O Enfermeiro Na Prevenção Da Lesão Por Pressão em Pacientes Na Unidade de Terapia Intensiva Pág 307 À 317
O Enfermeiro Na Prevenção Da Lesão Por Pressão em Pacientes Na Unidade de Terapia Intensiva Pág 307 À 317
O Enfermeiro Na Prevenção Da Lesão Por Pressão em Pacientes Na Unidade de Terapia Intensiva Pág 307 À 317
Resumo:
Introdução
A úlcera por pressão, atualmente denominada Lesão por Pressão (LPP) depois de estabelecida a
nova nomenclatura pelo National Pressire Ulcer Advisory Panel (NPUAP), em abril de 2016, caracteriza-
se por uma lesão tecidual causada pelo contato, durante longo período das proeminências ósseas com
superfícies rígidas, tais como colchões, cadeiras e macas que, por sua vez, resultarão em diminuição do
fluxo sanguíneo provocando desnutrição da região em pressão, anoxia e necrose do tecido 1.
A LPP é uma lesão classificável e isto ocorre de acordo com o grau de comprometimento tissular
que advém ao paciente: estágios 1, 2, 3, 4, Lesão por Pressão Tissular Profunda (LPPTP), Lesão por
Pressão não Classificável e duas definições adicionais advindas do atual consenso de 2016, que é a Lesão
por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico e a Lesão por Pressão em Membranas e Mucosas².
São inúmeros os danos ao paciente decorrentes das LPP, tais como: dor, risco elevado de sepse,
aumento do tempo de internação e da taxa de mortalidade, inevitabilidade de correções cirúrgicas e
aumento dos custos hospitalares. Nesse sentido, a prevenção da LPP na Unidade de Terapia Intensiva é
um indicador da qualidade da assistência de enfermagem por ser considerado um evento adverso evitável.
Assim, é importante que os profissionais realizem boas práticas com vistas à segurança do paciente 5.
A prevenção das LPP pode ser alcançada através de diferentes estratégias adotadas pelos
Enfermeiros, tais como: aporte nutricional, tratamento tópico, controle da umidade da pele e a mudança
de decúbito ou decúbito de execução relativamente simples e que não implica gastos hospitalares,
tornando conveniente a sua adoção como parte de rotina de cuidados ao longo do período de internação
do paciente2.
Objetivos
Identificar o perfil dos pacientes com lesões por pressão na Unidade de Terapia Intensiva.
Método
Trata-se de uma pesquisa descritiva com revisão integrativa de artigos provenientes da Biblioteca
Virtual de Saúde com bases de dados: SCIELO, LILACS e BENF-Enfermagem. Foram incluídos no estudo
artigos que responderam aos critérios e objetivos da pesquisa, sendo publicados durante o período de 2015
a 2021, no idioma português.
Os descritores foram analisados por meio da plataforma DeCS onde foram selecionados: Úlcera
por Pressão; Cuidados de Enfermagem; Unidade de Terapia Intensiva. Sendo assim, surgiu-se o
questionamento principal para esse estudo: “Quais seriam os perfis dos pacientes com lesões por pressão
na Unidade de Terapia Intensiva e, quais prevenções poderiam ser utilizadas contra o surgimento dessas
lesões?”.
Foram encontrados 89 estudos, após análise dos mesmos, 69 artigos foram excluídos por não
contemplarem a temática e 20 artigos foram selecionados para analise, 11 excluídos após a leitura na
integra e 9 artigos selecionados por preencherem os critérios de inclusão contendo as informações
pertinentes ao estudo.
A coleta dos dados ocorreu durante o período de Março a Abril de 2021, seguindo as etapas: Escolha do
assunto, busca de artigos, leitura e seleção dos artigos, elaboração provisória da problemática e
organização dos assuntos selecionados, nos quais foram utilizados as ideias principais, onde os resultados
foram apresentados e organizados em forma de tabela contemplando título do estudo, ano de publicação,
autores, objetivo e resultados.
Resultados
Quadro 2. Estudos encontrados conforme Título do estudo, Ano de Publicação, Autores, Objetivo e
Resultados. Sorocaba, SP.
Qualidade da 2020 Rebouças RO, Identificar as práticas Verificou-se uma assistência sofrível,
assistência em Belchior AB, seguras para segundo o IP, nos três domínios:
uma unidade de Marques prevenção de lesão medidas preventivas e detecção
terapia intensiva ADB, por pressão (LP), precoce de LP (IP: 66,6%+24,5);
para prevenção Figueiredo realizadas por medidas de alívio de pressão (IP:
de lesão por SV, Carvalho enfermeiros em uma 41,9%+21,6) e avaliação e
pressão REFL, unidade de terapia notificação (IP: 65,1%+14,5), com IP
Oliveira SKP intensiva (UTI) e médio geral igual a 57,8% (Desvio
(5) classificar a qualidade Padrão: +13,8), e ações de prevenção
da assistência. realizadas de forma inadequada.
Discussão
Entre os estudos selecionados nesta revisão, foi possível verificar (Holanda, et al. 2018; Otto, et
al. 2019; Sanches, et al. 2018; Medeiros, et al. 2017) descrevem sobre o perfil do paciente com lesão por
pressão, dois (Gonçalves, et al.2020; Rebouças, et al. 2020) relatam sobre as falhas do profissional de
enfermagem frente ao surgimento de lesões por pressão e o restante (Correia, et al. 2019; Silva, et al.
2018; Caciano, et al. 2017) exploram sobre as prevenções adotadas pelos profissionais de enfermagem
sobre o surgimento de lesões por pressão.
Segundo os autores Holanda, et al. 2018; Otto, et al. 2019; Sanches, et al. 2018; Medeiros, et al.
2017, a LPP atinge com maior frequência os pacientes de sexo masculino, com a idade média de 45 anos,
sendo as regiões mais afetadas: sacral e calcâneo. Esses acometimentos ocorrem pelo fato o paciente
possuir maior tempo de internação, fazendo uso de ventilação mecânica, balanço hídrico, sedação e
consumo excessivo de antibióticos. Os autores Gonçalves, et al.2020; Rebouças, et al. 2020, descrevem
sobre as falhas acometidas pela equipe de enfermagem se dão por falta de conhecimento e de diálogos
entre as equipes. Em relação a pergunta de revisão sobre as prevenções, e os autores Correia, et al. 2019;
Silva, et al. 2018; Caciano, et al. 2017, citam que os profissionais fazem a avaliação da pele do paciente
na admissão, percebendo-se que o melhor momento para realizar este cuidado foi o momento do banho
no leito. Questionados sobre o modo como a realizam, os enfermeiros informaram empregar a Escala de
Braden (EB), e os demais mencionaram observação de alguns parâmetros como “Observar o grau de
mobilidade do paciente”, “Observar pontos de pressão” e “Observar proeminências ósseas e condições da
pele. Considerando os cuidados com a LPP, destacaram-se ações preventivas, visando evitar o
agravamento das lesões e prevenir o surgimento de novas LPPs, fazendo-se o uso de ações de limpeza da
ferida e de terapia tópica.
Conclusão
Levando-se em consideração os estudos analisados, pode-se concluir que o perfil dos pacientes
mais acometidos pela LPP é do sexo masculino, com idade média de 45 anos, sendo as regiões mais
afetadas: sacral e calcâneo. Também se conclui que cabe ao enfermeiro analisar e desenvolver ações
preventivas frente ao surgimento de lesões por pressão em pacientes na Unidade de Terapia Intensiva
pois, é de responsabilidade desse profissional realizar as avaliações referentes aos possíveis riscos
levando-se em conta o perfil do paciente no momento da admissão, e consequentemente aplicar as
medidas preventivas adequadas as necessidades do mesmo, destacando-se como uma ação preventiva
primordial a mudança de decúbito, aplicação da Escala de Braden e Glasgow, assim como Aferição dos
Sinais Vitais.
Referências
1. Gonçalves ADC, Binda ALM, Pinto EN, Oliveira ES, Netto IB. A mudança de decúbito na prevenção
de lesão por pressão em pacientes na terapia intensiva. Revista Nursing [revista em Internet] 2020
março. [acesso em 28 de abril de 2021]. DOI: https://doi.org/10.36489/nursing.2020v23i265p4151-
4160. Disponível em: http://www.revistanursing.com.br/revistas/265/pg68.pdf
2. Correia ASB, Santos IBC. Lesão por Pressão: Medidas Terapêuticas Utilizadas por Profissionais de
Enfermagem. Revista Brasileira de Ciências da Saúde [revista em Internet] 2019.[acesso em 28 de
abril de 2021]. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6032.2019v23n1.36793. Disponível em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/08/1008168/36793-109434-1-pb.pdf
3. Holanda OQ , Oliveira VA, Fernandes FECV, Xavier SB, Mola R. Efetividade do protocolo para
prevenção de lesões por pressão implantado em Unidade de Terapia Intensiva. Revista espaço para a
saúde [revista em Internet] 2018 dezembro. [acesso em 28 de abril de 2021]. DOI:
https://doi.org/10.22421/15177130-2018v19n2p64. Disponível em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/03/981822/6-efetividade-do-protocolo-609-1071-1-rv.pdf
4. Otto C, Schumacher B, Wiese LPL, Ferro C, Rodrigues RA. Fatores de risco para o desenvolvimento
de lesão por pressão em pacientes críticos. Revista enfermagem em foco [revista em Internet] 2019.
[acesso em 28 de abril de 2021]. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1028046
5. Rebouças RO, Belchior AB, Marques ADB, Figueiredo SV, Carvalho REFL, Oliveira SKP.
Qualidade da assistência em uma unidade de terapia intensiva para prevenção de lesão por pressão.
Revista estima [revista em Internet] 2020. [acesso em 28 de abril de 2021]. DOI:
https://doi.org/10.30886/estima.v18.947_PT. Disponível em:
https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/947/377
6. Sanches BO, Contrin LM, Beccaria LM, Frutuoso IS, Silveira AM, Werneck AL. Adesão da
enfermagem ao protocolo de lesão por pressão em unidade de terapia intensiva. Revista Arquivos de
ciência em saúde [revista em Internet] 2018. [acesso em 28 de abril de 2021]. DOI:
https://doi.org/10.17696/2318-3691.25.3.2018.1058. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1046354
7. Medeiros LNB, Silva DR, Guedes CDFS, Souza TKC, Neta BPAA. Prevalência de úlceras por
pressão em unidades de terapia intensiva. Revista de enfermagem [revista em Internet] 2017. [acesso
em 28 de abril de 2021]. DOI: https://doi.org/10.5205/reuol.10939-97553-1. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1032178
8. Silva MT, Palu LA, Brusamarello T. Prevenção de complicações evitáveis em uma unidade de terapia
intensiva: uma revisão integrativa. Revista Saúde e Pesquisa [revista em Internet] 2018. [acesso em
28 de abril de 2021]. DOI: https://doi.org/10.17765/1983-1870.2018v11n3p613-621. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-967904
9. Caciano KRPS, Saavedra JLI, Monteir EL, Volpáti NV, Amaral TLM, Sacramento DS, Prado PR.
Intervenções de enfermagem para pacientes neurocríticos. Revista de enfermagem [revista em
Internet] 2019. [acesso em 28 de abril de 2021]. DOI: https://doi.org/10.5205/1981-
8963.2020.243847. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1096744