Mestres Da Liderança2
Mestres Da Liderança2
Mestres Da Liderança2
19122 / 41912
Introdução
D
eus decidiu abrir uma empresa aqui na Terra e convidou um homem
chamado Abraão para administrar o negócio. Missão da empresa:
distribuir bênçãos por todo o mundo. “Ajude-me a distribuir bênçãos;
assim você será uma bênção.” Foi isso que Deus propôs a Abraão.
Depois, Deus fez a mesma proposta ao filho, ao neto e a outros
descendentes de Abraão. E, hoje, Deus nos faz a mesma proposta. Imagine
ser sócio de Deus!
José, bisneto de Abraão, saiu da prisão para governar o Egito – a nação
mais poderosa da época. José foi mestre em enxergar e aproveitar
oportunidades.
Moisés, também descendente de Abraão, conseguiu transformar um bando
de escravos conformados em uma nação de verdade, com leis, exército e
tudo mais. Moisés lançou as bases para o estabelecimento do povo israelita,
de onde viria o Messias, o Salvador.
Davi, outro descendente de Abraão, foi o rei mais amado por Israel, em
toda a sua história. Até hoje, a Estrela de Davi está na bandeira desse país.
Que carisma!
Jesus, o mais ilustre descendente de Abraão, tem hoje dois bilhões de
seguidores. Nenhum líder conseguiu tantos seguidores quanto Jesus. Ao
longo de dois mil anos, muitos dedicaram a vida a Ele; muitos morreram
por causa dEle. E o mais intrigante: Ele não ofereceu cargos nem salários
aos Seus seguidores. Não gritou, nem ameaçou. Então, como Ele conseguiu
tantos seguidores? Como conseguiu autoridade para liderar?
Se você apenas ler este livro, vai conhecer esses personagens e, talvez,
admirá-los. Mas quero animá-lo a solucionar os exercícios, refletir sobre as
perguntas, trazer tudo para sua vida. Fazendo isso, você irá desenvolver as
competências, a atitude e até mesmo os valores desses grandes líderes.
1 Abraão
Você Aceita Ser Líder?
Liderança no trabalho
Você prefere adotar uma postura mais cômoda, não se envolvendo, ou assume a
responsabilidade de intervir? Lembre-se de que se alguém tentar mudar as coisas vai
arrumar encrenca, na certa.
Avalie sua motivação e disposição para agir como um líder no trabalho. Dê uma nota de
0 a 10. Nota 0 significa nenhuma disposição; nota 10 significa muita disposição.
“As promessas que Deus fez por meio dos Seus profetas são para vocês. E vocês fazem
parte da aliança que Deus fez com os seus antepassados, quando disse para Abraão:
‘Por meio dos seus descendentes, Eu abençoarei todas as nações do mundo.’”
At 3:25
D
eus decidiu abrir uma empresa aqui na Terra e convidou um homem
chamado Abraão para tocar o negócio. Missão da empresa: abençoar
o mundo. “Venha trabalhar comigo na distribuição de bênçãos”, disse
Deus. “Você será uma bênção!”
Mas o que Abraão ganharia com isso? E quais seriam suas
responsabilidades?
Abraão aceitou o convite e se tornou sócio de Deus. Inclusive, até
assinaram um contrato. Depois, Deus fez a mesma proposta de sociedade ao
filho, neto e a outros descendentes de Abraão. Hoje, Deus repete a mesma
oferta a você.
Imagine: ser sócio de Deus! Mas qual foi exatamente a proposta divina?
Quais foram as vantagens oferecidas a Abraão? E o que Deus pediu em
troca?
Fé
Abraão estava sendo apresentado a uma palavra que hoje conhecemos
como fé. “Foi pela fé que Abraão, ao ser chamado por Deus, obedeceu e
saiu para uma terra que Deus lhe prometeu dar. Ele deixou o seu próprio
país, sem saber para onde ia” (Hb 11:8). Abraão não tinha nenhuma
garantia concreta quanto a seu futuro. O caminho proposto por Deus
parecia estranho. O palpite de Deus parecia estar errado. Abraão devia sair
da sua terra confiando apenas na ordem divina.
Viver pela fé não significa viver na miséria. Significa colocar a base de sua
segurança em Deus, e não no dinheiro. “Você será abençoado; será uma
bênção para o mundo” – com ou sem dinheiro, empregado ou não, com
saúde ou sem saúde.
Liderança no grupo
Avalie sua motivação e disposição para exercer papel de liderança no seu grupo de
amigos. Dê uma nota de 0 a 10. Nota 0 significa nenhuma disposição; nota 10 significa
muita disposição.
Os sonhos de Abraão
Abraão saiu da sua terra com a esposa Sara, o sobrinho Ló, e “com todas as
riquezas e escravos” que possuía (Gn 12:5). “Abraão já possuía extensos
rebanhos e gado, o que era a riqueza do oriente” (Ellen G. White, Patriarcas
e Profetas [Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1993], p. 127). O sonho de
Abraão não era ficar rico, pois ele já era muito rico (Gn 13:2).
Abraão viajou até a terra de Canaã e parou em um lugar chamado Siquém.
“Ali o Senhor apareceu a Abrão e disse: ‘Eu vou dar esta terra aos seus
descendentes’” (Gn 12:7; ver também 13:14, 15).
Abraão já estava com 75 anos (Gn 12:4) e sua mulher, Sara, com 65 anos,
e eles ainda não tinham filhos. Na cultura da época, filhos eram vistos como
sinal de bênção divina. “Os filhos são um presente do Senhor; eles são uma
verdadeira bênção” (Sl 127:3). A mulher que não tinha filhos se considerava
uma pessoa não abençoada por Deus e perdia completamente a autoestima
(Gn 30:1, 22; 1Sm 1:6). Ter muitos filhos significava ter muita felicidade (Sl
127:4, 5). Não ter nenhum filho significava uma vida sem sentido. Então,
Deus disse: “Eu vou dar esta terra aos seus descendentes.” Em outras
palavras, Deus disse para Abraão: “Eu vou dar sentido à sua vida; vou
realizar seu maior sonho; vou lhe dar descendentes.”
● “Olhe para o céu e conte as estrelas se puder. Pois bem! Será esse o número dos
seus descendentes” (Gn 15:5). Deus prometeu a Abraão a realização do seu maior sonho:
descendentes.
● “Os seus descendentes vão formar uma grande nação. Darei a você e aos seus
descendentes toda a terra que você está vendo” (Gn 12:2; 13:15).
● “Eu o abençoarei, o seu nome será famoso [...] por meio de você [...] [e] por meio dos
seus descendentes, Eu abençoarei todas as nações do mundo” (Gn 12:2; At 3:25).
Abraão e seus descendentes seriam os instrumentos de Deus para levar bênçãos ao
mundo.
A fome
Abraão ainda era um estrangeiro, sem terra, morando em tendas,
mudando-se de lugar em lugar (Gn 12:9; Hb 11:9). A terra que era para ser
de Abraão estava ocupada pelos cananeus (Gn 12:6). E, para complicar,
“naquele tempo houve uma fome [...], e a fome era severa” (v. 10).
Por que não vendi nada nesta semana?
Por que meu filho foi assaltado? Por que eu ainda estou doente?
Por que complicar, Deus? Olha essa fome! Não seria mais
fácil fazer chover comida? E essa demora para me dar filhos então! Vamos fazer
diferente daqui para frente: deixa que eu decido
os rumos da empresa. Eu escolho os milagres e o
Senhor só os executa.
Deus não nos ofereceu uma vida sem obstáculos e também não Se ofereceu
para fazer os milagres que nós escolhemos. Isso não faz parte da proposta de
Deus. Você é capaz de continuar acreditando e lutando por seus sonhos,
mesmo quando tudo parece dar errado? Você é capaz de ter certeza de que o
que foi prometido por Deus existe e está à sua espera, ainda que não possa
ver no momento?
A preparação do pai da fé
É o fogo que deixa o ouro mais puro, separando-o das impurezas. Os
obstáculos que aparecem em nossa vida são uma oportunidade para desistir
e voltar, ou para lutar e vencer. Para abandonar o caminho da fé, ou para
que a nossa fé cresça.
Deus estava preparando Seu sócio para torná-lo o Pai da Fé. Cerca de
3.800 anos depois de sua morte, Abraão continua mostrando ao mundo o
que significa viver pela fé.
Abraão não permitiu que circunstâncias negativas lhe abalassem a fé.
Abraão não desistiu, mas decidiu lutar. Ele não abandonou o caminho da
fé, e sua fé cresceu.
Viver pela fé é ter a certeza de que Deus sempre cumpre o que promete,
ainda que nos pareça impossível (Rm 4:21; Hb 11:1).
Liderança na família
Seu irmão mais novo não é tão bem-sucedido profissionalmente quanto você. Está
sempre em dificuldades financeiras. O casamento dele também não parece muito estável.
O que mais preocupa são os três filhos, que estão crescendo sem muita orientação.
Você pensa em intervir, ajudando de algum modo na educação de seus sobrinhos. Mas
a família não é sua, e a sua cunhada pode não gostar. Vale a pena se envolver?
Avalie sua motivação e disposição para agir como líder em sua família. Dê uma nota de
0 a 10. Nota 0 significa nenhuma disposição; nota 10 significa muita disposição.
Liderança na comunidade
– Então, nós somos responsáveis por pagar as contas, decidir e fazer tudo funcionar
bem no país também, pai?
Você se sente responsável, motivado e disposto a agir para alterar o quadro de violência
urbana, desigualdade social e corrupção? Ou você acha que não é responsabilidade sua?
Lembre-se de que se envolver com bandido é perigoso. Vale a pena?
● “Saia da sua terra” (Gn 12:1). Isso significa colocar a base da segurança em Deus;
viver pela fé; acreditar que o que Deus prometeu vai realmente acontecer, mesmo que
não pareça possível.
● “Viva uma vida de comunhão comigo” (Gn 17:1). Conviver diariamente com Deus é o
caminho para ficar cada vez mais parecido com Ele e refletir Sua imagem para o mundo.
● “Dirija sua família e sua casa” (Gn 18:19). Exercer influência, assumir postura de
liderança demostram responsabilidade social e não apenas individual.
● “Você será uma bênção para os outros” (Gn 12:2, 3; At 13:47). Abraão devia distribuir
bênçãos para o mundo. Ser o representante de Deus na Terra.
Os descendentes de Abraão
“De acordo com Sua promessa, o Senhor Deus abençoou Sara. Ela ficou
grávida e, na velhice de Abrão, lhe deu um filho. O menino nasceu no
tempo que Deus havia marcado, e Abraão pôs nele o nome de Isaque” (Gn
21:1-3). Não é difícil demais para Deus fazer que alguém tenha um filho,
mesmo que esse alguém tenha idade avançada. Não faz qualquer sentido
achar que Deus deixa de cumprir Seus planos e promessas.
Deus falou com Isaque, o filho de Abraão, repetindo a proposta de
sociedade feita a seu pai (Gn 26:24). Fez também a mesma proposta ao neto
de Abraão, chamado Jacó: “Eu sou o Deus do seu avô Abraão e o Deus de
Isaque, o seu pai. [...] Os seus descendentes serão tantos como o pó da terra
[...] e por meio de você e dos seus descendentes Eu abençoarei todos os
povos do mundo” (Gn 28:13-15). Isaque e Jacó escolheram acreditar em
Deus e aceitaram Sua proposta para que fossem Seus representantes neste
mundo. “Ó Senhor, serás o meu Deus”, disse Jacó (v. 21).
Deus mudou o nome de Jacó para Israel, e assim surgiu o povo de Israel
(Gn 35:9-12). Mais uma vez houve um período de fome na terra de Canaã.
Deus falou a Jacó, agora Israel: “Não tenha medo de ir para o Egito, pois ali
Eu farei com que os seus descendentes se tornem uma grande nação” (Gn
46:3). Então, a família de Israel foi morar no Egito. José, um dos filhos de
Israel, havia se tornado governador daquele país, salvando sua família e o
próprio Egito dos efeitos da fome – foi um descendente de Abraão
abençoando o mundo.
A família de Israel estava se multiplicando, sem se misturar com os
egípcios. “Os egípcios ficaram com medo deles e os tornaram escravos” (Êx
1:12, 13). Foram escravos no Egito por aproximadamente 400 anos,
exatamente como Deus havia anunciado a Abraão no passado (Gn 15:13).
Isso fazia parte dos planos de Deus. Ele cumpriu Seus planos.
No momento que havia planejado, Deus chamou um homem,
descendente de Abraão, chamado Moisés, para dar prosseguimento aos Seus
planos: “Moisés, Eu sou o Deus de seus antepassados Abraão, Isaque e Jacó.
Quero que você Me ajude a libertar o povo de Israel do Egito. Quero que
você Me ajude a cumprir Meus planos. Quero que você Me ajude a
distribuir bênçãos no mundo” (Êx 3).
Os egípcios não queriam libertar os israelitas e, na verdade, nem mesmo
eles acreditavam que poderiam ser libertados. Mas nada é difícil demais para
Deus, e Ele, mais uma vez, cumpriu Seus planos. Setenta pessoas da família
de Israel haviam ido morar no Egito (Gn 46:27). Mais de um milhão de
pessoas saíram do Egito, 400 anos depois (Êx 12:37). Um milhão de pessoas
a pé, no deserto, em direção à terra prometida por Deus a Abraão.
Quarenta anos depois de saírem do Egito eles chegaram à terra prometida
e tomaram posse dela – um bando de escravos transformados em nação,
com leis, exército, líderes e, posteriormente, reis – a nação de Israel, a nação
dos descendentes de Abraão. A promessa divina a Abraão de que seus
descendentes formariam uma grande nação (Gn 12:2) foi plenamente
cumprida.
Abraão foi pai de Isaque, que foi pai de Jacó, que foi pai de Judá, que foi
pai de Peres, que foi pai de Esron, que foi pai de Arão, que foi pai de
Aminadabe, que foi pai de Nasom, que foi pai de Salmon, que foi pai de
Boaz, que foi pai de Jessé, que foi pai de Davi. Catorze gerações de Abraão a
Davi (Mt 1:1-17).
Com uma pedrada, Davi derrotou um gigante chamado Golias. Antes de
derrotar o gigante, ele disse: “Você vem contra mim com espada, lança e
dardo. Mas eu vou contra você em nome do Senhor todo-poderoso, o Deus
dos exércitos israelitas, que você desafiou” (1Sm 17:45). Davi era
descendente de Abraão, representante de Deus no mundo.
Davi foi uma bênção para o mundo. Ele se tornou rei e levou o reino de
Israel ao auge da prosperidade. Foi o pai de outro rei, chamado Salomão, o
homem mais rico e sábio de todos os tempos (1Rs 10:23). “Alguns de seus
descendentes serão reis, Abraão” (Gn 17:6). Deus cumpriu o que prometeu.
Vieram quarenta e duas gerações a partir de Abraão. Passaram-se dois mil
anos. Então, nasceu um descendente de Abraão chamado Jesus.
A nação de Israel (que passou a ser chamada de judeus) na época em que
Jesus nasceu era dominada pelo Império Romano. Os judeus aguardavam o
Messias e pensavam que Ele seria um guerreiro, um grande comandante
militar para libertá-los da humilhação imposta pelos romanos.
Jesus implantou um novo conceito de reino: um mundo sem diferenças
raciais (Gl 3:28), sem vingança, onde até os inimigos deviam ser amados (Mt
5:41, 44). A quem aguardava a implantação de um novo reino pela guerra,
Jesus disse: “Vocês são as sementes do novo reino. Eu estou plantando vocês
(Mt 13:38). Espalhem-se! Façam novos seguidores! (Mt 28:19). Vocês são a
luz do mundo; iluminem o mundo! (Mt 5:14)”
Jesus Cristo foi a maior bênção que o mundo poderia ter recebido. Ele
levou o mundo novamente para perto de Deus (Rm 5:10; Cl 1:20, 22; 2:14,
17). O Senhor havia revelado a Abraão que, de sua descendência, nasceria o
Salvador do mundo. Deus continuou cumprindo Seus planos.
1 . Nome primitivo desse patriarca, depois trocado por Deus para “Abraão”. O mesmo acontece com a esposa
dele, cujo nome primitivo era “Sarai”, depois mudado para “Sara”.
2 José
Você Tem Oportunidades na Vida?
Você foi morar num país chamado Far Land. Sabe o que significa Far Land? Significa
“Terra Distante”.
Você arruma um trabalho e até vai indo bem. Mas, depois de um mal-entendido, você vai
parar na cadeia, acusado de terrorismo. Sozinho, estrangeiro, você é condenado à morte.
Que situação!
Seu desafio agora é transformar essa terrível situação numa grande oportunidade. A
rainha de Far Land vai perdoar e soltar um dos condenados. Ela dará a cada prisioneiro
três minutos para falar. Com base no que eles disserem, ela escolherá quem escapará da
morte.
Seu desafio, neste exercício, é elaborar um plano para escapar da morte e, ainda, para
surpresa de todos, ganhar um importante cargo no governo de Far Land. Tudo dependerá
dos seus três minutos diante da rainha. Capriche no plano!
“O plano pareceu bom a Faraó e a todos os seus oficiais [...] Então Faraó disse a José:
‘Neste momento te nomeio governador de toda a terra do Egito.’”
A
conteceu há mais ou menos 3.700 anos. José estava preso e esquecido.
Mas surgiu a oportunidade de uma entrevista com o Faraó (título
dado aos reis do Egito). José apresentou um plano e, com isso, foi, não
apenas liberto da prisão, mas nomeado governador do Egito.
José governou o Egito durante muitos anos. Foi um grande líder. Ele
revolucionou a economia. Salvou o Egito, os povos vizinhos, e até sua
própria família, de uma grave falta de alimentos, devido a uma seca
prolongada. Qual foi a fórmula do sucesso de José?
A história de José
Na terra onde hoje é a nação de Israel, vivia uma família de classe média
alta. Família grande, muitos irmãos, quatro esposas. Uma família dividida:
esposas em conflito pelo marido; irmãos de mães diferentes em conflito
entre si por qualquer motivo.
Jacó, o pai de José, “já era velho quando José nasceu e por isso ele o amava
mais do que a todos os seus outros filhos” (Gn 37:3). José teve a sorte de ser
o filho preferido do pai. E teve o azar de o pai não esconder isso. A
preferência do pai fez mal a José e também a seus irmãos. Os irmãos mais
velhos “viam que o pai amava mais a José do que a eles e, por isso, tinham
ódio dele” (Gn 37:4).
O crescimento de José
José passou dez anos trabalhando como escravo. Ele deve ter chorado,
sofrido, ficado deprimido e revoltado com sua terrível condição. Mas, nesses
dez anos, José cresceu. Aprendeu novas línguas, aprendeu a negociar e a
administrar. Cresceu espiritualmente e em atitudes.
O sofrimento é uma grande oportunidade para o crescimento. É mais fácil
crescer em meio às aflições do que na alegria. Em seu sofrimento, José se
lembrou do Deus de seu pai Jacó. Lembrou-se dos ensinamentos que teve
desde criança e das promessas feitas a seus antepassados. Percebeu que sua
auto-suficiência era tola e que o caminho da prosperidade era outro. José
compreendeu sua necessidade de Deus. Seu relacionamento com Deus
passou a ser mais pessoal e significativo. O Senhor não mais era somente o
“Deus de seus pais”, mas o seu Deus.
José confiou em Deus, não como se Ele fosse o “gênio da lâmpada”, que
faz milagres para atender desejos. Confiou em um Deus que dirige, ensina e
sabe qual é o melhor caminho. José decidiu confiar e seguir esse Deus, em
qualquer circunstância – na prosperidade e na escravidão.
Abençoado em tudo
“O Senhor Deus estava com José. Ele morava na casa de seu dono e ia
muito bem em tudo. O dono de José viu que o Senhor estava com ele e o
abençoava em tudo o que fazia. Assim José ganhou a simpatia do seu dono,
que o pôs como seu ajudante particular. Potifar deu a José a
responsabilidade de cuidar da sua casa e tomar conta de tudo que era seu.
Dali em diante, por causa de José, o Senhor abençoou o lar do egípcio e
também tudo o que ele tinha em casa e no campo. Potifar entregou nas
mãos de José tudo o que tinha e não se preocupava com nada, a não ser
com a comida que comia” (Gn 39:2-6).
Na minha área não tem muito emprego. Não tive oportunidade de estudar. Até
desisti de procurar emprego. Eu não vou trabalhar como auxiliar de limpeza; só
trabalho se for como chefe de seção. Eu vou trabalhar duro para enriquecer patrão?
Atender bem? Ganhando esse salário? Eu não vou refazer o serviço; tenho culpa se
choveu e estragou tudo?
Essas não são frases incomuns. José aprendeu a ter uma atitude diferente:
trabalhar da melhor forma possível, em qualquer ocupação.
José aceitou trabalhar não apenas como chefe de produção, gerente de
marketing ou diretor financeiro. Trabalhou da melhor forma que podia,
sempre. Limpou, carregou e cultivou da melhor maneira. Atendeu, se
relacionou e negociou, sempre da melhor maneira.
Mendigando no zoológico
A vida não tem sido nada generosa com você, que está em uma cidade grande, nada
hospitaleira, sem casa, sem dinheiro, sem comida. Seu endereço atual é o zoológico. De
dia, pedindo dinheiro na entrada; à noite, dormindo em instalações vazias e buscando
alimento na gaiola das aves. Seria possível a situação piorar ainda mais?
Você nem sabe ao certo como tudo aconteceu. Às 3 horas da manhã, as feras foram
soltas e você passou a fugir de leões, elefantes e crocodilos. Nessa situação, estão
ameaçando apenas você, mas logo que amanhecer poderão causar uma enorme tragédia
na cidade.
Que bela oportunidade na sua vida! Seu desafio neste exercício é fazer um plano para
aproveitar essa oportunidade, deixar de mendigar e assumir o posto de Chefe da Defesa
Civil – um profissional responsável por evitar tragédias e lidar com situações de
emergência.
A única chance
Qual é a sua atitude quando a prosperidade insiste em fugir de você?
Quando o tempo passa e, dia após dia, ano após ano, você continua no
mesmo trabalho, sem qualquer promoção?
José trabalhou dez anos como escravo, e depois disso ficou mais de dois
anos na cadeia. Foram pelo menos 12 anos, 4.380 dias esperando pela
liberdade. Foram 4.380 orações pela manhã, e outras 4.380 orações antes de
dormir: pelo menos 8.760 orações pedindo liberdade.
José tinha duas possíveis atitudes: desistir ou não desistir. Desistir significa
ficar remoendo o ódio pelas constantes traições e injustiças. Desistir
significa tratar mal as pessoas, para descontar a raiva. Desistir significa ser
um mau empregado, um mau pai, um mau irmão, um mau preso. Desistir
significa parar de lutar pela liberdade, por um emprego melhor, pela casa
nova, pelo sonho de prosperidade. Desistir significa não mais acreditar que
Deus está dirigindo sua vida.
Eu nunca vou sair desta situação! Já são quatro anos sem emprego! Não vejo a
menor chance de ser promovido e crescer na empresa, e você ainda fala em dar o
melhor de mim? Já montei três empresas e as três faliram. Para que tentar de novo?
Você está disputando uma corrida. Está cansado, com vontade de parar
para descansar, e achando que os outros corredores estão em melhores
condições que você. Você tem duas possíveis atitudes: desistir ou não
desistir. Se você desiste, acabou: você perdeu a corrida. Se você não desiste,
pode ganhar e pode não ganhar. Mas não desistir é a sua única chance.
Temos duas possíveis atitudes quando nossos sonhos insistem em não
acontecer: desistir ou não desistir. Se optarmos por desistir, nossos sonhos
morrerão. Não vão acontecer. Se optarmos por não desistir, os sonhos
podem ou não acontecer. Sei que é triste essa incerteza, mas não desistir é
sua única chance. Você consegue enxergar algum outro caminho?
José não desistiu. Não descontou a raiva nos presos e carcereiros. José
tratou bem a todos. Ajudava e era correto a ponto de ganhar a confiança de
todos na prisão. Apesar dos 4.380 dias em aparente esquecimento, José
confiou a Deus sua vida e seu futuro. E José continuou a lutar por seu
sonho de liberdade e prosperidade.
E José continuou
“E José continuou: Portanto, será bom que o senhor, ó rei, escolha um
homem inteligente e sábio e o ponha para dirigir o país. O rei também deve
escolher homens que ficarão encarregados de viajar por todo o país para
recolher a quinta parte de todas as colheitas, durante os sete anos em que
elas forem boas. Durante os anos bons que estão chegando, estes homens
ajuntarão todo o trigo que puderem e o guardarão em armazéns nas cidades,
sendo tudo controlado pelo senhor. Assim, o mantimento servirá para
abastecer o país durante os sete anos de fome no Egito, e o povo não
morrerá de fome” (Gn 41:33-36).
José continuou: “Podemos vencer a fome.” E ele ainda apresentou um
plano de como fazer isso. Um plano convincente. Todos perceberam que
poderia dar certo!
Há muita desigualdade no país! Os políticos não prestam! Os juros estão altos; dá
para crescer assim? A concorrência é muito forte.
Estamos vendendo cada vez menos; já fechamos duas lojas!
Podemos usar nossa capacidade de interpretar “sonhos” de duas formas:
primeira, dando a má notícia e parando por aí. Mas podemos continuar e
dizer: podemos vencer a fome!
Quem quer um dirigente que usa sua capacidade de interpretar sonhos
para dizer: “Haverá fome”? Quem quer um gerente de vendas que diga:
“Estamos vendendo menos porque a concorrência é grande”? Quem precisa
de um político que diga: “Os outros não prestam”, ou de um economista
que diga: “Há muita desigualdade no país”?
O mundo precisa de homens e mulheres como José, que tenham a ousadia
de propor: “Teremos fome, mas podemos vencê-la. Podemos vender mais,
podemos crescer, podemos progredir.”
Senso de oportunidade
O que você teria para falar ao rei se tivesse três minutos de entrevista hoje?
O que teria para dizer ao governador se encontrasse com ele na rua? Que
diria ao presidente da empresa enquanto o elevador não chega? E ao seu
chefe na reunião mensal?
José via todas as situações à sua volta como oportunidades. Tratar bem um
colega de prisão é uma oportunidade? José a considerou como tal, e disse:
“Ajude-me a sair daqui.” Dar uma notícia má é uma oportunidade? Para
José, sim.
José se preparou para aquela oportunidade. Planejou os mínimos detalhes,
até o modo de se apresentar. Ele fez a barba e trocou de roupa (Gn 41:14). E
em quem você acha que José estava pensando quando sugeriu ao rei:
“Escolha um homem inteligente e sábio para dirigir o país”?
Você considera o que acontece à sua volta como oportunidades? O que é
uma oportunidade para você? Você acha que quando surgir uma na sua vida
vai aparecer uma placa voadora, com uma seta e os dizeres: “Isto aqui é uma
oportunidade”? Ou: “O caminho da prosperidade é para lá”?
Senso de oportunidade não significa viver aguardando placas voadoras.
Significa encarar tudo na vida como uma oportunidade. Desastres no
zoológico, dar uma notícia má ao rei, dificuldades no trabalho, e até
conversar com um colega podem ser oportunidades. Portanto, fique atento!
“Deus dá as oportunidades; o êxito depende do aproveitamento das
mesmas” (Patriarcas e Profetas, p. 223).
Planejador e executor
“E José ajuntou todos os cereais e os guardou em armazéns nas cidades,
ficando em cada cidade os cereais colhidos nos campos vizinhos. José
ajuntou tanto mantimento, que desistiu de pesar, pois não dava mais:
parecia a areia da praia do mar. [...] Então acabaram-se os sete anos de
fartura no Egito, e, como José tinha dito, começaram os sete anos de fome.
Nos outros países o povo passava fome, mas em todo o Egito havia o que
comer. [...] Quando a fome aumentou no país inteiro, José abriu todos os
armazéns e começou a vender cereais aos egípcios. E de todos os países
vinha gente ao Egito para comprar cereais de José, pois no mundo inteiro
havia uma grande falta de alimentos. [...] Então José comprou todas as terras
do Egito para o rei. [...] E os egípcios diziam a José: ‘O senhor salvou a nossa
vida e tem sido bom para nós’” (Gn 41:48-56; 47:20, 25).
Algumas lições da história de José
● Podemos sonhar com a prosperidade, mas o jeito de contar os sonhos precisa ser
apropriado.
● Deus não é um gênio da lâmpada que atende os desejos; mas, como um bom pai,
ensina e dá oportunidades para nosso crescimento.
● Não desistir, mesmo quando os sonhos insistem em não acontecer. Essa é a nossa
única chance.
● Os valores devem ser colocados acima dos sonhos. Não vale a pena realizar os
sonhos por um caminho ilegal, que fira a ética ou os valores.
As promessas de Deus
Um dia, quando José era bem pequeno, seu pai Jacó lhe disse: “José, meu
filho, sente-se aqui no meu colo.” Então, Jacó contou o que Deus dissera a
Abraão, bisavô de José: “Eu o abençoarei, o seu nome será famoso, e você
será uma bênção para os outros” (Gn 12:2). Depois, Jacó contou o que Deus
dissera a Isaque, avô de José: “Não tenha medo, pois Eu estou com você. [...]
Eu abençoarei você e farei com que os seus descendentes sejam muitos” (Gn
26:24). E Jacó contou a José que Deus também havia falado com ele
próprio: “Darei a você e aos seus descendentes esta terra onde você está
deitado. Os seus descendentes serão tantos como o pó da terra [...] e por
meio de você e dos seus descendentes Eu abençoarei todos os povos do
mundo. Eu estarei com você e o protegerei em todos os lugares aonde você
for. [...] Eu não o abandonarei até que cumpra tudo o que prometi” (Gn
28:13-15). E Jacó disse a José, com ele ainda em seu colo: “Essas promessas
de Deus são também para você, meu filho.”
Essa é uma família típica do Morro do Futuro – lugar sujo, sem infra-estrutura e violento,
onde moram Clarisse e os filhos. O pior da história é a falta de perspectiva de mudança.
Tudo indica que as crianças, quando se tornarem adultas, darão continuidade a essa
situação de miséria.
Seu desafio neste exercício é descobrir um caminho para transformar a vida dos filhos
de Clarisse e de todas as crianças do Morro do Futuro.
Mas eles nem querem ir para a escola, eu não sou prefeito, e o que é que eu posso
fazer?
“Portanto, diga aos israelitas o seguinte: ‘Eu sou o Deus Eterno. Vou livrá-los da
escravidão do Egito. [...] Eu os levarei para a terra que jurei que daria a Abraão, a Isaque
e a Jacó. E Eu darei essa terra para ser propriedade de vocês. Eu sou o Deus Eterno’.
Moisés repetiu essas palavras aos israelitas, mas eles não quiseram ouvi-lo, pois estavam
desanimados por causa da dureza da sua escravidão.”
Êx 6:6-9
D
eus decidiu transformar escravos estrangeiros em cidadãos. Decidiu
livrá-los da escravidão e dar-lhes um país em que pudessem viver com
dignidade e justiça social. Mas os escravos estavam acostumados à sua
condição social, e desanimados por causa da dureza da escravidão. Não
conseguiam acreditar que a terra prometida por Deus pudesse se tornar
realidade. Não conseguiam enxergar a excelência daquela terra como parte
de seu futuro.
Deus, então, propôs um desafio a Moisés: transforme o futuro desse povo.
Leve-o à terra prometida. Os israelitas não acreditavam que pudessem ir, e o
rei do Egito não queria deixar que eles fossem. Mas Moisés os tirou da
escravidão do Egito e os levou à terra de Canaã. Como Moisés conseguiu
transformar um bando de escravos em uma nação de verdade?
A história de Moisés
Os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó (também chamado de Israel)
foram morar no Egito para sobreviver a uma grande fome. Eram setenta
estrangeiros, que foram bem tratados a princípio. O tempo passou e os
descendentes de Israel não se misturaram com os egípcios. Continuaram
estrangeiros.
O número de israelitas estava aumentando muito rapidamente. “Os
egípcios ficaram com medo deles e os tornaram escravos, tratando-os com
crueldade. Fizeram com que a vida deles se tornasse amarga, obrigando-os a
trabalhos pesados” (Êx 1:12-14). Ainda assim os estrangeiros cresciam. Com
medo de uma revolta, o rei deu uma ordem cruel: todos os bebês israelitas
do sexo masculino deveriam ser mortos assim que nascessem.
Um dia, a filha do Faraó, o rei do Egito, encontrou um bebê israelita
escondido dentro de um cesto de junco, na margem do rio Nilo, para
sobreviver ao decreto de morte. A princesa ficou com muita pena do bebê.
Então, a irmã do menino perguntou à princesa: “Quer que eu chame
alguém para cuidar dessa criança para a senhora?” “Quero”, respondeu a
princesa. A menina trouxe a própria mãe do bebê, que o criou até os 12
anos. Então, ela levou o menino à filha do rei, que o adotou. O nome desse
menino? Moisés (Êx 2:1-10).
Até os 12 anos, Moisés foi educado por sua família israelita. Ele nunca
mais esqueceria a educação religiosa que teve. Então, chegou o tempo de ele
ir morar no palácio do rei. Ali Moisés “foi instruído em toda a ciência dos
egípcios” (At 7:22). Moisés se tornou um oficial do exército. Seu avô
adotivo, o Faraó do Egito, pretendia que Moisés fosse seu sucessor no trono
(Patriarcas e Profetas, p. 245).
Aquela cidade era muito suja. Havia lixo na rua por todo lado. Você morava lá. O mais
interessante é que todos na cidade detestavam o lixo na rua. Um dia, você participou de
uma pesquisa, como parte de um trabalho escolar. Você e mais 29 colegas da 5a série
fizeram uma pesquisa no comércio, nos pontos de ônibus e em muitas casas. Vocês
perguntaram: “Você prefere ruas com lixo ou sem lixo?” “Você é doido, moleque? É claro
que é sem lixo”, respondeu alguém. “São todos uns porcos sem educação”, disse uma
senhora. Um a um, todos diziam que não gostavam do lixo na rua. Ninguém disse: “Eu
gosto; prefiro assim.” Ninguém. Mas o lixo continuava lá.
Se ninguém gostava de sujeira, por que o lixo continuava nas ruas? Será que tudo
continuaria sempre assim?
Exercício: Planeje um modo de transformar a cidade em uma cidade limpa, sem nenhum
lixo na rua.
Os motivos de Moisés
Mas “Moisés, quando já era adulto, não quis ser chamado filho da filha de
Faraó. Ele preferiu sofrer com o povo de Deus em vez de [...] possuir todos
os tesouros do Egito. É que ele tinha os olhos fixos na recompensa futura”
(Hb 11:24-26).
Moisés não pensou no presente: seu conforto no palácio e o respeito que
tinha por ser neto do rei e oficial do exército. Moisés olhou para o futuro.
Acreditou nas promessas de Deus. Acreditou na terra prometida. “Ela
existe”, pensava ele.
E, ao pensar no futuro, Moisés não teve medo de pensar diferente da
maioria. Ele definiu suas prioridades e percebeu que, para ele, uma coroa no
Céu era mais importante do que a coroa do Egito. Ele “viu pela fé uma
coroa incorruptível”, que o Rei do Céu colocaria em sua cabeça (Patriarcas e
Profetas, p. 246).
— Tati, estou preocupada: será que a gente vai arrumar emprego? Do pessoal que se
formou ano passado, um montão não arrumou.
— Fábrica de azulejo?
— Não precisa ser fábrica de azulejo; nem precisa ser fábrica. Só precisa fazer a gente
ganhar bem, pagar bem os funcionários, tratar todo mundo bem, e vender uma coisa
legal.
Seu desafio neste exercício é planejar e transformar o futuro profissional das amigas Tati
e Lê. Idealize uma empresa que proporcione rentabilidade, que trate bem os funcionários
e clientes, e que produza ou comercialize algo de que elas possam se orgulhar. Visualize
a empresa e como construí-la sem ter muito dinheiro.
O líder realizador:
● Não se conforma com a miséria da escravidão. Ele acredita em uma cidade sem lixo e
sem fome, acredita em empresas que ainda não existem.
● Elabora planos para transformar o futuro em algo melhor. A visão positiva do futuro
deve ser inspiradora, e deve ter lugar para todos. Não é possível ir sozinho à terra
prometida. O empreendedor é um líder que distribui esperança a todos que o cercam.
E Moisés?
Pouco antes de possuírem a terra prometida, Deus disse: “Moisés, suba até
o monte. [...] Lá de cima você verá a terra de Canaã, que estou dando ao
povo de Israel. [...] Você vai morrer ali no monte. [...] Você verá de longe a
terra que estou dando aos israelitas, porém não entrará nela” (Dt 32:48-52).
Imagine o que deve ter passado pela cabeça de Moisés. Ele havia
abandonado o trono do Egito e deixou o palácio para cuidar de animais
durante quarenta anos. Depois, viveu mais quarenta anos peregrinando pelo
deserto, ouvindo desaforos de um povo desanimado e ingrato. Tudo isso
pensando na recompensa futura, na terra prometida. E agora Deus lhe diz:
“Você vai ver a terra, mas não vai entrar nela!” Moisés deve ter se
perguntado: Mas, todo esse sofrimento para nada? Será que valeu a pena?
Moisés subiu ao monte indicado por Deus e viu dali a terra prometida. Viu
mais do que olhos humanos podem ver. Deus revelou o futuro a Moisés
naquele momento. Moisés viu o povo de Israel vivendo na terra de Canaã.
Viu a glória de Israel na época do rei Davi. Viu também a decadência de
Israel, afastado de Deus, derrotado em guerras e escravizado novamente. Viu
que a terra que estava à sua frente, apesar de boa, não era perfeita, nem
eterna.
“Saul começou a ter ciúme de Davi. [...] Mas em Israel e em Judá todos amavam Davi.”
1Sm 18:9, 16
A
mbos foram chamados por Deus para liderar o povo de Israel. Com a
ajuda divina, foram grandes guerreiros e grandes vencedores.
Saul era o rei de Israel. Então, surgiu Davi: um rapazinho, que se
tornou guerreiro, e depois comandante do exército. E o povo amava cada
vez mais a Davi. Por isso, Saul tinha cada vez mais ciúme dele.
Enfim, Davi se tornou rei. Venceu muitas batalhas, resistiu a golpes
militares, reinou 40 anos, até ficar bem velho e eleger seu sucessor – seu
filho, o sábio Salomão.
Mil anos se passaram após a morte de Davi. Então, alguém gritou: “Jesus,
Filho de Davi, tenha pena de mim” (Mc 10:47). Mil anos, dezenas de reis,
muitos governadores e líderes se passaram, mas Davi continuou sendo
lembrado. Por que não gritaram: “Filho de Ezequias, de Josafá ou de Josias”?
Eles também foram reis! Mil anos depois, alguém ser chamado de “Filho de
Davi” ainda era uma honra.
Outros gritaram: “Louvado seja o Filho de Davi” (Mt 21:15), e “Que Deus
abençoe o reino de Davi, nosso pai” (Mc 11:10). Davi é mencionado
centenas de vezes na Bíblia. Só Deus e Jesus são citados mais do que ele.
No dia 28 de outubro de 1948 o Estado de Israel adotou uma bandeira
azul e branca, com uma estrela no centro. Essa estrela passou a ser o símbolo
de Israel. É a “Estrela de Davi”.
Davi foi o rei que o povo de Israel mais amou em toda a sua história. Que
carisma! Você acha que pode aprender alguma coisa com ele?
Chegou o mocinho
Então, Davi chegou à Fronteira Sangrenta. Ele não era do exército. Seu
trabalho era cuidar das ovelhas de seu pai. Foi até a batalha apenas para
visitar seus irmãos.
Davi escutou as ofensas de Golias, viu o exército inteiro com medo, ficou
indignado e disse: “Eu vou lutar contra ele!” (1Sm 17:32).
“Saia daqui, seu convencido, presunçoso! O que você está fazendo aqui?”
(1Sm 17:28). Essa foi a reação dos irmãos de Davi. “Você não passa de um
rapazinho; ele é um gigante. Você não pode lutar contra ele” (1Sm 17:33).
Foi essa a reação do rei Saul. Davi estava sendo presunçoso ou estava sendo
corajoso?
Você está sendo presunçoso ou corajoso quando pensa em estabelecer
metas extremamente audaciosas, quando discorda de seu chefe ou encara
um desafio que parece estar além de suas forças?
Presunção:
Coragem:
A fala do bandido
Quando viu Davi, um jovem, sem armadura, espada e escudo, o gigante
Golias cumpriu bem seu papel de bandido. Gargalhou, menosprezou,
xingou e jogou a maldição dos seus deuses. “Darei os pedaços do seu corpo
para os urubus comerem, seu moleque” (1Sm 17:42-44).
A fala do mocinho
“Davi respondeu: ‘Você vem contra mim com espada, lança e dardo. Mas
eu vou contra você em nome do Senhor todo-poderoso, o Deus dos
exércitos israelitas, que você desafiou. Hoje mesmo o Senhor Deus entregará
você nas minhas mãos. [...] Então o mundo inteiro saberá que o povo de
Israel tem um Deus, e todos aqui verão que Ele não precisa de espadas ou
de lanças para salvar o Seu povo. Ele é vitorioso na batalha e entregará todos
vocês nas nossas mãos’” (1Sm 17:45-47).
Além de Golias, todos do exército de Israel ouviram claramente o discurso
de Davi. Até os soldados inimigos ouviram. Por que Davi fez esse discurso?
Por que o fez tão alto, para todos ouvirem? Em que isso ajudaria?
O ato de coragem de Davi, sua motivação, sua fonte de força e seu discurso
apaixonado inspiraram o exército de Israel. Era essa a razão do discurso de
Davi.
Todos ficaram impressionados com a coragem daquele jovem pastor de
ovelhas. Perceberam que ele não estava lutando em causa própria, mas por
seu povo e seu Deus. Ouviram Davi gritando que o Deus todo-poderoso era
maior do que espadas e lanças e ouviram também seu discurso de vitória,
feito antes mesmo do início da luta.
Você consegue inspirar seus colegas de trabalho, de escola ou de
condomínio a derrubar gigantes? Sua motivação, confiança e discurso
lembram os de Davi?
Falando ao coração
O estilo de discurso que adotamos tem alguma influência em nossa capacidade de obter
o apoio dos ouvintes?
Ainda, segundo a pesquisa, para ser mais eficaz, o discurso dos líderes precisa atrair a
atenção, ser facilmente compreendido, apelar às emoções e ser resumido em pontos-
chave que possam ser lembrados no dia-a-dia.
Administrative Science Quartely, v. 46 (2001), no 3, p. 527.
Todos amavam Davi
O rei Saul promoveu Davi a oficial do exército. “E isso agradou a todo o
exército, inclusive aos outros oficiais” (1Sm 18:5). Jônatas, filho do rei Saul,
se tornou o melhor amigo de Davi (1Sm 18:1). E Mical, filha do rei Saul,
queria se casar com o jovem herói (1Sm 18:20, 28).
Todos amavam Davi. Um dia, quando o exército voltava para casa,
vitorioso, adivinhe quem o povo pediu que subisse no carro de bombeiros:
o rei Saul ou o jovem guerreiro Davi? Adivinhe qual camiseta era a mais
vendida: a que tinha a foto de Saul ou a de Davi?
Falando ao coração
Nas situações abaixo, elabore um breve discurso que fale ao coração das pessoas. Além
disso, se possível, utilize imagens que o tornem atrativo, fácil de entender e com pontos-
chave que possam ser facilmente lembrados. Faça discursos supondo que você é um:
c) Líder religioso, convidando os fiéis a irem à igreja com mais frequência, e a chegarem
no horário.
O líder ciumento
“As mulheres de todas as cidades de Israel [...] cantavam canções alegres,
dançavam e tocavam pandeiro e lira. Alegravam-se e cantavam assim: ‘Saul
matou mil; Davi matou dez mil.’ E Saul não gostou disso. Ficou muito
zangado e disse: ‘Para mim as mulheres deram mil, mas para Davi deram dez
mil. A única coisa que está faltando agora é ele ser rei.’ E desse dia em
diante Saul começou a ter ciúme de Davi” (1Sm 18:6-9).
Saul não ficou feliz com a vitória porque a honra maior foi atribuída a
Davi. Quando era criticado, Saul tentava se justificar colocando a culpa em
sua equipe: “Foram os meus soldados que erraram; não eu” (1Sm 15:21);
“Eu errei porque o povo me pressionou” (1Sm 15:24). Ele preferia seguir em
frente em uma decisão errada a admitir um erro e voltar atrás (1Sm 14).
Tomava decisões pensando não no correto, não no melhor, mas no que
renderia o maior aplauso popular (1Sm 13:11).
No princípio de seu reinado, Saul era humilde. Mas as muitas vitórias o
tornaram orgulhoso, invejoso, ciumento, sempre querendo ser o centro das
atenções. Até construiu um monumento para sua própria honra (1Sm
15:12). Não aceitava críticas. Tentava colocar a culpa das derrotas nos
outros e obter a glória da vitória para si. Não aceitava que ninguém fosse
aplaudido mais do que ele. Por isso Davi — o herói, o mocinho do filme —
se tornou seu inimigo.
Um líder com essa atitude conseguiria inspirar devoção e entusiasmo em
você? Esse seria o tipo de líder que tocaria o seu coração e o faria abraçar
uma causa com todas as suas forças?
Que tipo de líder é você?
Responda para si mesmo, com toda honestidade, refletindo sobre suas atitudes nos
grupos sociais nos quais você atua.
● Você prefere: (a) ter alguém com muita capacidade na equipe; (b) não ter e evitar que
outra pessoa seja o centro das atenções; (c) depende da equipe e da pessoa.
● O que você acha mais importante em um cargo de liderança: (a) a honra e o poder; (b)
o salário; (c) a missão a ser cumprida.
● O que você acha pior em um resultado negativo: (a) sua desonra pessoal; (b) o mau
resultado em si; (c) o sentimento negativo no time.
● O que você acha melhor em uma vitória: (a) o resultado positivo em si; (b) sua honra
pessoal; (c) o sentimento positivo no time.
● A quem você mais gostaria de atribuir a glória da vitória: (a) ao time como um todo; (b)
ao principal responsável no time (não sendo você); (c) a você mesmo.
● Quando um mau resultado ocorre: (a) procuro explicar com causas externas ao time;
(b) procuro o problema no time; (c) procuro o problema primeiramente em mim.
● Se alguém aponta um erro meu, minha tendência é: (a) ficar ressentido; (b) transferir a
culpa; (c) refletir sobre a crítica, independentemente de quem a fez e de como a fez.
O líder amado
Saul planejou a morte de Davi, armou-lhe ciladas, usou seu exército,
tentou matar Davi com as próprias mãos (1Sm 18:11, 17, 21; 19:1, 10-15;
19:20; 20:31-33). Davi conseguiu escapar da morte, mas passou a viver como
um fugitivo.
Qualquer um que ajudasse Davi se tornava inimigo de Saul. Um dia, Davi
se refugiou com um grupo de sacerdotes em uma cidade chamada Nobe.
Saul matou não apenas os sacerdotes, mas todos os moradores da cidade:
homens, mulheres e crianças (1Sm 22:18-20). Um único sacerdote,
chamado Abiatar, escapou e foi procurar Davi.
“Eu sou o culpado da morte dos seus parentes” (1Sm 22:22), disse Davi a
Abiatar. Ele não fugia da responsabilidade pelos problemas como fazia Saul.
Um dia, o rei Davi foi diretamente criticado pelo profeta Natã. O rei
reconheceu o erro, dizendo: “É verdade; eu pequei” (2Sm 12:13). Ao ser
repreendido por um comandante do exército chamado Joabe, Davi
concordou com ele e fez o que lhe foi sugerido (2Sm 19:1-8). A Deus, Davi
pedia perdão e ajuda para agir corretamente: “Deus, eu estou errado, me
perdoa e cria em mim um coração puro, e me dá vontade de fazer o que é
correto” (Sl 51:3, 4, 10).
O sacerdote Abiatar passou a ser fugitivo com Davi. A família de Davi
também se juntou a ele. Logo, Davi tinha um pequeno bando de fugitivos
com ele. “E todos os homens que estavam em dificuldades, ou com dívidas,
ou insatisfeitos também foram, e Davi se tornou o chefe deles. Havia com
ele mais ou menos quatrocentos homens” (1Sm 22:2).
Então, Davi soube que um povo inimigo — os filisteus — estava atacando e
saqueando a cidade de Queila, em Israel. Davi se comoveu com a situação
das pessoas que moravam ali e quis defendê-las.
Davi, nós já temos inimigos suficientes aqui! O rei Saul está nos perseguindo. Nós
estamos em perigo. E você ainda quer ir a Queila lutar contra os filisteus (1Sm
23:3)?
Davi não lutava por si, mas por seu povo. Sua causa não era ele mesmo.
“Então Davi perguntou a Deus, o Senhor: ‘Devo ir e atacar os filisteus?’”
(1Sm 23:2). Davi sempre consultava a Deus antes de tomar suas decisões
(1Sm 23:9-12; 30:8; 2Sm 5:19, 23; 21:1). “‘Sim’!”, respondeu o Senhor.
Ataque-os e salve a cidade de Queila” (1Sm 23:2). E Davi salvou os
moradores de Queila.
Ao contrário de Saul, Davi era um líder que aceitava críticas, reconhecia
seus erros, lutava por seu povo e não em causa própria. A causa de Saul era
matar Davi e se engrandecer. A causa de Davi era defender seu povo.
Esse povo, que era a causa de Davi, amaria qual líder: Saul ou Davi?
Quem, desse povo, deixaria de apoiar, com força e entusiasmo, a causa de
Davi?
Um colega de trabalho – chamado Paulo – está disputando uma promoção com você.
Ele comete um erro, que acaba gerando uma grande derrota para a empresa. Paulo
sempre foi seu rival. Costumava menosprezar seu trabalho e fazer tudo para você se dar
mal. E agora você tem a chance de acabar com ele. “Esta é a sua oportunidade”, lhe
dizem. O que você faria?
O apoio depende também de quem apresenta o projeto. Qual povo deixaria de apoiar um
líder que luta as batalhas do povo, em vez de lutar por si? Não é verdade que seria bem
mais difícil apoiar o mesmo projeto, vindo de um líder que busca as glórias para si, e põe
a culpa das derrotas nos outros?
Para obter aprovação popular ouça, apresente seu sonho, fale ao coração e lute as
batalhas do povo, em lugar das suas.
Chefe de atendimento
Você faz planos para o discurso no primeiro dia de trabalho: “De hoje em diante, todos
devem chegar no horário, trabalhar com seriedade e atender o público com um belo
sorriso!” Mas será que nenhum dos chefes anteriores pensou em dizer isso? É certo que
todos dizem, mas o pessoal não obedece. Em empresa pública é difícil. Mas eu sou o
chefe; terão que me obedecer. E o que faço se não obedecerem? Desconto no salário?
Tento mandar embora? Mandar funcionário público embora é complicado. Como é que
vou fazer para que me respeitem?
Faça um plano para cumprir sua missão: melhorar o atendimento e ser respeitado como
chefe.
“Que milagre você pode fazer para nos provar que tem autoridade para fazer isso?”
Jo 2:18
Ele não teve nenhum cargo político, nem dinheiro e sequer um único
soldado sob seu comando. Não construiu nenhum palácio, nenhum posto
de saúde, estradas nem praças. E, mesmo assim, a história do mundo é
dividida em duas partes: antes e depois dEle.
Hoje, cerca de dois bilhões de pessoas se dizem seguidoras desse líder. Ao
longo de dois mil anos, muitos dedicaram a vida a Ele e até chegaram a
morrer por Ele. Seguiram-nO e ainda O seguem voluntariamente, sem
salário nem recompensa imediata. Ninguém conseguiu tantos seguidores
voluntários quanto Jesus.
Jesus Cristo foi e continua sendo o líder mais importante da história. Sem
cargo, exército, dinheiro e sem construir praças. O que Ele fez, então, para
conquistar tal autoridade? Como Ele conseguiu ser o maior líder da história?
O nascimento do Messias
Era a época da vinda do Messias. Uma moça chamada Maria ouviu de um
anjo: “Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nEle o nome de Jesus.
Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo.
Deus, o Senhor, vai fazê-Lo rei, como foi o antepassado dEle, o rei Davi. Ele
será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o reino dEle nunca se
acabará” (Lc 1:31-33).
Pelo poder do Espírito Santo, Maria ficou grávida. Assim que Jesus nasceu,
algumas pessoas reconheceram naquela criança o libertador de Israel.
Alguns pastores receberam a notícia através de anjos (Lc 2:8-20); os magos
do Oriente viram uma estrela especial (provavelmente anjos), indicando o
local do nascimento do Rei-messias (Mt 2:1, 2; Nm 24:17). Um homem
chamado Simeão, ao ver o menino Jesus, pegou-O no colo e disse: “Agora,
Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este Teu servo
partir em paz. Pois eu já vi com os meus próprios olhos a Tua salvação” (Lc
2:29-30). Mas, infelizmente, a maioria do povo não percebeu o nascimento
do Messias.
O Messias começa Seu trabalho
Trinta anos se passaram. O menino Jesus Se tornou um homem e assumiu
a missão do Messias das profecias. Jesus então começou a construção do Seu
reino, e dizia: “Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto” (Mc 1:15).
“Chegou o tempo em que o Senhor salvará o Seu povo” (Lc 4:19).
“Jesus andou por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, anunciando a
boa notícia do Reino e curando as enfermidades e as doenças graves do
povo” (Mt 4:23). Naturalmente, as curas chamaram a atenção. “E foram até
Jesus grandes multidões levando coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos
outros doentes [...] e Ele curou todos. [...] E todo o povo louvou ao Deus de
Israel” (Mt 15:29-31).
O povo ficou ainda mais admirado quando Jesus mostrou que tinha poder
para ressuscitar os mortos (Lc 7:11-17; Jo 11). “Que grande profeta apareceu
entre nós!”, disseram. “Deus veio salvar o Seu povo! Essas notícias a respeito
de Jesus se espalharam por todo o país e pelas regiões vizinhas” (Lc 7:16,
17).
Certo dia, Jesus caminhou sobre a água. Em outra ocasião, mandou que
uma tempestade se acalmasse, e ela se acalmou! Os que viram esse milagre,
assustados, diziam entre si: “Que homem é este que manda até no vento e
nas ondas?!” (Mc 4:41). E as notícias sobre o poder de Jesus se espalhavam.
Jesus foi para uma montanha, longe das cidades, mas “uma grande
multidão O seguia porque eles tinham visto os milagres que Jesus tinha
feito, curando os doentes” (Jo 6:2). O tempo passou e a multidão
continuava ali, perto de Jesus, longe das cidades, sem comida. Todos
estavam com fome. Jesus aceitou o lanche de um menino — cinco pães e
dois peixes —, multiplicou a comida e alimentou toda a multidão. “Os que
comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar as mulheres
e as crianças” (Mt 14:21). Os que viram esse milagre ficaram tão
entusiasmados com o poder de Jesus que queriam proclamá-Lo rei ali
mesmo (Jo 6:14, 15).
Questão de autoridade
Você foi contratada para ser professora de duas classes, uma com 39 alunos na turma
da manhã, e outra com 26 alunos na turma da tarde. A professora anterior não aguentou.
Os alunos não a respeitavam. Ela passava uma tarefa, eles ficavam conversando;
abaixava a nota, eles riam na cara dela. Eles são terríveis!
Sua missão é fazer com que os alunos aprendam. Mas, ao que tudo indica, eles não
estão interessados em aprender. Eles até vão à escola, mas só para se divertir. “Bater
neles eu não posso”, você pensa. “Se eles não aprenderem, a culpa é minha. Como é que
eu vou fazer para que eles me respeitem?”
Faça um plano para cumprir sua missão: os alunos precisam aprender e você precisa
ser respeitada como professora.
Pense em pessoas que você conhece para serem seus ajudantes em uma importante
missão. Agora escolha as alternativas que melhor refletem seu modo de liderar:
1. Prazos e sequência
2. Orçamento
( ) Estipulo uma fatia do orçamento para cada setor, e os responsáveis gastam, dentro
de seus limites.
3. Atividades críticas
5. Problemas ou soluções
Por que Ele não usa Seu poder para vencer os romanos?
Ele tem poder para curar, para ressuscitar mortos, multiplicar comida, e até para
mandar no vento e nas ondas! Vencer os romanos será fácil para Ele. Ele é o
Messias, o Libertador de Israel! Jesus, seja nosso rei e derrote os romanos de uma vez
por todas!
Apesar de demonstrar um poder surpreendente, Jesus parecia ser diferente
do Messias que o povo aguardava. O povo esperava um grande guerreiro;
mas Jesus não tinha exército. O povo queria um rei que restabelecesse a
glória de Israel; mas Jesus era pobre, comum demais. Quando o povo quis
proclamá-Lo rei, Ele Se esquivou (Jo 6:15). Estranho!
Os seguidores de Jesus começaram a ficar confusos, porque viam que Ele
tinha poder, mas parecia não querer exercê-lo para libertar a nação. Quando
um grupo de pessoas não foi muito receptivo a Jesus, Seus seguidores
sugeriram: “O Senhor quer que a gente mande descer fogo do céu para
acabar com essas pessoas?” (Lc 9:54). “Não, não é por aí”, respondeu Jesus.
Ele tinha poder, mas não o exercia para consolidar Seu reino. Por quê?
Por que Jesus não usava Seu poder para vencer os romanos e também para
Se impor como rei?
Poder para mandar ou autoridade para liderar?
● Poder: É a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de
sua posição, mesmo que a pessoa prefira não fazer.
Hunter defende que a liderança deve ser exercida com base na autoridade, e não no
poder. O líder deve obter o apoio das pessoas por sua influência. Assim as pessoas vão
obedecer por sua própria vontade, e não por serem obrigadas.
Missão e relacionamento
A liderança tem duas dimensões: missão e relacionamento. O líder nunca
pode perder de vista sua missão; do contrário, sua liderança não levará o
empreendimento à situação pretendida.
Jesus foi um líder consciente e fiel à Sua missão. Tinha poder mais do que
suficiente para vencer os romanos. Mas Sua missão era outra e Ele não Se
deixou desviar dela, por mais difícil e doloroso que fosse o caminho.
A segunda dimensão, que precisa ser imitada tanto quanto a primeira, é o
relacionamento entre líder e liderados. O líder só conquistará verdadeira
autoridade sobre seus liderados com base no relacionamento que tiver com
eles.
O líder que se preocupa com a missão e esquece o relacionamento é o
“feitor de escravos”. Ele exige de seus escravos: “Trabalhem, trabalhem e
trabalhem!” Faz ameaças e é odiado por todos. Dá chicotadas, às vezes.
Ninguém segue, apoia nem dá o melhor de si para um líder assim. Ninguém
faz mais do que a obrigação para esse tipo de líder. Você faria?
O líder que cultiva o relacionamento e esquece a missão é o “chefe gente
boa”, que não está nem aí se o pessoal está produzindo ou não. Ele só quer
saber de estar bem com todo mundo. Trabalhou bastante? Ótimo!
Trabalhou pouco? Tudo bem, também. Não deu para chegar no horário
hoje? Deixa pra lá! Tivemos prejuízo? Faz parte da vida! Valeu o esforço!
Você conhece algum líder “feitor de escravos”? E um líder “chefe gente
boa”? Que tipo de líder é você?
Para caminhar na direção certa, o líder precisa manter o foco na missão. E,
para conseguir motivar seu pessoal a dar o melhor de si durante toda a
caminhada, ele precisa conquistar autoridade com base no relacionamento
que tem com sua equipe.
Relacionamento com a equipe? Como assim?
Os filhos da esposa
– Hoje você não vai sair! Vai ficar ajudando sua mãe!
– Bate em mim, bate! E você vai ver! Chamo a polícia e você vai para a cadeia!
Apesar de não serem seus filhos naturais, eles moram com você e dependem de você.
Agora, você é quem tem a missão de educá-los. Mas eles já eram quase adolescentes
quando se tornaram parte de sua família. Um tanto rebeldes pela separação, demonstram
muita resistência a você.
Você precisa ajudar na educação deles. É sua obrigação. E, para isso, eles precisam
respeitá-lo. Como conquistar autoridade sobre eles?
● Educava.
● Dava o exemplo.
A morte do Messias
Jesus foi preso, acusado de rebelião e heresia. “Nós temos uma lei, e ela diz
que este homem deve morrer, porque afirma que é o Filho de Deus” (Jo
19:7). Era isso que diziam os líderes religiosos.
Jesus, vamos reagir. Use Seu poder! O Senhor tem poder para multiplicar comida,
para mandar nos ventos e nas ondas, curar e até ressuscitar. Deve ter poder também
sobre esses soldados! Vamos nos livrar dos romanos. Vamos vencê-los. Vamos tomar
o poder!
“Guarde a sua espada!” (Jo 18:11), disse Jesus a Pedro. Incrivelmente, Ele
parecia não querer reagir. “Ficou calado como um cordeiro que vai ser
morto” (Is 53:7).
Ele disse que era o Messias. Disse que estava chegando o tempo de implantar o
novo reino. O que aconteceu? Onde está Seu poder? Será que Ele está guardando
forças para agir na hora certa?
A hora de demonstrar poder parecia não chegar nunca. Preso, espancado,
humilhado, condenado, morto e sepultado. Foi assim que os seguidores
viram Aquele que pensavam ser o Messias, o Rei dos reis, Filho de Davi,
poderoso libertador de Israel.
Junto com Jesus morreram as esperanças de Seus seguidores. Por séculos,
os judeus aguardaram o Messias e a libertação que Ele traria. E quando Ele
veio, alguns O reconheceram como o Messias enviado por Deus. Viram Seu
poder na cura de muitos doentes, na alimentação de milhares de pessoas,
nos mortos que foram ressuscitados. “Chegou nossa hora”, pensaram.
Chegaram a disputar cargos no novo reino. Agora, seu líder e a esperança
deles estavam mortos.
Além de decepcionados, os discípulos ficaram com medo: “Será que nós
também seremos mortos?”
O Estranho
A caminhada daqueles dois discípulos terminou quando chegaram em
casa. Mas aquele homem estranho, de quem eles nem sabiam o nome,
pretendia seguir viagem.
— Eu tenho que ir — disse o Estranho.
— Não! Fique conosco esta noite. Fale-nos mais sobre o Messias e as
profecias!
— Eu realmente tenho que ir!
— Fique pelo menos para o jantar, então!
— Está bem, Eu janto com vocês.
Aquele Estranho “sentou-Se à mesa com eles, pegou o pão e deu graças a
Deus. Depois partiu o pão e deu a eles. Aí os olhos deles foram abertos, e
eles reconheceram Jesus. Mas Ele desapareceu” (Lc 24:30, 31).
— Era Ele! Eu vi as feridas dos pregos em Suas mãos! Ele está vivo! Ele
ressuscitou!
— Não terá sido uma visão?
— Ele falou conosco por todo o caminho, você não ouviu? Caminhou
conosco, bem ao nosso lado. Partiu o pão para nós!
— Precisamos contar isso aos outros discípulos!
— Mas já é noite!
— Vamos agora. Não podemos esperar até amanhã!
Mas, e o reino?
Embora tivessem compreendido o verdadeiro objetivo da vinda do Messias
e se alegrado por perceber que Sua morte não significara derrota mas sim
vitória, os discípulos ainda tinham muitas dúvidas: “Afinal, teremos um
reino ou não?”
“Os onze discípulos foram para a Galiléia. [...] E, quando viram Jesus, O
adoraram; mas alguns tiveram suas dúvidas. Então Jesus chegou perto deles
e disse [...]: vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam Meus
seguidores” (Mt 28:16-20).
Cerca de três anos antes, Jesus havia chamado alguns dos discípulos ali
mesmo na beira do Mar da Galiléia. “Venham comigo, vamos construir um
reino. Um reino baseado no amor às pessoas. Assim como Eu estou
recrutando vocês, recrutem outros. Deixem seus barcos de pesca. Vou fazer
de vocês pescadores de gente” (Mt 4:18-21).
Para acabar com qualquer dúvida, Jesus estava renovando o convite:
“Façam novos seguidores! Agreguem outras pessoas. Capacitem. Cuidem
delas!” Sim, haveria um reino! Não pela força da espada, mas fundado no
respeito e amor por todos.
Pedro
Pedro era um discípulo metido a valentão. Um tanto auto-confiante,
gostava de se mostrar melhor que os outros. “Eu nunca abandonarei o
Senhor, mesmo que todos O abandonem” (Mt 26:33; Mc 14:29).
Quando Jesus estava sendo preso e condenado à morte, aquele Pedro que
se considerava corajoso, valentão, melhor que os outros, em um momento
de confusão e medo, disse: “Eu nem conheço esse homem” (Lc 22:56-60).
Negou três vezes seguidas que era discípulo de Jesus. Pedro pensou em salvar
a própria vida. Covardemente, traiu a confiança de Jesus. Que vergonha
para o valentão!
Com um olhar amoroso, Jesus mostrou a Pedro Seu perdão e amor.
Depois de ressuscitar, Jesus fez questão de dizer a Pedro que continuava
contando com ele para construir Seu reino. Deixou isso bem claro no
diálogo que teve com Pedro:
– Pedro, você Me ama mais do que todos os outros?
– Eu Te amo, Mestre (Jo 21:15-19).
Pedro não respondeu que amava mais que os outros. Respondeu
simplesmente que amava. O presunçoso Pedro deu lugar a um discípulo
humilde.
Algum tempo depois, Pedro estava pregando na igreja, recrutando novos
seguidores. Os mesmos líderes que prenderam e mataram Jesus estavam
furiosos. Eles prenderam Pedro e outro discípulo, chamado João. Tudo
parecia indicar que o destino de Pedro e João seria igual ao de Jesus: prisão e
morte.
Por ocasião da morte de Jesus, Pedro ficou com medo das ameaças e negou
veementemente ser seguidor de Jesus. O que ele faria agora?
“Não podemos deixar de falar daquilo que temos visto e ouvido” (At 4:20).
Essa foi a resposta de Pedro e João. A presunção de Pedro se transformou
em humildade. A covardia e a traição se transformaram em coragem e
comprometimento.
O que aconteceu com Pedro? O que causou essa transformação? “Os
membros do Conselho Superior ficaram admirados com a coragem de
Pedro e João, pois sabiam que eles eram homens simples e sem instrução. E
reconheceram que eles tinham sido companheiros de Jesus” (At 4:13).
Ser companheiro de Jesus, passar tempo com Ele – isso transforma vidas.
As pessoas crescem ao lado de Jesus. Covardes se tornam corajosos,
orgulhosos se tornam humildes, inseguros se tornam confiantes, doentes se
tornam saudáveis.
Pedro deixou de ser pescador de peixes e passou a ser pescador de gente.
Dedicou o resto da vida à construção do reino de Jesus.
Outros seguidores, que a princípio estavam interessados em cargos e
vantagens materiais, deixaram de lado todos esses interesses e também
decidiram participar na construção do novo reino. Enfrentaram
perseguições, prisão e morte. Não participaram porque foram forçados. Mas
fizeram isso por amor a Jesus, sem esperar nenhuma recompensa material.
Paulo, um desses seguidores, disse: “Pois para mim viver é Cristo, e morrer
é lucro (Fp 1:21). “Assim já não sou eu quem vive, mas é Cristo que vive em
mim” (Gl 2:20).
Um discípulo chamado Estêvão foi apedrejado por causa de Jesus, e no
momento de sua morte repetiu as mesmas palavras bondosas de seu Mestre:
“Senhor, não condenes esta gente por causa deste pecado” (At 7:60; ver
também Lc 23:34).
No início, a equipe de Jesus era composta por Pedro e mais onze. Depois
vieram Paulo, Estêvão e outros. Pessoas foram transformadas por causa do
evangelho de Jesus. Eram pequenas sementes de Seu reino. Mas cresceram e
produziram muitos frutos. Hoje, cerca de dois bilhões de pessoas se dizem
seguidoras de Jesus. Para Ele, construir um reino significa transformar
pessoas.
Qual foi a pessoa que mais exerceu ou exerce influência sobre você? Não pense em
uma pessoa a quem você obedeceu por ter obrigação de obedecer. Pense em alguém
que tenha influenciado sua forma de pensar ou agir; alguém de quem você tenha,
espontaneamente, aceitado a opinião e sentido vontade de obedecer. Quem poderia ser?
Talvez seu pai ou sua mãe, talvez outra pessoa.
Agora que você escolheu a pessoa, responda: o que levou você a escolhê-la? Que
características dessa pessoa, de sua forma de agir, de sua forma de tratar você, o
levaram a respeitá-la?
O que, nessa pessoa, fez com que ela conquistasse autoridade sobre você?
Adaptado de James C. Hunter, O Monge e o Executivo, p. 31.
Qual filho não sente vontade de respeitar um pai que deixa de comer para
poder alimentá-lo? Qual filho não retribui o amor de uma mãe que deixa de
pensar na própria vida para privilegiar a vida de seus filhos? Qual aluno
deixa de colaborar com um professor que se sacrifica para ensiná-lo? É
possível deixar de respeitar e amar alguém que, por seus atos, demonstra
que nos ama?
Ninguém escolhe — note a palavra: escolhe — obedecer ao chefe, professor,
pai, ou algum outro líder que obriga, ameaça, faz chantagem, manda com
base no poder que detém. Podemos até obedecer aos tiranos quando somos
obrigados a isso. Mas jamais escolhemos obedecer-lhes. Escolhemos dar o
nosso melhor aos líderes, pais, maridos, esposas, chefes e professores que
nos tratam com respeito e amor.
Os discípulos já conheciam o poder do Filho de Deus. Já admiravam Sua
sabedoria também. Mas, após Sua morte e após entender melhor Sua
missão, compreenderam a grandeza do Seu amor por eles. Entenderam que,
em cada milagre, pregação e conversa, Jesus não visava Seu próprio
benefício. Estava pensando em Seus seguidores. Tudo o que Ele fez foi
pensando nos outros. O Cordeiro de Deus não salvou Sua vida; preferiu
salvar a dos Seus seguidores.
“Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo
contrário, Ele abriu mão de tudo o que era Seu e tomou a natureza de servo,
tornando-Se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um
ser humano, Ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte — morte de
cruz” (Fp 2:6-8).
“Ele foi rejeitado e desprezado por todos; Ele suportou dores e sofrimentos
sem fim. [...] No entanto, era o nosso sofrimento que Ele estava carregando,
era a nossa dor que Ele estava suportando. [...] Ele estava sofrendo por causa
dos nossos pecados, estava sendo castigado por causa das nossas maldades.
Nós somos curados pelo castigo que Ele sofreu, somos sarados pelos
ferimentos que Ele recebeu” (Is 53:3-5).
Como Jesus conquistou o respeito e o amor de Sua equipe inicial e de
todos os que, posteriormente, aceitaram Sua liderança? A resposta é que Ele
amou, serviu, Se sacrificou, perdoou, amou, pensou primeiro na equipe. Ele
foi o maior exemplo de um líder servidor. Seus seguidores se sentiram
amados por Ele, e por isso escolheram segui-Lo.
Até hoje é assim. Jesus não usa gritos, ameaças ou chantagens para
conquistar pessoas para o Seu reino. Ele levanta a mão, não para bater, mas
para mostrar as feridas — cicatrizes que ganhou na luta por nossa causa. Ele
ainda convida: “Venha fazer parte do Meu reino! Venha comigo, e Eu vou
fazer de você um pescador de gente. Passe tempo comigo e vou transformar
você e seus sonhos. Aceita?”
Para Não Esquecer
Veja a seguir as principais lições de liderança que você pode aprender com
os líderes apresentados neste livro:
● Deus não precisa de nossa ajuda, mas Ele quer que os seres humanos
participem de Sua empreitada de abençoar o mundo.
● Viver pela fé não significa viver sem dinheiro; significa pôr a base de sua
segurança em Deus, e não no dinheiro. Viver pela fé é estar certo de que o
que foi planejado ou prometido por Deus existe e está à nossa espera, ainda
que não possamos ver no momento.
● Deus não nos ofereceu uma vida sem obstáculos, e também não Se
ofereceu para fazer os milagres que nós escolhermos. Os obstáculos que
aparecem em nossa vida são oportunidades para desistir e voltar, ou para
lutar e vencer; para abandonar o caminho da fé, ou para que a nossa fé
cresça.
● A mesma proposta de sociedade que Deus fez a Abraão é feita a nós:
Deus quer que sejamos Seus representantes no mundo.
O líder realizador:
● Não se conforma com a miséria da escravidão. Ele acredita em uma
cidade sem lixo e sem fome, acredita em empresas que ainda não existem.
● Enxerga de maneira diferente. Ele vê as dificuldades como obstáculos a
serem contornados. Consegue enxergar a terra prometida. Não existe
empreendedorismo sem otimismo.
● Elabora planos para transformar o futuro para melhor. A visão positiva
do futuro deve ser inspiradora e deve ter lugar para todos. Não é possível ir
sozinho à terra prometida. O empreendedor é um líder que distribui
esperança a todos que o cercam.
● Mostra a todos os envolvidos o seu papel na construção do futuro
melhor. O líder realizador é persistente e insiste com os que desanimam
pelo caminho.
● Mantém o foco no futuro, toma decisões priorizando o futuro e assimila
derrotas pensando no futuro.