Cap 4
Cap 4
Cap 4
ABSTRACT: The mortality and recruitment of trees with DBH ³ 10 cm were analyzed in 5
permanent plots of 0,5 ha each, installed in 1980 and measured every 3 years (1980 to 1995),
in Atlantic Forest (Linhares, ES). A disturbance (dryer season) from may to august 1987, affected
the forest structure. During the disturbance period (1986 to 1989) occurred the death of 50% of
the trees that died during the total period (1980 a 1995). The estimated annual mortality rate
(1,5%) is the same found to other tropical forest (1 to 2%), but this rate was significantly different
among ecological groups: pioneer (3,55%) > climax (1,26%). Larger trees (DBH ³ 90 cm) showed
a significantly higher mortality than the other ones (10 < DBH £ 50 cm) in 1989. Neither mortality
nor recruitment were evenly distributed on space, but mortality was completely balanced by
recruitment.
INTRODUÇÃO
Estudos de longo prazo instalados em flo- América Latina, têm permitido uma melhor
restas tropicais da África, Ásia, Austrália e compreensão sobre aspectos dinâmicos des-
50 n Mortalidade de árvores na Floresta Atlântica
tes ecossistemas, podendo levar a uma estra- flutuando em torno de um valor médio ao longo
tégia adequada de manejo e conservação da do tempo. Essa constância é mantida através
biodiversidade. de um balanço adequado entre mortalidade e
Estes estudos ecológicos examinam as recrutamento de árvores (Lieberman e
mudanças nas populações usando informações Lieberman, 1987; Peralta et al., 1987; Swaine
de censos, com a contagem e posterior et al., 1987a; Lieberman et al., 1990; Jardim,
recontagem de indivíduos sobreviventes, per- 1990).
das e ganhos, sendo as informações Alguns trabalhos mostram que estes
comumente sumarizadas na forma de taxas de parâmetros podem ser sensivelmente modifi-
mortalidade e recrutamento (Sheil e May, 1996). cados por distúrbios mais intensos, tendendo a
Diversos trabalhos nos últimos 10 anos têm retornar ao valor médio, em seguida. Por exem-
apresentado uma sumarização dos resultados plo, um furacão que atingiu El Verde (Porto Rico)
encontrados nas diversas florestas onde se usa modificou sensivelmente a estrutura da flores-
a metodologia de parcelas permanentes ta, que em seguida apresentou uma tendência
(Swaine et al.,1987b; Swaine, 1989; Hartshorn, à recuperação (Crow, 1980). Distúrbios
1990; Phillips e Gentry, 1994). antrópicos afetaram uma floresta na Malásia e
As parcelas permanentes utilizadas possu- num período posterior houve uma tendência à
em as mais variadas formas e tamanhos; o li- recuperação (Manokaram e Kochummen,
mite mínimo de DAP não é o mesmo entre os 1987). O fenômeno conhecido com El Niño
trabalhos, o método de cálculo para taxas anu- provocou uma seca severa na floresta de Bar-
ais de mortalidade diferem, além disso alguns ro Colorado (Panamá) elevando a taxa de mor-
estudos incluem palmeiras, lianas ou arbustos, talidade (Hubell e Foster, 1990), mas também
outros, apenas espécies arbóreas; os tipos flo- é mostrada uma tendência à recuperação da
restais são também variados, havendo flores- floresta em períodos posteriores (Condit et al.,
tas de várzea, de terra firme, de terras baixas, 1992). Períodos prolongados de seca também
de encosta, de galerias etc.; cada uma subme- afetaram aspectos da estrutura de florestas na
tida ainda a diferentes precipitações anuais, em Malásia (Primack e Hall, 1992) demonstrando
diferentes altitudes, com diferentes históricos ser um distúrbio importante e amplamente dis-
de perturbação etc. tribuído na região tropical.
Apesar de toda essa variabilidade os estu- Neste trabalho analisaram-se a mortalida-
dos indicam que as mudanças e flutuações na de e recrutamento de árvores com DAP ³ 10
estrutura da floresta madura seguem um pa- cm, ocorridos de 1980 a 1995 na floresta atlân-
drão em toda a área tropical. Há uma constân- tica em Linhares (ES) e avaliar a influência de
cia dos parâmetros estruturais da floresta como uma seca severa, ocorrida no ano de 1987,
densidade, área basal e número de espécies, sobre aspectos estruturais da floresta.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
O clima do local é do tipo AWi de Köppen altura do peito (DAP) maior ou igual a 10 cm.
(tropical úmido), com estação chuvosa no ve- Cada árvore foi etiquetada, recebeu uma nu-
rão e seca no inverno. A precipitação meração e teve medido o seu DAP. Nas medi-
pluviométrica média anual é estimada em ções sucessivas cada árvore que atingia ou ul-
1224,3 mm no período de 1975 a 1995, tempe- trapassava o limite mínimo de DAP era
ratura média de 23 °C e umidade relativa do ar etiquetada, recebendo uma numeração
de 83,5%. Segundo Jesus et al. (1992), para a seqüencial.
área experimental os solos predominantes são As espécies arbóreas da RFL foram classi-
Podzólicos Vermelho-Amarelo, distróficos, com ficadas em grupos ecológicos:
horizonte B textural de atividade baixa (não a) Pioneiras: espécies não tolerantes, colo-
hidromórfico) e horizonte A moderado com tex- nizadoras de grandes clareiras, formando ban-
tura variável de argilosa a areno-argilosa. O re- co de sementes no solo, crescimento muito rápi-
levo é plano, formando os chamados platôs li- do, ciclo de vida curto e madeira caracteristica-
torâneos, com uma altitude que varia de 28 a mente muito leve;
65 m. A tipologia florestal da região insere-se b) Secundárias iniciais: muito semelhantes
na Floresta Estacional Semidecidual de Terras às espécies do primeiro grupo, entretanto não
Baixas. (IBGE, 1992) formam banco de sementes no solo e apresen-
tam um ciclo de vida um pouco mais amplo.
Obtenção dos dados Constituem um grupo bastante heterogêneo;
c) Secundárias tardias: as características
No ano de 1980 foi instalado na RFL um do ciclo de vida começam a tornar-se bem dife-
ensaio de manejo florestal, que vem sendo renciadas em relação aos grupos anteriores,
monitorado, desde então, em intervalos de 3 têm crescimento mais lento, ciclo de vida mais
anos (1980, 1983, 1986, 1989, 1992 e 1995). O amplo, madeira dura, sementes tolerantes am-
ensaio foi instalado em blocos ao acaso, com 9 plamente dispersas pelo vento;
tratamentos e 5 repetições, onde cada parcela d) Climácicas: constituem praticamente um
mede 50 x 100 m (0,5 ha). Uma descrição com- extremo em relação ao primeiro grupo, com
pleta deste ensaio e dos tratamentos que fo- madeira dura e de alta densidade, crescimento
ram aplicados pode ser encontrada em Jesus muito lento, ciclo de vida muito amplo, toleran-
et al. (1992) e Batista (1994). tes e apresentam grandes sementes, geralmen-
Para atender os objetivos deste estudo foi te dispersas por grandes animais.
selecionado o tratamento 1 do ensaio onde não A base da classificação foi a observação
foi aplicada nenhuma forma de intervenção (tes- do comportamento das espécies em plantios
temunha), resultando em 5 parcelas, cada uma (crescimento), em viveiro (germinação e cres-
distribuída em uma área de floresta estacional cimento), testes de laboratório para germina-
semidecidual, em estágio maduro. Todas as ção e características próprias (tipos de semen-
parcelas foram alocadas paralelamente a uma tes, densidade da madeira etc.). Esta classifi-
estrada de acesso, distando 75 m da estrada, cação foi aqui utilizada para facilitar a interpre-
visando diminuir o efeito de borda (Jesus et al., tação dos resultados, apesar de serem reco-
1992). nhecidamente uma abstração de um contínuo
No ano de 1980, em cada parcela, foram existente entre as espécies arbóreas da flores-
amostradas todas as árvores com diâmetro à ta tropical.
52 n Mortalidade de árvores na Floresta Atlântica
Análises
Foi calculada a taxa anual de mortalidade lineamento visando diminuir o número de graus
através do modelo algébrico descrito em de liberdade do resíduo e, consequentemente,
Primack et al. (1985): o erro experimental devido ao acaso. Desse
m = 1 - (N1/N0)1/t modo para um total de 6 blocos e 5 tratamen-
· onde: m é a taxa anual de mortalidade; tos aplicou-se o teste F para o teste de hipóte-
· N0 é o número de indivíduos na amostra se e o teste de Tukey para a comparação das
inicial (1980); médias referentes a blocos (anos), ambos os
· N1 é o número de indivíduos na amostra testes a 5% de probabilidade.
final (1995); Foi considerada a seguinte hipótese de nu-
· t é o tempo de observação em anos (15). lidade (H0) com a respectiva hipótese alternati-
va (Ha):
A meia-vida (t0,5) da floresta ou o tempo es-
timado para que a população inicial caia pela 1) H0 : As estimativas de densidade (D) não di-
metade (Swaine e Lieberman, 1987) foi obtido ferem estatisticamente entre os anos de
por: amostragem:
t0,5 = (Ln 0,5)/Ln (1-m) D 1980 = D 1983 = D 1986 = D 1989 = D 1992 = D 1995
· onde: t0,5 é a meia-vida; Ha : a densidade de árvores apresentou dife-
rença estatística significativa entre pelo menos
· Ln é o logaritmo neperiano;
dois dos anos de amostragem.
· m é a taxa de mortalidade anual
A mesma hipótese foi testada para o
Foi utilizado o Coeficiente de Correlação de
parâmetro densidade em relação aos grupos
Spearman (rs) (Sokal e Rohlf, 1981) para se tes-
ecológicos de espécies arbóreas.
tar as correlações entre 3 variáveis NT80, MT95
A estatística não-paramétrica do Chi-qua-
e RT95, onde:
drado (c2) foi utilizada para as análises de mor-
· NT80 = o número de indivíduos de cada
talidade e recrutamento.
espécie em 1980;
2) H0 : a mortalidade total no período (MT95) foi
· MT95 = o número de indivíduos mortos
igual em todos os grupos ecológicos:
de cada uma das espécies da amostra inicial,
MT95 Pioneiras = MT95 Sec. iniciais = MT95 Sec. tardias
no período (1980 a 1995);
= MT95 Climácicas
· RT95 = o número de árvores recrutadas
3) H0 : a mortalidade de árvores (M) não diferiu
de cada uma das espécies da amostra inicial,
estatisticamente entre os anos de amostragem.
no período (1980 a 1995) para a classe de 10
Como a mortalidade no ano de 1983 foi igual a
cm de DAP.
zero em todas as parcelas, esse ano não foi
Para se analisar as influências das varia-
considerado na análise:
ções temporais na densidade de árvores da flo-
M 1986 = M 1989 = M 1992 = M 1995
resta atlântica em Linhares (ES) considerou-se
que ano e parcela foram variáveis independen- 4) H0 : o recrutamento de árvores (R) não dife-
tes, construindo-se um delineamento experi- riu estatisticamente entre os anos de
mental em blocos ao acaso, onde os anos de amostragem:
amostragem foram considerados como blocos R 1983 = R 1986 = R 1989 = R 1992 = R 1995
e as parcelas como tratamentos. As parcelas
foram utilizadas como fonte de variação do de-
Rolim, Couto e Jesus n 53
5) H0 : a mortalidade de árvores (M) não diferiu mente três classes de tamanho de árvores, se-
estatisticamente entre parcelas: gundo o diâmetro à altura do peito (DAP): I) 10
M parcela 1 = M parcela 2 = M parcela 3 = M parcela 4 = M £ DAP < 50, II) 50 £ DAP < 90 e III) DAP ³ 90. A
parcela 5
mortalidade de cada levantamento foi analisa-
6) H0 : o recrutamento de árvores (R) não dife- da em relação à distribuição do levantamento
riu estatisticamente entre parcelas: anterior (ou seja, quando todas as árvores es-
R parcela 1 = R parcela 2 = R parcela 3 = R parcela 4 = R tavam vivas):
Mi classe I = Mi classe II = Mi classe III, onde i é um dos
parcela 5
7) H0 : a mortalidade de árvores (Mi) não diferiu anos de levantamento
estatisticamente do recrutamento (Ri) em ne- 10) H0 : a mortalidade de árvores (MT95) no
nhum ano de levantamento (1986, 1989, 1992 período (1980 a 1995) ocorreu independente-
e 1995), ou seja, (Mi = Ri): mente das classes de abundância de árvores.
Mi = Ri, onde i é um dos anos de levanta- Para esta hipótese consideraram-se arbitraria-
mento mente três classes de abundância, segundo a
densidade de cada espécie (n/ha): I) n/ha £ 1,2
8) H0 : a mortalidade de árvores (Mi) não diferiu
;II) 1,2 < n/ha < 9,6 e III) n/ha ³ 9,6:
estatisticamente do recrutamento (Ri) em ne-
nhuma das 5 parcelas, ou seja, Mi = Ri em to- MT95 clasab I = MT95 clasab II = MT95 clasab III
das as parcelas: 11) H0 : o recrutamento de árvores (RT95) no
Mi = Ri, onde i é uma das parcelas do le- período (1980 a 1995) ocorreu independente-
vantamento mente das classes de abundância de árvores.
As classes de abundância são as mesmas da
9) H0 : em cada levantamento (1986, 1989, 1992
hipótese 2.2.7:
e 1995) a mortalidade (Mi) não difere estatisti-
camente entre classes de tamanho de árvores. RT95 clasab I = RT95 clasab II = RT95 clasab III
Para esta hipótese consideraram-se arbitraria-
RESULTADOS
Tabela 1. Lista das espécies amostradas na RFL ao longo do período de monitoramento com as respectivas famílias e
grupos ecológicos (GE). PI=pioneira, SI=secundária inicial, ST=secundária tardia e CL=climácica.
(List of sampled species, families and ecological groups (GE) during fifteen years in Atlantic primary forest at Linhares -
ES). PI=pioneer, SI=initial secondary, ST=late secondary e CL=climax).
ESPÉCIE FAMÍLIA GE
Astronium concinnum (Engl.) Schott Anacardiaceae SI
Astronium graveolens Jacq. Anacardiaceae SI
Spondias cf. macrocarpa Engl. Anacardiaceae SI
Spondias venulosa Mart. ex Engl. Anacardiaceae SI
Guatteria aff. pecholtiana R.E.Fr. Annonaceae SI
Oxandra reticulata Maas Annonaceae CL
Oxandra sp.180 Annonaceae CL
Rollinia laurifolia Schltdl. Annonaceae SI
Unonopsis linduanii R.E.Fr. Annonaceae CL
Xylopia laevigata (Mart.) R.E.Fr. Annonaceae ST
Xylopia ochrantha Mart. Annonaceae CL
Xylopia sericea A. St. Hil. Annonaceae SI
Aspidosperma cylindrocarpon Mull. Arg. Apocynaceae ST
Aspidosperma illustre (Vell.) Kuhlm. & Piraja Apocynaceae CL
Geissospermum laeve (Vell.) Baill. Apocynaceae CL
Rauwolfia mattfeldiana Markgr. Apocynaceae SI
Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyermark e Frodin Araliaceae PI
Jacaranda puberula Cham. Bignoniaceae SI
Sparattosperma leucanthum (Vell.) K. Schum. Bignoniaceae PI
Tabebuia arianeae A. Gentry Bignoniaceae SI
Tabebuia riodocensis A. Gentry Bignoniaceae SI
Tabebuia roseo-alba (Ridley) Sandwith Bignoniaceae SI
Bombacopsis stenopetala (Casar.) A. Robyns Bombacaceae SI
Eriotheca candolleana (K. Schum.) A. Robyns Bombacaceae SI
Eriotheca macrophylla (K. Schum.) A. Robyns Bombacaceae SI
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns Bombacaceae SI
Quararibea penduliflora (A.St.Hil.) K. Schum. Bombacaceae CL
Cordia sellowiana Cham. Boraginaceae PI
Cordia sp.140 Boraginaceae SI
Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Stend Boraginaceae SI
Crepidospermum goudotianum (Tul.) Tr. & PI. Burseraceae ST
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. Burseraceae SI
Protium warmingianum Marchand Vell aff. Burseraceae ST
Jacaratia heptaphylla (Vell.) A. DC. Caricaceae SI
Jacaratia spinosa (Aubl.) A. DC. Caricaceae PI
Rolim, Couto e Jesus n 55
Tabela 1. Continuação
Tabela 1. Continuação
Tabela 1. Continuação
Tabela 1. Continuação
Tabela 1. Continuação
Tabela 1. Continuação
Tabela 2. Variações na densidade (D) de árvores por grupo ecológico e para o total amostrado no período de 1980 a 1995
na RFL.
(Variations in tree density (D) for ecological groups and for totality sample during fifteen years in Atlantic primary forest at
Linhares - ES).
Mortalidade e recrutamento
Dos 1301 indivíduos amostrados em 1980, gens dentro de cada grupo, como mostra a Ta-
265 morreram até 1995, resultando em uma bela 3.
mortalidade de 20,36% num período de 15 anos Morreram 41,93% dos indivíduos de espé-
(7,06 árvores mortas/ha/ano) ou em uma taxa cies pioneiras que estavam presentes na
anual de 1,5%, de acordo com o modelo algé- amostragem inicial (1980), contra 45,16% de
brico utilizado, fornecendo uma estimativa de árvores pioneiras que foram recrutadas e so-
meia-vida para a floresta de 45 anos. O recru- breviveram até 1995. Nos outros grupos a mor-
tamento de árvores após o ano de 1980 foi de talidade foi de 24,16%, 20,77% e 17,32%, en-
29,20% (380 árvores novas incluídas na classe quanto que o recrutamento das árvores que
de DAP mínimo). Deste total 31 árvores morre- sobreviveram até 1995 (em relação ao total do
ram antes de chegar a 1995, revelando mais grupo em 1980) foi de 27,18%, 23,73% e
um outro parâmetro que pode ser mal interpre- 27,40%, para secundárias iniciais, secundárias
tado em intervalos muito longos entre medições. tardias e climácicas, respectivamente. As esti-
Os 265 indivíduos mortos que pertenciam mativas de meia-vida projetadas para os gru-
à amostra inicial foram subdivididos em: 4,9% pos ecológicos variaram de 19 anos para as
para o grupo de pioneiras, 27,16% para o gru- pioneiras até 55 anos para as climácicas. A por-
po de secundárias iniciais, 26,41% para o gru- centagem de mortalidade foi estatisticamente
po de secundárias tardias e 41,5% para o gru- diferente entre grupos ecológicos (c2=15,198,
po de climácicas. Dos 380 indivíduos recruta- 3 g.l., P=0,02): pioneiras > secundárias iniciais
dos em todo o período 5,0% foram do grupo de > climácicas e pioneiras > secundárias tardias
pioneiras, 23,15% secundárias iniciais, 22,89% (hipótese 2).
secundárias tardias e 48,94% climácicas, mas Verificou-se que tanto mortalidade
como já colocado, nem todos os indivíduos re- (c2=105,77, 3 g.l., P=0,001) como o recrutamen-
crutados sobreviveram até 1995. to (c2=20,518, 4 g.l., P=0,001) variaram signifi-
Entretanto, apesar da baixa porcentagem cativamente entre anos (hipóteses 3 e 4). A
de árvores mortas e recrutadas no grupo de pi- análise espacial (entre parcelas) também mos-
oneiras, em relação ao total, a situação pratica- trou diferenças significativas para mortalidade
mente se inverte ao se calcular as porcenta- (c2=14,885, 4 g.l., P=0,005) e para recrutamen-
62 n Mortalidade de árvores na Floresta Atlântica
Tabela 3. Características dos grupos ecológicos em relação à mortalidade e recrutamento de árvores no período de 1980
a 1995 na RFL, para um inventário populacional de 2,5 ha.
(Summary of tree mortality and recruitment during fifteen years and inventory population for 2,5 ha in Atlantic primary
forest at Linhares -ES).
Características dos Grupos Pioneiras Sec. Iniciais Sec. Tardias Climácicas Total
N inicial em 1980 31 298 337 635 1301
N mortos 13 72 70 110 265
N mortos/ha/ano 0,35 1,92 1,86 2,93 7,06
N recrutadas (sobreviventes) 14 81 80 174 349
N recrutadas (mortas) 5 7 7 12 31
N final em 1995 32 307 347 699 1385
% de mortalidade no grupo 41,93 24,16 20,77 17,32 20,36
% de recrutamento no grupo 45,16 27,18 23,73 27,40 29,20
taxa de mortalidade anual 3,55% 1,82% 1,54% 1,26% 1,50%
meia-vida do grupo (anos) 19 38 45 55 45
Tabela 4. Mortalidade absoluta nas classes de tamanho de árvores, ao longo do período. Somente o ano de 1989 mostra
diferença significativa, pelo teste de Chi-quadrado, na mortalidade de grandes árvores, DAP ³ 90 cm.
(Absolute mortality in the size class of tree during fifteen years in Atlantic primary forest at Linhares ES. Only 1989 year
shows significantly different mortality, Chi-Squared test, of large tree, DAP ³ 90 cm).
Classe (cm) 1986 1989 1992 1995 Total
I) 10 £ DAP < 50 56 (4,39%) 134 (10,56%) 32 (2,61%) 52 (4,05%) 274
II) 50 £ DAP < 90 2 (2,77%) 10 (14,49%) 3 (4,83%) 2 (3,2%) 17
III) 90 £ DAP 0 5 (31,25%) 0 0 5
Total 58 149 35 54 296
Rolim, Couto e Jesus n 63
35
30
25 Classe I
20
15 Classe II
10
5
Classe III
0
1986 1989 1992 1995
Ano
Figura 1. Porcentagem de árvores mortas nas classes de tamanho ao longo do período em Linhares - ES.
(Percent mortality tree in size class during fifteen years in Atlantic primary forest at Linhares - ES.)
Tabela 5. Porcentagem de espécies (S) e indivíduos (N) nas classes de abundância de árvores, mortalidade
absoluta total (MT95) e recrutamento absoluto total (RT95) no período. Os totais são diferentes de outras
tabelas por que incluem apenas as espécies presentes em 1980.
(Percent species (S) and individuals (N) in abundance class, total absolute mortality (MT95) and total
absolute recruitment (RT95) in Atlantic primary forest at Linhares ES. The totality is different of other
tables because include only species presents in 1980).
Classe Amplitude S% N% MT95 abs. RT95 abs.
(n/ha) 1980 1980 (%) (%)
Comuns N ³ 9,6 3,3 23,7 46 71
(14,9%) (23,0%)
Intermediárias 1,2 < N < 9,6 40,6 60,0 186 208
(23,8%) (26,6%)
Raras N £ 1,2 56,1 16,3 60 69
(28,3%) (32,5%)
Total Absoluto 241 1301 292 348
64 n Mortalidade de árvores na Floresta Atlântica
DISCUSSÃO
Nota-se pela Tabela 2 que nenhum acrés- dentro do esperado para uma floresta madura
cimo ou diminuição ocorre de forma linear, ha- em condições naturais de distúrbios, que têm
vendo muito mais uma flutuação nos valores variado de 1 a 2% (Swaine et al., 1987b; Swaine,
de densidade ao longo do tempo, conforme 1989; Hartshorn, 1990; Phillips e Gentry, 1994).
pode ser visualizado na Figura 2. A maior taxa de mortalidade de pioneiras
560,0
550,0
540,0
n/ha
530,0
520,0
510,0
500,0
1980 1983 1986 1989 1992 1995
Ano
Figura 2. Flutuação da Densidade (n/ha) na floresta Atlântica em Linhares (ES) ao longo do período de estudo.
(Fluctuation of density (n/ha) during fifteen years in Atlantic primary forest at Linhares ES).
gime de distúrbios das florestas onde ocorrem Estes fatos mostram a importância do dis-
(Denslow, 1980; Hartshorn, 1980). Por outro túrbio na dinâmica da floresta. Deve ser ressal-
lado nas classes mais baixas de abundância o tado que distúrbios mais extremos são uma
distúrbio age como mantenedor da diversida- característica normal de florestas tropicais. Os
de, realizando o rodízio de espécies na comu- processos de mortalidade, crescimento e recru-
nidade através da mortalidade e recrutamento tamento são influenciados por distúrbios, os
de novos indivíduos. quais podem operar sobre uma ampla varieda-
Para se entender melhor a situação apre- de de escalas temporais e espaciais (White e
sentada deve-se ter em mente o papel dos dis- Pickett, 1985). Existe uma estreita adaptação
túrbios naturais na dinâmica da floresta. O ano da floresta a esses distúrbios, refletida na sua
de 1989 foi caracterizado pelo maior número grande capacidade de resiliência, mas que é
de árvores mortas do período de estudo (50% pouco explorada na literatura (Lugo, 1995).
do total de árvores morreram no intervalo de Essa adaptação é tão estreita que a sim-
1986 a 1989). Rolim et al. (no prelo) relatam ples idéia de distúrbio como uma ruptura no
que aproximadamente 65% do desaparecimen- estado normal do ecossistema, comunidades
to de espécies nas parcelas deste estudo ocor- ou populações, com posterior recuperação é
reu entre 1986 e 1989 e 75% das novas espé- inapropriada e uma definição mais adequada
cies foram recrutadas após 1986, entretanto para distúrbio seria um evento relativamente
apresentaram evidências de que o desapareci- discreto causando uma alteração na estrutura
mento não significa necessariamente um fenô- física do ambiente. (Clark, 1990)
meno de extinção já que as espécies continu- Obviamente que só com uma boa caracte-
am ocorrendo na comunidade. A elevação re- rização do distúrbio ocorrido (tipos de danos e
pentina da mortalidade neste período está as- intensidade) é que se poderia inferir sobre a
sociada a um período prolongado de seca (4 dinâmica do recrutamento. Nota-se pela Tabe-
meses) que ocorreu de maio a agosto do ano la 4 que o recrutamento praticamente dobrou
de 1987. Nota-se pela Figura 3 que esse perío- do ano de 1986 para o ano de 1989 e conti-
do ficou bem abaixo da média de 21 anos na nuou alto nos intervalos posteriores, entretanto
RFL (1975 a 1995). a densidade de pioneiras e secundárias iniciais
E mesmo com essa elevada taxa de mor- não se alterou no período (Tabela 2). Duas con-
talidade, detectada em 1989, a floresta já se siderações devem ser feitas. Primeiro que o
encontrava perfeitamente balanceada em 1992, banco de plântulas e arvoretas tem um papel
demonstrando uma alta capacidade de mais importante no processo de cicatrização e
resiliência em relação a este distúrbio. fechamento das clareiras do que espécies pio-
400
350 1987
300
mm de chuva
Média
250
200
150
100
50
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JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Figura 3. Distribuição da precipitação no ano de 1987 e a média de 1975 a 1995 na Reserva Florestal de Linhares.
(Distribution of precipitation in 1987 year and the mean of last twenty one years in Linhares Forest Reserve (1975-1995).
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neiras, que formam o estoque do banco de se- 1994). Mesmo com a elevação da mortalidade
mentes (Uhl et al., 1981; Denslow, 1987; Lawton em 1989 o nível de luz proporcionado ao sub-
e Putz, 1988). E mesmo no caso da abertura bosque pode não ter sido suficiente para o re-
de grandes clareiras Vandermeer et al. (1990) crutamento de espécies pioneiras. Entretanto
mostraram que o processo de regeneração é não deve ser descartado que o período de 8
dominado pelo crescimento de espécies já exis- anos (1987 a 1995) pode não ter sido suficien-
tentes, via rebrotação epicórnica ou plântulas. te para que estas espécies atingissem a classe
Nem todas as árvores criam clareiras visí- mínima de DAP (10 cm) e somente levantamen-
veis quando morrem (Denslow e Hartshorn, tos posteriores elucidarão esta questão.
CONCLUSÕES
AUTORES E AGRADECIMENTOS
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