Política Educacional Rede PBH

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2020

2022

2023
2021

Política
Educacional
Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte

EDUCAÇÃO
Secretaria Municipal de Educação

Política Educacional
Rede Municipal de Educação
de Belo Horizonte

Belo Horizonte
2023
Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben
Adriana Nogueira Araujo Silveira
Marcos Evangelista Alves
Flávia Luz
(Org.)

Política Educacional
Rede Municipal de Educação
de Belo Horizonte
EM Américo Renê Giannetti
Apresentação
Na perspectiva de incentivar o diálogo sobre a
necessidade de implementar organizações escolares
mais flexíveis, que acolham as demandas de todos(as)
os(as) estudantes e nos ajudem a enfrentar os desafios
de um novo tempo para a educação, no ano de 2022,
foram implementados três eixos fundamentais para a
orientação do trabalho nas escolas da Rede Municipal
de Educação de Belo Horizonte (RME-BH): acesso,
permanência, mais aprendizagem e reforço escolar.
Posteriormente, juntaram-se a esses eixos o eixo
reflexão e avaliação: o aval para a ação. Eles foram
definidos pela educação municipal de Belo Horizonte
para favorecer o trabalho com os(as) estudantes e
suas famílias na concretização de uma educação com
qualidade social. O desejo é que nossas escolas estejam
preparadas para acolher todos(as) e cada um(a) dos(as)
estudantes que, por tanto tempo, ficaram distantes do
olhar afetivo do(a) professor(a), do apoio e da amizade
dos(as) colegas no período da pandemia da covid-19.
A garantia do acesso tem sido encarada com sucesso
e estamos juntos, num esforço contínuo para que nem
um(a) estudante fique fora da escola, entendendo que
sua permanência é fator primordial para alcançar os
objetivos de uma aprendizagem significativa, sensível e
que dialoga com os contextos e as possibilidades de
cada território em que a escola está inserida. Com uma
proposta alinhada aos anseios da comunidade escolar,
a RME-BH refaz seus caminhos de construção de uma
política de educação com qualidade social e inaugura
mais um ano letivo, que é desafiador, mas também de
esperança!

Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben


Secretária municipal de educação de Belo Horizonte
PREFEITURA DE BELO HORIZONTE
Secretaria Municipal de Educação

Secretária Municipal de Educação


Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben

Secretário Adjunto e Subsecretário de Planejamento, Gestão e Finanças


Marcos Evangelista Alves

Subsecretária de Articulação da Política Pedagógica


Adriana Nogueira Araujo Silveira

Revisão textual
Flávia Luz

Projeto gráfico e diagramação


Assessoria de Comunicação/Smed

Fotos
Acervo Smed/PBH
Acervo das escolas municipais
Júlia Carolina Lopes dos Reis
Sumário

2020: o ano interrompido 9

2021: uma nova escola para enfrentar 15


novos desafios

2022: o ano da educação na sala de aula 21


Acesso 22
Permanência 23
Mais aprendizagem e reforço escolar 23

2023: ação – reflexão – ação 29

Anexos 37
Ofício 001/2022
Ofício 002/2022
Ofício 003/2022
Ofício 004/2022
Emei Jatobá IV

2020
“O que vivi e o que estou vivendo nessa pandemia trouxe novas
perspectivas sobre minha forma de ensinar, desenvolvi um olhar mais
atento, diferentes formas de avaliar. A escola não é a mesma. Meu aluno
não é mais o mesmo. Esse tempo de afastamento mudou muita coisa
para todos nós. Fiquei feliz com o retorno. Ansiosa. E estou feliz com a
manutenção das aulas presenciais. Gosto muito de dar aula, conheço
meus alunos pelo nome, tenho um carinho muito grande por eles e
valorizo cada sorriso e abraço muito mais do que imaginava”.

Poliana Cristina Gati do Nascimento


Professora da RME-BH

10
2020: o ano interrompido

2020
De tudo o que foi vivido em 2020, o maior ganho foi a preservação da vida e
da saúde de cada um, o que favoreceu possibilidades futuras de retorno ao
atendimento presencial com tendências à normalidade. Assim que tivemos
nossa rotina interrompida, a segurança alimentar e nutricional foi a primeira
preocupação do poder público, de modo que foi criada uma logística
para que os(as) responsáveis pelos(as) estudantes fossem beneficiados(as)
mensalmente com a cesta básica estudantil. Foram distribuídos 2 milhões
e 400 mil quilos de alimentos, assim como 400 mil kits de higiene pessoal.
Além disso, as instituições escolares se organizaram para ofertar alimentos
que já estavam nas escolas, garantindo a segurança alimentar das famílias
mais carentes.

As ações, entretanto, não pararam por aí. Considerando que os(as) estudantes
estariam em casa, junto de suas famílias, as escolas municipais montaram
e distribuíram kits pedagógicos com materiais didáticos para facilitar o
trabalho que seria realizado em casa.

Cestas básicas destinadas às famílias.

11
Cientes dos desafios que estavam por vir, nosso olhar voltou-se para
a realidade das famílias e para o que estava acontecendo nos territórios.
Nossa principal ferramenta para ampliar e direcionar esse olhar foi o mapa
socioeducacional, que foi criado para nos ajudar a compreender a melhor
forma de interação com os(as) estudantes. Nesse sentido, tornou-se o novo
chão da escola, erguendo-se num tempo de angústia e pouco discernimento,
mas se configurando como referência da relação pedagógica professor/
estudante/conhecimento. Entre as finalidades do mapa, destacou-se a
qualificação do conhecimento do ambiente e das condições de vida de cada
estudante e de cada professor(a) no contexto do distanciamento social.

Objetivo do mapa socioeducacional

QUALIFICAR O CONHECIMENTO SOBRE

Dimensão do ambiente e vida


do(a) estudante e do professor(a)

Condições Condições de
sociais/saúde inclusão digital

Por meio do mapa socioeducacional, foi


possível verificar que quase 30% dos(as)
estudantes não possuía computador em
casa e cerca de 20% das famílias declararam
ter sido impactadas pela pandemia. Dados
como esses impulsionaram novas ações,
como a distribuição de tablets para
estudantes e o investimento na formação
dos(as) profissionais da educação.
Foram distribuídos 46.639 tablets para
estudantes. Juntamente com os tablets,
foram adquiridos 47.000 chips de pacote
de dados e acessórios necessários para
proteção e manutenção dos aparelhos. Estudante da EM Professor Paulo
Freire fazendo atividade em casa,
com orientação encaminhada pela
escola.

12
2020
EM Professor Paulo Freire, Emei Timbiras e Emei Alto Vera Cruz

Ademais, é importante salientar que a agenda de formação de professores(as)


e demais profissionais das escolas manteve-se ativa ao longo de todo o ano,
com momentos de aprendizagens importantes para enfrentar os desafios
impostos pela pandemia.

Diante do contexto daquele momento, houve a necessidade da construção


de uma proposta pedagógica curricular emergencial, o Plano transversal
qualidade social no atendimento educacional, que se fortaleceu com base
na construção do mapa socioeducacional e, posteriormente, nos projetos
de ensino por agrupamento e na implementação do percurso curricular da
Política Appia, que buscou garantir a continuidade e a integração das
aprendizagens e do desenvolvimento dos sujeitos (crianças, adolescentes,
jovens e adultos) ao longo da sua trajetória escolar.

PROGRAMA DE
DESENVOLVIMENTO
PROFISSIONAL
PROTAGONISMO
DOCENTE E
DISCENTE

PLANO
TRANSVERSAL
QUALIDADE
CLIMA ESCOLAR
SOCIAL DO FAVORÁVEL AO
DIÁLOGO E ÀS
ATENDIMENTO APRENDIZAGENS

EDUCACIONAL

NENHUM A MENOS NA
PANDEMIA:
ENFRENTAMENTO E
REINVENÇÃO DA
ESCOLA

13
Emei Maldonado

2020: o ano interrompido

De tudo o que foi vivido em 2020, o maior ganho foi a preservação da vida e
da saúde de cada um, o que favoreceu possibilidades futuras de retorno ao
atendimento presencial com tendências à normalidade. Assim que tivemos
nossa rotina interrompida, a segurança alimentar e nutricional foi a primeira
preocupação do poder público, de modo que foi criada uma logística
para que os(as) responsáveis pelos(as) estudantes fossem beneficiados
mensalmente com a cesta básica estudantil. Foram distribuídos 2 milhões
e 400 mil quilos de alimentos, assim como 400 mil kits de higiene pessoal.
Além disso, as instituições escolares se organizaram para ofertar alimentos

2021
que já estavam nas escolas, garantindo a segurança alimentar das famílias
mais carentes.
As ações, entretanto, não pararam por aí. Considerando que os(as) estudantes
estariam em casa, junto de suas famílias, as escolas municipais montaram
e distribuíram kits pedagógicos com materiais didáticos para facilitar o
trabalho que seria realizado em casa.

Cientes dos desafios que estavam por vir, nosso olhar voltou-se para
a realidade das famílias e para o que estava acontecendo nos territórios.
Nossa principal ferramenta para ampliar e direcionar esse olhar foi o mapa
socioeducacional, que foi criado para nos ajudar a compreender a melhor
forma de interação com os(as) estudantes. Nesse sentido, tornou-se o novo
chão da escola, erguendo-se num tempo de angústia e pouco discernimento,
mas se configurando como referência da relação pedagógica professor/
estudante/conhecimento. Entre as finalidades do mapa, destacou-se a
qualificação do conhecimento do ambiente e das condições de vida de cada
“A busca ativa é primordial na EJA e temos sempre que fazer esse
movimento para resgatar os estudantes, para animá-los. Esse movimento
já existia antes da pandemia, mas se fortaleceu depois desse período,
transformando-se num importante instrumento pedagógico. O foco
agora é tentar motivar os(as) alunos(as) que não retornaram para o
início do semestre letivo e continuar com o monitoramento daqueles
estudantes que estão frequentando as aulas”.

Alessandra Brandão, coordenadora da EJA


Escola Municipal João Pinheiro

16
2021: uma nova escola para
enfrentar novos desafios

Preocupada com os reflexos desse afastamento presencial da escola, a


Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte implementou os
programas Busca AtivA e MapAtivo: Comunidade Educadora, desenvolvidos
em parceria com o Instituto Cultiva. A proposta tem como objetivo o
fortalecimento dos laços intersetoriais, bem como a construção de uma
comunidade educadora, colaborativa e solidária, buscando conhecer

2021
o contexto e as questões referentes aos(às) estudantes, principalmente
aqueles(as) em situação de vulnerabilidade social, garantindo, assim, o
direito à qualidade e à equidade no acesso aos processos educacionais,
bem como o direito à cidadania.

O programa MapAtivo: Comunidade


Educadora foi desenvolvido em 34
escolas localizadas em áreas de
alta vulnerabilidade social e com
grandes desafios a serem superados.
Inicialmente, foram definidos alguns
critérios de escolha para priorização
dos(as) estudantes cujas famílias seriam
visitadas, como: impossibilidade de
acesso às atividades remotas, ausência
de retorno em comunicações
com a família, ausência de suporte
tecnológico e queda no desempenho
escolar. Entretanto, o compromisso
com a oferta de uma educação para
todos e todas conduziu à definição
de que essa atenção direta deveria se
Busca Ativa dos estudantes
estender a todos(as) os(as) estudantes.
As visitas foram realizadas por 102 monitores(as) do Programa Escola
Integrada que atuam como articuladores(as) comunitários(as).

Nesse sentido, o programa estabeleceu uma conexão significativa com o


mapa socioeducacional, que foi construído nas escolas da RME-BH e se
configurou como um elemento fundamental no processo de busca ativa
de estudantes e familiares, na tentativa de superar o importante desafio que
estava desenhado. Em outubro de 2021, 3,9% dos(as) estudantes do ensino

17
fundamental não estavam acompanhando o ensino remoto e não puderam
ser localizados. A falta de acessibilidade e a vulnerabilidade social saltaram
aos olhos e provocaram novas reflexões e propostas estratégicas. Tanto que,
ao final de 2021, passou de 3,9% para 0,81% o quantitativo de estudantes
não localizados. Assim, é possível dizer que, com o mapAtivo, o mapa
socioeducacional aprimorou-se, trazendo a compreensão do contexto
social, cultural e educacional desses sujeitos, bem como fomentou o
desenvolvimento de práticas/ações dialógicas e integradas entre a saúde, a
assistência social e a educação, visando garantir a proteção, o cuidado e a
educação das nossas crianças e adolescentes.

Diante desse cenário, para embasar as transformações pedagógicas


que devolviam para as escolas seu lugar de território de aprendizagens,
houve investimento significativo na formação dos(as) professores(as) e
dos(as) demais profissionais da educação. Foram privilegiados momentos
formativos que colocaram em pauta as tecnologias educacionais, com a
oferta de formação para 1600 monitores(as) do Programa Escola Integrada,
além de formação oferecida pelo Centro Pedagógico da UFMG para os
monitores(as) e professores(as) da RME-BH.

Estudantes da EM João Camilo Torres utilizando os tablets

Ao lado das transformações pedagógicas vivenciadas e do incremento na


formação dos(as) profissionais, as escolas também passaram por proces-
sos de revitalização. Nesse sentido, teve destaque o Projeto Novo Tempo,
que tornou as escolas da RME-BH mais coloridas e acolhedoras. Em 2021,
a Smed investiu mais de 90 milhões de reais em obras de manutenção e
readequação dos espaços de toda a rede municipal, trazendo mais confor-
to e alegria para toda a comunidade escolar. Esse novo tempo inaugurou

18
espaços aconchegantes, que pro-
porcionaram leveza e a possibilidade
de ações pedagógicas em ambientes
diferenciados e ao ar livre. Assim, de
acordo com os protocolos sanitários
estabelecidos pela Secretaria Munici-
pal de Saúde, as escolas adaptaram
seus espaços e estabeleceram uma
organização para o retorno presen-
cial, que se concretizou em três fases.

Na fase 1, houve o retorno das

2021
crianças de 0 a 5 anos, justificado
por pesquisas recentes a respeito da
contaminação e da disseminação
Reformas Emei Cafezal da covid-19. Também foi levado em
conta a importância dos cuidados
oferecidos pela escola aos(às) estudantes pertencentes a essa faixa etária,
além dos ganhos nutricionais e de assistência aos familiares. A definição da
prioridade de atendimento das faixas etárias foi dialogada com as famílias das
crianças e discutida pelas comissões escolares responsáveis pelo controle e
pelo monitoramento dos protocolos sanitários vigentes.

Na fase 2, foi alinhado o retorno presencial dos(as) estudantes de 6 a 8


anos, além da manutenção do retorno das crianças de 0 a 5 anos. O retorno
do atendimento presencial para essa faixa etária levou em conta o fato
de o período de alfabetização ser a principal fase da escolarização das
crianças, uma vez que
desafios na aquisição
da linguagem escrita
exigem a mediação de
adultos especializados
– os(as) professores(as)
alfabetizadores(as).

Na fase 3, houve o retorno


presencial de todos
as) os(as) estudantes,
com a cuidadosa
análise da estrutura
física das escolas para Retorno presencial da Educação Infantil - Emei Itamarati

19
o acolhimento das turmas conforme os protocolos de distanciamento
social, bem como a manutenção das rotinas e dos cuidados. O gradual e
planejado retorno das atividades presenciais possibilitou a apropriação, por
toda a comunidade escolar, dos protocolos sanitários vigentes, de modo
que sempre imperou o necessário cuidado com a vida.

Nessa etapa da implementação de uma política alinhada aos desafios de um


tempo jamais imaginado por nenhum de nós, ganharam destaque as ações
voltadas para a busca ativa dos(as) estudantes.

Emei Floramar

20
EM Modesta Cravo

2021

2022
21
“Os alunos chegaram com bastante defasagem, mas tiveram grandes
avanços. O processo escolar é um processo trabalhoso, mas, quando há
investimento, vontade e uma organização, dá certo. Ouvir dos próprios
alunos que eles estão aprendendo, para nós, docentes, coordenação
pedagógica, é extremamente motivador para que outros trabalhos
aconteçam”.

Patrícia Santos, coordenadora pedagógica geral


Escola Municipal Presidente Itamar Franco

22
2022: o ano da educação na sala de
aula

Diante dos significativos avanços no quadro epidemiológico da cidade, como


também nos índices da população vacinada, o ano letivo de 2022 teve início
trazendo ares de esperança na implementação de uma organização escolar
mais flexível em relação aos dois anos anteriores. Assim, para orientar o
trabalho nas escolas municipais da RME-BH, por meio do Ofício-Circular
Smed/001-2022, datado de 21 de março daquele ano, foram apresentados
três eixos norteadores para o conjunto das ações pedagógicas a serem
desenvolvidas: acesso, permanência e mais aprendizagem e reforço escolar.
Esses eixos tornaram-se centrais na elaboração das frentes de trabalho
prioritárias para o enfrentamento daquele momento da educação mundial.

2022

23
1. Acesso

Retomar o hábito de ir à escola, de fazer cadastro escolar e fazer matrículas


para garantir um registro é um direito da criança cidadã. Entretanto, naquela
fase, algumas famílias ainda não haviam entendido que o retorno ao ensino
presencial fora estabelecido. Assim, todas as escolas foram orientadas
a efetivar a atualização das vagas remanescentes no Sistema de Vagas
Escolares (SVE), de modo que essas vagas remanescentes pudessem ser
consultadas com segurança pelas famílias interessadas.

Além disso, foi fundamental inserir as matrículas no Sistema de Gestão


Escolar (SGE) para segurança e fidedignidade dos dados de matrícula
informados. O bom funcionamento dos sistemas e a regularidade dos
registros tornaram-se fatores prévios para o estabelecimento do nosso
primeiro eixo fundamental, o acesso. Isso porque abrir a escola para atender
a sociedade no seu direito à educação configurava-se, cada vez mais, como
a razão do nosso trabalho.

EM Theomar de Castro Espíndola

24
2. Permanência

Em 2022, a oferta educacional na RME-BH foi totalmente presencial,


considerando a necessidade de interação direta com os(as) estudantes
para uma intervenção pedagógica mais efetiva e mediada pelos(as)
professores(as). Por outro lado, foi mantida a oferta das atividades remotas
ou não presenciais para os(as) estudantes de grupo de risco com indicação
médica para permanecerem em casa e para aqueles(as) com suspeita ou
diagnóstico de covid-19, como também nos casos de eventual suspensão
das atividades presenciais em turmas específicas, conforme orientado na
Nota Técnica covid-19 n. 046/2021.

Os tempos de pandemia afloraram vulnerabilidades que precisaram


ser cuidadas, e retomar a observação direta face a face das crianças e
adolescentes foi fundamental. Estar presente na escola, entender que
estamos num novo tempo de adaptação, interação e aprendizagens sociais
foi muito relevante para toda a rede. Assim, o cuidado com a frequência
escolar ganhou destaque, sendo compreendido como a primeira ação de
educar.

Nessa perspectiva, as famílias foram informadas e orientadas sobre a

2022
obrigatoriedade da frequência diária à escola; e as escolas, por sua vez, foram
alertadas para a necessidade de atenção especial à apuração de frequência
dos(as) estudantes, que deveria ocorrer diariamente e, em caso de faltas não
justificadas, seria necessário estabelecer contato com o(a) responsável para
as devidas tratativas, garantindo o registro dessas comunicações.

Assim, a busca ativa tornou-se uma ação permanente e todas as escolas


foram convidadas a participar do Programa MapAtivo, com o objetivo de
diminuir as vulnerabilidades educacionais provocadas pela infrequência à
escola.

3. Mais aprendizagem e reforço escolar

2022 nos trouxe o desafio de viver intensamente o enfrentamento das


aprendizagens não adquiridas em razão das dificuldades de interação e
mediação direta do(a) professor(a) com os(as) estudantes, que provocaram
perdas no ensino e na sistematização de conhecimentos, porque estivemos
fora dos espaços escolares e do convívio presencial cotidiano.

Os órgãos internacionais falavam de uma década de atraso na educação

25
de crianças e adolescentes. Perdas
irrecuperáveis foram citadas, envolvendo,
inclusive, aquelas relativas à sociabilidade.
Em Belo Horizonte, a implementação
do eixo norteador Mais aprendizagem
e reforço escolar objetivou dar
centralidade e foco aos conhecimentos
e às habilidades essenciais das diferentes
áreas delineados no documento
Percursos Curriculares e Trilhas de
Aprendizagem para a Rede Municipal
de Educação em Tempos de Pandemia1,
referência central na organização do
ensino na escola.

Se até 2019 tínhamos determinadas


rotinas de organização e se, nos
anos de 2020 e 2021, tivemos
inúmeras rotinas diferenciadas de
organização, definidas em razão dos
protocolos de restrição dos contatos
físicos, em 2022, estabelecemos
novos arranjos escolares, buscando
Retorno reforço 9° Ano - EM Agenor Alves
de Carvalho promover intervenções pedagógicas
significativas, desenhadas a partir do
diagnóstico do que cada estudante sabe ou não sabe em relação ao que seria
esperado de uma criança de sua idade e etapa de escolarização. Foi preciso
avaliar, diagnosticar e entender as dificuldades exacerbadas pela pandemia
para planejar e organizar momentos de ensino dinâmicos e efetivos para
atingirmos os objetivos de aprendizagem definidos.

Essa sequência de avaliação diagnóstica, planejamento, intervenção e novas


avaliações configurou-se como a rotina e o protocolo educacional de 2022
para toda a rede e fez parte dos conhecimentos e competências essenciais
de todos(as) os(as) docentes.

Dessa maneira, as ações de reforço escolar foram o projeto prioritário


da rede municipal em todas as escolas, incluindo todos(as) os(as)
professores(as) regentes e todos(as) os(as) demais docentes que,
eventualmente, estavam fora da regência diária. As horas disponíveis do
corpo docente foram integradas a essa organização para o reforço escolar,
no âmbito dos conhecimentos e habilidades essenciais das diferentes
áreas, especialmente, alfabetização e letramento, incluindo aí o letramento
matemático, viabilizando a logística de atendimento a pequenos grupos
1 Endereço eletrônico do e-book ou QRCode.

26
de estudantes, no turno ou no contraturno escolar.

Ainda no primeiro trimestre do ano letivo, por meio do Ofício-Circular


Smed/002-2022, com data de 12 de abril, foi reforçada a importância de
garantir o tempo extraclasse, estabelecido por meio de legislação própria,
para estudo, planejamento e avaliação. Esse tempo, porém, poderia ser
realizado em espaços escolares ou não escolares.

Nesse sentido, a Smed orientou que fossem reservadas duas horas semanais
para reuniões pedagógicas, organizadas pela direção escolar juntamente
com a coordenação.

Os eixos da política (acesso, permanência, mais aprendizagem e reforço


escolar) exigiam que o docente utilizasse o tempo extraclasse nos processos
de reflexão sobre a aprendizagem dos(as) estudantes, no planejamento das
atividades e no registro dos processos no Sistema de Monitoramento.

Em novembro do mesmo ano, o Ofício-Circular Smed/003-2022


reforçou os eixos norteadores para as ações pedagógicas, considerando a
importância dos processos avaliativos e afirmando que eles precisavam ser
ressignificados, priorizando as habilidades essenciais a serem desenvolvidas
pelos(as) estudantes em cada etapa, o reforço escolar no turno e contraturno
e a atenção especial ao documento Percursos curriculares e trilhas de
aprendizagem na pandemia.

2022
No final daquele ano de desafios e superações, o Ofício-Circular Smed/004-
2022 parabeniza o trabalho de todos(as) os(as) profissionais da educação e
reconhece os avanços alcançados. Além disso, faz um balanço do ano de 2022.

Aplicação das provas diagnósticas nas escolas


municipais

27
Com orgulho, foi possível constatar avanços em diversos aspectos, pois
foram muitas as ações desenvolvidas para acompanhar estudante por
estudante na lida do “nenhum a menos”. Merecem destaque as atividades no
contraturno, os planos de reforço escolar, a utilização dos materiais digitais,
os novos atores nas salas de aula no turno e no contraturno para estimular
o reforço escolar, a implementação de um sistema de monitoramento de
aprendizagens com aplicação das provas diagnósticas e a energia dos(as)
profissionais envolvidos(as) no processo de retomada e avanço da educação
municipal.

O trabalho das equipes Smed buscou apoiar as escolas, promover ações


e tomar decisões para que todas pudessem construir seus planos de
atendimento e reforço escolar. Para o ano de 2023, a meta é trabalhar
com foco em cada estudante, com o objetivo de garantir que todos(as)
tenham chances de realizar um percurso de escolarização exitoso. Isso
será possível com atenção especial aos eixos 1) acesso, 2) permanência e 3)
mais aprendizagem e reforço escolar. A eles acrescenta-se um quarto eixo:
reflexão e avaliação: o aval para a ação.

28
EM Presidente João Pessoa

2023
“No primeiro dia das aulas presenciais, ao perceber o encantamento por
estar de volta, o medo deu lugar à esperança e à certeza de que era o
momento certo”.

Edinalva Ferreira da Costa Faria


Diretora da Emei Padre Tarcísio

30
2023: ação – reflexão – ação
A diretriz para o ano de 2023 destaca a importância da formação em
serviço, na perspectiva de compreender o retrato da escola produzido pelas
ações desenvolvidas em 2022, registrado nos sistemas de monitoramento
e desenhado nas reflexões do último conselho de classe. Além disso, terá
continuidade a implementação do plano de obras do Projeto Novo Tempo,
para que todas as escolas estejam reformadas considerando aquilo que
definiram como fundamental para o seu projeto de atendimento pedagógico.

EM Dom Bosco

O princípio que nos move nesse plano é a escola como referência na


comunidade, considerando aspectos como: acolhimento, estética, conforto,
oferta de espaços de lazer e de conhecimento, com biblioteca, laboratórios
de Ciências e Informática e materialidade capazes de motivar e incentivar
2023
os(as) estudantes a desenvolverem mais aprendizagens, além de reforçar
que o “equipamento escola” é importante para a comunidade, que deve
cuidar e se orgulhar dele.

Nesse sentido, amplia-se o atendimento em tempo integral, com a busca


incessante por mais espaços físicos na escola ou em seus arredores com
o objetivo de atender 100% da demanda manisfestada no cadastro, com a
abertura da escola aos finais de semana, em atendimento às demandas do
Programa Escola Aberta.

31
Estudantes em atividade de artes - Ana Maria Zschaber

Potencializando a criação de espaços de inspiração, como extensão das


bibliotecas, há ainda a proposta de ampliar espaços nas bibliotecas ou
criar novos espaços dentro do ambiente existente, como uma espécie de
sala de exposições ou oficinas, com estações de trabalho organizadas de
modo a favorecer estímulos diversos, que permitam a visitantes, estudantes
e professores(as) tomarem conhecimento e usufruírem dos materiais
pedagógicos que a escola possui. Destaca-se também a realização de
concurso público para bibliotecário escolar para a Rede Municipal de
Educação e a aquisição do Sistema Pergamum para automatizar o acervo
de livros e materiais didáticos existentes no parque de tecnologias digitais.

Estudantes na biblioteca em projeto de leitura

32
2023 também abrirá espaço para o Pró-Didática, projeto que complementa
o conjunto de princípios da gestão pedagógica da Rede. Ele traz a dimensão
explícita da importância da formação em serviço e dos espaços coletivos
de reflexão e formação da escola. Tomando por base o retrato da escola
apresentado pelos sistemas de monitoramento elaborados em 2022,
cria-se uma proposta de formação com rodas de conversas e reflexões,
semelhantes aos conselhos de classe permanentes, com apoio de
especialistas nas temáticas consideradas fundamentais para a melhoria das
aprendizagens. Esse projeto tem o apoio de um grupo de professores(as) da
UFMG, especialistas em didática, currículo e avaliação, além das equipes do
Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) e do Centro Pedagógico
(CP), que já têm participado de assessorias na Smed.

Nenhum a menos + inclusão nas escolas, por sua vez, é um projeto que foi
desenhado especificamente para as escolas que atendem os(as) nossos(as)
mais de 6 mil estudantes com deficiências. É importante apontar que os
desafios desse atendimento nos levam a crer que é importante darmos
centralidade a metodologias específicas, que podem compor nosso dossiê
de possibilidades de estratégias de ensino e sequências didáticas para
todos(as) os(as) estudantes das escolas que ainda não dominam ou não
desenvolveram habilidades essenciais específicas.

Pensando na oferta de oportunidades cada vez mais instigantes de


aprender num contexto que desafie a mente e promova aprendizagens
significativas, foi implementado o Parque Multidisciplinar Iup6D, no
Centro de Línguas, Linguagens, Inovação e Criatividade da Smed, que
tem como objetivo viabilizar ações educativas por meio da oferta
de recursos, técnicas pedagógicas e materiais didáticos que possam atender às
características específicas dos(as) estudantes. Em todo o país,
há 33 plataformas Iup6D, e 27 delas estão sendo instaladas nas
escolas municipais de Belo Horizonte, possibilitando ganhos
expressivos, garantindo o pleno acesso do(a) estudante ao currículo em
condições de igualdade e promovendo a conquista e o exercício de sua
2023
autonomia.

Desde o início do ano interrompido, 2020, a Secretaria Municipal de


Educação já investiu mais de 270 milhões de reais em tecnologia e materiais
pedagógicos.

33
ITEM 2020* 2021 2022

Tecnologia 1.480.000,00 98.369.958,00 71.511.252,00

Kits literários - 8.866.989,00 13.199.552,00

Materiais pedagógicos 9.610.713,00 17.478.071,00 57.436.328,00

TOTAL 11.090.713,00 124.715.018,00 142.147.132,00

Fonte: Diretoria Financeira da Smed/PBH

Para atingirmos o objetivo de promover aprendizagens cada vez mais


significativas, é preciso transformar as salas de aula e todos os demais
espaços em espaços com intencionalidades educativas e pedagógicas
permanentes, visíveis e objetivas. É imprescindível que todos(as) os(as)
profissionais da escola se envolvam e se engajem nesse enorme desafio por
mais aprendizagem, seguindo os protocolos didáticos de: planejamento,
avaliação, definição de objetivos essenciais relativos aos conhecimentos
e habilidades educacionais das diferentes áreas, intervenção didática,
avaliação continuada e processual, registro das observações e resultados;
mais avaliação diagnóstica e mais intervenção pedagógica. E daí por diante!

O caminho percorrido reforça a importância de continuarmos empenhando


esforços, tanto do órgão central da Smed quanto das escolas, na continuidade
de uma política educacional em que o(a) estudante seja a centralidade,
garantindo-lhe acesso, permanência e mais aprendizagem, justificando,
assim, todo o investimento realizado em 2022 e o que está planejado, de
modo que 2023 seja o ano da educação sobre novas bases, mais sólidas e
fundamentadas.

34
Fases do projeto pedagógico 2020-2023

MARÇO
CESTAS BÁSICAS 2020

ABRIL
KITS PEDAGÓGICOS
2020

MAPA JUNHO
SOCIOEDUCACIONAL 2020
NA PANDEMIA

PROPOSTA
PEDAGÓGICA JULHO
CURRICULAR 2020
EMERGENCIAL

OUTUBRO
2020
BUSCA ATIVA
MARÇO
2021 (Ação Contínua)

PROJETOS DEZEMBRO
PEDAGÓGICOS
2020
ESTRATÉGICOS

MAPATIVO ABRIL
2021
2023
ACESSO
PERMANÊNCIA
PÓS PANDEMIA

MAIS APRENIZAGEM MARÇO


E REFORÇO ESCOLAR 2022

AÇÃO
REFLEXÃO 2023
AÇÃO

35
Anexos
Ofício 001/2022

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Ofício-Circular SMED/001-2022.

Belo Horizonte, 21 de março de 2022.

Prezados (as) Diretores(as) e Vice - diretores (as):

Com nossos cordiais cumprimentos, manifestamos nosso agradecimento, que se


estende a todos os profissionais da educação de sua escola, pelo compromisso e
empenho no atendimento educacional à cidade em tempos tão desafiadores que
se apresentaram nos últimos dois anos, em razão da pandemia da COVID-19.

Estamos certos de que o cuidado despendido por vocês foi determinante para
que o retorno presencial iniciado no ano passado tenha ocorrido de maneira
segura e controlada, sem intercorrências que nos trouxesse a necessidade de,
após o retorno, interromper o atendimento presencial em nosso Município.
De tudo o que foi vivido, o maior ganho foi a preservação da vida e da saúde de
cada um e consideramos que começar o ano de 2022 com possibilidades de
retorno com tendências à normalidade seja para todos nós uma extraordinária
vitória.

Sabemos que a estrita observância aos protocolos sanitários, inicialmente


definidos, trouxe mudanças significativas nas rotinas da organização escolar
presencial. Reconhecemos o esforço de todos os profissionais da educação na
implementação das adequações que foram necessárias naqueles momentos,
principalmente no que se refere ao trabalho do professor com as bolhas, além das
dificuldades de alteração permanente da organização, logística e práticas
pedagógicas.

Aproveitamos para também agradecer o empenho dos coletivos escolares na


busca ativa, nas avaliações diagnósticas e no monitoramento de aprendizagens
durante todo o ano de 2021. Foi realmente um trabalho primoroso e precioso que
nos propicia, agora, refletir sobre as novas possibilidades para 2022.

Neste momento, embora ainda não estejamos no contexto de normalidade


anterior à pandemia, temos significativos avanços no quadro epidemiológico de
Belo Horizonte, como também nos índices da população vacinada, o que nos
acena para um ano letivo presencial com uma organização escolar mais flexível
em relação aos dois anos anteriores. Assim, para orientar o trabalho nas escolas
municipais da nossa rede, apresentamos três eixos norteadores para o conjunto
das ações pedagógicas em 2022: (1) ACESSO, (2) PERMANÊNCIA e (3) MAIS
APRENDIZAGEM E REFORÇO ESCOLAR.

Às Direções Escolares da RME-BH


SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

NESTA
Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 2).

1. Acesso
Retomar o hábito de ir à escola, de realizar o cadastro escolar e efetivar
matrículas é garantia de direito da criança cidadã. Muitas famílias ainda não
conseguiram entender que retornamos ao ensino presencial. Educar é preciso.
Cuidar é preciso.
Todas as escolas devem observar as orientações emitidas via Ordem de Serviço
(001, 002 e 003/2022), garantindo a atualização das vagas remanescentes no
Sistema de Vagas Escolares (SVE), ferramenta disponibilizada recentemente para
o gerenciamento do quadro de vagas, em cada unidade, pela Direção Escolar e
equipe de secretaria.
Para os(as) jovens, adultos(as) e idosos(as), permanece a inserção da matrícula
ao longo do ano e retoma seu processo de realização diretamente nas escolas.
Além disso, é imprescindível que as matrículas sejam inseridas no Sistema de
Gestão Escolar (SGE) para garantir a fidedignidade dos dados de matrícula
informados.
O bom funcionamento dos sistemas e a regularidade dos registros têm o objetivo
de assegurar que as vagas remanescentes sejam disponibilizadas e preenchidas,
favorecendo que o acesso e o direito à educação sejam uma realidade.
Esse é o nosso primeiro eixo fundamental, pois abrir a escola e atender à
sociedade no seu direito à Educação é o fundamento do nosso trabalho existir.

2. Permanência
Em 2022, a oferta educacional, na Rede Municipal de Educação de Belo
Horizonte, é presencial. Considera-se a necessidade de interação direta com os
estudantes para uma intervenção pedagógica mais efetiva e mediada pelos
professores. Os tempos de pandemia afloraram vulnerabilidades que precisam
ser cuidadas. Sendo assim, a retomada da observação direta - o face a face das
crianças e dos adolescentes - é fundamental. Estar presente na escola, entender
que estamos num novo tempo de adaptação, interação e aprendizagens sociais é
muito importante.
O cuidado com a frequência escolar significa a nossa primeira ação de educar.

Nessa perspectiva:
 As famílias devem ser informadas e orientadas sobre a obrigatoriedade da
frequência diária à escola.

 A apuração de frequência dos estudantes deve ocorrer diariamente e, em


caso de faltas não justificadas, a escola deve estabelecer contato com o
responsável, ou com o (a) próprio estudante da EJA, quando maior de 18
anos, para as devidas tratativas. É necessário ter o registro do diálogo com
as famílias e com os (as) estudantes da EJA, e os devidos
encaminhamentos.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 3).

 A busca ativa continuará sendo uma ação permanente. Ela deve ser
contínua e regular para os estudantes faltosos, sem justificativa, e para
aqueles que não retornaram no ano de 2022.

 A partir de abril, todas as escolas serão convidadas a participar do


Programa MapAtivo, com o objetivo de se investigar as razões da
infrequência escolar estudantil. Trata-se de um Programa iniciado em 34
escolas da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte, em 2021,
visando a diminuir as vulnerabilidades educacionais detectadas pela não
interação dos alunos com a escola. Desse modo, os estudantes foram
visitados e seus contextos analisados com a finalidade de trazê-los de volta
à escola. As ações desenvolvidas contaram com a atuação dos monitores
e coordenadores do tempo integral. Agora, o Programa virá adaptado à
nova realidade com a retomada das aulas presenciais.

 Continua ainda a oferta das atividades remotas ou não presenciais para os


estudantes de grupo de risco com indicação médica para permanecerem
em casa e nos casos de eventual suspensão das atividades presenciais
em turmas específicas, conforme orientado na Nota Técnica COVID-19 nº
046/2021 (última atualização em 15/02/2022). No entanto, a regra é o
ensino presencial como referência para 2022.

3. Mais Aprendizagem e Reforço Escolar


O ano de 2022 é o ano da Educação no enfrentamento das aprendizagens não
adquiridas pelo impacto das dificuldades de interação e mediação direta do
professor com os estudantes em tempos de pandemia.
Durante dois anos, seguimos as orientações da Saúde na preservação da vida e
estivemos, por um bom tempo, fora dos espaços escolares e do convívio
presencial cotidiano com os estudantes. Agora precisamos intensificar nossas
ações, criando condições pedagógicas para mais alfabetização, mais
aprendizagens e sistematização dos conhecimentos,
O eixo norteador “Mais Aprendizagem e Reforço Escolar” tem por objetivo dar
centralidade aos conhecimentos e às habilidades essenciais das diferentes áreas,
os quais encontram-se delineados no texto do documento “Percursos Curriculares
e Trilhas de Aprendizagem para a Rede Municipal de Educação em Tempos de
Pandemia”, como referência central na organização do ensino na escola.
Para a efetiva intervenção pedagógica, é primordial diagnosticar o que o
estudante sabe ou não em relação ao que seria esperado em sua idade e etapa
de escolarização. Precisamos avaliar, diagnosticar, entender as dificuldades que
eles trazem após os tempos de distanciamento, para planejarmos e organizarmos
momentos de ensino dinâmicos e efetivos para atingirmos os objetivos de
aprendizagem definidos. Essa sequência de avaliação diagnóstica,
planejamento, intervenção e novas avaliações, será a rotina e o protocolo
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 4).

educacional deste ano de 2022 para toda a Rede e isso fará parte dos
conhecimentos e das competências essenciais de todos os docentes.
Tais protocolos pedagógicos precisam orientar o trabalho nas turmas de
estudantes como um todo e na definição de pequenos grupos com necessidades
de aprendizagens específicas, numa permanente dinâmica de agrupamentos e
reagrupamentos para reforço escolar, de modo que o estudante não perca de
vista o seu grupo de referência e pares, porque a sociabilidade também é algo
fundamental para ser recuperado neste momento.
Todas essas ações se tornam prioritárias, considerando que a pandemia trouxe
para todas as redes de educação um grande desafio: - estudantes em distorção
idade/série de até dois anos -, realidade que precisa ser contornada. Assim, é
responsabilidade dos docentes e das escolas diagnosticarem essas distorções e,
de modo dinâmico e intencional, segundo a sequência de protocolos da didática,
construírem a logística de organização de atendimento aos estudantes para
garantia do monitoramento do que perderam e o que precisam aprender.
Assim, em 2022, as ações de reforço escolar serão o projeto prioritário da Rede
Municipal, em todas as escolas, incluindo todos os professores regentes e todos
os demais docentes que, eventualmente, estejam fora da regência diária. As
horas disponíveis do corpo docente devem integrar essa organização para o
reforço escolar, no âmbito dos conhecimentos e habilidades essenciais das
diferentes áreas, especialmente, alfabetização e letramento, incluindo aí o
letramento matemático, viabilizando a logística de atendimento a pequenos
grupos de estudantes, no turno ou no contraturno.
Isso significa que, resguardados alguns cargos e funções específicos (Diretor,
Vice-diretor, Coordenador Pedagógico Geral e Coordenador do Tempo Integral),
todos os demais docentes da escola passam a fazer parte do Programa de “Mais
aprendizagem e reforço escolar”, seja em jornada integral ou em horas
remanescentes do tempo destinado à regência, quando houver. Esse Programa
deve ser discutido com o conselho de coordenação pedagógica, juntamente com
as equipes de professores regentes e de apoio, para que seja delineado um plano
logístico de realização. Salientamos, ainda, a importância da participação das
equipes das bibliotecas nesse Programa.
As equipes APPIA e SMED apresentarão aos coordenadores pedagógicos gerais
outras informações acerca da organização pedagógica para 2022, para subsidiar
a organização do projeto em cada escola, na perspectiva do acompanhamento e
do monitoramento pedagógicos com foco no eixo “Mais Aprendizagem e Reforço
Escolar”.

Ainda nessa perspectiva, as Diretorias Regionais de Educação promoverão


encontros com as Direções Escolares para análise da proposta construída em
cada escola e a devida articulação com a equipe da Gerência de Quadro de
Pessoal / SMED para as adequações necessárias, no que couber.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 5).

Este ano é o ANO DA EDUCAÇÃO NA SALA DE AULA.

Para atingirmos os objetivos de aprendizagem, é preciso transformar o cotidiano


das escolas, das salas de aula e todos os demais espaços em espaços com
intencionalidades educativas e pedagógicas permanentes, visíveis e objetivas. É
imprescindível que todos os profissionais da escola se envolvam e se engajem
neste enorme desafio por mais aprendizagem, seguindo os protocolos didáticos
de: diagnóstico, planejamento, avaliação, definição de objetivos essenciais
relativos aos conhecimentos e habilidades educacionais das diferentes
áreas, intervenção didática, avaliação continuada e processual, registro das
observações e resultados, mais avaliação diagnóstica e mais intervenção
pedagógica.
Para corroborar com o acompanhamento do desenvolvimento e da aprendizagem
dos estudantes foi estruturado o “Sistema de Acompanhamento e Monitoramento
da Aprendizagem” que se constitui em uma importante ferramenta de registro da
avaliação processual que subsidiará o cumprimento desses protocolos. Para
tanto, torna-se fundamental o compromisso de todos na alimentação, verificação,
análise e utilização dos dados no planejamento pedagógico cotidiano, na
periodicidade definida pela equipe Appia/SMED.

Na Educação Infantil essa prática deve se pautar nos componentes do processo


avaliativo presente no “Caderno de Avaliação na Educação Infantil” já
disponibilizado para todas as escolas e instituições parceiras: planejamento,
execução, mediação, observação, registro e reflexão para novo
planejamento. Estes componentes contribuem para que professores examinem,
compreendam, proponham adequações nas propostas pedagógicas para um
maior desenvolvimento e aprendizagem das crianças, organizando os espaços
escolares para vivências e experiências cotidianas significativas.

 Outras informações para referenciar a organização do trabalho


escolar:

É importante salientar que as inúmeras variáveis de organização vividas em 2020


e 2021 foram determinadas pelos protocolos sanitários, índices de monitoramento
da COVID -19 em Belo Horizonte, e temos total consciência de que o trabalho
árduo de todos, as significativas alterações nas escolas, tudo isso contribuiu para
o resultado que observamos na cidade no controle da pandemia.
Entretanto, novas possibilidades despontam em um contexto epidemiológico mais
favorável e um retorno mais próximo do que vivíamos anteriormente pode ser
vislumbrado.
Assim, apresentamos algumas orientações iniciais para que as equipes de
direção, de coordenação e de regência de turma possam trabalhar na
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

organização escolar, para atendimento dos três eixos apresentados


anteriormente.
Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 6).

1 - Mantidos os cuidados e atenção de sempre, a organização diária do


atendimento nos anos finais (6° ao 9° ano) e na Educação de Jovens e
Adultos - EJA, poderá ser revista permitindo mais professores vinculados a
cada turma diariamente, sem se limitar a 2 professores, como orientado
anteriormente.

2 - Com a melhoria dos índices da pandemia na cidade, sendo necessário, já


é possível realizar reuniões presenciais com famílias, em grupos menores,
observados todos os protocolos sanitários vigentes.

3 - A possibilidade de que, para as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, um


familiar devidamente credenciado possa levar/buscar até a porta da sala
de aula, nos horários de entrada e saída, observando todos os protocolos
sanitários.

4 - A organização professor(a)/aluno, tanto para a Educação Infantil, quanto


para os anos iniciais do ensino fundamental deverá ter como regra o
quantitativo de 4 professores(as) para 03 (três) turmas e mais 02
professores de projetos específicos (definidos pela SMED e/ou pela escola,
a partir da aprovação de um Plano de Projeto) por turno, tomando como
referência 10 turmas por turno. Esses(as) professores(as) executarão o
planejamento do projeto específico, em parceria com os(as)
professores(as) referências do turno em escalas de horário semanal,
construídas coletivamente. Havendo faltas na rotina cotidiana da escola
serão os primeiros a realizarem substituições em caso de faltas.

 Para a Educação infantil, a escola que, em seu quadro de pessoal,


já tiver condições para garantir essa organização poderá executá-la
imediatamente. A escola que necessitar adequar seu quadro de
pessoal para essa organização, deverá remeter a demanda à
Diretoria Regional de Educação para análise e encaminhamentos
junto à GEQPE, sempre que necessário.

 Para o atendimento integral, na Educação infantil das EMEIs de, no


máximo 9h30 diárias, as escolas deverão se organizar no formato
que melhor atenda a toda a comunidade, considerando o intervalo
compreendido entre 7 e 17 horas. Neste momento de transição a
uma nova normalidade, há que se considerar as definições para o
atendimento até o momento, de modo a não gerar estresse entre a
escola e os familiares e comunidade escolar. Sugerimos que,
considerando a razão de 4 professores(as) para cada 3 turmas,
garantida a regência diária de 4 horas com professor(a) e os
minutos de intervalo docente com as atividades recreativas ou
diversificadas, com o(a) auxiliar em cada turno, sejam definidos os
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

horários de entrada e saída dos turnos, considerando a regra geral


de atendimento de toda a rede municipal de educação de Belo

Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 7).

Horizonte. Entretanto, a definição do início das interações de


regência e os intervalos de entrada, saída e do repouso escolar
entre os turnos ficará conforme acertos entre as escolas com as
Dires Regionais, considerando a realidade de cada escola e
respectiva comunidade escolar e garantido os direitos das crianças
ao atendimento.

 Para o atendimento dos estudantes dos anos iniciais do ensino


fundamental, neste contexto transitório e tomando por premissa o
eixo norteador de “Mais Aprendizagem e Reforço Escolar'', em 2022,
a organização para os anos iniciais do ensino fundamental se
manterá na proporção de 3 professores(as) para 2 (duas) turmas.

5 - Retomada do Atendimento em Tempo Integral (Ensino Fundamental), a


partir de 4 de abril, conforme a capacidade de cada unidade, considerando
os recursos humanos, materiais e os espaços, internos e externos,
disponíveis em cada escola.

Nos próximos dias, cada escola deve analisar a demanda por atendimento
integral e organizar a logística para a oferta, tendo como referência o
estudo para definição da capacidade inicial em cada unidade, realizado em
conjunto com a Diretoria de Educação Integral/ SMED. A logística de
atendimento deve se iniciar pelos estudantes de 1º ao 5º ano, podendo ser
ampliada para estudantes de 6º ao 9º ano conforme a capacidade da
unidade. Outras situações específicas deverão ser avaliadas pela escola,
considerando os dados de seu Mapa Socioeducacional, que deve ser
atualizado permanentemente, além das demais situações que mereçam
atenção especial.

A proposta de Atendimento em Tempo Integral da escola deverá ser


organizada e acompanhada pelo Coordenador do Tempo Integral em
articulação direta com o Coordenador Pedagógico Geral e a Direção
Escolar de modo a estar efetivamente integrada à proposta pedagógica da
escola, dialogando com o trabalho desenvolvido no turno regular de
atendimento e com os desafios do eixo Mais Aprendizagem e Reforço
Escolar, de modo que as ações da Educação Integral potencializem os
processos de estimulação, motivação, desenvolvimento dos estudantes,
além de mais aprendizagens dos conhecimentos e habilidades essenciais.

Esses princípios deverão ser considerados para a definição das atividades


e oficinas. Todas as oficinas deverão contar com planejamento do
atendimento (objetivos, registro do perfil do grupo de estudantes atendidos,
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

planos de aula com as atividades propostas e registros de avaliação da


evolução dos estudantes).

Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 8).

Após a definição da proposta de atendimento da unidade escolar,


eventuais demandas que venham a surgir, deverão ser apresentadas ao
Diretor Regional de Educação para análise e possíveis encaminhamentos.

6 - As diretrizes do Tempo Integral na Educação Infantil serão semelhantes


às do Ensino Fundamental, para as crianças de 3 a 5 anos, naquilo que
couber, quando atendidas nas EMEFs, ofertando oficinas de
musicalização, artes marciais, e outras relacionadas ao plano curricular das
escolas, ampliando, revitalizando e promovendo mais oportunidades de
vivências criativas às crianças da cidade. No caso das EMEIS, que já
ofertam o tempo integral, reiteramos a possibilidade de ampliar esse
atendimento, sempre que houver capacidade.

7 - Desde 2020, a Secretaria tem mantido, os quadros de escola, na medida


do possível, sem alterações, considerando que as imprevisibilidades
provocadas pelo contexto da pandemia poderiam nos surpreender a
qualquer momento e não seria adequado promover grandes alterações,
gerando mais instabilidade e insegurança nas equipes das escolas.

Ao longo de 2021, apesar de tudo o que vivemos, a política de pessoal da


SMED, como regra geral, foi a de não considerar excedência nas escolas
para fins de transferência. Para garantir a permanência de muitos
professores vinculados à escola, foram definidas algumas funções
temporárias de apoio à coordenação e outras específicas, não diretamente
como regência de classe. Essa prática se caracterizou como um arranjo
temporário que deverá ser revista em todas as escolas em 2022.

No entanto, é importante destacar que todo o corpo docente da Rede


Municipal de Educação a integra com admissão não vinculada a escolas
determinadas. A falta de um professor em uma escola e o excesso de
docentes em outras provoca desigualdades de oferta da educação aos
estudantes e, consequentemente, compromete o direito à escolarização.
Assim, algumas mudanças são necessárias quando constatadas situações
de necessidade de professor na organização dos quadros de escolas.
Nessa perspectiva, embora saibamos que o reforço escolar é um programa
importante e que irá integrar todo o corpo docente da rede, existe
prioridade na constituição dos quadros de escola conforme as regras
essenciais de alocação de professores para a regência de turmas na
composição da matriz curricular regular.

8 - Iniciamos em 2021, o Plano Emergencial de Alfabetização – PEAlfa


objetivando diagnosticar e monitorar o desenvolvimento da aprendizagem
das crianças de 1º ao 3º anos do ensino fundamental, a partir de definição
habilidades essenciais apontadas no documento “Percursos Curriculares e
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Trilhas de Aprendizagem em Tempos de Pandemia (Ebook)”. Para


subsidiar as intervenções pedagógicas foram construídos e
disponibilizados instrumentos e documentos com repertórios de ações,
mediações e atividades, referenciados nestas habilidades. Além disso,
Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 9).

realizou-se a “Formação para docência em Alfabetização e Letramento” e


a aquisição e distribuição do livro “Alfaletrar: toda criança pode aprender a
ler e escrever”, da professora Magda Soares.

9 - Para estudantes do 4º ao 9º anos, organizou-se o atendimento a


pequenos grupos, denominados GTI – Grupo de Trabalho Intensivo - na
perspectiva de avaliação diagnóstica, intervenção e monitoramento de
aprendizagens. Esses grupos já estavam funcionando como “reforço
escolar”, nova denominação desse conjunto de atividades que visem
atender intencionalmente processos de aprendizagem e monitoramento no
turno e/ou no contraturno. Consideramos que chamar de Reforço Escolar
esse trabalho intensivo intencional em busca de mais aprendizagem é uma
denominação que oferece mais sentido aos familiares e nos permite criar
formatos diversificados, embora atendendo sempre à mesma intenção.

10 - Assim, destacamos alguns pontos que devem ser observados na


construção da proposta de reforço escolar, visto que são fundamentais
para que a Secretaria Municipal de Educação possa apoiar a escola
naquilo que ela deseja para garantir um bom trabalho educacional:

- Realizar as avaliações diagnósticas nas turmas para verificar o que cada


estudante sabe ou não sabe, em relação às expectativas desejáveis para
estudantes da mesma faixa etária;
- Definir agrupamentos de alunos em relação aos déficits de
conhecimentos e/ou habilidades detectadas para o atendimento de reforço
escolar;
- Definir a forma de atendimento ao estudante considerando que o reforço
escolar deve ser também uma prática sistemática para toda a turma de
mesma faixa etária. É possível, ainda, organizar agrupamentos
diversificados com atendimento no turno, no contraturno, no interior da
própria turma ou em grupos mistos.
- Definir os professores responsáveis para cada agrupamento de reforço
escolar;
- Definir o plano de trabalho de cada agrupamento e o professor
responsável.
- Definir a forma de monitoramento das aprendizagens com registros dos
instrumentos de avaliação e controle de todo o processo.

Essas definições registradas e organizadas irão compor o “Programa de


Reforço Escolar” de cada escola.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

11 - Além das ações de reforço direcionadas a todos os estudantes, é


necessário analisar a situação específica de estudantes com 2 anos ou
mais de distorção idade-ano de escolaridade em cada escola para avaliar a
possibilidade de integrarem turmas de aceleração e correção de fluxo

Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 10).

(denominadas Geração Ativa e Geração Criativa), nos termos da


regulamentação vigente.

Sendo constatada essa situação, a Diretoria Regional de Educação deverá


ser informada para as devidas tratativas e encaminhamentos.

12 - Quanto à possibilidade de tempos de planejamento serem realizados


na escola ou em casa, destaca-se que segue sendo uma orientação
sanitária não promover aglomerações, principalmente em locais fechados.
Mas, não há nenhuma vedação de que, em alguma hora de janela, ou em
intervalos de almoço, os professores aguardem seu horário de regência na
sala de professores. Essa definição é de cada escola, sempre ressaltando
que este tempo é de preparação e planejamento para um trabalho
pedagógico efetivo do professor.

Considera-se essencial que, no tempo destinado às atividades extraclasse,


o mínimo de duas horas semanais esteja reservado às reuniões
pedagógicas coordenadas pela Direção e Coordenação Pedagógica Geral.

Assim, a definição do como fazer, onde fazer, com quem trabalhar, devem
se transformar em pontos de pauta das equipes de professores,
coordenação pedagógica geral e conselho de coordenação, visando
sempre o bom aproveitamento do tempo para a oferta de mais
desenvolvimento e aprendizagem ao estudante com experiências e
vivências cotidianas, projetos e materiais didáticos criados, produzidos e
organizados com foco nas necessidades dos alunos.

Da mesma forma, como era definido anteriormente na Educação Infantil, é


possível ainda que a escola se organize para que cada professor(a) tenha
01 hora de extraclasse ao longo da jornada do turno, se for definido como
pertinente pela gestão e coordenação pedagógica da escola.

Destaca-se também que a pandemia exigiu o atendimento remoto em


função da necessidade de distanciamento social. Em razão disso, a
Secretaria adquiriu equipamentos eletrônicos para incorporar as
tecnologias digitais como um apoio pedagógico às novas rotinas de
trabalho, melhorando as condições de trabalho. Nessa perspectiva, todos
os equipamentos encaminhados à escola podem e devem ser utilizados
pelos professores nas suas atividades extraclasse, dentro ou fora da
escola.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

13 - Algumas escolas, antes da pandemia, mantinham interação contínua e


permanente com a comunidade do território onde se localiza, realizando
atividades importantes aos finais de semana e em horários noturnos,
compondo um conjunto de ações do então denominado Escola Aberta –
PEA. Informamos que estamos estudando a retomada destas atividades,
priorizando as escolas que são as únicas referências de equipamentos

Ofício-Circular SMED/001-2022 (continuação 11).

públicos com espaços de lazer e cultura do território onde estão


localizadas. Essas instituições, em especial, podem apresentar suas
demandas às Diretorias Regionais para que possamos a partir do que for
apresentado, iniciarmos estudos sobre os possíveis formatos de realização
do programa.

Finalmente, reforçamos a nossa crença de entrarmos num novo tempo mais


experientes e melhores do que estávamos quando assolados pela COVID-19.
Ninguém sabia o que era ser professor em uma pandemia. Estamos todos
aprendendo juntos. Precisamos ter paciência, respeito e escuta mútua. É hora de
união de propósitos na busca de soluções para os novos desafios advindos da
pandemia que afetaram diretamente esta geração de crianças e jovens.

Os eixos aqui apresentados - ACESSO, PERMANÊNCIA E MAIS


APRENDIZAGEM E REFORÇO ESCOLAR – são centrais na elaboração de
frentes de trabalho prioritárias para o enfrentamento deste momento da educação
mundial. Salientamos a importância da organização do trabalho na escola para a
realização da proposta e para o engajamento de todos no processo de
desenvolvimento dos estudantes. Para isso, solicitamos que as informações
contidas neste ofício sejam compartilhadas com toda a equipe docente da escola,
além da equipe de secretaria e biblioteca.

Continuamos contando com cada um e cada uma e esperando que se sintam


sempre convidados ao diálogo contínuo e permanente com esta secretária e
equipe do órgão central – SMED.

Atenciosamente,

Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben


Secretária Municipal de Educação
Ofício 002/2022
Ofício 003/2022
Ofício 004/2022

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Ofício Circular SMED 004-2022.

Belo Horizonte, 7 de dezembro de 2022.

Prezados(as) Diretores(as) e Vice-Diretores(as),

O ano de 2022 está terminando. O desafio dos impactos educacionais da pandemia tem sido
enfrentado com o extraordinário trabalho realizado pelo conjunto dos educadores nas escolas, nas
diretorias regionais e na Secretaria Municipal de Educação (SMED), e esse coletivo, de mãos
dadas, está empenhado na crença do provérbio africano que nos diz: “é preciso uma aldeia inteira
para educar uma criança”.

Agradecemos a cada profissional da Educação que está se empenhando nesta missão de garantir
a todos(as) os(as) estudantes os direitos de aprendizagem que lhes foram cerceados ao longo de
2020 e 2021 pela pandemia da Covid-19.

Em 2022, foi preciso retornar às rotinas das aulas presenciais, da frequência diária e dos planos
de aula com objetivos bem explicitados. Nessa perspectiva, foram elaboradas as matrizes das
habilidades essenciais como o norte na elaboração das provas diagnósticas. Tais avaliações
apresentaram um panorama em relação às perdas de conhecimentos e de habilidades escolares
básicas provocadas pelo distanciamento social, com a falta de mediação presencial e direta nos
processos de ensino e aprendizagem. É possível observar que as escolas estão promovendo
avanços significativos e nossos(as) estudantes vêm apresentando conquistas importantes. O 3º
Congresso de Boas Práticas, organizado pela SMED e realizado em novembro deste ano, contou
com a participação de 600 educadores(as) e deu visibilidade ao trabalho pedagógico desenvolvido
nas escolas municipais, o que foi demonstrado na apresentação de 270 trabalhos exitosos de
recomposição de aprendizagens e enfrentamento desse desafio planetário.

Aos(Às) Senhores(as)
Diretores(as)
Vice-Diretores(as)
Escolas Municipais de Ensino Fundamental - EMEFs
Escolas Municipais de Educação Infantil - EMEIs

C.c.: Coordenador(a) do Projeto Escola Integrada - PEI


Coordenador(a)-Geral Pedagógico(a)
Professores(as) Municipais

Rua Carangola, 288/7º andar – Bairro Santo Antônio – 30.330-240


Belo Horizonte/MG - 3277-8606 – [email protected]
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Ofício Circular SMED 004-2022 – Continuação 2.

Assim, o balanço de 2022 demonstra que importante caminho foi percorrido. Este ano letivo trouxe
de volta a interação presencial mais efetiva com os(as) estudantes, as atividades no contraturno,
os planos de reforço escolar, os novos projetos nas escolas com os materiais digitais, os novos
materiais didáticos, os novos atores nas salas de aula no turno e no contraturno, para estimular o
reforço escolar, um sistema de monitoramento de aprendizagens com aplicação das provas
diagnósticas e muita energia de todos(as) para acompanhar estudante por estudante na lida do
“nenhum a menos”. Além disso, os sistemas de monitoramento das habilidades individuais e dos
processos de “busca ativa”, com visitas aos lares dos(as) alunos(as), auxiliaram nas
possibilidades de se obter mais conhecimento sobre quem são nossos(as) educandos(as) e maior
compreensão de que só conseguimos transformar as relações pedagógicas quando trabalhamos
com bases sólidas em conhecimentos concretos sobre a vida de nosso(as) estudantes.

Os sistemas de monitoramento criaram dados e informações, e o cruzamento desses dados


trouxeram novas possibilidades para novos conhecimentos. Entretanto, nada disso terá
importância se não nos debruçarmos sobre o conhecimento que está acumulado nas tabelas e
nos relatórios que podem ser retirados do SGE, do SMAE, do SIABH, do SIGPEI, porque, caso
contrário, teremos apenas um amontoado de números. É preciso estudar esses relatórios, essas
informações e refletir sobre o que pode existir por trás desses números, enxergando o(a) nosso(a)
aluno(a), sua frequência e suas aprendizagens e, ao mesmo tempo, analisando o que está
desenhado no currículo da escola, para recriarmos nossa forma de ensinar, de propor atividades
pedagógicas, bem como de organizar as salas de aula e a escola do novo tempo. Tal processo só
é possível quando estruturamos o debate pedagógico em Conselhos de Classe, sistematizando
coletivamente as reflexões a favor de processos de ensino focados nas necessidades de
aprendizagem dos(as) estudantes.

O último Conselho de Classe de 2022, que está em andamento nas escolas, é muito importante
para o novo ano que já começamos a planejar. Ele auxiliará na organização dos agrupamentos de
estudantes em novas turmas e novos desenhos de atendimento em 2023. Os projetos
pedagógicos exitosos devem continuar assim como o atendimento dos(as) educandos(as) na
perspectiva de um contínuo, impedindo que fragmentações venham impossibilitar as chances de
sucesso nas trajetórias escolares, como prevê a política APPIA.

O ano de 2023 se aproxima, e a meta de trabalhar com foco em cada estudante, com o objetivo
de garantir que todos(as) eles(as) devem ter chances de um percurso de escolarização exitoso,
exige-nos, desde já, iniciarmos um diálogo sobre os eixos que orientarão o próximo ano,
considerando que ainda temos muito a fazer e que precisamos permanecer no contínuo,
monitorando a frequência e as aprendizagens dos(as) alunos(as), para que as defasagens, os
impactos e as dificuldades acontecidas durante a pandemia sejam sanadas.

 Eixos Centrais da Política Pedagógica na Rede Municipal no contexto pós-pandemia

O Ofício Circular SMED-001/2022 delineou três eixos centrais para o trabalho durante o ano de
2022: 1) Acesso, 2) Permanência e 3) Mais Aprendizagem e Reforço Escolar. O trabalho das
equipes SMED buscou apoiar as escolas, promover ações e tomar decisões para que todas
pudessem construir seus planos de atendimento e reforço escolar.

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Ofício Circular SMED 004-2022 – Continuação 3.

Para o ano de 2023, retomam-se os eixos já apresentados e apresenta-se um 4º eixo: “Reflexão


e Avaliação – o aval para a ação”. Essa será uma diretriz para o ano de 2023 – a formação em
serviço, na perspectiva de compreender o retrato da escola produzido pelas ações desenvolvidas
em 2022, registrado nos dados e nas informações presentes nos sistemas de monitoramento e
nas reflexões do último Conselho de Classe. Com base nesse retrato, o corpo diretivo da escola,
junto com os docentes, devem analisar o currículo prescrito e o realizado, os resultados dos
processos de aprendizagem que estão presentes nos registros escolares, bem como estudar a
dinâmica de vida na escola, as oportunidades criadas para os(as) estudantes, espaços de
aprendizagem e de interações sociais. Tal análise deve preceder os planejamentos e a elaboração
de propostas de ensino ou sequências didáticas. Processos de avaliação significam “aval para a
ação” e devem orientar ações específicas para mais aprendizagens, mais alfabetização e mais
letramento.

 Estratégias para o trabalho pedagógico em 2023

Para favorecer esse percurso de redimensionamento do Projeto Político-Pedagógico (PPP) das


escolas para 2023, a partir do que foi desenvolvido neste ano, apresentamos, a seguir, um
conjunto de ações e projetos que visam a auxiliar a escola nessa realização, com o apoio da
SMED e de especialistas diversos. Serão disponibilizados recursos materiais e financeiros para
subsidiar as diferentes ações aqui apresentadas.

1- Primeiramente, reiteramos que permaneceremos priorizando os eixos: (1) Acesso - atendi-


mento a todas as crianças e aos(às) adolescentes que precisam estar na escola, com es-
pecial incentivo ao tempo integral sempre que possível e construindo condições para isso;
(2) Permanência – controle de frequência diária no turno e contraturno, com Busca Ativa
imediata nos casos de risco e necessidades pedagógicas; (3) Mais aprendizagem e refor-
ço escolar - para garantirmos que todas as crianças de 7 anos da Rede Municipal de Edu-
cação de Belo Horizonte estejam alfabetizadas e que todos(as) os(as) estudantes dos de-
mais anos tenham percursos de escolarização exitosos dentro do Plano Nacional Curricu-
lar, que foi atropelado pelo período da pandemia, mas que estamos enfrentando muito
bem, a partir das ações de recomposição e diagnóstico efetivadas no decorrer do ano de
2022, em nossas escolas. Conforme destacado anteriormente, apresenta-se um 4º eixo,
“Reflexão e Avaliação – o aval para a ação”.

2- Daremos continuidade, também, ao plano de obras Novo Tempo, para que todas as esco-
las estejam reformadas naquilo que definiram como fundamentais para o seu projeto de
atendimento pedagógico. O princípio que nos move nesse plano é a Escola como Referên-
cia na Comunidade. Referência em vários sentidos: acolhimento, estética, conforto, espa-
ços de lazer e de conhecimento com biblioteca, laboratórios e materialidade capazes de
motivar e incentivar os(as) estudantes para mais aprendizagens e para que o “equipamen-
to escola” seja importante para a comunidade, que também deve cuidar e se orgulhar dela.

Associado a isso, apontamos a ampliação do Tempo Integral, com a busca inces-


sante por mais espaços físicos na escola ou em seus arredores e ainda as oportu-
nidades de abertura, nos finais de semana, ao Programa Escola Aberta.

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3- Da mesma forma, esse plano da Escola como Referência na Comunidade apoia as refor-
mas das Bibliotecas Escolares nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) e
a criação delas nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs).

Estamos, ainda, incentivando a criação dos Espaços de Inspiração, como extensão


das Bibliotecas. Essa proposta visa ampliar espaços nas Bibliotecas ou criar novos
espaços dentro do ambiente existente, como uma espécie de sala de exposições
ou oficinas, com estações de trabalho organizadas de modo a favorecer estímulos
diversos que permitam aos(às) visitantes, estudantes e professores(as) tomarem
conhecimento dos materiais pedagógicos que a escola possui e estão ali expostos
para manuseio, uso e inspiração para novas aprendizagens e novas experiências.
É um espaço formador e indutor da inovação no ensino e na aprendizagem ativa,
semelhante ao CLIC da SMED. Pretende-se que esse local, de tempos em tempos,
seja modificado, partindo de temáticas e propostas de inspiração criadas pela esco-
la ou pela equipe pedagógica da própria biblioteca.

Destaca-se também a realização do concurso público para Bibliotecário Escolar


para a Rede Municipal de Educação e a aquisição do Sistema Pergamum para au-
tomatizar o acervo de livros e materiais didáticos existentes no Parque de Tecnolo-
gias Digitais. Esse novo projeto dos Espaços de Inspiração será mais um passo
para a qualificação do Leituras em Conexão, criado em 2017, e que aos poucos vai
tomando novas formas e ampliando os seus objetivos para oferecer o que existe de
mais avançado aos(às) estudantes e professores das escolas. A Biblioteca se con-
figura como o “Espaço do Conhecimento”, e a disponibilização a toda a comunida-
de escolar das tecnologias digitais, dos tablets, assim como dos laboratórios de
Ciências e de outros materiais pedagógicos adquiridos nos últimos anos, para uso,
a favor do aprimoramento do processo de ensino/aprendizagem, é importante. Às
vezes, esses materiais ficam guardados em almoxarifados. Ao contrário disso, a
nossa ideia é colocá-los à disposição dos(as) alunos(as) e dos(as) professores(as),
considerando que as Bibliotecas são espaços do conhecimento para estudantes e
toda a comunidade escolar. Entretanto, a Biblioteca Escolar é, também e essencial-
mente, um espaço de formação em serviço para o corpo docente, quando disponi-
bilizada como “sala de inspiração”.

4- Ao longo de 2022, com o acompanhamento de todo o trabalho realizado nas escolas e, a


partir de reflexões importantes realizadas pelo Colegiado Pedagógico da SMED, constata-
mos a necessidade de implementar alguns outros projetos, citados a seguir, e que serão fi-
nanciados com recursos a serem repassados às Caixas Escolares.

É importante salientar que tais projetos possuem uma linha de financiamento espe-
cífica, e os recursos disponibilizados estarão vinculados ao desenvolvimento das
ações propostas.

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São eles:

I - Janela da Escuta na Escola – projeto que terá a duração de 18 meses, visa


cuidar do clima e das interações sociais no ambiente escolar e das interações do
território e da comunidade com a escola. Todos(as) temos acompanhado as seque-
las advindas dos tempos de distanciamento social na pandemia e, dentre essas se-
quelas, ficaram evidenciadas as dificuldades de um retorno sereno, em razão de
muitas ocorrências e notificações das escolas relativas aos casos de agressividade,
tristezas, apatias, maus-tratos e assédios vividos pela comunidade nas residências
dos(as) estudantes ou no próprio ambiente escolar. A construção de Planos de
Convivência nunca foi tão importante e tão necessária, embora desde 2017 esteja-
mos provocando essa elaboração. Entretanto, mais do que isso, verificou-se que
escutar, atender necessidades urgentes de acolhimento, educar para a convivên-
cia, cuidar das interações no ambiente escolar, retornar ao modo empático de con-
versar e compreender o outro em suas diferenças e características tornou-se priori-
tário.

Nesse contexto, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) decidiu por disponibilizar pro-
fissionais da Psicologia e da Assistência Social para todas as escolas de Educação
Infantil (EMEIS) e Ensino Fundamental (EMEFS). Serão dois(duas) por escola,
um(a) psicólogo(a) e um(a) assistente social contratados(as) pelas Caixas Escola-
res de cada escola, selecionados pela equipe de Direção da Escola. O projeto, na
íntegra, com os detalhes necessários sobre contratação e Plano de Trabalho, será
disponibilizado no início do ano letivo de 2023. Esse projeto terá a assessoria da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), equipe gestora do Janela da Escu-
ta, sob a coordenação de Cristiane de Freitas Cunha, professora titular dessa uni-
versidade. O projeto Janela da Escuta já esteve presente em algumas escolas da
Rede Municipal nos anos de 2018 a 2020 e trouxe evidências importantes sobre a
necessidade de assumirmos o espaço da escola como fundamental à retomada de
um clima coletivo de afetividade, colaboração e responsabilidade com o outro na
construção de um ambiente propício a mais aprendizagem e desenvolvimento hu-
mano, bem como criarmos alternativas de interações intersetoriais quando devida-
mente diagnosticadas. Assim, diagnóstico, escuta, participação e interação em sin-
tonia com a missão da escola serão os objetivos desse projeto e desses(as)
novos(as) profissionais na rotina escolar.

Partiremos de algumas ações importantes, como o protagonismo da escola na con-


tratação dos(as) profissionais, segundo critérios definidos pelo órgão central da
SMED e o setor jurídico da PBH. O acolhimento da Direção da escola, do Coorde-
nador Pedagógico Geral (CPG) e do Coordenador do Tempo Integral (PEI)
desses(as) profissionais como uma equipe central de reflexão sobre o Retrato da
Escola e suas interações com o PPP e a comunidade serão fundamentais para o
sucesso da ação. Pretende-se que tais profissionais, junto com o CPG e o CPEI,
participem dos encontros formativos com as equipes coordenadoras do Janela da
Escuta que, também, estarão diretamente ligadas às equipes da SMED para análi-
se de necessidades e demandas fundamentais que se apresentarem.

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Ofício Circular SMED 004-2022 – Continuação 6.

II - PRO-DIDÁTICA – este projeto complementa o conjunto de princípios da gestão


pedagógica da Rede. Ele traz a dimensão explícita da importância da formação em
serviço e dos espaços coletivos de reflexão e formação da escola. É sabido que
uma boa escola se faz com professores(as) bem formados(as) e integrados(as) por
princípios e ações. Sabemos, também, das dificuldades existentes em uma escola
para congregar tempos comuns de trabalho, planejamento e estudo. Assim, pen-
sando concretamente nos tempos extraclasse de pelo menos 2 horas, do contrato
docente, resguardadas para reuniões pedagógicas, delineamos este projeto a ser
realizado neste tempo.

Da mesma forma, para viabilizar essa ação, pensamos que outra dificuldade está
presente na definição dos horários em que todos(as) possam se reunir, já que sem-
pre um(a) ou outro(a) estará em sala de aula, decidiu-se por financiar e criar formal-
mente um projeto de formação em serviço em que os(as) estudantes realizarão ofi-
cinas temáticas com objetivos variados, organizadas e planejadas para esses tem-
pos de reuniões, enquanto os(as) professores(as) estarão reunidos estudando e/ou
planejando e/ou tendo aulas e palestras com especialistas convidados(as).

Neste projeto, denominado PRO-DIDÁTICA, tomando por base o Retrato da Escola


apresentado nos dados e informações dos Sistemas de Monitoramento elaborados
em 2022, cria-se a proposta de Formação em Serviço, com rodas de conversas e
reflexões, semelhantes aos Conselhos de Classe Permanentes, com apoio de es-
pecialistas nas temáticas consideradas fundamentais para a melhoria e aprendiza-
gens, atendimento às dificuldades dos(as) alunos(as) e dos(as) professores(as) no
trato das questões evidenciadas. Para isso, a Caixa Escolar da escola receberá re-
cursos para essas duas ações: pagamento de oficinas e pagamento de especialis-
tas palestrantes.

Esse projeto também tem o apoio de um grupo de professores(as) da UFMG, espe-


cialistas em Didática, Currículo e Avaliação, além das equipes do Centro de Alfabe-
tização, Leitura e Escrita (CEALE) e do Centro Pedagógico (CP) que já têm partici-
pado de assessorias na SMED. Esse grupo pode auxiliar a escola na construção de
seu percurso específico de formação em serviço e pode ser consultado livremente
pela escola.

Acredita-se que o projeto Janela da Escuta também trará temáticas importantes a


serem consideradas a partir de casos e/ou de evidências salientadas pelos(as) pro-
fissionais da Psicologia e da Assistência Social.

III - Nenhum a menos + inclusão nas escolas – este projeto está desenhado es-
pecificamente para as escolas que atendem os(as) nossos(as) mais de 6 mil estu-
dantes com deficiências. Importante apontar aqui que os aprendizados didáticos e
pedagógicos que temos com os desafios desse atendimento fazem-nos crer que
seja importante darmos centralidade a essas metodologias específicas que podem
compor nosso dossiê de possibilidades de estratégias de ensino e sequências di-
dáticas para todos(as) os(as) estudantes das escolas que ainda não dominam ou
não desenvolveram habilidades essenciais específicas.

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Ofício Circular SMED 004-2022 – Continuação 7.

A SMED, ainda ao longo de 2023, irá equipar 27 salas de Atendimento Educacional


Especializado (AEE), com equipamentos de alta tecnologia para estimulação e
mais aprendizagem para que tenhamos mais alternativas de ensino para melhores
atendimentos a crianças e jovens com deficiências. Essas salas estarão disponibili-
zadas, prioritariamente, para esse público, mas é direito de todas as crianças da
Rede Municipal participarem desses espaços, desde que haja um plano específico
de utilização, com critérios e horários de atendimento. Essa possibilidade deve ser
construída em parceria com as coordenações pedagógicas das escolas que aco-
lherão esses equipamentos e as demais.

Concomitantemente a esse investimento, está sendo criada a proposta de assesso-


ria aos(às) professores(as) vinculados às 75 salas de AEE e demais interessados.
Pretende-se criar, assim, uma rede de formação em tecnologias assistivas capazes
de favorecer a todos(as) os(as) estudantes das escolas com essas alternativas pe-
dagógicas capazes de gerar mais estímulo e aprendizagem.

Esse projeto será coordenado pela equipe da Diretoria de Inclusão da SMED, mas
será importante contar com o apoio das direções regionais, direções das escolas,
das Coordenações Pedagógicas Gerais e das Coordenações do Tempo Integral
para alinhamentos necessários e divulgação entre as equipes escolares.

Finalmente, todas as ações e propostas apresentadas neste documento reforçam a importância


de continuarmos os esforços, tanto do órgão central da SMED quanto das escolas, na
continuidade de uma política educacional em que o(a) estudante seja a centralidade, garantindo-
lhe acesso, permanência e mais aprendizagem, justificando, assim, todo o investimento realizado
em 2022 e o que está planejado para 2023, na perspectiva da proposta político-pedagógica da
Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte, como demonstrado no diagrama que segue
anexo.

Mais uma vez, agradecemos a relevante parceria e o envolvimento de todos(as), a fim de que
alcancemos, juntos(as), uma educação de qualidade social e equânime. A todas as equipes das
escolas municipais de Belo Horizonte os nossos parabéns!

Atenciosamente,

Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben


Secretária Municipal de Educação

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Anexo

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