Política Educacional Rede PBH
Política Educacional Rede PBH
Política Educacional Rede PBH
2022
2023
2021
Política
Educacional
Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte
EDUCAÇÃO
Secretaria Municipal de Educação
Política Educacional
Rede Municipal de Educação
de Belo Horizonte
Belo Horizonte
2023
Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben
Adriana Nogueira Araujo Silveira
Marcos Evangelista Alves
Flávia Luz
(Org.)
Política Educacional
Rede Municipal de Educação
de Belo Horizonte
EM Américo Renê Giannetti
Apresentação
Na perspectiva de incentivar o diálogo sobre a
necessidade de implementar organizações escolares
mais flexíveis, que acolham as demandas de todos(as)
os(as) estudantes e nos ajudem a enfrentar os desafios
de um novo tempo para a educação, no ano de 2022,
foram implementados três eixos fundamentais para a
orientação do trabalho nas escolas da Rede Municipal
de Educação de Belo Horizonte (RME-BH): acesso,
permanência, mais aprendizagem e reforço escolar.
Posteriormente, juntaram-se a esses eixos o eixo
reflexão e avaliação: o aval para a ação. Eles foram
definidos pela educação municipal de Belo Horizonte
para favorecer o trabalho com os(as) estudantes e
suas famílias na concretização de uma educação com
qualidade social. O desejo é que nossas escolas estejam
preparadas para acolher todos(as) e cada um(a) dos(as)
estudantes que, por tanto tempo, ficaram distantes do
olhar afetivo do(a) professor(a), do apoio e da amizade
dos(as) colegas no período da pandemia da covid-19.
A garantia do acesso tem sido encarada com sucesso
e estamos juntos, num esforço contínuo para que nem
um(a) estudante fique fora da escola, entendendo que
sua permanência é fator primordial para alcançar os
objetivos de uma aprendizagem significativa, sensível e
que dialoga com os contextos e as possibilidades de
cada território em que a escola está inserida. Com uma
proposta alinhada aos anseios da comunidade escolar,
a RME-BH refaz seus caminhos de construção de uma
política de educação com qualidade social e inaugura
mais um ano letivo, que é desafiador, mas também de
esperança!
Revisão textual
Flávia Luz
Fotos
Acervo Smed/PBH
Acervo das escolas municipais
Júlia Carolina Lopes dos Reis
Sumário
Anexos 37
Ofício 001/2022
Ofício 002/2022
Ofício 003/2022
Ofício 004/2022
Emei Jatobá IV
2020
“O que vivi e o que estou vivendo nessa pandemia trouxe novas
perspectivas sobre minha forma de ensinar, desenvolvi um olhar mais
atento, diferentes formas de avaliar. A escola não é a mesma. Meu aluno
não é mais o mesmo. Esse tempo de afastamento mudou muita coisa
para todos nós. Fiquei feliz com o retorno. Ansiosa. E estou feliz com a
manutenção das aulas presenciais. Gosto muito de dar aula, conheço
meus alunos pelo nome, tenho um carinho muito grande por eles e
valorizo cada sorriso e abraço muito mais do que imaginava”.
10
2020: o ano interrompido
2020
De tudo o que foi vivido em 2020, o maior ganho foi a preservação da vida e
da saúde de cada um, o que favoreceu possibilidades futuras de retorno ao
atendimento presencial com tendências à normalidade. Assim que tivemos
nossa rotina interrompida, a segurança alimentar e nutricional foi a primeira
preocupação do poder público, de modo que foi criada uma logística
para que os(as) responsáveis pelos(as) estudantes fossem beneficiados(as)
mensalmente com a cesta básica estudantil. Foram distribuídos 2 milhões
e 400 mil quilos de alimentos, assim como 400 mil kits de higiene pessoal.
Além disso, as instituições escolares se organizaram para ofertar alimentos
que já estavam nas escolas, garantindo a segurança alimentar das famílias
mais carentes.
As ações, entretanto, não pararam por aí. Considerando que os(as) estudantes
estariam em casa, junto de suas famílias, as escolas municipais montaram
e distribuíram kits pedagógicos com materiais didáticos para facilitar o
trabalho que seria realizado em casa.
11
Cientes dos desafios que estavam por vir, nosso olhar voltou-se para
a realidade das famílias e para o que estava acontecendo nos territórios.
Nossa principal ferramenta para ampliar e direcionar esse olhar foi o mapa
socioeducacional, que foi criado para nos ajudar a compreender a melhor
forma de interação com os(as) estudantes. Nesse sentido, tornou-se o novo
chão da escola, erguendo-se num tempo de angústia e pouco discernimento,
mas se configurando como referência da relação pedagógica professor/
estudante/conhecimento. Entre as finalidades do mapa, destacou-se a
qualificação do conhecimento do ambiente e das condições de vida de cada
estudante e de cada professor(a) no contexto do distanciamento social.
Condições Condições de
sociais/saúde inclusão digital
12
2020
EM Professor Paulo Freire, Emei Timbiras e Emei Alto Vera Cruz
PROGRAMA DE
DESENVOLVIMENTO
PROFISSIONAL
PROTAGONISMO
DOCENTE E
DISCENTE
PLANO
TRANSVERSAL
QUALIDADE
CLIMA ESCOLAR
SOCIAL DO FAVORÁVEL AO
DIÁLOGO E ÀS
ATENDIMENTO APRENDIZAGENS
EDUCACIONAL
NENHUM A MENOS NA
PANDEMIA:
ENFRENTAMENTO E
REINVENÇÃO DA
ESCOLA
13
Emei Maldonado
De tudo o que foi vivido em 2020, o maior ganho foi a preservação da vida e
da saúde de cada um, o que favoreceu possibilidades futuras de retorno ao
atendimento presencial com tendências à normalidade. Assim que tivemos
nossa rotina interrompida, a segurança alimentar e nutricional foi a primeira
preocupação do poder público, de modo que foi criada uma logística
para que os(as) responsáveis pelos(as) estudantes fossem beneficiados
mensalmente com a cesta básica estudantil. Foram distribuídos 2 milhões
e 400 mil quilos de alimentos, assim como 400 mil kits de higiene pessoal.
Além disso, as instituições escolares se organizaram para ofertar alimentos
2021
que já estavam nas escolas, garantindo a segurança alimentar das famílias
mais carentes.
As ações, entretanto, não pararam por aí. Considerando que os(as) estudantes
estariam em casa, junto de suas famílias, as escolas municipais montaram
e distribuíram kits pedagógicos com materiais didáticos para facilitar o
trabalho que seria realizado em casa.
Cientes dos desafios que estavam por vir, nosso olhar voltou-se para
a realidade das famílias e para o que estava acontecendo nos territórios.
Nossa principal ferramenta para ampliar e direcionar esse olhar foi o mapa
socioeducacional, que foi criado para nos ajudar a compreender a melhor
forma de interação com os(as) estudantes. Nesse sentido, tornou-se o novo
chão da escola, erguendo-se num tempo de angústia e pouco discernimento,
mas se configurando como referência da relação pedagógica professor/
estudante/conhecimento. Entre as finalidades do mapa, destacou-se a
qualificação do conhecimento do ambiente e das condições de vida de cada
“A busca ativa é primordial na EJA e temos sempre que fazer esse
movimento para resgatar os estudantes, para animá-los. Esse movimento
já existia antes da pandemia, mas se fortaleceu depois desse período,
transformando-se num importante instrumento pedagógico. O foco
agora é tentar motivar os(as) alunos(as) que não retornaram para o
início do semestre letivo e continuar com o monitoramento daqueles
estudantes que estão frequentando as aulas”.
16
2021: uma nova escola para
enfrentar novos desafios
2021
o contexto e as questões referentes aos(às) estudantes, principalmente
aqueles(as) em situação de vulnerabilidade social, garantindo, assim, o
direito à qualidade e à equidade no acesso aos processos educacionais,
bem como o direito à cidadania.
17
fundamental não estavam acompanhando o ensino remoto e não puderam
ser localizados. A falta de acessibilidade e a vulnerabilidade social saltaram
aos olhos e provocaram novas reflexões e propostas estratégicas. Tanto que,
ao final de 2021, passou de 3,9% para 0,81% o quantitativo de estudantes
não localizados. Assim, é possível dizer que, com o mapAtivo, o mapa
socioeducacional aprimorou-se, trazendo a compreensão do contexto
social, cultural e educacional desses sujeitos, bem como fomentou o
desenvolvimento de práticas/ações dialógicas e integradas entre a saúde, a
assistência social e a educação, visando garantir a proteção, o cuidado e a
educação das nossas crianças e adolescentes.
18
espaços aconchegantes, que pro-
porcionaram leveza e a possibilidade
de ações pedagógicas em ambientes
diferenciados e ao ar livre. Assim, de
acordo com os protocolos sanitários
estabelecidos pela Secretaria Munici-
pal de Saúde, as escolas adaptaram
seus espaços e estabeleceram uma
organização para o retorno presen-
cial, que se concretizou em três fases.
2021
crianças de 0 a 5 anos, justificado
por pesquisas recentes a respeito da
contaminação e da disseminação
Reformas Emei Cafezal da covid-19. Também foi levado em
conta a importância dos cuidados
oferecidos pela escola aos(às) estudantes pertencentes a essa faixa etária,
além dos ganhos nutricionais e de assistência aos familiares. A definição da
prioridade de atendimento das faixas etárias foi dialogada com as famílias das
crianças e discutida pelas comissões escolares responsáveis pelo controle e
pelo monitoramento dos protocolos sanitários vigentes.
19
o acolhimento das turmas conforme os protocolos de distanciamento
social, bem como a manutenção das rotinas e dos cuidados. O gradual e
planejado retorno das atividades presenciais possibilitou a apropriação, por
toda a comunidade escolar, dos protocolos sanitários vigentes, de modo
que sempre imperou o necessário cuidado com a vida.
Emei Floramar
20
EM Modesta Cravo
2021
2022
21
“Os alunos chegaram com bastante defasagem, mas tiveram grandes
avanços. O processo escolar é um processo trabalhoso, mas, quando há
investimento, vontade e uma organização, dá certo. Ouvir dos próprios
alunos que eles estão aprendendo, para nós, docentes, coordenação
pedagógica, é extremamente motivador para que outros trabalhos
aconteçam”.
22
2022: o ano da educação na sala de
aula
2022
23
1. Acesso
24
2. Permanência
2022
obrigatoriedade da frequência diária à escola; e as escolas, por sua vez, foram
alertadas para a necessidade de atenção especial à apuração de frequência
dos(as) estudantes, que deveria ocorrer diariamente e, em caso de faltas não
justificadas, seria necessário estabelecer contato com o(a) responsável para
as devidas tratativas, garantindo o registro dessas comunicações.
25
de crianças e adolescentes. Perdas
irrecuperáveis foram citadas, envolvendo,
inclusive, aquelas relativas à sociabilidade.
Em Belo Horizonte, a implementação
do eixo norteador Mais aprendizagem
e reforço escolar objetivou dar
centralidade e foco aos conhecimentos
e às habilidades essenciais das diferentes
áreas delineados no documento
Percursos Curriculares e Trilhas de
Aprendizagem para a Rede Municipal
de Educação em Tempos de Pandemia1,
referência central na organização do
ensino na escola.
26
de estudantes, no turno ou no contraturno escolar.
Nesse sentido, a Smed orientou que fossem reservadas duas horas semanais
para reuniões pedagógicas, organizadas pela direção escolar juntamente
com a coordenação.
2022
No final daquele ano de desafios e superações, o Ofício-Circular Smed/004-
2022 parabeniza o trabalho de todos(as) os(as) profissionais da educação e
reconhece os avanços alcançados. Além disso, faz um balanço do ano de 2022.
27
Com orgulho, foi possível constatar avanços em diversos aspectos, pois
foram muitas as ações desenvolvidas para acompanhar estudante por
estudante na lida do “nenhum a menos”. Merecem destaque as atividades no
contraturno, os planos de reforço escolar, a utilização dos materiais digitais,
os novos atores nas salas de aula no turno e no contraturno para estimular
o reforço escolar, a implementação de um sistema de monitoramento de
aprendizagens com aplicação das provas diagnósticas e a energia dos(as)
profissionais envolvidos(as) no processo de retomada e avanço da educação
municipal.
28
EM Presidente João Pessoa
2023
“No primeiro dia das aulas presenciais, ao perceber o encantamento por
estar de volta, o medo deu lugar à esperança e à certeza de que era o
momento certo”.
30
2023: ação – reflexão – ação
A diretriz para o ano de 2023 destaca a importância da formação em
serviço, na perspectiva de compreender o retrato da escola produzido pelas
ações desenvolvidas em 2022, registrado nos sistemas de monitoramento
e desenhado nas reflexões do último conselho de classe. Além disso, terá
continuidade a implementação do plano de obras do Projeto Novo Tempo,
para que todas as escolas estejam reformadas considerando aquilo que
definiram como fundamental para o seu projeto de atendimento pedagógico.
EM Dom Bosco
31
Estudantes em atividade de artes - Ana Maria Zschaber
32
2023 também abrirá espaço para o Pró-Didática, projeto que complementa
o conjunto de princípios da gestão pedagógica da Rede. Ele traz a dimensão
explícita da importância da formação em serviço e dos espaços coletivos
de reflexão e formação da escola. Tomando por base o retrato da escola
apresentado pelos sistemas de monitoramento elaborados em 2022,
cria-se uma proposta de formação com rodas de conversas e reflexões,
semelhantes aos conselhos de classe permanentes, com apoio de
especialistas nas temáticas consideradas fundamentais para a melhoria das
aprendizagens. Esse projeto tem o apoio de um grupo de professores(as) da
UFMG, especialistas em didática, currículo e avaliação, além das equipes do
Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) e do Centro Pedagógico
(CP), que já têm participado de assessorias na Smed.
Nenhum a menos + inclusão nas escolas, por sua vez, é um projeto que foi
desenhado especificamente para as escolas que atendem os(as) nossos(as)
mais de 6 mil estudantes com deficiências. É importante apontar que os
desafios desse atendimento nos levam a crer que é importante darmos
centralidade a metodologias específicas, que podem compor nosso dossiê
de possibilidades de estratégias de ensino e sequências didáticas para
todos(as) os(as) estudantes das escolas que ainda não dominam ou não
desenvolveram habilidades essenciais específicas.
33
ITEM 2020* 2021 2022
34
Fases do projeto pedagógico 2020-2023
MARÇO
CESTAS BÁSICAS 2020
ABRIL
KITS PEDAGÓGICOS
2020
MAPA JUNHO
SOCIOEDUCACIONAL 2020
NA PANDEMIA
PROPOSTA
PEDAGÓGICA JULHO
CURRICULAR 2020
EMERGENCIAL
OUTUBRO
2020
BUSCA ATIVA
MARÇO
2021 (Ação Contínua)
PROJETOS DEZEMBRO
PEDAGÓGICOS
2020
ESTRATÉGICOS
MAPATIVO ABRIL
2021
2023
ACESSO
PERMANÊNCIA
PÓS PANDEMIA
AÇÃO
REFLEXÃO 2023
AÇÃO
35
Anexos
Ofício 001/2022
Ofício-Circular SMED/001-2022.
Estamos certos de que o cuidado despendido por vocês foi determinante para
que o retorno presencial iniciado no ano passado tenha ocorrido de maneira
segura e controlada, sem intercorrências que nos trouxesse a necessidade de,
após o retorno, interromper o atendimento presencial em nosso Município.
De tudo o que foi vivido, o maior ganho foi a preservação da vida e da saúde de
cada um e consideramos que começar o ano de 2022 com possibilidades de
retorno com tendências à normalidade seja para todos nós uma extraordinária
vitória.
NESTA
Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 2).
1. Acesso
Retomar o hábito de ir à escola, de realizar o cadastro escolar e efetivar
matrículas é garantia de direito da criança cidadã. Muitas famílias ainda não
conseguiram entender que retornamos ao ensino presencial. Educar é preciso.
Cuidar é preciso.
Todas as escolas devem observar as orientações emitidas via Ordem de Serviço
(001, 002 e 003/2022), garantindo a atualização das vagas remanescentes no
Sistema de Vagas Escolares (SVE), ferramenta disponibilizada recentemente para
o gerenciamento do quadro de vagas, em cada unidade, pela Direção Escolar e
equipe de secretaria.
Para os(as) jovens, adultos(as) e idosos(as), permanece a inserção da matrícula
ao longo do ano e retoma seu processo de realização diretamente nas escolas.
Além disso, é imprescindível que as matrículas sejam inseridas no Sistema de
Gestão Escolar (SGE) para garantir a fidedignidade dos dados de matrícula
informados.
O bom funcionamento dos sistemas e a regularidade dos registros têm o objetivo
de assegurar que as vagas remanescentes sejam disponibilizadas e preenchidas,
favorecendo que o acesso e o direito à educação sejam uma realidade.
Esse é o nosso primeiro eixo fundamental, pois abrir a escola e atender à
sociedade no seu direito à Educação é o fundamento do nosso trabalho existir.
2. Permanência
Em 2022, a oferta educacional, na Rede Municipal de Educação de Belo
Horizonte, é presencial. Considera-se a necessidade de interação direta com os
estudantes para uma intervenção pedagógica mais efetiva e mediada pelos
professores. Os tempos de pandemia afloraram vulnerabilidades que precisam
ser cuidadas. Sendo assim, a retomada da observação direta - o face a face das
crianças e dos adolescentes - é fundamental. Estar presente na escola, entender
que estamos num novo tempo de adaptação, interação e aprendizagens sociais é
muito importante.
O cuidado com a frequência escolar significa a nossa primeira ação de educar.
Nessa perspectiva:
As famílias devem ser informadas e orientadas sobre a obrigatoriedade da
frequência diária à escola.
A busca ativa continuará sendo uma ação permanente. Ela deve ser
contínua e regular para os estudantes faltosos, sem justificativa, e para
aqueles que não retornaram no ano de 2022.
educacional deste ano de 2022 para toda a Rede e isso fará parte dos
conhecimentos e das competências essenciais de todos os docentes.
Tais protocolos pedagógicos precisam orientar o trabalho nas turmas de
estudantes como um todo e na definição de pequenos grupos com necessidades
de aprendizagens específicas, numa permanente dinâmica de agrupamentos e
reagrupamentos para reforço escolar, de modo que o estudante não perca de
vista o seu grupo de referência e pares, porque a sociabilidade também é algo
fundamental para ser recuperado neste momento.
Todas essas ações se tornam prioritárias, considerando que a pandemia trouxe
para todas as redes de educação um grande desafio: - estudantes em distorção
idade/série de até dois anos -, realidade que precisa ser contornada. Assim, é
responsabilidade dos docentes e das escolas diagnosticarem essas distorções e,
de modo dinâmico e intencional, segundo a sequência de protocolos da didática,
construírem a logística de organização de atendimento aos estudantes para
garantia do monitoramento do que perderam e o que precisam aprender.
Assim, em 2022, as ações de reforço escolar serão o projeto prioritário da Rede
Municipal, em todas as escolas, incluindo todos os professores regentes e todos
os demais docentes que, eventualmente, estejam fora da regência diária. As
horas disponíveis do corpo docente devem integrar essa organização para o
reforço escolar, no âmbito dos conhecimentos e habilidades essenciais das
diferentes áreas, especialmente, alfabetização e letramento, incluindo aí o
letramento matemático, viabilizando a logística de atendimento a pequenos
grupos de estudantes, no turno ou no contraturno.
Isso significa que, resguardados alguns cargos e funções específicos (Diretor,
Vice-diretor, Coordenador Pedagógico Geral e Coordenador do Tempo Integral),
todos os demais docentes da escola passam a fazer parte do Programa de “Mais
aprendizagem e reforço escolar”, seja em jornada integral ou em horas
remanescentes do tempo destinado à regência, quando houver. Esse Programa
deve ser discutido com o conselho de coordenação pedagógica, juntamente com
as equipes de professores regentes e de apoio, para que seja delineado um plano
logístico de realização. Salientamos, ainda, a importância da participação das
equipes das bibliotecas nesse Programa.
As equipes APPIA e SMED apresentarão aos coordenadores pedagógicos gerais
outras informações acerca da organização pedagógica para 2022, para subsidiar
a organização do projeto em cada escola, na perspectiva do acompanhamento e
do monitoramento pedagógicos com foco no eixo “Mais Aprendizagem e Reforço
Escolar”.
Nos próximos dias, cada escola deve analisar a demanda por atendimento
integral e organizar a logística para a oferta, tendo como referência o
estudo para definição da capacidade inicial em cada unidade, realizado em
conjunto com a Diretoria de Educação Integral/ SMED. A logística de
atendimento deve se iniciar pelos estudantes de 1º ao 5º ano, podendo ser
ampliada para estudantes de 6º ao 9º ano conforme a capacidade da
unidade. Outras situações específicas deverão ser avaliadas pela escola,
considerando os dados de seu Mapa Socioeducacional, que deve ser
atualizado permanentemente, além das demais situações que mereçam
atenção especial.
Assim, a definição do como fazer, onde fazer, com quem trabalhar, devem
se transformar em pontos de pauta das equipes de professores,
coordenação pedagógica geral e conselho de coordenação, visando
sempre o bom aproveitamento do tempo para a oferta de mais
desenvolvimento e aprendizagem ao estudante com experiências e
vivências cotidianas, projetos e materiais didáticos criados, produzidos e
organizados com foco nas necessidades dos alunos.
Atenciosamente,
O ano de 2022 está terminando. O desafio dos impactos educacionais da pandemia tem sido
enfrentado com o extraordinário trabalho realizado pelo conjunto dos educadores nas escolas, nas
diretorias regionais e na Secretaria Municipal de Educação (SMED), e esse coletivo, de mãos
dadas, está empenhado na crença do provérbio africano que nos diz: “é preciso uma aldeia inteira
para educar uma criança”.
Agradecemos a cada profissional da Educação que está se empenhando nesta missão de garantir
a todos(as) os(as) estudantes os direitos de aprendizagem que lhes foram cerceados ao longo de
2020 e 2021 pela pandemia da Covid-19.
Em 2022, foi preciso retornar às rotinas das aulas presenciais, da frequência diária e dos planos
de aula com objetivos bem explicitados. Nessa perspectiva, foram elaboradas as matrizes das
habilidades essenciais como o norte na elaboração das provas diagnósticas. Tais avaliações
apresentaram um panorama em relação às perdas de conhecimentos e de habilidades escolares
básicas provocadas pelo distanciamento social, com a falta de mediação presencial e direta nos
processos de ensino e aprendizagem. É possível observar que as escolas estão promovendo
avanços significativos e nossos(as) estudantes vêm apresentando conquistas importantes. O 3º
Congresso de Boas Práticas, organizado pela SMED e realizado em novembro deste ano, contou
com a participação de 600 educadores(as) e deu visibilidade ao trabalho pedagógico desenvolvido
nas escolas municipais, o que foi demonstrado na apresentação de 270 trabalhos exitosos de
recomposição de aprendizagens e enfrentamento desse desafio planetário.
Aos(Às) Senhores(as)
Diretores(as)
Vice-Diretores(as)
Escolas Municipais de Ensino Fundamental - EMEFs
Escolas Municipais de Educação Infantil - EMEIs
Assim, o balanço de 2022 demonstra que importante caminho foi percorrido. Este ano letivo trouxe
de volta a interação presencial mais efetiva com os(as) estudantes, as atividades no contraturno,
os planos de reforço escolar, os novos projetos nas escolas com os materiais digitais, os novos
materiais didáticos, os novos atores nas salas de aula no turno e no contraturno, para estimular o
reforço escolar, um sistema de monitoramento de aprendizagens com aplicação das provas
diagnósticas e muita energia de todos(as) para acompanhar estudante por estudante na lida do
“nenhum a menos”. Além disso, os sistemas de monitoramento das habilidades individuais e dos
processos de “busca ativa”, com visitas aos lares dos(as) alunos(as), auxiliaram nas
possibilidades de se obter mais conhecimento sobre quem são nossos(as) educandos(as) e maior
compreensão de que só conseguimos transformar as relações pedagógicas quando trabalhamos
com bases sólidas em conhecimentos concretos sobre a vida de nosso(as) estudantes.
O último Conselho de Classe de 2022, que está em andamento nas escolas, é muito importante
para o novo ano que já começamos a planejar. Ele auxiliará na organização dos agrupamentos de
estudantes em novas turmas e novos desenhos de atendimento em 2023. Os projetos
pedagógicos exitosos devem continuar assim como o atendimento dos(as) educandos(as) na
perspectiva de um contínuo, impedindo que fragmentações venham impossibilitar as chances de
sucesso nas trajetórias escolares, como prevê a política APPIA.
O ano de 2023 se aproxima, e a meta de trabalhar com foco em cada estudante, com o objetivo
de garantir que todos(as) eles(as) devem ter chances de um percurso de escolarização exitoso,
exige-nos, desde já, iniciarmos um diálogo sobre os eixos que orientarão o próximo ano,
considerando que ainda temos muito a fazer e que precisamos permanecer no contínuo,
monitorando a frequência e as aprendizagens dos(as) alunos(as), para que as defasagens, os
impactos e as dificuldades acontecidas durante a pandemia sejam sanadas.
O Ofício Circular SMED-001/2022 delineou três eixos centrais para o trabalho durante o ano de
2022: 1) Acesso, 2) Permanência e 3) Mais Aprendizagem e Reforço Escolar. O trabalho das
equipes SMED buscou apoiar as escolas, promover ações e tomar decisões para que todas
pudessem construir seus planos de atendimento e reforço escolar.
2- Daremos continuidade, também, ao plano de obras Novo Tempo, para que todas as esco-
las estejam reformadas naquilo que definiram como fundamentais para o seu projeto de
atendimento pedagógico. O princípio que nos move nesse plano é a Escola como Referên-
cia na Comunidade. Referência em vários sentidos: acolhimento, estética, conforto, espa-
ços de lazer e de conhecimento com biblioteca, laboratórios e materialidade capazes de
motivar e incentivar os(as) estudantes para mais aprendizagens e para que o “equipamen-
to escola” seja importante para a comunidade, que também deve cuidar e se orgulhar dela.
3- Da mesma forma, esse plano da Escola como Referência na Comunidade apoia as refor-
mas das Bibliotecas Escolares nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) e
a criação delas nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs).
É importante salientar que tais projetos possuem uma linha de financiamento espe-
cífica, e os recursos disponibilizados estarão vinculados ao desenvolvimento das
ações propostas.
São eles:
Nesse contexto, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) decidiu por disponibilizar pro-
fissionais da Psicologia e da Assistência Social para todas as escolas de Educação
Infantil (EMEIS) e Ensino Fundamental (EMEFS). Serão dois(duas) por escola,
um(a) psicólogo(a) e um(a) assistente social contratados(as) pelas Caixas Escola-
res de cada escola, selecionados pela equipe de Direção da Escola. O projeto, na
íntegra, com os detalhes necessários sobre contratação e Plano de Trabalho, será
disponibilizado no início do ano letivo de 2023. Esse projeto terá a assessoria da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), equipe gestora do Janela da Escu-
ta, sob a coordenação de Cristiane de Freitas Cunha, professora titular dessa uni-
versidade. O projeto Janela da Escuta já esteve presente em algumas escolas da
Rede Municipal nos anos de 2018 a 2020 e trouxe evidências importantes sobre a
necessidade de assumirmos o espaço da escola como fundamental à retomada de
um clima coletivo de afetividade, colaboração e responsabilidade com o outro na
construção de um ambiente propício a mais aprendizagem e desenvolvimento hu-
mano, bem como criarmos alternativas de interações intersetoriais quando devida-
mente diagnosticadas. Assim, diagnóstico, escuta, participação e interação em sin-
tonia com a missão da escola serão os objetivos desse projeto e desses(as)
novos(as) profissionais na rotina escolar.
Da mesma forma, para viabilizar essa ação, pensamos que outra dificuldade está
presente na definição dos horários em que todos(as) possam se reunir, já que sem-
pre um(a) ou outro(a) estará em sala de aula, decidiu-se por financiar e criar formal-
mente um projeto de formação em serviço em que os(as) estudantes realizarão ofi-
cinas temáticas com objetivos variados, organizadas e planejadas para esses tem-
pos de reuniões, enquanto os(as) professores(as) estarão reunidos estudando e/ou
planejando e/ou tendo aulas e palestras com especialistas convidados(as).
III - Nenhum a menos + inclusão nas escolas – este projeto está desenhado es-
pecificamente para as escolas que atendem os(as) nossos(as) mais de 6 mil estu-
dantes com deficiências. Importante apontar aqui que os aprendizados didáticos e
pedagógicos que temos com os desafios desse atendimento fazem-nos crer que
seja importante darmos centralidade a essas metodologias específicas que podem
compor nosso dossiê de possibilidades de estratégias de ensino e sequências di-
dáticas para todos(as) os(as) estudantes das escolas que ainda não dominam ou
não desenvolveram habilidades essenciais específicas.
Esse projeto será coordenado pela equipe da Diretoria de Inclusão da SMED, mas
será importante contar com o apoio das direções regionais, direções das escolas,
das Coordenações Pedagógicas Gerais e das Coordenações do Tempo Integral
para alinhamentos necessários e divulgação entre as equipes escolares.
Mais uma vez, agradecemos a relevante parceria e o envolvimento de todos(as), a fim de que
alcancemos, juntos(as), uma educação de qualidade social e equânime. A todas as equipes das
escolas municipais de Belo Horizonte os nossos parabéns!
Atenciosamente,
Anexo