on the requirements of performance which had supplied the subsidies for understanding of the
pathological phenomena that had based the diagnostic and had subsidized the architectural
project recommendations to increase the durability of these façades. The data of the façades
had been mapped by a preset schedule with special attention to those occurred in the
interfaces of the constructive elements, catalogued by type of occurrence, by frequencies of
occurrence, by the gravity of the pathology. Thus, the analysis of these variables characterized
that great part of the pathologies had appeared in result of errors or omissions in the phase of
the architectural projects. The results demonstrated that there are pathologies of several
origins. Those of project nature are deriving from omissions of constructive details,
specifications, incorrect executive methods, errors of projects and lack of routine specification
of maintenance. For many pathological cases the described recommendations in this work for
projects can be enough to solve such problems, since there must be a minimum set of
graphical elements that cover the specificities in architectural details that make compatible the
constructive aspects and the properties of the materials, the operating degradation agents and
the routine procedures of maintenance that, for consequence, allow the prolongation of the
useful life of these façades. Finally, the study showed that projects, or petitions with correct
specifications, induce to the correct execution of the construction which minimize the
interventions of maintenance and recovery, getting bigger durability of the façades and
maximizing the user’s satisfaction.
x
LISTA DE FIGURAS
xi
FIGURA 25 - Flecha excessiva da estrutura. .........................................................112
FIGURA 26 - Deformação da estrutura. ..................................................................113
FIGURA 27 - Fissura no encontro dos componentes de vedação. .........................113
FIGURA 28 - Fissura no topo do edifício.................................................................114
FIGURA 29 - Abatimento plástico da alvenaria. ......................................................114
FIGURA 30 - Passos estabelecida pela pesquisa...................................................121
FIGURA 31 - Componentes das fachadas a serem avaliados ................................123
FIGURA 32 - Organograma de Análises e recomendações....................................132
FIGURA 33 - Detalhe da pingadeira de fachada com pedra de granito branco. .....189
xii
LISTA DE FOTOGRAFIAS
xiii
LISTA DE QUADROS
xiv
LISTA DE TABELAS
xv
LISTA DE GRÁFICOS
xvi
LISTA DE ABREVIATURAS
BS - British Standards
CB - Comitê Brasileiro
NB - Norma Brasileira
xvii
LISTA DOS EDIFÍCIOS
xviii
pavimento térreo, composto por salas comerciais no seu corpo e garagens que se
situam fora em simples telheiros; três pavimentos com quatro unidades por andar;
uma grelha estrutural na fachada frontal como ornamento estético que é composta
por sacadas.
xix
1 INTRODUÇÃO
21
também a estética do edifício e conseqüentemente da cidade, optou-se por
realizar um estudo de caso com oito edifícios, com a finalidade de identificar as
manifestações patológicas mais freqüentes e a incidência das mesmas nas
fachadas.
Ressalta-se que, com o intuito de tornar este estudo mais aprofundado
foram escolhidas fachadas revestidas com pinturas e cerâmicas procurando
assim auxiliar nos procedimentos corretivos e preventivos destes sistemas.
Assim, o estudo dos problemas existentes nas edificações, com
identificação da sua fase de origem, contribui para que, em obras futuras,
sejam tomadas medidas preventivas, com o objetivo de evitar o surgimento de
problemas patológicos, uma vez que se sabe que manifestações patológicas
em intensidade e incidência significativa acarretam gastos que podem ser
evitados.
A durabilidade e o desempenho das fachadas dependem das decisões
tomadas nas diversas etapas do processo de produção dos edifícios. O bom
andamento desse processo deve levar a uma série de atividades programadas
que prolongam sua vida útil a um custo compensador.
22
a economia, dada a importância que a indústria da construção civil tem na
maioria dos países (CIB/W086).
Recomenda-se então, para os erros cometidos com freqüência na
concepção de edifícios, que sejam analisados minuciosamente e deles sejam
extraídas as devidas conclusões, para que se evitem novas ocorrências.
Neste contexto, cabe discutir que a durabilidade de edifícios pode ser
expressa em tempo de vida (anos) ou em função da capacidade de resistência
a agentes que normalmente afetam o desempenho durante o tempo de uso.
Esses agentes, denominados pela ASTM E632-82 (1992) como fatores de
degradação, são quaisquer fatores externos que afetam de maneira
desfavorável o desempenho de um edifício, de seus subsistemas ou
componentes, tais como, fatores atmosféricos, biológicos, de carga, de
incompatibilidade e de uso.
Segundo Resende, Barros e Medeiros (2002), outros fatores também
contribuem para o decréscimo da durabilidade dos componentes e das partes
do edifício, destacando a própria ausência de projetos, concepção inadequada,
insuficiência de detalhes, especificação incorreta de materiais e técnicas
construtivas.
A durabilidade dos revestimentos de fachada e de qualquer outra parte
do edifício está vinculada com as atividades de manutenção, que segundo os
mesmos autores pode ser definida como sendo um conjunto de serviços
realizados na edificação e suas partes durante a sua vida útil, com o objetivo
de manter seus desempenhos iniciais.
Ressalta-se a necessidade de uma maior discussão sobre a
durabilidade e manutenção de fachadas, considerando o explicitado
anteriormente, tenta-se, através desse estudo, fazer apontamentos sobre quais
diretrizes podem ser desenvolvidas para a construção de projetos de fachadas
com vistas à durabilidade, qualidade e estética.
23
1.3 Objetivos
1.4 Justificativa
1
Concreto armado e alvenaria de vedação.
24
especificações que contém os projetos de fachadas observados
corriqueiramente analisados.
Em seguida, observou-se que para a engenharia, as edificações são
apenas estruturas e construções, enquanto que para a arquitetura devem
atender também a sustentabilidade emocional e juízo de valores das culturas
regionais. Assim, a vida útil, a durabilidade e a permanência da estética das
fachadas, estão ligadas à permanência da qualidade de seus componentes
que, por um determinado período de tempo devem atender as solicitações em
níveis estabelecidos como adequados. Tais solicitações não se restringem
apenas às questões da habitabilidade, pois edificações com patologias
precoces e em especial nas fachadas, tendem a diminuir a auto-estima dos
seus moradores, além de depreciar substancialmente o valor do bem, ou forçar
a antecipação do processo de manutenção, para o qual, por vezes, são
dispensados valores vultosos.
Leituras técnicas apontam que os custos dos planos verticais - parte
vertical da estrutura resistente, alvenarias de vedação e isolamento,
acabamentos verticais e esquadrias externas - chegam a muitos casos a serem
de três a cinco vezes maiores do que dos planos internos (MASCARÓ, 1985).
Porém, para que se faça uma avaliação correta, é importante a análise
econômica e a verificação das conseqüências do projeto, considerando-se
todas as variáveis que incluem o somatório dos custos de construção,
manutenção e uso para a vida útil do edifício.
O estabelecimento de critérios de seleção tecnológica, na metodologia
de desempenho, tem sido objeto de experimentos e aplicações em vários
países, num enfoque essencialmente voltado para requisitos técnicos,
passíveis de serem aferidos, por exemplo: a segurança estrutural, a
estanqueidade e o conforto higro-térmico e acústico. No entanto, a interação
destes com os aspectos relacionados à concepção de projetos são pouco
explorados. (SILVA, 1997). Há também algumas construtoras que chegam a
gastar valores acima de 3,5% do valor do bem, incluindo as fachadas, em
reparos, após a entrega do imóvel, mas, na verdade, almejam um percentual
máximo de 0,5% do valor da obra (SINDUSCON, 2002).
Segundo THOMAZ (1985), alguns estudos belgas sobre patologias
construtivas concluíram que a maioria delas origina-se de falhas de projeto
25
(46%), seguindo-se as falhas de execução (22%) e a qualidade inadequada
dos materiais de construção empregados (15%). Ainda para o mesmo autor, as
trincas podem começar a surgir, de forma congênita, logo no projeto
arquitetônico.
Portanto, os profissionais ligados ao assunto devem se conscientizar
de que muito pode ser feito para minimizar o problema, pelo simples fato de
reconhecerem que as movimentações dos materiais e componentes das
edificações civis são inevitáveis e a incompatibilidade entre projetos de
arquitetura, estrutura e fundações, normalmente conduzem a tensões que
sobrepujam a resistência dos materiais em seções particularmente
desfavoráveis, originando problemas de fissuras.
Considerando que há estudos nacionais e internacionais sobre
fachadas, e autores mostrando que as manifestações de patologias são
crescentes e que os custos de recuperação são elevados, chegando a
representar até três vezes os custos de construção devido a falhas nos
projetos, é que se optou por este estudo.
Assim sendo, observa-se uma oportunidade de contribuir para a
mudança desse quadro, através da proposição de recomendações de projeto
que valorizem ações voltadas para um melhor desempenho e maior vida útil
das fachadas de edifícios.
26
Trata-se de uma pesquisa com estudo de caso amparado por pesquisa
bibliográfica e a opção por tal metodologia justifica-se por autores como
TRIVIÑUS (1995) que consideram que “toda pesquisa pode ser ao mesmo
tempo quantitativa e qualitativa”.
A pesquisa para o estudo de caso deu-se através da análise de 08
edifícios habitacionais da cidade de Pato Branco – PR, os quais apresentam
patologias em suas fachadas. Este trabalho compreendeu as seguintes etapas:
* Estabelecimento do corpus para o estudo de caso, num universo de
277 edifícios.
* Escolha de oito edifícios para a amostra do estudo de caso.
* Vistoria no local de cada um dos oito edifícios.
* Diagnóstico das principais patologias encontradas nas fachadas da
amostra.
* Avaliação técnica.
* Entrevistas com o síndico e projetista de cada um dos edifícios.
* Análise dos dados obtidos.
Em seguida, a partir das conclusões do estudo de caso e dos dados
coletados na pesquisa bibliográfica, foram propostas algumas recomendações
para futuros projetos.
O trabalho foi então estruturado e organizado em seis capítulos.
Capítulo 1 – Introdução - Apresenta a importância do tema, a justificativa
para o desenvolvimento do trabalho, os objetivos, a metodologia utilizada para
alcançar tais objetivos, bem como a estrutura geral do trabalho.
Capítulo 2 – Conceitos Relevantes que Fundamentam a Pesquisa -
Discute-se conceitos que fundamentam a pesquisa sobre fachadas e suas
patologias. Para tanto, são apresentados e analisados as principais
considerações encontradas na literatura disponível sobre o tema, destacando-
se conceitos sobre durabilidade e vida útil, desempenho, projeto e sistemas
construtivos, além de serem apresentados outros comentários relevantes para
o entendimento do trabalho.
Capítulo 3 – Fachadas – São apresentados os principais problemas
encontrados nas fachadas, listando as principais patologias existentes,
verificando sua relação com aspectos específicos de durabilidade e
desempenho.
27
Capítulo 4 – Procedimentos Metodológicos da Pesquisa - Consiste no
detalhamento e exposição da metodologia de pesquisa empregada na
realização do estudo de caso. São apresentadas as principais etapas do
desenvolvimento do estudo de caso, o tratamento dos dados obtidos e a forma
como foram catalogados e analisados.
Capítulo 5 – Resultados e Análise - São apresentados e discutidos os
resultados obtidos nos estudos de caso. A análise foi desenvolvida utilizando
dados extraídos a partir do foco intensidade de ocorrência de patologias nas
fachadas. A partir das conclusões e da revisão de literatura apresentada, são
propostas recomendações para aumentar a durabilidade das fachadas.
Por fim, são apresentadas as principais conclusões obtidas durante a
realização da pesquisa, além de algumas sugestões para os profissionais que
buscam maior desempenho em seus produtos finais.
28
2 CONCEITOS RELEVANTES QUE FUNDAMENTAM A
PESQUISA
2.1 Fachadas
2.2 Durabilidade
2
Os zigurates ou templos em forma de torre são as obras mais representativas da construção
na Mesopotâmia são da época dos primeiros povos sumérios e sua forma foi mantida sem
alterações pelos assírios. Os zigurates (pirâmides com degraus e rampas laterais coroada por
um templo) tratava-se de edificações superpostas que formavam um tipo de torre de faces
escalonadas, dividida em várias câmaras.
do produto, ou seja, o período de tempo durante o qual suas propriedades
permanecem acima de limites mínimos admissíveis, quando submetidos a
serviços normais de uso e manutenção. A vida útil de um edifício é
condicionada pela vida útil de seus constituintes onde tais componentes devem
ser especificados considerando as facilidades de manutenção, os custos, o
grau de importância que cada componente exerce dentro do sistema, os
inúmeros fatores de degradação e a complexidade dos mecanismos de
interferência.
A durabilidade é verificada pelo tempo de vida útil em que um conjunto
de componentes cumpre suas funções para a obtenção de uma construção
sustentável, e para tal está subentendida a ocorrência periódica de
manutenção. Para John et al (2002) a durabilidade depende muito mais de
conhecimento do que dos próprios recursos, não é uma qualidade intrínseca
dos materiais. Muitas vezes a produção do componente e os detalhes de
projeto podem proporcionar maior proteção contra os fatores de degradação,
aumentando a vida útil.
Ainda segundo John (1988), a durabilidade em edifícios pode ser
medida através de três formas:
• Em função do tempo versus desempenho, até chegar ao estado
limite;
• Em função da vida útil, considerado o período de tempo que o
componente se mantém acima dos níveis mínimos, quando recebe
manutenção rotineira;
• Em função dos ensaios comparativos na amostra.
Também segundo o CIB; W70; RILEM 71 PSL, respaldando o que diz
Flauzino, citado anteriormente, durabilidade é a capacidade de um produto de
desempenhar a sua função durante um período de tempo.
Vale lembrar que a importância do estudo da durabilidade na
construção civil é descrita por John (1988) como fonte para encontrar novas
soluções de materiais, componentes e sistemas construtivos, selecionar
componentes concorrentes e avaliar os custos de manutenção em cada
período da vida de um edifício.
A durabilidade das edificações frente aos seus custos correspondentes
é também argumentada por Prudêncio (1995), a partir da Lei dos 5: “um dólar
30
bem aplicado na fase de concepção do projeto é equivalente a cinco na fase de
manutenção preventiva, vinte e cinco na fase de manutenção corretiva e a
cento e vinte e cinco na fase de reabilitação da reconstrução”. Prudêncio
ressalta ainda, que os fatores que interferem na durabilidade são: o projeto, a
deficiência nos detalhes executivos, a compatibilização dos projetos, e os
recursos humanos na obra.
Ainda para John et al. (2002), a obsolescência é considerada como um
problema de durabilidade e não é decorrente de um processo de degradação,
mas de mudanças nas exigências do usuário, portanto, não se pode estimar a
vida útil face às mudanças culturais que não são previsíveis. As decisões de
projeto podem controlar a velocidade de obsolescência do edifício e facilitar o
processo de demolição e reutilização dos componentes.
Para Helene (2001), o estudo da durabilidade das estruturas tem
evoluído graças ao maior conhecimento dos mecanismos de transporte de
líquidos e de gases agressivos nos meios porosos como o concreto, que
possibilitam associar o tempo aos modelos matemáticos que expressam
quantitativamente esses mecanismos. Conseqüentemente passou a ser viável
a avaliação da vida útil expressa em números de anos e não mais em critérios
apenas qualitativos de adequação da estrutura a um grau de exposição.
Para a NBR 6118/2003, a durabilidade das estruturas de concreto
armado consiste na capacidade da estrutura de resistir às influências
ambientais previstas. As estruturas de concreto devem ser projetadas e
construídas de modo que, sob as condições ambientais previstas na época do
projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto, conservem sua
segurança, estabilidade e aptidão em serviço, durante o período
correspondente à sua vida útil.
Estudos sobre a durabilidade tiveram seu início há muitos anos em
países desenvolvidos, motivados pelo desempenho econômico das edificações
e planejamento das manutenções, atualmente, soma-se a este contexto como
grande aliada, a redução de impactos ambientais que as edificações duráveis
oferecem.
Conforme se verificou anteriormente, o conceito de durabilidade está
estreitamente ligado ao conceito de vida útil. Porém, optou-se por apresentá-
los separadamente.
31
2.2.1 Vida Útil
32
FIGURA 1 - Metodologia de previsão de vida útil de componentes de edifícios.
(John, 2002).
33
Já para Antonioli (2003), o emprego do custo de vida útil representa
importante subsídio para a tomada de decisões inerentes ao processo de
planejamento financeiro da operação e manutenção do edifício, podendo
utilizar critérios de tomada de decisão baseados no valor presente, custos ao
longo do tempo de uso do edifício ou custos agregados.
Em se tratando de estruturas, para Helene (2001), a vida útil depende
tanto do desempenho dos elementos e componentes estruturais propriamente
ditos, quanto dos demais componentes e partes da edificação. Os demais
elementos e componentes incorporados à estrutura, tais como drenos, juntas,
aparelhos de apoio, instalações, pingadeiras, rufos, chapins,
impermeabilizações, revestimentos e outros, possuem geralmente vida útil
mais curta que a do concreto, o que exige previsões adequadas para suas
substituições e manutenções, uma vez que ali estão para proteger a estrutura
de concreto.
É importante ressaltar que, nesse sentido, os responsáveis pelo projeto
arquitetônico e estrutural devem definir a vida útil do projeto da estrutura e os
detalhes construtivos de modo a assegurar a vida útil de projeto indicada ao
proprietário, além de definir medidas mínimas de inspeção, monitoramento e
manutenção preventiva que deverão ser executadas pelo proprietário.
Para projetos de estruturas de concreto armado, a NBR 6118 (2003),
estabelece uma vida útil de no mínimo 50 anos para todas as partes da
estrutura das edificações e entende que durante este período de tempo deve-
se manter as características das estruturas de concreto sem exigir medidas
extras de manutenção e reparo, e é após esse período que começa a efetiva
deterioração da estrutura, com o aparecimento de sinais visíveis de corrosão
da armadura, deterioração do concreto e fissuras.
Desta forma, a vida útil estrutural está ligada à durabilidade de
materiais e componentes, enquanto que a vida útil econômica está ligada a
atividades necessárias para a manutenção dos padrões de desempenho. Mas,
devido à complexidade de avaliar durabilidade, vida útil, degradação de
componentes nas suas mais diversas combinações de reciprocidade e
interdependência e exigências dos usuários, Silva, (1997) argumenta que em
34
estudos japoneses a avaliação é feita em inspeções periódicas a cada cinco
anos. Situação em que um usuário ou técnico expressa o estado em que se
encontra o componente ou a edificação, segundo a atribuição de índices de
degradação expressos na Tabela 1. Estes índices, ou “indicadores de
degradação”, podem ser avaliados pelo método da estimativa de vida útil pelo
limite de desempenho, onde o índice 5 é considerado o limite do desempenho.
Índice de Descrição
Degradação
35
FIGURA 2 – Determinação ao longo do tempo de um elemento, instalação ou sistema
construtivo.
(ABNT – 2002)
36
absorção de água, resistência a descascamento, resistência a impactos,
aderência e dimensões.
Entre as inúmeras alternativas existentes no mercado para materiais,
componentes, elementos, subsistemas e sistemas que constituem uma
possibilidade de solução para projetos a seleção ocorre, sobretudo através de
critérios econômicos, os quais, por falta de instrumentos adequados não
incorporam a análise de custos ao longo da vida útil (ABIKO e COVELO, 1996).
A ISO 15686-2:2001, apresenta métodos que estimam a previsão de vida útil
dos edifícios e seus componentes submetidos a diversas condições de
exposição:
• Acelerado no tempo
• Interpolação x extrapolação de dados obtidos em componentes
semelhantes
• Interpolação x extrapolação de dados obtidos em serviços
semelhantes
• Extrapolação na dimensão tempo – em exposição de curta
duração nas condições de uso.
Vale lembrar que a classificação de decisão de investimento em
empreendimentos de edificações descrita na American Society for Testing
Materials - ASTM (1992) baseia-se em: aceitação ou rejeição, projeto, tamanho
ou dimensões e prioridade o que muitas vezes não leva em consideração a
vida útil.
No que diz respeito à vida útil, através do projeto, Abiko e Covelo
(1996), propõem uma metodologia de modelo único para a seleção tecnológica
onde a mesma consiste no processo de escolha de uma alternativa de
concepção do projeto de sistemas e subsistemas que dão forma a concepção
de projeto e escolhas de produtos. Isto leva os agentes tomadores de decisões
a terem uma visão compartilhada sobre as alternativas tecnológicas de
especificação que consiste na descrição das características de um produto que
deve considerar:
− Estratégia competitiva;
− Qualidade do projeto;
− Gestão da qualidade para a competitividade na cadeia produtiva e
avaliação econômica dos clientes através do fluxo de informações;
37
− Banco de dados e informações provenientes dos processos internos
dos vários intervenientes;
− Necessidades dos clientes externos;
− Terminologia e estrutura comum dos conceitos.
A metodologia descrita por Abiko e Covelo (1996), fundamenta-se na
gestão da qualidade e no fluxo de informações e ações para a seleção
tecnológica por meio de dados tabulados de forma qualitativa e quantitativa a
partir de: segmento de mercado, estratégias competitivas, necessidades dos
clientes internos e externos, características do produto e características das
alternativas.
2.2.2 Patologias
38
Piedade (2003), lembra que o diagnóstico e causas das patologias são
conhecidos há mais de cinqüenta anos, no entanto, existem dificuldades de
aprendizagem com os erros do passado devido principalmente a fatores como:
mercados pouco exigentes, indefinição ou ausência de atribuição de
responsabilidades e baixa formação técnico-cultural dos intervenientes.
No cenário nacional há também diversas Instituições de Ensino
Superior de Engenharia Civil, como USP, UFRGS, ITA, UFSC entre outras que
vêm pesquisando os agentes de degradação e suas formas de ação, as
causas, conseqüências e meios de prevenção das patologias em edifícios. Isso
se dá principalmente, em edificações estruturadas em concreto armado e com
vedações em alvenaria, por serem edificações construídas em maior número
no Brasil, e também por serem incorporadas gradativamente novas tecnologias
nos novos edifícios. Segundo Mitidieri (1998), estas avaliações quando são
abrangentes em nível de desempenho do produto, no caso o edifício, se dão
por diferentes metodologias investigativas, o que por vezes traz resultados
duvidosos, se comparados entre si e entre pesquisas internacionais. Mas,
promovem avanços, como no caso da análise de estruturas onde é possível a
aplicação de métodos de avaliação de vida útil para estruturas recém
construídas, em anos, facilitando a compreensão ao público leigo.
A partir da definição dos níveis de desempenho desejados, segundo
Picchi e Agopyan (1993) e Dórea e Silva (1999), as etapas da produção do
edifício se estruturam em: I) planejamento, (II) projeto - especificações e as
descrições das ações; (III) materiais - a qualidade e a conformidade com as
especificações, (IV) execução - a qualidade e a conformidade com as
especificações, e (V) utilização - prevista para o ambiente construído aliado ao
programa de manutenção. Assim, tem-se a possibilidade de em cada fase
haver maior controle de qualidade e conseqüentemente menor índice de
problemas patológicos nos edifícios.
Para Lichtenstein (1986), as patologias podem ser compreendidas
cientificamente de forma sistêmica à medida que é empregada uma
metodologia clara de investigação, aqui estruturada na figura 3 e baseada em:
a) Levantamento do maior número possível de subsídios para o
entendimento do problema, através da queixa do usuário ou
inspeção periódica; vistoria do local utilizando instrumentos e
39
organizando os resultados; histórico do edifício e da adoção de
resultados complementares por meio de análises e ensaios em
laboratório; ensaios “in loco”; análises e ensaios em laboratórios
para a formalização do diagnóstico.
b) Diagnóstico da situação.
c) Definição de conduta para intervenção num processo de
manutenção corretiva.
40
FIGURA 3 – Fluxograma para diagnóstico de patologias.
(Lichtenstein, 1986)
41
patogênicos que facilmente podem ser reversíveis. O esqueleto básico para a
vistoria do problema patológico Lichenstein (1986), descreve como sendo de:
• Determinação da existência e da gravidade do problema por meio de
comparação qualitativa e da sintomatologia do problema.
• Definição da extensão e do alcance do exame, como grau de referência
o espraiamento do problema e dos sintomas no edifício.
• Caracterização dos materiais e da patologia.
o Utilização dos sentidos humanos
o Utilização de instrumentos
• Registro dos resultados por meios manuais através de croquis, plantas e
elevações, bem como por recursos modernos disponíveis como:
máquinas fotográficas digitais de alta resolução, projeto digitalizado,
filmadoras, etc.
42
TABELA 2 – Agentes de degradação.
(Flauzino, 1984; John, et al., 2002)
Natureza Classe
Gravidade
Esforços e deformações impostas ou restringidas
Agentes mecânicos
Energia cinética
Vibrações e ruídos
Atritos
Radiação
Agentes eletromagnéticos Eletricidade
Magnetismo
Procedência Classe
Água no estado líquido
Umidade
Temperatura
Radiação solar – radiação ultravioleta
Gases de oxigênio (O, O2, O3).
Ácido sulfúrico (H2SO4)
Provenientes da atmosfera Gases ácidos
Bactérias, insetos
Vento com partículas em suspensão
Sulfatos
cloretos
Fungos
Provenientes do solo Bactérias
Insetos
Esforços de manobra
Provenientes ao uso Agentes químicos normais em uso doméstico
Compatibilidade química
Compatibilidade física
Provenientes do projeto Cargas permanentes e periódicas
43
Dos fatores provenientes da atmosfera, a temperatura, é um dos
agentes mais agressivos aos revestimentos de edifícios provocando variações
físicas e químicas nos materiais, gerando fissuras, descolamentos e rupturas,
principalmente nos revestimentos porosos, por absorverem água, umidade e
radiação solar, ocasionando grandes tensões nas interfaces dos componentes.
A infiltração constante de água a partir dos alicerces ou lajes de cobertura e ou
argamassas fracas provoca a desagregação do revestimento com
pulverulência e formação de bolor. No que se referem aos fatores biológicos,
diversos autores apontam os fungos como os agentes biológicos mais
importantes no ataque a revestimentos especialmente em ambientes quentes
de 10º a 35º e úmidos; resultam em aspectos de emboloramento
desenvolvendo bolor com aspectos esverdeados e ou escuros, além de exalar
forte odor nos ambientes internos. Entre eles estão os fungos sapróvoros que
decompõem e absorvem compostos orgânicos com presença de grande
quantidade de enzimas e são responsáveis pela decomposição de tecidos,
madeiras, combustíveis e argamassas. Estão presentes no ar e no solo e seu
desenvolvimento depende das variáveis como temperatura, grau de
precipitação, ventos, fatores climáticos e ciclos de claridade e escuridão
(QUALHARINI e GAMBA, 1997).
Para Santana (1993), a eliminação do bolor é feita a partir da extinção
das fontes de infiltração por umidade, redução de condensação nas
superfícies, ou por medidas curativas por substituição de componentes do
edifício. Essas fontes se dão principalmente por ações combinadas de granizo,
vento e chuva e podem ocorrer por incompatibilidade química ou física dos
componentes, mas se dá principalmente por adição e misturas de materiais
que, neste caso, reagem formando compostos agressivos e deteriorando os
edifícios.
Para CABAÇA (2003), a ascensão de água por capilaridade pode ser
proveniente de águas freáticas com manifestações em paredes internas ou
águas superficiais com manifestações em paredes externas. Este fenômeno
ocorre pela propriedade dos fluidos numa tensão superficial entre as partículas
ou moléculas constituintes de um líquido que exercem forças de atração e que
transportam sais, nitratos, sulfatos, cloretos e carbonatos, contidos nos
44
materiais para as superfícies das paredes com manifestação destes na
superfície das paredes quando da evaporação da água.
Para Thomaz (1985), há preocupação no diagnóstico dos mecanismos
de fissuras para orientar decisões de recuperação de componentes, assim
como a adoção de medidas preventivas a partir da elaboração de projetos e
especificação e controle de materiais e serviços. Para ele as fissuras são
provocadas por tensões oriundas de atuação de sobrecargas ou de
movimentações de materiais, dos componentes ou da obra como um todo.
Neste caso devem ser observadas as movimentações provocadas por
variações térmicas e de umidade; atuação de sobrecargas ou concentração de
tensões; deformações excessivas das estruturas; recalques diferenciados das
fundações; retração de produtos a base de ligantes hidráulicos e alterações
químicas de materiais de construção.
2.2.2.2 Manutenção
45
Sob enfoque da NBR (5476), a omissão em relação à necessária
atenção para a manutenção das edificações pode ser constatada nos
freqüentes casos de edificações retiradas de serviço muito antes de cumprida a
sua vida útil projetada, causando muitos transtornos aos seus usuários, um
sobre custo e intensivos serviços de recuperação ou construção de novas
edificações.
Ressalta-se, portanto, que a manutenção de edificações inclui todos os
serviços realizados para prevenir ou corrigir a perda de desempenho
decorrente da deterioração dos seus componentes, ou de atualizações nas
necessidades dos seus usuários, mas não inclui serviços realizados para
alterar o uso da edificação.
Para a NBR 6118 (2003) o conjunto de projetos relativos a uma obra
deve orientar-se sob uma estratégia explícita que facilite procedimentos de
inspeção e manutenção preventiva da construção.
Para Helene (2001), na inspeção e manutenção preventiva de obras
novas há necessidade de introduzir rotinas que obriguem os projetistas e
construtores a implantarem um sistema de garantia e gestão da qualidade nos
moldes do padrão internacionalmente aceito que são as normas da série ISO
9.000, referendadas pela ABNT, série NBR 9.000.
Segundo pesquisas elaboradas por Colen (2003), há necessidade de
reparação de 37,9% dos prédios em média, destes, 2,9% encontram-se
normalmente em estado de degradação, demonstrando que tão importante
quanto à reabilitação dos edifícios degradados é criar mecanismos para evitar
uma degradação excessiva. A manutenção deve ser efetiva prevenindo a
degradação dos elementos do edifício com ações periódicas de inspeções,
limpeza, reparos locais e substituições.
Para a NBR 5476, é inviável sob o ponto de vista econômico e é
inaceitável sob o ponto de vista ambiental considerar as edificações como
produtos descartáveis, passíveis da simples substituição por novas
construções quando seu desempenho atinge níveis inferiores ao exigido pelos
seus usuários. Isto exige que se tenha em mente a manutenção das
edificações existentes, e mesmo as novas edificações construídas, tão logo
colocadas em uso.
46
Estudos realizados em diversos países, para diferentes tipos de
edificações, demonstram que os custos anuais envolvidos na operação e
manutenção das edificações em uso variam entre 1% e 2% do seu custo inicial.
Este valor pode parecer pequeno, porém acumulado ao longo da vida útil das
edificações chega a ser equivalente ou até superior ao seu custo de construção
(NBR 5476).
Antonioli (2003) argumenta que dada à importância e grandezas
envolvidas na manutenção dos edifícios, bem como as interferências que
causam na vida dos usuários, é relevante que o mais alto nível gerencial
coloque a manutenção como destaque no planejamento dos edifícios.
Por fim, para Helene (2001), é importante a intervenção de
manutenção de modo a manter a durabilidade das estruturas, onde os menores
custos estão na fase de projeto, pois a simples redução da relação
água/cimento e aumento na cobertura das armaduras podem atrasar em vários
anos ou até mesmo dispensar o processo de manutenção. Porém o atraso na
manutenção pode elevar os custos numa progressão geométrica.
47
Segundo Mitidieri Filho et al. (2003), a iniciativa brasileira na avaliação
de desempenho ultrapassa 25 anos, com avaliações isoladas, partindo de
iniciativas de instituições de ensino, de pesquisa e de programas públicos de
habitações, utilizando diversos critérios de avaliação e de metodologias que,
por vezes, dificultaram a validação de sistemas construtivos pelas contradições
metodológicas adotadas na avaliação. Mas, o mais agravante e a ausência de
aplicação de análises sistematizadas, que poderiam identificar eventuais falhas
de concepção, e com isto, evitarem problemas patológicos que têm ocorrido
com alguns componentes e sistemas construtivos.
Souza (1983), ainda argumenta que a aplicação do conceito
desempenho contribui para orientar o desenvolvimento de produtos na área de
componentes e o desenvolvimento de projetos, contribui também para a
normalização da habitação e abre caminho para uma sistemática de controle
de qualidade dos novos produtos baseada em certificados de homologação.
O desempenho de um edifício habitacional em uso normal deve
atender às exigências dos usuários de forma qualitativa, assim como, deve
atender os conjuntos de requisitos e critérios estabelecidos por novas normas
de avaliação.
Lucini (2004) estabelece uma ordem para análise de desempenho de
edifícios através de:
− Requisitos: níveis qualitativos verificáveis que deverão ser atingidos
pelo ambiente.
− Ações identificáveis: que atuam sobre os ambientes, envolventes e
subsistemas.
− Questões: a resolver na interface dos componentes para neutralizar
as ações identificadas que respondam aos requisitos.
− Opções: alternativas conceituais que atendem as questões que
devem ser resolvidas.
− Solução do sistema adotado: soluções específicas do sistema
tecnológico adotado que viabilizam, na prática, as alternativas
conceituais para atender as questões.
48
2.3.1 Avaliação do desempenho de elementos e
componentes dos edifícios.
49
através da aplicação de questionários, entrevistas e observações
comportamentais, que indiquem as atitudes e satisfação dos usuários em
relação aos elementos avaliados.
Ainda para Preiser, citado por Bagatelli (2002), na análise de
elementos de desempenho técnico, funcional e comportamental, o método de
avaliação pós-ocupação pressupõe que os procedimentos empíricos para a
avaliação de desempenho de ambientes construídos são partes integrantes do
processo de execução do projeto. Sendo que tem como primeiro objetivo a sua
aplicação para medir a intensidade com que cada projeto satisfaz às funções
para as quais foi destinado e preenche as necessidades, percepções e
expectativas de seus usuários, os quais são considerados medida-chave para
avaliar o desempenho ambiental.
Existe uma grande diferença entre uma avaliação pós-ocupação (APO)
e o que se pode, talvez, denominar de uma avaliação pós-construção, este
enfoque também é discutido por Bagatelli (2002). A APO não é área do
conhecimento de avaliação de desempenho de edifícios segundo Preiser
(1988) citado por Bagatelli (2002), mas sim, um método de avaliação, e salienta
diversas técnicas de pesquisa com o objetivo de avaliar o desempenho de
ambientes construídos, a partir da perspectiva de seus ocupantes.
À medida que as pesquisas na área de avaliação de edifícios são
desenvolvidas, tem-se uma tendência a que as construções sejam projetadas
com mais detalhes, como a implementação de elementos pré-fabricados
inclusive com desempenhos diferenciais entre si, mas com a possibilidade de
padronizá-los e substituí-los, numa lógica de industrialização, oferecendo
ganhos de produtividade, redução de prazos, introdução de melhorias
gerenciais em projeto, planejamento, controle da produção e gestão de
processos, onde inclusive, fabricantes tenderão a integrar-se ao processo de
produção (ANTAC, 2002).
A abordagem de desempenho descrita por Silva (1997), é uma
concepção sistêmica, onde os conceitos básicos são traduzidos numa
metodologia de avaliação que direciona pensar a edificação a partir dos “fins”,
para remeter aos “meios” prescritivos e especificações do produto requerido.
Neste sentido, a abordagem de desempenho é definida como “a aplicação de
uma rigorosa análise e de método científico ao estudo do funcionamento de
50
edifícios e suas partes”, sendo aplicada durante o projeto e na construção de
um empreendimento único, durante o projeto e construção de um programa
amplo de produção, no desenvolvimento e comercialização de um produto de
construção, na preparação e estruturação de diretrizes de projeto, no controle
da qualidade de produtos através de inspeção e na aprovação e certificação.
Concluindo, a aplicação do conceito de desempenho à produção de
edificações envolve, segundo o CIB (1982) e é o que diz também Silva (1997) a
identificação das exigências dos usuários, das condições de exposição que
estará sujeita à edificação, ao estabelecimento de requisitos, critérios e
métodos de avaliação de desempenho.
51
Para Basso & Martucci (2003), do ponto de vista histórico os processos
construtivos estabelecem tipologicamente as tecnologias a serem aplicadas,
fazendo com que nos projetos surjam os sistemas construtivos e na produção
das unidades habitacionais se definam famílias de processos de trabalho,
conforme esquema da Figura 4.
52
convencionais, como tijolos, concreto, telhas cerâmicas e
fibrocimento.
• Sistemas construtivos abertos - são aqueles desenvolvidos a partir
de um elenco de elementos e componentes da construção,
paredes, lajes, coberturas, janelas, portas que podem ser
combinados em diferentes soluções arquitetônicas em que se
variam a quantidade, as dimensões e a disposição dos diversos
cômodos.
• Sistemas construtivos fechados - são aqueles desenvolvidos a partir
de um projeto arquitetônico único, que lhe serve de modelo, não
permitem variações na disposição e nas dimensões dos cômodos,
das janelas, portas ou de qualquer componente da moradia.
• Sistemas racionalizados - são sistemas onde um ou mais elementos
que compõem a obra são industrializados. Isto é, vem pronto de
fábrica, mas tem como características predominantes o uso de
materiais e modo de execução convencionais.
• Sistemas industrializados - são sistemas totalmente fabricados fora
do canteiro e para ele são transportados para a montagem e
acabamento final. No Brasil existem poucos sistemas construtivos
industrializados além das tradicionais casas de madeira.
Para Abdalla (1999), a classificação dos sistemas construtivos está
associada ao fator sócio-técnico do processo construtivo, ao índice de
industrialização, ao nível técnico, ao ciclo de construção, à característica da
produção, e à natureza do processo de produção, assim como à realidade
física da edificação, aos produtos e componentes do sistema construtivo, ao
grau de liberdade do sistema construtivo, ao peso dos elementos, ao tamanho
dos elementos, à natureza dos materiais e aos tipos de demandas.
Ainda para Abdala (1999), existe o sistema construtivo tradicional, que
é aquele conhecimento adquirido pelos mestres construtores na vivência
prática sem conhecimento técnico, e o sistema avançado, que é aquele que
depende do conhecimento científico, envolvendo laboratórios, materiais,
desenhos e processos.
Para Basso & Martucci (2003) os processos construtivos são utilizados
com suas respectivas técnicas e tecnologias para a construção e é neles que
53
aparecem as inovações tecnológicas e organizacionais do ponto de vista dos
projetos e da produção da edificação.
Segundo Abdala (1999), a partir da 2ª grande guerra mundial, numa
tentativa de aumentar a industrialização e modulação das edificações, a
participação do estado foi uma tentativa constante de transferência da
realidade industrial mecânica clássica para o subsetor de edificações. Num
segundo momento houve proposições de uma industrialização aberta em
usinas móveis, através da padronização dimensional dos componentes e
modificação geral do desenho dos produtos, buscando-se eliminar etapas de
pré-produção. Finalmente, ocorre uma revisão dos dois momentos anteriores,
modifica-se o papel do Estado e a visão do empresariado, resultando,
praticamente em desuso de muitos daqueles sistemas construtivos
originalmente propostos como soluções para os empreendimentos do pós-
guerra.
Os processos construtivos poderiam ser classificados ainda em
subtipos com características obtidas a partir da evolução histórica, tecnológica
e técnica como segue: Processos Construtivos Artesanais, Tradicionais,
Tradicionais Racionalizados, Pré-fabricados, Industrializados e Sistemas
Flexíveis que seriam um sexto subtipo com novas exigências de qualidade nos
projetos e variedade arquitetônica criando novas relações entre os usuários e
suas habitações (ABDALA, 1999).
Para Barros (1996), as mudanças que vêm ocorrendo nos últimos anos
têm levado empresas que atuam na área de construção de edifícios a
tornarem-se competitivas desde a concepção até a execução. Usando
estratégias de diminuição de custos, garantia de atendimento nos prazos de
execução e incremento da qualidade dos edifícios, destacam-se a
racionalização dos métodos, os processos e os sistemas construtivos.
Ainda segundo Barros (1996), os princípios da racionalização
construtiva proporcionam a aplicação adequada de todos os recursos
54
envolvidos no processo de produção, através da adequação tecnológica e da
mudança organizacional dos processos tradicionais de construção.
Para Souza (1983), a racionalização da habitação é o desenvolvimento
de novos materiais, componentes e sistemas construtivos, visando à busca de
alternativas aos produtos e processos tradicionais em utilização na construção
civil.
Sabbatini (1989) apresenta a racionalização construtiva como
ferramenta da industrialização e define: racionalização construtiva é um
processo composto pelo conjunto de todas as ações que tenham por objetivo
aperfeiçoar o uso de recursos materiais, humanos, organizacionais,
energéticos, tecnológicos, temporais e financeiros disponíveis na construção
em todas as suas fases.
O processo de produção de edifícios é caracterizado por ciclo produtivo
que envolve materiais amorfos, componentes determinados - simples e
compostos - e semi-determinados, assim como um conjunto de operações –
transportes, agregação e moldagem. Portanto, o grau de racionalização é tanto
maior quanto menor for à incidência de operações de ajustagem e transporte e
quanto menor for o tempo destinado com estas atividades, e também quanto
mais o sistema se direcionar para a predominância de operações de
associação e montagem (SILVA, 1991).
Barros (1996) propõem um modelo para a implantação de tecnologias
construtivas racionalizadas em cinco diretrizes:
• Desenvolvimento da atividade de projeto;
• Desenvolvimento da documentação;
• Desenvolvimento dos recursos humanos;
• Desenvolvimento do setor de suprimentos voltado à produção;
• Desenvolvimento do controle do processo de produção.
No que se refere à etapa de projeto, Franco apud O’Connor e Tucker,
1996) considera que "a construtibilidade é entendida como a habilidade das
condições do projeto permitir a ótima utilização dos recursos da construção", e
para Franco (1996), é por este meio que o projeto com qualidade leva a
racionalização construtiva, sendo que um dos meios é obtido pela coordenação
de projetos.
55
2.4.3 Avaliação de Sistemas Construtivos
56
2.4.4 Normalização dos Sistemas Construtivos
57
divisórias internas, subsistema elétrico, subsistema hidráulico, subsistemas
complementares (tais como: circulações verticais, condicionadores de micro
clima). Além disso, podem-se efetuar combinações entre subsistemas
diferentes, guardando sempre as características e funções técnicas entre as
aplicações dos materiais de construção, componentes pré-fabricados (pilares,
vigas, lajes, caixilhos, portas, janelas, tubulações).
Para Franco (2000), as vedações verticais são os principais
subsistemas que condicionam o desempenho do edifício e ocupam posição
estratégica entre os componentes dos edifícios. Possuem como principais
funções o compartimento da edificação e proporcionam ao ambiente conforto
higrotérmico, acústico, segurança de utilização frente às ações excepcionais
como incêndios e desempenho estético os quais valorizam o imóvel. Tais
características permitem o adequado desenvolvimento das atividades para as
quais eles foram projetados, além de se constituírem pela tecnologia de
produção como os principais responsáveis pelo desempenho global da
vedação vertical, dos revestimentos e das esquadrias existentes incorporadas
a elas.
Para Barros (1996), a racionalização do subsistema de vedação
vertical dos edifícios pode trazer diversas vantagens para as empresas
construtoras, não só pela diminuição direta dos custos incidentes neste
subsistema e o aumento da produtividade, mas também, pela profunda
alteração que pode introduzir no nível organizacional das obras, uma vez que
se constitui num subsistema intimamente ligado a praticamente todos os
demais subsistemas do edifício.
58
planejamento, projeto e execução. Já, a fase de uso engloba as atividades de
operação e manutenção. (RESENDE e MEDEIROS, 2004).
Neste sentido, estas duas fases sustentam uma relação de
interdependência nas quais as decisões assumidas durante a fase de produção
influenciam a capacidade em satisfazer, no decorrer de sua vida útil, as
necessidades dos usuários3. Porém, grande parte dos responsáveis pela
construção dos edifícios, procura realizar a obra com o menor custo inicial
possível, desconsiderando essa interdependência entre as fases, ignorando o
custo global da edificação e preocupando-se exclusivamente com os custos
referentes às atividades relacionadas com a produção do edifício.
Resende e Medeiros (2004), também consideram que os custos das
atividades de manutenção têm por objetivo repor a capacidade do edifício em
atender às necessidades dos usuários e que podem representar anualmente,
segundo John (1988), de 1% a 2% dos custos de reposição do edifício. São
geralmente desconsiderados durante a etapa de especificação dos materiais e
detalhes construtivos a serem utilizados no edifício.
Bonin (1988) citado por Resende e Medeiros (2004), menciona que
esta visão limitada dos responsáveis pela construção dos edifícios induz a uma
inversão nos objetivos do processo produtivo da edificação, priorizando o
edifício em vez de considerar as necessidades dos usuários da edificação.
Deste modo, faz-se necessário criar métodos de análise do projeto sob a
percepção do seu impacto sobre as necessidades de manutenção, além do
estudo de procedimentos organizados segundo uma lógica que proporcione o
controle de custos e a maximização da satisfação dos usuários.
Para o engenheiro é essencial ter completo conhecimento sobre os
aspectos relacionados a uma edificação, pois apesar das patologias se
manifestarem durante toda a vida útil das edificações, elas têm sua origem,
conforme dito anteriormente, na maioria das vezes, em etapas anteriores,
principalmente durante a concepção do projeto e continuam até o processo de
execução da obra.
59208
3
Baseado na norma ISO 6241 (ISO, 1984) as necessidades dos usuários resumem-se em
segurança estrutural, segurança ao fogo, segurança em uso, estanqüeidade, conforto
higrotérmico, pureza do ar, conforto acústico, conforto visual, conforto tátil, conforto
antropodinâmico, higiene, adaptação ao uso, durabilidade e economia. (RESENDE, 2004).
59
Por isso, é fundamental descrever a influência e o papel exercidos
pelos principais agentes envolvidos na fase de produção e manutenção dos
edifícios: os projetistas (projeto arquitetônico, estrutural) e os construtores.
60
Para Basso & Martucci (2003), o projeto deve atender:
a) aos requisitos, condições e parâmetros dados pelas características
regionais e a capacidade tecnológica instalada, tendo em vista a
existência em nosso país de diversidades climáticas, culturais e
geopolíticas. Não se poderiam estabelecer requisitos, condições,
critérios e parâmetros únicos para todas as regiões, sem que se
incorresse em erros graves nas diretrizes de projeto, portanto, há a
necessidade de serem levantados e analisados previamente, os
elementos de projetos relativos à: história, cultura, clima, topografia,
recursos naturais, potencial tecnológico e industrial, de cada região;
b) aos requisitos funcionais e ambientais, os quais dizem respeito ao
uso e habitabilidade;
c) aos princípios de racionalização do produto, quanto a sua produção,
devem levar em conta os princípios de: modulação, padronização,
precisão, normalização, permutabilidade, mecanização,
repetitividade, divisibilidade, transportabilidade e flexibilidade.
O projeto é o grande responsável pelo sucesso de qualquer
empreendimento e à medida que aumenta a complexidade da edificação,
também aumenta a influência do mesmo sobre o desempenho da obra.
Características como flexibilidade, possibilidades para expansões e adaptações
constantes, implementação de inovações tecnológicas, devem ser requisitos
projetuais capazes de absorver mudanças e adaptações de toda ordem, sem,
contudo, resultar em grandes impactos para o usuário e/ou comprometer o
desempenho da edificação. Ademais, o projeto representa a única forma para
inserção de requisitos e critérios que possam definir o nível de desempenho do
empreendimento de forma adequada aos seus objetivos (BAGATELLI, 2002).
Para Silva (1997), o conceito de desempenho pode ser empregado no
processo de projeto desde as fases iniciais de concepção até a retro
alimentação através das avaliações pós-ocupação.
61
2.5.4 Projeto para Produção
62
2.5.6 Racionalização através do Projeto
63
2.5.7 Compatibilidade de projetos
64
3 FACHADAS
66
pontos de distribuição das redes hidro-sanitárias, eletromecânica, telefonia, ar
condicionado, elevadores, entre outros.
Para Ceotto et al. (2005), o projeto de revestimento de argamassa de
fachadas tem por finalidade determinar materiais, geometria, juntas, reforços,
pré-fabricados, acabamentos e procedimentos de execução. Para que isso
aconteça alguns fatores são importantes: qualidade dos dados disponíveis
relativos às condições climáticas, o projeto arquitetônico, a estrutura, as
instalações, as vedações, os processos construtivos e os prazos.
Os projetos de revestimentos em argamassa devem considerar a
compatibilidade dos substratos, as condições de utilização e os acabamentos
decorativos que se pretendem alcançar, para tanto devem atender a um
conjunto de propriedades: aderência, deformidade, permeabilidade, resistência
mecânica e durabilidade.
67
projeto de edificações – NBR 13531/95 e 13532/95 -, vale lembrar também o
grande número de agentes intervenientes e de produtos com padrões de
qualidade diferenciados, os quais irão afetar a qualidade final.
Para Crescêncio (2005), existem também alguns fatores que influenciam
nas características do revestimento final, são elas: características da
argamassa, espessura do revestimento, tratamento do substrato, detalhes
construtivos para dissipação de tensões e descolamento da lâmina d’água de
fachadas. Assim, deve-se buscar, através da elaboração de um projeto
específico para o revestimento de fachada, compatibilizar todas as variáveis
que interferem no comportamento do revestimento, buscando sempre
minimizar a ocorrência de problemas futuros.
Maciel (1997), afirma que nos revestimentos de fachadas, as decisões
são tomadas, normalmente, pouco antes da sua execução, muitas vezes no
próprio canteiro de obras, e as especificações de produção são apenas
aquelas contidas nos projetos arquitetônicos que determinam os acabamentos
decorativos e os locais de aplicação de cor, não havendo especificações, por
exemplo, dos tipos de argamassa.
Para Maciel e Melhado (1998), o projeto de revestimento de argamassa
em fachada, deve levar em consideração a importância do mesmo como sendo
elemento integrante de um sistema e não como forma de esconder os defeitos
de paredes e estruturas. E lembram que ainda é dada pouca importância ao
planejamento, o que leva, muitas vezes, à tomada de decisões empíricas nas
obras, tendo como conseqüências um elevado número de patologias.
O projeto de revestimento de argamassa para fachadas é descrito por
Maciel & Melhado (1998), como elemento necessário a ser desenvolvido para
se obter o desempenho esperado dos revestimentos, além de colaborar na
redução de desperdícios e de custos de produção. Esta visão de projeto deve
ser parte integrante dos subsistemas, e é no contexto do processo de projeto
que deve ser gerenciada a sua elaboração. Para os autores também, o
desenvolvimento de uma metodologia de projeto de revestimento de fachada,
conforme figura 5, deve ser descrito em manual de procedimentos de
construção e deve contemplar, na fase de anteprojeto, as seguintes
informações:
• As especificações preliminares;
68
• As informações relativas aos materiais;
• As interfaces do revestimento com a base e com outros materiais
e com outros revestimentos;
• As espessuras e acabamento das camadas do revestimento;
• Os detalhes arquitetônicos e construtivos;
• As informações de outros anteprojetos que tenham interferência
na produção, além das informações relativas à organização do
canteiro de obras.
69
FIGURA 5 – Metodologia para projetos de revestimento de argamassa para fachadas.
(Maciel, 1997)
70
3.1.2 Subsistema de alvenarias de vedação das fachadas.
71
projetadas nos anos 60, logo, estas alterações impõem às alvenarias maiores
deformações e tensões, além de menores prazos de execução, o que leva a
alvenaria deformar junto com a estrutura, uma vez que a estrutura ainda se
encontra em processo de deformação lenta, isto resulta num elevado número
de problemas patológicos, como fissuras e descolamentos, esmagamentos e
colapso das alvenarias.
Franco (2000), alerta que as alvenarias representam 2% a 5% da obra e
influenciam de 35% a 60% do custo da edificação por englobam elementos de
alto custo - esquadrias e revestimentos - e são consideradas o maior foco de
racionalização construtiva. Para tanto, devem também ter elementos que
facilitem o mais breve possível a eliminação da lâmina de água da fachada,
podendo ser: beirais, pingadeiras, peitoris, reentrâncias, etc.
Para Peña e Franco (2004), devido às interfaces com os demais
subsistemas do edifício, a vedação vertical é de grande importância na
racionalização da obra como um todo. O projeto de vedação deve ser
elaborado de forma sistêmica, simultaneamente aos demais projetos
(arquitetura, estrutura, instalações, etc.), permitindo assim uma coordenação
das informações e das soluções técnicas a serem adotadas.
Ainda para o mesmo autor o desenvolvimento de um método de projeto
para produção de vedações verticais em alvenaria deve contemplar as etapas
de: estudo preliminar, anteprojeto, projeto executivo, detalhamento e
implantação de acompanhamento.
Quando a alvenaria é empregada na construção para resistir cargas, ela
é chamada alvenaria resistente ou portante, neste caso, absorve cargas das
lajes e sobrecarga, sendo necessário para o seu dimensionamento à utilização
da NBR 10837 e NBR 8798, observando que sua espessura nunca deverá ser
inferior a 14,0 cm (espessura do bloco) e resistência à compressão mínima fck
4,5 Mpa.
Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir cargas verticais
além de seu peso próprio é denominada alvenaria de vedação, e adquire a
função de separar ambientes, fechar áreas sob estruturas, sendo necessários
cuidados básicos para o seu dimensionamento e estabilidade. Entretanto, ela
pode sofrer ações da deformação elástica da estrutura de concreto armado,
recalque das fundações e movimentações térmicas. Nesse sentido, Franco
72
(1998) argumenta que ela deve possuir características técnicas para atender
algumas exigências:
• Desempenho estrutural: resistência mecânica e à pressão do vento;
• Estanqueidade: resistência às infiltrações de água pluvial; resistência à
umidade e aos movimentos térmicos; controle da migração de vapor de
água e regulagem da condensação;
• Isolamento térmico e acústico;
• Resistência ao fogo;
• Durabilidade;
• Manutenção: facilidade de limpeza e higienização para atender aos
níveis estéticos pré – concebidos no projeto arquitetônico.
73
físicas – porosidade, capilaridade, propriedades térmicas e acústicas -,
propriedades mecânicas – resistência, módulo de elasticidade, coeficiente de
Poisson, e tenacidade. A partir disto, há disponibilidade no mercado nacional
de blocos de: pedras naturais, blocos e tijolos cerâmicos, blocos de concreto,
bloco sílico-calcário, blocos de concreto celular, tijolos de vidro, tijolos de solo-
cimento.
74
A fixação em fios de aço é realizada para permitir a perfeita coesão do
componente vedação à estrutura de concreto armado pelos seguintes
procedimentos:
• Por meio de “Ferros cabelos – aço CA-50 diâmetro 5 mm chumbado no
pilar a cada duas fiadas, conforme figura 6.
75
que as alvenarias de vedação necessitam ter
deformação elástica.
76
dimensionadas conforme a tabela 3, de modo a distribuir os esforços
concentrados e neutralizas as manifestações patológicas.
Largura
90 L 180 180 L 30
dos vão L 90 90 L 120 L>120 60 L 150 150 L 300
0
s (L)
Compri
mento
da QQ QQ C<800 C<600 QQ C 600 600 C<1000 C<600 600 C<800
parede
(C) (***)
Altura
peça 5 10 12(*) 10(*) 12(*) 5
mínima
77
(**) Dimensões de apoio válidas para paredes sobre vigas. Vãos menores
que 60 cm não necessitam de contraverga.
(***) Distância entre os apoios da viga que suportam a parede.
78
O respaldo é a região de encontro entre o topo da alvenaria e a estrutura
do pavimento superior e deve se esperar o maior tempo possível para executar
esta atividade, em face da ocorrência de acomodação e deformação lenta na
estrutura em função das cargas exercidas pelas alvenarias. Em execuções
prematuras destas ligações podem ser responsáveis pelas fissuras devido à
retração da argamassa de assentamento da alvenaria e transmissão de
esforços da estrutura à alvenaria.
• A ligação rígida – a alvenaria participa da estrutura, cunhas de
concreto e argamassa com expansor e encunhamento com tijolos
maciços que segundo Thomaz (1985) este material possui
pequeno módulo de deformação e sua execução e necessita de
espaço com 15 cm livre conforme mostra a figura 10, enquanto
que para o preenchimento com argamassa expansiva é
necessário 2 a 3 cm entre a alvenaria e a estrutura.
79
o Flexível. – alvenaria desvinculada da estrutura. Para Thomaz
(1985) deve haver junta de dessolidarização entre a parede e a
estrutura com o uso de material deformável como elastomérico –
espuma de poliuretano e mástiques – com cuidados especiais
nas fachadas para não haver penetração de umidade.
d) Juntas de controle
80
presenciadas na parte interna são contidas pela pintura e no processo de
transpiração e evaporação desta umidade vão gerar bolhas e estufamentos.
Para melhor compreensão as referências bibliográficas tratam de três
possíveis métodos de encunhamento:
• A alvenaria funciona como travamento da estrutura: é necessária uma
ligação efetiva e rígida entre a alvenaria e a estrutura por meio de
encunhamento de tijolos maciços a 45º ou argamassa expansiva.
• A alvenaria não funciona como travamento da estrutura, mas a estrutura
que a envolve é deformável, neste caso, o preenchimento entre
alvenaria e estrutura deve ser com material deformável e ou tijolos
maciços com argamassa fraca.
• A alvenaria não funciona como travamento da estrutura e a estrutura
que a envolve é pouco deformável, para isto, recomenda-se o
preenchimento com a própria argamassa de assentamento.
81
rufos e algeroz que são responsáveis para aumentar a durabilidade dos
componentes (ROMERO & SIMÕES, 1995).
Estatísticas internacionais apontam que mais de 50% das patologias
construtivas são oriundas da falta de detalhamento adequado, mas que alguns
detalhes de proteção de fachadas são responsáveis pela sensível redução
destas estatísticas (ROMERO E SIMÕES, 1995).
Maciel e Melhado (1999) salientam que antes do projeto executivo de
detalhamento deve ser feita análise crítica das interferências e devem-se lançar
especificações preliminares no anteprojeto do revestimento de modo a
compatibilizar a produção tendo as seguintes preocupações:
• Verificar se as especificações preliminares do revestimento com relação
às suas características geométricas, aos detalhes e ao tipo de
acabamento previsto estão completas e coerentes com as
especificações das demais partes do edifício;
• Compatibilizar o alinhamento de pilares, vigas e alvenarias, de forma
que sejam evitados recortes desnecessários;
• Compatibilizar as espessuras e o posicionamento das esquadrias das
janelas com as espessuras das alvenarias, de forma a minimizar ou
eliminar a necessidade de requadros nos revestimentos, bem como
permitir o adequado arremate entre o revestimento e a esquadria;
• Verificar a possibilidade do emprego de contramarcos pré-fabricados,
assentados juntamente com a alvenaria, que dispensem a necessidade
de requadros dos vãos das janelas;
• Verificar, como alternativa, a possibilidade do emprego de peitoris pré-
moldados, que dispensam a necessidade do requadro inferior dos vãos
das janelas;
• Procurar eliminar a possibilidade de existirem prumadas verticais de
água ou esgoto fixadas externamente nas fachadas.
Ainda para os mesmos autores além do projeto executivo devem
contemplar as informações do anteprojeto as condições de controle de
produção adotados pela empresa executora e as condições de operação no
canteiro de obras. Para o revestimento de argamassa devem ser definidos a
espessura das camadas, o acabamento superficial, além de definir os detalhes
arquitetônicos e construtivos.
82
Para Ceotto et al. (2005), o detalhamento deve propor soluções para os
principais pontos das fachadas:
a) projeção das fachadas sobre a estrutura de concreto;
b) elevação das fachadas, posicionamento dos frisos e juntas de
movimentação e dimensões dos frisos, e ou juntas de movimentações;
c) dimensões dos frisos, e moldes para executá-los;
d) posicionamento e identificação das molduras e outros elementos
decorativos, definidos no projeto arquitetônico;
e) fixação dos elementos decorativos – pré-moldados- que deverá
ser compatibilizada e aprovada pelo projetista, fazendo parte do projeto;
f) Indicação das regiões que deverão receber reforço com tela ou
outro material, plantas e elevações;
g) posicionamento dos balancins fachadeiros e demais
equipamentos de transporte e mistura.
83
o O mapeamento de fachada na primeira descida dos balacins, faz-
se por meio da transferência dos eixos principais de locação do
prédio para a laje de cobertura e locação dos arames de fachada
que devem estar posicionados conforme as figura 11a e 11b.
Além disto, se deve medir a distância entre a fachada e os
arames à meia altura de cada pavimento para a definição máxima
do revestimento que deve ficar em 25 mm para argamassa de
cimento, cal e areia.
FIGURA 11a – posicionamento dos prumos FIGURA 11b – fixação dos fios de
em fachada – arames de fachada. prumo.
(Maciel 1997) (Maciel, 1997).
84
FIGURA 12 – Taliscamento da fachada.
(Baía e Sabbatini, 2000)
85
FIGURA 13 – Posição dos fios de prumo na fachada
(Maciel, 1997)
86
FIGURA 14 – Reforço de revestimento com tela metálica
(Maciel e Melhado, 1999)
87
3.1.3.2 Detalhamento de revestimento em cerâmica
88
Para Sabbatini e Barros (2003), o projetista de revestimento vertical de
fachadas deve prever que o revestimento permanecerá por toda a vida útil do
edifício e a elaboração do projeto deve contemplar:
• Criação de elementos arquitetônicos ou construtivos.
• Definição dos arremates no topo do edifício.
• Definição da execução dos pontos críticos.
• Definição dos painéis de revestimentos.
• Definição das características das juntas entre componentes.
Como relação às características físicas e geométricas do acabamento
deve prever: paginação modular dos componentes, dimensões dos
componentes, espessuras das juntas, geometria dos painéis, posicionamento
das juntas, cores e brilhos, faixas, etc.
Como relação às características dos materiais e componentes deve
prever: tipos das peças, argamassa de fixação e dos materiais das juntas,
especificações dos componentes decorativos, peitoris, soleiras, goivetes,
cantoneiras, etc.
3.1.3.3 Rufos
A presença de rufos também conhecida por cimalhas para alguns
autores são construídos por materiais impermeáveis peças de rochas ou
metálicas com a função de proteger as partes planas da parede, muros e lajes
contra a infiltração das águas provenientes da atmosfera e do uso pela ação de
limpeza das fachadas, devem ter projeções tanto para o interior quanto para o
exterior de modo a reduzir a área da fachada a ser atingida pela lâmina de
água.
Para Oliveira e Sabbatini (2004), os rufos devem ser projetados para
evitar que a água, proveniente do painel do último andar ou das lajes planas de
cobertura escorram pela superfície da fachada ou se infiltrem pelo painel. Uma
outra questão a ressaltar em relação aos rufos é a seleção de seu material,
pois esse deve ser resistente à corrosão atmosférica e não manchar a
superfície do painel.
89
FIGURA 16 – Cimalhas
(Thomaz 1990, citado por Romero e Simões, 1995).
90
posicionamento e geometria das pingadeiras e peitoris devem ser analisados
em função do posicionamento das esquadrias.
a) Nas janelas
FIGURA 17 – Pingadeira com proteção do fluxo de água da chuva por pingadeira nos dois
lados da platibanda.
(Thomaz, 1989).
91
3.1.3.5 Juntas de Trabalho
92
FIGURA 19 – Detalhe construtivo da junta de trabalho.
(Maciel e Melhado, 1999).
3.1.3.7 Impermeabilização
93
atingidas pela umidade e quais são os pontos mais vulneráveis, os quais
podem ser considerados; terraços, floreiras de fachada, esquadrias e peitoris,
soleiras, e interfaces das paredes com o chão. A falta de projeto de
impermeabilização e de especificações executivas são os grandes fatores
responsáveis pelas patologias provenientes de umidade nas edificações, tais
projetos requerem a partir do projeto arquitetônico, Cunha e Neumann (1979)
decisões que permitam o desenvolvimento de um conjunto de detalhes
construtivos, como exemplo observado na Figura 20. A NBR 9575 (2003)
especifica ainda a obrigatoriedade de projeto de impermeabilização para
edificações multifamiliares, além de haver a necessidade de compatibilização
com os demais projetos para evitar futuras patologias.
A presença de umidade em impermeabilização é descrita por Farina e
Granatto (1991) como sendo uma das principais causas de manifestações
patológicas.
FIGURA 20 - Impermeabilização
(Picchi, 1984).
94
3.2 Patologias em Fachadas
95
• Condições climáticas: intensidade e direção dos ventos, chuva,
orientação da fachada, pois as fachadas sul sempre apresentam maior
incidência de agentes biológicos.
• Projeto da edificação, sua forma, altura e orientação: os detalhes podem
influenciar na forma pela qual a água da chuva escoa sobre as paredes,
a orientação define o grau de exposição do edifício à chuva, ao vento, e
à radiação solar.
• As regiões de fachada: tais como parapeitos de janelas e platibandas,
apresentam maior acúmulo de umidade e conseqüentemente condições
mais favoráveis ao desenvolvimento de fungos.
• A constituição da microestrutura dos materiais: os quais podem permitir
com maior ou menor intensidade a penetração de umidade e a partir
disto desencadear o surgimento de fungos e bactérias nocivas à
durabilidade destes materiais e componentes.
96
Perez (1985) sugere que o revestimento nos topos dos componentes
construtivos bem como, nas fachadas por meio de detalhes construtivos de
ordem arquitetônica que possuam saliências são capazes de dissipar os fluxos
de águas das chuvas.
A penetração da umidade nos componentes construtivos é descrita por
Nappi (2006), como sendo inversamente proporcional ao diâmetro dos seus
poros, ou seja, quanto menor forem os poros, maior será a distância,
ascendente ou descendente que a água poderá atingir.
As manchas escuras, citadas por Qualharini (1997) e Resende et al
(2002) são anomalias, como sendo a biodeteriorização dos componentes por
fungos e bactérias que se nutrem da umidade contida nestes elementos e da
radiação solar incidente.
Para Flauzino & Uemoto (1988), agentes como a radiação solar,
principalmente, a radiação ultravioleta na degradação dos polímeros, água,
temperatura, constituintes do ar, uma vez que além dos efeitos intrínsecos de
sua ação sobre os materiais e componentes, propiciam as condições
favoráveis para ocorrência de outras formas de degradação, como a
degradação biológica e a incompatibilidade física e química dos componentes.
Observa-se que a presença de umidade e a incidência solar sobre
estas são responsáveis pelos vapores que na tentativa de migração para o ar
atmosférico são os principais causadores de bolhas nos revestimentos de
pintura, e segundo Uemoto et al, (1995), a presença de umidade leva ao
processo de biodeterioração de pinturas pela presença de agentes biológicos,
quando são influenciados pelo vento, temperatura e sol.
97
dos revestimentos. A seguir serão apresentados três grandes grupos de
manifestações encontradas em fachadas: patologias relacionadas à pintura -
tintas; patologias relacionadas à argamassa, e patologias relacionadas à
cerâmica.
98
associação a fatores como a energia solar, que nutre os organismos pelo
processo de fotossíntese.
O acabamento final deve considerar, além do aspecto estético, as
condições de exposição a que estará submetido o revestimento. A aplicação de
texturas rugosas em revestimentos externos dissimula melhor os defeitos da
base e ou do revestimento. No entanto, em regiões com maior índice de
poluição atmosférica devem-se preferir revestimentos com acabamentos lisos.
Estes, quando associados a uma superfície pouco porosa dificultam a fixação
de poeiras e micro-organismos conservando, desta forma, mais eficientemente
as características estéticas da fachada.
Os principais problemas constatados com relação à pintura são
apresentados a seguir:
a) Bolhas
b) Crateras
c) Desagregamento
99
torna pulverulento. Esse problema ocorre quando a tinta foi aplicada antes que
o reboco estivesse curado. A carbonatação do reboco se dá pelo processo de
reação do gás carbônico com óxidos metálicos provenientes do próprio reboco
que contém cal. A correção se dá pela raspagem e correção das imperfeições
profundas do reboco com argamassa e, após a cura, aplica-se a base de fundo
com solventes e pintura.
e) Eflorescências
100
f) Enrugamentos
g) Manchas
h) Saponificações
101
Para a correção de pinturas em tinta látex deve-se partir da raspagem e
escovação da superfície, eliminando as partes soltas e mal aderidas, a seguir
aplicando-se fundo a base de solvente de grande resistência à alcalinidade.
Para a correção de pinturas à base de resinas alquídicas deve-se
remover totalmente a tinta com solvente, raspando e lixando, em certos casos
utilizando maçarico quando há dificuldades de partes bem agregadas, e em
seguida aplicam-se duas demãos de fundo a base de solventes com grande
resistência à alcalinidade e repintar.
102
Salienta ainda que os revestimentos sejam muito finos para que se utilize uma
mesma argamassa para quase tudo.
Em Techné (2003), apesar da maior oferta de argamassas e do
compromisso dos fabricantes com a qualidade dos produtos, cada vez mais
trincas e fissuras são visíveis nas edificações. Problemas aparentes nas
fachadas incomodam também no interior dos edifícios. As patologias em
argamassa de assentamento podem ter origem em diversos fatores: tempo
reduzido de execução, falta de preparo da superfície, projetistas, fabricantes de
argamassas, construtoras e aplicadores.
Ainda segundo Techné (2003), a camada única do revestimento
associada com a redução da espessura da camada objetivando a redução dos
custos de produção deixa o revestimento suscetível às movimentações
higrotérmicas da obra e às ondulações de paredes estruturais.
Para Ferreira Neto et al. (2004), as patologias dos revestimentos de
fachada comprometem a imagem da Engenharia e Arquitetura do país, sendo
uma agressão às vistas da população, à integridade das edificações e ferindo o
conceito de habitabilidade, direito básico dos proprietários das unidades
imobiliárias, além da desvalorização natural do imóvel devido aos aspectos
visuais. A base dos revestimentos (alvenaria ou concreto) sem o adequado
acabamento final torna-se vulnerável às infiltrações de água e gases, o que
conseqüentemente conduz a sérias deteriorações no interior dos edifícios,
podendo ser as mesmas de ordem estética ou até mesmo estrutural.
Baseado em estudos Bauer (1987), afirma que as falhas podem ser
causadas por deficiências de projeto; por desconhecimento das características
dos materiais empregados ou emprego de materiais inadequados; por erros no
proporcionamento da mistura; por má aplicação do revestimento; por estarem
em desacordo com as normas técnicas; e por fatores externos ao revestimento.
Cincotto e Barros (1988) classificam as patologias em argamassa, da
seguinte forma:
103
patológicos podem se apresentar a partir de fatores externos aos revestimentos
ou a partir da má seleção de materiais, mistura e ou aplicação derivando em
problemas nas paredes. Neste sentido, na pintura fissurada, destacando a
argamassa do reboco de forma parcial ou total, tem-se como conseqüência à
formação de manchas de umidade e formação de eflorescência e vesículas.
Existem alguns fatores que devem ser levados em consideração:
a) Agregados
b) Cimento
c) Cal
d) Traço
104
Traços ricos em cimento são as causas descritas como sendo as
responsáveis pelas grandes retrações dos revestimentos. Assim como em
argamassas magras não há resistência de aderência, provocando
descolamento e desagregação.
a) Manchas
Eflorescências
b) Vesículas
105
c) Perda de aderência – desagregação
d) Descolamentos
106
como um todo. Movimentações provocadas por variações térmicas e de
umidade; atuação de sobrecargas ou concentração de tensões, deformações
excessivas das estruturas, recalques diferenciados das fundações, retração de
produtos à base de ligantes hidráulicos e alterações químicas de materiais de
construção (THOMAZ, 1989).
Segundo o autor também há preocupação no diagnóstico dos
mecanismos de fissuras para orientar decisões de recuperação de
componentes, assim como a adoção de medidas preventivas a partir da
elaboração de projetos e especificação e controle de materiais e serviços.
Neste contexto há preocupação no diagnóstico dos mecanismos de
fissuras para orientar decisões de recuperação de componentes, assim como,
a adoção de medidas preventivas a partir da elaboração de projetos e
especificação e controle de materiais e serviços.
Para evitar fissuras nas junções da alvenaria com estruturas de
concreto, colocam-se telas de aço galvanizado e fibra de vidro antes da
aplicação de argamassa de emboço.
Para Padaratz (1991), as fissuras possuem origem em diversos fatores
tais como; movimentações térmicas, retração do concreto, recalque das
fundações, defeitos de projeto e de execução.
Para revestimentos com espessura superior a 4 cm recomenda-se a
utilização de tela fixada com pinos à base, cravados com pistola apropriada,
com espaçamento de 40cm.
Para Morales (1996), a causa desta manifestação de fissuração de
revestimento de argamassas de fachada se deve predominantemente pelo uso
de areia excessivamente fina como módulos de finura inferior a 1,8 e alto teor
de material fino na composição da argamassa de revestimento. Manifesta-se
desagradável sob o aspecto estético, como também de forma lenta e
progressiva afeta a pintura, o reboco e o emboço aumentando a ocorrência de
infiltrações e de percolação de água da chuva através das paredes de
vedação.
Em experiências cientificas o autor propõe um método de estucagem
das patologias onde aplica um traço com 30% de resina e 5% de água em
relação à massa do primeiro, este produto tem a capacidade de absorver os
efeitos de retração e expansão térmica sofridas ciclicamente pelo material
107
neutralizando. Essas tensões são responsáveis pela reincidência após certo
intervalo de tempo de execução do reparo das fissuras.
Ocorre por desagregação espontânea, com o esfarelamento da
argamassa, devido à falta e carbonatação da cal existente na argamassa,
principalmente quando se aplica pintura em intervalos de tempo pequenos,
após a execução do reboco.
Também quando se substitui a cal por material que não apresente
propriedades pozolânicas, as quais propiciam a plasticidade à mistura, quando
da cura ocorrem tensões de tração provocando a desagregação da argamassa.
O uso de argamassas com aglomerantes hidráulicos e com pouca água
para a hidratação deste aglomerante provoca a friabilidade, que também é
estimulada pela utilização de argamassa semi - pronta ou utilizadas com data
de validade vencida.
a) Destacamento
108
orgânicos, tipo desmoldante, o que fecha os poros do substrato e impede a
penetração da nata de cimento, ou até mesmo a ausência de rugosidade do
substrato.
b) Eflorescência
109
sem porosidade, uso de desmoldante de forma quando da concretagem, entre
outros fatores. A terapia mais utilizada e recomendada para os casos de
descolamento é a renovação do revestimento.
A perda de aderência é considerada por Simões et al. (1998), como a
ruptura entre a interface dos componentes e pode ter origem em diversos
fatores tais como: fluência da estrutura de concreto armado, variações
higrotérmicas e de temperatura.
e) Deterioração do rejunte
110
3.2.2.4 Patologias em Alvenaria
111
b. Fissuras ocasionadas pela presença de aberturas devido à
excessiva deformação de vigas e lajes.
112
FIGURA 26 – Deformação da estrutura.
(Thomaz, 1995)
113
FIGURA 28 – Fissura no topo do edifício.
(Thomaz, 1995)
114
h. Fissura provocada pela retração da alvenaria em secção
enfraquecida pela presença de tubulação.
3.3 Manutenção
115
Estudos realizados pelo Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da
Arquitetura e Urbanismo - NUTAU4 e Fundação para Pesquisa Ambiental -
FUPAM5 (1999) em edifícios de até cinco pavimentos demonstraram que do
ponto de vista técnico, as fachadas de todos os blocos avaliados apresentaram
diversos problemas. Tais problemas são originários de deficiências de projeto,
como é o caso das pingadeiras e dos pinos de fixação das janelas nas
fachadas; e de construção, como é o caso do traço da argamassa que
provavelmente sofreu sérias alterações durante a etapa de obra, e finalmente
do uso e da manutenção. Sintetizando, as fachadas apresentam problemas
técnicos de projeto, de execução, de uso e operação.
116208
4
NUTAU - Núcleo de Pesquisa em Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo: criado em 1992
para estimular a pesquisa da tecnologia da arquitetura, da construção e do urbanismo.
5
FUPAM - Fundação para a Pesquisa Ambiental, criada em 1977 para apoiar a pesquisa e a
educação em arquitetura e urbanismo e mantém estreito relacionamento com a Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da USP.
116
abrasivas. No entanto, diversos autores recomendam que esta limpeza
seja feita com água, que tem a função de amortecer a colisão das
partículas abrasivas com o revestimento, diminuindo os danos.
• A limpeza química consiste na utilização de produtos químicos tais
como: sabão, detergentes, solventes orgânicos, ácidos e bases
auxiliando a água na remoção de sujeiras.
Para Resende e Medeiros (2004), além da existência da norma NBR
(5674) norteando os diversos métodos de limpeza, deve haver alguns
procedimentos essenciais para a limpeza dos revestimentos tais como:
segurança e saúde dos operários e usuários dos edifícios vizinhos,
equipamentos adequados de acesso às fachadas, identificação dos
componentes do revestimento, grau de deterioração e de sujeiras, materiais,
técnicas e equipamentos apropriados para cada tipo de limpeza.
117
superfície exposta ao exterior, não só pelo maior custo de construção, mas
também pelos custos de manutenção e uso. Os planos exteriores de
construção sofrerão a agressividade do clima, do meio ambiente, devendo
estar preparados para conservar através do tempo as qualidades que garantam
a segurança e habitabilidade do edifício.
Cada uma das decisões adotadas pelo arquiteto em seu projeto
significa uma opção para solucionar um ou vários aspectos da obra. São
decisões que de alguma maneira condicionam o comportamento e o
desempenho do todo o edifício, tanto econômico como funcional (MASCARÓ,
1985).
Deste modo, os custos dos edifícios variam substancialmente em
função de sua compacidade, ou seja, da quantidade de paredes necessárias
para envolver diversas formas geométricas da planta de um edifício como
mostra o Gráfico 1.
(Mascaró, 1985).
Ainda para Mascaró (1985), além dos custos dos planos horizontais e
verticais, também há os custos com as instalações que compreendem 25% e o
canteiro de obras 5%. Nos planos verticais é possível ter inúmeras alternativas
118
de variações de desenho como de aplicação de materiais, sabendo-se que o
custo das paredes externas é de uma a duas vezes mais caro que as paredes
internas. Neste sentido, as reduções de áreas não são reduzidas
proporcionalmente aos custos de produção da edificação, portanto o problema
não é só de metros quadrados construídos, mas também, da forma como são
desenhadas essas superfícies, o problema da quantidade versus a qualidade
do projeto não é só dos materiais.
Bem lembrado por Mascaró (1985), os preceitos de análises dos custos
das decisões arquitetônicos nos projetos, não são conhecidos pelo arquiteto,
mesmo sendo o fator custo diretriz básica definida pela comercialização.
119
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA
PESQUISA
D
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G
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120 111
100 96
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80
60
40
26
20 13 13
9 7
2
0
4p 5p 6p 7p 8p 9p 10p >11
qua ntidade de pa vimentos
122
g. Pinturas;
h. Acabamentos Peitoris;
i. Caixilharia;
j. Vidraçaria;
k. Rufos, algerozes;
l. Pingadeiras.
Para facilitar a vistoria de levantamento do campo a ser estudado,
foram estabelecidos pontos pré-determinados de análise constantes na figura
31.
A
L
A1
RESERVATÓRIO
B
J J1
B1 J2
LAJE COBERTURA
H J3
C I J4
L
D D1
D2
D3
D4
F
FRONTEIRA G G1
FACHADA G2
G3
LAJE TÉRREO E G4
SOLO
123
QUADRO 1 - roteiro para levantamento de dados nos edifícios
Avaliação da patologia na interface Intervenção manutenção Não Sim t6= Tipo7:
Nome do edifício: _______________________número____ número de andares ___, idade do edifício ___.
cobertura Terraço Inclinada t.fibrociment t. barro t. metálica outro
Nº da fachada pelo total delas_________tipo de inspeção ( ) int. ( ) ext. Pesq. campo ( ) sol, ( )nublado, ( ) chuva
1) Orientação solar da fachada E NE N NO O SO S SE
2) Numero de patologia neste ponto ao longo desta fachada8,9. ___________ pontual generalizada
3) tipo de esquadrias no ponto G1 G2 G3 G4 Tipo de peitoril no ponto J11 J1 J2 J3 J4
Pingadeira não sim Metálic Granito Ardósia Mat.cerâmico
4) Revest. de Tinta acrílica textura grafiato cerâmica Pastilha cerâmica
5) Nº de sacada na fachada Nº de floreira na fachada Dren. ext12 Dren. int13 s/ dren14
6)Consta solução construtiva no projeto original ou as built? Sim Não
Foto fachada frontal Interfaces de análise Planta do edifício
Nota: as chuvas predominantes da cidade de Pato Branco PR são no sentido SO- sudoeste para NE-
nordeste, fonte: SIMEPAR - PR 2005.
124208
6
t= tempo em meses que foi realizada a manutenção
7
Informação obtida junto ao síndico.
8
Para cada tipo – fissura, corrosão, etc. – de patologia constata numa fachada será elaborado um levantamento com este roteiro.
9
A caracterização de patologia é compreendida pelo pesquisador conforme a perda de desempenho do produto ou componente em
relação aos requisitos e critérios estabelecidos.
10
G1-esquadria alinhada pelo lado interno da parede com pingadeira; G2-esquadria alinhada pelo lado interno da parede sem
pingadeira; G3-esquadria alinhada pelo centro da parede com pingadeira; G4--esquadria alinhada pelo centro da parede sem
pingadeira. D1-interface entre tijolos e argamassa; D2 - alvenaria e reboco; D3 – reboco e pintura; D4 – outros.
11
Elemento estrutural do peitoril: J1-alvenaria, J2 –alumínio, J3 –madeira, J4 – metálica,
12
Escoamento de águas pluviais através de cano saliente na fachada - tipo pingadeira
13
Escoamento de águas pluviais através de tubo de queda pluvial embutido nas alvenarias – não está aparente
14
Não há escoamento de águas pluviais na sacada por meio de pingadeiras ou dutos pluviais: as águas são lançadas na fachada.
124
Faz-se necessário destacar que neste estudo não estão sendo
consideradas às relações de interdependência que as instalações hidráulicas e
elétricas poderão ter com a durabilidade das fachadas por serem consideradas
em desenvolvimento de projetos complementares.
125
O roteiro elaborado para detectar informações para a pesquisa
resultante no quadro 1, consistiu em uma análise meticulosa das fachadas dos
edifícios pesquisados com o intuito de identificar e analisar todas as
manifestações patológicas apresentadas.
Neste segmento estão inclusos no processo fachadas revestidas com
os mais variados elementos (tinta acrílica, textura, grafiato, cerâmica, e pastilha
cerâmica). Nas vistorias também foram observadas todas as posições do sol
com relação às fachadas, levando-se em conta os pontos cardeais e colaterais
e todos os elementos que pudessem ter causado manifestações patológicas.
Pode-se dizer que o método observacional é o início de toda pesquisa
científica. Este método fundamenta-se em procedimentos de natureza
sensorial, como produto do processo em que se empenha o pesquisador no
mundo dos fenômenos empíricos (FACHIM, 2005). Neste contexto segundo
Lichtenstein (1985) é essencial que o pesquisador utilize os cinco sentidos
humanos, neste caso, em especial a visão, aliados aos equipamentos
disponíveis.
A observação, sob o aspecto dessa pesquisa foi essencial, pois
auxiliou na coleta de dados, complementando informações que não estão
inclusas no roteiro do levantamento de dados dos edifícios.
126
Marconi e Lakatos (2001), este tipo de entrevista segue um roteiro
preestabelecido. A conversação foi efetuada face a face. Coube a eles relatar
as etapas envolvidas no projeto, a fundação, a superestrutura, as vedações, os
revestimentos, as instalações, entre outros, ou seja, mencionar os processos
envolvidos com a durabilidade do edifício.
A coleta de dados com os síndicos também se deu sob a forma de
entrevista estruturada (Apêndice -2) através dela procurou-se obter os mais
variados dados como: características dos edifícios, tipos de observações
patológicas observadas nas fachadas, conseqüências causadas pelos
problemas, datas de manutenções feitas no edifício, entre outras informações.
127
Os resultados obtidos nestes estudos de caso foram expostos e
discutidos no capítulo 05 desta dissertação e, aliados à revisão de literatura
apresentada nos capítulos 02 e 03, fornecem conclusões importantes para a
proposição de recomendações de projeto pretendidas.
128
na pintura, diversos tipos de patologias num único metro quadrado de área
afetada, o que diferem entre si são as gravidades com que cada patologia age
sobre as fachadas, os componentes afetados, a localização em face das
dificuldades de acesso, a realização dos reparos e que, por conseqüência,
levam a custos distintos.
As áreas previstas para a recuperação de revestimentos de argamassa
foram estimadas em 15 centímetros de cada lado das fissuras, trincas,
rachaduras e demais patologias, pelo comprimento total da manifestação.
Tais correções e reparos podem ser obtidos por emprego de telas
soldadas descritas por Medeiros e Franco (1999), que contemplam a interface
de parede-estrutura, parede-parede e componente-parede.
129
5 RESULTADOS E ANÁLISES
131
OE O OE O
RA PD
I Ã PD
I Ã RA
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A A
estudos de caso foi definida a partir do objetivo geral desta pesquisa, deste
Caracterização da tipologia construtivas dos
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QUADRO 2 – Caracterização do sistema e subsistemas construtivos das fachadas
Tipologia dos componentes do Ed.1 Ed.2 Ed.3 Ed.4 Ed.5 Ed.6 Ed.7 Ed.8
edifício
Idade dos edifícios (em anos) 8 8 8 6 6 7 8 6
Número de pavimentos 5 4 4 4 4 4 4 4
Estrutura de concreto armado X X X X X X X X
Alvenaria de vedação X X X X X X X X
Esquadrias de alumínio X X X X X X X X
Sem sacadas - X X X X - - -
Com sacadas - peitoris de alvenaria, X - - - - - - -
h= 90 cm.
Com sacada - peitoris de ferro, h = - - - - - X X X
100 cm.
Pingadeiras das sacadas com X - - - - - - -
cerâmica
Peitoris das janelas sem pingadeiras. X X X X X X X X
Peitoris das janelas com pingadeiras - - - - - X X X
de granito nos peitoris.
Muros e paredes sem rufos e cimalhas X X X X X X X X
Muros e paredes com pingadeiras de - - - - X X X X
granito.
Telhados em fibrocimento embutidos X X X X X X X X
na platibanda
Terraço na laje de cobertura do X X - - - - X -
pavimento térreo
Terraço na laje de cobertura do último X X X - - - - -
pavimento
Tipo de pintura predominante nas T.A.15 T.A. T.A. T.A. T.A. T.A. T.A. T.A.
fachadas
133208
15
T.A. pintura com textura acrílica.
133
lateral, por haver necessidade de acessar os lotes adjacentes, ou por vezes já
havia edificações e era necessário acessá-las.
Outras limitações ficam por conta de dificuldades de obter critérios
técnicos dos revestimentos das pinturas e argamassas de revestimentos
aplicadas, assim só foram reconhecidas as características observadas pela
visão do observador.
134
• Em 50% dos edifícios houve percepções de que em trincas e
rachaduras a presença de umidade ampliava o problema
patológico.
135
FOTOGRAFIA 1 – Recuperação da patologia causada pela dilatação térmica da laje de
cobertura.
136
Os procedimentos corretivos foram: refazer o revestimento do emboço
entre a laje e a parede conforme visto na fotografia 2 e pintura com emulsão
asfáltica da laje do terraço. Este procedimento foi repetido no edifício 2, onde a
laje de cobertura das lojas do pavimento térreo apresentavam as mesmas
características patológicas.
137
por Cincotto (1988) como fissuras mapeadas, por se apresentarem
de forma variada e se distribuírem por toda a superfície.
Edifício 6 :
• Nesta edificação não houve até o momento da pesquisa, segundo o
sindico, proprietário do edifício, qualquer procedimento de
manutenção, no entanto, foram listadas por ele durante a entrevista,
diversas necessidades de reparos que devem ser efetuados em curto
prazo, os quais são coincidentes com as patologias encontradas no
edifício e que estão descritos a partir do item 5.2.
138
FOTOGRAFIA 4 – Sintomas patológicos da fachada sul – Edifício 6
139
FOTOGRAFIA 5 – Fissuras e trincas na fachada sul do Edifício 7
Edifício 8 :
Neste edifício, como no edifício 6, não houve procedimentos de
manutenção, no entanto, foram listados pelo sindico diversos pontos que
sofrerão reparos em face das patologias existentes.
140
A seguir é apresentado um quadro onde se tem percepção da totalidade
de manutenções efetuadas nos edifícios analisados.
141
A aplicação do roteiro de entrevista com os autores dos projetos
apresentou algumas particularidades, a saber:
METODOLOGIA EMPREGADA
Em geral os projetistas arquitetônicos têm noções de durabilidade, mesmo não tendo
conceitos claros sobre o tema, mesmo por que os conceitos sobre este tema são
importados da área de concreto definidos por RILEM.
As tomadas de decisões de projeto sempre foram tomadas isoladamente, quer seja, tanto
para o projeto arquitetônico como nos projetos complementares, sem haver uma
coordenação central de projetos, e para autores como, Silva et al (2003), Tzortzopoulos
(1999) a coordenação é um meio para construtibilidade e esta para a racionalização e
durabilidade.
Não há processos claros de aferições de quando o projeto está concluído e nem como é
priorizado nas decisões de projeto.
Em geral as compatibilizações físico-químico dos materiais e componentes construtivos
são entregues às decisões de obra.
Em geral não é percebida a existência das preocupações de ordem das futuras
intervenções de manutenção e reposição de componentes.
PARTICIPAÇÃO DO PROJETISTA NA EXECUÇÃO DA OBRA
A participação do projetista ficava limitada a participações esporádicas quando havia
empresa construtora, e permanente quando o projetista era responsável pelos processos
executivos, e raramente era requisitada a presença de outro projetista dos subsistemas.
Em geral todos os projetos sofreram algum tipo de modificação do planejamento inicial, em
especial por falta de informações de projeto e especificações.
142
• Projetos arquitetônicos em pranchas grandes de difícil manuseio,
principalmente em obra, com plantas baixas dos diversos
pavimentos, dois a quatros secções de cortes, duas fachadas,
plantas de situação e localização e informações legais. Foram
observadas falhas similares entre eles, tais como:
143
5.1.2.3 As built
144
numérica como estará exposto nos gráficos a seguir, nos dando uma
interpretação parcial do comportamento das patologias, no entanto, somar-se-á
a isto a composição com a área em metros quadrados que elas afetam nos
permitindo compreender melhor a importância que tomará a patologia em
termos de custo e recuperação.
Com as análises de cada tipo de patologia e com o devido diagnóstico e
prognóstico de conduta, têm-se condições de estabelecer a relevância que as
patologias assumem. Para, em seguida, se definirem os procedimentos tanto
de manutenções programadas cíclicas, para restabelecer a queda de
desempenho natural pelo envelhecimento das fachadas, como também para
subsidiar aos projetistas informações que permitam num processo de
planejamento de projeto, de execução de obras e avaliação pós-ocupação do
ambiente de uso, a melhor compreensão dos pontos mais críticos e sensíveis
das fachadas dos edifícios.
Desse modo, possibilita-se a reordenação e acrescentam-se nas
variáveis que influenciam as decisões arquitetônicas de projeto, dados
relevantes relativos à degradação, componentes de fachadas e seus agentes
agressores, de modo que novos projetos sejam sensivelmente melhorados sob
a ótica da durabilidade do conjunto das fachadas.
A seguir apresenta-se na tabela 6, o cenário geral das patologias
diagnosticadas nos edifícios estudados. Apresenta-se a tabela com todos os
edifícios e por cada tipo de manifestação patológica identificada.
Preliminarmente observa-se que há diferenças significativas no número de
patologias de prédio para prédio, mesmo que estes possuam idades
semelhantes. Portanto, os aprofundamentos nos pormenores das interfaces
dos elementos de fachada, e nos detalhamentos, indicam claramente as
causas. E é neste intuito, de compreender estes fenômenos, que foram
investigados 8 edifícios, cada um sistematizado com 4 fachadas e em cada
fachada 13 pontos predeterminados, o que corresponde a 216 pontos
genéricos ou interfaces mapeados, que foram registrados em planilhas do
programa excel.
145
TABELA 6 – Ocorrências das patologias por intensidade e por edifício.
Onde ocorre a Q
patologia edif.1 edif.2 edif.3 edif.4 edif.5 edif.6 edif.7 edif.8 GERAL %
Pintura 1166 1237 1130 911 389 911 566 497 6806 80
Argamassa 205 255 193 180 87 117 115 68 1220 14
Cerâmica 163 49 0 0 0 45 101 44 402 5
Concreto armado 40 28 6 2 76 1
Q GERAL 1534 1581 1323 1091 476 1073 782 609 8504 100
% 18 19 16 13 6 13 9 7 100
Onde ocorre a Q
patologia edif.1 edif.2 edif.3 edif.4 edif.5 edif.6 edif.7 edif.8 GERAL %
Pintura 275 284 257 189 102 320 135 165 1731 70
Argamassa 91 115 85 75 55 53 55 45 573 23
Cerâmica 28 15 0 0 0 15 41 12 111 5
concreto armado 0 23 18 0 0 4 0 2 47 2
Q GERAL 395 436 359 264 158 393 231 223 2461 100
% 16 18 15 11 6 16 9 9 100
146
CENÁRIO GERAL DAS PATOLOGIAS
500
450 436
395 393
QUANTIDADE ( m2 e percentagem) 400
359
350
300
264
área(m2)
250 231 223 %
200
158
150
100
50
16 18 15 11 16 9
6 9
0
edif.1 edif.2 edif.3 edif.4 edif.5 edif.6 edif.7 edif.8
Edifícos analisados
147
CENÁRIO GERAL DAS PATOLOGIAS DIAGNOSTICADAS
9000
8501
7000 6803
6000
val. abs
5000
área(m2)
4000 %
3000
2461
2000 1731
1220
1000
573
402
70 23 111 5 76 47 2 100
0
pintura argamassa cerâmica concreto armado Q GERAL
patologias encontradas
148
5.2.1.1 Freqüência da ocorrência das patologias em
pintura
149
GRÁFICO 5 – Caracterização geral das patologias em pintura nos edifícios
150
PATOLOGIA NA PINTURA POR OCORRÊNCIA EM FACHADA
3000
2500 2381
2000
1000
610
35 22 20 23
0
F-SUL F-NORTE F-LESTE F-OESTE
ORIENTAÇÃO SOLAR DA FACHADA
151
De posse do quadro 1, da metodologia de pesquisa, os dados foram
catalogados, sistematizados e demonstrados no gráfico 7.
GRÁFICO 7 – Patologias pelo local das trinta e duas fachadas dos oito edifícios. (a)
152
• A1 - platibanda – neste ponto as patologias estão concentradas em
manifestações de manchas de bolor por fungos e sujeiras provenientes
da atmosfera, com aspectos de escorrimento no sentido descendente,
especialmente nos edifícios 1, 2 e 3. Isto se deve à presença constante
de umidade e partículas de sujeiras, proveniente da atmosfera,
depositadas sobre o topo das paredes que compõem a platibanda, e
pela ausência de proteção, no topo das mesmas, por cimalhas ou rufos,
que não afastando o fluxo de água das paredes, protegendo-as,
acontece o efeito escorrimento da sujeira no sentido descendente.
• D – corpo das paredes – neste ponto as patologias, em grande parte,
são decorrentes das fissuras e trincas ocasionadas no substrato -
argamassa – que por decorrência acabam por atingir as pinturas
propiciando a infiltração de água. Outro fator relevante observado foi a
grande quantidade de manchas de fungos e sujeiras, provenientes da
atmosfera, impregnados nestas áreas.
• E – encontro das paredes com o solo – esta ocorrência se mostrou mais
significativa nas partes dos edifícios onde há áreas de piso pavimentado
- acesso de veículos e pavimento térreo em pilotis - que por efeito de
respingo das águas das chuvas e de limpeza, como por umidade
proveniente do solo pela capilaridade dos materiais, comprometem as
pinturas quer seja por desbotamento, por impregnação de sujeira sobre
a pintura e manifestações por bolhas e destacamentos pela má
execução dos serviços de impermeabilização das vigas de respaldo.
• G - áreas das alvenarias abaixo da posição das janelas – na parte
inferior das janelas é normal encontrar grandes quantidade de poeira
depositadas, provenientes da atmosfera. Foram observados nos estudos
de caso e representados no gráfico 7, grande intensidade de sujeira
neste locais e que pela ação do fluxo das águas das chuvas,
escorreram nas fachadas, no entanto ao observar o gráfico 8, nota-se
que estão concentradas por representarem 8% da quantidade de
patologias, com isto, é relevante notar na fotografia 4 tal intensidade e
no item b, a seguir os tipos de manifestações.
153
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NA PINTURA AO LONGO DAS FACHADAS
250
215
160
61
55
50
8 9 12 11 8 11
7 8 5 7 6
4 3
0
A A1 B B1 C D E F G H I J L
LOCAIS ANALISADOS
GRÁFICO 8 – Patologias pelo local das trinta e duas fachadas dos oito edifícios. (b)
154
b) Manifestações por tipo de patologias nas fachadas
8000
6803
7000
6000
5000
val. abs.
4000 área(m2)
%
3000
2029
1729
1696
2000
1409
820
1000
593
445
311
257
179
143
137
130
102
100
66
58
59
30
25
18
21
10
16
11
13
12
11
12
7
7
2
0
0
s
as
to
to
AL
f.
as
to
ão
s
la
go
os
ci
ur
ad
en
en
en
er
lh
aç
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cu
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nt
m
un
id
bo
at
am
m
am
ic
pi
sí
sc
.A
al
G
rf
cr
f
ve
ni
on
ac
eg
na
re
po
Q
ov
ru
po
lo
f.t
st
gr
pr
ra
en
as
ef
sa
de
di
sa
su
ira
ch
de
fis
je
an
su
PATOLOGIAS DIAGNOSTICADAS
155
paredes inferiores das esquadrias – peitoris -, assim como nas paredes
inferiores ao topo dos edifícios – platibandas – pois as sujeiras
depositadas nos planos horizontais foram carreadas pelos fluxos de
água da chuva na posição descendente, formando manchas e filetes
escuros escorridos a partir do topo. Cabe ressaltar que as sujeiras
provenientes da atmosfera são mais significativas quanto à densidade
nos edifícios 2, 3, 4 e 5.
156
• Fissuras na pintura: estas fissuras foram constatadas sempre que
houve um processo de fissuras, trincas ou rachaduras no seu substrato,
bem como quando ocorrem de forma isolada apenas neste elemento.
Neste sentido observou-se que quase a totalidade das patologias foi
gerada a partir de patologias do substrato onde, pela ausência de
elasticidade da pintura, houve o surgimento das fissuras por diversas
formas, as quais serão descritas nas patologias por argamassa e
alvenarias.
157
• Manchas por fungos – bolor: as manchas se manifestaram com
grande intensidade nas áreas onde havia a presença de umidade por
capilaridade e ou infiltração, neste sentido, foram as partes dos edifícios
desprovidas de proteções adequadas, como no caso das proximidades
das áreas que sofreram, conforme fotografia 9.
Outros fatores relevantes para o surgimento de sujeiras nas fachadas foram
aplicações inadequadas de revestimento.
a) Rufos
Os pontos de coletas de informações através do quadro 1, identificaram
os pontos A, e B, como sendo os topos das paredes e muretas e que não
foram devidamente protegidos por cimalhas e rufos, resultando em 15%, das
manifestações patológicas na pintura, conforme gráfico 10.
158
PATOLOGIAS EM POR FALTA DE PINGADEIRA OU CIMALHAS
250
200 195
QUANTIDADE (m2 e percentagem)
100
50
7 8 8 11
0
A B G L
LOCAIS DA FALTA DOS COMPONENTES
159
FOTOGRAFIA 10 - Fotografia do edifício 6, fachada sul.
b) Pingadeiras
Os pontos de coletas de informações através do quadro 1, identificaram
os pontos G, e L, como sendo os topos das paredes junto das janelas e
sacadas, e que não foram devidamente protegidas por pingadeiras resultando
em 19% das manifestações patológicas na pintura, conforme gráfico 10.
Ao se observar os projetos – plantas, cortes, e fachadas - e suas
especificações e o cruzamento com as informações obtidas nos edifícios, foi
constatado:
• Em nenhum dos casos houve de forma clara e explícita informações
para que pudessem ser utilizadas na construção, as pingadeiras e
cimalhas.
• Em muitos casos sequer existiam informações gráficas ou escritas sobre
estes componentes.
• Em três edifícios havia pingadeiras executadas nas janelas enquanto
que nos demais nada existia.
160
• As pingadeiras de sacadas, por não haver especificações, foram
improvisadas com cerâmicas, conforme fotografia 11.
c) Instalações hidráulicas
As observações da pesquisa dão conta também que outras patologias
em pintura poderiam ser resolvidas em nível de projeto, caso fossem tomadas
medidas para planejar as instalações hidráulicas de escoamento das águas
pluviais, como é o caso demonstrado na fotografia 12, onde o escoamento das
águas é feito diretamente ao exterior a partir das floreiras, e nas paredes junto
ao térreo, das águas de escoamento das sacadas.
161
FOTOGRAFIA 12 - Fotografia do edifício 8, fachada leste.
162
fossem possíveis de serem classificadas reduzindo a margem de erro.
Este teste se consistiu de:
a. Sem nenhuma distância do pesquisador ao objeto pesquisado
foram efetuadas as medições das dimensões das aberturas
com paquímetro, inclusive com registro fotográfico para
comparações futuras.
b. À distância de cinco metros do mesmo objeto o pesquisador
fez novo registro fotográfico.
c. À distância de dez metros do mesmo objeto o pesquisador fez
novo registro fotográfico.
d. À distância de quinze metros do mesmo objeto o pesquisador
fez novo registro fotográfico.
Assim, uma manifestação patológica quando analisada pela inspeção
visual assume dimensões e formas diferentes a cada distância diferente no
registro fotográfico digital, conforme enquadramento na tabela 8. Além disto,
para os casos duvidosos onde a fotografia não se mostrou confiável ou sem
visibilidade as distâncias dos registros foram reduzidas para aumentar a
precisão das informações.
163
5.2.2.1 Freqüência da ocorrência das patologias nas
argamassas de revestimento.
164
Ao observar a ocorrência das manifestações patológicas nos
revestimentos em argamassa, por orientação solar das fachadas, de acordo
com o gráfico 12, nota-se que a fachada sul com 29% das ocorrências é a mais
afetada.
OCORRÊNCIA DAS PATOLOGIAS EM CADA FACHADA
400
372
QUANTIDADE (valores absolutos, por m2,percentagem)
350
303
300
294
247
250
val. abs
200
área(m2)
166
148 %
150 135
122
100
50
29 26 24
21
0
F-SUL F-NORTE F-LESTE F-OESTE
EDIFÍCIOS ANALISADOS
165
a. Distribuição das patologias no local onde ocorrem ao
longo das fachadas
300
245
250
QUANTIDADE (valores absolutos, por m2)
200
147
146
val. abs.
142
150
133
área(m2)
126
120
%
101
100
75
74
71
68
64
42
41
50
40
38
38
32
29
18
15
13
12
13
12
7
5
6
1
1
1
0
0
0
0
0
A A1 B B1 C D E F G H I J L
PONTOS DE ANÁLISE PREVIAMENTE DEMARCADOS
GRÁFICO 13 – Patologias localizadas nas trinta e duas fachadas dos oito edifícios.
166
Para melhor compreender os dados anteriormente expostos, os mesmos
foram estruturados na tabela 8, assim é possível observá-los fazendo
cruzamento dos dados, ou seja, permitem cruzar tipos de patologias, suas
intensidades e onde ocorrem. Esses dados estão expressos no gráfico 14.
desc.com empolamento
fissuras div. direções
desc. pulverulência
fissuras horizontais
Percentagem (%)
trincas horizontal
zonas estufadas
desc. em placa
gretamento
rachadura
trincas
A 66 12 2 2 0 fenda 0 4 0 0 10 3 100
A1 77 10 2 3 2 3 0 1 0 0 3 100
B 73 7 9 4 1 1 0 1 0 1 1 100
B1 28 32 5 9 5 4 11 1 0 2 2 100
C 24 62 1 8 0 0 1 3 1 0 0 100
D 75 8 11 0 0 2 0 1 0 3 0 100
E 45 3 5 12 7 5 0 10 4 9 0 100
F 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
G 95 0 4 0 0 0 0 0 0 1 0 100
H 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 100
I 62 5 19 10 0 0 0 0 0 0 0 100
J 41 8 13 15 10 0 0 6 5 1 2 100
L 55 32 0 0 3 0 0 0 0 0 10 100
167
todas as patologias no revestimento neste ponto. Também há
manifestações por trincas, rachaduras e fendas, como podem ser visto
na fotografia 13. Essas são as mais preocupantes, pois põem em risco a
segurança dos usuários e provocam problemas decorrentes das
infiltrações de umidade pelas aberturas. A ocorrência da manifestação
dessa patologia é devido a movimentação estrutural por expansão
térmica da laje de cobertura dos edifícios 2 e 3.
168
• G – encontro da janela com a alvenaria – esses locais são regiões de
concentração de tensões nas alvenarias e foi identificado na pesquisa
de campo que em todos os edifícios havia patologias dessa natureza,
conforme mostra a fotografia 14.
169
PATOLOGIA POR TIPO DE OCORRÊNCIA NA ARGAMASSA
700
578
600
500
400
área(m2)
300 %
229
127
200
100
100
53
53
37
27
27
23
21
16
15
10
7
5
4
5
3
2
0
0
s
es
AL
is
as
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da
ur
ac
ci
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zo
om
m
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di
.e
fis
.C
-fi
s
sc
ra
to
sc
de
su
en
de
fis
am
et
gr
TIPO DE PATOLOGIAS
170
considerável a quantidade dessas manifestações formando linha de
fissura num ângulo de 45º.
• Fissuras horizontais: também são relevantes pela forma das
ocorrências e pelas observações de campo sendo todas induzidas a
partir do substrato, principalmente na interface das alvenarias com a
estrutura de concreto armado.
• Rachaduras e fendas: são as mais graves, foram observadas nas
ocorrências do revestimento. Sempre se manifestaram em decorrência
de anomalias na alvenaria ou concreto armado. As rachaduras estão
mais concentradas nos edifícios 1 e 3, enquanto que as fendas no
edifício 2.
171
analisados envolvendo os custos de manutenção e soluções gráficas em nível
de detalhamento construtivo.
250
213
200
QUANTIDADE DE ÁREA (M2)
150
Série1
Série2
100
100
74 71 68
50
35 33 32
0
B B1 C Q TOTAL
PONTOS ANALISADOS
172
TABELA 10 – Incidência patológica por pontos e por tipo de patologia.
desc.c/ empolamento
fissuras div. direções
fissuras horizontais
desc. pulverulência
t rincas horizontais
zonas estufadas
Percentagem
desc. em placa
gretamento
rachadura
trincas
fenda
B 73 7 9 4 1 1 0 1 0 1 1 100
B1 28 32 5 9 5 4 11 1 0 2 2 100
C 24 62 1 8 0 0 1 3 1 0 0 100
% 42 34 5 7 2 2 4 2 0 1 1 100
173
coeficientes diferentes quando sofrem ação dos raios
ultravioletas resultando em diferentes temperaturas nas
superfícies dos materiais, todavia, todos esses materiais
podem fazer parte de um único componente de fachada.
174
b) Vergas e contra vergas
desc. pulverulência
fissuras horizontais
Percentagem (%)
trincas horizontais
zonas estufadas
desc. em placa
empolamento
gretamento
desc.com
rachadura
trincas
fenda
G 95 0 4 0 0 0 0 0 0 1 0 100
175
c) Outras recomendações relativas ao concreto armado,
alvenarias e revestimento de argamassa.
176
As coletas de dados referentes às sacadas foram significativamente
mais dificultosas pelo fato de que o pesquisador teve que retornar diversas
vezes em cada edifício para poder ter acesso às sacadas para coletas de
dados.
As observações no ato da coleta dos dados se limitaram a verificar os
tipos de patologias previamente listados, sem se preocupar com aspectos
estéticos do piso, todavia a cor de revestimento foi um elemento acrescido à
pesquisa posteriormente.
As áreas que compunham as fachadas revestidas com cerâmicas estão
estruturadas conforme a tabela 13.
Quantidade 12 9 14 6 41
Área (m2) 51 47 108 85 290.1
177
PATOLOGIA NAS CERÂMICAS
450
402
400
300
250
val. abs.
área(m2)
200 %
163
150
111
101
100
100
49
45
44
41
37
50
28
25
15
15
14
14
12
11
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
edif.1 edif.2 edif.3 edif.4 edif.5 edif.6 edif.7 edif.8 Q GERAL
EDIFÍCIOS ANALISADOS
178
As informações contidas nos projetos arquitetônicos e nas
especificações descritivas coletadas referentes aos pisos cerâmicos eram:
• Apenas de ordem estética (cor e forma) e do tipo de PEI a ser utilizado.
• Não havia detalhando dos procedimentos construtivos e/ou
especificações das juntas de dessolidarização e juntas de trabalho.
• Em alguns casos havia considerações de que as normas técnicas
deveriam ser consultadas antes da execução dos serviços.
• Não havia menções de restrições ou favoráveis em função da absorção
de água das peças.
• Não havia definição dos tipos de argamassas colantes.
179
6 RECOMENDAÇÕES PARA A DURABILIDADE DAS
FACHADAS A PARTIR DO PROJETO
181
• As técnicas e métodos construtivos a serem empregados para
fazer frente aos materiais especificados;
• Informação entre projetos e produção - Formas de troca e de
quantidade de informações de projetos entre os agentes das
diversas especialidades envolvidas e com estas são
disponibilizadas no canteiro de obras;
• Qualificação de mão de obra, equipamentos e condições de
trabalho;
Num segundo momento, a qualidade na fase de projeto também é
discutida por Silva e Souza (2003), que apontam como meio a gestão do
processo de projeto, e mediante disto, é possível qualificar e responsabilizar
todos os agentes envolvidos neste processo, que deve se iniciar pelo
comprometimento da empresa em gerar produtos e serviços com adequação
ao uso de todos os clientes do processo, assim como, se voltar à satisfação
desses clientes em suas necessidades.
Para autores, tais como Franco (2002, 2004), Maciel e Melhado (1998,
1999), Romero e Simões (1995), Silva et al (2003), há a necessidade de
planejar as fachadas de modo que os componentes de vedação, de
revestimentos de fachadas sejam construídos e que as informações sejam
corretas, e profundamente detalhadas para todos os materiais constituintes, e
para isto, há a necessidade de aplicação dos princípios modernos da qualidade
na elaboração deste projeto, que por sua vez requer um conjunto de
procedimentos nesta etapa, já apontados por Picchi e Agopyan (1993). Esses
procedimentos consistem em: qualificação de produtos e processos,
coordenação de projetos, análise crítica de projetos, qualificação de projetistas,
projetos de produção, planejamento de projetos, controle da qualidade de
projetos, controle de revisões, controle de modificações durante a execução e
projetos em computador (CAD). Diante deste cenário, é relevante e necessário
o aprofundamento destes itens de modo a influenciar positivamente o projeto e
este à qualidade final das fachadas.
182
a) Qualificação de produtos e processos
i. Processos de projetos
183
nesta pesquisa, que evidenciou a grande quantidade de patologias
provenientes por agentes atmosféricos:
• Presença de umidade nas alvenarias – podem ser
eliminadas se o conjunto de detalhes construtivos for
elaborado de modo a afastar das fachadas o fluxo da água
das chuvas.
• Fissuras e trincas nas vedações – podem ser eliminadas
com detalhes construtivos de reforços estruturais nas
interfaces com outros materiais e em torno dos vãos das
esquadrias.
As condições de exposição do edifício ao meio ambiente devem ser
dispostas como variáveis prioritárias quando se trata da durabilidade de
fachadas, portanto, é em relação aos agentes agressivos e formas de
manifestações patológicas que a seleção de produtos e soluções arquitetônicas
deve ser especificada utilizando das relações de causa e efeitos, uma vez que
os requisitos e critérios das exigências dos usuários já foram estabelecidos na
norma ISO 6241 e constam na norma de desempenho de edifícios de até 5
pavimentos da ABNT de 2006.
Além das descrições e especificações construtivas destinadas ao meio
técnico profissional envolvido com a execução da obra, há também a
necessidade de gerar um conjunto de informações de definições de uso,
operação e manutenção das fachadas a fim de manter os desempenhos
previstos na fase de elaboração do projeto.
Conceber o desenvolvimento do produto com uma metodologia que
envolva os projetos arquitetônicos e especificações das fachadas com diversos
níveis de abordagens como: estudo preliminar, projetos legais, anteprojeto, pré-
executivo, executivo e especificações técnicas.
Conceber os projetos arquitetônicos e especificações das fachadas com
foco na durabilidade, sendo que isto significa dizer que a elevação dos custos
quando da execução das fachadas no momento presente, pode ter como
resultado a sensível redução de gastos durante a vida útil da edificação, o que
se traduz em economia. Esta concepção arquitetônica construtiva pode ser
feita a partir de recomendações de matérias, serviços e alternativas de
184
detalhes construtivos reconhecidamente eficientes e que façam parte de um
banco de dados dos projetistas.
A padronização dos procedimentos de projeto é uma das condições para
a melhoria da sua qualidade, isto pode ser obtido por meio da modulação do
projeto e de materiais que atendam a estes requisitos, além de haver
padronização e níveis de abrangência do que é um projeto completo. Um dos
procedimentos para que isto ocorra é a aplicação por parte de órgãos públicos
ou privados de manuais de projeto.
b) Coordenação de projetos
185
tecnologia da informação interagindo em redes de comunicação são elementos
essenciais para o sucesso deste método.
A análise crítica de projetos deve ser efetuada pelo coordenador
apontando necessidade ou não de haver consultorias externas para cada caso.
c) Qualificação de projetistas
186
A qualificação profissional interessa aos diversos clientes envolvidos no
empreendimento:
• Ao empreendedor:
o Na minoração de custos de produção e custos de
recuperação e manutenções futuras cabíveis a empresa
construtora dentro dos prazos legais.
o Aumento de produtividade e redução de desperdícios.
• Ao construtor:
o Pela simplificação ou facilitação no esclarecimento dos
processos construtivos e que evitam trabalhos por
decisões ocasionais e não planejadas.
• Ao usuário:
o Uma vez que anseios dos usuários no campo de projeto
passam por habitações que atendam às demandas de
habitabilidade dos ambientes.
A vinculação dos projetistas no acompanhamento da etapa de execução
dos empreendimentos é salutar na medida em que o há um acompanhamento
daquilo que foi projetado e de como foi executado, avaliando os pontos
positivos e negativos, o que retro alimentará projetos futuros. Logo, a atividade
de projeto não cessa quando se entrega o projeto para obra, visto que há certa
quantidade de imprevisibilidade de ocorrência de fatos novos no período de
execução da obra, assim, com disponibilidade atual de computadores,
softwares e redes de computadores é possível serem atualizados conforme as
alterações que por ventura ocorram na etapa de execução, resultando no
projeto as built ao edifício.
d) Projeto e manutenção
187
A durabilidade em fachadas pode ser prevista na medida do lançamento
do partido arquitetônico, pois a forma do edifício – circular, quadrada,
retangular e outras combinações -, interfere no índice de compacidade do
edifício, logo, isto significada dizer que, edifícios com as mesmas áreas
construídas, mas com formas geométricas diferentes, possuem naturalmente
quantidade de áreas de fachadas diferentes, portanto, as de maiores áreas
podem elevar os custos de produção e manutenção, pelo fato de haver grande
agressividade do meio ambiente externo.
Em nível de detalhe do projeto arquitetônico é possível especificar e
demarcar a fixação de ganchos e insertes de aço inox no topo do edifício para
a instalação de equipamentos – balancins e andaimes - para a operação de
manutenção, tal preocupação desta prática, é prevista em lei sua
obrigatoriedade está assegurada a partir da portaria nº157 de 12 de abril de
2006 do Ministério de Trabalho e Emprego.
Outra prática possível é a especificação de equipamentos metálicos
móveis e adaptáveis nas platibandas para as descidas de balancins e cadeiras
para pintura, assim facilita as operações oferecendo segurança aos operários.
Através dessas práticas, se feitas por meio de compartilhamento de
experiências com empresas que atuam no setor de manutenção, é possível
estabelecer uma série de outros cuidados de projeto que facilitarão as
atividades de manutenção sem comprometer os aspectos estéticos almejados
no edifício.
188
ferramental, pois o potencial de intercâmbio dos softwares é grande, e permite
que os dados de projeto, custo e banco de dados existentes possam ser
cruzados facilitando as decisões, e as revisões.
A ferramenta CAD deve ser especialmente melhor explorada na
elaboração dos elementos gráficos em duas – 2D e em três dimensões - 3D,
isto é fundamental visto o grau de limitações de compreensão dos operários
em obra, além de fundamentar o levantamento de custo dos serviços.
O Desenvolvimento de projetos em três dimensões, 3D, recurso que a
maioria dos programas desenvolvidos para desenhos possui, é um recurso
poderosos para retroalimentar as decisões do projetista e de esclarecimento
das proposições aos proprietários, assim, quanto se tratar de projetos de
fachadas as definições de pequenos elementos poderão ser perfeitamente
compreendidas, exemplo disto, é a proposição feita para a pingadeira de
fachada para eliminar o fluxo de água das chuvas, apresentada na figura 33.
189
termos práticos é possível listar: detalhes de pingadeiras tanto em janelas, topo
de vigas das sacadas e platibandas e detalhes de gradis com excelente
proteção quando compostos por materiais ferruginosos.
Os detalhes arquitetônicos nos edifícios com tipologia de arquitetura
moderna devem ser previstos sob foco técnico que também pode ser
ornamental, sempre procurando afastar os fluxos das águas das chuvas nas
fachadas.
Os materiais de acabamentos devem ser previamente conhecidos e
verificados os seus comportamentos, e de preferência, em uso, ou ainda, se
novos, por certificações técnicas. Isto possibilitará o emprego de novos
materiais de revestimento, pastilhas de vidro, aço inox e cobre etc.
Prever detalhes construtivos nas formas arquitetônicas para proteção do
topo dos reservatórios superiores, topo de peitoris, platibandas, previsão de
detalhes construtivos para permitir a harmonia construtiva com os demais
subsistemas.
i. Detalhes construtivos nas estruturas e
alvenarias de vedação
190
evitando as fissuras verticais e o
mapeamento da estrutura na fachada;
• Ancoragem com tela entre estrutura,
alvenaria e reboco,
• Evitar a transferência de esforços da
estrutura para as alvenarias na posição
de encunhamento.
• Evitar a transferência de esforços
horizontais da laje de cobertura para a
estrutura vertical e em especial para as
alvenarias inferiores. Como também a
proposição de reforços estruturais nos
cantos das platibandas por serem zonas
frágeis e de incidências de patologias em
grandes proporções.
191
CONSIDERAÇÕES FINAIS
192
então antes do material ou componente da edificação atingir o nível mínimo de
desempenho.
Percebeu-se que várias deficiências ocorreram por se tratarem de
detalhes, e em muitos casos não foram tratados com a devida relevância.
Trata-se do desconhecimento ou desinteresse tecnológico, no qual se insere
boa parte da construção civil tradicional no Brasil, inclusive em Pato Branco.
Na maioria das patologias encontradas, observou-se uma certa
negligência por parte dos envolvidos, que acontece exatamente pela falta de
conhecimento específico acerca das características que cercam os materiais e
componentes envolvidos, os procedimentos para a produção e as ações para a
elaboração do projeto.
O importante é compreender a necessidade de se estudar as
manifestações patológicas no sentido de evitar o seu aparecimento no
presente, prevenindo-se para problemas futuros.
Deve-se também levar em consideração a realização da manutenção
rotineira – prevista em projeto-, onde a limpeza de fachadas deve ser vista
como forma de manutenção corretiva, visando impedir o prosseguimento da
deterioração, e necessária para remover causas externas.
É necessária, pois, a existência de projetos que contenham
informações como detalhes construtivos e executivos sempre considerando as
condições de exposição do edifício, bem como as compatibilidades das
interfaces dos materiais.
Acredita-se que é na fase de concepção do projeto que se encontra o
caminho para a melhoria de qualidade das construções e a conseqüente
diminuição dos problemas patológicos.
É necessário, pois, a existência de projetos que contenham
informações como detalhes construtivos e executivos sempre considerando as
condições de exposição do edifício.
É necessário, pois, a existência de projetos que contemplem ainda na
fase de planejamento as variáveis de durabilidade dos materiais, para a partir
disto fazer seleções tecnológicas e de subsistemas construtivos que
contenham informações como detalhes construtivos e executivos sempre
considerando as condições de exposição do edifício.
193
Cabe esclarecer que as recomendações propostas devem ser
adotadas com o intuito de complementar, atualizar e melhorar as técnicas já
consagradas ao longo da história da construção civil. Ressalta-se, porém, a
necessidade de adaptar estas recomendações ao perfil do usuário, às
características do empreendimento e aos recursos disponíveis.
Os objetivos foram plenamente atingidos e pode-se afirmar que há um
vasto campo a ser ainda pesquisado e discutido sobre as patologias e espera-
se que estudos como este, levem a comunidade da construção civil a pensar
de modo diferente sobre o tema estudado.
Conclui-se afirmando que os casos mostrados neste estudo
evidenciaram a necessidade de um programa de prevenção a ser seguido
pelos setores envolvidos no processo: proprietário, projetista, executores,
usuários, e outros que venham a fazer parte do processo, com o objetivo de
minimizar e/ou evitar por completo as manifestações patológicas. Pois, a
abordagem da manutenção dos edifícios confirmou a necessidade da
conscientização por parte de projetistas e construtores de que o edifício não é
apenas constituído pela fase de produção, mas, também, pela fase de uso.
E como sugestões para futuras pesquisas em edifícios construídos com
sistema construtivo tradicional citam-se:
Desenvolvimento de metodologia para estimativas de custos por metro
quadrado de manutenção e recuperação em face de erros de projetos para
cada elemento que compõem a fachada – pintura, emboço, vedações e outros
revestimentos.
Desenvolvimento de detalhamentos arquitetônicos de fachadas com
vistas à durabilidade.
Desenvolvimento de escala de graduação das incidências patológicas
para inspeções visuais.
Desenvolvimento de pesquisa para relacionar a falta de especificações
de projeto com os custos que se fazem necessários durante a vida útil das
fachadas para manutenção e recuperação das fachadas.
194
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
195
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO
(ANTAC). Plano estratégico para ciência, tecnologia e inovação na área de
tecnologia do ambiente construído com ênfase na construção
habitacional. (2002). Disponível em: <http://www.antac.org.br/>. Acesso em
10 de nov. de 2005.
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recomendações. Florianópolis. 1988. p. 157-170. In: Simpósio de
Desempenho de Materiais e Componentes de Construção Civil.
197
FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário da língua portuguesa. São Paulo:
Nova Fronteira, 1986. p. 880.
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BUILDING AND CONSTRUCTION (CIB). 1975.
199
423-430. In: Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 7º,
Florianópolis, 1998. Artigo técnico.
200
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residenciais: o caso das fachadas revestidas com pinturas. São Paulo,
2004. I Conferência Latino-Americana de construção sustentável X Encontro
Nacional de tecnologia do ambiente construído. Disponível em:
<http:www.infohab.org.br>. Acesso em: 09 de abr. de 2006.
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RESENDE, M. M.; MEDEIROS, J. S. Manutenção preventiva de
revestimentos de fachada de edifícios: limpeza de revestimentos
cerâmicos. Boletim Técnico. Departamento de Engenharia de Construção Civil
da USP. São Paulo, 2004. Disponível em: <http:www.infohab.org.br>. Acesso
em: 10 de abr. de 2006.
RIPPER, E. Como evitar erros na construção. São Paulo. Pini 2 ed. 1984.
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SANTOS FILHO, M. L. Patologia das Construções. UTFPR. 2004.
203
TECHNÉ, (2003) argamassa. . Disponível em: <http:www.infohab.org.br>.
Acesso em: 07 de out. de 2005.
204
APÊNDICES
205
APÊNDICE - 01
QUADRO 1 - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS NOS EDIFÍCIOS
16 17
Avaliação da patologia na interface Intervenção manutenção Não Sim t = Tipo :
Nome do edifício: _______________________número____ número de andares ___, idade do edifício ___.
cobertura Terraço Inclinada t.fibrociment t. barro t. metálica outro
Nº da fachada pelo total delas_________tipo de inspeção ( ) int. ( ) ext. Pesq. campo ( ) sol, ( )nublado, ( ) chuva
1) Orientação solar da fachada E NE N NO O SO S SE
2) Numero de patologia neste ponto ao longo desta fachada18,19. pontual generalizada
3) tipo de esquadrias no ponto G1 G2 G3 G4 Tipo de peitoril no ponto J21 J1 J2 J3 J4
Pingadeira não sim Metálic Granito Ardósia Mat.cerâmico
4) Revest. de Tinta acrílica textura grafiato cerâmica Pastilha cerâmica
5) Nº de sacada na fachada Nº de floreira na fachada Dren. ext22 Dren. int23 s/ dren24
6)Consta solução construtiva no projeto original ou as built? Sim Não
1 Foto fachada frontal 2 Interfaces de análise 3 Planta do edifício
As chuvas predominantes da cidade de Pato Branco PR são no sentido SO- sudoeste para NE-
nordeste, fonte: SIMEPAR PR 2005.
206208
16
t= tempo em meses que foi realizada a manutenção
17
Informação obtida junto ao síndico.
18
Para cada tipo – fissura, corrosão, etc. – de patologia constata numa fachada será elaborado um levantamento com este roteiro.
19
A caracterização de patologia é compreendida pelo pesquisador conforme a perda de desempenho do produto ou componente em
relação aos requisitos e critérios estabelecidos.
20
G1-esquadria alinhada pelo lado interno da parede com pingadeira; G2-esquadria alinhada pelo lado interno da parede sem
pingadeira; G3-esquadria alinhada pelo centro da parede com pingadeira; G4--esquadria alinhada pelo centro da parede sem
pingadeira. D1-interface entre tijolos e argamassa; D2 - alvenaria e reboco; D3 – reboco e pintura; D4 – outros.
21
Elemento estrutural do peitoril: J1-alvenaria, J2 –alumínio, J3 –madeira, J4 – metálica,
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Escoamento de águas pluviais através de cano saliente na fachada - tipo pingadeira
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Escoamento de águas pluviais através de tubo de queda pluvial embutido nas alvenarias – não está aparente
24
Não há escoamento de águas pluviais na sacada por meio de pingadeiras ou dutos pluviais: as águas são lançadas na fachada.
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APÊNDICE - 02
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APÊNDICE - 03
II – EXECUÇÃO DA OBRA.
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