ArrudaNetaACP DR Ver SIMPLIFICADA
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São Paulo
2019
Padrões alimentares e fatores de risco cardiovasculares
em adolescentes
São Paulo
2019
É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma
impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente
para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do
autor, título, instituição e ano da tese.
AGRADECIMENTOS
À Professora Flávia Emília Leite de Lima Ferreira, minha orientadora do Mestrado, por ter
me incentivado a realizar o doutorado na Faculdade de Saúde Pública, por sempre acreditar e
confiar em meu trabalho.
Aos professores que estiveram nas bancas de qualificação e defesa: Patrícia de Fragas Hinnig,
Elizabeth Fujimori, Betzabeth Slater Villar - agradeço pela disponibilidade e contribuições
importantes para a construção deste trabalho.
À Andréia Miranda, Eduardo De Carli, Gustavo Rosa, Josiane Steluti, Juliana Araújo,
Mariane Alves e Sara Ferreira, sem vocês esta jornada não teria sido a mesma. Obrigada pela
amizade, companheirismo e carinho que sempre tiveram comigo. Que nossa amizade continue
além da Universidade. Ah... agradeço também a Helena, filhinha da Ju, pois muitas vezes foi
minha “terapia”, obrigada por me fazer esquecer dos problemas por horas.
As minhas companheiras de casa e de vida, Carol Raniero e Tatiana Honório, obrigada por
estarem presentes nos momentos de choro e de riso, pela amizade e convivência maravilhosa.
Ao meu marido Rodrigo Bernardo pela compreensão, pelo incentivo, amor e apoio – sou grata
por acreditar em mim sempre.
Aos meus pais, pelos preciosos ensinamentos que fortaleceram valores tão fundamentais,
como respeito e integridade. Vocês foram fundamentais com seus esforços e persistência em
épocas tão difíceis. Obrigada por tudo!
Aos amigos do “Ranço”, Gustavo, Isabelle, Ismênia, João, Laís e Paula. Com vocês passei
momentos de lazer e alegria que foram importantes nestes anos.
Aos funcionários da Faculdade de Saúde Pública e do Departamento de Nutrição, em especial
Alessandra, Cidinha, Vânia, Eduardo, Rosely, Cíntia e Zé, sem a colaboração dos quais este
trabalho não seria possível.
Nelson R. Mandela
RESUMO
lipídico de adolescentes. Métodos: esta tese foi composta de três artigos, um de corte
adolescentes em 2015, 959 em 2016 e, por fim, 773 adolescentes em 2017, pertencentes a
rede pública de ensino de João Pessoa, cidade do Nordeste brasileiro. Para a obtenção de
amostra, em todos os anos. Os padrões alimentares foram identificados por meio de análise
total (CT), lipoproteína de alta densidade (HDL) e triglicerídeos (TG) foram determinadas
estado nutricional, perfil lipídico e variáveis de interesse foram realizadas por equações de
estimativas generalizadas (GEE). Resultados: a análise longitudinal do presente estudo
brasileira, como o arroz e o feijão, mas também por alimentos típicos da cultura nordestina,
sexo masculino com níveis baixos de HDL. O padrão alimentar “Ocidental” foi
física, ao longo do tempo e adolescentes com maior aderência aos padrões alimentares
colesterol total. Conclusão: Estes resultados indicam que um padrão alimentar que é rico
em densidade de energia, alto teor de gordura e açucares, além de baixo teor de fibra
contribui para um estado nutricional e perfil lipídico que sinaliza risco para o
resultados desta tese sugerem a necessidade de ações de saúde pública multidisciplinar que
estimulem mudanças nos hábitos alimentares e estilo de vida, prevenindo, desta forma, o
longitudinal.
ABSTRACT
Arruda Neta, ACP. Dietary patterns and cardiovascular risk factors in adolescents
[thesis]. São Paulo: Public Health College, University of São Paulo; 2019
Introdução: eating habits are mostly formed during adolescence, and this phase is
considered a risk for the development of cardiovascular risk factors, such as overweight
and dyslipidemia, which may have immediate and long-term implications for the health
of adolescents. Objetivo: identify dietary patterns and prospectively assess their impact
on nutritional status and lipid profile in adolescents. Métodos: this thesis was composed
of three articles, one cross-sectional and two longitudinal, all using data from the
adolescents in 2015, 959 in 2016 and, finally, 773 adolescents in 2017, belonging to the
public school system of João Pessoa, city of Northeast Brazil. To obtain food
consumption data, the 24-hour recall was applied, duplicated in 30% of the sample,
every year. Dietary patterns were identified by exploratory factor analysis by principal
components. Nutritional status was obtained and classified according to the World
Health Organization recommendation through BMI for gender and age. The
triglycerides (TG) were determined by turbidimetry method and low density lipoprotein
(LDL) was determined by Friedwald's equation, and were later classified according to
sedentary behavior and physical activity were collected. Associations between dietary
patterns and nutritional status, lipid profile and variables of interest were made by
present study identified three distinct dietary patterns that were maintained throughout
the study: the “Traditional” pattern, consisting mainly of typical foods of the traditional
Brazilian diet, such as rice and beans, but also typical foods of the Northeastern culture,
breads, butters and margarines, cheeses, processed meats and coffees; and a “Western”
pattern characterized for the consumption of high energy density and nutrient poor
foods. Male adolescents showed a greater reduction in BMI z-score throughout the
study. The prevalence of dyslipidemia was high, regardless of age. Females were
positively associated with elevated TC and LDL levels and males with low HDL levels.
The “Western” dietary pattern was positively associated with BMI z-score, regardless
of gender and level of physical activity over time and adolescents with greater adherence
to "Sandwuiches" and "Western" dietary patterns were more likely to have changes in
serum total cholesterol levels. Conclusão: these results indicate that a dietary pattern
that is rich in energy density, high fat and sugars, and low fiber contributes to a
nutritional status and lipid profile that signals risk for the development of cardiovascular
disease in these adolescents. In addition, the results of this thesis suggest the need for
multidisciplinary public health actions that stimulate changes in eating habits and
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14
1.1 ADOLESCÊNCIA ......................................................................................... 14
1.2 DOENÇAS CARDIOVASCULARES E FATORES DE RISCO EM
ADOLESCENTES ......................................................................................... 15
1.2.1 Sobrepeso e obesidade na adolescência ................................................ 18
1.2.2 Dislipidemia na adolescência ................................................................ 22
1.2.3 Hábitos alimentares na adolescência .................................................... 24
1.3 ANÁLISE DE PADRÕES ALIMENTARES ............................................... 27
1.4 PADRÕES ALIMENTARES E FATORES DE RISCO
CARDIOVASCULAR ................................................................................... 29
1.4.1 Padrões alimentares e fatores de risco em estudos longitudinais ......... 32
2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 34
2.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 34
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 34
3. MÉTODOS ......................................................................................................... 35
3.1 TIPO DO ESTUDO ....................................................................................... 35
3.2 MUNICÍPIO SEDE DO ESTUDO................................................................. 35
3.3 POPULAÇÃO E CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA DO
ESTUDO LONCAAFS ................................................................................. 37
3.4 SELEÇÃO DA AMOSTRA .......................................................................... 39
3.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ............................................. 39
3.6 AMOSTRA ................................................................................................... 40
3.7 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS .......................................... 40
3.8 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE MEDIDA ........................... 44
3.8.1 Informações sociodemográficas ........................................................... 44
3.8.2 Medidas antropométricas ..................................................................... 45
3.8.3 Consumo alimentar ............................................................................... 46
3.8.4 Coleta de sangue e marcadores bioquímicos ........................................ 47
3.8.5 Nível de atividade física ....................................................................... 48
3.8.6 Comportamento sedentário ................................................................... 49
3.9 PROCESSAMENTO DE DADOS ................................................................ 49
3.10 ANÁLISE ESTATÍSTICA .......................................................................... 50
3.10.1. Padrões alimentares ........................................................................... 50
3.10.2. Associação entre fatores de risco cardiovasculares e padrões
alimentares .......................................................................................... 51
3.11 ASPECTOS ÉTICOS .................................................................................. 53
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 56
Artigo 1. Padrões alimentares de adolescentes brasileiros e fatores associados:
Estudo Longitudinal sobre Comportamento Sedentário, Atividade
Física, Alimentação e Saúde dos Adolescentes (LONCAAFS) .......... 57
Artigo 2. Associação prospectiva entre padrões alimentares e estado
nutricional em adolescentes: Estudo Longitudinal sobre
Comportamento Sedentário, Atividade Física, Alimentação e Saúde
dos Adolescentes (LONCAAFS) .......................................................... 89
Artigo 3. Identificação de padrões alimentares associados prospectivamente
com perfil lipídico de adolescentes ...................................................... 114
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 151
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 154
ANEXOS ................................................................................................................. 173
CURRÍCULO LATTES .......................................................................................... 187
LISTA DE TABELAS
Artigo 1
Tabela 1. Padrões alimentares de adolescentes de João Pessoa (PB), 2014 ......... 74
Tabela 2. Escore dos padrões alimentares e características sociodemográficas,
comportamento sedentário e atividade física em adolescentes de João
Pessoa (PB), 2014 ................................................................................. 75
Tabela 3. Tercis de padrões alimentares e estado nutricional, adiposidade,
pressão arterial, perfil lipídico e marcador inflamatório em
adolescentes de João Pessoa (PB), 2014 .............................................. 77
Tabela 4. Padrões alimentares e fatores associados em adolescentes de João
Pessoa (PB), 2014 ................................................................................ 78
Artigo 2
Tabela 1. Estruturas dos padrões alimentares identificados por análise fatorial de
adolescentes de escolas públicas de João Pessoa. Estudo LONCAAFS,
2014-2017 .............................................................................................. 104
Tabela 2. Escore-z do índice de massa corporal (IMC) de adolescentes de escolas
públicas de acordo com suas características ao longo do Estudo
LONCAAFS no período de 2014 a 2017 ............................................... 105
Tabela 3. Escores dos padrões alimentares de adolescentes de escolas públicas
ao longo do Estudo LONCAAFS no período de 2014 a 2017 ................. 106
Tabela 4. Associação entre escore-Z do IMC e escores dos padrões alimentares
de adolescentes ao longo do Estudo LONCAAFS no período de 2014
a 2017 (Equações de estimativas generalizadas – GEE) ........................ 106
Tabela Suplementar 1. Perdas de acompanhamento do estudo LONCAAFS,
2014 a 2017 ........................................................................................... 106
Tabela Suplementar 2. Padrões alimentares de adolescentes ao longo do Estudo
LONCAAFS, Brasil, 2014-2017 ......................................................... 107
Artigo 3
Tabela 1. Caracterização de adolescentes de escolas públicas de acordo com a
classificação do colesterol total ao longo do Estudo LONCAAFS no
período de 2014 a 2017 .......................................................................... 132
Tabela 2. Caracterização de adolescentes de escolas públicas de acordo com a
classificação do colesterol LDL ao longo do Estudo LONCAAFS no
período de 2014 a 2017 ........................................................................ 133
Tabela 3. Caracterização de adolescentes de escolas públicas de acordo com a
classificação do colesterol HDL ao longo do Estudo LONCAAFS no
período de 2014 a 2017 ......................................................................... 134
Tabela 4. Caracterização de adolescentes de escolas públicas de acordo com a
classificação do triglicerídeos ao longo do Estudo LONCAAFS no
período de 2014 a 2017 ......................................................................... 135
Tabela 5. Associação entre perfil lipídico e escores dos padrões alimentares de
adolescentes ao longo do Estudo LONCAAFS no período de 2014 a
2017 (Equações de estimativas generalizadas – GEE) .......................... 136
LISTA DE FIGURAS
forma de artigos, sob o respaldo das diretrizes promulgadas pela Comissão de Pós-
conjunto.
14
1. INTRODUÇÃO
1.1 ADOLESCÊNCIA
A população mundial, hoje, ultrapassa os 7,2 bilhões de pessoas, sendo que cerca de
1,2 bilhões são de adolescentes (WHO, 2016). De acordo com a Organização Mundial de
idade (WHO, 1995), sendo esta definição adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil
(BRASIL, 1996).
os jovens a uma série de riscos para a saúde (WHO, 2016). É considerada um período crítico,
uma vez que estas intensas modificações acontecem em um curto espaço de tempo, iniciando
Ainda não existem limites cronológicos rígidos que delimitem o início e o fim desta
fase do ciclo vital do indivíduo, pois a adolescência não é um período homogêneo. Com base
adolescência pode ser dividido em três categorias: adolescência inicial (10/13 a 14/15 anos de
idade), média (14/15 a 17 anos de idade) e tardia (acima de 17 anos de idade) (WHO, 2005).
que contribuem para doenças e condições não transmissíveis, tanto durante esta fase como na
vida adulta (PATTON et al., 2011; EKELUND et al., 2012; WHO, 2014). Um conjunto de
indicadores que monitoram os fatores de risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis
15
(DCNT) foi identificado pela OMS e vários desses indicadores se concentram na adolescência,
incluindo a alimentação (MALIK; SCHULZE; HU, 2006; MALIK, 2010; WHO, 2013).
pelas mudanças nos comportamentos relacionados ao estilo de vida, pelas mudanças nos
desenvolvimento acelerado nesta fase (WHO, 2005; KOLETZKO et al., 2015). Uma
adequados, uma vez que a nutrição ideal é um pré-requisito para alcançar o potencial de
doenças crônicas relacionadas à dieta, entre estas as doenças cardiovasculares, que são
responsáveis por um terço das mortes globais, tendo seu início ainda na infância e adolescência
ADOLESCENTES
O termo doenças cardiovasculares (DCV) designa uma ampla gama de distúrbios que
arterial coronariana, a doença cérebro vascular (acidente vascular cerebral – AVC e ataques
Estima-se que 17,7 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares em 2015,
representando 31% de todas as mortes em nível global (GBD, 2017; WHO, 2017). No Brasil, as
DCV são as principais causas de morte, em ambos os sexos, e são responsáveis por cerca de 27%
principalmente, pelo bloqueio que impede o sangue de fluir para o coração ou cérebro. A razão
mais comum para isso acontecer é o acúmulo de depósito de gordura nas paredes internas dos
vasos sanguíneos que irrigam o coração ou cérebro, sendo este processo conhecido como
Apesar das manifestações clínicas da aterosclerose terem início na meia idade (SANTOS
et al., 2008), em geral, as lesões iniciais, denominadas estrias gordurosas, formam-se ainda na
baixa densidade (LDL) (BERENSON, 1992; SBC, 2017). Uma vez retidas, as partículas de LDL
permanecer e se agravar até a vida adulta (JUONALA et al., 2011; JUONALA; VIIKARI;
RAITAKARI, 2013).
Dados dos maiores estudos de coorte, que acompanham os fatores de risco para DCV no
início da vida até a vida adulta, mostraram a influência da presença de fatores de risco na infância
de DCV na vida adulta (LAUER et al., 1975; FRERICHS et al., 1976; RAITAKARI et al., 2008;
GALL et al., 2009; JUONALA et al., 2011; JUONALA VIIKARI; RAITAKARI, 2013). Estes
adolescência.
indivíduo desenvolver eventos que possam afetar a saúde do coração, e podem ser classificados
modificações dos hábitos de vida e/ou medicação, como tabagismo, alcoolismo, maus hábitos
aumento na faixa etária, ser do sexo masculino, pertencer à raça negra e os fatores hereditários
(MARTINS et al., 2011). O maior número de fatores de risco presentes ou associados implica o
variando entre 35% a 55% a prevalência de adolescentes expostos a dois ou mais fatores de risco
no Brasil (ROMANZINI et al., 2008; FARIAS JUNIOR et al., 2011). Dentre os principais se
destacam o excesso de peso, pressão arterial elevada, perfil lipídico alterado, inatividade física,
Outro estudo realizado com crianças de 7 a 10 anos avaliou a presença de fatores de risco
em 1.282 crianças. Os fatores analisados foram excesso de peso, pressão arterial elevada,
apresentaram dois indicadores de risco cardiovascular, 20% apresentaram três indicadores e 6,4%
ganho de peso nesta fase, caracterizado, principalmente, pelo aumento de massa gorda a partir da
meia infância, sendo em maior proporção no sexo feminino (FOMON et al., 1982; HASCHKE,
1989). A média de gordura corporal de uma criança com 8 anos de idade é, em média, de 5,5kg
para o sexo feminino e 5,0kg para o sexo masculino, sendo que estes valores podem chegar a 15kg
50% do peso corporal dos adultos são ganhos nesse período (WHO, 1995), sendo que durante a
Entretanto, o ganho de peso nesta fase da vida pode ser por fatores extrínsecos, como
período de risco para o desenvolvimento do excesso de peso (THE et al., 2010) e este, quando
aumentando (HAN et al., 2010; IBGE, 2010; POPKIN, 2011; MALIK et al., 2013), sendo que
entre adolescentes vem aumentando a uma taxa alarmante (BIBILONI; PONS; TUR, 2013;
Um estudo de revisão sistemática que avaliou estudos publicados durante 22 anos (1999-
2011), realizado com o objetivo de entender a magnitude mundial de sobrepeso e obesidade entre
peso variou de 23,3% (Austrália) a 34,7% (Nova Zelândia), e da Europa, onde a prevalência variou
qual foi conduzido em 10 diferentes países europeus, com adolescentes de idades entre 12 e 17
anos de idade, mostrou uma prevalência, sem diferenças significativas entre os sexos, de 16,7%
Nos Estados Unidos, um estudo com uma amostra representativa de adolescentes, idades
entre 12 e 19 anos, utilizando dados do estudo NHANES (National Health and Nutrition
excesso de peso, sendo que 18% destes já apresentavam obesidade. Além disso, foi observada uma
da obesidade, em 61% dos adolescentes obesos. Sendo assim, o estudo concluiu que os
20
adolescentes possuem uma alta carga de fatores de risco cardiovascular, em especial aqueles com
número de crianças com sobrepeso e obesidade ainda maior nestes países, quando comparado a
entre adolescentes, passando de 16,7% para 21,7% em adolescentes do sexo masculino e de 15,1%
para 19,4% em adolescentes do sexo feminino (IBGE, 2010). Além disso, a POF também destaca
que a prevalência de obesidade em adolescentes do sexo masculino é menor naqueles com menor
renda (2,1%) quando comparados àqueles de maior renda (9,2%) (IBGE, 2010; TADDEI et al.,
2011).
23,7% para o sexo masculino e de 23,8% para o sexo feminino, o que corresponde a um total
estimado de 3 milhões de escolares. Destes, 8,3% e 7,3% dos adolescentes do sexo masculino e
feminino, respectivamente, foram considerados obesos, o que representa mais de um terço do total
de escolares do sexo masculino com excesso de peso e um pouco menos de um terço no caso dos
escolares do sexo feminino com excesso de peso. Além disso, o indicador de excesso de peso
ultrapassou 20,0% em todas as regiões do país, sendo a Região Sul a mais elevada com 28,2% e a
adolescentes entre 12 e 17 anos idade, de todas as capitais do Brasil, realizado entre 2013 e 2014,
21
identificou uma prevalência de excesso de peso de 25,5%, sendo esta mais baixa na região Norte
e mais elevada na região Sul. O sobrepeso estava presente em 17,1% dos adolescentes, sendo a
prevalência sem diferença significativa entre os sexos. Já a obesidade teve uma maior prevalência
entre adolescentes do sexo masculino (9,2%) quando comparada aos adolescentes do sexo
Apesar da região Norte apresentar taxas mais baixas no estudo ERICA, estudos recentes
realizados nesta região vêm mostrando um aumento rápido na prevalência de excesso de peso em
encontrou uma prevalência de 29,5% de excesso de peso (SILVA et al., 2012). Já em Manaus,
estudo realizado com adolescentes com idades entre 14 e 19 anos, encontrou uma prevalência de
excesso de peso de 37,4%, dos quais 29,2% apresentavam sobrepeso e 8,2% obesidade (PINTO,
2018).
peso neste grupo etário. Em Pernambuco, um estudo utilizando dados da III Pesquisa Estadual de
Saúde e Nutrição (PESN) realizada em 2006, encontrou uma prevalência de 16,2% de excesso de
peso entre crianças e adolescentes de Recife, com idades entre 5 e 19 anos (LEAL et al., 2012).
Em 2010, Pereira et al., ao analisar dados de adolescentes de escolas públicas, com idades entre
10 e 14 anos, também de Recife, encontraram uma prevalência de excesso de peso ainda maior
que dados do ano anterior, chegando a 18,4%. Em João Pessoa, capital próxima a Recife, foi
A presença de excesso de peso na adolescência está associada com diversos outros fatores
Alimentares e Saúde de Adolescentes (LONCAAFS), que fornece a base empírica para este estudo,
ao analisar os dados da linha de base (2014), com adolescentes de escolas públicas de João Pessoa,
com idades entre 10 e 14 anos, identificou uma prevalência de excesso de peso próxima dos 33%
A dislipidemia é definida como um quadro clínico caracterizado por alterações nos níveis
podendo ser determinada por fatores genéticos e ambientais (McCRINDLE, 2003; SBC, 2017).
colesterol total (CT), em geral pela elevação da LDL-c; b) hipertrigliceridemia isolada – elevação
dos triglicerídeos (TG) – representada pela elevação da VLDL-c e/ou dos quilomícrons; c)
e/ou TG (SANTOS et al., 2001; SBC, 2017). Quanto a etiologia, as dislipidemias são classificadas
aterosclerose, aumentando duas a três vezes o risco de insuficiência coronariana (GRUNDY et al.,
1989; FRANCA; ALVES, 2006). Foi no estudo de Framingham, em 1959, que os níveis de
colesterol total foram os primeiros identificados como fator de risco para doenças
adultos, já está bem estabelecida (DAWBER et al., 1959; RAINWATER et al., 1999).
Recentemente, a investigação dos fatores de risco para DCV estendeu-se à faixa etária infanto-
juvenil, uma vez que a formação das estrias gordurosas se desenvolve fisiologicamente na aorta
desde a infância, podendo estas estrias serem observadas nas coronárias e placas fibrosas antes dos
PEDIATRICS, 2011).
Estudo transversal, realizado com dados do NHANES, observou que 20,6% dos adolescentes, com
idades entre 12 e 19 anos, apresentavam pelo menos um parâmetro lipídico alterado (KIT et al.,
2012). Esse achado foi semelhante aos encontrados na África (SILVA et al., 2016), Ásia
(PARRAY; PARRY; LATIEF, 2016; ZHENG et al., 2016) e Europa (DATHAN-STUMPF et al.,
2016; ŠIMUNOVIC et al., 2016). Na América Latina, a prevalência se revelou ainda mais alta,
atingindo 32% no Chile (BARJA et al., 2015) e 48,85 (BIBILONI et al., 2016) no México.
hipertrigliceridemia e 46,8% de HDL-baixo (FARIA-NETO et al., 2016), sendo este último com
24
maiores prevalências nas regiões Norte e Nordeste. Diversos outros estudos, realizados em várias
identificaram uma prevalência de 71,4% em São Paulo (ROMERO et al., 2014); 62,1% na Bahia
(QUADROS et al., 2016); 66,7% na Paraíba (ARRUDA NETA et al., 2017); e de 63,8% em
Pernambuco (PEREIRA et al., 2010), também com destaque para baixa concentração de HDL,
chegando a atingir mais de 60% na região Nordeste (PEREIRA et al., 2010; ARRUDA NETA et
al., 2017).
A maior parte das dislipidemias em adolescentes está relacionada ao estilo de vida, entre
2014).
vida, a infância e a adolescência (MIKKILÄ et al., 2007). Na infância, a partir dos seis meses de
alimentos, moldam as experiências e exercem influência na formação dos hábitos alimentares das
crianças (MINTZ, 2001; ROSSI, MOREIRA, RAUEN, 2008; VILLA et al., 2015). Já na
consequentemente, na formação dos hábitos alimentares nesta fase (WANG et al., 2002;
Nos últimos anos, os estudos têm exposto a ocorrência de uma transição no consumo
saudáveis, como frutas, legumes e verduras, e um aumento no consumo de alimentos com alto teor
de gordura, sódio, açúcar e pouca fibra alimentar (NIELSEN, POPKIN 2003; MONTEIRO,
Um estudo realizado nos Estados Unidos, com dados de consumo alimentar do NHANES
a ingestão ainda está distante das recomendações para faixa etária (KIM et al., 2014; BANFIELD
et al., 2015).
O estudo HELENA, realizado em 10 países da Europa, com 3528 adolescentes com idades
entre 12,5 e 17,5 anos observou que os adolescentes consumiram carnes e produtos derivados,
alimentos fontes de gordura e açúcares acima das recomendações para faixa etária. Já o consumo
de leites e derivados, frutas e hortaliças foram abaixo das recomendações (MORENO et al., 2014).
alguns alimentos na dieta, como arroz (-23%), açúcar (-23%), feijão, raízes e tubérculos (-30%),
peixes (-50%) e ovos (-84%). Houve também aumento no consumo de carne bovina (+22%), carne
de frango (+100%), leites e derivados (+36%), óleos e gorduras vegetais (+16%). Entretanto, os
maiores aumentos de consumo foram de alimentos considerados como não saudáveis, entre eles
2005).
26
biscoitos recheados foi quatro vezes maior entre os adolescentes (12,3g/dia) do que em adultos
(3,2g/dia) e idosos (0,6g/dia). Essa mesma tendência também foi observada em relação ao
que esse padrão de consumo afeta direta e negativamente a ingestão de nutrientes essenciais para
que 41,6% dos adolescentes relataram consumir guloseimas (doces, balas, chocolates, chicletes,
salgados fritos, em cinco ou mais dias durante a semana. Em relação aos marcadores de
alimentação saudável, foi verificado que 60,7% dos adolescentes relataram consumir feijão, 37,7%
legumes e 32,7% frutas frescas em cinco ou mais dias durante a semana (IBGE, 2016).
anos de idade, mostram que os alimentos com maior prevalência de consumo foram arroz (82%),
feijão (68%), sucos e refrescos (56%), pães (53%) e carne bovina (52%). Além disso, foi possível
verificar uma alta prevalência de consumo de alimentos ultraprocessados, como salgados fritos e
assados, biscoitos e refrigerante, sendo este último o sexto alimento mais consumido pelos
na etiologia das doenças, sendo este um dos principais fatores de risco modificáveis para o
PEREIRA; SICHIERI, 2003; WHO, 2003). Entretanto, a maioria destes estudos analisou
alimentos e nutrientes específicos, sendo este tipo de análise limitada, pois não considera a
interação complexa dos nutrientes, uma vez que os alimentos são consumidos juntos e o ato de se
alimentar sofre diversas influências internas e externas (WILLET, 1998; HU, 2002).
o papel de alimentos e nutrientes específicos para avaliar a ligação entre dieta e doença (HU, 2002;
AHLUWALIA et al., 2013). Entretanto, este tipo de análise apresenta como principal limitação o
fato de que não é levada em consideração a complexa interação dos nutrientes (HU, 2002).
alimentos, que possuem uma interação complexa de nutrientes. Além disso, as escolhas
culturais (WILLET, 1998). Sendo assim, a OMS sugeriu, desde 1998, que a alimentação deveria
ser avaliada com base em perfis alimentares, ao invés de nutrientes (WHO, 1998).
Por esta razão, a atenção tem mudado para o estudo de padrões alimentares, que são
definidos como um conjunto ou grupo de alimentos consumidos por uma determinada população
(GARCIA, 1999; DEVLIN et al., 2012). Na análise do consumo alimentar por padrões de dieta,
podem interagir facilitando ou dificultando a absorção de outros nutrientes (HU, 2002; KANT,
2004; NEWBY; TUCKER, 2004; MOELLER et al., 2007), podendo fornecer uma abordagem do
Em geral, para análise dos padrões alimentares os principais instrumentos utilizados para
A identificação dos padrões também pode ser realizada através de três métodos: a priori, a
posteriori e híbrido (KANT, 1996; HU, 2002; HOFFMANN et al., 2004; EDEFONTI et al., 2009).
Os métodos híbridos configuram uma mistura dos métodos a priori e a posteriori, ou seja,
(HOFFMANN et al., 2004). Dentre os métodos estatísticos destaca-se a regressão por redução de
o prévio conhecimento da associação destes com os desfechos em saúde. Nestes métodos os dados
do estudo não são utilizados para criar os padrões alimentares, são utilizados escores ou índices
similaridades no consumo dos grupos de alimentos com base nas suas intercorrelações, ignorando
agrupamento (Cluster), a análise de componentes principais (ACP) e a análise fatorial (AF) são os
alimentos contidos no instrumento de avaliação do consumo alimentar são agrupados com base no
grau de correlação entre eles. Entretanto, o resultado da aplicação do método são escores de
padrões alimentares que resumem e decompõem a estrutura de correlação existente entre os itens
alimentares nos dados originais, gerando dados que não apresentam correlação entre si (Hoffmann
et al. 2004).
“Ocidental”, denominado na maioria das vezes de “Junk food”, “Fast food” ou “Não saudável”
A associação entre os padrões alimentares e fatores de risco para DCV tem sido avaliado
em todo o mundo. Um estudo realizado na Austrália (AMBROSINI et al., 2010), com 1139
adolescentes de 14 anos de idade, teve como objetivo de avaliar a associação entre padrões
dois padrões alimentares. O padrão denominado “ocidental” foi composto por carne vermelha,
carnes processadas, alimentos para viagem, fast food, bebidas açucaradas, entre outros. Já o padrão
denominado “saudável” foi composto por vegetais, legumes, frutas, grãos integrais, entre outros.
Os adolescentes foram agrupados em dois grupos: “alto risco metabólico” e “baixo risco
metabólico”. O padrão alimentar “ocidental” foi associado com maiores chances para adolescentes
do grupo “alto risco metabólico”, e maiores valores médios para colesterol total, circunferência da
cintura (CC) e índice de massa corporal (IMC) em meninas. Já o padrão alimentar “saudável” não
foi relacionado ao 'grupo metabólico de alto risco', mas foi inversamente associado à glicose sérica
Estudo realizado na Alemanha (RITCHER et al., 2012), em 2012, com 1271 adolescentes
com idade entre 12 e 17 anos, teve como objeto identificar padrões alimentares e sua associação
com situação econômica, estilo de vida e sobrepeso. Foram identificados três padrões para o sexo
masculino, sendo o primeiro denominado “ocidental” por ser composto por fast food, bebidas
açucaradas, doces, massas, carnes, entre outros; o segundo padrão foi denominado “saudável” e
foi composto por frutas, legumes, vegetais, arroz, grãos, entre outros alimentos; o terceiro e último
padrão, foi denominado “tradicional alemão”, pois era caracterizado pelo consumo de carne
processada, pães, margarina, queijos, entre outros. No sexo feminino, dois padrões foram
identificados. O primeiro foi denominado “saudável’, que foi composto pelos mesmos alimentos
do padrão saudável do sexo masculino; o segundo padrão foi denominado “tradicional ocidental,
caracterizado pelo consumo dos alimentos pertencentes aos padrões “ocidental’ e “tradicional
alimentares e sobrepeso. Entre os meninos, o padrão “ocidental” foi associado ao menor nível
socioeconômico e menor nível de atividade física e o padrão “saudável” foi associado ao maior
31
ocidental” foi associado ao menor nível socioeconômico e maior tempo assistindo TV durante o
dia. Além disso, não foram encontradas associações significativas entre os padrões alimentares e
excesso de peso.
Na China, um estudo realizado em 2015, com 1282 crianças e adolescentes, com idades
entre 7 a 17 anos de idade, que teve como objetivo investigar a associação entre padrões
alimentares e obesidade, encontrou três padrões alimentares diferentes. O primeiro fator foi
denominado “moderno”, sendo composto por fast food, bolos, bebidas, doces, leite, carnes, ovos,
frutas, algas e produtos marinhos. O segundo padrão foi denominado de “tradicional norte” e foi
composto por alimentos tradicionais do norte da China, como trigo, tubérculos e outros cereais. Já
o terceiro padrão, denominado “tradicional sul, foi composto por vegetais, legumes, algas, arroz e
porco, sendo estes alimentos tradicionais da região sul do país. O resultado do estudo mostrou uma
associação positiva entre o maior consumo dos padrões “moderno” e “tradicional norte” com a
encontrados dois padrões alimentares, nomeados de “Padrão Rico em Arroz e Gordura não
Animal” e “Padrão Denso em Trigo e Gordura Animal”, sendo o maior consumo deste último
No Brasil, poucos estudos foram realizados com o objetivo de verificar a associação entre
estudo com adolescentes obesos na cidade de São Paulo, com idades entre 14 e 19 anos e encontrou
uma associação positiva entre o padrão alimentar Ocidental e níveis de colesterol total e LDL-c, e
32
inversa com níveis de HDL-c. Outro estudo realizado com adolescentes, entre 11 e 17 anos, de
escolas públicas da cidade de Montes Claros, em Minas Gerais, encontrou três padrões alimentares
nomeados em ‘‘junk food’’, ‘‘saudável’’ e ‘‘tradicional’’, encontrou uma associação negativa entre
o padrão alimentar “saudável” e excesso de peso nestes adolescentes (PINHO et al., 2014). Já um
estudo realizado com adolescentes da cidade de Cuiabá, Mato Grosso, de idades entre 14 a 19
anos, que teve como objetivo verificar a associação entre os padrões alimentares e características
conheça a dieta habitual e qual sua influência no aparecimento de doenças ou na sua evolução,
tendo como principais vantagens o alto poder analítico e a produção de medidas de risco
Entretanto, este desenho de estudo apresenta algumas limitações como a vulnerabilidade a perdas,
inadequação para doenças de baixas frequência e alto custo relativo, o que os torna de difícil
Brasil. Um recente estudo de revisão que teve como objetivo demonstrar a associação entre
realizados na Austrália, América, Ásia, Europa e África, sendo que a maioria eram estudos
No Brasil, ainda são escassos estudos longitudinais que analisaram padrões alimentares e
corporal (%GC) aos 18 anos, identificaram quatro padrões alimentares aos 15 anos (“Variado”,
(“Variado”, “Tradicional”, “Dieting” e “Fish , fast food e álcool "), sendo o padrão “dieta”
458 crianças até a adolescência, com o objetivo de investigar associações longitudinais entre
alterações nos escores de padrões de dieta e alterações no IMC, no período de cinco anos,
identificaram quatro padrões de dieta na linha de base, os quais apenas três foram rastreados
levemente na adolescência, porém não se associaram com o IMC (BIAZZI LEAL et al., 2017).
34
2. OBJETIVOS
estudo;
3. MÉTODOS
Foi realizado com base nos dados do Estudo LONCAAFS - Estudo Longitudinal sobre
teve como objetivo central descrever e analisar, de forma transversal e longitudinal, as inter-
O Estudo LONCAAFS teve início em fevereiro de 2014, contando com mais três anos
consecutivos de duração (2015 a 2017) com coletas realizadas anualmente, nas mesmas escolas e
nos mesmos períodos de avaliação do ano inicial. O presente estudo utilizou os dados coletados
João Pessoa é a capital do Estado da Paraíba, está localizada na região Nordeste do Brasil,
possui clima tropical úmido, sendo a temperatura média anual de 27ºC e conta com população
36
brancos (39,8%) (IBGE, 2010; IBGE, 2018). Atualmente, a taxa de mortalidade infantil é igual a
Figura 1. Duração do Estudo LONCAAFS e anos com coleta de dados nas escolas.
13,33 mortes para cada mil nascidos vivos, a expectativa de vida é de 73,5 anos, o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) é igual a 0.763, o salário médio mensal de 2.6 salários mínimos,
18 milhões de reais por ano em seu Produto Interno Bruto (PIB). Segundo dados da Pesquisa
aproximadamente 62% na rede pública (IBGE, 2017), sendo a taxa de escolarização da população
de 96,9 %. O município se divide em quatro regiões geográficas (Figura 2), sendo as regiões Leste
e Norte as que possuem, em média, maior renda familiar, grau de escolaridade do chefe da família
e IDH, e as regiões Sul e Oeste as que apresentam valores médios mais baixos para estes
Figura 2. Mapa do município de João Pessoa, PB (1A) e divisão em quatro regiões (1B)
38
LONCAAFS
João Pessoa (PB) em 2014. A opção por iniciar a análise em escolares do sexto ano se deveu ao
fato de que é um período que se caracteriza como zona de transição, na qual ocorrem várias
2011 havia 65.734 alunos matriculados regularmente em 184 escolas públicas (93 estaduais e 91
municipais) de ensino fundamental no município de João Pessoa. Deste total, 9.520 alunos estavam
matriculados em turmas do 6º ano, em 128 escolas (59 estaduais e 69 municipais), distribuídas nas
quatro regiões geográficas do município de João Pessoa em que as mesmas estavam localizadas
desfecho igual a 50%, para captar o maior tamanho possível de amostra, intervalo de confiança de
95%, erro absoluto aceitável de quatro pontos percentuais e efeito de desenho (deff) igual a 2. Com
base nesses parâmetros, o tamanho mínimo da amostra original ficou estabelecido em 1130
adolescentes, número que foi acrescido de 40% para compensar perdas e recusas, resultando em
uma amostra final de 1582 adolescentes. A subamostra foi calculada com intuito de alcançar pelo
menos 50% dos escolares que fizeram parte da amostra original (50% de 1.600 escolares).
39
geográfica no município (Norte, Sul, Leste, Oeste) – Figura 3. Nas escolas selecionadas, todos os
seleção da amostra. Desta forma, das 28 escolas selecionadas, 17 foram sorteadas de forma
região geográfica. Nestas escolas, todos os adolescentes que participaram do 1º momento foram
e utilização do acelerômetro. A seleção da subamostra foi realizada com intuito de alcançar pelo
menos 50% dos escolares que fizeram parte da amostra do Estudo LONCAAFS. Esta decisão foi
da equipe, no período de tempo disponível (período escolar) para realização da coleta (fevereiro a
LONCAAFS e que tenham realizado coleta de sangue. Os critérios de exclusão adotados foram:
adolescentes fora da faixa etária de interesse do estudo (abaixo de 10 e acima de 14 anos em 2014);
ter alguma deficiência que impedisse ou limitasse a prática de atividade física ou resposta ao
questionário; estar grávida; não ter seguido os procedimentos adequados de preparação para a sua
40
realização da coleta de sangue (jejum); não ter realizado medidas antropométricas (estatura, massa
3.6 AMOSTRA
A amostra do estudo foi composta por 1.431 adolescentes, em 2014. Entre 2014 e 2015
houve uma perda de aproximadamente 17% da amostra, entre 2015 e 2016 a perda foi de 15% e
entre 2016 e 2017 a perda foi de 13%, totalizando uma perda de seguimento, ao fim dos 4 anos de
estudo, de aproximadamente 46% (Tabela 1). No fim do estudo, em 2017, a amostra foi de 773
adolescentes.
A subamostra do estudo foi composta por 781 adolescentes, em 2014. Entre 2014 e 2015
houve uma perda de 24.07%, sendo analisados 593 adolescentes. Em 2016 não houve análises
bioquímicas por falta de financiamento. No fim do estudo, em 2017, a subamostra foi de 354
adolescentes, sendo a perda entre 2015 e 2017 de 30.60%, totalizando uma perda de seguimento,
Primeiramente foi realizado contato com o gestor por meio de visita a escola, onde foi
realizada apresentação e convite para a participação no estudo, juntamente com a entrega dos
seguintes documentos: Ofício convite de participação com dados da escola visitada (duas vias)
(ANEXO 1); Encarte colorido do Estudo LONCAAFS (ANEXO 2); Cartas de anuência das
Neste primeiro contato foi esclarecido aos gestores das escolas que o Estudo consistiria na
(1a momento do Estudo) e nas escolas selecionadas para o 2º momento, seriam ainda realizados
exames de sangue.
Após o aceite formal para participação da escola no estudo, as turmas do 6º ano foram
visitadas e foram apresentados ao estudo, assim como foram informadas sobre a sua importância
e seus objetivos, ressaltando que a participação era voluntária e gratuita e que seria realizado nas
dependências da escola, em horário regular de aula, sendo previamente agendada com o gestor da
referente ao 1ª momento da coleta de dados (ANEXO 6) aos adolescentes, para que levassem para
TCLEs, foram entregues também pulseiras personalizadas aos adolescentes para reforçar o retorno
do TCLE, que era recolhido nos dias seguintes. Após a recolha dos TCLEs, era agendada uma data
Universidade Federal da Paraíba, tendo como coordenador o pesquisador responsável pelo estudo
receberam manuais e protocolos para realização da coleta. Além disso, a equipe também passou
por um estudo piloto com adolescentes de escolas que não foram selecionadas para o estudo
principal. Durante a coleta de dados eram realizadas reuniões periódicas para atualização dos
Figura 3. Localização geográfica das escolas que participaram do estudo e número de adolescentes
distribuídos por tipo de escola.
43
por meio de entrevista “face a face” com os adolescentes, realizada na própria escola e no mesmo
turno de aula dos alunos. O questionário utilizado foi previamente testado com escolares do 6º ano
do ensino fundamental II de escolas que não fizeram parte da amostra, sendo composto por dez
Módulo III – Uso de cigarro e álcool; Módulo IV – Atividades físicas; Módulo V – Fatores
psicossociais da atividade física (apoio social e auto eficácia); Módulo VI – Qualidade de vida
momento do estudo, os alunos eram convidados a participar desta próxima etapa. Os que
concordaram em participar desta etapa receberam um novo TCLE (ANEXO 8) para solicitar a
autorização dos pais/responsáveis. Após o recolhimento dos TCLEs, era agendada com o gestor
uma data para coleta de sangue, assim como a verificação de um espaço apropriado para coleta
com plena experiência em exames. Neste momento foram verificados os níveis de glicose de jejum,
colesterol total, lipoproteínas de alta densidade (HDL) e lipoproteínas de baixa densidade (LDL),
momento, acelerômetros da marca “Actigraph GT3X” para mensurar o nível de atividade física e
e Módulo X – Recordatório alimentar de 24 h. O Módulo IX foi utilizado para registro das medidas
antropométricas. Também serão utilizados os seguintes dados da coleta de sangue: colesterol total,
idade (determinada de forma centesimal a partir da subtração entre data da coleta de dados e a data
de nascimento), cor da pele (parda, preta, branca, amarela, indígena - categorias propostas pelo
metodologia da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa – ABEP para determinar a classe
econômica dos adolescentes (A, B, C, D e E), que leva em consideração a presença de bens
agrupando as pessoas nas classes econômicas A (classe econômica mais privilegiada), B1, B2, C1,
Para avaliar o estado nutricional foram coletadas a cada ano medidas de massa corporal,
estatura e circunferência da cintura, que foram tomadas em triplicata, sendo consideradas suas
médias. A medida de massa corporal foi realizada em balança digital, com precisão de 100 gramas
(marca Techline) e a estatura foi mensurada em centímetros por estadiômetro portátil da marca
Sanny. Uma fita métrica da marca Sanny foi utilizada para mensurar a circunferência da cintura
O índice de massa corporal - IMC (massa corporal [kg] / estatura [m]²) foi determinado
com base nas medidas de massa corporal e estatura, e classificado seguindo os critérios sugeridos
pela World Health Organization – WHO (2007). Os valores para classificação do estado
padrão] e classificados em: baixo peso (< -2 escores-Z), peso normal (≥ -2 a ≤ +1 escores-Z),
sobrepeso (> +1 a ≤ +2 escores-Z) e obesidade (> +2 escores-Z) (WHO, 2007). Para algumas
análises foi utilizada a variável de forma dicotômica, ou seja, sem e com excesso de peso. Para
isto, os adolescentes com escore-Z abaixo de +1 foram classificados em “sem excesso de peso” e
Para classificar a circunferência da cintura, foi utilizado como ponto de corte o percentil
acima do P90, respectivamente. O indicador Razão Cintura Estatura (RCE), foi obtido por meio
adolescentes informaram os alimentos e bebidas consumidos nas últimas 24h, bem como a forma
de preparo, a marca comercial, no caso dos alimentos industrializados, peso ou tamanho das
porções, em gramas, mililitros ou medidas caseiras. Para auxiliar na estimativa da quantidade dos
alimentos consumidos e minimizar o viés de memória, foi utilizado um álbum de fotografias com
figuras de alimentos, utensílios domésticos e medidas padrão que representem itens ou porções de
alimentos e bebidas.
aumentando a randomização dos vários dias da semana de maneira mais equitativa possível
Após agendamento da data da coleta de sangue com o gestor da escola, os pais dos
adolescentes que autorizaram a participação dos seus filhos na 2ª Fase do estudo, foram contatados
(quatro dias antes da coleta de sangue) para informar o dia e horário do exame e orientar quanto à
realização de jejum de 10 a 12 h antes da coleta de sangue. Uma segunda ligação foi realizada um
dia antes da coleta para confirmar a presença do adolescente e reforçar as orientações sobre a
Todas as coletas de sague foram realizadas no turno da manhã, na própria escola, das sete
às nove horas. Antes da coleta de sangue era realizada uma anamnese (ANEXO 10) com os
adolescentes, acompanhados de seus responsáveis, para identificar fatores que poderiam interferir
nos resultados das análises bioquímicas, com o uso de medicamentos, alergias, jejum de 10 a 12
h, realização de atividade física vigorosa. A coleta do sangue foi realizada por técnicas de
Para a realização da coleta de sangue foram utilizados tubos a vácuo (dois tubos de 4 ml
cada), sendo um para análise de soro (tubo com ativador de coágulo), e outro tubo para análise de
plasma (com anticoagulante EDTA K3). O sangue era coletado na veia braquial e o garrote
posicionado na linha média do braço. Os tubos eram mantidos em uma caixa térmica durante o
período da coleta de sangue, com permanência do material coletado por no máximo duas horas.
Após a realização da coleta de sangue, o adolescente era acompanhado até uma sala e recebia um
densidade (HDL-c) foram determinadas através do método de turbidimetria. Para as análises, foi
48
com o calibrador da série “Calibra” da Labtest, para avaliar precisão de estimativas dos marcadores
utilizado.
alterado, foram considerados aqueles com valores acima de 90mg/dL; para colesterol total
alterado, foram considerados valores acima de 170mg/dL; para LDL alterado, foram considerados
valores acima 110mg/dL; e para HDL alterado, foram considerados valores inferiores a 45mg/dL
(SBC, 2017).
O nível de atividade física foi mensurado por meio do Questionário de Atividade Física
para Adolescentes QAFA (FARIAS JÚNIOR et al., 2012). Com base em uma lista com 19
referiram se praticaram ou não cada atividade por pelo menos 10 minutos, na semana que
prática de cada atividade. Para fins de análise, foi realizado o escore de atividade física, em minutos
adolescentes foram classificados em fisicamente ativos quando praticavam 420 minutos ou mais
videogame, separadamente para dias da semana e final de semana. Para fins de análise foi
calculada a média aritmética, multiplicando-se o tempo médio em dias de semana por cinco e por
dois para os dias de final de semana, devindo-se por sete, para se obter o tempo médio por dia
(horas/dias) em comportamento sedentário. O ponto de corte de mais de duas horas por dia foi
2011).
Os dados foram tabulados no EpiData 3.1, seguindo um processo de dupla digitação, com
checagem automática de consistência das respostas das variáveis. A ferramenta “validar dupla
digitação”, foi utilizada para identificar possíveis erros de digitação. Todos os erros foram
Virtual Nutri Plus, que foi escolhido pela necessidade de se utilizar maximamente informações de
alimentos brasileiros e pela facilidade de inserir alimentos e preparações assim como suas
50
informações nutricionais. As tabelas de composição alimentar utilizadas pelo software são: Tabela
de Alimentos (PHILIPPI, 2015). Os alimentos que não constavam no software foram inseridos
2019).
subamostra foram aplicados o teste qui-quadrado para as variáveis categóricas e o teste “t” de
mandioca), feijão, frutas e vegetais, carnes, carnes processadas, manteigas e margarinas, pães e
cereais matinais, doces, pastelaria, bebidas açucaradas, leites e iogurtes, queijos, café e chá, sopas
consumo habitual dos grupos de alimentos foi estimado utilizando o Multiple Source Method
(MSM), que é um método estatístico utilizado para estimar a ingestão dietética habitual, com base
51
em duas ou mais medições de curto prazo, como recordatórios alimentares de 24 horas (HARTTIG
et al., 2011).
principais. A adequação dos dados para análise fatorial foi verificada pelo teste Kaiser-Meyer-
Olklin (KMO) e pelo teste de esfericidade de Barlett (HAIR et al., 2009). Para identificar o número
de padrões a serem retidos foi utilizado como critério o valor do autovalor (valores acima 1.0), o
gráfico dos autovalores (Screep plot) e a interpretabilidade dos padrões (HAIR et al., 2009). Foi
realizada a rotação ortogonal varimax para gerar fatores não correlacionados, facilitando a
interpretação dos achados. Os maiores valores de cargas fatoriais foram considerados para nomear
os padrões encontrados (HAIR et al., 2009). Estes procedimentos foram realizados para cada ano,
Variáveis com cargas fatoriais ≥0,30 ou ≤ −0,30 foram consideradas importantes para a
interpretabilidade dos fatores. Os escores dos fatores para cada padrão alimentar foram calculados
acordo com as cargas fatoriais absolutas do ano de base (2014) (Tabela 2). Os escores dos fatores
foram padronizados e a média do escore de cada fator foi ajustada para zero (BIAZZI LEAL et al.,
2017).
nutricional, foram utilizados modelos de Equações de Estimativas Generalizadas (GEE), que tem
52
Tabela 2. Estruturas dos padrões alimentares identificados por análise fatorial de adolescentes de escolas públicas de João Pessoa. Estudo LONCAAFS, 2014-2017.
2014
Cargas Fatoriais*
Grupos
Descrição Padrão Padrão Padrão
Tradicional Lanches Ocidental
Alimentos Base Arroz, mandioca, cuscuz, inhame e outras raízes e tubérculos 0.73 0.03 0.01
Frutas e Verduras Frutas, salada de frutas, sucos naturais não adoçados, vegetais folhosos e legumes 0.08 -0.08 0.14
Carnes Carne bovina, suína, aves e preparações à base de carnes 0.71 -0.03 0.09
Carnes processadas Peito de peru, presunto, mortadela, salsicha e linguiça -0.24 0.34 0.24
Pães, bolachas e cereais matinais Pães branco e integral, torradas, cereais matinais, biscoitos salgados 0.01 0.83 0.08
Doces Bolos, sobremesas, biscoitos doces, biscoitos recheados, chocolate e balas 0.05 -0.08 0.52
Pastelaria e salgadinhos Batata frita, hot dog, hambúrguer, pizza, sanduíches, salgados fritos e assados, salgadinhos
-0.28 -0.15 0.41
de pacote (chips)
Bebidas açucaradas Refrigerantes, sucos industrializados, sucos naturais adoçados 0.16 0.07 0.75
Leites e iogurtes Leite e iogurtes (integral e desnatado), bebidas lácteas a base de iogurte. -0.02 0.03 0.17
Café e chá Café, bebidas à base de café e chás 0.16 0.51 -0.30
**KMO=0.57
***Variância explicada=0.35
53
contexto populacional, e não individual, essa é a principal diferença entre ele e os modelos
distribuição da variável de desfecho. No caso do estado nutricional foi utilizada a variável escore-
potenciais fatores de confusão considerados na análise foram: sexo, idade, classe econômica, nível
de atividade física e energia. Já para o perfil lipídico, variáveis categóricas, foram utilizadas a
especificação de “família logit”. Os potenciais fatores de confusão foram: sexo, idade, série da
mãe, nível de atividade física, circunferência da cintura e energia. No modelo ajustado, as variáveis
foram selecionadas pelo método stepwise e permaneceram no modelo apenas as variáveis com
Todas as análises foram realizadas no Stata 13.0 (StataCorp LP, College Station, Estados
Unidos).
Alimentação e Saúde dos Adolescentes (Estudo LONCAAFS) foi aprovado pelo Comitê de Ética
Paraíba (Protocolo nº 0240/13) e cada entrevista foi conduzida somente após o esclarecimento dos
54
Tabela 3. Resumo das variáveis utilizadas, Estudo LONCAAFS, João Pessoa, 2014-
2017.
Variáveis Classificação
Variáveis desfechos
Estado Nutricional Escore-z do IMC (contínua)
Raça Branco
Não Branco
Consentimento Livre e Esclarecido por parte dos pais ou responsáveis. Este estudo também foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Faculdade de Saúde Pública
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
esses padrões. O segundo manuscrito avaliou a associação dos padrões alimentares com o
ARRUDA NETA ACP, LIMA FEL, FARIAS JÚNIOR JC, MARCHIONI DML.
(LONCAAFS)”.
ARRUDA NETA ACP, LIMA FEL, FARIAS JÚNIOR JC, MARCHIONI DML.
longitudinal.”
57
Artigo 1
Resumo
transversal, com amostra probabilística, utilizando dados da linha de base (2014) do Estudo
João Pessoa (PB). Foram obtidos dados socioeconômicos, estado nutricional, estilo de vida e
exames bioquímicos. Os dados dietéticos foram obtidos por recordatórios de 24h, sendo os padrões
por regressão logística múltipla. Foram encontrados três padrões alimentares: “Tradicional”,
“Lanches” e “Ocidental” que se associaram com idade, nível socioeconômico, escolaridade dos
pais e estilo de vida. O padrão “Tradicional” se mostrou associado a menor adiposidade e melhor
perfil lipídico, porém com a maior idade, há maior adesão aos padrões “Lanches” e “Ocidental”.
nutricional.
58
Artigo 2
Resumo
longo prazo na saúde dos adolescentes, podendo contribuir para o desenvolvimento do excesso de
peso. O objetivo deste estudo foi identificar os padrões alimentares e avaliar prospectivamente
adolescentes em 2014, 1178 adolescentes em 2015, 959 em 2016 e 773 adolescentes em 2017,
pertencentes a rede pública de ensino de João Pessoa, cidade do Nordeste brasileiro. Para a
30% da amostra, em todos os anos. Os padrões alimentares foram identificados por meio de análise
fatorial exploratória por componentes principais. O estado nutricional foi obtido e classificado de
acordo com a recomendação da Organização Mundial de Saúde, por meio do IMC para o sexo e a
associações entre os padrões alimentares e IMC foram realizadas por equações de estimativas
generalizadas (GEE). Foram encontrados três padrões alimentares que se mantiveram ao longo do
uma maior redução no escore-z do IMC, ao longo do estudo. O padrão alimentar “Ocidental” foi
ao longo do tempo. Estes resultados indicam que um padrão alimentar que é rico em densidade de
energia, alto teor de gordura e açucares, além de baixo teor de fibra influencia negativamente o
IMC na adolescência.
Artigo 3
Resumo
Estudo LONCAAFS. Foram analisados 781 adolescentes em 2014, 593 adolescentes em 2015 e
354 adolescentes em 2017, pertencentes a rede pública de ensino da cidade de João Pessoa, cidade
colesterol total, HDL e triglicerídeos foram determinadas pelo método de turbidimetria e o LDL
foi determinado pela equação de Friedwald, sendo posteriormente classificados de acordo com a
alimentares e perfil lipídico foram realizadas por equações de estimativas generalizadas (GEE).
Foram encontrados três padrões alimentares que se mantiveram ao longo do estudo: “Tradicional”,
61
padrão alimentar “tradicional” tiveram maior chance de apresentarem baixos níveis de HDL e
aqueles com maior aderência aos padrões alimentares “lanches” e “ocidental” apresentaram maior
chance de níveis séricos de colesterol total elevados. Esta análise indica que maior adesão aos
padrões alimentares encontrados neste estudo contribui para um perfil lipídico que sinaliza risco
longitudinal.
62
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sedentário, Atividade Física, Alimentação e Saúde dos Adolescentes (Estudo LONCAAFS) e fez
uma análise prospectiva do consumo alimentar dos adolescentes baseada em padrões alimentares,
com o objetivo de colaborar para o melhor entendimento da relação entre padrões alimentares e
A análise longitudinal do presente estudo identificou três padrões alimentares distintos que
típicos da dieta tradicional brasileira, como o arroz e o feijão, mas também por alimentos típicos
da cultura nordestina, como mandioca e cuscuz; um padrão “lanches” caracterizado pelo consumo
de pães, manteigas e margarinas, queijos, frios e café; e um padrão “ocidental” caracterizado pelo
alimentares. A idade foi associada positivamente com o padrão alimentar “Lanches”, indicando
que adolescentes mais velhos aderem mais a este padrão alimentar. Menor nível de escolaridade
da mãe e menor renda foram associados positivamente com o padrão alimentar “Lanches”. Por
outro lado, os níveis mais elevados de escolaridade do pai e maior renda foram associados ao
padrão alimentar “Ocidental”, composto por alimentos não saudáveis em sua maoria. Adolescentes
“Ocidental”. Além disso, adolescentes com adiposidade normal foram associados positivamente
63
com o padrão alimentar “Tradicional”. Já os adolescentes com alterações nos níveis séricos de
do IMC, ao longo do estudo, porém esta foi mais intensa entre os adolescentes do sexo masculino.
Também foi possível verificar que, em 2014, os adolescentes com comportamento sedentário
apresentaram maior média do escore-z do IMC. O escore-z do IMC foi positivamente associado
tempo. Isto reforça que os alimentos que compõem o padrão alimentar “Ocidental” estão
Neste sentido, o presente trabalho também analisou a influência dos padrões alimentares
feminino foi positivamente associado a níveis elevados de CT e LDL e o sexo masculino com
níveis baixos de HDL. Adolescentes com maior aderência aos padrões alimentares “lanches” e
“ocidental” apresentaram maior chance de alterações nos níveis séricos de colesterol total. Além
bastante elevada, sendo estes comportamentos associados positivamente com alterações no perfil
lipídico.
Este estudo analisou de forma consistente como os adolescentes estão compondo sua dieta
como estes influenciam alguns fatores de risco cardiovasculares, sendo de grande importância para
a epidemiologia nutricional.
combinações podem servir como base para construção de recomendações nutricionais na forma de
padrões alimentares. Além disso, os resultados desta tese sugerem a necessidade de ações de saúde
pública multidisciplinar que estimulem mudanças nos hábitos alimentares e estilo de vida,
REFERÊNCIAS
ABEP - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de classificação econômica.
Brasil. 2012.
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81
ANEXO 1
OFÍCIO AO GESTOR DA ESCOLA SORTEADA PARA SOLICITAR AUTORIZAÇÃO
PARA REALIZAR ESTUDO LONCAAFS
82
AENXO 2
ENCARTE DO ESTUDO LONCAAFS
83
ANEXO 3
CARTA DE ANUÊNIA DA SECRETARIA DE ESTADO PARA REALIZAÇÃO DO
ESTUDO LONCAAFS NAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL
84
ANEXO 4
CARTA DE ANUÊCIA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PARA
REALIZAÇÃO DO ESTUDO LONCAAFS NAS ESCOLAS DA REDE
MUNICIPAL
85
ANEXO 5
CERTIDÃO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DO CENTRO
DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PARA
REALIZAÇÃO DO ESTUDO LONCAAFS
86
ANEXO 6
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (1ª MOMENTO)
87
ANEXO 7
QUESTIONÁRIO DO ESTUDO LONCAAFS
88
89
90
91
92
ANEXO 8
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (2ª FASE)
93
ANEXO 9
SRIPT PARA LIGAÇÕES DE COLETA DE SANGUE
94
ANEXO 10
ANAMNESE PARA COLETA DE SANGUE
95
CURRÍCULO LATTES