O Nascimento de Vênus (Sandro Botticelli) Análise Da Obra - Cultura Genial 123039
O Nascimento de Vênus (Sandro Botticelli) Análise Da Obra - Cultura Genial 123039
O Nascimento de Vênus (Sandro Botticelli) Análise Da Obra - Cultura Genial 123039
O quadro O Nascimento de Vênus, criado entre 1482 e 1485, é de autoria do pintor italiano Sandro
Botticelli (1445-1510).
Antes de criar essa tela, Sandro Botticelli costumava pintar cenas bíblicas. Foi depois de uma
viagem à Roma, onde esteve exposto à muitas obras da cultura greco-romana que, no regresso à
casa, inspirado pelo que viu, começou a pintar cenas baseadas na mitologia.
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O quadro O Nascimento de Vênus foi encomendado por Lorenzo di Pierfrancesco, uma figura
importante na sociedade italiana. Lorenzo atuava como banqueiro e político e encomendou com
Botticelli uma peça para decorar a sua casa. O resultado dessa encomenda, produzida entre 1482
e 1485, foi a obra hoje considerada um cânone da pintura ocidental.
1. Vênus
Nua, no centro da tela, Vênus faz um gesto pudico para esconder a sua condição despida.
Enquanto a mão direita tenta cobrir os seios, a mão esquerda está ocupada procurando
resguardar as partes íntimas.
A luz que recebe ressalta a sua beleza clássica, pura e casta e enfatiza ainda mais as suas curvas.
Seu extenso cabelo ruivo se enrola ao longo do corpo como uma espécie de serpente e a
protagonista faz uso de uma mecha para ocultar o seu sexo.
2. Os deuses do vento
A esquerda da tela estão abraçados, unidos, o deus do vento Zephyrus e uma ninfa (acredita-se
que seja Aura ou Bora), que ajudam a protagonista Vênus assoprando em direção à terra.
Enquanto eles assopram, assistimos o cair das rosas. As rosas, segundo a mitologia, nasceram
quando Vênus pôs o pé em terra firme e fazem referência ao sentimento do amor.
3. Deusa da Primavera
Do lado direito do quadro está a Deusa Primavera, a espera de Vênus para cobri-la e protegê-la
com um manto florido. Ela representa a renovação e tudo aquilo que floresce durante a
primavera.
4. A concha
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Assim como em outras obras renascentistas, fica evidente aqui a influência da cultura greco-
romana e a referência à cultura pagã (aliás, de modo geral durante esse período histórico é
possível afirmar que os artistas italianos foram com frequência beber na cultura pagã). Nesse
sentido, o Renascimento promoveu uma verdadeira revolução se pensarmos no quesito das
influências.
Em termos de forma, almejava-se harmonia e a composição de uma beleza clássica, fatores que
podem ser observados na perfeição da construção do corpo de Vênus.
A valorização da natureza é também outro elemento característico do movimento que se faz ver
na tela pintada por Botticelli.
Análise detalhada
Botticelli pode ser considerado um artista arrojado e progressista sob muitos pontos de vista. Ele
foi o primeiro a pintar uma mulher nua que não fosse Eva, num gesto bastante polêmico para a
sua época.
Foi também dos primeiros artistas a pintar quadros mitológicos, que faziam um elogio à cultura
pagã, iniciando uma verdadeira renovação no período do Renascimento.
Não satisfeito por quebrar tantos paradigmas, Botticelli foi ainda dos primeiros criadores a pintar
quadros sobre tela na Toscana. Até então as imagens eram costumeiramente pintadas na parede
ou sobre madeira.
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Apesar do título induzir o observador a acreditar no evento descrito, Botticelli não pintou
propriamente o nascimento da Vênus, mas sim a continuação do mito, quando a Deusa foi
impulsionada sobre uma concha com a ajuda dos ventos para alcançar a ilha de Chipre.
Movimento no quadro
O quadro O Nascimento de Vênus é marcado por uma noção de movimento que pode ser
observada a partir de uma série de elementos.
Repare, por exemplo, nos cabelos da musa, nas pregas dos vestidos, no manto florido e nas rosas
que caem a partir do sopro. Através do uso da técnica, Botticelli é capaz de transmitir para o
observador a sensação de agitação.
O segundo plano da tela idealizada por Botticelli é riquíssimo. Observe a série de detalhes que o
pintor introduz no seu trabalho: o mar apresenta escamas, o chão verde presente na costa parece
um tapete de relva e as folhas das árvores têm não usuais detalhes dourados.
Inspiração
Certamente uma das inspirações do pintor italiano foi a estátua grega Vênus Capitolina, uma
escultura da Antiguidade que aparece na mesma posição que a Vênus de Botticelli.
Vênus Capitolina teria servido de inspiração para a composição da musa de Botticelli.
Supõe-se também que a protagonista da tela seja inspirada em Simonetta Cattaneo Vespúcio,
esposa de um rico comerciante e ícone de beleza de Sandro Botticelli e de uma série de artistas
renascentistas.
Nascido no dia 1 de março de 1445, Alessandro di Mariano di Vanni Filpepi, conhecido no meio
artístico apenas como Sandro Botticelli, viria a se tornar um dos maiores nomes do Renascimento
italiano.
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O artista era filho de um curtidor de peles e, quando tinha 17 anos, foi apresentado ao já
celebrado artista italiano Filippino Lippi, que viria a se tornar seu mestre. Assim começou a
carreira do pintor.
Autorretrato de Sandro Botticelli.
Em 1470 o artista ganhou algum reconhecimento e passou a servir à famosa família Médici, das
mais importantes da Itália.
No princípio da carreira Botticelli produziu telas religiosas e de cunho bíblico, com o tempo
passou a receber uma maior influência da cultura greco-latina e produziu obras de arte com
motivos pagãos.
Sandro Botticelli assinou obras-primas como O Nascimento de Vênus, A Adoração dos Magos e A
Tentação de Cristo.
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