Mestres Da Liderança2

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1ª edição neste formato


Versão 1.0
2021

Editoração: Ozeas C. Moura e Neila D. Oliveira


Projeto Gráfico: AP Comunicação
Capa: Levi Gruber
Foto da capa: David Simmonds/SXC
Adaptação Digital: Ana Bergamo
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sejam
impressos, eletrônicos, fotográficos ou sonoros, entre outros, sem prévia autorização por escrito da
Editora.

19122 / 41912
Introdução

D
eus decidiu abrir uma empresa aqui na Terra e convidou um homem
chamado Abraão para administrar o negócio. Missão da empresa:
distribuir bênçãos por todo o mundo. “Ajude-me a distribuir bênçãos;
assim você será uma bênção.” Foi isso que Deus propôs a Abraão.
Depois, Deus fez a mesma proposta ao filho, ao neto e a outros
descendentes de Abraão. E, hoje, Deus nos faz a mesma proposta. Imagine
ser sócio de Deus!
José, bisneto de Abraão, saiu da prisão para governar o Egito – a nação
mais poderosa da época. José foi mestre em enxergar e aproveitar
oportunidades.
Moisés, também descendente de Abraão, conseguiu transformar um bando
de escravos conformados em uma nação de verdade, com leis, exército e
tudo mais. Moisés lançou as bases para o estabelecimento do povo israelita,
de onde viria o Messias, o Salvador.
Davi, outro descendente de Abraão, foi o rei mais amado por Israel, em
toda a sua história. Até hoje, a Estrela de Davi está na bandeira desse país.
Que carisma!
Jesus, o mais ilustre descendente de Abraão, tem hoje dois bilhões de
seguidores. Nenhum líder conseguiu tantos seguidores quanto Jesus. Ao
longo de dois mil anos, muitos dedicaram a vida a Ele; muitos morreram
por causa dEle. E o mais intrigante: Ele não ofereceu cargos nem salários
aos Seus seguidores. Não gritou, nem ameaçou. Então, como Ele conseguiu
tantos seguidores? Como conseguiu autoridade para liderar?
Se você apenas ler este livro, vai conhecer esses personagens e, talvez,
admirá-los. Mas quero animá-lo a solucionar os exercícios, refletir sobre as
perguntas, trazer tudo para sua vida. Fazendo isso, você irá desenvolver as
competências, a atitude e até mesmo os valores desses grandes líderes.
1 Abraão
Você Aceita Ser Líder?

Liderança no trabalho

Você descobriu um problema ético na empresa em que trabalha: recursos da empresa


estão sendo utilizados em benefício pessoal.

Você prefere adotar uma postura mais cômoda, não se envolvendo, ou assume a
responsabilidade de intervir? Lembre-se de que se alguém tentar mudar as coisas vai
arrumar encrenca, na certa.

Avalie sua motivação e disposição para agir como um líder no trabalho. Dê uma nota de
0 a 10. Nota 0 significa nenhuma disposição; nota 10 significa muita disposição.

A proposta de Deus para Abraão e para nós

“As promessas que Deus fez por meio dos Seus profetas são para vocês. E vocês fazem
parte da aliança que Deus fez com os seus antepassados, quando disse para Abraão:
‘Por meio dos seus descendentes, Eu abençoarei todas as nações do mundo.’”

At 3:25

D
eus decidiu abrir uma empresa aqui na Terra e convidou um homem
chamado Abraão para tocar o negócio. Missão da empresa: abençoar
o mundo. “Venha trabalhar comigo na distribuição de bênçãos”, disse
Deus. “Você será uma bênção!”
Mas o que Abraão ganharia com isso? E quais seriam suas
responsabilidades?
Abraão aceitou o convite e se tornou sócio de Deus. Inclusive, até
assinaram um contrato. Depois, Deus fez a mesma proposta de sociedade ao
filho, neto e a outros descendentes de Abraão. Hoje, Deus repete a mesma
oferta a você.
Imagine: ser sócio de Deus! Mas qual foi exatamente a proposta divina?
Quais foram as vantagens oferecidas a Abraão? E o que Deus pediu em
troca?

Saia da sua terra


“Certo dia o Senhor Deus disse a Abrão: ‘Saia da sua terra, do meio dos
seus parentes e da casa do seu pai e vá para uma terra que Eu lhe mostrarei.
Os seus descendentes vão formar uma grande nação. Eu o abençoarei, o seu
nome será famoso, e você será uma bênção para os outros. Abençoarei os
que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. E por meio de
você Eu abençoarei todos os povos do mundo’” (Gn 12:1-3).
Há quatro mil anos, as pessoas comiam o que plantavam e colhiam. Não
havia supermercados nem shoppings. A terra era a principal fonte de
sustento. Também havia violência. Famílias isoladas ou mesmo cidades
inteiras eram atacadas por saqueadores. Muitos eram assassinados, e outros
levados como escravos (Gn 14:1-16). A fonte de proteção de Abraão era uma
família grande e suas alianças com os vizinhos. Abraão nem sabia para onde
iria. “Vá para uma terra que Eu lhe mostrarei”, disse Deus. “Deixe seu
sustento, sua proteção, sua aposentadoria. Deixe tudo o que lhe dá
segurança, e vá aonde Eu lhe mandar.” Foi esse o significado das palavras
“saia da sua terra”, que Deus dissera a Abraão.
A proposta de Deus para Abraão não era exatamente “passe fome”, “corra
riscos”, ou “viva isolado do resto do mundo”. Deus não tem nada contra
comida no armário, emprego fixo, plano de saúde ou de aposentadoria. Mas
Deus não queria que seu sócio Abraão colocasse sua segurança nessas coisas.
Então, Deus propôs: “Abraão, quer ser Meu sócio? Então, saia da sua terra.
Mude a base de sua segurança. Confie em Mim. Vai ser um bom negócio
para você. Eu garanto!”
Agora, Abraão tinha uma decisão a tomar: ficar na sua terra – o que era
mais razoável – ou aceitar a proposta feita por Deus.


Abraão estava sendo apresentado a uma palavra que hoje conhecemos
como fé. “Foi pela fé que Abraão, ao ser chamado por Deus, obedeceu e
saiu para uma terra que Deus lhe prometeu dar. Ele deixou o seu próprio
país, sem saber para onde ia” (Hb 11:8). Abraão não tinha nenhuma
garantia concreta quanto a seu futuro. O caminho proposto por Deus
parecia estranho. O palpite de Deus parecia estar errado. Abraão devia sair
da sua terra confiando apenas na ordem divina.
Viver pela fé não significa viver na miséria. Significa colocar a base de sua
segurança em Deus, e não no dinheiro. “Você será abençoado; será uma
bênção para o mundo” – com ou sem dinheiro, empregado ou não, com
saúde ou sem saúde.
Liderança no grupo

Alguns de seus colegas de faculdade estão enfrentando problemas de relacionamento.


No pior caso, houve violência. Como o desentendimento não o atinge diretamente, é
possível pensar que você nada tem a ver com isso. Também é possível considerar que
você tem a obrigação de ajudar. Mas, para que intervir e correr o risco de “sobrar para
você”, se seus amigos são adultos e responsáveis?

Avalie sua motivação e disposição para exercer papel de liderança no seu grupo de
amigos. Dê uma nota de 0 a 10. Nota 0 significa nenhuma disposição; nota 10 significa
muita disposição.

Os sonhos de Abraão
Abraão saiu da sua terra com a esposa Sara, o sobrinho Ló, e “com todas as
riquezas e escravos” que possuía (Gn 12:5). “Abraão já possuía extensos
rebanhos e gado, o que era a riqueza do oriente” (Ellen G. White, Patriarcas
e Profetas [Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1993], p. 127). O sonho de
Abraão não era ficar rico, pois ele já era muito rico (Gn 13:2).
Abraão viajou até a terra de Canaã e parou em um lugar chamado Siquém.
“Ali o Senhor apareceu a Abrão e disse: ‘Eu vou dar esta terra aos seus
descendentes’” (Gn 12:7; ver também 13:14, 15).
Abraão já estava com 75 anos (Gn 12:4) e sua mulher, Sara, com 65 anos,
e eles ainda não tinham filhos. Na cultura da época, filhos eram vistos como
sinal de bênção divina. “Os filhos são um presente do Senhor; eles são uma
verdadeira bênção” (Sl 127:3). A mulher que não tinha filhos se considerava
uma pessoa não abençoada por Deus e perdia completamente a autoestima
(Gn 30:1, 22; 1Sm 1:6). Ter muitos filhos significava ter muita felicidade (Sl
127:4, 5). Não ter nenhum filho significava uma vida sem sentido. Então,
Deus disse: “Eu vou dar esta terra aos seus descendentes.” Em outras
palavras, Deus disse para Abraão: “Eu vou dar sentido à sua vida; vou
realizar seu maior sonho; vou lhe dar descendentes.”

“Olhe para as estrelas do céu”


“Olhe para o céu e conte as estrelas se puder. Pois bem! Será esse o
número dos seus descendentes” (Gn 15:5). “Farei com que os seus
descendentes sejam tantos como o pó da terra. Assim como ninguém pode
contar os grãozinhos de pó, assim também não será possível contar os seus
descendentes”, disse Deus (Gn 13:16).
Aos 75 anos, Abraão recebeu de Deus a promessa de que seriam
concretizados seus sonhos de ter descendentes, e que eles seriam incontáveis
como as estrelas do céu, responsáveis por abençoar o mundo e haveria reis
entre eles (Gn 17:6).
A realização dos sonhos de Abraão passou a fazer parte da proposta de sua
sociedade com Deus, que tornou muito maiores os sonhos desse patriarca. É
isso que Deus faz com nossos sonhos se sairmos de nossa terra, confiando
nos rumos que Ele escolher para nossa vida.
O que Deus prometeu a Abraão

● “Olhe para o céu e conte as estrelas se puder. Pois bem! Será esse o número dos
seus descendentes” (Gn 15:5). Deus prometeu a Abraão a realização do seu maior sonho:
descendentes.

● “Os seus descendentes vão formar uma grande nação. Darei a você e aos seus
descendentes toda a terra que você está vendo” (Gn 12:2; 13:15).

● “Eu o abençoarei, o seu nome será famoso [...] por meio de você [...] [e] por meio dos
seus descendentes, Eu abençoarei todas as nações do mundo” (Gn 12:2; At 3:25).
Abraão e seus descendentes seriam os instrumentos de Deus para levar bênçãos ao
mundo.

A fome
Abraão ainda era um estrangeiro, sem terra, morando em tendas,
mudando-se de lugar em lugar (Gn 12:9; Hb 11:9). A terra que era para ser
de Abraão estava ocupada pelos cananeus (Gn 12:6). E, para complicar,
“naquele tempo houve uma fome [...], e a fome era severa” (v. 10).
Por que não vendi nada nesta semana?
Por que meu filho foi assaltado? Por que eu ainda estou doente?
Por que complicar, Deus? Olha essa fome! Não seria mais
fácil fazer chover comida? E essa demora para me dar filhos então! Vamos fazer
diferente daqui para frente: deixa que eu decido
os rumos da empresa. Eu escolho os milagres e o
Senhor só os executa.
Deus não nos ofereceu uma vida sem obstáculos e também não Se ofereceu
para fazer os milagres que nós escolhemos. Isso não faz parte da proposta de
Deus. Você é capaz de continuar acreditando e lutando por seus sonhos,
mesmo quando tudo parece dar errado? Você é capaz de ter certeza de que o
que foi prometido por Deus existe e está à sua espera, ainda que não possa
ver no momento?

A preparação do pai da fé
É o fogo que deixa o ouro mais puro, separando-o das impurezas. Os
obstáculos que aparecem em nossa vida são uma oportunidade para desistir
e voltar, ou para lutar e vencer. Para abandonar o caminho da fé, ou para
que a nossa fé cresça.
Deus estava preparando Seu sócio para torná-lo o Pai da Fé. Cerca de
3.800 anos depois de sua morte, Abraão continua mostrando ao mundo o
que significa viver pela fé.
Abraão não permitiu que circunstâncias negativas lhe abalassem a fé.
Abraão não desistiu, mas decidiu lutar. Ele não abandonou o caminho da
fé, e sua fé cresceu.
Viver pela fé é ter a certeza de que Deus sempre cumpre o que promete,
ainda que nos pareça impossível (Rm 4:21; Hb 11:1).

Liderança na família

Seu irmão mais novo não é tão bem-sucedido profissionalmente quanto você. Está
sempre em dificuldades financeiras. O casamento dele também não parece muito estável.
O que mais preocupa são os três filhos, que estão crescendo sem muita orientação.

Você pensa em intervir, ajudando de algum modo na educação de seus sobrinhos. Mas
a família não é sua, e a sua cunhada pode não gostar. Vale a pena se envolver?

Avalie sua motivação e disposição para agir como líder em sua família. Dê uma nota de
0 a 10. Nota 0 significa nenhuma disposição; nota 10 significa muita disposição.

Não vou esconder de Abraão o que pretendo fazer


Deus decidiu destruir as cidades de Sodoma e Gomorra. Mas Ló, sobrinho
de Abraão, ainda morava lá. “Aí o Senhor Deus disse a Si mesmo: ‘Não vou
esconder de Abraão o que pretendo fazer’” (Gn 18:17).
Deus revelou a Abraão como seria seu futuro e o dos seus descendentes:
“Fique sabendo, com certeza, que os seus descendentes viverão num país
estrangeiro; ali serão escravos e serão maltratados por quatrocentos anos.
Mas Eu castigarei a nação que os escravizar. E os seus descendentes,
Abrão, 1 sairão livres, levando muitas riquezas. [...] Depois de quatro
gerações os seus descendentes voltarão para cá” (Gn 15:13-16).
Deus revelou a Abraão que, de sua descendência, viriam reis (Gn 17:6) e
que um de seus descendentes seria o Salvador do mundo. E isso cerca de
dois mil anos antes do nascimento de Jesus Cristo em Belém (Jo 8:46; Gl
3:8).
Por que Deus deu a Abraão um conhecimento privilegiado?
Foi para que esse patriarca ensinasse aos seus filhos, e estes aos seus
descendentes, para sempre (Is 59:21). Deus propôs sociedade a Abraão, lhe
oferecendo um conhecimento privilegiado sobre Si mesmo e sobre Seus
planos. Abraão deveria preservar, ensinar e agir de acordo com o
conhecimento recebido. É essa a responsabilidade dos representantes de
Deus neste mundo.
Abraão transmitiu o conhecimento sobre Deus a seus filhos, amigos,
empregados, vizinhos, aliados, a quem negociava com ele, a quem ele nem
conhecia, e até a quem se desentendia com ele (Gn 12:7, 8; 13:18; 21:12;
24:12).
Abraão ensinou seus filhos, que ensinaram às gerações seguintes, até o dia
em que alguns de seus descendentes escreveram essa tradição religiosa.
Assim surgiram alguns dos livros da Bíblia. E é por isso que nós conhecemos
a história de Abraão. Deus fez de Abraão “guardador de Sua lei para as
gerações futuras” (Patriarcas e Profetas, p. 125).

Liderança na comunidade

– Pai, o que é democracia?

– É como aqui no condomínio, filho: todos os moradores pagam as contas, decidem e


são responsáveis por fazer tudo funcionar bem.

– Então, nós somos responsáveis por pagar as contas, decidir e fazer tudo funcionar
bem no país também, pai?

Você se sente responsável, motivado e disposto a agir para alterar o quadro de violência
urbana, desigualdade social e corrupção? Ou você acha que não é responsabilidade sua?
Lembre-se de que se envolver com bandido é perigoso. Vale a pena?

Avalie sua motivação e disposição para assumir um papel de liderança na sociedade em


que vive. Dê uma nota de 0 a 10. Nota 0 significa nenhuma disposição; nota 10 significa
muita disposição.

Intervir ou não intervir?


Naquele tempo, quatro reis se reuniram para conquistar, saquear e
capturar prisioneiros e escravos. “Os quatro reis pegaram todo o
mantimento e os objetos de valor que havia em Sodoma e em Gomorra e
foram embora. Ló, o sobrinho de Abrão, vivia em Sodoma e por isso
também foi levado como prisioneiro. E levaram também tudo que era dele.
Mas um homem escapou e foi contar tudo para Abrão” (Gn 14:11-13).
Abraão, não se envolva com isso! Você está quieto aqui no
seu canto; ninguém está mexendo com você. O seu sobrinho Ló, aquele ingrato, foi
para Sodoma porque ele quis. Se você
se intrometer, vai acabar sobrando para você!
Intervir era realmente um risco: os reis saqueadores certamente voltariam a
atacar e teriam Abraão como alvo certo. Todos ficaram ansiosos para ver o
que Abraão faria quando houve fome na terra. Ele iria desistir e voltar?
Agora todos estavam ansiosos para saber o que Abraão faria nesse caso. Ele
iria intervir ou ficar quieto no seu canto? Todos observavam a atitude do
líder.
Abraão reuniu um pequeno exército, atacou os saqueadores “e trouxe de
volta tudo o que os inimigos haviam levado. Abraão trouxe também seu
sobrinho Ló, e tudo que era dele” (Gn 14:16).
Por que Abraão decidiu intervir, mesmo sob o risco de ser atacado
posteriormente pelos saqueadores?

Escolhido para dirigir a família


“Pois Eu o escolhi, para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes
que se conservem no caminho do Senhor, fazendo o que é justo e direito,
para que o Senhor faça vir a Abraão o que lhe prometeu” (Gn 18:19, NVI).
Abraão interveio porque aceitou o convite feito por Deus, para que ele
assumisse postura de liderança em sua família, em seu acampamento, em
seu trabalho, junto a seus vizinhos e na sociedade em que vivia.
Ordenar seus filhos e sua casa significa exercer influência, liderança,
responsabilidade social e não apenas individual. Deus chamou Abraão para
ser líder!
“Por meio de você todos os povos do mundo serão abençoados” (Gn 12:3).
É assim que Deus quer que Seus sócios atuem: assumindo responsabilidade
por distribuir bênçãos ao mundo ao seu redor. Não basta ser abençoado. É
preciso “levar a salvação aos outros povos” (Is 49:6). É preciso iluminar a
família, a empresa, o condomínio; é preciso intervir!
“Essa empresa não funciona”, “os políticos não prestam”, “esse
condomínio é uma bagunça.” Apenas apontar defeitos, e não fazer nada
para corrigi-los, é típico de quem não aceita ser líder. O líder enxerga os
defeitos como um chamado, e aceita a responsabilidade de corrigi-los.
Deus quer distribuir Suas bênçãos ao mundo através da ação e influência
de Seus sócios. Deus não precisa de ajuda. Pode fazer tudo sozinho. Mas Ele
quer que os seres humanos participem dessa Sua empreitada de abençoar o
mundo.

Representantes de Deus na Terra


“Pois esta é a ordem que o Senhor Deus deu a nós, o Seu povo: ‘Eu
coloquei você como luz para os outros povos, a fim de que você leve a
salvação ao mundo inteiro’” (At 13:47). “O povo de Deus são os Seus
representantes na Terra, e é Seu desígnio que eles sejam luzes nas trevas
morais deste mundo” (Patriarcas e Profetas, p. 134).
Hoje Deus está lhe dizendo: “Eu quero iluminar a empresa em que você
trabalha; e quero que você seja a lâmpada. Eu o ilumino e você distribui a
luz no seu trabalho.” O plano de Deus é esse!
O que Deus pediu para Abraão

● “Saia da sua terra” (Gn 12:1). Isso significa colocar a base da segurança em Deus;
viver pela fé; acreditar que o que Deus prometeu vai realmente acontecer, mesmo que
não pareça possível.

● “Viva uma vida de comunhão comigo” (Gn 17:1). Conviver diariamente com Deus é o
caminho para ficar cada vez mais parecido com Ele e refletir Sua imagem para o mundo.

● “Ensine os seus filhos” (Gn 18:19; Is 59:21). Significa preservar o conhecimento da


verdade, ensinar e agir de acordo com o conhecimento dado por Deus.

● “Dirija sua família e sua casa” (Gn 18:19). Exercer influência, assumir postura de
liderança demostram responsabilidade social e não apenas individual.

● “Você será uma bênção para os outros” (Gn 12:2, 3; At 13:47). Abraão devia distribuir
bênçãos para o mundo. Ser o representante de Deus na Terra.

Onde estão meus filhos? Como posso ter certeza?


“Abraão e Sara eram muito velhos, e Sara já havia passado da idade de ter
filhos” (Gn 18:11). A demora no cumprimento da promessa deixava Abraão
inseguro. Deus dizia que sim, mas tudo em volta dizia que não. A velhice de
Abraão e a de sua mulher Sara gritava: “Não dá mais para ter filhos!”
Cada dia que passava tornava a promessa de Deus mais difícil de ser
cumprida. A possibilidade chegava a ser ridícula, fazendo com que Abraão e
Sara rissem da situação. “Por acaso um homem de cem anos pode ser pai? E
será que Sara, com os seus noventa anos, poderá ter um filho?” (Gn 17:17).
Com angústia, Abraão clamou: “Deus, onde estão meus filhos? Como
posso ter certeza?” (Gn 15:2, 8).
Meu Deus, eu sou Teu sócio; Teu representante neste mundo.
Onde estão meus sonhos? Onde está meu casamento? Onde está minha saúde?
Onde está minha empresa?
Já houve um período de fome na sua vida? Você já teve que sair da sua
terra? Sair da sua segurança para ser um estrangeiro, um sem-terra, um sem-
segurança? Quem sabe, no momento atual você esteja gritando: “Senhor,
onde estão meus filhos? Onde estão meus sonhos?”
A batalha: acreditar ou não acreditar?
É fácil ter esperança, vontade de lutar e prosseguir quando tudo dá certo e
nada demora a acontecer. Mas isso não é fé. Ter fé é acreditar no que ainda
não aconteceu. É ter certeza de que Deus está trabalhando por seus sonhos
quando eles não aconteceram ainda (Hb 11:1).
Quando você olha no espelho e se vê um dia mais velho, um dia mais
distante dos seus sonhos, ocorre uma batalha: continuar acreditando ou
deixar de acreditar nos sonhos? Acreditar ou deixar de acreditar que Deus
está trabalhando para que eles se realizem?
Será que Deus Se compromete mesmo? Será que Deus ouve mesmo? Será
que Deus intervém mesmo? Será que Deus está mesmo no controle de tudo?
Será que Deus me fez mesmo uma proposta? Você acredita que Deus lhe fez
uma proposta? Todo dia temos que enfrentar essa batalha. Todo dia temos
que escolher: acreditar ou não acreditar.

Difícil demais para Deus?


“Será que para o Senhor há alguma coisa impossível?” (Gn 18:14). Essa
pergunta foi a resposta de Deus à insegurança de Abraão.
Podemos acreditar em Deus ou não. Podemos acreditar que o mundo em
que vivemos é uma obra meticulosamente projetada por Deus, ou uma obra
da evolução. O que não faz sentido é acreditar que Deus é o Criador de
todas as coisas e pensar que há algo difícil demais para Ele fazer. Também
não faz sentido acreditar que esse Deus existe, tem poder para fazer o que
quiser, mas nem sempre executa Seus planos, nem sempre cumpre o que
promete.

Os descendentes de Abraão
“De acordo com Sua promessa, o Senhor Deus abençoou Sara. Ela ficou
grávida e, na velhice de Abrão, lhe deu um filho. O menino nasceu no
tempo que Deus havia marcado, e Abraão pôs nele o nome de Isaque” (Gn
21:1-3). Não é difícil demais para Deus fazer que alguém tenha um filho,
mesmo que esse alguém tenha idade avançada. Não faz qualquer sentido
achar que Deus deixa de cumprir Seus planos e promessas.
Deus falou com Isaque, o filho de Abraão, repetindo a proposta de
sociedade feita a seu pai (Gn 26:24). Fez também a mesma proposta ao neto
de Abraão, chamado Jacó: “Eu sou o Deus do seu avô Abraão e o Deus de
Isaque, o seu pai. [...] Os seus descendentes serão tantos como o pó da terra
[...] e por meio de você e dos seus descendentes Eu abençoarei todos os
povos do mundo” (Gn 28:13-15). Isaque e Jacó escolheram acreditar em
Deus e aceitaram Sua proposta para que fossem Seus representantes neste
mundo. “Ó Senhor, serás o meu Deus”, disse Jacó (v. 21).
Deus mudou o nome de Jacó para Israel, e assim surgiu o povo de Israel
(Gn 35:9-12). Mais uma vez houve um período de fome na terra de Canaã.
Deus falou a Jacó, agora Israel: “Não tenha medo de ir para o Egito, pois ali
Eu farei com que os seus descendentes se tornem uma grande nação” (Gn
46:3). Então, a família de Israel foi morar no Egito. José, um dos filhos de
Israel, havia se tornado governador daquele país, salvando sua família e o
próprio Egito dos efeitos da fome – foi um descendente de Abraão
abençoando o mundo.
A família de Israel estava se multiplicando, sem se misturar com os
egípcios. “Os egípcios ficaram com medo deles e os tornaram escravos” (Êx
1:12, 13). Foram escravos no Egito por aproximadamente 400 anos,
exatamente como Deus havia anunciado a Abraão no passado (Gn 15:13).
Isso fazia parte dos planos de Deus. Ele cumpriu Seus planos.
No momento que havia planejado, Deus chamou um homem,
descendente de Abraão, chamado Moisés, para dar prosseguimento aos Seus
planos: “Moisés, Eu sou o Deus de seus antepassados Abraão, Isaque e Jacó.
Quero que você Me ajude a libertar o povo de Israel do Egito. Quero que
você Me ajude a cumprir Meus planos. Quero que você Me ajude a
distribuir bênçãos no mundo” (Êx 3).
Os egípcios não queriam libertar os israelitas e, na verdade, nem mesmo
eles acreditavam que poderiam ser libertados. Mas nada é difícil demais para
Deus, e Ele, mais uma vez, cumpriu Seus planos. Setenta pessoas da família
de Israel haviam ido morar no Egito (Gn 46:27). Mais de um milhão de
pessoas saíram do Egito, 400 anos depois (Êx 12:37). Um milhão de pessoas
a pé, no deserto, em direção à terra prometida por Deus a Abraão.
Quarenta anos depois de saírem do Egito eles chegaram à terra prometida
e tomaram posse dela – um bando de escravos transformados em nação,
com leis, exército, líderes e, posteriormente, reis – a nação de Israel, a nação
dos descendentes de Abraão. A promessa divina a Abraão de que seus
descendentes formariam uma grande nação (Gn 12:2) foi plenamente
cumprida.
Abraão foi pai de Isaque, que foi pai de Jacó, que foi pai de Judá, que foi
pai de Peres, que foi pai de Esron, que foi pai de Arão, que foi pai de
Aminadabe, que foi pai de Nasom, que foi pai de Salmon, que foi pai de
Boaz, que foi pai de Jessé, que foi pai de Davi. Catorze gerações de Abraão a
Davi (Mt 1:1-17).
Com uma pedrada, Davi derrotou um gigante chamado Golias. Antes de
derrotar o gigante, ele disse: “Você vem contra mim com espada, lança e
dardo. Mas eu vou contra você em nome do Senhor todo-poderoso, o Deus
dos exércitos israelitas, que você desafiou” (1Sm 17:45). Davi era
descendente de Abraão, representante de Deus no mundo.
Davi foi uma bênção para o mundo. Ele se tornou rei e levou o reino de
Israel ao auge da prosperidade. Foi o pai de outro rei, chamado Salomão, o
homem mais rico e sábio de todos os tempos (1Rs 10:23). “Alguns de seus
descendentes serão reis, Abraão” (Gn 17:6). Deus cumpriu o que prometeu.
Vieram quarenta e duas gerações a partir de Abraão. Passaram-se dois mil
anos. Então, nasceu um descendente de Abraão chamado Jesus.
A nação de Israel (que passou a ser chamada de judeus) na época em que
Jesus nasceu era dominada pelo Império Romano. Os judeus aguardavam o
Messias e pensavam que Ele seria um guerreiro, um grande comandante
militar para libertá-los da humilhação imposta pelos romanos.
Jesus implantou um novo conceito de reino: um mundo sem diferenças
raciais (Gl 3:28), sem vingança, onde até os inimigos deviam ser amados (Mt
5:41, 44). A quem aguardava a implantação de um novo reino pela guerra,
Jesus disse: “Vocês são as sementes do novo reino. Eu estou plantando vocês
(Mt 13:38). Espalhem-se! Façam novos seguidores! (Mt 28:19). Vocês são a
luz do mundo; iluminem o mundo! (Mt 5:14)”
Jesus Cristo foi a maior bênção que o mundo poderia ter recebido. Ele
levou o mundo novamente para perto de Deus (Rm 5:10; Cl 1:20, 22; 2:14,
17). O Senhor havia revelado a Abraão que, de sua descendência, nasceria o
Salvador do mundo. Deus continuou cumprindo Seus planos.

O que aconteceu com Abraão?


“O Senhor Deus dará o que for preciso” (Gn 22:14). Foi isso o que Abraão
disse sobre Deus após vencer a batalha do “acreditar ou não acreditar”. O
mesmo homem que havia dito “onde estão meus filhos?”; o mesmo homem
que havia gritado “como posso ter certeza?”
A crença de Abraão de que ele e Sara teriam um filho, mesmo na velhice,
transformou Abraão no “pai da fé”. “Foi pela fé que Abraão se tornou pai,
embora fosse velho demais e a própria Sara não mais pudesse ter filhos. Ele
creu que Deus cumpriria Sua promessa. Assim, de um só homem, que
estava praticamente morto, nasceram tantos descendentes como as estrelas
do céu, tão numerosos como os grãos de areia da praia do mar” (Hb 11:11,
12). Nada é demasiadamente difícil para Deus.
Abraão morreu velho, “e o Senhor Deus o havia abençoado em tudo” (Gn
24:1). Abraão ajudou a construir a cultura religiosa do cristianismo, do
judaismo e do islamismo. Isso significa que Abraão influenciou a vida
religiosa de mais da metade do mundo de hoje. “Eu o abençoarei, o seu
nome será famoso” (Gn 12:2). Esses eram os planos de Deus.

Quem são os descendentes de Abraão hoje em dia?


Jesus e Seus seguidores deram um novo significado ao termo “descendente
de Abraão”. Não interessa sua raça, não interessa se você é ou não
descendente biológico de Abraão. “Desse modo já não existe diferença entre
judeus e não judeus” (Gl 3:28). Para ser descendente de Abraão é preciso
aceitar o chamado que Abraão aceitou; acreditar no que Abraão acreditou.
É preciso aceitar ser representante de Deus no mundo; assumir a tarefa de
ser uma bênção para o mundo. Abraão aceitou fazer parte da empresa de
Deus, do reino de Deus. Descendente de Abraão é todo aquele que aceita o
chamado que Abraão aceitou (Gl 3:6, 7, 9, 26, 29).
“As promessas que Deus fez por meio dos seus profetas são para vocês. E
vocês fazem parte da aliança que Deus fez com os seus antepassados, quando
disse para Abraão: ‘Por meio dos seus descendentes, Eu abençoarei todas as
nações do mundo’” (At 3:25).

Você aceita a proposta de Deus?


No novo conceito de reino e de descendência, a mesma proposta que Deus
fez a Abraão é oferecida a todos nós hoje: “Eu o escolhi para que você seja
uma luz no seu trabalho. Escolhi você para exercer influência e distribuir
bênçãos para quem estiver ao seu lado; você será uma bênção para o
mundo. Você aceita?”
Senhor Deus, aceito Tua proposta. Quero trabalhar no
Teu negócio, refletir Tua luz, exercer influência, distribuir bênçãos.
É uma honra ser Teu representante neste mundo. Já que é esta a Tua vontade, serei
uma bênção, onde eu estiver.

1 . Nome primitivo desse patriarca, depois trocado por Deus para “Abraão”. O mesmo acontece com a esposa
dele, cujo nome primitivo era “Sarai”, depois mudado para “Sara”.
2 José
Você Tem Oportunidades na Vida?

Preso por terrorismo

Você foi morar num país chamado Far Land. Sabe o que significa Far Land? Significa
“Terra Distante”.

Você arruma um trabalho e até vai indo bem. Mas, depois de um mal-entendido, você vai
parar na cadeia, acusado de terrorismo. Sozinho, estrangeiro, você é condenado à morte.
Que situação!

Seu desafio agora é transformar essa terrível situação numa grande oportunidade. A
rainha de Far Land vai perdoar e soltar um dos condenados. Ela dará a cada prisioneiro
três minutos para falar. Com base no que eles disserem, ela escolherá quem escapará da
morte.

Seu desafio, neste exercício, é elaborar um plano para escapar da morte e, ainda, para
surpresa de todos, ganhar um importante cargo no governo de Far Land. Tudo dependerá
dos seus três minutos diante da rainha. Capriche no plano!

José se torna governador do Egito

“O plano pareceu bom a Faraó e a todos os seus oficiais [...] Então Faraó disse a José:
‘Neste momento te nomeio governador de toda a terra do Egito.’”

Gn 41:37, 41, NVI

A
conteceu há mais ou menos 3.700 anos. José estava preso e esquecido.
Mas surgiu a oportunidade de uma entrevista com o Faraó (título
dado aos reis do Egito). José apresentou um plano e, com isso, foi, não
apenas liberto da prisão, mas nomeado governador do Egito.
José governou o Egito durante muitos anos. Foi um grande líder. Ele
revolucionou a economia. Salvou o Egito, os povos vizinhos, e até sua
própria família, de uma grave falta de alimentos, devido a uma seca
prolongada. Qual foi a fórmula do sucesso de José?

A história de José
Na terra onde hoje é a nação de Israel, vivia uma família de classe média
alta. Família grande, muitos irmãos, quatro esposas. Uma família dividida:
esposas em conflito pelo marido; irmãos de mães diferentes em conflito
entre si por qualquer motivo.
Jacó, o pai de José, “já era velho quando José nasceu e por isso ele o amava
mais do que a todos os seus outros filhos” (Gn 37:3). José teve a sorte de ser
o filho preferido do pai. E teve o azar de o pai não esconder isso. A
preferência do pai fez mal a José e também a seus irmãos. Os irmãos mais
velhos “viam que o pai amava mais a José do que a eles e, por isso, tinham
ódio dele” (Gn 37:4).

O jeito de contar os sonhos


Para complicar ainda mais as coisas, José sonhava ser grande, realizar coisas
importantes, ser o líder da família, ser poderoso, famoso. Sonhava
literalmente com isso.
José sonhou que os feixes de trigo colhidos por seus irmãos se curvavam
diante do seu feixe. Ou seja, os feixes deles eram menos importantes do que
o dele. Sonhou também que seus próprios irmãos, simbolizados por estrelas,
se curvavam diante dele.
Adivinhe o que esses sonhos, aliados à preferência do pai, causavam aos
irmãos de José? “Quer dizer que você vai ser o nosso rei e vai mandar em
nós? E ficaram com mais ódio dele ainda por causa dos seus sonhos e do
jeito que ele os contava” (Gn 37:8). Havia alguma coisa inconveniente no
jeito que José contava seus sonhos. José estava se tornando “cheio de si e
exigente” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 1993], p. 213). Ele “se achava”. Faltava ainda a José habilidade
para contar seus sonhos de modo apropriado. José desenvolveria essa
habilidade mais tarde.
Não há nada de errado em sonhar com prosperidade, uma promoção, uma
vida com mais conforto. Quem sabe, até construir uma grande empresa,
liderar pessoas, uma cidade ou um país. Mas, para fazer com que os sonhos
se tornem realidade, é preciso ter habilidade para contá-los de um modo
apropriado e, então, tornar realidade esses sonhos, com a ajuda de Deus e
das pessoas.

Pior que a morte


Os conflitos entre José e seus irmãos aumentaram tanto que eles
planejaram matá-lo. Depois, decidiram dar-lhe outro destino: venderam-no
como escravo.
Coloque-se no lugar de José. Imagine que você é um garoto de classe média
alta, 17 anos, com boa educação, saudável, bonito, mimado pelo pai, com
futuro garantido e sonhando em ser um grande líder. Mas você acaba sendo
derrotado, traído pelos irmãos a quem queria liderar. Como se não bastasse,
seus próprios irmãos o vendem para uns mercadores que viajam para o
Egito, e ali fazem de você um escravo, a condição mais baixa possível.
“Tornar-se escravo era uma sorte para se temer mais do que a morte”
(Patriarcas e Profetas, p. 211).
“Ó, Deus, tire-me deste lugar!”, José deve ter pedido. “Quero ser grande, e
não um escravo. Quero ser o líder da família. Sonhei com isso!”

Deus “gênio da lâmpada”


Ninguém gosta de estar desempregado, de ganhar pouco e de não ser
promovido nunca. Ninguém quer falir, ficar endividado ou trabalhar demais
e não ter tempo para viver.
Quando pensamos em pedir ajuda a Deus, às vezes pedimos como se Ele
fosse nosso gênio da lâmpada, que nos dissesse: “Quais são os seus três
pedidos?”
Deus, quero que o presidente da empresa sonhe comigo e me promova de secretária
a vice-presidente. Senhor, poderia fazer chover dinheiro no meu quintal? Ou pelo
menos fazer com que eu ganhe na loteria? Senhor, hoje vou à sorveteria e gostaria
de encontrar lá um marido milionário. Senhor, que tal uma tia velha, rica e muito
doente, que me tenha como único herdeiro? Claro, ela teria que morrer com certa
urgência.
Deus não atende nossos desejos como se fosse um gênio da lâmpada. Não
é essa a oportunidade da nossa vida. Não é esse o caminho da prosperidade
escolhido por Ele.
Como um bom pai, Deus ensinou José a se tornar um verdadeiro líder,
capacitando-o para liderar Seu povo e salvá-lo da extinção pela fome.

O crescimento de José
José passou dez anos trabalhando como escravo. Ele deve ter chorado,
sofrido, ficado deprimido e revoltado com sua terrível condição. Mas, nesses
dez anos, José cresceu. Aprendeu novas línguas, aprendeu a negociar e a
administrar. Cresceu espiritualmente e em atitudes.
O sofrimento é uma grande oportunidade para o crescimento. É mais fácil
crescer em meio às aflições do que na alegria. Em seu sofrimento, José se
lembrou do Deus de seu pai Jacó. Lembrou-se dos ensinamentos que teve
desde criança e das promessas feitas a seus antepassados. Percebeu que sua
auto-suficiência era tola e que o caminho da prosperidade era outro. José
compreendeu sua necessidade de Deus. Seu relacionamento com Deus
passou a ser mais pessoal e significativo. O Senhor não mais era somente o
“Deus de seus pais”, mas o seu Deus.
José confiou em Deus, não como se Ele fosse o “gênio da lâmpada”, que
faz milagres para atender desejos. Confiou em um Deus que dirige, ensina e
sabe qual é o melhor caminho. José decidiu confiar e seguir esse Deus, em
qualquer circunstância – na prosperidade e na escravidão.

Abençoado em tudo
“O Senhor Deus estava com José. Ele morava na casa de seu dono e ia
muito bem em tudo. O dono de José viu que o Senhor estava com ele e o
abençoava em tudo o que fazia. Assim José ganhou a simpatia do seu dono,
que o pôs como seu ajudante particular. Potifar deu a José a
responsabilidade de cuidar da sua casa e tomar conta de tudo que era seu.
Dali em diante, por causa de José, o Senhor abençoou o lar do egípcio e
também tudo o que ele tinha em casa e no campo. Potifar entregou nas
mãos de José tudo o que tinha e não se preocupava com nada, a não ser
com a comida que comia” (Gn 39:2-6).
Na minha área não tem muito emprego. Não tive oportunidade de estudar. Até
desisti de procurar emprego. Eu não vou trabalhar como auxiliar de limpeza; só
trabalho se for como chefe de seção. Eu vou trabalhar duro para enriquecer patrão?
Atender bem? Ganhando esse salário? Eu não vou refazer o serviço; tenho culpa se
choveu e estragou tudo?
Essas não são frases incomuns. José aprendeu a ter uma atitude diferente:
trabalhar da melhor forma possível, em qualquer ocupação.
José aceitou trabalhar não apenas como chefe de produção, gerente de
marketing ou diretor financeiro. Trabalhou da melhor forma que podia,
sempre. Limpou, carregou e cultivou da melhor maneira. Atendeu, se
relacionou e negociou, sempre da melhor maneira.

Atitude coroada com bênçãos e êxito


“A assinalada prosperidade que acompanhava todas as coisas postas aos
cuidados de José, não era resultado de um milagre direto; mas sim a sua
operosidade, zelo e energia eram coroados pela bênção divina. José atribuía
seu êxito ao favor de Deus, e mesmo seu senhor idólatra aceitava isso como
o segredo de sua prosperidade sem par. Sem um esforço perseverante e bem
dirigido jamais poderia, entretanto, haver conseguido o êxito” (Patriarcas e
Profetas, p. 214, 215).
José ia muito bem em tudo que fazia. E tudo o que ele fazia era abençoado.
Deus não deu a José uma promoção para atender um desejo (como faria um
gênio da lâmpada), ou para mimar José (como faria um pai inconsequente).
Deus coroava a atitude, a energia, o trabalho, a dedicação, a persistência e a
competência de José. Coroava-o com bênçãos e êxito. José reconhecia a
bênção de Deus e atribuía a Ele seu sucesso. Foi esse o caminho da
prosperidade escolhido por Deus.

Mendigando no zoológico

A vida não tem sido nada generosa com você, que está em uma cidade grande, nada
hospitaleira, sem casa, sem dinheiro, sem comida. Seu endereço atual é o zoológico. De
dia, pedindo dinheiro na entrada; à noite, dormindo em instalações vazias e buscando
alimento na gaiola das aves. Seria possível a situação piorar ainda mais?

Você nem sabe ao certo como tudo aconteceu. Às 3 horas da manhã, as feras foram
soltas e você passou a fugir de leões, elefantes e crocodilos. Nessa situação, estão
ameaçando apenas você, mas logo que amanhecer poderão causar uma enorme tragédia
na cidade.

Que bela oportunidade na sua vida! Seu desafio neste exercício é fazer um plano para
aproveitar essa oportunidade, deixar de mendigar e assumir o posto de Chefe da Defesa
Civil – um profissional responsável por evitar tragédias e lidar com situações de
emergência.

Valores acima dos sonhos


“Algum tempo depois, a mulher do seu dono começou a cobiçar José. Um
dia ela disse: – Venha, vamos para a cama” (Gn 39:7).
José não havia se conformado com sua situação de escravo. Queria muito
ser livre. Queria prosperar. Ainda sonhava em ser um grande líder. Então,
surge uma oportunidade de subir na vida: ser amante da esposa do seu
dono.
Pagando um pouco por fora, eles aprovam o projeto.
Todo mundo faz assim. É assim que as coisas funcionam por aqui. Faz aí uma
nota fiscal com valor mais baixo; senão vou à falência só de pagar tanto imposto.
Fazer bem para saúde, não faz; mas, se eu não vender, alguém vende!
Muita gente paga qualquer preço pela prosperidade. Corrupção, negócios
ilícitos, sonegação de impostos, sabotagem, trapaça ou um “jeitinho”.
Eu sei que é errado, mas se não fizer isso nunca vou ser promovido; nunca vou
ganhar a eleição; nunca vou ter o projeto aprovado. Nunca vou ter minha própria
empresa; nunca vou ter lucro; nunca vou concluir o curso.
Ninguém gosta de corrupção e trapaça. Ficamos revoltados se vemos
alguém trapaceando. Não queremos isso para nossos filhos. A verdade é que
ninguém acha isso certo ou bonito. Mas muitos aceitam fazer uso da
corrupção, trapaça ou ilegalidade para comprar a prosperidade. Sacrificam
seus valores. Vendem seus valores para comprar a prosperidade.
“José bem sabia qual seria a consequência da resistência. De um lado
estavam o encobrimento, os favores e as recompensas; do outro a desgraça, a
prisão, a morte talvez” (Patriarcas e Profetas, p. 217). José não se corrompeu
nem comprometeu seus valores para receber recompensas e favores. Não
colocou seu anseio de prosperidade acima dos princípios, nem os valores
acima dos sonhos. Decidiu manter seus valores, quaisquer que fossem as
consequências. “Como, pois, faria eu este tamanho mal, e pecaria contra
Deus?” (Gn 39:9).
José sabia o que poderia lhe acontecer se ele não se deitasse com a esposa
de seu dono. E aconteceu. Ela mentiu e o acusou de ter tentado agarrá-la à
força. “Quando ouviu essa história, o dono de José ficou com muita raiva.
Ele agarrou José e o pôs na cadeia onde ficavam os presos do rei” (Gn 39:19,
20).

A única chance
Qual é a sua atitude quando a prosperidade insiste em fugir de você?
Quando o tempo passa e, dia após dia, ano após ano, você continua no
mesmo trabalho, sem qualquer promoção?
José trabalhou dez anos como escravo, e depois disso ficou mais de dois
anos na cadeia. Foram pelo menos 12 anos, 4.380 dias esperando pela
liberdade. Foram 4.380 orações pela manhã, e outras 4.380 orações antes de
dormir: pelo menos 8.760 orações pedindo liberdade.
José tinha duas possíveis atitudes: desistir ou não desistir. Desistir significa
ficar remoendo o ódio pelas constantes traições e injustiças. Desistir
significa tratar mal as pessoas, para descontar a raiva. Desistir significa ser
um mau empregado, um mau pai, um mau irmão, um mau preso. Desistir
significa parar de lutar pela liberdade, por um emprego melhor, pela casa
nova, pelo sonho de prosperidade. Desistir significa não mais acreditar que
Deus está dirigindo sua vida.
Eu nunca vou sair desta situação! Já são quatro anos sem emprego! Não vejo a
menor chance de ser promovido e crescer na empresa, e você ainda fala em dar o
melhor de mim? Já montei três empresas e as três faliram. Para que tentar de novo?
Você está disputando uma corrida. Está cansado, com vontade de parar
para descansar, e achando que os outros corredores estão em melhores
condições que você. Você tem duas possíveis atitudes: desistir ou não
desistir. Se você desiste, acabou: você perdeu a corrida. Se você não desiste,
pode ganhar e pode não ganhar. Mas não desistir é a sua única chance.
Temos duas possíveis atitudes quando nossos sonhos insistem em não
acontecer: desistir ou não desistir. Se optarmos por desistir, nossos sonhos
morrerão. Não vão acontecer. Se optarmos por não desistir, os sonhos
podem ou não acontecer. Sei que é triste essa incerteza, mas não desistir é
sua única chance. Você consegue enxergar algum outro caminho?
José não desistiu. Não descontou a raiva nos presos e carcereiros. José
tratou bem a todos. Ajudava e era correto a ponto de ganhar a confiança de
todos na prisão. Apesar dos 4.380 dias em aparente esquecimento, José
confiou a Deus sua vida e seu futuro. E José continuou a lutar por seu
sonho de liberdade e prosperidade.

O que é uma oportunidade?


Tratar bem um colega de trabalho é uma oportunidade? Tratar bem um
colega de cadeia é uma oportunidade? Ser otimista é uma oportunidade?
Um dia, José viu que dois colegas de cadeia estavam preocupados. Como
sempre, ele foi gentil e atencioso com eles e procurou ajudar. José
interpretou os sonhos desses colegas e testemunhou de sua fé: “É Deus
quem dá à gente a capacidade de explicar os sonhos, disse José” (Gn 40:8).
José não havia desistido de seus sonhos e buscava a cada dia uma
oportunidade para realizá-los. Ele considerou esse contato com os colegas de
prisão como uma oportunidade para sair da cadeia. Eram empregados do
rei, e José disse a um deles: “Daqui a três dias o rei vai mandar soltá-lo. Você
vai voltar ao seu trabalho e servirá vinho ao rei, como fazia antes. Porém,
quando você estiver muito bem lá, lembre de mim e, por favor, tenha a
bondade de falar a meu respeito com o rei, ajudando-me, assim, a sair desta
cadeia” (Gn 40:13, 14). O nome disso hoje em dia é networking – criar e
cultivar uma rede de relacionamentos pessoais ou profissionais.
José ainda sonhava e acreditava que sairia da cadeia. Ele ainda não havia
desistido. Poderia dar certo ou não. Mas não desistir era sua única chance, e
a atitude dele foi essa. José não ficou parado, aguardando um raio cair
milagrosamente na cadeia e matar a todos, menos a ele. José buscava a todo
instante uma oportunidade de sair da cadeia. Por isso, disse ao empregado
do rei: “Ajude-me a sair daqui”.
“Dois anos se passaram” (Gn 41:1). E José continuava na cadeia. “Um dia
o rei do Egito sonhou que estava de pé, na beira do rio Nilo. De repente
saíram do rio sete vacas bonitas e gordas, que começaram a comer o capim
da beira do rio. Logo em seguida saíram do rio outras sete vacas, feias e
magras, que foram ficar perto das primeiras. E as vacas feias e magras
engoliram as bonitas e gordas” (Gn 41:1-4).
O rei acordou muito preocupado. Além do sonho com as vacas, ele ainda
havia tido um outro sonho, com sete espigas de milho secas e feias, que
comiam sete espigas boas e bonitas. O rei chamou todos os sábios e
adivinhos, mas ninguém conseguiu interpretar aqueles sonhos. E o rei
continuava preocupado.
Então, o garçom do rei, aquele empregado a quem José havia dito: “Ajude-
me a sair desta prisão”, se lembrou de que José havia sido bondoso com ele,
atencioso, correto, confiável e que havia interpretado com incrível precisão
seu sonho. José havia dito a ele: “Daqui a três dias você será solto e voltará a
trabalhar para o rei.” E aconteceu exatamente assim. O garçom falou ao rei
sobre José. E o rei mandou chamá-lo para interpretar seus sonhos. “Foi a
parte que desempenhou na prisão – integridade de sua vida diária e
simpatia por aqueles que estavam em perturbação e angústia – que abriu o
caminho para a sua prosperidade e honra futura” (Patriarcas e Profetas, p.
218).
José ouviu o sonho do rei e, atribuindo a Deus sua capacidade de
interpretar sonhos, logo percebeu o significado. Após sete anos de fartura,
simbolizados pelas sete vacas gordas, haveria sete anos de fome –
simbolizados pelas sete vacas magras. A interpretação do sonho era essa; a
fome seria terrível. O sonho trazia uma péssima notícia para o rei.
O que aconteceria se José tivesse parado de falar nesse ponto? Ele já havia
cumprido sua obrigação. O rei lhe havia perguntado: “Qual é o significado
do meu sonho?” E José já havia dado o significado: “Teremos uma fome
terrível.” Para que falar mais sem ser convidado?

E José continuou
“E José continuou: Portanto, será bom que o senhor, ó rei, escolha um
homem inteligente e sábio e o ponha para dirigir o país. O rei também deve
escolher homens que ficarão encarregados de viajar por todo o país para
recolher a quinta parte de todas as colheitas, durante os sete anos em que
elas forem boas. Durante os anos bons que estão chegando, estes homens
ajuntarão todo o trigo que puderem e o guardarão em armazéns nas cidades,
sendo tudo controlado pelo senhor. Assim, o mantimento servirá para
abastecer o país durante os sete anos de fome no Egito, e o povo não
morrerá de fome” (Gn 41:33-36).
José continuou: “Podemos vencer a fome.” E ele ainda apresentou um
plano de como fazer isso. Um plano convincente. Todos perceberam que
poderia dar certo!
Há muita desigualdade no país! Os políticos não prestam! Os juros estão altos; dá
para crescer assim? A concorrência é muito forte.
Estamos vendendo cada vez menos; já fechamos duas lojas!
Podemos usar nossa capacidade de interpretar “sonhos” de duas formas:
primeira, dando a má notícia e parando por aí. Mas podemos continuar e
dizer: podemos vencer a fome!
Quem quer um dirigente que usa sua capacidade de interpretar sonhos
para dizer: “Haverá fome”? Quem quer um gerente de vendas que diga:
“Estamos vendendo menos porque a concorrência é grande”? Quem precisa
de um político que diga: “Os outros não prestam”, ou de um economista
que diga: “Há muita desigualdade no país”?
O mundo precisa de homens e mulheres como José, que tenham a ousadia
de propor: “Teremos fome, mas podemos vencê-la. Podemos vender mais,
podemos crescer, podemos progredir.”

Senso de oportunidade
O que você teria para falar ao rei se tivesse três minutos de entrevista hoje?
O que teria para dizer ao governador se encontrasse com ele na rua? Que
diria ao presidente da empresa enquanto o elevador não chega? E ao seu
chefe na reunião mensal?
José via todas as situações à sua volta como oportunidades. Tratar bem um
colega de prisão é uma oportunidade? José a considerou como tal, e disse:
“Ajude-me a sair daqui.” Dar uma notícia má é uma oportunidade? Para
José, sim.
José se preparou para aquela oportunidade. Planejou os mínimos detalhes,
até o modo de se apresentar. Ele fez a barba e trocou de roupa (Gn 41:14). E
em quem você acha que José estava pensando quando sugeriu ao rei:
“Escolha um homem inteligente e sábio para dirigir o país”?
Você considera o que acontece à sua volta como oportunidades? O que é
uma oportunidade para você? Você acha que quando surgir uma na sua vida
vai aparecer uma placa voadora, com uma seta e os dizeres: “Isto aqui é uma
oportunidade”? Ou: “O caminho da prosperidade é para lá”?
Senso de oportunidade não significa viver aguardando placas voadoras.
Significa encarar tudo na vida como uma oportunidade. Desastres no
zoológico, dar uma notícia má ao rei, dificuldades no trabalho, e até
conversar com um colega podem ser oportunidades. Portanto, fique atento!
“Deus dá as oportunidades; o êxito depende do aproveitamento das
mesmas” (Patriarcas e Profetas, p. 223).

Poderíamos achar alguém como ele?


“O plano pareceu bom a Faraó e a todos os seus oficiais. [...] Então Faraó
disse a José: ‘Neste momento te nomeio governador de toda a terra do
Egito’” (Gn 41:37, 41, NVI).
A indicação de José para governador do Egito não foi sem motivo. Não foi
um gênio da lâmpada que colocou José no governo do Egito, sem considerar
seu preparo para o cargo. “Era evidente que ele tinha habilidade
administrativa em grau preeminente. [...] Em todo o reino, foi José o único
homem dotado de sabedoria para indicar o perigo que ameaçava o país, e o
preparo necessário para enfrentá-lo; e o rei estava convencido de que ele era
o mais bem qualificado para executar os planos que propusera” (Patriarcas e
Profetas, p. 221).

Planejador e executor
“E José ajuntou todos os cereais e os guardou em armazéns nas cidades,
ficando em cada cidade os cereais colhidos nos campos vizinhos. José
ajuntou tanto mantimento, que desistiu de pesar, pois não dava mais:
parecia a areia da praia do mar. [...] Então acabaram-se os sete anos de
fartura no Egito, e, como José tinha dito, começaram os sete anos de fome.
Nos outros países o povo passava fome, mas em todo o Egito havia o que
comer. [...] Quando a fome aumentou no país inteiro, José abriu todos os
armazéns e começou a vender cereais aos egípcios. E de todos os países
vinha gente ao Egito para comprar cereais de José, pois no mundo inteiro
havia uma grande falta de alimentos. [...] Então José comprou todas as terras
do Egito para o rei. [...] E os egípcios diziam a José: ‘O senhor salvou a nossa
vida e tem sido bom para nós’” (Gn 41:48-56; 47:20, 25).
Algumas lições da história de José

● Podemos sonhar com a prosperidade, mas o jeito de contar os sonhos precisa ser
apropriado.

● O caminho da prosperidade escolhido por Deus é coroar com bênçãos e êxito a


dedicação, a persistência e a competência.

● Deus não é um gênio da lâmpada que atende os desejos; mas, como um bom pai,
ensina e dá oportunidades para nosso crescimento.

● Senso de oportunidade é considerar todas as situações como oportunidades.


● Devemos agregar iniciativa, otimismo e visão positiva do futuro à nossa capacidade de
“interpretar sonhos”. “Podemos vencer a fome!”

● Não desistir, mesmo quando os sonhos insistem em não acontecer. Essa é a nossa
única chance.

● É importante dar o melhor de si em qualquer trabalho.

● Os valores devem ser colocados acima dos sonhos. Não vale a pena realizar os
sonhos por um caminho ilegal, que fira a ética ou os valores.

● Devemos reconhecer a bênção divina e atribuir a Ele nossas vitórias.

● É necessário confiar em Deus em qualquer circunstância, até na escravidão.

● Deus está no controle de tudo e sempre cumpre Suas promessas.

Reconciliação com a família


A família de José também foi comprar mantimento no Egito. Ele perdoou
seus irmãos por terem-no vendido como escravo e lhes disse: “Não tenham
medo. Eu cuidarei de vocês e dos seus filhos. Assim ele os acalmou com
palavras carinhosas, que tocaram o coração deles” (Gn 50:19-21).
Finalmente, José aprendeu a contar seus sonhos de modo apropriado.

As promessas de Deus
Um dia, quando José era bem pequeno, seu pai Jacó lhe disse: “José, meu
filho, sente-se aqui no meu colo.” Então, Jacó contou o que Deus dissera a
Abraão, bisavô de José: “Eu o abençoarei, o seu nome será famoso, e você
será uma bênção para os outros” (Gn 12:2). Depois, Jacó contou o que Deus
dissera a Isaque, avô de José: “Não tenha medo, pois Eu estou com você. [...]
Eu abençoarei você e farei com que os seus descendentes sejam muitos” (Gn
26:24). E Jacó contou a José que Deus também havia falado com ele
próprio: “Darei a você e aos seus descendentes esta terra onde você está
deitado. Os seus descendentes serão tantos como o pó da terra [...] e por
meio de você e dos seus descendentes Eu abençoarei todos os povos do
mundo. Eu estarei com você e o protegerei em todos os lugares aonde você
for. [...] Eu não o abandonarei até que cumpra tudo o que prometi” (Gn
28:13-15). E Jacó disse a José, com ele ainda em seu colo: “Essas promessas
de Deus são também para você, meu filho.”

Fiel e no controle de tudo


Escravo e na prisão, José pode ter sido tentado a não acreditar nas
promessas de Deus a seus antepassados. Mas olhe o que José disse à sua
família quando já era governador do Egito: “Foi para salvar vidas que Deus
me enviou na frente de vocês. [...] Deus me enviou na frente de vocês a fim
de que Ele, de um modo maravilhoso, salvasse a vida de vocês aqui neste
país e garantisse que teriam descendentes” (Gn 45:5-7). José testemunhou a
seus irmãos: “Deus sempre esteve no controle de tudo!”
Você acredita no Deus de José? Acredita que Deus está no controle da
situação, mesmo quando você passa por momentos difíceis?
Meu Deus, eu sei que estás controlando toda a situação. Sei que tens oportunidades
e bênçãos reservadas para nós. A escravidão e a prisão têm seus propósitos: o
crescimento, a aproximação de Ti, e outros propósitos que só Tu conheces neste
momento. Um dia olharemos para trás e diremos como José: “Deus sempre esteve no
controle de tudo! Tudo aconteceu para que Deus cumprisse Seus planos. Deus
cumpriu Suas promessas de um modo mais maravilhoso do que poderíamos
imaginar.”
3 Moisés
Você Pode Transformar o Futuro?

As crianças do Morro do Futuro

Clarisse tem 5 filhos. A família mora em um barraco feito de madeira e sucata. A


ocupação da mãe é buscar a sobrevivência vasculhando o lixo. O pai já é falecido. Os
filhos pequenos ficam sempre em dúvida entre ir à escola, ajudar a mãe no lixão, ou pedir
dinheiro na rua. A filha mais velha tem 15 anos e está grávida. O pai da criança é um
bandido.

Essa é uma família típica do Morro do Futuro – lugar sujo, sem infra-estrutura e violento,
onde moram Clarisse e os filhos. O pior da história é a falta de perspectiva de mudança.
Tudo indica que as crianças, quando se tornarem adultas, darão continuidade a essa
situação de miséria.

Seu desafio neste exercício é descobrir um caminho para transformar a vida dos filhos
de Clarisse e de todas as crianças do Morro do Futuro.

Mas eles nem querem ir para a escola, eu não sou prefeito, e o que é que eu posso
fazer?

Seu desafio é este: descobrir como viabilizar essa mudança social.

Moisés e a conquista da terra prometida

“Portanto, diga aos israelitas o seguinte: ‘Eu sou o Deus Eterno. Vou livrá-los da
escravidão do Egito. [...] Eu os levarei para a terra que jurei que daria a Abraão, a Isaque
e a Jacó. E Eu darei essa terra para ser propriedade de vocês. Eu sou o Deus Eterno’.
Moisés repetiu essas palavras aos israelitas, mas eles não quiseram ouvi-lo, pois estavam
desanimados por causa da dureza da sua escravidão.”

Êx 6:6-9

D
eus decidiu transformar escravos estrangeiros em cidadãos. Decidiu
livrá-los da escravidão e dar-lhes um país em que pudessem viver com
dignidade e justiça social. Mas os escravos estavam acostumados à sua
condição social, e desanimados por causa da dureza da escravidão. Não
conseguiam acreditar que a terra prometida por Deus pudesse se tornar
realidade. Não conseguiam enxergar a excelência daquela terra como parte
de seu futuro.
Deus, então, propôs um desafio a Moisés: transforme o futuro desse povo.
Leve-o à terra prometida. Os israelitas não acreditavam que pudessem ir, e o
rei do Egito não queria deixar que eles fossem. Mas Moisés os tirou da
escravidão do Egito e os levou à terra de Canaã. Como Moisés conseguiu
transformar um bando de escravos em uma nação de verdade?

A história de Moisés
Os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó (também chamado de Israel)
foram morar no Egito para sobreviver a uma grande fome. Eram setenta
estrangeiros, que foram bem tratados a princípio. O tempo passou e os
descendentes de Israel não se misturaram com os egípcios. Continuaram
estrangeiros.
O número de israelitas estava aumentando muito rapidamente. “Os
egípcios ficaram com medo deles e os tornaram escravos, tratando-os com
crueldade. Fizeram com que a vida deles se tornasse amarga, obrigando-os a
trabalhos pesados” (Êx 1:12-14). Ainda assim os estrangeiros cresciam. Com
medo de uma revolta, o rei deu uma ordem cruel: todos os bebês israelitas
do sexo masculino deveriam ser mortos assim que nascessem.
Um dia, a filha do Faraó, o rei do Egito, encontrou um bebê israelita
escondido dentro de um cesto de junco, na margem do rio Nilo, para
sobreviver ao decreto de morte. A princesa ficou com muita pena do bebê.
Então, a irmã do menino perguntou à princesa: “Quer que eu chame
alguém para cuidar dessa criança para a senhora?” “Quero”, respondeu a
princesa. A menina trouxe a própria mãe do bebê, que o criou até os 12
anos. Então, ela levou o menino à filha do rei, que o adotou. O nome desse
menino? Moisés (Êx 2:1-10).
Até os 12 anos, Moisés foi educado por sua família israelita. Ele nunca
mais esqueceria a educação religiosa que teve. Então, chegou o tempo de ele
ir morar no palácio do rei. Ali Moisés “foi instruído em toda a ciência dos
egípcios” (At 7:22). Moisés se tornou um oficial do exército. Seu avô
adotivo, o Faraó do Egito, pretendia que Moisés fosse seu sucessor no trono
(Patriarcas e Profetas, p. 245).

Um plano estranho para o próprio futuro


Moisés se tornou neto adotivo do rei. Teve uma excelente educação.
Tornou-se um respeitado líder militar. Era o provável sucessor do rei do
Egito. O que mais Moisés poderia querer da vida? Mas ele decidiu
abandonar tudo isso e se unir aos seus antepassados biológicos, para libertá-
los da escravidão e levá-los à terra prometida.
Ficou maluco, Moisés? Vamos ver se eu entendi: Você é oficial do exército egípcio,
tem tudo para ser o rei do Egito um dia, e você quer liderar uma revolta contra o
próprio Egito? Contra você mesmo? E isso tudo para libertar esses escravos hebreus,
que nem estão ligando para essa tal terra prometida? É esse o plano para o seu
futuro?
Por que Moisés tomou essa decisão aparentemente absurda? Por que ele
“jogou fora” seu futuro, seu posto militar, suas riquezas e sua candidatura a
rei do Egito?

Como você toma decisões?


Podemos decidir nossa vida pensando no que é mais cômodo. Pensando
no presente: dormir o dia todo ou estudar para a prova? Comprar um carro
importado ou poupar para a aposentadoria?
Quando decidimos priorizando o presente, ou seja, o conforto do
momento, o resultado óbvio é a continuidade do conforto momentâneo. E
o resultado não tão óbvio é a continuidade de tudo. Priorizando o presente,
não conseguimos escolher o futuro. As mudanças em nossa condição de
vida, no trabalho, nos relacionamentos e na sociedade simplesmente não
acontecem.
Podemos pensar no futuro como a maioria pensa: “Quero ser rico; ter um
carro importado; ser famoso.” Tudo isso pode realmente ser muito bom.
Mas é preciso cuidar para que nosso conceito de sucesso não seja
simplesmente copiado dos outros. Precisamos definir bem nossos próprios
valores, ou seja, decidir o que é realmente importante. E, então, decidir com
base nisso.
“Desculpe-me, querida, mas nesse fim de semana não terei tempo para
nossos filhos. Está tudo tão corrido. Não fiz exercícios, nem consegui
reservar um tempo para conversar com Deus essa semana. Tudo pelos
negócios.” Decisões como essa mostram que você realmente pensa que os
negócios são mais importantes do que a saúde, relacionamento com os
filhos e com Deus. É possível pensar assim. Temos todo direito. Mas defina
claramente suas prioridades antes de tomar suas decisões. E não copie os
valores da maioria. Defina os seus.

Um futuro mais limpo

Aquela cidade era muito suja. Havia lixo na rua por todo lado. Você morava lá. O mais
interessante é que todos na cidade detestavam o lixo na rua. Um dia, você participou de
uma pesquisa, como parte de um trabalho escolar. Você e mais 29 colegas da 5a série
fizeram uma pesquisa no comércio, nos pontos de ônibus e em muitas casas. Vocês
perguntaram: “Você prefere ruas com lixo ou sem lixo?” “Você é doido, moleque? É claro
que é sem lixo”, respondeu alguém. “São todos uns porcos sem educação”, disse uma
senhora. Um a um, todos diziam que não gostavam do lixo na rua. Ninguém disse: “Eu
gosto; prefiro assim.” Ninguém. Mas o lixo continuava lá.

Se ninguém gostava de sujeira, por que o lixo continuava nas ruas? Será que tudo
continuaria sempre assim?

Exercício: Planeje um modo de transformar a cidade em uma cidade limpa, sem nenhum
lixo na rua.

Os motivos de Moisés
Mas “Moisés, quando já era adulto, não quis ser chamado filho da filha de
Faraó. Ele preferiu sofrer com o povo de Deus em vez de [...] possuir todos
os tesouros do Egito. É que ele tinha os olhos fixos na recompensa futura”
(Hb 11:24-26).
Moisés não pensou no presente: seu conforto no palácio e o respeito que
tinha por ser neto do rei e oficial do exército. Moisés olhou para o futuro.
Acreditou nas promessas de Deus. Acreditou na terra prometida. “Ela
existe”, pensava ele.
E, ao pensar no futuro, Moisés não teve medo de pensar diferente da
maioria. Ele definiu suas prioridades e percebeu que, para ele, uma coroa no
Céu era mais importante do que a coroa do Egito. Ele “viu pela fé uma
coroa incorruptível”, que o Rei do Céu colocaria em sua cabeça (Patriarcas e
Profetas, p. 246).

Liderança inicialmente desastrosa


Moisés não se conformava com a condição de seu povo. Ficava indignado
com a injustiça e crueldade da escravidão. Chegou a matar um egípcio que
estava maltratando um israelita. Num outro dia, quando tentava resolver
uma briga entre dois israelitas, ouviu: “Quem pôs você como nosso chefe ou
juiz? Você está querendo me matar como matou o egípcio?” (Êx 2:14).
“Moisés pensava que os israelitas entenderiam que Deus ia libertá-los por
meio dele, mas eles não entenderam” (At 7:25). Moisés teve duas derrotas
de uma só vez. Primeira, não conseguiu se impor como líder de seu povo.
Não conseguiu credibilidade. Segunda derrota: gerou nos egípcios o temor
de que ele poderia liderar uma revolta. O temor da revolta ganhou grandes
proporções e, para salvar a vida, ele fugiu.
As derrotas detonaram a autoestima, a coragem e a ousadia de Moisés. Não
é incomum lidarmos com derrotas dessa forma. Mas é claro que essa não é a
melhor maneira de lidar com derrotas.
Deus é capaz de transformar líderes despreparados, que não sabem lidar
com derrotas, em líderes de verdade, pacientes, persistentes, corajosos, que
fazem das derrotas um aprendizado, em vez de um motivo para desistir.

O chamado e o medo de ser líder


Quarenta anos se passaram. Moisés se casou e cuidava das ovelhas de seu
sogro. Nada mais de palácio e conforto. Um dia, Moisés estava em pleno
deserto e Deus o chamou para ser o líder dos israelitas. Deus lhe disse: “Eu
sou o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o
Deus de Jacó. [...] Eu tenho visto como o Meu povo está sendo maltratado
no Egito. Por isso desci para libertá-lo do poder dos egípcios e para levá-lo
do Egito para uma terra grande e boa. [...] Agora venha, e Eu o enviarei ao
rei do Egito para que você tire de lá o Meu povo, os israelitas” (Êx 3:6-10).
O que aconteceu a partir desse chamado divino foi uma incrível sucessão
de negativas de Moisés, intercaladas com a paciência e a insistência de Deus
(Êx 3:11 a 4:16):
— Quem sou eu para ir falar com o rei do Egito e tirar daquela terra o povo
de Israel?
— Eu estarei com você, Moisés!
— Quando me perguntarem quem me mandou, o que é que eu digo?
— Diga que Eu o mandei, Moisés.
— Mas os israelitas não vão acreditar em mim, não vão dar atenção ao que
eu falar, e vão dizer que o Senhor não me apareceu.
— Eu farei grandes sinais através de você, Moisés.
— Mas o rei do Egito não vai deixar o povo sair.
— Não vai deixar mesmo, Moisés. Mas Eu vou obrigá-lo a deixar através do
Meu poder.
— Deus Eterno, eu nunca tive facilidade para falar, nem antes nem agora.
Eu sempre me atrapalho.
— Eu o ajudarei a falar e lhe direi o que deve dizer.
— Não, Senhor, por favor, mande outra pessoa!
— Leve seu irmão Arão como ajudante, Moisés. Mas você será o líder.
O convite de Deus a Moisés não foi: “Vá sozinho à terra prometida.” Mas:
“Vá, reúna os líderes do povo de Israel e diga que [...] vou levá-los para uma
terra boa e rica” (Êx 3:16, 17). Deus não quer nos levar sozinhos a uma terra
boa e rica. Ele quer que nós levemos o mundo conosco. Somos a luz do
mundo e o sal da terra (Mt 5:13-16). Deus quer abençoar o mundo por
nosso intermédio (Gn 12:2, 3).
Deus não nos pede: “Pare de jogar lixo na rua!”, pois essa é a sua parte.
Deus nos pede mais: “Deixe a cidade limpa, dê uma vida melhor às crianças
do Morro do Futuro, ensine seus colegas a terem saúde, pacifique seus
vizinhos, faça sua empresa ser mais ética, promova a solidariedade, gere
empregos e riquezas, acabe com a fome e com a violência em sua cidade,
traga as pessoas para mais perto de Deus, leve o povo à terra prometida!”
Deus nos pede para libertarmos o mundo de todo tipo de escravidão (Is
58:6).
Nossa resistência e desculpas, em geral, são muito parecidas com as de
Moisés:
— Quem sou eu para acabar com o lixo de toda a cidade? Eu não vou
conseguir!
— Eu estarei com você, Francisco!
— Mas vão me perguntar: “Você não é prefeito, nem é pessoa importante.
O que é que você tem a ver com o pessoal do Morro do Futuro?
— Diga que Eu o mandei, Reinaldo!
— Mas os meus colegas e vizinhos não vão dar bola para o que eu falar! O
próprio pessoal do Morro do Futuro não vai querer me ouvir. Como é que
eu vou ganhar a atenção deles?
— Eu farei grandes sinais através de você, Marisa!
— Mas não vai ser fácil: Os políticos não ligam. Todo mundo sempre agiu
assim.
— Não é fácil mesmo, crianças, mas vocês contarão com o Meu poder!
— Deus, eu nunca tive facilidade para liderar, para convencer pessoas. Eu
sempre me atrapalho.
— Eu o ajudarei e lhe mostrarei o que deve dizer e fazer.
— Não, Senhor, por favor, escolha outra pessoa!
— Eu escolhi você para abençoar o mundo.

Uma empresa que ainda não existe

— Tati, estou preocupada: será que a gente vai arrumar emprego? Do pessoal que se
formou ano passado, um montão não arrumou.

— Sei lá, Lê. E o pessoal que arrumou emprego tá ganhando supermal.

— É. Só o Kiko está ganhando bem. Também, a empresa é do pai dele!


— Tive uma ideia: Vamos montar uma empresa igual à do pai do Kiko? Vamos?

— Fábrica de azulejo?

— Não precisa ser fábrica de azulejo; nem precisa ser fábrica. Só precisa fazer a gente
ganhar bem, pagar bem os funcionários, tratar todo mundo bem, e vender uma coisa
legal.

— Mas vai precisar de dinheiro. Você tem?

Seu desafio neste exercício é planejar e transformar o futuro profissional das amigas Tati
e Lê. Idealize uma empresa que proporcione rentabilidade, que trate bem os funcionários
e clientes, e que produza ou comercialize algo de que elas possam se orgulhar. Visualize
a empresa e como construí-la sem ter muito dinheiro.

Deus sempre executa Seus planos


O rei do Egito não queria libertar os escravos. Deus fez chover pedra,
escureceu o céu, transformou água em sangue, abriu o mar, destruiu todo
um exército. E os escravos saíram do Egito em direção à terra prometida.
Seiscentos mil homens, com suas mulheres e crianças (Êx 12:37).
Deus escolheu a excelência para a humanidade — em todos os sentidos. E
somos chamados para levar ao mundo a excelência proposta por Ele.
Deus sempre executa Seus planos. Faz chover pedra e abre mares, se for
preciso. Deus não fica refém da nossa vontade para executar Seus planos. Se
não falarmos, as pedras falarão (Lc 19:40). Se não liderarmos, as pedras
liderarão. Mas Deus escolheu desta forma: abençoar o mundo por nosso
intermédio.

Conformados com a miséria e a escravidão


“Vamos para a terra prometida”, disse Moisés. Mas os israelitas não deram
ouvidos, “pois estavam desanimados por causa da dureza da sua escravidão”
(Êx 6:9).
Que terra prometida, Moisés? Nossa vida é essa mesma. É melhor você ficar quieto,
senão o rei do Egito não vai gostar dessa história e vai acabar nos matando (Êx
5:21).
Chegaram ao Mar Vermelho, e o rei do Egito os ameaçava com seu
exército. Aí disseram a Moisés: “O que foi que lhe dissemos no Egito?
Pedimos que você nos deixasse em paz, trabalhando como escravos” (Êx
14:11, 12). Então, Deus derrotou o exército egípcio. Porém, faltou água e o
povo reclamou: “O que vamos beber, Moisés?” (Êx 15:24). Deus lhes deu
água. Depois, faltou comida e eles disseram: “Seria melhor termos ficado no
Egito; lá tínhamos o que comer” (Êx 16:3). Deus fez chover comida. Mas
eles não aprovaram o cardápio e reclamaram: “Ah, se tivéssemos um pouco
de carne para comer! No Egito comíamos quanto peixe queríamos [...], e
que saudades dos pepinos, dos melões e das verduras” (Nm 11:4, 5).
Quatrocentos e trinta anos trabalhando como escravos deixaram os
israelitas acostumados e até conformados com a escravidão e a miséria. Não
conseguiam suportar dificuldades passageiras, nem pensar na recompensa
futura. Cegos pela escravidão, não conseguiam enxergar a terra prometida.
Como fazê-los acreditar em uma vida diferente? Como transformar um
bando de escravos conformados em uma nação de verdade? Como fazê-los
acreditar na terra prometida e enfrentar dificuldades pela força dessa
esperança?
Muitos vivem acostumados e conformados com a miséria que existe neste
mundo. Têm os olhos fixos somente no presente. Pensam nas dificuldades
da mudança, e não na recompensa futura. Alguém precisa lhes abrir os
olhos e dizer: “Não precisamos viver no lixo. Não podemos nos conformar
com crianças morrendo de fome. A terra prometida existe. Vamos para lá!”

Escolha um homem que seja líder


Os israelitas atravessaram o deserto e chegaram à fronteira da terra
prometida. Então Deus disse a Moisés: “Mande alguns homens para
espionar a terra de Canaã, a terra que Eu vou dar aos israelitas. Em cada
tribo escolha um homem que seja líder” (Nm 13:2).
Doze homens foram espionar a terra. A terra prometida por Deus era
maravilhosa. Era algo que eles sequer poderiam imaginar. Acharam um
cacho de uvas tão grande que só podia ser carregado por dois homens (v.
23).

Líderes diferentes enxergam coisas diferentes


Depois de espionarem a terra durante quarenta dias, os líderes voltaram e
contaram o que tinham visto (Nm 13:25, 26). Os doze homens foram juntos
e, portanto, observaram as mesmas coisas. Porém, dez dos espiões
enxergaram uma coisa. Os outros dois enxergaram algo completamente
diferente.
O grupo dos dez relatou: “De fato, a terra é boa e rica, mas não podemos
conquistá-la, pois os seus moradores são mais fortes do que nós” (v. 27, 28).
Estavam tão mergulhados no pessimismo e na falta de confiança na
promessa de Deus que até se esqueceram das frutas gigantes. Passaram,
então, a espalhar notícias falsas: “Aquela terra não produz o suficiente nem
para alimentar os seus moradores” (v. 32).
Dois dos espiões, Josué e Calebe, enxergaram a situação de forma
completamente diferente. Disseram: “A terra que fomos espionar é muito
boa mesmo. Se o Senhor Deus nos ajudar, Ele fará com que entremos nela e
nos dará aquela terra. [...] O Senhor está com a gente. [...] Portanto, não
tenham medo” (Nm 14:7-9).
Você é capaz de enxergar uma cidade livre do lixo, ou pensa: “São todos
uns porcos, sem educação mesmo”? Você consegue enxergar as crianças do
Morro do Futuro com boa formação educacional e profissional, boas
condições de vida, livres da escravidão social em que se encontram? Ou você
pensa: “Eu não sou prefeito, o que posso fazer?” Você consegue enxergar
uma empresa que ainda não existe ou você pensa, desanimado: “Não dá! É
necessário muito dinheiro.” Você consegue enxergar a terra prometida à sua
frente, e dizer: “A terra é muito boa; se o Senhor nos ajudar, entraremos
nela”, ou prefere se concentrar nas dificuldades e escolher voltar para a
escravidão do Egito?

Que é um líder realizador?


Doze homens viram a mesma coisa. Doze líderes do povo (Nm 13:2). Dez
deles enxergaram a escravidão no Egito em seu futuro. Os outros dois, Josué
e Calebe, enxergaram a terra prometida.
Líder é alguém que influencia outras pessoas, e as leva a algum lugar. O
líder pode levar as pessoas para trás, de volta ao Egito. Mas também pode
levar pessoas para a frente, para a terra prometida. O líder que leva para a
frente é o realizador. É o que promove mudanças sociais. É aquele que tira
as pessoas do lixo, cria empresas, tira crianças da miséria, liberta o povo da
escravidão e enxerga a terra prometida no futuro.
“A terra prometida existe”, pensa o líder realizador. O empreendedor é um
líder que distribui esperança. Não existe empreendedorismo sem otimismo.
Como transformar o futuro

O líder realizador:

● Não se conforma com a miséria da escravidão. Ele acredita em uma cidade sem lixo e
sem fome, acredita em empresas que ainda não existem.

● Enxerga diferente. Vê as dificuldades como obstáculos a serem contornados.


Consegue enxergar a terra prometida. Não existe empreendedorismo sem otimismo.

● Elabora planos para transformar o futuro em algo melhor. A visão positiva do futuro
deve ser inspiradora, e deve ter lugar para todos. Não é possível ir sozinho à terra
prometida. O empreendedor é um líder que distribui esperança a todos que o cercam.

● Mostra a todos os envolvidos o seu papel na construção do futuro melhor. O líder


realizador é persistente, e insiste com os que desanimam pelo caminho.
● Mantém o foco no futuro, toma decisões priorizando o futuro e assimila derrotas
pensando no futuro.
Aprenda mais em: J. Barker, DVD “A Visão do Futuro” (São Paulo: Siamar).

Predestinação, azar ou liberdade de escolha?


A propaganda dos dez líderes pessimistas produziu resultado imediato. O
povo disse: “Seria melhor se tivéssemos morrido no Egito ou mesmo nesse
deserto. [...] Seria bem melhor voltarmos para o Egito! Vamos escolher outro
líder e voltemos para o Egito!” (Nm 14:2-4).
Os israelitas escolheram não entrar na terra prometida. Deus respeitou a
escolha do povo e, ao mesmo tempo, arrumou um modo de cumprir Seu
plano. Deus disse: “Darei o que vocês Me pediram. [...] Nenhum de vocês
que tem vinte anos de idade ou mais entrará naquela terra [...] a não ser
Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. [...] Mas Eu vou levar seus
filhos para a terra que vocês rejeitaram, e ali será o lar deles” (Nm 14:28-31).
“Eu não tenho sorte na vida; nem adianta lutar. Tudo sempre foi assim.
Por que é que agora vai mudar?” Esse mesmo raciocínio vale para o lixo na
rua, para as crianças no Morro do Futuro e para a empresa que ainda não
existe. “Vamos voltar para o Egito.” Assim pensam os derrotados e os
conformados, que entendem que tudo precisa ser igual ao que sempre foi,
que o futuro precisa ser igual ao presente, que não é possível escolher,
planejar, transformar o futuro.
Os anos vividos na escravidão não podem nos deixar conformados com a
miséria. Não podemos nos acostumar com o lixo na cidade, com crianças
morrendo de fome e com um subemprego. Não podemos nos concentrar
nas dificuldades do presente e esquecer quão maravilhoso pode ser o futuro.
“Um dos dons mais sagrados que Deus confiou ao ser humano é a
liberdade de escolha. Os animais não possuem esse dom. Eles são escravos
de seus instintos. Mas o ser humano não. Ele é o arquiteto do próprio
destino” (Alejandro Bullón, Passaporte para a Vida, p. 20).
Deus oferece para nós a bênção, mas podemos escolher a maldição. Ele
nos oferece a vida, mas podemos escolher a morte (Dt 30:19). Isso é
liberdade de escolha, capacidade de escolher o próprio futuro.
Deus escolheu a excelência da terra prometida para nós. Temos a liberdade
de avançar para ela ou voltar para o Egito.

Meu pedaço da terra prometida


Aqueles dois líderes — Josué e Calebe — que enxergaram as coisas de um
modo diferente receberam sua propriedade na terra prometida, quase
quarenta anos depois, junto com todos os filhos daqueles que preferiram
voltar para o Egito. Exatamente como Deus prometera (Nm 14:28-31). Deus
abriu as águas do rio Jordão para que eles atravessassem a seco (Js 3:13-17).
Deus os ajudou a conquistar a terra (Josué, capítulos 6 a 12).
Quarenta e cinco anos depois de espionar a terra prometida e acreditar
que Deus cumpriria Sua promessa, Calebe disse a seu companheiro Josué,
então comandante do exército israelita: “Dê-me minha porção da terra.
Estou com o mesmo ânimo que eu tinha naquela época. O Senhor cumpriu
Sua promessa” (Js 14:11, 13). E Calebe recebeu a cidade de Hebrom para ser
sua propriedade (Js 14:14).

E Moisés?
Pouco antes de possuírem a terra prometida, Deus disse: “Moisés, suba até
o monte. [...] Lá de cima você verá a terra de Canaã, que estou dando ao
povo de Israel. [...] Você vai morrer ali no monte. [...] Você verá de longe a
terra que estou dando aos israelitas, porém não entrará nela” (Dt 32:48-52).
Imagine o que deve ter passado pela cabeça de Moisés. Ele havia
abandonado o trono do Egito e deixou o palácio para cuidar de animais
durante quarenta anos. Depois, viveu mais quarenta anos peregrinando pelo
deserto, ouvindo desaforos de um povo desanimado e ingrato. Tudo isso
pensando na recompensa futura, na terra prometida. E agora Deus lhe diz:
“Você vai ver a terra, mas não vai entrar nela!” Moisés deve ter se
perguntado: Mas, todo esse sofrimento para nada? Será que valeu a pena?
Moisés subiu ao monte indicado por Deus e viu dali a terra prometida. Viu
mais do que olhos humanos podem ver. Deus revelou o futuro a Moisés
naquele momento. Moisés viu o povo de Israel vivendo na terra de Canaã.
Viu a glória de Israel na época do rei Davi. Viu também a decadência de
Israel, afastado de Deus, derrotado em guerras e escravizado novamente. Viu
que a terra que estava à sua frente, apesar de boa, não era perfeita, nem
eterna.

Uma nova Terra


Em seguida, Moisés viu o surgimento de outro Líder, que libertaria o povo
da escravidão do pecado e o levaria a uma nova terra prometida, bem
diferente da primeira. Nela, Moisés não viu tristeza, nem fome, nem lixo.
Uma nova terra perfeita e eterna.
Moisés morreu, mas não ficou esquecido naquele monte. O próprio
Cristo, aquele novo Líder, “desceu do Céu para chamar o santo que
dormia” (Patriarcas e Profetas, p. 478). “Moisés saiu do túmulo glorificado, e
[subiu] com seu Libertador à cidade de Deus. [...] Do cume do monte [...]
Deus chamou Moisés a uma herança infinitamente mais gloriosa do que a
Canaã terrestre” (Ibid., p. 479).
Cerca de 1.400 anos depois da morte e ressurreição de Moisés apareceu
neste nosso mundo aquele novo Líder – Jesus Cristo. Sabe quem, um dia,
apareceu para conversar com Jesus? “De repente, dois homens apareceram
ali e começaram a falar com [Jesus]. Eram Moisés e Elias, que estavam
cercados por um brilho celestial” (Lc 9:28-31).
Onde está hoje o Faraó que governou o Egito no lugar de Moisés? Você
sabe seu nome? Sabe algo da sua vida? A vida e os ensinamentos de Moisés
continuam sendo estudados no mundo todo, mais de três mil anos depois
que ele liderou Israel pelo deserto, rumo à terra de Canaã. Hoje, Moisés não
está num túmulo nem numa pirâmide. Ele está no Céu, desfrutando a vida
eterna junto de Deus. Se Moisés fosse lhe dar um conselho, diria: “Valeu a
pena deixar o trono do Egito, enfrentar o deserto e aguentar o desânimo do
povo. Valeu a pena confiar nas promessas de Deus e tomar decisões
pensando na terra prometida. Deus me presenteou com uma herança
infinitamente mais gloriosa do que a Canaã terrestre.”

A terra prometida existe!


Jesus Cristo nos deixou Sua promessa: “Eu vou preparar uma nova terra
para vocês” (Jo 14:2). Cada um terá a sua casa. Não haverá crianças
passando fome nessa terra. Ali não haverá lixo na rua, o trabalho será leve e
prazeroso e os animais serão mansos (Is 65:16-25). O próprio Deus vai
morar com Seu povo nessa nova terra. O próprio Deus lhes enxugará dos
olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem
dor (Ap 21:1-4). E tudo isso jamais acabará.
Você consegue acreditar que essa terra prometida existe? Consegue ver essa
nova terra à sua frente e acreditar que a dor e a injustiça terão fim? Acha
que Deus vai cumprir o que prometeu? É capaz de tomar decisões, enfrentar
o deserto e esperar quarenta anos, pensando nessa promessa?
Há um país, há uma terra prometida me esperando. Eu acredito que ela existe.
Pela fé, posso vê-la. Então, será o fim das minhas dores, tristezas e injustiças. Posso
ver os mortos ressuscitados e o Senhor me esperando de braços abertos. Posso ver
Moisés me esperando. A terra prometida existe, e eu já posso vê-la. É por isso que o
sofrimento do deserto se torna leve. É por isso que eu digo que nós não precisamos
viver em meio ao lixo, nem continuar a ver crianças passando fome, nem a
presenciar a violência no mundo. Eu digo para quem estiver ao meu lado: “Vamos
para a terra prometida!” É por isso que após anos de espera um dia direi: “Ainda
estou forte e animado; dê-me minha herança na terra prometida.”
4 Davi
Você Tem Carisma?
Sua ideia sobre carisma

( ) Alguns nascem com carisma e outros não; não há como adquirir.

( ) Certas atitudes que geram carisma podem ser desenvolvidas.

( ) Todos que quiserem podem ter carisma.

( ) Carisma não é algo real.

( ) Não sei bem o que é carisma.

O carisma de Davi e o ciúme de Saul

“Saul começou a ter ciúme de Davi. [...] Mas em Israel e em Judá todos amavam Davi.”

1Sm 18:9, 16

A
mbos foram chamados por Deus para liderar o povo de Israel. Com a
ajuda divina, foram grandes guerreiros e grandes vencedores.
Saul era o rei de Israel. Então, surgiu Davi: um rapazinho, que se
tornou guerreiro, e depois comandante do exército. E o povo amava cada
vez mais a Davi. Por isso, Saul tinha cada vez mais ciúme dele.
Enfim, Davi se tornou rei. Venceu muitas batalhas, resistiu a golpes
militares, reinou 40 anos, até ficar bem velho e eleger seu sucessor – seu
filho, o sábio Salomão.
Mil anos se passaram após a morte de Davi. Então, alguém gritou: “Jesus,
Filho de Davi, tenha pena de mim” (Mc 10:47). Mil anos, dezenas de reis,
muitos governadores e líderes se passaram, mas Davi continuou sendo
lembrado. Por que não gritaram: “Filho de Ezequias, de Josafá ou de Josias”?
Eles também foram reis! Mil anos depois, alguém ser chamado de “Filho de
Davi” ainda era uma honra.
Outros gritaram: “Louvado seja o Filho de Davi” (Mt 21:15), e “Que Deus
abençoe o reino de Davi, nosso pai” (Mc 11:10). Davi é mencionado
centenas de vezes na Bíblia. Só Deus e Jesus são citados mais do que ele.
No dia 28 de outubro de 1948 o Estado de Israel adotou uma bandeira
azul e branca, com uma estrela no centro. Essa estrela passou a ser o símbolo
de Israel. É a “Estrela de Davi”.
Davi foi o rei que o povo de Israel mais amou em toda a sua história. Que
carisma! Você acha que pode aprender alguma coisa com ele?

Em cartaz: Fronteira Sangrenta


Guerra entre Israel e os filisteus. Nome do local da batalha: Fronteira
Sangrenta (1Sm 17:1). Não parece nome de filme de terror?
De um lado da montanha estava o bandido. “Ele tinha quase três metros
de altura” (1Sm 17:4). Só sua armadura pesava sessenta quilos. Sua
estratégia de guerra: intimidação. O nome dele: Golias.
Covardes! Anões! Escravos! Escolham alguém para lutar comigo! Se um de vocês me
vencer, seremos seus escravos. Mas se eu vencer, vocês é que serão nossos escravos.
Ninguém aí tem coragem de me enfrentar? Bando de covardes!
“Quando Saul e os seus soldados ouviram isso, ficaram apavorados” (1Sm
17:11). O filme de terror era real. De um lado da montanha, o bandido. Do
outro lado da montanha, um exército em pânico. Ninguém se candidatava a
herói do filme.

Onde está o mocinho?


Pouco tempo antes, Saul havia conquistado a confiança do povo por sua
coragem na guerra (1Sm 11:1-15). Um outro povo — os amonitas — estava
ameaçando Israel. A tática era a mesma de Golias: intimidação. O rei dos
amonitas cercou uma cidade de Israel e disse: “Vocês querem viver? Então
sejam meus escravos. Só que eu vou furar o olho direito de cada um para
lembrá-los quem manda aqui. E aí: querem viver como escravos, ou querem
morrer?” (1Sm 11:2).
Saul não se intimidou, liderou o povo corajosamente contra os amonitas.
“E então todos vieram, com um só pensamento, para seguir Saul” (1Sm
11:7). Venceram a guerra e Saul foi feito rei.
Saul foi o mocinho contra os amonitas e se tornou rei. “Depois que se
tornou o rei de Israel, Saul lutou contra todos os povos vizinhos que eram
seus inimigos: os povos de Moabe, de Amom e de Edom, os reis de Zoba e
os filisteus. E em toda parte em que lutava era vitorioso. Saul lutou
corajosamente e venceu os amalequitas. E defendeu o povo de Israel de
todos os ataques” (1Sm 14:47, 48).
Saul era o mocinho! Mas quando viu Golias, Saul e os seus soldados
ficaram apavorados (1Sm 17:4). Onde estava o herói agora? Onde estava a
coragem de Saul? O que havia mudado? O que impedia o exército israelita
de atacar ou de escolher um homem para enfrentar o gigante Golias?
Coragem é algo que temos ou não temos. O que pode nos levar a ter
coragem? E o que pode nos tirar a coragem?

Chegou o mocinho
Então, Davi chegou à Fronteira Sangrenta. Ele não era do exército. Seu
trabalho era cuidar das ovelhas de seu pai. Foi até a batalha apenas para
visitar seus irmãos.
Davi escutou as ofensas de Golias, viu o exército inteiro com medo, ficou
indignado e disse: “Eu vou lutar contra ele!” (1Sm 17:32).
“Saia daqui, seu convencido, presunçoso! O que você está fazendo aqui?”
(1Sm 17:28). Essa foi a reação dos irmãos de Davi. “Você não passa de um
rapazinho; ele é um gigante. Você não pode lutar contra ele” (1Sm 17:33).
Foi essa a reação do rei Saul. Davi estava sendo presunçoso ou estava sendo
corajoso?
Você está sendo presunçoso ou corajoso quando pensa em estabelecer
metas extremamente audaciosas, quando discorda de seu chefe ou encara
um desafio que parece estar além de suas forças?
Presunção:

Vaidade, orgulho, pretenção.

Coragem:

Bravura em face do perigo, intrepidez, ousadia.

Davi não estava querendo enfrentar o gigante a fim de se aparecer ou obter


glória para si. Não era por vaidade, orgulho ou pretensão. Davi estava
preocupado com a honra do seu país, do seu exército, do seu povo e do seu
Deus.
“Afinal de contas, quem é esse filisteu pagão para desafiar o exército do
Deus vivo?” (1Sm 17:26), disse Davi. Ele “inflamou-se de zelo para preservar
a honra do Deus vivo, e o crédito de seu povo” (Patriarcas e Profetas, p. 645).
A ousadia de Davi não era por orgulho nem por vaidade. A finalidade não
era se aparecer. É isso que diferencia um ato presunçoso de um ato corajoso;
é isso que diferencia a presunção da coragem.

A fala do bandido
Quando viu Davi, um jovem, sem armadura, espada e escudo, o gigante
Golias cumpriu bem seu papel de bandido. Gargalhou, menosprezou,
xingou e jogou a maldição dos seus deuses. “Darei os pedaços do seu corpo
para os urubus comerem, seu moleque” (1Sm 17:42-44).
A fala do mocinho
“Davi respondeu: ‘Você vem contra mim com espada, lança e dardo. Mas
eu vou contra você em nome do Senhor todo-poderoso, o Deus dos
exércitos israelitas, que você desafiou. Hoje mesmo o Senhor Deus entregará
você nas minhas mãos. [...] Então o mundo inteiro saberá que o povo de
Israel tem um Deus, e todos aqui verão que Ele não precisa de espadas ou
de lanças para salvar o Seu povo. Ele é vitorioso na batalha e entregará todos
vocês nas nossas mãos’” (1Sm 17:45-47).
Além de Golias, todos do exército de Israel ouviram claramente o discurso
de Davi. Até os soldados inimigos ouviram. Por que Davi fez esse discurso?
Por que o fez tão alto, para todos ouvirem? Em que isso ajudaria?

Um cajado e uma funda


Davi levou para a batalha apenas duas armas. A primeira era um cajado,
um tipo de bengala comprida que ele usava no seu trabalho com as ovelhas.
A segunda era uma funda, primitiva arma usada para atirar pedras com mais
velocidade e força do que com a mão — como um estilingue.
Antes que o gigante chegasse perto, Davi pegou uma pedra, e com sua
funda a atirou em Golias. A pedra acertou bem na testa do gigante, que
desmoronou atordoado. Davi correu até Golias, pegou a espada do gigante e
o matou (1Sm 17:49-51).

Inspirando devoção e entusiasmo


“Quando os filisteus viram que seu herói estava morto, fugiram. Aí os
soldados de Israel e de Judá correram atrás deles” (1Sm 17:51, 52). Davi não
apenas derrotou o gigante Golias, mas conseguiu inspirar coragem em todo
um exército que, pouco tempo antes, estava apavorado. Como ele conseguiu
isso?
Como é possível inspirar coragem em um exército apavorado? Como é
possível inspirar perseverança em um bando de desanimados? Como
convencer cidadãos conformados a lutar por um futuro melhor?
Carisma:

Poder para inspirar devoção e entusiasmo.

O ato de coragem de Davi, sua motivação, sua fonte de força e seu discurso
apaixonado inspiraram o exército de Israel. Era essa a razão do discurso de
Davi.
Todos ficaram impressionados com a coragem daquele jovem pastor de
ovelhas. Perceberam que ele não estava lutando em causa própria, mas por
seu povo e seu Deus. Ouviram Davi gritando que o Deus todo-poderoso era
maior do que espadas e lanças e ouviram também seu discurso de vitória,
feito antes mesmo do início da luta.
Você consegue inspirar seus colegas de trabalho, de escola ou de
condomínio a derrubar gigantes? Sua motivação, confiança e discurso
lembram os de Davi?
Falando ao coração

O estilo de discurso que adotamos tem alguma influência em nossa capacidade de obter
o apoio dos ouvintes?

Os pesquisadores Cynthia G. Emrich, Holly H. Brower, Jack M. Feldman e Howard


Garland realizaram um estudo científico sobre o estilo de discursar dos presidentes dos
Estados Unidos e suas implicações em seu carisma e realizações. Segundo o estudo, os
presidentes mais carismáticos e realizadores foram aqueles que costumavam, em seus
discursos, apelar ao coração das pessoas e não apenas à razão. Falavam através de
imagens, figuras de linguagem e ilustrações. Usavam expressões como “sonho”,
“fronteira”, e “jornada”. Falando ao coração, eles conseguiam levar as pessoas a
enxergarem um futuro brilhante à frente, e a abraçarem causas com todas as forças.

Ainda, segundo a pesquisa, para ser mais eficaz, o discurso dos líderes precisa atrair a
atenção, ser facilmente compreendido, apelar às emoções e ser resumido em pontos-
chave que possam ser lembrados no dia-a-dia.
Administrative Science Quartely, v. 46 (2001), no 3, p. 527.
Todos amavam Davi
O rei Saul promoveu Davi a oficial do exército. “E isso agradou a todo o
exército, inclusive aos outros oficiais” (1Sm 18:5). Jônatas, filho do rei Saul,
se tornou o melhor amigo de Davi (1Sm 18:1). E Mical, filha do rei Saul,
queria se casar com o jovem herói (1Sm 18:20, 28).
Todos amavam Davi. Um dia, quando o exército voltava para casa,
vitorioso, adivinhe quem o povo pediu que subisse no carro de bombeiros:
o rei Saul ou o jovem guerreiro Davi? Adivinhe qual camiseta era a mais
vendida: a que tinha a foto de Saul ou a de Davi?

Falando ao coração

Nas situações abaixo, elabore um breve discurso que fale ao coração das pessoas. Além
disso, se possível, utilize imagens que o tornem atrativo, fácil de entender e com pontos-
chave que possam ser facilmente lembrados. Faça discursos supondo que você é um:

a) Político, querendo obter apoio para aprovar um projeto prevendo a diminuição do


número de funcionários públicos.
b) Diretor de empresa, buscando a colaboração de todos os funcionários para que os
clientes sejam atendidos com cortesia.

c) Líder religioso, convidando os fiéis a irem à igreja com mais frequência, e a chegarem
no horário.

O líder ciumento
“As mulheres de todas as cidades de Israel [...] cantavam canções alegres,
dançavam e tocavam pandeiro e lira. Alegravam-se e cantavam assim: ‘Saul
matou mil; Davi matou dez mil.’ E Saul não gostou disso. Ficou muito
zangado e disse: ‘Para mim as mulheres deram mil, mas para Davi deram dez
mil. A única coisa que está faltando agora é ele ser rei.’ E desse dia em
diante Saul começou a ter ciúme de Davi” (1Sm 18:6-9).
Saul não ficou feliz com a vitória porque a honra maior foi atribuída a
Davi. Quando era criticado, Saul tentava se justificar colocando a culpa em
sua equipe: “Foram os meus soldados que erraram; não eu” (1Sm 15:21);
“Eu errei porque o povo me pressionou” (1Sm 15:24). Ele preferia seguir em
frente em uma decisão errada a admitir um erro e voltar atrás (1Sm 14).
Tomava decisões pensando não no correto, não no melhor, mas no que
renderia o maior aplauso popular (1Sm 13:11).
No princípio de seu reinado, Saul era humilde. Mas as muitas vitórias o
tornaram orgulhoso, invejoso, ciumento, sempre querendo ser o centro das
atenções. Até construiu um monumento para sua própria honra (1Sm
15:12). Não aceitava críticas. Tentava colocar a culpa das derrotas nos
outros e obter a glória da vitória para si. Não aceitava que ninguém fosse
aplaudido mais do que ele. Por isso Davi — o herói, o mocinho do filme —
se tornou seu inimigo.
Um líder com essa atitude conseguiria inspirar devoção e entusiasmo em
você? Esse seria o tipo de líder que tocaria o seu coração e o faria abraçar
uma causa com todas as suas forças?
Que tipo de líder é você?

Responda para si mesmo, com toda honestidade, refletindo sobre suas atitudes nos
grupos sociais nos quais você atua.

● Você prefere: (a) ter alguém com muita capacidade na equipe; (b) não ter e evitar que
outra pessoa seja o centro das atenções; (c) depende da equipe e da pessoa.

● Qual é sua atitude quando vê o sucesso de um colega ou de alguém que é seu


subordinado: (a) satisfação; (b) depende do colega; (c) se o sucesso for muito grande,
pode atrapalhar seus planos.

● O que você acha mais importante em um cargo de liderança: (a) a honra e o poder; (b)
o salário; (c) a missão a ser cumprida.
● O que você acha pior em um resultado negativo: (a) sua desonra pessoal; (b) o mau
resultado em si; (c) o sentimento negativo no time.

● O que você acha melhor em uma vitória: (a) o resultado positivo em si; (b) sua honra
pessoal; (c) o sentimento positivo no time.

● A quem você mais gostaria de atribuir a glória da vitória: (a) ao time como um todo; (b)
ao principal responsável no time (não sendo você); (c) a você mesmo.

● Você prefere: (a) distribuir tarefas, mantendo a responsabilidade e o poder de decisão;


(b) distribuir responsabilidades e conceder poder de decisão; (c) distribuir poder de
decisão e responsabilidade caso haja vitória, mas manter a responsabilidade pela derrota,
caso esta ocorra.

● Quando um mau resultado ocorre: (a) procuro explicar com causas externas ao time;
(b) procuro o problema no time; (c) procuro o problema primeiramente em mim.

● Se alguém aponta um erro meu, minha tendência é: (a) ficar ressentido; (b) transferir a
culpa; (c) refletir sobre a crítica, independentemente de quem a fez e de como a fez.

O líder amado
Saul planejou a morte de Davi, armou-lhe ciladas, usou seu exército,
tentou matar Davi com as próprias mãos (1Sm 18:11, 17, 21; 19:1, 10-15;
19:20; 20:31-33). Davi conseguiu escapar da morte, mas passou a viver como
um fugitivo.
Qualquer um que ajudasse Davi se tornava inimigo de Saul. Um dia, Davi
se refugiou com um grupo de sacerdotes em uma cidade chamada Nobe.
Saul matou não apenas os sacerdotes, mas todos os moradores da cidade:
homens, mulheres e crianças (1Sm 22:18-20). Um único sacerdote,
chamado Abiatar, escapou e foi procurar Davi.
“Eu sou o culpado da morte dos seus parentes” (1Sm 22:22), disse Davi a
Abiatar. Ele não fugia da responsabilidade pelos problemas como fazia Saul.
Um dia, o rei Davi foi diretamente criticado pelo profeta Natã. O rei
reconheceu o erro, dizendo: “É verdade; eu pequei” (2Sm 12:13). Ao ser
repreendido por um comandante do exército chamado Joabe, Davi
concordou com ele e fez o que lhe foi sugerido (2Sm 19:1-8). A Deus, Davi
pedia perdão e ajuda para agir corretamente: “Deus, eu estou errado, me
perdoa e cria em mim um coração puro, e me dá vontade de fazer o que é
correto” (Sl 51:3, 4, 10).
O sacerdote Abiatar passou a ser fugitivo com Davi. A família de Davi
também se juntou a ele. Logo, Davi tinha um pequeno bando de fugitivos
com ele. “E todos os homens que estavam em dificuldades, ou com dívidas,
ou insatisfeitos também foram, e Davi se tornou o chefe deles. Havia com
ele mais ou menos quatrocentos homens” (1Sm 22:2).
Então, Davi soube que um povo inimigo — os filisteus — estava atacando e
saqueando a cidade de Queila, em Israel. Davi se comoveu com a situação
das pessoas que moravam ali e quis defendê-las.
Davi, nós já temos inimigos suficientes aqui! O rei Saul está nos perseguindo. Nós
estamos em perigo. E você ainda quer ir a Queila lutar contra os filisteus (1Sm
23:3)?
Davi não lutava por si, mas por seu povo. Sua causa não era ele mesmo.
“Então Davi perguntou a Deus, o Senhor: ‘Devo ir e atacar os filisteus?’”
(1Sm 23:2). Davi sempre consultava a Deus antes de tomar suas decisões
(1Sm 23:9-12; 30:8; 2Sm 5:19, 23; 21:1). “‘Sim’!”, respondeu o Senhor.
Ataque-os e salve a cidade de Queila” (1Sm 23:2). E Davi salvou os
moradores de Queila.
Ao contrário de Saul, Davi era um líder que aceitava críticas, reconhecia
seus erros, lutava por seu povo e não em causa própria. A causa de Saul era
matar Davi e se engrandecer. A causa de Davi era defender seu povo.
Esse povo, que era a causa de Davi, amaria qual líder: Saul ou Davi?
Quem, desse povo, deixaria de apoiar, com força e entusiasmo, a causa de
Davi?

Líder ciumento X líder amado


Para ser respeitado e amado, em vez de ambicionar o poder, o líder precisa
amar e defender as pessoas que ele lidera e a causa que as une. Poder,
dinheiro e respeito vêm como consequência natural de sua atitude. O líder
que busca o poder, por amor ao poder, não será um bom líder; não
conseguirá motivar as pessoas a dar o seu melhor.
Se você quer ser respeitado e amado pelo time em que você joga, jogue
pelo time. Defenda cada pessoa do time. Não jogue apenas pensando em
você. Se você quer ser respeitado e amado na empresa em que trabalha,
trabalhe pela empresa, defenda as pessoas da empresa e sua causa. Não
trabalhe apenas pensando em você.
O bom líder não tem medo de que alguém de sua equipe tenha sucesso e
venha a aparecer mais do que ele. O bom líder quer formar sua equipe; quer
que ela cresça e vença. Todos vencem quando a equipe vence. Todos,
inclusive o líder.

Heróis sentem medo?


Saul estava determinado a matar Davi. “E Davi estava com medo porque
Saul tinha saído para matá-lo” (1Sm 23:15). Mas será que líderes corajosos
também sentem medo?
A perseguição se tornou tão intensa que Davi teve que sair de seu país. Ele
se refugiou em uma cidade perto da fronteira de Israel, chamada Ziclague.
Um dia, quando Davi e seus homens voltavam para Ziclague, “viram que a
cidade tinha sido queimada e que as suas mulheres, os seus filhos e as suas
filhas haviam sido levados embora. Então Davi e seus homens começaram a
chorar e choraram até ficarem sem forças” (1Sm 30:3, 4). Líderes corajosos
também ficam angustiados? Também choram até ficarem sem forças?

Mas o Senhor, seu Deus, lhe deu coragem


“Davi ficou então em uma situação muito difícil, pois os seus homens
estavam tão amargurados por ficarem sem os seus filhos, que até falavam em
matá-lo a pedradas. Mas o Senhor, seu Deus, lhe deu coragem” (1Sm 30:6).
Davi registrou alguns de seus diálogos com Deus, na forma de poesia e
música. Podem ser lidos hoje no livro dos Salmos, na Bíblia. Quando estava
triste e deprimido, ele desabafava com seu Deus: “Sinto-me profundamente
abatido e desanimado; o meu coração está aflito, e eu fico gemendo de dor”
(Sl 38:8). Ao se sentir injustiçado e perseguido, clamava: “Os que querem
me matar [...] não param de fazer planos contra mim” (Sl 38:12). Quando
estava feliz e agradecido, falava com Deus (Sl 30:11, 12; 21:1, 4, 5).
Sentindo-se abandonado, reclamava com Deus (Sl 22:1). Antes de tomar
uma decisão, perguntava a opinião de Deus (1Sm 23:2). Estando doente,
buscava a ajuda divina (Sl 41:3, 4, 10). Ao fazer algo errado, pedia perdão e
ajuda para agir corretamente (Sl 51:3, 4, 10).
Quando precisava de forças para a vitória, o que Davi fazia? Estando sem
coragem, onde ele a buscava? Qual era a fonte da coragem de Davi? Quem
lhe deu forças para enfrentar o gigante Golias?
“Ó Senhor Deus, tenho tantos inimigos. [...] Mas Tu, ó Senhor, me
proteges como um escudo. Tu me dás a vitória e renovas a minha coragem”
(Sl 3:1, 3). “Com Deus, o Senhor, estou seguro” (Sl 11:1). “Alguns confiam
nos seus carros de guerra, e outros, nos seus cavalos, mas nós confiamos no
poder do Senhor, nosso Deus” (Sl 20:7). “Ainda que eu ande em um vale
escuro como a morte, não terei medo de nada. Pois Tu, ó Senhor, estás
comigo; Tu me proteges e me diriges” (Sl 23:4).
A fonte de coragem de Davi era o seu Deus. Por isso, ele enfrentou Golias
e disse ao gigante: “Você vem contra mim com espada; eu vou contra você
em nome do Senhor todo-poderoso, o Deus dos exércitos israelitas’ (1Sm
17:45). E por isso ele contava com a vitória antes mesmo de começar a lutar.
Você tem algum gigante pela frente? Algum inimigo perseguindo-o? Qual é
o seu desafio hoje? Está precisando de coragem?
A incrível coragem de Davi não era fruto de herança genética. Era fruto de
atitudes que, dia após dia, ele precisava decidir adotar. Se hoje você optar
pela confiança em Deus, precisará fazer o mesmo amanhã. Davi usava suas
poesias e músicas para lembrar a si mesmo, dia após dia, qual era a fonte de
sua coragem: “Ó Senhor Deus, como eu Te amo! Tu és a minha força. O
Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador. O meu Deus
é uma rocha em que me escondo. Ele me protege como um escudo; Ele é o
meu abrigo, e com Ele estou seguro” (Sl 18:1, 2).

Por que Davi chorou?


“Os filisteus lutaram contra os israelitas no monte Gilboa. Muitos israelitas
foram mortos ali, e o resto fugiu” (1Cr 10:1). Todos os israelitas que
moravam na região abandonaram suas casas. E os filisteus ocuparam aquelas
cidades (v. 7).
Entre os que morreram estavam o rei Saul e seus filhos Jônatas, Abinadabe
e Malquisua. Os filisteus penduraram a cabeça de Saul como um troféu (v.
10). Que derrota! Que vergonha para os israelitas!
Davi, o rei Saul estava tentando matar você! Ele morreu; vamos festejar! Davi, você
está livre, e esta é a sua oportunidade para ser rei.
“Então Davi rasgou as suas roupas em sinal de tristeza, e todos os seus
soldados fizeram o mesmo. Choraram, se lamentaram e jejuaram até a tarde
por Saul, por Jônatas e por Israel, o povo de Deus, o Senhor, pois muitos
deles tinham sido mortos na batalha” (2Sm 1:11, 12).
Por que Davi chorou a morte de Saul, o qual estava tentando matá-lo?
Por duas vezes Davi teve oportunidade de matar o rei que o perseguia
(1Sm 24; 26). “Esta é a sua oportunidade”, disseram a Davi (1Sm 24:4).
Davi não quis matar Saul. Respondeu: “O Senhor me livre de levantar a
mão contra quem Ele escolheu como rei!” (1Sm 26:11).
Por que Davi deixou de matar Saul quando teve oportunidade? Seria o
caminho mais curto para ser rei!

O que você faria?

Um colega de trabalho – chamado Paulo – está disputando uma promoção com você.
Ele comete um erro, que acaba gerando uma grande derrota para a empresa. Paulo
sempre foi seu rival. Costumava menosprezar seu trabalho e fazer tudo para você se dar
mal. E agora você tem a chance de acabar com ele. “Esta é a sua oportunidade”, lhe
dizem. O que você faria?

( ) Apenas deixaria evidente a verdade: tudo começou com o erro de Paulo.

( ) Acabaria com a carreira de Paulo na empresa.

( ) Pensaria num modo de minimizar os efeitos da derrota e preservar a empresa.

( ) Tentaria minimizar a derrota, preservando a empresa e também Paulo.

Guerra pelo poder


Israel era um povo dividido em tribos. Após a morte de Saul, a tribo de
Judá, à qual pertencia a família de Davi, quis fazê-lo rei. “Aí os homens de
Judá foram a Hebrom e ungiram Davi como rei de Judá” (2Sm 2:4). Mas o
comandante do exército de Saul, Abner, proclamou Isbosete — filho de Saul
— como rei de todas as tribos de Israel. Porém, a tribo de Judá ficou fiel a
Davi. E houve guerra.
“Durou muito tempo a guerra entre os que apoiavam a família de Saul e os
que apoiavam Davi. Davi ia ficando cada vez mais forte, e a gente de Saul,
cada vez mais fraca” (2Sm 3:1).
Um dia, Abner, o comandante do exército que lutava contra Davi, foi
assassinado. No sepultamento, Davi ia caminhando atrás do caixão,
chorando alto, junto com o povo (2Sm 3:31, 32).
Por que Davi deixou de matar o rei Saul e ainda chorou a morte desse rei e
a de Abner? Eles eram seus inimigos!
Quando Davi deixou de matar Saul, todos em volta perceberam que ele
tinha nobreza para ser o rei de Israel. Até o próprio Saul enxergou isso:
“Agora estou certo de que você será o rei de Israel”, disse Saul (1Sm 24:20).
Esse é o tipo de atitude que todos esperam ver em um líder.
Davi chorou pela derrota e pela morte de seu povo. Para ele, seu povo era
mais importante do que o fim de sua fuga de Saul; mais importante do que
uma oportunidade para ser rei.

O tipo de líder de que o povo gosta


Quando Davi chorou no sepultamento de Abner — aquele que havia
impedido que ele fosse rei — sabe qual foi a reação do povo? “O povo ouviu
isso e gostou” (2Sm 3:36).
Que povo deixaria de apoiar um líder que pensa primeiro no povo e
depois em si? Que colegas de trabalho deixariam de colaborar com um líder
que não é vingativo com quem rivaliza com ele? Que time não gostaria de
ser comandado por um líder que luta as batalhas do time, e não as suas
próprias? Que nação deixaria de amar e apoiar um líder que reconhece seus
erros?

O tipo de líder de que Deus gosta


Então, o Senhor Deus escolheu para liderar o Seu povo um homem
“segundo Seu próprio coração” (1Sm 13:14, NVI). Um homem que dizia:
“Deus, Tu és a minha força” (Sl 18:1) e “Quem esse gigante pensa que é
para desafiar o exército de Deus?” (1Sm 17:26).
Deus escolheu para liderar Seu povo um homem que não era perfeito,
“mas que, em vez de confiar em si, confiava em Deus, e era guiado por Seu
Espírito; que, ao pecar, sujeitava-se à reprovação e correção” (Patriarcas e
Profetas, p. 636).
Um homem “segundo o coração de Deus”. Esse é o tipo de líder de quem
Deus gosta.

Rei de todas as tribos


“Representantes de todas as tribos de Israel foram dizer a Davi em
Hebrom: ‘Somos sangue do teu sangue’ [...] e eles ungiram Davi como rei de
Israel” (2Sm 5:1, 3, NVI).
O povo levou Davi ao poder porque sentia que o rei os defendia como se
fossem sua própria carne e seu próprio sangue. Quem não quer um líder
assim?

A capital de todas as tribos


Usando uma estratégia digna dos filmes de ação, Davi e seus soldados
conquistaram uma cidade-fortaleza chamada Jebus. A fortaleza era
intransponível, mas eles entraram pelo túnel da água (2Sm 5:8). Davi passou
a morar nessa fortaleza e a proclamou capital de Israel. Assim surgiu
Jerusalém, a capital de Israel.

Por que Davi consultou o povo?


Então Davi planejou trazer para Jerusalém a Arca da Aliança, o símbolo da
presença de Deus. Antes de trazê-la, ele falou ao povo: ‘“Se vocês acharem
bom, e se isso for da vontade do Senhor, nosso Deus, [...] iremos buscar a
Arca da Aliança. [...] Essa proposta agradou ao povo, e todos concordaram
com ela” (1Cr 13:2-4).
Por que Davi consultou o povo? Ele era o rei!
Aprovação popular

A aprovação popular depende de qual é o projeto, de como ele é apresentado, e de


quem o apresenta.
O líder precisa ouvir sua comunidade. Só assim será capaz de planejar e propor algo
que atenda ao anseio de todos.

A forma de apresentar projetos também faz diferença. Os líderes mais carismáticos


costumam falar ao coração das pessoas, através de imagens. Chamando o projeto de
“sonho” e a dificuldade de “luta”, eles conseguem levar as pessoas a entenderem o sonho
e a lutarem por ele com todas as forças.

O apoio depende também de quem apresenta o projeto. Qual povo deixaria de apoiar um
líder que luta as batalhas do povo, em vez de lutar por si? Não é verdade que seria bem
mais difícil apoiar o mesmo projeto, vindo de um líder que busca as glórias para si, e põe
a culpa das derrotas nos outros?

Para obter aprovação popular ouça, apresente seu sonho, fale ao coração e lute as
batalhas do povo, em lugar das suas.

O risco de muitas vitórias


“E Davi ia ficando cada vez mais forte porque o Senhor, o Deus todo-
poderoso, estava com ele” (2Sm 5:10). Davi conquistou o apoio do povo. O
conceito de tribos independentes foi sendo substituído pelo conceito de
nação. Davi expandiu seu território, dominou e conquistou outros povos e
conseguiu o respeito de outras nações (2Sm 5:11; 8:1-15). “O Senhor Deus
fez com que Davi fosse vitorioso em todos os lugares aonde ia” (2Sm 8:14).
O maior risco das vitórias é deixar o sucesso “subir à cabeça”. É ficar “se
achando”. Foi o que aconteceu com o rei Saul, que era humilde no
princípio de seu reinado. Mas as muitas vitórias o tornaram orgulhoso,
querendo sempre ser o centro das atenções. O fato é que as muitas vitórias
de Davi conduziram-no ao mesmo risco. Cairia ele na armadilha do sucesso?
Como você comemora suas vitórias? Como se portou quando concluiu um
curso ou conseguiu um emprego? A quem atribui o mérito de ter uma
família bem estruturada e boa saúde?

Eu venci X Graças a Deus


“E assim Davi entendeu que o Senhor o havia confirmado como rei de
Israel e que, por amor ao seu povo, estava fazendo o seu reino progredir”
(2Sm 5:12).
Davi era o rei. Contava com o apoio popular e o respeito das nações.
Vencedor e herói na guerra. Cada vez mais famoso. E ele atribuiu todas
essas vitórias a Deus. Isso faz alguma diferença?
Temos a opção de crer que o planeta Terra surgiu devido a uma enorme
explosão, que a vida surgiu em decorrência de uma reação química, e que
tudo o que existe é fruto de uma evolução lenta, que durou milhões de
anos.
Mas também temos a opção de crer que tudo foi planejado por Deus.
Podemos considerar que devemos nossa vida à fecundação, divisão e
diferenciação celular autodirigida. Mas podemos também atribuir glória a
Deus por Sua maravilhosa obra e por estarmos vivos. É possível entender
que o pão que comemos foi comprado com o suor do nosso rosto; que
nosso vestuário foi comprado com o salário que merecemos; que nossas
vitórias na vida foram fruto do nosso esforço, ou mesmo por pura sorte.
Mas também é possível entender que devemos cada pequena vitória à
providência divina. É uma opção válida atribuir a cura aos remédios, à
competência dos profissionais de saúde, ou mesmo ao incrível poder de
regeneração de nosso corpo. Porém, também é válido reconhecer que tudo
ocorreu pelo poder de Deus e sob Sua direção.
Sabe qual era a opção de Davi? “O céu anuncia a glória de Deus e nos
mostra aquilo que Suas mãos fizeram. Cada dia fala dessa glória ao dia
seguinte, e cada noite repete isso à outra” (Sl 19:1, 2). “Quando olho para o
céu, que Tu criaste, para a Lua e para as estrelas, que puseste nos seus
lugares, que é um simples ser humano para que penses nele?” (Sl 8:3). “Tu
criaste cada parte do meu corpo; Tu me formaste na barriga da minha mãe”
(Sl 139:13). “Deus, Tu me trouxeste ao mundo quando eu nasci e, quando
eu era uma criancinha, Tu me guardaste. Desde o meu nascimento fui
entregue aos Teus cuidados; desde que nasci, Tu tens sido o meu Deus” (Sl
22:9, 10).
Davi optava por acreditar que Deus havia criado o mundo. Optava por
acreditar que a sua vida, desde o ventre de sua mãe, era um presente de
Deus. Creditava ao cuidado de Deus o fato de ele ter crescido saudável.
A quem Davi dava o crédito pelas vitórias na guerra? “És Tu que dás a
vitória” (Sl 3:8). “O Senhor me livrou dos meus poderosos inimigos. [...] Tu
me dás força para a batalha e fazes com que eu derrote os meus inimigos.
[...] Tu me livras de revoluções no meio do povo e me colocas como rei das
nações. [...] Deus dá grandes vitórias ao seu rei” (Sl 18:17, 39, 43, 50).
“Agora sei que o Senhor dá a vitória ao rei que Ele escolheu. Do Seu santo
céu, Ele lhe responde e, com Seu grande poder, Ele o torna vitorioso” (Sl
20:6).

Diante de todo o povo


Davi agradecia a Deus não apenas em particular. Mas também diante de
todo o povo. E seu entusiasmo era tanto que ele levava o povo a agradecer e
a adorar a Deus também.
“Ó Senhor Deus, na reunião de todo o Teu povo, eu contei a boa notícia
de que Tu nos salvas. Tu sabes que nunca vou parar de anunciá-la. Não
tenho guardado para mim mesmo a notícia da Tua salvação. Tenho sempre
falado da Tua fidelidade e do Teu poder salvador” (Sl 40:9, 10).
Davi dizia ao povo: “Agradeçam a Deus, o Senhor, anunciem a Sua
grandeza e contem às nações as coisas que Ele fez. Cantem louvores a Ele,
falem dos Seus atos maravilhosos. Tenham orgulho daquilo que o Santo
Deus tem feito” (1Cr 16:8-10). E todo o povo se juntava a Davi no louvor a
Deus (v. 36). “Então ali, em frente de todo o povo, o rei Davi louvou a
Deus, o Senhor. [...] E todo o povo louvou o Senhor, o Deus dos seus
antepassados; todos se ajoelharam e encostaram o rosto no chão, adorando
a Deus” (1Cr 29:10, 20).
“Davi e todos os israelitas dançavam e cantavam com todas as suas forças
em louvor a Deus, o Senhor. Eles tocavam harpas, liras, tambores,
castanholas e pratos” (2Sm 6:5). Davi contratou músicos profissionais
exclusivamente para compor e cantar louvores a Deus (1Cr 16:7). Davi
instituiu o louvor a Deus no dia-a-dia da nação e inspirou o povo a amar a
Deus.

Que diferença faz?


Reconhecer clara e publicamente que Deus é o responsável pelas bênçãos
que recebemos tem dois objetivos: primeiro, ajudar os outros; segundo,
ajudar a nós mesmos.

Bênção para o mundo


“Você é a Minha testemunha”, disse Deus. “Você é o servo que Eu escolhi
para que Me conheça, e creia em Mim, e entenda que Eu sou o único
Deus”. “Eu os criei e lhes dei vida a fim de que mostrem a Minha grandeza”
(Is 43:10, 7).
Somos o instrumento escolhido por Deus para dizer ao mundo que Ele
existe e está no comando de tudo; para anunciar que Ele nos criou; que é a
fonte de nossa força e nossas vitórias, e tem planos maravilhosos para nós. É
por isso que Davi louvava a Deus diante de todo o povo. E seu testemunho
está contido em seus belos salmos, registrados para o nosso benefício ainda
hoje.

Bênção para nós


“É para nosso próprio benefício que conservamos sempre vívidos na
memória todos os dons divinos. Assim se robustece a fé para pedir e receber
mais e mais. Há mais animação para nós na menor bênção que nós mesmos
recebemos de Deus do que em todas as narrações que possamos ler acerca
da fé e experiência de outros” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as
Nações, p. 348).
Nossa gratidão a Deus fortalece nossa fé. Reconheçamos, para o nosso
próprio benefício, que Deus é o Criador deste mundo e de todo o Universo,
que Ele nos salvou de um acidente, que utilizou meios que não entendemos
para a nossa cura. Faz-nos bem atribuir a Deus o conforto que temos,
agradecendo-Lhe em particular e também publicamente, testemunhando a
todos que estiverem à nossa volta.
Davi reinou sobre Israel durante 40 anos (2Sm 5:4). Morreu bem velho,
rico e respeitado. Seu filho Salomão o sucedeu como rei (1Cr 29:28). Deus
prometeu a Davi que ele seria tão famoso quanto os maiores líderes do
mundo (2Sm 7:9), e isso realmente aconteceu. Deus também prometeu a
Davi que sua descendência real nunca terminaria (2Sm 7:16), e a Bíblia diz
que Jesus Cristo foi descendente de Davi (Mt 1:1-17).

Você agradeceu por alguma coisa hoje?


Você acha que Deus tem algo a ver com o fato de você ter acordado hoje?
Você tem algo a dizer a Deus pelo fato de ter uma família, um diploma ou
um trabalho?
Experimente reconhecer a ajuda de Deus e agradecer uma pequena
bênção, dizendo isso a Ele em voz alta. Diga isso também aos que estão à sua
volta. Experimente confiar e agradecer como Davi.
Reconhecer que Deus é o responsável por nossas pequenas vitórias pode
ser a diferença entre continuar com pequenas vitórias e obter grandes
vitórias.
Deus, faço a opção de acreditar que Tu criaste o mundo. Acredito que minha vida
foi planejada por Ti e que estou vivo pelo Teu cuidado. Minha capacidade de
trabalho, minha formação profissional e pessoal também devo a Ti. Reconheço Tua
mão em cada bênção que recebo. Tu sempre estiveste presente, dando-me forças
para lutar e obter vitórias.
Tu és a fonte da minha coragem. Não confio em cavalos ou carros de guerra; confio
em Teu poder. Enfrento gigantes em Teu nome. Deposito toda a minha esperança
no Teu poder. Dirige minha vida segundo Teu maravilhoso plano.
Que posso eu Te oferecer, Senhor, já que tudo que tenho vem de Ti? Posso
reconhecer, diante de todo o povo, que Tu és o meu Deus. Posso considerar que
minha vida é Tua. Posso lutar as Tuas batalhas e não as minhas.
Aceito com gratidão e honra a oportunidade de testemunhar de Ti e mostrar ao
mundo a Tua grandeza.
Como fez Davi diante de todo o povo, eu Te louvarei, dizendo: “Ó Senhor, Deus do
nosso antepassado Jacó, bendito sejas para sempre! Tu és grande e poderoso,
glorioso, esplêndido e majestoso. Tudo que existe no Céu e na Terra pertence a Ti;
Tu és o Rei, o supremo governador de tudo. Toda a riqueza e prosperidade vêm de
Ti; Tu governas todas as coisas com o Teu poder e a Tua força e podes tornar forte
qualquer pessoa. Agora, nosso Deus, nós Te agradecemos e louvamos o Teu nome
glorioso (1Cr 29:10-13).
5 Jesus
Você Tem Autoridade?

Chefe de atendimento

Parabéns! Você é o novo chefe de atendimento. Coloque ordem nessa bagunça; o


atendimento precisa melhorar.

Sua missão é difícil: atualmente, o atendimento ao público é feito com má vontade, e


muitas vezes o horário de trabalho não é cumprido.

Você faz planos para o discurso no primeiro dia de trabalho: “De hoje em diante, todos
devem chegar no horário, trabalhar com seriedade e atender o público com um belo
sorriso!” Mas será que nenhum dos chefes anteriores pensou em dizer isso? É certo que
todos dizem, mas o pessoal não obedece. Em empresa pública é difícil. Mas eu sou o
chefe; terão que me obedecer. E o que faço se não obedecerem? Desconto no salário?
Tento mandar embora? Mandar funcionário público embora é complicado. Como é que
vou fazer para que me respeitem?

Faça um plano para cumprir sua missão: melhorar o atendimento e ser respeitado como
chefe.

A autoridade de Jesus é questionada

“Que milagre você pode fazer para nos provar que tem autoridade para fazer isso?”

Jo 2:18

Ele não teve nenhum cargo político, nem dinheiro e sequer um único
soldado sob seu comando. Não construiu nenhum palácio, nenhum posto
de saúde, estradas nem praças. E, mesmo assim, a história do mundo é
dividida em duas partes: antes e depois dEle.
Hoje, cerca de dois bilhões de pessoas se dizem seguidoras desse líder. Ao
longo de dois mil anos, muitos dedicaram a vida a Ele e até chegaram a
morrer por Ele. Seguiram-nO e ainda O seguem voluntariamente, sem
salário nem recompensa imediata. Ninguém conseguiu tantos seguidores
voluntários quanto Jesus.
Jesus Cristo foi e continua sendo o líder mais importante da história. Sem
cargo, exército, dinheiro e sem construir praças. O que Ele fez, então, para
conquistar tal autoridade? Como Ele conseguiu ser o maior líder da história?

Aguardando a libertação através do Messias


Os inimigos assírios venceram Israel, o reino do norte, e conquistaram seu
território (2Rs 17:3-6). Judá, o reino do sul, caiu diante dos inimigos
babilônicos (2Rs 25:1-22). A cidade de Jerusalém e seu templo foram
destruídos. “No dia sete do quinto mês do ano dezenove do reinado de
Nabucodonosor, da Babilônia, Nebuzaradã, conselheiro do rei e
comandante-geral do seu exército, entrou em Jerusalém. Ele incendiou o
templo, o palácio do rei e as casas de todas as pessoas importantes de
Jerusalém, e os seus soldados derrubaram as muralhas da cidade” (2Rs 25:8-
10).
Os invasores capturaram o rei Zedequias, mataram seus filhos, furaram
seus olhos e o levaram prisioneiro para Babilônia (2Rs 25:7). Muitos
israelitas foram mortos, espancados e humilhados. Milhares foram levados
cativos para Babilônia (2Rs 25:21; 24:14).
Depois de aproximadamente 70 anos de cativeiro na Babilônia, um grupo
de judeus voltou para a Palestina. Mas continuaram servos de nações
estrangeiras como os medo- persas, depois os gregos, e finalmente foram
dominados pelo império romano. Depois da volta do exílio babilônico, o
povo judeu e seus governantes estavam subordinados aos romanos, que,
além de cruéis, cobravam extorsivos impostos, sendo, por isso, muito
odiados.
Apesar de estar sob jugo romano, o povo judeu manteve sua identidade
cultural e religiosa, e se apegou às profecias que previam a restauração da
glória do reino de Israel. “Jerusalém arrasada, cante de alegria, pois o
Senhor tem pena do Seu povo e vai salvar Jerusalém” (Is 52:9). “Do Leste e
do Oeste levarei o Meu povo de volta para o seu país” (Is 43:5). “Salvarei o
povo de Israel [...] e os trarei de volta do cativeiro” (Zc 10:6).
As profecias mais marcantes para os judeus eram aquelas que destacavam a
restauração do poder, da glória e do orgulho da nação. “Levantarei a mão e
darei um sinal de comando aos povos para que tragam de volta a Jerusalém
os filhos e as filhas de vocês, carregando-os no colo e nos ombros. Reis
estrangeiros cuidarão de suas crianças, e rainhas serão as suas babás. Reis e
rainhas se ajoelharão em frente de vocês, encostarão o rosto no chão e
lamberão o pó dos pés de vocês. Então vocês ficarão sabendo que Eu sou o
Senhor e que os que confiam em Mim nunca ficam desiludidos” (Is 49:22,
23).
Os judeus acreditavam que sua libertação e restauração ocorreriam através
de um Salvador, ou Messias. “Deus nos mandou um menino que será o
nosso Rei. [...] Ele será descendente do rei Davi; o Seu poder como rei
crescerá, e haverá paz no reino” (Is 9:6, 7). “Belém-Efrata, você é uma das
menores cidades de Judá, mas do seu meio farei sair aquele que será o rei de
Israel. [...] Então os israelitas que estão no cativeiro voltarão a se reunir com
seus patrícios na terra prometida. O Rei virá e será o Pastor do Seu povo,
governando-o com a força que o Senhor Lhe dará e em nome do Senhor, o
seu glorioso Deus. O Seu povo viverá em segurança, pois o Seu poder
alcançará os lugares mais distantes do mundo. E Ele trará a paz” (Mq 5:2-5).
As profecias sobre a vinda do Messias previam o tempo do Seu nascimento
(Dn 9:25), o local em que nasceria (Mq 5:2; Mt 2:6; Lc 2:4-7), a família da
qual viria — a do rei Davi (Is 9:7; Mt 1:1-17), em que lugares moraria (Os
11:1; Mt 2:15; Is 9:1, 2; Mt 4:13-16), como seria Sua vida, qual seria Sua
missão (Is 53), e como Ele seria chamado pelo povo (Is 7:14; 9:6; Mt 1:23).

Perfil do esperado Messias


O Messias era a esperança do povo judeu. Eles O aguardavam como um
grande líder e conquistador. Um grande guerreiro, como o rei Davi. “Ele
nos salvará dos romanos”, pensavam, “e levará Israel a dominar o mundo.”

O nascimento do Messias
Era a época da vinda do Messias. Uma moça chamada Maria ouviu de um
anjo: “Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nEle o nome de Jesus.
Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo.
Deus, o Senhor, vai fazê-Lo rei, como foi o antepassado dEle, o rei Davi. Ele
será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o reino dEle nunca se
acabará” (Lc 1:31-33).
Pelo poder do Espírito Santo, Maria ficou grávida. Assim que Jesus nasceu,
algumas pessoas reconheceram naquela criança o libertador de Israel.
Alguns pastores receberam a notícia através de anjos (Lc 2:8-20); os magos
do Oriente viram uma estrela especial (provavelmente anjos), indicando o
local do nascimento do Rei-messias (Mt 2:1, 2; Nm 24:17). Um homem
chamado Simeão, ao ver o menino Jesus, pegou-O no colo e disse: “Agora,
Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este Teu servo
partir em paz. Pois eu já vi com os meus próprios olhos a Tua salvação” (Lc
2:29-30). Mas, infelizmente, a maioria do povo não percebeu o nascimento
do Messias.
O Messias começa Seu trabalho
Trinta anos se passaram. O menino Jesus Se tornou um homem e assumiu
a missão do Messias das profecias. Jesus então começou a construção do Seu
reino, e dizia: “Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto” (Mc 1:15).
“Chegou o tempo em que o Senhor salvará o Seu povo” (Lc 4:19).
“Jesus andou por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, anunciando a
boa notícia do Reino e curando as enfermidades e as doenças graves do
povo” (Mt 4:23). Naturalmente, as curas chamaram a atenção. “E foram até
Jesus grandes multidões levando coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos
outros doentes [...] e Ele curou todos. [...] E todo o povo louvou ao Deus de
Israel” (Mt 15:29-31).
O povo ficou ainda mais admirado quando Jesus mostrou que tinha poder
para ressuscitar os mortos (Lc 7:11-17; Jo 11). “Que grande profeta apareceu
entre nós!”, disseram. “Deus veio salvar o Seu povo! Essas notícias a respeito
de Jesus se espalharam por todo o país e pelas regiões vizinhas” (Lc 7:16,
17).
Certo dia, Jesus caminhou sobre a água. Em outra ocasião, mandou que
uma tempestade se acalmasse, e ela se acalmou! Os que viram esse milagre,
assustados, diziam entre si: “Que homem é este que manda até no vento e
nas ondas?!” (Mc 4:41). E as notícias sobre o poder de Jesus se espalhavam.
Jesus foi para uma montanha, longe das cidades, mas “uma grande
multidão O seguia porque eles tinham visto os milagres que Jesus tinha
feito, curando os doentes” (Jo 6:2). O tempo passou e a multidão
continuava ali, perto de Jesus, longe das cidades, sem comida. Todos
estavam com fome. Jesus aceitou o lanche de um menino — cinco pães e
dois peixes —, multiplicou a comida e alimentou toda a multidão. “Os que
comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar as mulheres
e as crianças” (Mt 14:21). Os que viram esse milagre ficaram tão
entusiasmados com o poder de Jesus que queriam proclamá-Lo rei ali
mesmo (Jo 6:14, 15).

Será este o Messias?


Muitos acharam, ou pelo menos desconfiaram, que Jesus era o Messias:
“Achamos o Messias” (Jo 1:41). “Achamos aquele a respeito de quem Moisés
escreveu no Livro da Lei” (v. 45). “Venham ver o homem que disse tudo o
que eu tenho feito. Será que Ele é o Messias?” (Jo 4:29). “Este é o Profeta
que devia vir ao mundo!” (Jo 6:14). “Quando o Messias vier, será que vai
fazer milagres maiores do que este homem tem feito?” (Jo 7:31).
Mas Jesus não era nada parecido com o Messias que os judeus esperavam.
Era pobre, não tinha apoio dos políticos nem dos sacerdotes. Também não
comandava nenhum exército. Por causa disso, muitos duvidaram que Jesus
fosse o Messias: “Esse aí? Não! Ele não pode ser o Messias. Ele é um homem
comum! Olhe as roupas dEle: iguais às nossas. Esse não é o filho de José, o
carpinteiro?” (ver Lc 4:16-30). Da Galiléia nunca surgiu nenhum profeta (Jo
7:52). Nenhuma autoridade acredita nEle (v. 48). “Até os irmãos de Jesus
não criam nEle” (v. 5).
O rei Herodes estava em dúvida e com medo de uma revolução: “Quem
será então esse homem de quem ouço falar essas coisas?” (Lc 9:9). Os líderes
religiosos se sentiram ofendidos com a independência de Jesus.
“Começaram a criticá-Lo com raiva e a Lhe fazer perguntas sobre muitos
assuntos. Eles queriam levá-Lo a dizer alguma coisa que pudesse lhes servir
de motivo para acusá-Lo” (Lc 11:53, 54). No fundo, “procuravam um jeito
para matar Jesus” (Lc 22:2).

Você é ou não é o Messias?


“Então o povo se dividiu por causa dEle” (Jo 7:43). Alguns pensavam que
Ele era o Messias; outros O julgavam um impostor e queriam até prendê-Lo
(v. 32, 44). Com muita ansiedade, o povo perguntava a Jesus: “Até quando
você vai nos deixar na dúvida? Diga com franqueza: Você é ou não é o
Messias?” (Jo 10:24).

Questão de autoridade

Você foi contratada para ser professora de duas classes, uma com 39 alunos na turma
da manhã, e outra com 26 alunos na turma da tarde. A professora anterior não aguentou.
Os alunos não a respeitavam. Ela passava uma tarefa, eles ficavam conversando;
abaixava a nota, eles riam na cara dela. Eles são terríveis!

Sua missão é fazer com que os alunos aprendam. Mas, ao que tudo indica, eles não
estão interessados em aprender. Eles até vão à escola, mas só para se divertir. “Bater
neles eu não posso”, você pensa. “Se eles não aprenderem, a culpa é minha. Como é que
eu vou fazer para que eles me respeitem?”

Faça um plano para cumprir sua missão: os alunos precisam aprender e você precisa
ser respeitada como professora.

Com que autoridade?


“Certo dia, Jesus estava no pátio do templo ensinando o povo e
anunciando o evangelho. Então chegaram ali alguns chefes dos sacerdotes e
alguns mestres da lei, junto com alguns líderes do povo, e perguntaram:
‘Diga para nós: com que autoridade você faz essas coisas? Quem Lhe deu
essa autoridade’?” (Lc 20:1, 2). “Que milagre você pode fazer para nos
provar que tem autoridade para fazer isso?” (Jo 2:18).
Jesus parecia ter autoridade, mesmo sem ter nenhum cargo, mesmo sem
ter apoio dos sacerdotes nem dos romanos. Quando Ele ensinava, parecia
ensinar como quem tem autoridade (Mt 7:28, 29). As multidões ficavam
admiradas. “Nunca ninguém falou como Ele” (Jo 7:46), diziam.
Mas os sacerdotes e líderes questionavam Sua autoridade.

Como construir um reino?


Se tivesse que construir um novo reino, transformar a vida das pessoas e
mudar o mundo para sempre, o que você faria para cumprir sua missão? Do
que precisaria: dinheiro, alianças políticas, cargo importante, exército? Qual
seria sua estratégia? Como começaria?
Mestre, o Senhor já mostrou que pode multiplicar alimentos. Vamos fazer isso mais
vezes. O povo todo irá nos apoiar. E como vamos vencer os romanos, Mestre? Que
tal uma chuva de pedra no exército deles? Ou um terremoto?
Jesus iniciou a construção de um novo reino montando uma equipe. Eram
doze homens: Simão Pedro e seu irmão André; Tiago e João; Felipe e
Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão nacionalista;
Judas filho de Tiago e Judas Iscariotes (Lc 6:13, 14).

Jesus treinou Sua equipe


Jesus decidiu investir tempo na capacitação dos homens escolhidos por
Ele. “Venham comigo, passem tempo comigo, vejam o que Eu faço, e
aprendam como fazer. Depois, chamem outras pessoas para fazerem parte
do nosso Reino. Assim como Eu recrutei vocês, vocês vão recrutar e
capacitar mais gente. Vou ensinar vocês a ‘pescar gente’” (Mt 4:18-21). Era
essa a estratégia de Jesus.
“Quando Jesus viu aquelas multidões, subiu um monte e sentou-Se. Os
Seus discípulos chegaram perto dEle, e Ele começou a ensiná-los” (Mt 5:1,
2): “Vocês são o sal da terra, a luz do mundo e a semente do novo reino.” O
reino de Jesus não se fundamenta em dinheiro, armas ou construções, mas
em pessoas. Para Jesus, construir um reino significa construir, capacitar e
transformar pessoas.
“Jesus olhou em volta de Si e viu que uma grande multidão estava
chegando perto dEle. Então disse a Filipe: ‘Onde vamos comprar comida
para toda essa gente’? Ele sabia muito bem o que ia fazer, mas disse isso para
ver qual seria a resposta de Filipe” (Jo 6:5, 6). No milagre da multiplicação
dos pães Jesus estava capacitando Filipe.
“Os Seus discípulos perguntaram: ‘Mestre, por que este homem nasceu
cego?’” (Jo 9:2). Quando curou o cego, Jesus estava ensinando Seus
discípulos. Na ressurreição de Lázaro, Jesus fez questão de esperar alguns
dias, por causa dos discípulos: “Lázaro morreu, mas Eu estou alegre por não
ter estado lá com ele, pois assim vocês vão crer”, disse Jesus (Jo 11:14, 15).
De cada cura Jesus tirava um ensinamento. Ele aproveitava cada milagre,
cada caminhada, cada sermão, para treinar Sua equipe. O treinamento não
ficava apenas no discurso. Ele dava o exemplo, ou seja, mostrava aos
discípulos como eles deviam fazer: “Vocês entenderam o que Eu fiz? [...] Pois
Eu dei o exemplo para que vocês façam o que Eu fiz” (Jo 13:12, 15).

Você delega responsabilidades ou tarefas?

Pense em pessoas que você conhece para serem seus ajudantes em uma importante
missão. Agora escolha as alternativas que melhor refletem seu modo de liderar:

1. Prazos e sequência

( ) Eu estabeleço prazos, e a sequência das atividades.

( ) Meus ajudantes propõem os prazos e a sequência.

2. Orçamento

( ) Estipulo uma fatia do orçamento para cada setor, e os responsáveis gastam, dentro
de seus limites.

( ) Prefiro eu mesmo autorizar cada gasto.

3. Atividades críticas

( ) Repasso todas as tarefas, mesmo as mais críticas.

( ) As atividades mais críticas eu mesmo faço.

4. Tempo explicando por quê

( ) Explico muito bem o que eu preciso que eles façam.

( ) Explico também por que aquilo é importante para nossa missão.

5. Problemas ou soluções

( ) Repasso problemas aos ajudantes; eles decidem a melhor solução.

( ) Repasso soluções; os ajudantes executam.


Jesus delegou responsabilidades
“Tragam aqui os doentes, organize-os em uma fila, e Eu decido quem Eu
curo e quem Eu não curo. E quanto ao orçamento, vocês podem gastar, mas
Eu tenho que autorizar.” Não foi assim que Jesus Se relacionou com Seus
ajudantes.
“Jesus chamou Seus doze discípulos e lhes deu poder e autoridade para
expulsar demônios e curar doenças. Então os enviou para anunciar o Reino
de Deus e curar os doentes. [...] Os discípulos então saíram de viagem e
andaram por todos os povoados, anunciando o evangelho e curando
doentes por toda parte” (Lc 9:1-6).
Jesus delegou poder e autoridade a Seus discípulos: “Estou dando
autoridade para vocês agirem em Meu nome” (Mt 16:19; 18:18-20). Ele não
delegou tarefas, retendo a responsabilidade, a autoridade e o poder
decisório. Não queria reter Seu poder e Seus milagres para Si. Ele disse:
“Quem crê em Mim fará as coisas que Eu faço e até maiores do que estas”
(Jo 14:12).
Quando delegamos responsabilidades, nossos ajudantes vão acertar e vão
errar. Os discípulos de Jesus falharam. “Por que foi que não conseguimos
expulsar aquele demônio?” (Mt 17:19), perguntaram. Se centralizarmos
decisões, é provável que tenhamos melhores resultados imediatos. Mas
assim estaremos colocando o foco no resultado imediato, e não na formação
de uma equipe. A prioridade de Jesus era capacitar Seus seguidores.

Você é um pescador de gente?


Sua meta mais importante é a capacitação da equipe? Você aproveita cada
oportunidade para capacitar seus ajudantes? Delega responsabilidades,
priorizando não os resultados imediatos, mas a capacitação plena da equipe?
Ou guarda só para si o poder decisório e os milagres?
A construção do reino de Jesus foi e continua sendo baseada em recrutar e
capacitar pessoas, transformando-as em líderes plenos, com capacidade para
recrutar e treinar mais gente para o reino. “Venham comigo, que Eu
ensinarei vocês a pescar gente” (Mt 4:19). Esse é o estilo de liderança de
Jesus.

Por que Ele não usa Seu poder para vencer os romanos?
Ele tem poder para curar, para ressuscitar mortos, multiplicar comida, e até para
mandar no vento e nas ondas! Vencer os romanos será fácil para Ele. Ele é o
Messias, o Libertador de Israel! Jesus, seja nosso rei e derrote os romanos de uma vez
por todas!
Apesar de demonstrar um poder surpreendente, Jesus parecia ser diferente
do Messias que o povo aguardava. O povo esperava um grande guerreiro;
mas Jesus não tinha exército. O povo queria um rei que restabelecesse a
glória de Israel; mas Jesus era pobre, comum demais. Quando o povo quis
proclamá-Lo rei, Ele Se esquivou (Jo 6:15). Estranho!
Os seguidores de Jesus começaram a ficar confusos, porque viam que Ele
tinha poder, mas parecia não querer exercê-lo para libertar a nação. Quando
um grupo de pessoas não foi muito receptivo a Jesus, Seus seguidores
sugeriram: “O Senhor quer que a gente mande descer fogo do céu para
acabar com essas pessoas?” (Lc 9:54). “Não, não é por aí”, respondeu Jesus.
Ele tinha poder, mas não o exercia para consolidar Seu reino. Por quê?
Por que Jesus não usava Seu poder para vencer os romanos e também para
Se impor como rei?
Poder para mandar ou autoridade para liderar?

James C. Hunter apresenta o conceito de líder servidor, a partir de três definições:

● Liderança: É a habilidade de influenciar pessoas a trabalhar entusiasticamente,


visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum.

● Poder: É a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de
sua posição, mesmo que a pessoa prefira não fazer.

● Autoridade: É a habilidade de levar pessoas a fazerem de boa vontade o que você


quer por causa de sua influência pessoal.

Hunter defende que a liderança deve ser exercida com base na autoridade, e não no
poder. O líder deve obter o apoio das pessoas por sua influência. Assim as pessoas vão
obedecer por sua própria vontade, e não por serem obrigadas.

O líder servidor, de acordo com Hunter, é alguém que identifica e satisfaz as


necessidades de seus liderados, e remove todas as barreiras para que possam trabalhar
e alcançar a própria excelência. Ou seja, para liderar é preciso servir.
James C. Hunter, O Monge e o Executivo (Rio de Janeiro: Sextante, 2004), p. 25, 26, 51.
Era evidente que Jesus tinha poder para conquistar Seu reino pela força.
Mas Ele não queria implantar um reino cuja base de sustentação fosse a
força. Para conseguir seguidores, não forçou, não pressionou, nem ameaçou
com morte, pobreza ou desgraça.
Através de milagres, Jesus também poderia sustentar Seu rei no na base da
barganha: “Dou comida para vocês, e vocês me apóiam, tudo bem?” Mas Ele
tampouco queria um reino sustentado pela barganha ou por interesse no
lucro.
O reino de Jesus é diferente. Ele quer que as pessoas optem,
voluntariamente, por estar ao Seu lado — sem ameaça ou barganha.
Espere aí! Eu sou o chefe. Se não me obedecerem, vou demitir! Se chegarem
atrasados, mando descontar do salário. Se não fizerem isso, ninguém mais trabalha
aqui. Esse pessoal só trabalha assim na base da pressão e em troco do salário. Todo
mundo é assim!
Podemos liderar pelo poder que detemos. Um cargo pode nos dar poder
para mandar embora ou descontar do salário, por exemplo. Mas podemos
também liderar com base na autoridade que conquistamos. Liderar com
base na autoridade significa influenciar, ter o apoio das pessoas, não porque
você tem o cargo de chefe, mas por causa do tipo de pessoa que você é e,
principalmente, pelo tipo de relacionamento que você tem com elas.

Missão e relacionamento
A liderança tem duas dimensões: missão e relacionamento. O líder nunca
pode perder de vista sua missão; do contrário, sua liderança não levará o
empreendimento à situação pretendida.
Jesus foi um líder consciente e fiel à Sua missão. Tinha poder mais do que
suficiente para vencer os romanos. Mas Sua missão era outra e Ele não Se
deixou desviar dela, por mais difícil e doloroso que fosse o caminho.
A segunda dimensão, que precisa ser imitada tanto quanto a primeira, é o
relacionamento entre líder e liderados. O líder só conquistará verdadeira
autoridade sobre seus liderados com base no relacionamento que tiver com
eles.
O líder que se preocupa com a missão e esquece o relacionamento é o
“feitor de escravos”. Ele exige de seus escravos: “Trabalhem, trabalhem e
trabalhem!” Faz ameaças e é odiado por todos. Dá chicotadas, às vezes.
Ninguém segue, apoia nem dá o melhor de si para um líder assim. Ninguém
faz mais do que a obrigação para esse tipo de líder. Você faria?
O líder que cultiva o relacionamento e esquece a missão é o “chefe gente
boa”, que não está nem aí se o pessoal está produzindo ou não. Ele só quer
saber de estar bem com todo mundo. Trabalhou bastante? Ótimo!
Trabalhou pouco? Tudo bem, também. Não deu para chegar no horário
hoje? Deixa pra lá! Tivemos prejuízo? Faz parte da vida! Valeu o esforço!
Você conhece algum líder “feitor de escravos”? E um líder “chefe gente
boa”? Que tipo de líder é você?
Para caminhar na direção certa, o líder precisa manter o foco na missão. E,
para conseguir motivar seu pessoal a dar o melhor de si durante toda a
caminhada, ele precisa conquistar autoridade com base no relacionamento
que tem com sua equipe.
Relacionamento com a equipe? Como assim?

Os filhos da esposa

– Hoje você não vai sair! Vai ficar ajudando sua mãe!

– Eu vou sim! Na volta eu ajudo!

– Marcelo, você não vai!

– Você não manda em mim! Você não é meu pai!

– Marcelo, estou perdendo a paciência com você!

– Bate em mim, bate! E você vai ver! Chamo a polícia e você vai para a cadeia!

Apesar de não serem seus filhos naturais, eles moram com você e dependem de você.
Agora, você é quem tem a missão de educá-los. Mas eles já eram quase adolescentes
quando se tornaram parte de sua família. Um tanto rebeldes pela separação, demonstram
muita resistência a você.

Você precisa ajudar na educação deles. É sua obrigação. E, para isso, eles precisam
respeitá-lo. Como conquistar autoridade sobre eles?

O maior no novo reino


A implantação do novo reino parecia somente uma questão de tempo. Os
discípulos de Jesus sentiam isso, e já estavam de olho nos cargos mais
importantes. O posto de rei já tinha dono, mas o cargo de primeiro-ministro
ainda estava vago. “Por que não eu”?, cada um pensava assim.
Dois dos discípulos de Jesus foram até Ele, levando consigo a mãe, que
disse: “Prometa que, quando o Senhor Se tornar rei, estes meus dois filhos
sentarão à Sua direita e à Sua esquerda” (Mt 20:21). Aquela mãe estava
reivindicando para os seus filhos os cargos mais importantes do reino.
“Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram zangados com os
dois irmãos” (Mt 20:24).
O reino nem havia sido implantado, e os discípulos já estavam brigando
entre si pelos cargos. “Quero ser governador de província”, disse um deles.
“Eu serei o ministro das finanças: gosto de controlar dinheiro”, respondeu
outro.
Poder decisório, orçamento, status, cargo de direção, chefia, sala no andar
de cima, mesa maior que a mesa dos outros, terno e gravata, salário mais
alto, gente sob meu comando. “Quero ser importante, quero ter poder,
quero ser líder para poder mandar!”, eles pensavam.
“Os apóstolos tiveram uma forte discussão sobre qual deles deveria ser
considerado o mais importante” (Lc 22:24). Por todo o caminho de ida, era
esse o assunto. No caminho da volta o assunto era o mesmo.
“Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum. Quando já
estavam em casa, Jesus perguntou aos doze discípulos: ‘O que é que vocês
estavam discutindo no caminho?’ Mas eles ficaram calados porque no
caminho tinham discutido sobre qual deles era o mais importante. Jesus
sentou-Se, chamou os doze e lhes disse: ‘Se alguém quiser ser o primeiro,
deve ficar em último lugar e servir a todos’” (Mc 9:33-35).
No conceito de liderança de Jesus, o líder não é aquele que fica no andar
de cima, tem a mesa maior ou o cargo com nome mais bonito. O líder é o
que satisfaz as necessidades dos colegas. “Quem quiser ser importante, que
sirva os outros” (Mt 20:26). Segundo Jesus, se você quer ser o líder, então
deve servir e não ser servido. Em vez de exercer poder, deve ser um servidor
de seus colegas.
Como assim, servir aos outros? O líder é o chefe.
Ele deve ser servido, e não servir! Se não é assim, qual é mesmo o papel do líder?
O líder precisa ser um facilitador e incentivador. Precisa remover as
barreiras que impedem seu pessoal de trabalhar, crescer e desenvolver todo
o seu potencial.
Mas assim ninguém vai trabalhar! Vai virar bagunça!
Por que alguém iria querer, por sua própria vontade, dar o melhor de si?
Características do líder servidor

● Paciência: demonstrar autocontrole.

● Bondade: dar atenção e incentivo a todos.

● Humildade: não demonstrar pretensão nem arrogância.

● Respeito: tratar a todos como pessoas importantes.

● Abnegação: satisfazer as necessidades dos outros antes das suas.

● Perdão: desistir de guardar ressentimento quando ofendido ou prejudicado.

● Honestidade: nunca enganar ninguém.

● Compromisso: sustentar suas escolhas.


James C. Hunter, O Monge e o Executivo, p. 96.
“Então Se levantou, tirou a Sua capa, pegou uma toalha e amarrou na
cintura. Em seguida pôs água numa bacia e começou a lavar os pés dos
discípulos e a enxugá-los com a toalha. [...] Depois de lavar os pés dos Seus
discípulos, Jesus vestiu de novo a capa, sentou-Se outra vez à mesa e
perguntou: ‘Vocês entenderam o que Eu fiz?’” (Jo 13:4, 5, 12).

Jesus amou, serviu e ensinou Sua equipe a servir


Jesus dava atenção às pessoas. Às vezes, falava a multidões; em outras,
usava Seu tempo para ouvir e falar com uma única pessoa (Jo 3:1-21; Jo 4:1-
43). Falava a homens, mulheres, ricos, pobres, sacerdotes e prostitutas. Ele
ouvia a todos e procurava suprir suas necessidades. Curou, alimentou,
ensinou, aconselhou e incentivou. As pessoas se sentiam amadas por Ele.
Jesus tratava a todos com o devido respeito. Lavou os pés dos Seus
discípulos (Jo 13:1-20), ensinou-os a servir em vez de serem servidos.
Ensinou-os a dar atenção a todos, mesmo aos mais pobres (Mt 25:40).
O estilo de liderança de Jesus

● Formou uma equipe.

● Passava muito tempo com Sua equipe.

● Educava.

● Dava o exemplo.

● Defendia os membros de Sua equipe.

● Servia a Sua equipe.

● Via as pessoas como Sua maior realização.


Laurie B. Jones, Jesus, o Maior Líder Que Já Existiu (Rio de Janeiro: Sextante, 2006), p. 55-137.
Mesmo quando precisava repreender alguém, Jesus o fazia de forma
positiva. “Vá, e não peques mais” (Jo 8:11). Até mesmo Seu olhar
demonstrava perdão, paciência e amor. “Jesus olhou para ele com amor”
(Mc 10:21; ver também Lc 22:54-62). As pessoas sentiam amor e perdão em
Seu olhar.
Jesus foi honesto com Seus seguidores. Nunca os enganou, prometendo
recompensas irreais. Ao contrário, os alertava sobre os momentos difíceis
que iriam enfrentar.
Você dá atenção à sua equipe? Ouve a todos, independentemente do cargo
que ocupam? Você procura suprir as necessidades de sua equipe? Investe
tempo treinando seu pessoal? A capacitação da equipe é sua prioridade?
Você se comporta com humildade, ainda que seja o chefe? Usa de absoluta
honestidade e transparência?

A morte do Messias
Jesus foi preso, acusado de rebelião e heresia. “Nós temos uma lei, e ela diz
que este homem deve morrer, porque afirma que é o Filho de Deus” (Jo
19:7). Era isso que diziam os líderes religiosos.
Jesus, vamos reagir. Use Seu poder! O Senhor tem poder para multiplicar comida,
para mandar nos ventos e nas ondas, curar e até ressuscitar. Deve ter poder também
sobre esses soldados! Vamos nos livrar dos romanos. Vamos vencê-los. Vamos tomar
o poder!
“Guarde a sua espada!” (Jo 18:11), disse Jesus a Pedro. Incrivelmente, Ele
parecia não querer reagir. “Ficou calado como um cordeiro que vai ser
morto” (Is 53:7).
Ele disse que era o Messias. Disse que estava chegando o tempo de implantar o
novo reino. O que aconteceu? Onde está Seu poder? Será que Ele está guardando
forças para agir na hora certa?
A hora de demonstrar poder parecia não chegar nunca. Preso, espancado,
humilhado, condenado, morto e sepultado. Foi assim que os seguidores
viram Aquele que pensavam ser o Messias, o Rei dos reis, Filho de Davi,
poderoso libertador de Israel.
Junto com Jesus morreram as esperanças de Seus seguidores. Por séculos,
os judeus aguardaram o Messias e a libertação que Ele traria. E quando Ele
veio, alguns O reconheceram como o Messias enviado por Deus. Viram Seu
poder na cura de muitos doentes, na alimentação de milhares de pessoas,
nos mortos que foram ressuscitados. “Chegou nossa hora”, pensaram.
Chegaram a disputar cargos no novo reino. Agora, seu líder e a esperança
deles estavam mortos.
Além de decepcionados, os discípulos ficaram com medo: “Será que nós
também seremos mortos?”

Decepção: pensávamos que era Ele


Dois discípulos de Jesus caminhavam para Emaús – uma vila próxima a
Jerusalém. Confusos e decepcionados, iam conversando sobre a morte por
crucificação de seu líder Jesus. De repente, apareceu um homem estranho,
que perguntou:
— Algum problema?
— “O que aconteceu com Jesus de Nazaré. Esse Homem era profeta e, para
Deus e para todo o povo, Ele era poderoso em atos e palavras. Os chefes dos
sacerdotes O entregaram para ser condenado à morte e O crucificaram. E a
nossa esperança era que fosse Ele quem iria libertar o povo de Israel” (Lc
24:19-21).
— Mas as profecias previam que Ele teria mesmo que sofrer e morrer —
disse o Estranho. – Lembram-se das profecias de Isaías? “Ele foi rejeitado e
desprezado por todos; Ele suportou dores e sofrimentos sem fim. [...] Foi
preso, condenado e levado para ser morto” (Is 53:3, 8). E tem mais: o
próprio Jesus disse várias vezes que iria morrer, lembram-se disso? “Os chefes
dos sacerdotes e os mestres da lei farão com que Eu sofra muito. Eu serei
morto e, no terceiro dia, serei ressuscitado” (Mt 16:21).
— Sim, é verdade. Mas Ele disse também que era o Messias, e que estava
chegando a hora de implantar um novo reino. Onde está nosso reino? Onde
está nosso rei? Os romanos continuam no poder!
Então, aquele Estranho começou a lhes explicar as Escrituras, desde as
mais antigas profecias até as recentes palavras do próprio Jesus (Lc 24:27):
— Quem falou que o Messias viria para derrotar os romanos? Não era essa
Sua missão. Ele veio para nos libertar, mas não dos romanos.
— Como assim? Libertar-nos de quem, então? Agora Ele está morto e não
nos libertou de nada.
— Libertou sim! Vocês é que não perceberam ainda. Para que servem esses
sacrifícios de animais que os sacerdotes oferecem todos os dias?
— Para tirar a culpa dos nossos pecados.
— Esses rituais eram apenas um símbolo, uma sombra do verdadeiro
sacrifício. Jesus ofereceu a Si mesmo como sacrifício, para nos libertar de
nossa culpa perante Deus (Hb 7:26, 27; 8:5, 9, 12, 23, 24).
— Mas Deus mandou, através de Moisés, que matássemos animais para
isso! Deus foi específico: pediu carneiros, touros e bodes (Êx 12:5; Lv 4:3,
14, 23, 28; 5:15, 18). Lembra-se da Páscoa, que comemoramos há três dias?
Tivemos que matar um cordeiro.
— Mas João Batista disse a respeito de Jesus: “Aí está o Cordeiro de Deus!”
(Jo 1:36). Era preciso que fosse morto o Cordeiro de Deus.
— Então, não mais precisamos de sacrifícios?
— Não. Deus perdoou todos os nossos pecados e acabou com a nossa
dívida, através da morte de Jesus (Cl 2:14, 17).
— Mas por que o sacrifício de Jesus é suficiente para tirar pecados de uma
vez por todas, e o sacrifício de um animal ou de uma outra pessoa não é?
— Porque Jesus não tinha pecados. “O Meu servo não tem pecado, mas
sofrerá o castigo que muitos merecem, e assim os pecados deles serão
perdoados” (Is 53:11). Ele sofreu a culpa pelos pecados de todos, mas sem
ter culpa. Ele estava pagando a pena que os culpados deveriam pagar.
“Porém Ele estava sofrendo por causa dos nossos pecados” (v. 5).
— Então, para que serviram todos esses sacrifícios de animais? Para nada?
— Eram símbolos, para nos ajudar a entender o verdadeiro significado da
morte de Jesus. Ele é o verdadeiro sacrifício da Páscoa. Ele “ficou calado
como um cordeiro que vai ser morto” (Is 53:7). Em certa ocasião, Moisés
pendurou uma serpente em uma estaca de madeira no deserto, para que o
povo não morresse. Jesus foi pendurado em uma cruz para que todo aquele
que nEle crê tenha a vida eterna (Jo 3:16).
— Tudo isso era simbólico?
— Sim! Esses símbolos nos ajudam a entender a realidade: Jesus morreu
como sacrifício em lugar dos verdadeiros culpados. Através da morte de Seu
Filho, Deus perdoou nossos pecados e nos oferece gratuitamente a salvação
(Cl 1:20, 22; 2:14, 17).
Abriu-se a mente daqueles discípulos que iam para Emaús e eles
entenderam qual era a verdadeira missão que o Messias tinha vindo cumprir
neste mundo (Lc 24:45).
Essa nova compreensão da missão de Jesus transformava completamente o
significado de Sua morte. Antes, a morte de Jesus significou o fim das
esperanças daqueles discípulos. Com essa nova visão dos fatos, a morte do
Messias passou a significar que as promessas de Deus, feitas ao longo de
séculos, foram finalmente cumpridas e a humanidade havia sido
reconciliada com Deus. A morte de Jesus não significava o fim, mas o início
de uma nova era. “Nós éramos inimigos de Deus. Mas Ele nos tornou Seus
amigos por meio da morte do Seu Filho” (Rm 5:10).
A tristeza, decepção e desesperança começaram a se dissipar. Embora ainda
confusos, os discípulos de Emaús começaram a se sentir alegres.

O Estranho
A caminhada daqueles dois discípulos terminou quando chegaram em
casa. Mas aquele homem estranho, de quem eles nem sabiam o nome,
pretendia seguir viagem.
— Eu tenho que ir — disse o Estranho.
— Não! Fique conosco esta noite. Fale-nos mais sobre o Messias e as
profecias!
— Eu realmente tenho que ir!
— Fique pelo menos para o jantar, então!
— Está bem, Eu janto com vocês.
Aquele Estranho “sentou-Se à mesa com eles, pegou o pão e deu graças a
Deus. Depois partiu o pão e deu a eles. Aí os olhos deles foram abertos, e
eles reconheceram Jesus. Mas Ele desapareceu” (Lc 24:30, 31).
— Era Ele! Eu vi as feridas dos pregos em Suas mãos! Ele está vivo! Ele
ressuscitou!
— Não terá sido uma visão?
— Ele falou conosco por todo o caminho, você não ouviu? Caminhou
conosco, bem ao nosso lado. Partiu o pão para nós!
— Precisamos contar isso aos outros discípulos!
— Mas já é noite!
— Vamos agora. Não podemos esperar até amanhã!

Mas, e o reino?
Embora tivessem compreendido o verdadeiro objetivo da vinda do Messias
e se alegrado por perceber que Sua morte não significara derrota mas sim
vitória, os discípulos ainda tinham muitas dúvidas: “Afinal, teremos um
reino ou não?”
“Os onze discípulos foram para a Galiléia. [...] E, quando viram Jesus, O
adoraram; mas alguns tiveram suas dúvidas. Então Jesus chegou perto deles
e disse [...]: vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam Meus
seguidores” (Mt 28:16-20).
Cerca de três anos antes, Jesus havia chamado alguns dos discípulos ali
mesmo na beira do Mar da Galiléia. “Venham comigo, vamos construir um
reino. Um reino baseado no amor às pessoas. Assim como Eu estou
recrutando vocês, recrutem outros. Deixem seus barcos de pesca. Vou fazer
de vocês pescadores de gente” (Mt 4:18-21).
Para acabar com qualquer dúvida, Jesus estava renovando o convite:
“Façam novos seguidores! Agreguem outras pessoas. Capacitem. Cuidem
delas!” Sim, haveria um reino! Não pela força da espada, mas fundado no
respeito e amor por todos.

Um reino diferente do esperado


Os discípulos começaram a compreender melhor também a natureza do
reino de Jesus. Antes eles esperavam a libertação dos romanos e a
restauração da glória da nação de Israel. Entenderam, agora, que o objetivo
não era vencer os romanos. O novo reino não seria político. Não teria
fronteiras. Deveria ser um reino universal, aberto a todos os povos.
Uma coisa era entender a natureza do reino. E, enfim, os discípulos
haviam entendido. Outra coisa era aceitar o convite para participar na
construção desse reino. Os discípulos aceitariam? Você aceitaria um convite
desse? Se dependesse de você, Jesus conseguiria construir Seu reino?
Vamos ver se eu entendi: Não teremos cargos importantes.
Não teremos salário. Não teremos mordomias. Seremos perseguidos e, possivelmente,
mortos. É essa a grande oferta?

Pedro
Pedro era um discípulo metido a valentão. Um tanto auto-confiante,
gostava de se mostrar melhor que os outros. “Eu nunca abandonarei o
Senhor, mesmo que todos O abandonem” (Mt 26:33; Mc 14:29).
Quando Jesus estava sendo preso e condenado à morte, aquele Pedro que
se considerava corajoso, valentão, melhor que os outros, em um momento
de confusão e medo, disse: “Eu nem conheço esse homem” (Lc 22:56-60).
Negou três vezes seguidas que era discípulo de Jesus. Pedro pensou em salvar
a própria vida. Covardemente, traiu a confiança de Jesus. Que vergonha
para o valentão!
Com um olhar amoroso, Jesus mostrou a Pedro Seu perdão e amor.
Depois de ressuscitar, Jesus fez questão de dizer a Pedro que continuava
contando com ele para construir Seu reino. Deixou isso bem claro no
diálogo que teve com Pedro:
– Pedro, você Me ama mais do que todos os outros?
– Eu Te amo, Mestre (Jo 21:15-19).
Pedro não respondeu que amava mais que os outros. Respondeu
simplesmente que amava. O presunçoso Pedro deu lugar a um discípulo
humilde.
Algum tempo depois, Pedro estava pregando na igreja, recrutando novos
seguidores. Os mesmos líderes que prenderam e mataram Jesus estavam
furiosos. Eles prenderam Pedro e outro discípulo, chamado João. Tudo
parecia indicar que o destino de Pedro e João seria igual ao de Jesus: prisão e
morte.
Por ocasião da morte de Jesus, Pedro ficou com medo das ameaças e negou
veementemente ser seguidor de Jesus. O que ele faria agora?
“Não podemos deixar de falar daquilo que temos visto e ouvido” (At 4:20).
Essa foi a resposta de Pedro e João. A presunção de Pedro se transformou
em humildade. A covardia e a traição se transformaram em coragem e
comprometimento.
O que aconteceu com Pedro? O que causou essa transformação? “Os
membros do Conselho Superior ficaram admirados com a coragem de
Pedro e João, pois sabiam que eles eram homens simples e sem instrução. E
reconheceram que eles tinham sido companheiros de Jesus” (At 4:13).
Ser companheiro de Jesus, passar tempo com Ele – isso transforma vidas.
As pessoas crescem ao lado de Jesus. Covardes se tornam corajosos,
orgulhosos se tornam humildes, inseguros se tornam confiantes, doentes se
tornam saudáveis.
Pedro deixou de ser pescador de peixes e passou a ser pescador de gente.
Dedicou o resto da vida à construção do reino de Jesus.
Outros seguidores, que a princípio estavam interessados em cargos e
vantagens materiais, deixaram de lado todos esses interesses e também
decidiram participar na construção do novo reino. Enfrentaram
perseguições, prisão e morte. Não participaram porque foram forçados. Mas
fizeram isso por amor a Jesus, sem esperar nenhuma recompensa material.
Paulo, um desses seguidores, disse: “Pois para mim viver é Cristo, e morrer
é lucro (Fp 1:21). “Assim já não sou eu quem vive, mas é Cristo que vive em
mim” (Gl 2:20).
Um discípulo chamado Estêvão foi apedrejado por causa de Jesus, e no
momento de sua morte repetiu as mesmas palavras bondosas de seu Mestre:
“Senhor, não condenes esta gente por causa deste pecado” (At 7:60; ver
também Lc 23:34).
No início, a equipe de Jesus era composta por Pedro e mais onze. Depois
vieram Paulo, Estêvão e outros. Pessoas foram transformadas por causa do
evangelho de Jesus. Eram pequenas sementes de Seu reino. Mas cresceram e
produziram muitos frutos. Hoje, cerca de dois bilhões de pessoas se dizem
seguidoras de Jesus. Para Ele, construir um reino significa transformar
pessoas.

A base do novo reino: pessoas diferentes


Jesus recrutou doze pessoas sem nenhum preparo extraordinário e fez delas
uma equipe que mudou o mundo. O convívio com Jesus transformou esses
homens.
Jesus conseguiu como ninguém colocar em Sua equipe um grande sonho,
uma grande esperança, uma meta mais alta e nobre do que nenhum deles
jamais conseguira imaginar. Os sonhos anteriores eram mesquinhos: quero
ser o maior; quero comida, salário e sala no andar de cima. Depois do
convívio com Jesus, os sonhos se tornaram muito mais altos.
Em um mundo que considerava natural a discriminação dos estrangeiros,
dos pobres e das mulheres, Jesus propôs um reino sem diferenças raciais (Gl
3:28). Em uma sociedade que considerava natural a vingança, o
ensinamento do Mestre era: não se vingue; ame seus inimigos (Mt 5:41, 44).
Até hoje existem pessoas que lutam por esses ideais. Isso indica que o reino
que Jesus fundou é forte e atuante. E isso por causa de pessoas diferentes.
Essa é a base desse novo reino.
Jesus extraiu dos membros de Sua equipe o que eles tinham de bom, e os
fez acreditar que podiam ser melhores. Ele conseguiu fazê-los crescer e
decidir dar o melhor de si.

Por que os discípulos dedicaram a vida a Jesus?


Ao longo de dois mil anos, muitos escolheram dedicar a vida a Jesus.
Muitos morreram por Sua causa, mesmo sem receber salário nem qualquer
outra recompensa material. Ninguém mais que Jesus conseguiu tantos
seguidores voluntários. Por quê?
Você tem autoridade?

Qual foi a pessoa que mais exerceu ou exerce influência sobre você? Não pense em
uma pessoa a quem você obedeceu por ter obrigação de obedecer. Pense em alguém
que tenha influenciado sua forma de pensar ou agir; alguém de quem você tenha,
espontaneamente, aceitado a opinião e sentido vontade de obedecer. Quem poderia ser?
Talvez seu pai ou sua mãe, talvez outra pessoa.

Agora que você escolheu a pessoa, responda: o que levou você a escolhê-la? Que
características dessa pessoa, de sua forma de agir, de sua forma de tratar você, o
levaram a respeitá-la?

O que, nessa pessoa, fez com que ela conquistasse autoridade sobre você?
Adaptado de James C. Hunter, O Monge e o Executivo, p. 31.
Qual filho não sente vontade de respeitar um pai que deixa de comer para
poder alimentá-lo? Qual filho não retribui o amor de uma mãe que deixa de
pensar na própria vida para privilegiar a vida de seus filhos? Qual aluno
deixa de colaborar com um professor que se sacrifica para ensiná-lo? É
possível deixar de respeitar e amar alguém que, por seus atos, demonstra
que nos ama?
Ninguém escolhe — note a palavra: escolhe — obedecer ao chefe, professor,
pai, ou algum outro líder que obriga, ameaça, faz chantagem, manda com
base no poder que detém. Podemos até obedecer aos tiranos quando somos
obrigados a isso. Mas jamais escolhemos obedecer-lhes. Escolhemos dar o
nosso melhor aos líderes, pais, maridos, esposas, chefes e professores que
nos tratam com respeito e amor.
Os discípulos já conheciam o poder do Filho de Deus. Já admiravam Sua
sabedoria também. Mas, após Sua morte e após entender melhor Sua
missão, compreenderam a grandeza do Seu amor por eles. Entenderam que,
em cada milagre, pregação e conversa, Jesus não visava Seu próprio
benefício. Estava pensando em Seus seguidores. Tudo o que Ele fez foi
pensando nos outros. O Cordeiro de Deus não salvou Sua vida; preferiu
salvar a dos Seus seguidores.
“Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo
contrário, Ele abriu mão de tudo o que era Seu e tomou a natureza de servo,
tornando-Se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um
ser humano, Ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte — morte de
cruz” (Fp 2:6-8).
“Ele foi rejeitado e desprezado por todos; Ele suportou dores e sofrimentos
sem fim. [...] No entanto, era o nosso sofrimento que Ele estava carregando,
era a nossa dor que Ele estava suportando. [...] Ele estava sofrendo por causa
dos nossos pecados, estava sendo castigado por causa das nossas maldades.
Nós somos curados pelo castigo que Ele sofreu, somos sarados pelos
ferimentos que Ele recebeu” (Is 53:3-5).
Como Jesus conquistou o respeito e o amor de Sua equipe inicial e de
todos os que, posteriormente, aceitaram Sua liderança? A resposta é que Ele
amou, serviu, Se sacrificou, perdoou, amou, pensou primeiro na equipe. Ele
foi o maior exemplo de um líder servidor. Seus seguidores se sentiram
amados por Ele, e por isso escolheram segui-Lo.
Até hoje é assim. Jesus não usa gritos, ameaças ou chantagens para
conquistar pessoas para o Seu reino. Ele levanta a mão, não para bater, mas
para mostrar as feridas — cicatrizes que ganhou na luta por nossa causa. Ele
ainda convida: “Venha fazer parte do Meu reino! Venha comigo, e Eu vou
fazer de você um pescador de gente. Passe tempo comigo e vou transformar
você e seus sonhos. Aceita?”
Para Não Esquecer
Veja a seguir as principais lições de liderança que você pode aprender com
os líderes apresentados neste livro:

Lições da história de Abraão


Liderar e ser uma bênção para o mundo

● Deus não precisa de nossa ajuda, mas Ele quer que os seres humanos
participem de Sua empreitada de abençoar o mundo.
● Viver pela fé não significa viver sem dinheiro; significa pôr a base de sua
segurança em Deus, e não no dinheiro. Viver pela fé é estar certo de que o
que foi planejado ou prometido por Deus existe e está à nossa espera, ainda
que não possamos ver no momento.
● Deus não nos ofereceu uma vida sem obstáculos, e também não Se
ofereceu para fazer os milagres que nós escolhermos. Os obstáculos que
aparecem em nossa vida são oportunidades para desistir e voltar, ou para
lutar e vencer; para abandonar o caminho da fé, ou para que a nossa fé
cresça.
● A mesma proposta de sociedade que Deus fez a Abraão é feita a nós:
Deus quer que sejamos Seus representantes no mundo.

Lições da história de José


Senso de oportunidade

● Podemos sonhar com a prosperidade, mas o jeito de contar os sonhos


precisa ser apropriado.
● O caminho da prosperidade escolhido por Deus: coroar com bênção e
êxito a dedicação, a persistência e a competência.
● Deus não é um gênio da lâmpada que atende a desejos; mas, como um
bom pai, ensina e dá oportunidades para o nosso crescimento.
● Senso de oportunidade: considerar todas as situações como
oportunidades.
● Agregar iniciativa, otimismo e visão positiva do futuro à nossa capacidade
de interpretar sonhos. Podemos vencer a fome!
● Não desistir, mesmo quando os sonhos insistirem em não acontecer.
Essa é a nossa única chance.
● Dar o melhor de si em qualquer trabalho.
● Colocar os valores acima dos sonhos. Não vale a pena buscar os sonhos
por um caminho ilegal, que fira a ética ou nossos valores.
● Reconhecer a bênção divina e atribuir a Ele nossas vitórias.
● Confiar em Deus em qualquer circunstância, até na escravidão.
● Deus está no controle de tudo e sempre cumpre Suas promessas.

Lições da história de Moisés


Como transformar o futuro

O líder realizador:
● Não se conforma com a miséria da escravidão. Ele acredita em uma
cidade sem lixo e sem fome, acredita em empresas que ainda não existem.
● Enxerga de maneira diferente. Ele vê as dificuldades como obstáculos a
serem contornados. Consegue enxergar a terra prometida. Não existe
empreendedorismo sem otimismo.
● Elabora planos para transformar o futuro para melhor. A visão positiva
do futuro deve ser inspiradora e deve ter lugar para todos. Não é possível ir
sozinho à terra prometida. O empreendedor é um líder que distribui
esperança a todos que o cercam.
● Mostra a todos os envolvidos o seu papel na construção do futuro
melhor. O líder realizador é persistente e insiste com os que desanimam
pelo caminho.
● Mantém o foco no futuro, toma decisões priorizando o futuro e assimila
derrotas pensando no futuro.

Lições da história de Davi


Aprovação popular e carisma

● Carisma: capacidade de inspirar devoção e entusiasmo.


● A aprovação popular depende de qual é o projeto, como ele é
apresentado e quem o está apresentando.
● O líder precisa ouvir e entender as necessidades de sua comunidade, para
ser capaz de planejar e propor algo que atenda o anseio de todos.
● Os líderes mais carismáticos costumam falar ao coração das pessoas,
através de imagens, chamando projetos de sonho e dificuldades de luta.
● Qual povo deixa de apoiar um líder que luta as batalhas do povo em
lugar das suas?
● Para obter aprovação popular ouça, apresente seu sonho, fale ao coração
e lute as batalhas do povo em vez das suas.

Lições da história de Jesus


Reino embasado em pessoas, autoridade exercida mediante relacionamento e obediência conseguida pelo amor

● O reino de Jesus não é baseado em dinheiro, armas ou construções; é


baseado em pessoas. Para Jesus, construir um reino significa construir,
capacitar e transformar pessoas.
● Jesus investiu tempo para treinar Sua equipe; Jesus deu o exemplo à Sua
equipe.
● Jesus delegou poder e autoridade a Seus discípulos; delegou
responsabilidades e não tarefas; colocou o foco não no resultado imediato,
mas na formação de uma equipe.
● No conceito de liderança de Jesus, o líder não é aquele que fica no andar
de cima, tem a mesa maior ou o cargo com nome mais bonito. O líder é o
que satisfaz as necessidades dos colegas e os trata como mais importantes
que a ele mesmo.
● Jesus recrutou 12 pessoas comuns e fez delas uma equipe que mudou o
mundo. O convívio com Jesus transformou esses homens.
● Jesus extraiu de Seus seguidores o que eles tinham de bom, e os fez ainda
melhores.
● A liderança tem duas dimensões a serem cultivadas: missão e
relacionamento. O líder nunca pode perder de vista sua missão. E o líder só
conquistará verdadeira autoridade sobre seus liderados com base no
relacionamento que tiver com eles.
● A sustentação do reino de Jesus não é o poder. Jesus não quer forçar,
ameaçar ou barganhar; Ele quer que as pessoas optem, voluntariamente, por
estar ao Seu lado.
● Podemos até obedecer aos tiranos quando somos obrigados a isso, mas
jamais escolhemos obedecer-lhes. Escolhemos dar nosso melhor para os
líderes, pais, maridos, esposas, chefes e professores que nos tratam com
amor.
● Os discípulos dedicaram a vida a Jesus porque perceberam o quanto Ele
os amou. Jesus conseguiu seguidores por causa do relacionamento que teve
com eles.
● Até hoje é assim: Jesus não usa gritos, ameaças ou chantagens para
conquistar pessoas para o Seu reino. Ele levanta as mãos para mostrar as
feridas e convida: venha fazer parte de Meu reino!
Comportamento do grande líder e
empreendedor
● Aceita o desafio de liderar, exercer influência, responsabilidade social e
não apenas individual (Abraão).
● Vive pela fé; continua acreditando nos sonhos, continua acreditando que
Deus está trabalhando por eles, mesmo que pareçam impossíveis (Abraão).
● É representante de Deus no mundo; serve de bênção para o mundo
(Abraão).
● Tem senso de oportunidade (José).
● Sabe equilibrar entre capacidade de sonhar, planejar e executar (José).
● Desenvolve uma networking: rede de relacionamentos (José).
● É otimista e tem visão positiva do futuro (José).
● Dá o melhor de si em qualquer trabalho (José).
● Mostra persistência (José).
● Põe os valores acima dos sonhos (José).
● Não copia os valores da maioria; define seus próprios valores (Moisés).
● Não se conforma com a miséria da escravidão (Moisés).
● Distribui esperança (Moisés).
● Tem capacidade de assimilar derrotas (Moisés).
● É paciente e persistente com os que desanimam pelo caminho (Moisés).
● Focaliza no futuro ao tomar decisões; se concentra na terra prometida e
não nas dificuldades do caminho (Moisés).
● Ouve a comunidade ao planejar o futuro (Davi).
● Fala ao coração e não apenas à razão (Davi).
● Luta as batalhas do povo, e não as suas (Davi).
● Reconhece os erros, aceita críticas (Davi).
● Tem coragem (bravura, intrepidez, ousadia) mas não presunção (vaidade,
orgulho, pretensão) (Davi).
● Tem carisma: capacidade de inspirar devoção e entusiasmo (Davi).
● Valoriza e comemora as vitórias (Davi).
● Atribui as vitórias a Deus, reconhece publicamente (Davi).
● Constrói um reino com base no recrutamento e capacitação de pessoas
(Jesus).
● Delega responsabilidades e não tarefas (Jesus).
● É fiel à missão (Jesus).
● Conquista autoridade com base no relacionamento com as pessoas;
conquista seguidores voluntários, e não escravos ou seguidores interesseiros
(Jesus).
● Extrai dos liderados o que eles têm de melhor; dá a eles sonhos e metas
mais altos ainda; motiva-os a crescer e a dar o seu melhor (Jesus).

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