Milho Verde
Milho Verde
Milho Verde
DOCUMENTOS
6
264
DOCUMENTOS 6
Embrapa Cocais
ISSN 2394-8523
264
Embrapa Meio-Norte
ISSN 0104-866X
Editores Técnicos
Embrapa Cocais
São Luís, MA
2020
Embrapa Cocais Comitê Local de Publicações da Unidade Responsável
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Cidadão(SAC) Valdemício Ferreira de Sousa
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1ª impressão (2020): formato digital
Introdução.................................................................... 13
A cultura do milho-verde e sua importância
socioeconômica............................................................ 15
Referências.................................................................. 19
Características ambientais da Baixada Maranhense .. 20
Clima ........................................................................... 20
Solos............................................................................ 21
Referências.................................................................. 24
Preparo e manejo do solo e adubação ....................... 25
Limpeza da área e/ou derrubada da palhada de arroz 25
Amostragem do solo.................................................... 25
Correção do solo.......................................................... 26
Sistema de plantio direto na palhada de arroz............. 26
Sistema de plantio com gradagem............................... 27
Nutrição e adubação.................................................... 27
Adubação de fundação................................................ 28
Adubação de cobertura................................................ 30
Adubação convencional............................................... 31
Fertirrigação................................................................. 33
Referências.................................................................. 38
Cultivares de milho-verde e suas características
agronômicas ................................................................ 39
Características de espigas e grãos.............................. 39
Cultivares..................................................................... 40
Plantio ......................................................................... 40
Densidade e espaçamento........................................... 40
Semeadura................................................................... 42
Referências.................................................................. 43
Manejo de irrigação ..................................................... 44
Necessidade hídrica..................................................... 45
Momento da irrigação .................................................. 46
Turno de rega fixo ....................................................... 46
Turno de rega variável.................................................. 48
Medições do estado da água no solo........................... 48
Medições do estado da água na planta....................... 49
Métodos e sistemas de irrigação ................................. 50
Irrigação por superfície................................................. 50
Irrigação por aspersão................................................. 51
Irrigação localizada...................................................... 51
Irrigação por subsuperfície........................................... 52
Seleção do método e sistema de irrigação.................. 52
Irrigação por gotejamento............................................ 53
Irrigação por aspersão................................................. 56
Irrigação por sulco........................................................ 57
Referências.................................................................. 60
Manejo e controle de plantas invasoras ...................... 61
Controle preventivo...................................................... 62
Condução cultural........................................................ 62
Controle mecânico....................................................... 63
Capina manual............................................................. 63
Capina mecânica.......................................................... 63
Controle químico.......................................................... 64
Aplicação de herbicida em pré-semeadura.................. 66
Aplicação de herbicida em pré-emergência................. 76
Aplicação de herbicida em pós-emergência................ 67
Aplicação de herbicida em jato dirigido........................ 67
Controle de plantas invasoras na cultura do
milho-verde em Arari, Maranhão.................................. 68
Referências.................................................................. 70
Pragas: Identificação, manejo e controle..................... 71
Pragas iniciais ou subterrâneas................................... 73
Lagarta-elasmo............................................................ 73
Lagarta-rosca............................................................... 78
Larva-alfinete, vaquinha, brasileirinho.......................... 80
Pragas da parte aérea da planta.................................. 82
Lagarta-do-cartucho..................................................... 82
Lagarta-dos-capinzais.................................................. 101
Lagarta-das-espigas..................................................... 103
Percevejo-do-milho...................................................... 105
Monitoramento, manejo e controle de pragas.............. 106
Monitoramento de pragas............................................ 106
Manejo de pragas......................................................... 106
Controle de pragas....................................................... 107
Controle biológico......................................................... 108
Controle químico ......................................................... 108
Referências.................................................................. 109
Doenças: ocorrências, manejo e controle.................... 111
Ocorrências e tipos de doenças................................... 111
Mancha de curvularia................................................... 112
Mancha de cercospora ................................................ 113
Helmintosporiose.......................................................... 114
Podridão de colmo....................................................... 115
Ferrugem-comum......................................................... 116
Ferrugem-polissora...................................................... 117
Enfezamentos do milho................................................ 119
Referências.................................................................. 121
Procedimentos de colheita, transporte e
comercialização ......................................................... 123
Colheita........................................................................ 123
Transporte.................................................................... 125
Comercialização........................................................... 126
Aproveitamento das plantas de milho.......................... 127
Referências.................................................................. 128
Análise econômica e custo de produção do milho-verde
irrigado na Baixada Maranhense................................. 129
Componentes metodológicos da avaliação
econômica.................................................................... 129
Análise dos custos da cultura do milho-verde irrigado. 131
Custos de produção do milho-verde irrigado por sulco 131
Custos de produção do milho-verde irrigado
por gotejamento........................................................... 136
Considerações............................................................. 140
Referências.................................................................. 140
13
Introdução
O estado do Maranhão caracteriza-se, de uma maneira geral, por apresentar
vários ambientes naturais, sendo cada um com suas peculiaridades de
solos, água, clima, fauna e flora. A Baixada Maranhense é um desses
ambientes, situada ao norte do estado, constituindo-se um grande complexo
ecológico com muitos rios, lagos, estuários alagáveis e solos agricultáveis.
Nessa região onde predomina a agricultura familiar, cujas principais
culturas são arroz, milho, feijão, mandioca, melancia e cana-de-açúcar.
Entretanto, percebe-se que a região apresenta-se com um sistema de
produção agrícola muito indefinido, com baixo nível tecnológico, com uso
de cultivares não apropriadas e manejo inadequado das culturas. Isso tem
mostrado que providências são necessárias no sentido de oferecer aos
agricultores familiares estratégias e novas alternativas tecnológicas para
sistemas de produção sustentáveis.
Na lógica de buscar novas alternativas para os agricultores familiares, a
partir do desenvolvimento e ajustes de sistemas de produção sustentáveis,
é importante levar em conta ou considerar as condições ambientais, bem
como a cultura local. Os agricultores familiares da Baixada Maranhense
têm a tradição de plantar arroz nas áreas alagáveis no período das chuvas.
Geralmente, após a colheita do arroz, como ainda existe umidade no solo,
essas áreas são plantadas com outras culturas de ciclo curto, como feijão,
melancia, milho-verde, abóbora, melão caipira, entre outras. Essa prática
faz da agricultura familiar regional uma atividade produtiva bem específica.
Entre outras alternativas, o cultivo da melancia em sucessão à cultura
do arroz como atividade geradora de emprego e renda é plenamente
satisfatória e desejável, haja vista que a produção dessa olerícola para
abastecimento do mercado local já é também tradição dos agricultores
familiares. No entanto, a forma de cultivo ainda é bastante empírica, com
aproveitamento das áreas úmidas, à medida que a água dos lagos evapora
e eles secam.
No estado do Maranhão, em especial na Baixada Maranhense, o nível
tecnológico adotado pelos agricultores familiares para o cultivo da melancia
ainda é muito baixo e vem acarretando perdas do rendimento da atividade,
em especial quando o cultivo é realizado sem irrigação apropriada. Verifica-
14 DOCUMENTOS 6 e 264
A história mostra que o cultivo do milho (Zea mays L.) no Brasil data bem
antes da chegada dos europeus. Antes da colonização do Brasil, os índios
já cultivavam e tinham o milho como o principal ingrediente de sua dieta ali-
mentar. Notadamente, com a chegada dos portugueses, o consumo desse
cereal se elevou e novos produtos à base de milho foram incorporados aos
hábitos alimentares dos brasileiros.
Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Projeções do agronegócio:
Brasil 2016/2017 a 2026/2027. 8. ed. Brasília, DF, 2017. 103 p.
CRUZ, J. C.; PEREIRA FILHO, I. A.; PIMENTEL, M. A. G.; COELHO, A. M.; KARAM, D.; CRUZ,
I.; GARCIA, J. C.; MOREIRA, J. A. A.; OLIVEIRA, M. F. de; GONTIJO NETO, M. M.; ALBU-
QUERQUE, P. E. P. de; VIANA, P. A.; MENDES, S. M.; COSTA, R. V. da; ALVARENGA, R.
C.; MATRANGOLO, W. J. R. Produção de milho na agricultura familiar. Sete Lagoas, MG:
Embrapa Milho e Sorgo, 2011. 45 p.
CRUZ, J. C.; MONTEIRO, J. de A.; SANTANA, D. P.; GARCIA, J. C.; BAHIA, F. G. F. T. de C.;
SANS, L. M. A.; PEREIRA FILHO, I. A. (ed.). Recomendações técnicas para o cultivo do
milho. 2. ed. Brasília, DF: EMBRAPA-SPI; Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 1996. 204 p.
PEREIRA FILHO, I. A.; CRUZ, J. C.; GAMA, E. E. G. Cultivares para o consumo verde. In:
PEREIRA FILHO, I. A. (ed.). O cultivo do milho-verde. Brasília, DF: Embrapa, 2002. p.15-28.
TABELA Brasileira de Composição de Alimentos – TACO. 4. ed. rev. e ampl. Campinas, SP:
NEPA: Unicamp, 2011. 161 p.
Características ambientais da Baixada
Maranhense
Clima
No Brasil, o plantio do milho pode ser feito o ano todo, exceto nas regiões
onde ocorrem geadas; todavia o agricultor deverá levar em consideração as
condições climáticas à época de plantio e as alterações no ciclo da cultura
em relação à época da colheita.
Solos
A Baixada Maranhense é uma extensa planície formada por sedimentos
flúvio-marinhos, com cotas altimétricas próximas ao nível do mar. Por essa
característica, os solos predominantes na região apresentam algum grau de
hidromorfismo e são comumente classificados como gleissolos, plintossolos
e vertissolos. O ciclo das chuvas tem influência marcante sobre os indica-
dores químicos de qualidade do solo, com reflexos em todos os agroecos-
sistemas ali existentes, pois a complexidade resultante dos ciclos de seca e
chuvas que se repetem nessas áreas modifica a disponibilidade de nutrien-
tes e aumenta a acidez do solo (Moura, 2004).
22 DOCUMENTOS 6 e 264
Nos solos da Baixada Maranhense, o manejo deve ser adequado para que
os cultivos possam ser econômicos e sustentáveis, em razão das restrições
diversas, como baixa permeabilidade e localização em cotas mais baixas na
paisagem. Esses solos estão sujeitos a inundações e à saturação por água
durante alguns períodos do ano; portanto eles precisam de um manejo bem
criterioso, principalmente em razão das fortes transformações que ocorrem
no meio com a mudança de um ambiente óxico para um anóxico (Silva;
Moura, 2004). Nesses solos, uma característica peculiar é a presença de
alumínio (Al) concomitantemente com cálcio (Ca) e magnésio (Mg), o que
inibe a toxicidade do alumínio para as plantas.
Após a colheita do arroz, ainda com o solo com elevados teores de umidade,
próximos e/ou acima da capacidade de campo, a palha do arroz é derru-
24 DOCUMENTOS 6 e 264
Referencias
BATISTELLA, M.; BOLFE, E. L.; VICENTE, L. E.; VICTORIA, D. de C. (org.). Relatório do
banco de dados do macrozoneamento ecológico econômico do Estado do Maranhão.
Campinas, SP: Embrapa Monitoramento por Satélite; São Luís, MA: Embrapa Cocais, 2013.
124 p. (Embrapa Monitoramento por Satélite. Produto 2).
A área apropriada para o cultivo de milho deverá ter solo de textura mé-
dia, profundo, com boa capacidade interna de drenagem, boa disponibi-
lidade de nutrientes e pH entre 5,5 e 7,0. A topografia deverá ser plana a
semiondulada, proximidade da fonte de água para irrigação e acesso ou
estrada para escoamento da produção. As etapas que constituem o pre-
paro do solo são descritas a seguir.
Nos dois casos, as práticas de uso, manejo e preparo do solo devem ser
iniciadas, quando os teores de umidade estiverem abaixo da capacidade
de campo para facilitar as práticas de derrubada da palhada, aplicação
de corretivos, sulcamento da área para plantio e adubação de fundação.
Amostragem do solo
Existe uma série de recomendações práticas sobre a amostragem do
solo da área a ser plantada, como: separar a área em glebas homogê-
neas, quanto à vegetação, relevo, solo (cor e textura), histórico agríco-
la, drenagem, etc. De modo geral, recomenda-se retirar entre 10 e 20
amostras simples por gleba para formar uma amostra composta; essas
26 DOCUMENTOS 6 e 264
Correção do solo
A correção do pH do solo deverá ser feita, pelos menos, entre 30 e 60
dias antes do plantio. Recomenda-se aplicar calcário dolomítico e adu-
bos de fundação em quantidades suficientes para corrigir o pH do solo
em níveis de 5,5 e 7,0 e elevar os níveis de nutrientes no solo. Essas
quantidades serão definidas pela análise de solo e pelas recomendações
para a cultura do milho (Tabela 1. Capítulo: A cultura do milho-verde e sua
importância socioeconômica. Pág. 17).
Nutrição e adubação
A fertilidade do solo e o fornecimento de nutrientes por meio de adubação
se relacionam diretamente com a produtividade de espigas e de massa
verde do milho. A cultura do milho, segundo Coelho e França (2017), tem
potencial para produtividade de 10 e 70 toneladas por hectare de grãos e
de massa verde, respectivamente, todavia, em média, os agricultores ain-
da obtêm produtividades baixas e irregulares. A fertilidade do solo pode
ser um dos principais fatores para as produtividades baixas, comentam
os autores.
Adubação de fundação
A adubação de fundação deve ser feita entre 30 e 60 dias após a aplicação
do calcário, distribuindo-se os adubos ou fertilizantes nos sulcos de plantio.
Em seguida, faz-se a incorporação misturando-os bem com o solo; depois,
efetua-se o nivelamento da superfície.
Adubação de cobertura
Entre os nutrientes, a importância do nitrogênio e do potássio sobressai, quan-
do o sistema de produção agrícola passa de extrativo, com baixas produtivi-
dades, para uma agricultura intensiva e tecnificada, com o uso de irrigação.
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense 31
Adubação convencional
Na adubação convencional, utilizam-se os macronutrientes nitrogênio (N)
e potássio (K2O) em quantidades de acordo com as doses recomendadas.
Nesse caso, recomenda-se parcelar as doses dos fertilizantes nitrogenados
e potássicos em duas aplicações, obedecendo ao estádio fenológico ou de
desenvolvimento das plantas.
Fertirrigação
A fertirrigação é uma prática de adubação em que os nutrientes são aplica-
dos nos cultivos de forma parcelada, juntamente com a água de irrigação.
A fertirrigação é uma técnica que traduz o uso racional de fertilizantes em
agricultura irrigada, porque aumenta a eficiência de uso do fertilizante, re-
duz a mão de obra e o custo com máquinas, além de flexibilizar a época
de aplicação, podendo-se fracionar as doses recomendadas conforme a
necessidade da cultura (Sousa et al., 2011).
Desde que realizada com critério, a fertirrigação apresenta uma série de
vantagens técnicas e econômicas em relação aos métodos tradicionais
de adubação. Devido ao grande parcelamento, permite manter a fertilida-
de do solo próxima ao nível ótimo durante todo o ciclo da cultura, possi-
bilita ganhos de produtividade e reduz as perdas de nutrientes (Marouelli;
Sousa, 2011).
Qualquer método de irrigação possibilita a aplicação de fertilizantes via
água, todavia os sistemas de irrigação pressurizados, especialmente por
gotejamento, são os mais eficientes. As características da cultura e dos
solos permitem determinar tanto o método ou o sistema de irrigação,
quanto as doses de fertilizantes mais adequadas.
Na irrigação por sulco, não se recomenda a aplicação dos fertilizantes
via água de irrigação, pois a baixa eficiência do sistema eleva as perdas
de nutrientes, influenciando a redução de produtividade e qualidade das
espigas de milho.
É muito importante realizar um manejo adequado da fertirrigação, pois
proporciona o aumento da produtividade das culturas e da qualidade dos
produtos. Portanto a prática correta da fertirrigação deve ter embasamento
técnico-científico, levando-se em consideração todos os fatores principais
que influenciam a fertilidade do solo e a nutrição da cultura. A aplicação de
fertilizantes com base na experiência do produtor e em recomendações ge-
néricas pode levar à má utilização dos nutrientes pela cultura, desequilíbrio
ambiental e prejuízos econômicos para o empreendimento.
Assim, o planejamento e o manejo correto da fertirrigação devem iniciar
com o conhecimento da situação do solo, permitindo a determinação das
doses apropriadas de nutrientes. Para tanto, é necessário conhecer:
34 DOCUMENTOS 6 e 264
Assim:
- Ureia
2,775 × 10 3
CUAI = = 0,368 g / L
(37,5 × 1) + (7.500 × 1)
- Cloreto de potássio
CFAI
CFSI =
ri
ri
- Ureia
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense 37
- Cloreto de potássio
- Ureia
- Cloreto de potássio
g) Tempo de fertirrigação
Assim, como o tempo efetivo para fertirrigação foi definido anteriormente (Tf
= 1,0 hora = 60 minutos), o tempo total da fertirrigação (Ttf) deve ser:
38 DOCUMENTOS 6 e 264
Nesse caso, o injetor de fertilizante deve ser calibrado para aplicar a solu-
ção que está preparada em um recipiente com 75,20 litros em 60 minutos.
Logo a vazão do injetor (qi) deve ser regulada para 37,5 litros por hora.
Referencias
COELHO, A. M.; FRANÇA, G. E. de. Nutrição e adubação do milho. Disponível em: <http://
www.dpv24.iciag.ufu.br>. Acesso em: 28 nov. 2017.
COELHO, A. M.; FRANÇA, G. E. de; PITTA, G. V. E.; ALVES, V. M. C.; HERNANI, L. C. Cul-
tivo do milho: nutrição e adubação. Sete Lagoas, MG: Embrapa Milho e Sorgo, 2002. 12 p.
(Embrapa Milho e Sorgo. Comunicado técnico, 44). Disponível em: <https://www.researchgate.
net/publication/242744073>. Acesso em: 28 nov. 2017.
MAROUELLI, W. A.; SOUSA, V. F. de. Irrigação e fertirrigação. In: SOUSA, V. F. de; MAROU-
ELLI, W. A.; COELHO, E. F.; PINTO, J. M.; COELHO FILHO, M. A. (org.). Irrigação e fertirriga-
ção em fruteiras e hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica; São Luís, MA:
Embrapa Cocais, 2011. p. 23-26.
MELO, F. de B.; CARDOSO, M. J. Nutrição e adubação do milho. In: CARDOSO, M. J.; ATHAY-
DE SOBRINHO, C. (ed.). Milho no Meio-Norte do Brasil: estratégias básicas do manejo.
Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2007. p. 121-148.
PIONER. Pioneer responde: quais os estádios fenológicos do milho? Disponível em: <http://
www.pioneersementes.com.br/milho/pioneer-responde/90/quais-os-estadios-fenologicos-do-
milho>. Acesso em: 11 maio 2018.
SOUSA, V. F. de; COELHO, E. F.; PINTO, J. M.; NOGUEIRA, L. C.; COELHO FILHO, M. A.;
ARAÚJO, A. R. Manejo da fertirrigação em fruteiras e hortaliças. In: SOUSA, V. F. de; MAROU-
ELLI, W. A.; COELHO, E. F.; PINTO, J. M.; COELHO FILHO, M. A. (org.). Irrigação e fertirriga-
ção em fruteiras e hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica; São Luís, MA:
Embrapa Cocais, 2011. p. 317-337.
Existe ainda um grande número de agricultores que vem utilizando para esse
fim as mesmas cultivares de milho destinadas à produção de grãos, porém
esse tipo de milho não satisfaz mercados mais exigentes de milho-verde.
Cultivares
No Brasil foram desenvolvidas dezenas de cultivares de milho, no entanto
são poucas aquelas que têm características para o segmento de mercado
de milho-verde. Nesse aspecto, os híbridos têm atendido às exigências de
mercado. Atualmente, na região de Arari, MA, o híbrido de milho-comum
que mais tem sido utilizado é o ‘Ag 1051’. A Embrapa já disponibilizou qua-
tro híbridos para o mercado de milho-verde: ‘BRS 3046’ (comum), ‘BRS Vivi’
(doce), ‘BRS 402’ Cristal e ‘BRS 400’ (superdoce). Além desses híbridos,
existe também o ‘BM 3061’. Como variedade, a Embrapa dispõe de dois
materiais que apresentam características apropriadas para o mercado de
milho-verde: o ‘BRS 3059’ e ‘BRS 106’.
Plantio
No ato da aquisição da semente, é importante observar a origem, a pureza,
a percentagem de germinação e a data de validade.
Densidade e espaçamento
Embora exista para a cultura do milho vários arranjos de espaçamentos
com alta densidade de plantio, a densidade de semeadura para o milho-
verde não pode ser elevada. A densidade mais adequada fica no máximo
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense 41
Espaçamento Densidade de
(m) plantas
Entre Entre
(N° de planta m-1) (N° de planta ha-1)
linhas plantas
1,00 0,25 4,0 40.000
1,00 0,20 5,0 50.000
0,90 0,20 5,0 55.555
0,90 0,25 4,0 44.444
0,80 0,20 5,0 62.500
0,80 0,25 4,0 50.000
0,80 0,30 3,0* 41.625
*Em uma linha de 100 m de comprimento comportaria 333 plantas x 125 linhas
= 41.625.
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Semeadura
Antes da semeadura ou plantio, deve ser realizada irrigação diária com
tempo de 30 minutos durante 3 a 5 dias. A semeadura deve ser feita em
sulcos, após a adubação de fundação.
Referências
PEREIRA FILHO, I. A.; CRUZ, J. C.; GAMA, E. E. G. e. Cultivares para o consumo verde. In:
PEREIRA FILHO, I. A. (ed.). O cultivo do milho-verde. Brasília, DF: Embrapa, 2002. p. 15-28.
Manejo de irrigação
O milho é uma cultura muito exigente em água, mas também é uma das
mais eficientes no seu uso, isto é, produz grande acúmulo de matéria seca
por unidade de água absorvida.
Necessidade hídrica
Durante todo o ciclo, a cultura do milho pode consumir entre 350 mm e 500
mm de água, a depender da região e da época de plantio, pois é função da
demanda evaporativa ou da evapotranspiração. Essa demanda correspon-
de, em média, a um consumo que varia de 3 mm a 6 mm por dia (Pereira
Filho et al., 2011).
(1)
Momento da irrigação
No manejo da irrigação, a questão “quando irrigar” diz respeito ao momento
em que a irrigação deve ser feita. Esse momento pode ser definido, adotan-
do-se a aplicação de água com turno de rega fixo ou variável.
(2)
(3)
As medidas do teor de água no solo podem ser feitas por meio da deter-
minação gravimétrica do teor de umidade no solo, utilizando-se medidores
diretos de umidade [sonda de nêutrons, reflectometria no domínio do tempo
(TDR)] ou medidores indiretos de umidade, como blocos de resistência elé-
trica, tensiômetros e irrigas.
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense 49
Entre esses, o tensiômetro vem sendo utilizado por agricultores que adotam
manejo de irrigação de forma adequada.
Irrigação localizada
O método de irrigação localizada é composto pelos sistemas de irrigação
por microaspersão e por gotejamento, por tubos porosos, por jato pulsan-
te e cápsulas porosas. O sistema por gotejamento pode ser superficial e
subsuperficial. Ambos os sistemas de irrigação localizada são adaptáveis
para qualquer gradiente do relevo, para qualquer velocidade de infiltração
básica, para todas as culturas (sistema mais adequado para conviver com
problemas de salinidade) e para locais com qualquer condição de ventos.
1) mão de obra;
3) requerimento de energia;
O milho pode ser irrigado por qualquer método e sistema de irrigação. Con-
tudo, na escolha do método, recomenda-se considerar fatores que interfe-
rem na produtividade e no lucro final. Para melhor orientar na seleção do
método/sistema de irrigação, a seguir são apresentadas as principais carac-
terísticas, vantagens e limitações dos sistemas de irrigação.
Nos experimentos realizados em Arari, MA, nos anos de 2015 e 2016, foi
utilizado sistema de irrigação por gotejamento (tubo gotejador de polie-
tileno com diâmetro de 16 mm, emissores espaçados a 0,20 m e vazão
nominal de 1,6 litros por hora). A distribuição de água permitiu a formação
de uma faixa molhada contínua capaz de atender às necessidades hídri-
cas do milho em todo seu ciclo. A Figura 1 permite ter uma visualização
do sistema de irrigação por gotejamento na cultura de milho-verde em
experimento conduzido em Arari, MA. Assim, ao escolher o sistema de ir-
rigação por gotejamento para irrigar o milho-verde na Baixada Maranhen-
se, pode-se utilizar tubo gotejador com emissores espaçados de 0,20 m e
vazão entre 1,5 e 2,0 litros por hora.
2) equipamentos simples;
Referências
ANDRADE, C. de L. T.; BRITO, R. A. L. Métodos de irrigação. In: CRUZ, J. C. (ed.). Milho. Brasília,
DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.
br/gestor/milho/arvore/CONTAG01_ 72_16820051120.html >. Acesso em: 08 maio 2018.
PEREIRA FILHO, I. A.; CRUZ, J. C.; SILVA, A. R. da; COSTA, R. V. da; CRUZ, I. Milho-verde.
Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.
embrapa.br/gestor/milho/arvore/ CONT000fy779fnk02wx5ok0pvo4k3c1v9rbg.html>. Acesso em: 31
ago. 2017.
SOUSA, V. F. de; PINTO, J. M.; MAROUELLI, W. A.; COELHO, E. F.; MEDEIROS, J. F.; SANTOS,
F. J. S. Irrigação e fertirrigação na cultura do melão. In: SOUSA, V. F. de; MAROUELLI, W. A.; COE-
LHO, E. F.; PINTO, J. M.; COELHO FILHO, M. A. (org.). Irrigação e fertirrigação em fruteiras e
hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. p. 657-687.
Manejo e controle de plantas invasoras
Controle Preventivo
A importância do método de controle preventivo de plantas invasoras está
na premissa de evitar a entrada dessas plantas na lavoura, bem como o
estabelecimento e a disseminação de novas espécies de plantas invasoras
na área cultivada.
Controle cultural
Esse método consiste na utilização das características da cultura e do meio
ambiente que aumentem a capacidade competitiva das plantas de milho-
verde, favorecendo seu crescimento e desenvolvimento. O controle cultural
normalmente é utilizado pelos agricultores, sem que tenham a noção de
estarem aplicando mais uma técnica de manejo de plantas invasoras.
Controle mecânico
Capina manual
A capina manual é um método tradicional amplamente utilizado em peque-
nas propriedades e em pequenas áreas cultivadas. Essa prática é realizada
com enxadas e, dependendo do local, da época e do sistema de plantio,
geralmente os agricultores fazem duas a três capinas durante os primeiros
20 a 40 dias da germinação. A partir daí, o crescimento do milho contribuirá
para a redução das condições favoráveis à germinação e ao desenvolvi-
mento de plantas invasoras.
Capina mecânica
A capina mecânica por meio do cultivador, tracionado por animais ou trato-
res, ainda é considerada o sistema mais utilizado no Brasil.
Controle químico
O método de controle químico de plantas invasoras consiste na utiliza-
ção de herbicidas registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA). A seleção de um herbicida deve ser baseada nas
espécies de plantas presentes na área a ser tratada, bem como nas carac-
terísticas físico-químicas dos produtos. As alternativas de herbicidas para
o controle de plantas invasoras na cultura do milho-verde estão apresenta-
das na Tabela 1.
Figura 1. Cobertura morta com palhada de arroz feita com uso de herbicida no culti-
vo de milho-verde em irrigação por gotejamento e por sulco.
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense 67
Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Coordenação Geral de Agro-
tóxicos. AGROFIT: sistema de agrotóxicos fitossanitários. Brasília, DF, 2003. Disponível em:
<http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/ principal_agrofit_cons>. Acesso em: 08 jan. 2018.
CARDOSO, M. J.; BASTOS, E. A. Plantas daninhas. In: CARDOSO, M. J.; ATHAYDE SO-
BRINHO, C. (ed.). Milho no Meio-Norte do Brasil: estratégias básicas do manejo. Teresina:
Embrapa Meio-Norte, 2007. p. 149-162.
SILVA, A. A.; VARGAS, L.; FERREIRA, E. A. Herbicidas: resistência de Plantas. In: SILVA, A. A.
da; SILVA, J. F. da (ed.). Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa, MG: UFV, 2007.
Cap. 7, p. 279-324.
Pragas: Identificação, manejo e controle
De acordo com Pereira Filho et al. (2011), basicamente as pragas que ata-
cam a cultura do milho-verde são as mesmas que atacam o milho comum.
72 DOCUMENTOS 6 e 264
Pragas
Item Parte da planta atacada
Nome comum Nome científico
Pragas iniciais ou subterrâneas
Elasmopalpus
1 Lagarta-elasmo Base do colmo
lignosellus
Sementes, hastes e folhas
2 Lagarta-rosca Agrotis ípsilon
próximas do solo
Larva-alfinete, Diabrotica Raízes e
3
Vaquinha speciosa folhas
Pragas da parte aérea da planta
Lagarta-do- Spodoptera f Folhas, cartucho, pendão e
1
cartucho rugiperda espigas
Curuquerê-dos-
2 Mocis latipes Folhas
capinzais
Lagarta-da-
3 Helicoverpa zea Colmo e espiga
espiga
Percevejo-do- Leptoglossus
4 Espigas
milho zonatus
Fonte: Cruz et al. (1996); Viana et al. (2002); Silva e Athayde Sobrinho (2007).
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense 73
Continua...
76
Tabela 1. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo químico Dose Carência Classe
comercial ativo (dias) toxicológica
Cruiser 600 FS Tiametoxan Neonicotinoide 230-350 ml/100 kg (*) IV
de sementes
Cruiser 700 WS Tiametoxan Neonicotinoide 300 g/100 kg (*) III
de sementes
Dermacor Clorantranili- Antranilamida 48 ml/60.000 (*) IV
prole sementes
Fenix Carbosulfano Metilcarbamato de 2,4-2,8 L/100 kg de (*) II
Benzofuranila sementes
Fipronil Nortox Fipronil Pirazol 150-200 ml/100 kg (*) II
de sementes
Fipronil Nortox TS Fipronil Pirazol 50-200 ml/100 kg (*) II
de sementes
Fortenza 600 FS Ciantraniliprole Antranilamida 350 ml/100 kg (*) II
de sementes
Futur 300 Tiodicarbe Metilcarbamato de 2 L/100 kg de (*) I
oxima sementes
LLorsban 480BR Clorpirifós Organofosforado 1 L/ha 21 I
Maestro Fipronil Pirazol 80-100 ml/ quanti- (*) III
dade semente/ha
Pontiac 350 SC Tiodicarbe Metilcarbamato de 2 L/100 kg de se- (*) I
oxima mentes
DOCUMENTOS 6 e 264
Continua...
Tabela 1. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo químico Dose Carência Classe
comercial ativo (dias) toxicológica
Saddler 350 SC Tiodicarbe Metilcarbamato de 2 L/100 kg de (*) I
oxima sementes
Semevin 350 Tiodicarbe Metilcarbamato 2 L/100 kg de (*) I
de oxima sementes
Shelter Fipronil Pirazol 50-200 ml/quanti- (*) II
dade semente/ha
Source Fipronil Pirazol 50-200 ml/quanti- (*) II
dade semente/ha
Standak Fipronil Pirazol 50-200 ml/quanti- (*) II
dade semente/ha
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense
A lagarta de A. ipsilon (Figura 3), de acordo com Zucchi et al. (1993), mede
em torno de 45 mm, apresenta coloração marrom-acinzentada, robusta,
com tubérculos pretos em cada segmento e cabeça lisa de coloração mar-
rom-clara. O adulto é uma mariposa, que, segundo os mesmos autores,
mede 40 mm de envergadura, apresenta asa anterior de coloração marrom
e posterior branca hialina com o bordo lateral acinzentado.
O controle dos adultos pode ser feito com pulverizações de inseticidas nas
folhas, com o jato dirigido para o cartucho, onde se encontram as folhas mais
novas e preferidas pela praga.
Tabela 4. Inseticidas químicos registrados no MAPA para controle da larva-arame Diabrotica speciosa na cultura do milho.
Marca Ingrediente Grupo Dose Carência Classe
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Astro Clorpirifós Organofosforado 2,6 L/ha 21 I
Barão Fipronil Pirazol 100 g/ha (*) I
Boiadeiro 800 WG Fipronil Pirazol 100 g/ha (*) I
Capture 400 EC Bifentrina Piretroide 75 ml/ha (*) II
Comboio Fipronil Pirazol 100 g/ha (*) I
Couter 150 G Terbufós Organofosforado 13 kg/ha (*) I
Fipronil Nortox 800 WG Fipronil Pirazol 100 g/ha (*) I
Fipronil 80 WG Gharda Fipronil Pirazol 100 g/ha (*) II
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense
Uma fêmea põe cerca de 2 mil ovos, aproximadamente 200 por postura, os
quais são colocados em massas recobertas por pelos da própria mariposa,
próximo às culturas ou sobre a própria planta (Figura 6).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
Trabalho desenvolvido por Silva (1995) relatou que o período mais crítico
ao ataque da lagarta-do-cartucho ocorre entre a emissão da quarta e oitava
folhas, quando os danos podem atingir até 45,6%. Após a emissão da 12ª
folha, os danos são insignificantes, não requerendo medidas de controle.
Nessa época, o milho encontra-se próximo ao pendoamento e logo após a
emissão do pendão, a lagarta fica exposta, passando então a atacar outras
partes da planta, como as espigas, alimentando-se dos estigmas (cabelos)
(Figura 10) ou penetrando nelas (Figura 11), à semelhança da lagarta-das-
espigas Helicoverpa zea (Bod.). Algumas vezes, já em estado avançado
de desenvolvimento, vão para o solo para empupamento ou se alojam em
vegetação vizinha à cultura. Pode acontecer também de as lagartas ataca-
rem o pendão (Figura 12), alimentando-se das partes mais tenras; nesse
caso, os danos não significam perdas na produção, não requerendo assim
medidas de controle.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
Figura 10. Estigma (cabelo) da espiga Figura 11. Lagarta de S. frugiperda (J.
de milho atacado por lagarta de S. frugi- E. Smith) atacando a ponta da espiga de
perda (J. E. Smith). milho.
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense 85
Outro comportamento de S.
na Tabela 6 os produtos de origem biológica e naturais também registrados no MAPA para o controle dessa praga.
Tabela 5. Inseticidas químicos registrados no MAPA para controle da lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda
na cultura do milho.
Marca Ingrediente Grupo Dose Carência Classe
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Akito Beta-Cipermetrina Piretroide 75-100 ml/ha 14 I
Alea Espinosade Espinosinas 37,5-100 7 III
ml/ha
Alsystin SC Triflumuron Benzoiluréia 50 ml/ha 28 IV
Alsystin WP Triflumuron Benzoiluréia 100 g/ha 28 II
Alsystin 250 WP Triflumuron Benzoiluréia 100 g/ha 28 IV
Alverde Metaflimizona Semicarbazone 800-1000 ml/ha 14 I
Ametista Bifetrina + Piretroide 200 20 I
Cipermetrina ml/ha
Ampligo Clorantraniliprole+ Antranilamida+ 75-150 15 II
Lambda-cialotrina Piretroide ml/ha
Antrimo Teflubenzurom Benzoiluréia 50-100 ml/ha 45 IV
Arrivo 200 EC Cipermetrina Piretroide 50-80 ml/ha 30 III
Astro Clorpirifós Organofosforado 0,3-0,5 L/ha 21 I
Atabron 50 EC Clorfluazuron Benzoiluréia 0,15-0,3 L/ha 21 I
DOCUMENTOS 6 e 264
Continua...
Tabela 5. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo Dose Carência Classe
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Avatar Indoxacarbe Oxadiazina 300-400 ml/ha 30 III
Avaunt 150 Indoxacarbe Oxadiazina 250-400 ml/ha 30 II
Bazuka 216 SL Metanol+ Álcool alifático+ 595 ml/ha 14 I
Metomil Metilcarbamato de
oxima
Belt Flubendiamida Diamida do ácido flático 100-150 ml/ha 20 III
Bold Acetatamiprido+ Neonicotinóide+ 400-500 ml/ha 7 II
Fenpropatrina Piretroide
Brasão Lambda-cialotrina Piretroide 150 ml/ha 15 II
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense
Continua...
88
Tabela 5. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo Dose Carência Classe
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Chiave Sup Metomil Metilcarbamato de 0,6 L/ha 14 I
oxima
Chiave 215 SL Metomil Metilcarbamato de 0,6 L/ha 14 I
oxima
Chlorsab 480 EC Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 L/ha 21 I
Ciclone Cromafenozida Diacihidrazina 500 ml/ha 7 III
Ciclone 48 EC Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 L/ha 21 I
Cipermetrina Cipermetrina Piretroide 40-65 ml/ha 30 I
Nortox 250 EC
Cipermetrina Cipermetrina Piretroide 50 ml/ha 30 I
200 EC
Cipermetrina Cipermetrina Piretroide 50 ml/ha 30 III
EC CCAB
Clorpirifós Fersol Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 L/ha 21 II
480 EC
Clorpirifós Poland Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 L/ha 21 I
480 EC
Clorpirifós Sabero Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 L/ha 21 I
480 EC
Clorpirifós 480 EC Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 L/ha 21 II
Milenia
DOCUMENTOS 6 e 264
Continua...
Tabela 5. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo Dose Carência Classe
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Commanche 200 Cipermetrina Piretroide 50-80 ml/ha 30 III
EC
Connect Beta-ciflutrina+ Piretroide + 700-1000 30 II
Imidacloprido Neonicotinóide ml/ha
Copa Diflubenzuron Benzoiluréia 100 g/ha 60 III
Coragem Clorantraniliprole Antranilamida 100-125 ml/ha 14 IV
Cropstar Imidacloprido+ Neonicotinóide+ 0,30-0,35 L Não II
Tiodicarb Metilcarbamato 60.000 determinada
de oxima sementes
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense
Continua...
Tabela 5. Continuação.
92
oxima
Continua...
94
Tabela 5. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo Dose Carência Classe
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Match EC Lufenurom Benzoiluréia 300 ml/ha 35 IV
Matric Cromafenozida Diacilhidrazina 300 ml/ha 7 III
Meothrin 300 Fenpropatrina Piretroide 75-150 ml/ha 7 I
Methomex 215 Sl Metomil Metilcarbamato de 600 ml/ha 14 I
oxima
Mimic 240 SC Tebufenozida Diacilhidrazina 300 ml/ha 60 IV
Mirza 480 SC Triflumurom Benzoiluréia 50-100 ml/ha 28 III
Mustang 350 EC Zeta-cipermetrina Piretroide 80-200 ml/ha 20 II
Nexide Gama-cialotrina Piretroide 25 ml/ha 15 III
Nomolt 150 Teflubenzurom Benzoiluréia 50-100 ml/ha 45 IV
Notório Lambda-cialotrina Piretroide 30 ml/ha 15 II
Nufos 480 EC Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 L/ha 21 I
Optix Beta-cipermetrina Piretroide 75-100 ml/ha 14 I
Oregon Novalurom Benzoiluréia 150 ml/ha 83 I
Permetrina CCAB Permetrina Piretroide 65 ml/ha 45 I
384 EC
Permetrina Fersol Permetrina Piretroide 65 ml/ha 45 I
384 EC
DOCUMENTOS 6 e 264
Continua...
Tabela 5. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo Dose Carência Classe
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Permetrina 384 Permetrina Piretroide 65 ml/ha 45 I
EC DVA
Pingbr Permetrina Piretroide 65 ml/ha 45 III
Pirate Clorfenapir Análogo de pirazol 0,50-0,75 L/ha 45 III
Pitcher 480 EC Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 L/ha 21 I
Platinum Neo Lambda-cialotrina Piretroide + 200-250 40 III
+Tiametoxam Neonicotinóide ml/ha
Polytrin Cpermetrina+ Piretroide + 0,25-0,40 30 III
Profenofós Organofosforado L/ha
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense
Continua...
96
Tabela 5. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo Dose Carência Classe
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Pyrinex 480 EC Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 L/ha 21 I
Record Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 L/há 21 I
Rimon Supra Novalurom Benzoiluréia 150 ml/ha 83 III
Rimon 100 SC Novalurom Benzoiluréia 150 ml/ha 83 I
Rotashock Metanos+Metomil Álcoo alifático+ 595 ml/ha 14 I
Metilcarbamato de
oxima
Sabre Clorpirifós Organofosforado 0,3-0,5 L/ha 21 I
Saddler 350 SC Tiodicarbe Metilcarbamato de 2 L/100 kg Não I
oxima sementes determinado
Safety Etofenproxi Éter difennílico 70-100 ml/ha 3 III
Semevin 350 Tiodicarbe Metilcarbamato de 2L/100 kg Não I
oxima sementes determinado
Shyper 250 EC Cipermetrina Piretroide 50 ml/ha 30 I
Stallion 150 CS Gama-cialotrina Piretroide 25 ml/ha 15 III
Stallion 60 CS Gama-cialotrina Piretroide 60 ml/ha 15 III
Sumidan 25 EC Esfenvalerato Piretroide 0,6-0,8 L/ha 21 I
Supermetrina Permetrina Piretroide 50ml/ha 45 I
Agria 500
DOCUMENTOS 6 e 264
Continua...
Tabela 5. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo Dose Carência Classe
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Supinpa Tiodicarbe Metilcarbamato de 100-150 g/ha 30 I
oxima
Talcord 250 Permetrina Piretroide 100 ml/ha 45 I
Temible Tiodicarbe Metilcarbamato de 100-150 g/ha 30 I
oxima
Thiodi Tiodicarbe Metilcarbamato de 2L/100kg Não
oxima sementes determinado I
hiodi 350 FS Tiodicarbe Metilcarbamato de 2L/100kg Não I
oxima sementes determinado
Thorm Beta-ciflutrina+ Piretroide + Benzoilu- 85-100 28 III
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense
Continua...
98
Tabela 5. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo Dose Carência Classe
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Turbo Beta-ciflutrina Piretroide 100 ml/ha 20 II
Upmyl Metomil Metilcarbamato de 0,6 L/ha 14 I
oxima
Valient Metoxifenozida Diacilhidrazina 150-180 7 IV
ml/ha
Verismo Metaflimizona Semicarbazone 800-1000 14 I
ml/ha
Vexter Clorpirifós Organofosforado 0,4-0,6 21 I
L/ha
Voraz Metomil+ Metilcarbamato+ 400-500 83 I
Novalurom Benzoiluréia ml/ha
Wasp 480 SC Triflumurom Benzoiluréia 50-100 28 III
ml/ha
Fonte: Brasil (2003).
DOCUMENTOS 6 e 264
Tabela 6. Inseticidas naturais de origem mineral ou biológica registrados no MAPA para controle da lagarta-do-
cartucho do milho Spodoptera frugiperda.
Acetato de (Z)-9-
tetradecenila
Cartuchovit Spodoptera frugiperda Biológico 50 g/ha Sem IV
multiple nucleopolvhe- restrições
drovirus (SfMNPV)
Defend Enxofre Inorgânico 1 kg/ha Sem IV
WDG restrições
Continua...
99
100
Tabela 6. Continuação.
Marca Ingrediente Grupo Carência Classe
Dose
comercial ativo químico (dias) toxicológica
Kumulus DF Enxofre Inorgânico 1 kg/ha Sem III
restrições
Pretiobug Trichogramma Biológico 100.000 Sem Não
pretiosum Parasitoides/ha restrições determinhada
Thuricide Bacillus thuringiensis Biológico 250-600 g/ha Sem IV
restrições
Xentari Bacillus thuringiensis Biológico 500-1.000 g/ha Não II
determinado
Fonte: Brasil (2003).
DOCUMENTOS 6 e 264
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense 101
Tabela 7. Inseticidas químicos e biológicos registrados no MAPA para controle da lagarta-dos-capinzais Mocis
toxicológica
praga esporádica, é
Classe
IV
necessário ter uma vigilân-
I
I
I
I
cia constante na lavoura,
pois seus ataques, normal-
restrinções
Carência
mente, constituem-se de
(dias)
Sem
um surto populacional mui-
21
21
21
21
to grande. Por outro lado,
convém lembrar que essa
250-600
lagarta tem comportamen-
0,6 L/ha
0,6 L/ha
0,6 L/ha
0,6 L/ha
Dose
g/ha
to diferente de S. frugiper-
da, podendo,, em qualquer
época de desenvolvimen-
Organofosforado
Organofosforado
Organofosforado
Organofosforado
to da planta, inclusive no
Biológico
químico
florescimento, ocorrer um
Grupo
1,5 cm de comprimento), é
de fundamental importân-
cia devido às vantagens
inerentes à redução de in-
toxicação ao homem e de
Clorpirifós Sabero 480 EC
latipes na cultura do milho.
cultura do milho.
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense 103
As fêmeas, que em 15 dias podem pôr cerca de mil ovos (Zucchi et al.,
1993), fazem suas posturas nos estilos-estigma das espigas (cabelos).
Após 3 a 5 dias, as lagartas eclodem e inicialmente se alimentam dos esti-
los-estigma, quando então passam para dentro das espigas, alimentando-
se dos grãos leitosos (Figura 17). Essas lagartas são de coloração varia-
da, geralmente amarelo pálido, com três estrias longitudinais mais escuras:
uma dorsal e duas dorso-laterais (Figura 17). Quanto mais a lagarta se
aprofunda na espiga, maiores serão os estragos.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
Figura 16. Adultos de H. zea (Bod.) Figura 17. Lagarta de H. zea (Bod.) ata-
cando a ponta da espiga de milho.
cundárias (Figura 18), que penetram as espigas pelos orifícios (Figura 19)
deixados pelas lagartas após sua saída para empuparem no solo.
Figura 18. Espiga atacada por H. zea Figura 19. Espiga de milho apresentando
(Bod.) exibindo grãos atacados por fungos. orifício de saída da lagarta de H. zea (Bod.).
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense 105
Manejo de pragas
Nas práticas de manejo de pragas nas culturas e em especial na cultura do
milho-verde, é importante destacar que nem todo dano causado por inseto
nas plantas é intolerável, podendo a planta se recuperar e produzir normal-
mente. Os insetos só devem ser considerados pragas, quando o ataque
provocar danos e redução da produção final, causando prejuízo econômico
na atividade.
Controle de pragas
As medidas indicadas de controle das pragas que atacam a cultura do mi-
lho-verde. são as seguintes:
1) manejo cultural;
4) cultivares resistentes;
5) controle biológico;
6) controle químico.
108 DOCUMENTOS 6 e 264
Controle biológico
Controle químico
Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Coordenação Geral de Agrotó-
xicos. AGROFIT: sistema de agrotóxicos fitossanitários. Brasília, DF, 2003. Disponível em: <
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110 DOCUMENTOS 6 e 264
PEREIRA FILHO, I. A.; CRUZ, J. C.; SILVA, A. R. da; COSTA, R. V. da; CRUZ, I. Milho-verde.
Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. Disponível em: <http://www.agencia.cnp-
tia.embrapa.br/gestor/milho/ Abertura.html>. Acesso em: 31 ago. 2017.
RESENDE, M. A. A.; CRUZ, I.; DELLA LUCIA, M. C. Consumo foliar de milho e desenvolvimen-
to de lagartas de Spodoptera frugiperda (Smith) parasitadas por Chelonus insularis (Cresson)
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SILVA, P. H. S. da; ATHAYDE SOBRINHO, C. Pragas. In: CARDOSO, M. J.; ATHAYDE SOBRI-
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las. Piracicaba: FEALQ, 1993. 139 p.
Doenças: ocorrências, manejo e controle
Enfezamentos do milho
A doença apresenta-se de duas formas: 1) enfezamento-vermelho, cuja
etiologia é o fitoplasma maize bushy stunt phytoplasma ou somente maize
bushy stunt; e 2) enfezamento-pálido, que tem como agente etiológico o es-
piroplasma corn stunt spiroplasma = Spiroplasma kunkeli (Figura 7). Ambos
são transmitidos pelo mesmo vetor, a cigarrinha Daubulus maidis (Massola
Júnior et al., 1998).
A B
Figura 7. Sintoma típico de enfezamento: a - pálido; b - vermelho; c - ul-
traestrutura do espiroplasma, agente do enfezamento-pálido.
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Referências
ATHAYDE SOBRINHO, C.; BRUNELLI, K. R.; SILVA, G. S. Doenças do milho no Meio-
Norte do Brasil. In: CARDOSO, M. J.; ATHAYDE SOBRINHO, C. (ed.). O milho no Meio-
Norte do Brasil: estratégias básicas de manejo. Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2007. p.
280-342.
COSTA, R. V.; CASELA, C. R.; COTA, L. V. Doenças foliares. In: CRUZ, J. C. (ed.). Mi-
lho. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. Disponível em: <http://www.
agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/milho/arvore/CONTAG01 _32_168200511158.html>.
Acesso em: 06 dez. 2017.
MASSOLA JUNIOR, N. S.; BEDENDO, I. P.; AMORIM, L.; LOPES, J. R. S. Efeito da ino-
culação de espiroplasma e fitoplasma sobre o crescimento e a produção de plantas de
122 DOCUMENTOS 6 e 264
PEREIRA, O. A. P. Doenças do milho (Zea mays l.). In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; CAMAR-
GO, L. E. A.; REZENDE, J. A. M. (ed.). Manual de Fitopatologia: doença das plantas
cultivadas. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1997. p. 538-555.
Colheita
As espigas de milho-verde são colhidas manualmente. Por ser um produ-
to perecível, a colheita precisa ser rápida, de forma a reduzir ao máximo
o tempo entre a colheita e o consumo do produto. Para que o produto
chegue aos pontos de venda em bom estado, normalmente a colheita é
iniciada ainda de madrugada, quando a temperatura é mais amena e as
palhas das espigas ainda estão bem frescas.
Figura 1. Plantas de milho com espigas no ponto de colheita para consumo verde.
Fotos: Valdemício Ferreira de Sousa
Transporte
O milho-verde, após colhido, normalmente é depositado a granel em cai-
xas ou sacos e levado a um galpão (Figura 3) para embalagem e acon-
dicionamento das espigas para transportar ao mercado consumidor, que
normalmente é feito em sacos de polietileno, com capacidade para 40 a 50
espigas (25 kg).
Foto: Valdemício Ferreira de Sousa
Comercialização
O mercado brasileiro de milho-verde permite a comercialização de várias
maneiras, desde a venda das espigas a granel na própria área até a venda
nos mercados mais sofisticados, cujo processo já se encontra em outro
patamar, com o milho-verde comercializado já cozido (a vapor), embalado a
vácuo, com uso de embalagem de plástico esterilizada.
Para melhor uso das plantas de milho e/ou palhada, recomenda-se que seu
uso ocorra em até 3 semanas após a colheita do milho-verde pois, durante
esse período, as plantas de milho continuam ativas, mesmo após a colheita
das espigas, acumulando nutrientes no colmo.
Referências
PEREIRA FILHO, I. A.; CRUZ, J. C.; SILVA, A. R. da; COSTA, R. V. da; CRUZ, I. Milho-verde.
Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. Disponível em: < http://www.agencia.
cnptia.embrapa.br/gestor/milho/Abertura.html> Acesso em: 31 ago. 2017.
Análise econômica e custo de produção do
milho-verde irrigado na Baixada Maranhense
João Batista Zonta
Valdemício Ferreira de Sousa
Carlos Eugenio Vitoriano Lopes
deve ser dada a esse componente do custo, pois o produtor pode op-
tar por produtos alternativos mais baratos e com a mesma eficiência.
De todos os insumos utilizados, em valores médios, a semente foi o
item de maior custo, acompanhada pelo adubo nitrogenado (Tabela
1). As despesas com serviços impactaram o custo em 51,59%, e a
aplicação de água foi o item de maior custo (Tabela 1). A deprecia-
ção do capital é o custo indireto que incide sobre os bens que têm
vida útil limitada e corresponde a uma reserva em dinheiro, que deve
ser feita durante o período provável de vida útil do bem, totalizando
4,55% do custo total (Tabela 1). O custo médio relativo à irrigação
por sulco (água de irrigação, acabamento manual dos sulcos, abertu-
ra dos sulcos de irrigação e depreciação) foi de 25,87% em relação
ao custo total.
Continua...
Tabela 1. Continuação.
Irrigação por sulco
Safra 1 Safra 2 Safra 3 Média
Componentes do custo Ud
Valor total Valor total Valor total Valor total
(R$) (R$) (R$) (R$)
DEPRECIAÇÃO (EQ. IRRIGAÇÃO) 200,00 200,00 200,00 200,00
DESPESAS DE COMERCIALIZAÇÃO 53,92 46,95 46,83 49,23
Transporte Frete 251,55 251,55 251,55 251,55
RECEITA BRUTA Espiga 300,00 300,00 300,00 300,00
Custo operacional direto (R$/ha) 300,00 300,00 300,00 300,00
Cultivo do milho-verde irrigado na Baixada Maranhense
Considerações
Com base nos dados apresentados nas Tabelas 1 e 2, sugere-se que a
cultura do milho-verde, no município de Arari, MA, seja cultivada no sistema
de irrigação por gotejamento por ter apresentado margem de lucro superior
àquela obtida com o sistema de irrigação por sulco. A utilização do sistema
de irrigação por gotejamento exige um investimento inicial superior ao sis-
tema de irrigação por sulco, porém esse investimento é compensado pelo
aumento da receita bruta obtida na lavoura e ainda pelo menor custo com
de mão de obra e serviços mecânicos.
Referências
CONAB. Metodologia de cálculo de custo de produção da CONAB. Brasília, DF, 2010.
Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/custosproducaometodolo-
gia.pdf>. Acesso em: 2 maio 2017.