Dias Tristes Que Pintei de Azul - Francisco Ramai - No
Dias Tristes Que Pintei de Azul - Francisco Ramai - No
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PINTEI DE AZUL
Francisco Ramai
Direitos autorais © 2024 Francisco Ramai
Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas
reais, vivas ou falecidas, é coincidência e não é intencional por parte do autor.
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação, ou
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou
outro, sem a permissão expressa por escrito da editora.
você me liga de outra cidade. ouço nosso amor em voz robótica. entre os
fios, no espaço, nos satélites, no caminho entre sua boca e meu ouvido está
tudo o que importa nesse mundo.
4.
a melhor coisa de ficar sozinho em casa
é poder chorar bem alto
5.
de vez em quando, revisitar o passado.
não por querer voltar, mas para jamais
desaprender a fugir de lá.
6.
faz três dias que tento chorar e não consigo. ontem encontrei um amigo de
infância que não via há anos. ele estava bêbado e me abraçou do nada. me
pediu perdão e saiu correndo. eu perdoei, mas até agora não sei do quê. só
sei que há algo bonito entre meus pés e o chão do sertão. um coração
branco feito flor de mandacaru. um coração limpo feito um sonho que sai
do papel. um coração renovado. vejo o público cantando as músicas de
J4mpa e penso em Oito Correntes de Victor Xamã. de repente sinto essa
vontade imensa de gritar pro mundo que a vida é azul. são vários tipos de
choros que existem, inclusive esse engolido que me diz que hoje é dia de
ser feliz pra sempre.
7. domingo à tarde