Padrão de Resposta - Simulado 01 (Com Correção Somente em Vídeo)

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
39º EXAME DE ORDEM UNIFICADO

PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL
SIMULADO 01
ÁREA: DIREITO DO TRABALHO
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”
Aviso!
Esse simulado é com correção personalizada,
você pode realizar o envio até o dia 03/12/2023 l 23:59.
É muito importante fazer o simulado com correção personalizada, se comprometa com a

sua aprovação!
Com carinho, Professores Cleize, Luiz Henrique e Equipe Ceisc
Padrão de Resposta Simulado 01 Página 1 de 9

Prova Prático-Profissional – 39º Exame de Ordem Unificado
SIMULADO 01
PADRÃO DE RESPOSTA – PEÇA PROFISSIONAL
Enunciado
Margarete Margarida procura você, como advogado(a), afirmando que trabalhou na casa da família Miranda, na
cidade de Porto Alegre-RS, de 01 de março de 2023 até 17 de setembro de 2023, realizando os cuidados do Sr.
Manoel, pessoa idosa e com problemas de saúde.
Conforme relato de Margarete, ela trabalhava de segunda à sexta, chegando na residência às 20h e laborando até
às 7h do dia seguinte, sem intervalo, quando iniciava outra cuidadora. Sua tarefa consistia em acompanhar o Sr.
Manoel, dando-lhe a alimentação, remédios, e demais assistência necessária.
Expôs que durante todo o tempo que laborou para a família, recebia apenas R$ 1.000,00 (conforme depósitos
recebidos em sua conta bancária), sendo que, quando foi contratada, foi lhe informado que receberia um salário-
mínimo. Ainda, durante tal período não recebeu férias, décimo ou qualquer outro benefício, mesmo se deslocando
de sua residência ao trabalho utilizando transporte público, e desembolsando R$ 250,00 por mês.
Por fim, contou que foi dispensada em 17 de setembro de 2023, pois a família resolveu que a partir daquela data
o Sr. Manoel passaria a residir em uma casa de repouso, não sendo mais necessário o seu trabalho, recebendo
Margarete apenas os dias de trabalho do mês em curso.
Analisando a CTPS de trabalhadora, constatou-se que não houve qualquer registro de tal período de trabalho.
Atualmente, Margarete está desempregada e passando por dificuldades financeiras.
Elabore a peça prático-profissional que melhor defenda os interesses de Margarete, sem usar dados ou
informações que não estejam no enunciado. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.
Nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, não será́ necessário que o examinando a apresente, admitindo-
se que o escritório possui setor próprio ou contratado especificamente para tal fim.

SIMULADO 01
Gabarito comentado
O aluno deverá elaborar uma Petição Inicial na forma de uma Reclamação Trabalhista, fundamentada no art. 840,
§1º da CLT, e direcionada ao juízo do Trabalho de Porto Alegre/RS.
Deverá identificar e qualificar as partes, Reclamante: Margarete Margarida e Reclamada: Família Miranda.
Deverá requerer o reconhecimento do vínculo empregatício, demonstrando a presença dos requisitos do art. 1º da
LC 150/15 OU art. 1º da LC 150/15 e art. 3º da CLT, pedindo, por fim, a anotação da CTPS de tal período, conforme
art. 9º da LC 150/15 OU art. 9º da LC 150/15 e art. 29 da CLT.
Sustentará que deve ser realizado o pagamento do diferencial salarial, pois a reclamante recebia menos que o
salário-mínimo nacional, conforme estabelecido no art. 7º, IV da CRFB.
Deverá ser requerido o pagamento de horas extras, pois a jornada da reclamante totalizava 11 horas de trabalho,
excedendo a jornada habitual de 8 horas diárias, conforme art. 2º, caput e §1º, da LC 150/15.
Deverá Requerer o pagamento do intervalo intrajornada suprimido com acréscimo de 50%, vez que a reclamante
não realizava intervalo durante sua jornada de trabalho, conforme art. 13 da LC 150/15 OU art. 13 da LC 150/15 e
art. 71, §4º da CLT.
Arguirá que deve ser pago adicional noturno de 20% sobre o valor pago a reclamante quanto a jornada que cumpria
após as 22 horas, conforme art. 14 da LC 150/15 OU art. 14, caput e §2º da LC 150/15.
Sustentará que a empregada se deslocava até a casa da família, sem qualquer participação do empregador nos
gastos que excediam a 6% de salário base, e que, por isso, é devido vale-transporte a reclamante, nos termos do
art. 19, parágrafo único, da LC 150/15 OU art. 4º da Lei nº 7418/1985.
Demandará o pagamento das verbas de aviso prévio indenizado de 30 dias, as férias proporcionais acrescida do
terço constitucional, o décimo terceiro proporcional, bem como a emissão das guias para saque do FGTS e das guias
para encaminhamento do seguro-desemprego.
Deverá reclamar pelo depósito do FGTS mensal e da importância de 3,2% sobre a remuneração devida à reclamante
(indenização compensatória pela perda do emprego), conforme estabelecido nos arts. 21 e 22 da LC 150/15.
Requererá o pagamento dos honorários de sucumbência, conforme art. 791-A da CLT.
Defenderá ser devida a concessão do benefício da justiça gratuita, pois a Reclamante está desempregada,
recebendo menos que 40% do limite do teto dos benefícios da previdência social, conforme art. 790, §3º OU §4º
da CLT.
A reclamante deverá pedir ao final a procedência dos pedidos, indicar as provas que pretende produzir e o valor da
causa.
Fechamento com indicação do Local, Data, Advogado e OAB.

SIMULADO 01
Distribuição de pontos
PONTUAÇÃO DO
ITEM PONTUAÇÃO
ALUNO
Endereçamento, Partes e Fundamento Legal 0
1. Elaboração de uma Reclamação Trabalhista (0,10), fundamentada no art.
0,00/0,10/0,20/
840, §1º da CLT (0,10), direcionada ao juízo do Trabalho de Porto Alegre/RS.
0,30
(0,10).
2. Identificação e qualificação das partes - Reclamante: Margarete Margarida;
Reclamada: Família Miranda (0,10). 0,00/0,10
Vínculo Empregatício 0
3. Reconhecimento do vínculo empregatício e anotação da CTPS do período
laborado (0,40). Indicar art. 1º da LC 150/15 ou art. 1º da LC 150/15 e art. 3º da 0,00/0,40/0,50
CLT, e art. 9º da LC 150/15 ou art. 9º da LC 150/15 e art. 29 da CLT. (0,10).
Diferença Salarial
4. Pagamento do diferencial salarial, pois recebia menos que o salário-mínimo
0,00/0,40/0,50
nacional (0,40). Indicação do art. 7, IV da CRFB (0,10).
Horas Extras
5. Pagamento de horas extras trabalhadas (0,30). Indicar art. 2º, caput e §1º,
0,00/0,30/ 0,40
da LC 150/15. (0,10)
Intervalo Intrajornada
6. Solicitar o pagamento do intervalo intrajornada suprimido (0,30). Indicar art.
0,00/0,30/0,40
13 da LC 150/15 ou art. 13 da LC 150/15 e art. 71, §4º da CLT (0,10).
Adicional Noturno
7. Pagamento do adicional noturno de 20% sobre a jornada cumprida após as
22 horas (0,40). Indicar art. 14 da LC 150/15 ou art. 14, caput e §2º, da LC 0,00/0,40/0,50
150/15 (0,10).
Vale Transporte
8. Pagamento do vale transporte (0,40). Indicar art. 19, parágrafo único, da LC
0,00/0,40/0,50
150/15 ou art. 4º da Lei nº 7418/1985 (0,10).
Verbas Devidas
9. Aviso prévio indenizado de 30 dias (0,10), férias proporcionais + 1/3
Constitucional (0,10), décimo terceiro proporcional (0,10), e emissão das guias 0,00/0,10/0,20/0,30/
para saque do FGTS (0,10), emissão das guias para encaminhamento do seguro- 0,40/0,50
desemprego (0,10).
FGTS e Indenização Compensatória Pela Perda do Emprego
10. Depósito do FGTS mensal e da importância de 3,2% sobre a remuneração
0,00/0,20/0,30
(0,20). Indicação dos arts. 21 e 22 da LC 150/15 (0,10).
Honorários de sucumbência 0
11. Requerer o pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência (0,20).
Indicação art. 791-A da CLT (0,10). 0,00/0,20/0,30
Justiça gratuita
12. Requerer o benefício da justiça gratuita (0,20). Indicação art. 790, §3º, da
0,00/0,20/0,30
CLT ou art. 790, §4º, da CLT. (0,10).
Requerimentos finais 0
13. Requerer procedência dos pedidos (0,10). 0,00/0,10

SIMULADO 01
14. Indicação das provas que pretende produzir (0,10). 0,00/0,10
15. Indicar o valor da causa (0,10). 0,00/0,10
Fechamento 0
16. Local..., Data..., Advogado..., OAB... (0,10). 0,00/0,10
TOTAL 5,00

SIMULADO 01
PADRÃO DE RESPOSTA - QUESTÃO 1
Enunciado
Pedro é ministro de confissão religiosa de uma Igreja localizada na cidade de Santa Maria-RS, desde o dia
02/01/2023, exercendo sua função por 6 dias na semana. Ocorre que, em 15/10/2023, resolveu mudar de vida e
deixou de trabalhar como ministro para Igreja. Com dificuldades financeiras, resolveu ingressar com ação judicial
requerendo o reconhecimento de vínculo com a Igreja e o pagamento de todas as verbas salariais e rescisórias.
a) Analise em qual localidade deverá ser ajuizada a ação? (0,60)
b) Poderá Pedro conseguir o reconhecimento de vínculo como ministro de confissão religiosa? (0,65)
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.
Gabarito comentado
a) Como Pedro era ministro de confissão religiosa de uma Igreja localizada na cidade de Santa Maria-RS, o local
para ajuizamento da ação será em Santa Maria-RS, local de prestação dos serviços, conforme artigo 651, caput, da
CLT.
b) Não, pois não existe vínculo empregatício entre ministro de confissão religiosa e as entidades religiosas,
independentemente da denominação, conforme 442, § 2º, da CLT.
PONTUAÇÃO
ITEM PONTUAÇÃO
DO ALUNO
a) O local do ajuizamento será em Santa Maria-RS, local da prestação de serviços
(0,50). Indicar art. 651, caput, da CLT (0,10). 0,00/0,50/ 0,60
b) Não será reconhecido o vínculo (0,55). Indicação art. 442, §2º, da CLT. (0,10). 0,00/0,55/ 0,65
TOTAL:

SIMULADO 01
Enunciado
Maria Eduarda foi contratada a título de experiência pela empresa Calçados Chiks LTDA. Seu contrato foi de 30
dias, sendo renovado mais duas vezes por iguais 30 dias. Após, não houve a renovação novamente do contrato,
sendo encerrada a prestação de serviços, sem o pagamento das verbas indenizatórias.
a) Analise se está correta a elaboração da contratação de experiência de Maria Eduarda? (0,60)
b) Analise se foi correta a forma de desligamento da Maria Eduarda, sem o devido pagamento das verbas
indenizatórias? (0,65)
pontuação.
Gabarito comentado
a) Não está correto, pois o contrato de experiência foi prorrogado duas vezes, o que está em desacordo com o
estabelecido nas regras trabalhistas, as quais estabelecem que o contrato de experiencia pode ser prorrogado
somente uma vez, conforme estabelecido no art. 451 da CLT.
b) Não está correta, pois quando o contrato de experiência é prorrogado por mais de uma vez, esse passa a vigorar
como contrato por prazo indeterminado, sendo devido o pagamento das verbas indenizatórias, conforme artigo
451 da CLT (não é obrigatório a indicação de quais verbas indenizatórias).
PONTUAÇÃO
ITEM PONTUAÇÃO
DO ALUNO
a) Não está correto, visto que o contrato somente pode ser prorrogado por uma
vez (0,50). Indicar art. 451 da CLT. (0,10) 0,00/0,50/ 0,60
b) Não está correto, o contrato por ter sido renovado mais de uma vez, passou a
vigorar como prazo indeterminado, sendo devido verbas indenizatórias (0,55). 0,00/0,55/ 0,65
Indicação art. 451 da CLT (0,10).
TOTAL:

SIMULADO 01
Enunciado
Em um processo trabalhista, ambas as partes requereram a concessão da assistência judiciária gratuita. O

reclamante comprovou no processo que ganhava um salário de R$ 10.000,00 (dez mil) reais por mês, enquanto a
empresa, comprovou que seu faturamento está há um ano negativo, bem como, possui diversas dívidas. Diante da
narrativa, analise os questionamentos abaixo:
a) Poderá ser concedido a Assistência Judiciária Gratuita ao reclamante? (0,60)
b) Poderá ser concedido a Assistência Judiciária Gratuita para a empresa? (0,65)
pontuação.
Gabarito comentado
a) Nesse caso o salário do reclamante é superior a 40% do teto do INSS, assim, é indevida a concessão de Assistência
Judiciária Gratuita ao reclamante, conforme artigo 790, §3º da CLT.
b) Como nesse caso a empresa comprovou que seu faturamento está há um ano negativo, bem como, que possui
diversas dívidas, que a impossibilitam de arcar com as despesas do processo, é devida a concessão de Assistência
Judiciária Gratuita a empresa, conforme estabelecido na Súmula n. 463, II do TST OU artigo 790, §4º da CLT.
PONTUAÇÃO
ITEM PONTUAÇÃO
DO ALUNO
a) O salário do reclamante é superior a 40% do teto do INSS, indevida a concessão
0,00/0,50/0,60
do pedido (0,50). Indicar art. 790, §3º da CLT (0,10).
b) Comprovada a hipossuficiência da empresa, devida a concessão da AJG (0,55).
0,00/0,55/0,65
Indicação Súmula n. 463, II, do TST ou art. 790, §4º da CLT (0,10).
TOTAL:

SIMULADO 01
Enunciado
Tendo em vista a realização de prova pericial para apurar se o reclamante faz jus ao pagamento do adicional de
insalubridade, foi designada perícia técnica pelo juízo, nomeando um perito judicial de sua confiança. Em
decorrência da realização da perícia, a empresa solicitou a presença no ato de um assistente técnico, o que foi
negado pelo juízo.
a) Analise se está correta a atitude do juízo? (0,65)
b) Quem é responsável pelo pagamento de um assistente técnico na Justiça do Trabalho? (0,60)
pontuação.
Gabarito comentado
a) Não está correta, pois as partes têm a faculdade de apresentar um perito ou assistente técnico, conforme art.
826 da CLT OU Súmula n. 341 do TST.
b) Quem deve arcar com o pagamento do assistente técnico na Justiça do Trabalho é o contratante desse,
independentemente do resultado que a perícia tiver, conforme estabelecido na Súmula nº. 341 do TST.
PONTUAÇÃO
ITEM PONTUAÇÃO
DO ALUNO
a) Não está correta, pois é facultado as partes a apresentação de um perito ou
0,00/0,55/0,65
assistente técnico (0,55). Indicar art. 826 da CLT ou Súmula nº. 341 do TST (0,10).
b) O responsável pelo pagamento é quem contratou o perito ou assistente,
independente do resultado da perícia (0,50). Indicação Súmula nº. 341 do TST 0,00/0,50/0,60
(0,10).
TOTAL:

Margarete Margarida procura você, como advogado(a), afirmando que
trabalhou na casa da família Miranda, na cidade de Porto Alegre-RS, de
01 de março de 2023 até 17 de setembro de 2023, realizando os cuidados
do Sr. Manoel, pessoa idosa e com problemas de saúde.
Conforme relato de Margarete, ela trabalhava de segunda à sexta,
chegando na residência às 20h e laborando até às 7h do dia seguinte,
sem intervalo, quando iniciava outra cuidadora. Sua tarefa consistia em
acompanhar o Sr. Manoel, dando-lhe a alimentação, remédios, e demais
assistência necessária.
Expôs que durante todo o tempo que laborou para a família, recebia
apenas R$ 1.000,00 (conforme depósitos recebidos em sua conta
bancária), sendo que, quando foi contratada, foi lhe informado que
receberia um salário-mínimo. Ainda, durante tal período não recebeu
férias, décimo ou qualquer outro benefício, mesmo se deslocando de sua
residência ao trabalho utilizando transporte público, e desembolsando R$
250,00 por mês.
Por fim, contou que foi dispensada em 17 de setembro de 2023, pois a
família resolveu que a partir daquela data o Sr. Manoel passaria a residir
em uma casa de repouso, não sendo mais necessário o seu trabalho,
recebendo Margarete apenas os dias de trabalho do mês em curso.
Analisando a CTPS de trabalhadora, constatou-se que não houve
qualquer registro de tal período de trabalho.
Atualmente, Margarete está desempregada e passando por dificuldades
financeiras.
Elabore a peça prático-profissional que melhor defenda os interesses de
Margarete, sem usar dados ou informações que não estejam no
enunciado. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que
possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção
ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.
Nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, não será́ necessário
que o examinando a apresente, admitindo-se que o escritório possui setor
próprio ou contratado especificamente para tal fim.
AO JUÍZO DA ... VARA DO TRABALHO DE PORTO ALEGRE-RS
MARGARETE MARGARIDA, qualificação completa..., endereço

completo..., OU nacionalidade..., estado civil..., profissão.., portadora do
RG ..., CPF…, CTPS..., PIS..., residente e domiciliada na Rua ..., nº...,
bairro...., Estado..., CEP..., vem respeitosamente a presença de Vossa
Excelência, por seu advogado (procuração em anexo), com fundamento
no art. 840, § 1º, da CLT, propor:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito...,
Em face da FAMÍLIA MIRANDA..., qualificação completa, endereço
completo…, OU nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora do
RG ..., CPF…, CTPS..., PIS..., residente e domiciliado na Rua ..., nº...,
bairro...., Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito que passa a
expor:
DO VÍNCULO DE EMPREGO E ANOTAÇÃO DA CTPS

A reclamante prestava serviços de segunda a sexta, das 20h da
noite às 7h da manhã, sem intervalo, na residência da Família Miranda,
na cidade de Porto Alegre-RS, de 01 de março de 2023 até 17 de
setembro de 2023. Suas atividades consistiam em acompanhar o Sr.
Manoel, pessoa idosa e com problemas de saúde, dando-lhe a
alimentação, remédios, e demais assistência necessária. Durante todo o
tempo que laborou para a família, Margarete recebia apenas R$ 1.000,00
(conforme depósitos recebidos em sua conta bancária), valor esse menor
que o salário-mínimo mensal vigente.
Assim, a reclamante se enquadra nos requisitos do art. 1 da LC
150/15, pois trabalha com pessoalidade, onerosidade, subordinação,
mediante salário e para família, sem fins lucrativos, sendo empregada
doméstica. Porém, não foi realizado a anotação na CTPS do período por
essa laborado como empregada doméstica, o que é exigido pelo art. 9º
da LC 150/15 e art. 29 da CLT. Assim, requer o reconhecimento do
vínculo empregatício com a consequente anotação da CTPS do período
laborado pela reclamante à família Miranda.
DA DIFERENÇA SALARIAL
A reclamante recebia apenas R$ 1.000,00 (conforme depósitos
recebidos em sua conta bancária), sendo que, quando foi contratada, foi
lhe informado que receberia um salário-mínimo. Ocorre que, conforme
estabelecido no art. 7, IV, da CRFB, o salário-mínimo mensal é um direito
garantido a todo trabalhador, vez que atende as necessidades básicas do
trabalhado, constitucionalmente estabelecidas. Assim, requer o
pagamento da diferença salarial, pois a reclamante recebia menos que o
salário-mínimo mensal, bem como os correspondentes reflexos.
DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS

Margarete trabalhava de segunda à sexta, chegando na residência
às 20h e laborando até às 7h do dia seguinte, sem intervalo, quando
iniciava outra cuidadora. Assim, a reclamante trabalhava 11 (onze) horas
diárias, sendo que o art. 2º, caput e § 1º, da LC 150/15 estabelece que a
duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas
diárias, devendo ser a remuneração das horas extras trabalhadas de, no
mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
Assim, requer o pagamento de 3 (três ) horas diárias de horas extras com
adicional de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho da reclamante, durante todo o período que prestou serviços à
família Miranda.
DO INTERVALO INTRAJORNADA SUPRIMIDO

Margarete trabalhava de segunda à sexta, chegando na residência
às 20h e laborando até às 7h do dia seguinte, sem intervalo, quando
iniciava outra cuidadora. Assim, a reclamante não possui intervalo
intrajornada, sendo que, conforme artigos 13 da LC 150/15 e 71, § 4º, da
CLT, é obrigatório a concessão de intervalo para repouso ou alimentação
pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora, e no máximo 2 (duas) horas,
implicando a não concessão do intervalo intrajornada no pagamento do
tempo suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração
da hora normal trabalhada. Assim, requer o pagamento de 1 (uma) hora,
com adicional de 50%, como verba indenizatória, em razão da supressão
do intervalo intrajornada.
DO ADICIONAL NOTURNO
A reclamante trabalhava de segunda à sexta, chegando na
residência às 20h e laborando até às 7h do dia seguinte, sem intervalo,
quando iniciava outra cuidadora. Assim, a reclamante trabalhava em
horário noturno, após às 22h, e, conforme estabelecido no artigo 14,
caput e § 2º, da CLT, deverá ser pago adicional de 20% sobre o valor da
hora diurna para todas as horas trabalhadas após às 22h. Diante disso,
requer o pagamento de adicional noturno, com seus respectivos reflexos.
DO VALE TRANSPORTE
A reclamante deslocava-se de sua residência até a residência da
Família Miranda utilizando transporte público, sem ter qualquer
participação da empregadora nos gastos. Ocorre que, conforme
estabelecido no art. 19, parágrafo único, da LC 150/15 OU art. 4º da Lei
nº 7418/1985, o empregador deve participar dos gastos de deslocamento
do empregado no que tange a parcela que exceder a 6% (seis por cento)
de salário básico desse. Assim, requer o pagamento do vale transporte a
reclamante.
DAS VERBAS RESCISÓRIAS

DO AVISO-PRÉVIO
Reconhecido o contrato por prazo indeterminado, a reclamante faz
jus ao aviso prévio indenizado de 30 dias, vez que o art. 23, § 3º, da LC
150/15, estabelece que a não concessão de aviso prévio ao empregado
que está contratado por prazo indeterminado dá a esse o direito de
receber pagamento dos salários correspondentes ao período de aviso
prévio. Desse modo, requer o pagamento do aviso-prévio.
DAS FÉRIAS E DÉCIMO TERCEIRO PROPORCIONAIS

A reclamante trabalhou na casa da família Miranda de 01 de março
de 2023 até 17 de setembro de 2023, assim, Margarete faz jus às férias
proporcionais de 8/12 avos mais 1/3 constitucional, bem como a décimo
terceiro proporcional de 8/12 avos, conforme artigos 17, caput e §1º, da
LC nº 150/15 e artigo 1ª, da Lei nº 4.090/1962. Razão pela qual requer o
pagamento das férias proporcionais + 1/3 constitucional e décimo terceiro
salário proporcional.
DO DEPÓSITO DO FGTS E DA INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA

Quando da rescisão de seu contrato a reclamante recebeu apenas
os dias de trabalho do mês em curso, não sendo depositado o FGTS
mensal e a importância de 3,2% sobre a remuneração devida a
Margarete, durante seus meses trabalhados, conforme estabelecido no
art. 21 e o art. 22 da LC nº. 150/15. Assim, requer-se o deposito da
indenização compensatória da perda do emprego, bem como da emissão
do documento único de arrecadação.
DO ENCAMINHAMENTO DO SEGURO DESEMPREGO

Em 17 de setembro de 2023 a reclamante foi dispensada sem justa
causa, pois a família resolveu que a partir daquela data que o Sr. Manoel
passaria a residir em uma casa de repouso, não sendo mais necessário
o trabalho dessa. Assim, a reclamante faz jus as guias para
encaminhamento do seguro-desemprego, conforme art. 26 da LC 150/15,
razão pela qual requer a seja a reclamada condenada a fornecer os
documentos ou a expedição de alvará para liberação do seguro-
desemprego.
DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT

No caso de não pagamento pelo empregador, à data do
comparecimento à Justiça, da parte incontroversa das verbas, requer o
pagamento dos valores devidos acrescidos da multa de 50% sobre esses,
conforme artigo 467 da CLT.
DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT

Como o reclamado não observou o prazo de 10 dias, contados do
término do contrato, para pagamento das verbas rescisórias, requer a
condenação da Reclamada na multa do artigo 477, §8º, da CLT.
DOS HONORÁRIO DE SUCUMBÊNCIA

Requer, ainda a condenação da reclamada aos honorários de
sucumbência, nos termos do art. 791-A da CLT.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Atualmente Margarete encontra desempregada e passando por
dificuldades financeiras. Em razão disso, faz jus a concessão do
benefício da justiça gratuita, pois recebe menos que 40% do limite do teto
dos benefícios da previdência social, conforme art. 790, §3º e §4º, da
CLT. Diante do exposto, requer-se a concessão do benefício da justiça
gratuita.
DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer:
A procedência dos pedidos, com a condenação da reclamada ao:
a) Reconhecimento do vínculo empregatício com a consequente
anotação da CTPS do período laborado pela reclamante;
B) Pagamento da diferença salarial e seus reflexos, no valor de R$...;
C) Pagamento de 3 (três) horas diárias de horas extras com
adicional de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho, no valor de R$...;
D) Pagamento de 1 (uma) hora, com adicional de 50%, como verba
indenizatória, em razão da supressão do intervalo intrajornada, no valor
de R$...;
E) Pagamento de adicional noturno, com seus respectivos reflexos,
no valor de R$...;
F) O pagamento das verbas rescisórias, sendo elas, aviso prévio,
férias proporcionais + 1/3 constitucional e décimo terceiro salário
proporcional, todos no valor de R$...;
G) Depósito do FGTS e da indenização compensatória da perda do
emprego, no valor de R$...,;
H) Guias para liberação do seguro-desemprego;
I) O pagamento do vale transporte, no valor de R$…;
J) Pagamento dos valores devidos acrescidos da multa de 50%
sobre esses;
K) Pagamento a multa do artigo 477, §8º, da CLT.
Por fim, requer:

a) A notificação da reclamada para comparecer em audiência e,
querendo, apresentar defesa;
b) A produção de todas as provas em direito admitidas;
c) Seja deferida a gratuidade de justiça;
d) A procedência da demanda com a condenação da reclamada em
todas as parcelas acima mencionadas, bem como aos honorários de
sucumbência, com fundamento no art. 791-A da CLT.
Valor da causa: R$…
Nestes termos, pede deferimento.

Local..., data...
Advogado... OAB...

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

39º EXAME DE ORDEM UNIFICADO

É muito importante fazer o simulado com correção personalizada, se comprometa com a

Com carinho, Professores Cleize, Luiz Henrique e Equipe Ceisc

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PADRÃO DE RESPOSTA - QUESTÃO 3

Em um processo trabalhista, ambas as partes requereram a concessão da assistência judiciária gratuita. O

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PADRÃO DE RESPOSTA - QUESTÃO 4

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MARGARETE MARGARIDA, qualificação completa..., endereço

DO VÍNCULO DE EMPREGO E ANOTAÇÃO DA CTPS

DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS

DO INTERVALO INTRAJORNADA SUPRIMIDO

DAS VERBAS RESCISÓRIAS

DAS FÉRIAS E DÉCIMO TERCEIRO PROPORCIONAIS

DO DEPÓSITO DO FGTS E DA INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA

DO ENCAMINHAMENTO DO SEGURO DESEMPREGO

DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT

DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT

DOS HONORÁRIO DE SUCUMBÊNCIA

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS

Por fim, requer:

Valor da causa: R$…

Nestes termos, pede deferimento.

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