Cotovelo

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ANÁLISE

CINESIOLÓGICA DO
COTOVELO

Dernival Bertoncello
Objetivos da aula:

- conhecer o complexo articular do


cotovelo;
-conhecer os movimentos que ocorrem no
cotovelo ou que dele dependem.
Tópicos a serem abordados:

* Constituição articular
* Movimentos
* Fatores de coaptação
* Alterações mecânicas por diferentes
causas
COTOVELO
SISTEMA FUNCIONAL COMPOSTO POR
TRÊS ARTICULAÇÕES

CONEXÃO ENTRE OMBRO E


EXTREMIDADE DO MEMBRO SUPERIOR
COTOVELO

ARTICULAÇÃO EM DOBRADIÇA
- UNIAXIAL -
CENTRO DE MOVIMENTO DO
MEMBRO SUPERIOR

AMPLITUDE DE MEMBRO SUPERIOR


Tróclea

Componente umeral tróclea tem a forma de


ampulheta.
Superfície articular é revestida de cartilagem.
Uma depressão central da tróclea (sulco
troclear) separa duas superfícies convexas
desiguais.
O sulco tem direção oblíqua e possui características individuais que levam
a variações no ângulo de transporte.
A tróclea está rodada anteriormente em 30º-45º em relação à diáfise.
No plano frontal a tróclea apresenta inclinação de 6º de valgismo em
relação ao longo do eixo da diáfise umeral.
O COTOVELO

3
ARTICULAÇÕES

Úmero-ulnar
Úmero-radial
Radioulnar proximal

Hall, S.J. Biomecânica Básica, 2000


Articulação
umeroulnar

Entre incisura
troclear da ulna e
tróclea do úmero
Articulação
umerorradial

Entre a face
proximal da cabeça
do rádio e o
capítulo do úmero
Articulação Articulação
umerorradial radioulnar
proximal

Entre a cabeça do rádio e incisura radial da ulna


O COTOVELO

Arquitetura óssea forte

ESTABILIDADE Cápsula articular

Rede ligamentar
O COTOVELO

Paleta umeral
-frente: fosseta
supratroclear
-trás: fosseta
olecraniana

Amplitude de
flexão e extensão
Deslocada para frente:
ângulo de 45° com a diáfise
umeral

Kapandji, A.I. Fisiologia Articular, 5a.ed., 2000


O COTOVELO

Cabeça radial

Função de rotação axial (cilíndrica)


Função de flexo-extensão: adapta-se à forma esférica do
côndilo umeral, por isso tem superfície côncava
O COTOVELO
Cápsula articular

Cobre completamente
as faces articulares e Cápsula articular
inclui os ligamentos
colaterais do rádio
(lateral) e da ulna
(medial), que são
partes espessadas da
cápsula propriamente
dita

Rasch, P.J. Cinesiologia e Anatomia Aplicada, 7a.ed., 1991


O COTOVELO
Ligamentos
LIGAMENTOS
Ligamento colateral medial

3 fascículos:
-anterior: fibras mais anteriores
reforçam o ligamento anular (do
processo medial para o processo
coronóide);
-médio: o mais potente (conecta a
porção no olécrano da parte
posterior à porção coronóide da
parte anterior);
- posterior (lig. de Bardinet): segue
do epicôndilo medial até o olécrano
da ulna.
LIGAMENTOS
Ligamento colateral medial

Porção anterior:

Ântero-medial (a1): tensa


em extensão
Póstero-medial (a2): tensa
em flexão

A porção anterior do ligamento colateral ulnar representa o maior


suporte ligamentar às forças valgizantes do cotovelo.
Esta porção é essencial na estabilidade funcional em todos os
graus de movimento.
LIGAMENTOS
Ligamento colateral medial
Porção posterior (b):

Esse fascículo está em


tensão no movimento de
flexão, especialmente após
60º.

Tem a forma alargada em leque e prende-se na face


póstero-medial do olécrano.
A secção desse fascículo não afeta significativamente a
estabilidade medial do cotovelo.
LIGAMENTOS
Ligamento colateral medial
Porção transversa (médio)
(c):
Origina-se na face medial
do olécrano e insere-se no
processo coronóide da ulna.

Tem origem e inserção na ulna e está intimamente


relacionado com a cápsula articular.
Contribui em pequena proporção na estabilidade da
articulação.
LIGAMENTOS
Ligamento lateral

a – ligamento colateral radial


b – ligamento colateral
lateral ulnar
a
d c – ligamento acessório
b c
d – ligamento anular
LIGAMENTOS
Ligamento colateral (radial)

3 fascículos:
-anterior: reforça o ligamento anular
pela frente;
-médio: reforça o ligamento anular
por trás;
-posterior: epicôndilo.

Mantém a integridade da articulação rádio-ulnar proximal


Mantém a cabeça do rádio em contato com a incisura radial
da ulna
Pouco distinguido da cápsula articular
LIGAMENTOS
Ligamento colateral lateral (ulnar)

Origina-se na porção
média do epicôndilo lateral
e insere-se no tubérculo da
crista dos músculos
supinadores da ulna

A liberação dessa porção


permite subluxação
inferior da articulação
úmero-ulnar (sinal do
pivot-shift do cotovelo).
LIGAMENTOS
Ligamento colateral acessório
Origina-se na margem
inferior do ligamento
anular e insere-se na crista
do tubérculo supinador.

Entra em tensão quando


uma força em varo é
aplicada ao cotovelo.

Os movimentos de flexo-extensão não alteram sua


posição ou comprimento de suas fibras.
Estabiliza o ligamento anular durante o estresse em
varo.
LIGAMENTOS
Ligamento anular
Estrutura forte em forma de anel
osteofibroso que envolve e estabiliza a
cabeça do rádio na incisura radial da
ulna.
Tem a extensão de 4/5 de um círculo.
A porção anterior do ligamento anular
torna-se tensa na supinação e a porção
posterior no movimento de pronação.

Dividido em três camadas:


-estrutura capsular profunda;
-camada intermediária (mais importante);
-camada superficial.
Articulação Úmero-ulnar

Estrutura de dobradiça
- tróclea ovular do úmero se
articula com a fossa troclear
da ulna

Movimentos: flexão e extensão


- também
hiperextensão

Maior estabilidade: na posição


trancada de extensão
Articulação Úmero-radial

Imediatamente lateral à
articulação úmero-ulnar
(deslizante)
- entre epicôndilo esférico do
úmero e a extremidade
proximal do rádio

Maior estabilidade: na posição


trancada com cotovelo em 90°
de flexão e o antebraço em 5°
de supinação
Articulação Radioulnar proximal

Ligamento anular une cabeça


do rádio e chanfradura radial
da ulna (pivô)

Movimentos: pronação e
supinação

Maior estabilidade: na posição


trancada o antebraço em 5° de
supinação
Origens e inserções musculares locais
Origens e inserções musculares locais
Trajeto nervoso local
Irrigação sangüínea com trajeto local
Bolsa sinovial
MOVIMENTOS DO COTOVELO

Flexão:
145° (ativa)
160° (passiva)
- depende da arquitetura
articular

Posição de referência: extensão completa


-não há amplitude de extensão (somente extensão
relativa)
Se houver mais de 5 a 10° ➔ hiperextensão
POSIÇÃO FUNCIONAL E DE IMOBILIZAÇÃO

Flexão de 90°
Pronação-supinação neutra (mão no plano
sagital)
MÚSCULOS QUE ATUAM NO COTOVELO

Flexores

supinação
BRAQUIAL ➔ forte
pronação

- Motor primário
- Monoarticular
MÚSCULOS QUE ATUAM NO COTOVELO

Flexores

BÍCEPS BRAQUIAL ➔ forte supinação

- Flexor principal
MÚSCULOS QUE ATUAM NO COTOVELO

Flexores

BRAQUIORRADIAL ➔ forte posição neutra

Função principal: Na pronação máxima:


- flexão do cotovelo - supinador
MÚSCULOS QUE ATUAM NO COTOVELO

Flexores

Eficácia dos flexores:


- máxima com cotovelo flexionado a 90°

Cotovelo estendido:
direção da força muscular
é quase paralela à direção
do braço de alavanca
MÚSCULOS QUE ATUAM NO COTOVELO

Flexores

Cotovelo semiflexionado:
força muscular está
perpendicular à direção do
braço de alavanca

Ângulo de máxima eficácia:


-entre 80 e 90° (Bíceps
braquial)
- entre 100 e 110°
(Braquiorradial)
MÚSCULOS QUE ATUAM NO COTOVELO

Extensores

TRÍCEPS BRAQUIAL ➔ 3 porções:


- porção longa (biarticular)
- porção medial
- porção lateral

ANCÔNEO ➔ não tão eficaz


- atua durante extensão ativa
do cotovelo (em movimentos
lentos)
MÚSCULOS QUE ATUAM NO COTOVELO

Extensores

Eficácia dos extensores:


- máxima com cotovelo em ligeira flexão
(entre 20 e 30°)
MÚSCULOS QUE ATUAM NO COTOVELO

Extensores

Quanto mais se aumenta a flexão:


- tendão tricipital se reflete na superfície
superior do olécrano ➔ polia ➔ compensa a perda
de eficácia
MÚSCULOS QUE ATUAM NO COTOVELO

Extensores

Eficácia da porção longa do tríceps:


- depende da posição do ombro (biarticular)
- maior quando o ombro está flexionado
FATORES DE COAPTAÇÃO

Coaptação longitudinal

Impede o deslocamento do
cotovelo em extensão

Força para baixo ➔ “transporte de balde de água”


Força para cima ➔ “queda com o cotovelo estendido”

COAPTAÇÃO:
-ligamentos (laterais)
-músculos do braço e antebraço
FATORES DE COAPTAÇÃO
Coaptação longitudinal
COAPTAÇÃO:
- encaixe do olécrano na fossa olecraneana
Mas cabeça do rádio tende a se luxar (é seguro pela
membrana interóssea)
FATORES DE COAPTAÇÃO

Coaptação em flexão

Em 90°:
- ulna é estável
➔ inserções
musculares:
- do tríceps (posteriormente)
e do braquial (anteriormente)

Rádio tende a se luxar para


cima pela tração do bíceps
EFICÁCIA DOS GRUPOS MUSCULARES

Força dos flexores: depende da posição de


pronação/supinação
Força de flexão em pronação > força de
flexão em supinação
5/3
Bíceps está mais alongado

Há posições preferenciais nas


que a eficácia dos grupos é
máxima
LESÕES COMUNS DO COTOVELO
Entorses e luxações:
- hiperextensão forçada pode
causar deslocamento
posterior do processo
coronóide da ulna em relação
à tróclea do úmero

Bursite :
- inflamação da bolsa sinovial
subolecraneana
LESÕES COMUNS DO COTOVELO
Tendinites:
- flexores e/ou extensores de punho (origem no cotovelo)
ANÁLISE
CINESIOLÓGICA DO
ANTEBRAÇO

Dernival Bertoncello
ANTEBRAÇO
GRANDE EIXO DE UM SISTEMA
COMPLEXO DE ALAVANCAS

CONEXÃO ENTRE OMBRO, COTOVELO E


EXTREMIDADE DO MEMBRO SUPERIOR
Composição do antebraço

Rádio
Composição do antebraço

Ulna
PRONAÇÃO-SUPINAÇÃO

Movimento de rotação
do antebraço ao redor
de seu próprio eixo

Articulações:
-rádio-ulnar proximal
-rádio-ulnar distal

Terceiro grau de
liberdade para o punho
PRONAÇÃO-SUPINAÇÃO

Articulações proximal e
distal ➔ pivô

Articulação rádio-ulnar
média ➔ sindesmose

Membrana elástica
permite a supinação e
pronação, mas evita o
deslocamento
longitudinal dos ossos
Composição do antebraço
Membrana interóssea
Camada superior:
-fibras oblíquas para
baixo e para dentro

Camada posterior:
-obliquidade inversa

Impede o deslocamento
do rádio para baixo
Composição do antebraço

Na supinação

Corda de
Weitbrecht

Camada superior
MEMBRANA INTERÓSSEA

Camada posterior

Ligamento anterior da
articulação rádio-ulnar distal
Composição do antebraço

Na pronação
Ulna e rádio cruzados
Rádio:
- região proximal ➔
externo em relação à ulna
- região distal ➔ interno
em relação à ulna

Músculos flexores ➔ se
interpõem entre o rádio e
a ulna ➔ “colchão”
durante a pronação
Composição do antebraço

Cabeça do rádio:
- contorno cilíndrico
preenchido por
cartilagem

Anel osteofibroso:
-ligamento anular
-pequena cavidade
sigmóide da ulna
Composição do antebraço
Articulação rádio-ulnar distal

Cavidade sigmóide do rádio ➔ presa pela epífise


do rádio
-ligamento triangular na margem inferior
Músculos do antebraço

Principais:
-pronador redondo
-pronador quadrado
-supinador
Músculos do antebraço

Pronador redondo

Estende
obliquamente
no terço
proximal do
antebraço
Músculos do antebraço

Pronador quadrado

Músculo plano,
retangular,
situado
profundamente
no quarto
distal do
antebraço
Músculos do antebraço

Supinador

Situado
profundamente,
possui duas
camadas
(superficial e
profunda)
Dinâmica da articulação rádio-ulnar proximal

Movimento principal:
-rotação da cabeça
radial ao redor de seu
eixo
Durante a pronação:
- eixo se desloca para
fora

No início do movimento: eixo diafisário do rádio é


vertical e paralelo ao da ulna
No fim do movimento: eixo do rádio é oblíquo para
baixo e para dentro
Dinâmica da articulação rádio-ulnar distal

Movimento principal:
-translação
circunferencial da
porção inferior do
rádio ao redor da ulna
Durante a pronação:
- rádio comparado a
uma manivela ➔
deslocamento circular
e rotação sobre si
mesma
Eixo de pronação - supinação

As duas articulações
são co-axiais

Eixos sobre uma


mesma reta
Movimentos do antebraço

Pronação

Músculos:
pronador redondo e
pronador quadrado

Amplitude: 90°
Movimentos do antebraço

Supinação

Músculos:
supinador e
bíceps braquial

Amplitude: 90°
Alterações mecânicas da pronação-supinação
Fraturas dos ossos do antebraço
Linha de fratura
radial se
localiza no terço
superior

Linha de fratura
Fragmento radial se
proximal localiza na
em porção média
supinação
máxima e o
distal em
pronação Deslocamento
máxima fica reduzido
pela metade
Alterações mecânicas da pronação-supinação
Luxações das articulações do antebraço

Luxação da cabeça radial


Geralmente associada à
fratura por impacto direto
da ulna
Luxação rádio-ulnar distal

Ocorre isoladamente ou
associada com fratura da
região distal
Alterações mecânicas da pronação-supinação
Fraturas da porção distal do rádio

Gera incongruência da
articulação e tensão
exagerada do ligamento
triangular
Trajeto do antebraço
Trajeto do antebraço
Trajeto do antebraço
Compensações

Na supinação ➔ não
ocorre totalmente

Na pronação ➔ abdução
de ombro
Posição funcional

Posição
intermédia e
posição de semi-
pronação

Estado de
equilíbrio natural
entre os grupos
musculares
antagonistas

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