Manual de Transfusao - 3 Edicao 2023

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ÍNDICE

1. Introdução .......................................................................................... 03

2. Componentes do Sangue (Hemocomponentes) ................................... 04

3. Administração de Sangue e Hemocomponentes .................................. 07

4. Reação Transfusional .......................................................................... 08

5. Indicação de Transfusão de Hemocomponente ................................... 11

6. Indicações de Hemocomponentes Modificados e Situações


Transfusionais Especiais ......................................................................... 21

7. Transfusão Maciça (TM) ...................................................................... 23

8. Transfusão Maciça em Pediatria (TM) ................................................. 25

9. Hemoglobinopatias ............................................................................. 26

10. Anemia Hemolítica Autoimune .......................................................... 26

11. Hiperemólise ou Hemólise “Bystander” ............................................. 26

12. Transfusão Perioperatória ................................................................. 27

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1. Introdução

Embora a transfusão de sangue e seus componentes seja responsável por salvar


muitas vidas, esse recurso terapêutico deve ser utilizado de forma criteriosa, uma
vez que toda transfusão traz consigo um risco imediato ou tardio ao
receptor, de gravidade variável.

À luz do conhecimento atual, o sangue e os seus componentes não possuem


substitutos sintéticos adequados. São obtidos exclusivamente através da doação
voluntária e altruísta de sangue e, por isso, representam um recurso
“escasso e finito”.

A decisão transfusional deve ser norteada por um diagnóstico preciso e um


conhecimento real dos riscos e benefícios envolvidos neste processo. Sua
indicação poderá ser objeto de análise e aprovação pela equipe médica
do serviço de hemoterapia.

Todos os médicos que prescrevem sangue ou seus componentes


devem estar familiarizados com as indicações, assim como com as
alternativas à transfusão d e s s e s h e m o c o m p o n e n t e s . O s a n g u e e s e u s
c o m p o n e n t e s p o d e m s e r ob tid os d e duas maneiras:

a) Coleta Manual de Sangue Total (ST): A partir da doação manual de sangue


total, através de centrifugação, é possível se obter os seguintes componentes
sanguíneos: 1 unidade de concentrado de hemácias (CH), 1 unidade de
concentrado de plaquetas (CP), 1 unidade de plasma fresco (PF) e 1 unidade
de crioprecipitado (CRIO).

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b) Coleta Automatizada por Aférese: Utilizando-se um equipamento
automatizado específico é possível se obter um ou mais componentes
sanguíneos (CP, CH e PF) de um único doador, numa mesma doação, sem
necessidade da coleta de sangue total.

2. Componentes do Sangue (Hemocomponentes)

2.1 Sangue Total (ST)


Produto obtido de doação sem sofrer nenhuma modificação ou processamento.
Seu uso é bastante restrito, ficando reservado a situações muito específicas.

2.2 Componentes Eritrocitários


• Concentrado de Hemácias (CH): Representa o volume de hemácias
remanescentes de uma unidade de sangue total que foi submetida
à centrifugação e teve parte do seu conteúdo plasmático extraído. Seu volume
varia de 220 a 280mL, o hematócrito (HT) de 50 a 80% (dependendo da bolsa
utilizada para coleta) e o conteúdo mínimo de hemoglobina de 40g. Deve ser
armazenado à temperatura de 4 ± 2ºC. Possui validade de 35 a 42 dias,
dependendo do tipo de conservante/anticoagulante usado (CPDA-1,CPD/SAG-M).
O CH também pode ser obtido por aférese.

• Concentrado de Hemácias Irradiado (CHI): É o concentrado de hemácias


submetido à irradiação gama na dose de 25 Gy (2.500 rads). O CH irradiado
mantém a sua validade original ou a de 28 (vinte e oito) dias, a contar da data
da sua irradiação. Aqui se considera a data que foi atingida primeiro.

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A irradiação gama é realizada para a prevenção da doença do enxerto contra
o hospeiro associada à transfusão (DECH-AT). Esta é uma complicação imune
mediada, usualmente fatal, causada pela enxertia e expansão clonal dos
linfócitos do doador em receptores susceptíveis.

• Concentrado de Hemácias Leucorreduzido (CHF): É o CH submetido


à filtração e remoção dos leucócitos. A filtração é capaz de remover 99,9% do
conteúdo original de leucócitos presentes na bolsa. Para ser considerado
leucorreduzido o produto final deve conter um número inferior a 5x106 de
leucócitos. A leucorredução pode ocorrer durante a coleta, no momento
do processamento da bolsa de sangue total ou à beira do leito
no ato transfusional.

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• Concentrado de Hemácias Lavado (CHL): É o CH submetido à lavagem
manual ou automatizada com solução salina estéril. O objetivo é eliminar
a maior quantidade possível de plasma originalmente presente na bolsa.
É indicado em pacientes com antecedentes de reações alérgicas graves
associadas a transfusões não evitadas com uso de medicamentos, como
também em pacientes com deficiência de IgA, haptoglobina ou transferrina com
seus respectivos anticorpos. Como o processo de lavagem leva à abertura do
sistema e ainda remove a solução anticoagulante/preservante da unidade,
o CH lavado tem validade de 24 horas após o procedimento de lavagem,
independentemente da data original da coleta.

• CH obtido por Aférese (CHAF): Produto obtido através de coleta


automatizada de um único doador, utilizando um equipamento para separação
automatizada do concentrado de hemácias e suspensão em solução nutriente
apropriada. O CH coletado por aférese é habitualmente leucorreduzido
durante o procedimento, não necessitando, portanto, de filtração após sua
obtenção.

• CH Congeladas: O CH pode ser congelado, utilizando-se o glicerol como


substância crioprotetora eritrocitária. Uma vez congelado, o CH passa
a ter validade de 10 anos. Ao ser descongelada, a unidade tem
viabilidade de apenas 24 horas.

• CH Fenotipadas: Concentrado de hemácias com antígenos eritrocitários


negativos para determinados grupos sanguíneos.

2.3 Componentes Plaquetários (CP)


Os componentes plaquetários devem ser armazenados à temperatura ambiente entre
20-24ºC, sob agitação constante. Sua validade é de 5 dias. Assim como o CH,
os componentes plaquetários podem ser leucorreduzidos e/ou irradiados
após sua obtenção.

• Pool de Concentrado de Plaquetas obtido de Buffy-coat: É formado pela


união, em sistema fechado, de 4 a 5 unidades de concentrado de plaquetas
obtidas a partir de sangue total através da extração do buffy coat ou
camada leucoplaquetária. O volume de 01 pool varia de 200-300 mL. Seu
conteúdo plaquetário é igual ou superior a 5,5x1010 plaquetas para cada
unidade formadora do pool.

• CP obtido por Aférese (CPAF): Produto obtido através de coleta


automatizada a partir de um único doador. O produto final tem volume que
varia de 200-250 mL. Seu conteúdo plaquetário equivale a 6 unidades de
concentrados de plaquetas obtidas a partir do sangue total (igual ou superior
a 3,0 x 1011). Este componente é habitualmente leucorreduzido durante
o procedimento de aférese, não necessitando de filtração após sua obtenção.
A fim de atender a necessidade transfusional de pacientes pediátricos
são produzidas alíquotas de aférese de plaquetas.

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• CP Irradiados: São aqueles que foram submetidos à irradiação gama.
O objetivo da irradiação e a dose são os mesmos discutidos ante-
riormente para CH.

2.4 Componentes Plasmáticos


• Plasma Fresco Congelado (PFC): Obtido a partir da centrifugação de uma
unidade de ST ou por aférese. O volume varia de 150 a 250 mL. Deve ser
armazenado congelado em temperatura igual ou inferior a 18ºC negativos.
A sua validade é de 12 meses. Para preservar todos os fatores de coagulação,
deve ser congelado em até 8 horas, a partir da doação de sangue. Após seu
descongelamento, a unidade de PFC deve ser transfundida o mais brevemente
possível, não podendo exceder 24 horas, desde que armazenadas a 4 ± 2ºC.
Cada unidade de PFC contém ao menos 70% da atividade original dos fatores
VIII de coagulação.

• Plasma simples: Unidade plasmática cujo congelamento ocorreu após 8 horas


da doação de sangue. Deve ser armazenado congelado em temperatura
igual ou inferior a 18ºC negativos.É direcionado para indústria, para
produção de hemoderivados.

• Plasma Isento de Crioprecipitado (PIC): Plasma resultante da retirada


do crioprecipitado.

• Crioprecipitado (CRIO): É a fração do plasma insolúvel a frio, obtida a partir


do PFC. Tem volume de 10 a 40 mL e contém a maior porção de fator VIII,
fibrinogênio, fator XIII, fator de von Willebrand e fibronectina presente no PFC.

2.5 Concentrado de Granulócitos


Produto obtido somente através da coleta automatizada por aférese de um único
doador. Deve conter um número igual ou superior a 1,0x1010 granulócitos
e volume < 500 mL em todas as unidades coletadas. Embora a validade seja de
24 horas, deve ser transfundido o mais breve possível. Até ser transfundido
deve ser armazenado à temperatura entre 20ºC e 24ºC em repouso
e por, no máximo, 24 horas. Deve sempre ser irradiado e nunca filtrado
com filtro de leucócitos.

3. Administração de Sangue e Hemocomponentes

Todos os componentes sanguíneos, incluindo plasma fresco congelado


e crioprecipitado, devem ser transfundidos após passarem por um filtro especifico
para sangue, capaz de reter coágulos sanguíneos, fibrina e outros macroagregados.
O equipo padrão de transfusão já apresenta in line um filtro com poro de 170-260
micra, capaz de reter estes agregados. Filtros para redução de leucócitos agem por
afinidade entre a carga da superfície do filtro e os leucócitos da unidade, mas
também têm um poro de 170 micra de tamanho. Portanto, a leucorredução no
momento da transfusão é suficiente para reter macroagregados e, nesse sentido,

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não necessita ser utilizada em conjunto com equipo padrão de transfusão. Por outro
lado, hemocomponentes leucorreduzidos pré-estoque devem obrigatoriamente ser
transfundidos com a utilização de equipos com filtros específicos para sangue.

O único líquido de utilização intravenosa que pode ser administrado em conjunto


com a transfusão de hemocomponente é a solução salina isotônica 0,9%. Ringer
lactato não pode ser utilizado por conter cálcio e, consequentemente, poder
deflagrar a coagulação do sangue transfundido. A infusão concomitante de solução
salina hipotônica ou hipertônica, ou de solução glicosada resultará em hemólise.
Da mesma forma, medicamentos não podem ser infundidos na mesma via e de
maneira concomitante com a transfusão de componentes sanguíneos. Se houver
necessidade de administração de algum medicamento durante a transfusão, esta
deve ser realizada em acesso venoso diferente daquele que está sendo utilizado
para transfusão. Exceção deve ser feita aos cateteres de duplo lúmen, inseridos em
veias de alto fluxo, que permitem a infusão simultânea de fluídos, sem que haja
mistura entre os mesmos.

A transfusão rápida de grandes volumes de sangue refrigerado pode levar


à arritmia e parada cardíaca. Aquecedores específicos para sangue, com alarme
sonoro e visual, podem ser utilizados em situações de emergência quando
a velocidade de transfusão necessita ser superior a 100 mL por minuto. Nestas
situações, certificar-se de que o aquecedor utilizado garanta a temperatura
adequada ao hemocomponente. Aquecimento exagerado de componentes
sanguíneos pode levar à hemólise. Outras orientações gerais:
• O tempo de transfusão não pode exceder 4 horas;
• Os hemocomponentes devem ser transfundidos somente após a correta
conferência da identificação do paciente, da unidade e confrontação com
a requisição transfusional; e
• Não adicionar nenhuma substância à bolsa.

4. Reação Transfusional

É definida como sendo qualquer evento desfavorável decorrente da administração


de sangue ou hemocomponentes. Seu reconhecimento adequado é obrigatório para
uma terapêutica e prevenção adequadas. De acordo com o momento de aparecimento,
pode ser classificada em:
• Imediata: Ocorre durante ou em até 24 horas após o início da transfusão;
• Tardia: Ocorre após 24 horas do início da transfusão.

As principais reações transfusionais imediatas e tardias estão relacio-


nadas no quadro abaixo.

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4.1 Sinais e Sintomas da Reação Transfusional Aguda
Os sinais e sintomas que mais frequentemente estão associados a essas ocorrências
são:
• Febre (temperatura ≥ 38ºC) e aumento de pelo menos 1ºC em relação ao
valor pré-transfusional;
• Tremores e calafrios associados ou não à febre;
• Alterações cutâneas (pápula, prurido, urticária, edema localizado
ou generalizado);
• Alterações agudas na pressão arterial (hipertensão ou hipotensão);
• Alterações respiratórias (dispneia, taquipneia, hipóxia e sibilos);
• Náusea (com ou sem vômito);
• Dor no local da infusão, dor torácica, dor abdominal ou dor lombar; e
• Manifestações hemorrágicas.

Nota 1: Choque instalado após o início da transfusão, combinado com febre,


tremores, hipotensão e/ou falência cardíaca de alto débito é muito sugestivo
de contaminação bacteriana do hemocomponente. No entanto, também pode
acompanhar quadro de reação hemolítica aguda imunológica.

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Nota 2: Falência circulatória, sem febre, tremores e/ou calafrios, sugere anafilaxia.

Nota 3: Alteração na coloração da urina pode ser o primeiro sinal de reação


hemolítica em pacientes anestesiados ou comatosos.

4.2 Conduta Clínica


Frente a qualquer sinal ou sintoma diretamente relacionado com a transfusão
de sangue ou hemocomponente:
• Interromper imediatamente a transfusão e comunicar o médico
responsável pelo paciente;
• Manter acesso venoso com solução salina (0,9%);
• Verificar sinais vitais e observar o estado cardiorrespiratório;
• Verificar todos os registros, formulários e identificação do receptor
e do hemocomponente;
• Verificar, à beira do leito, se o hemocomponente foi corretamente
administrado ao paciente desejado;
• Avaliar se ocorreu uma reação e procurar classificá-la para adequar a melhor
conduta terapêutica;
• Notificar o serviço de hemoterapia;
• Manter equipo com ponta protegida, filtro de macroagregados e bolsa intactos
e encaminhar esse material de volta ao serviço de hemoterapia;
• Avaliar a possibilidade de reação hemolítica, TRALI, anafilaxia e sepse
relacionada à transfusão, situações nas quais são necessárias condutas
específicas de urgência;
• Se existir a possibilidade de algumas destas reações supracitadas, coletar
e enviar uma amostra pós-transfusional junto com a bolsa e os equipos
(garantir que não haja contaminação bacteriana dos equipos) ao serviço de
hemoterapia.

Podem ser necessários exames adicionais (radiológicos e laboratoriais) a depender


da avaliação do médico hemoterapeuta e médico responsável pelo paciente:
• Registrar as ações no prontuário do paciente.

Nota 4: Preferencialmente, as amostras do receptor devem ser coletadas de outro


acesso venoso que não aquele usado para a transfusão do componente sanguíneo.

Nota 5: Em casos de reação urticariforme ou sobrecarga circulatória, não é necessária


a coleta de amostra sanguínea pós-transfusional.

4.3 Prevenção das Reações Transfusionais


• Treinamento dos profissionais da saúde quanto às normas de coleta
e identificação de amostras e do paciente;
• Avaliação criteriosa da indicação transfusional;
• Avaliar transfusões consideradas “de urgência”;

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• Realizar uma história pré-transfusional detalhada, incluindo história
gestacional, transfusional, diagnóstico e tratamentos anteriores;
• Atenção em todas as etapas relacionadas à transfusão;
• Atenção redobrada na conferência da bolsa e do paciente à beira do leito;
• Infundir lentamente os primeiros 50 mL da unidade;
• Conforme o tipo e a frequência da reação transfusional, usar
pré-medicações, hemocomponente leucorreduzido, irradiado ou lavado.

5. Indicação de Transfusão de Hemocomponentes

5.1 Concentrado de Hemácias (CH)


5.1.1 Princípios Gerais
Antes de indicar uma transfusão de CH, é necessário:
• Avaliar o nível de hemoglobina do paciente e sua condição clínica, incluindo
velocidade da queda da hemoglobina, volemia do paciente, presença de
taquipneia, dor precordial, tontura, hipotensão arterial e taquicardia não
responsiva a volume. Esta avaliação deve ser reali zada antes da
transfu são de cada unidade, exceto n a vi gência de sangramento
ativo;
• Verificar a possibilidade de terapias alternativas à transfusão;
• Usar a transfusão de forma racional; e
• Esclarecer e informar o paciente sobre os benefícios e riscos da
transfusão de sangue.

5.1.2 Indicação em Adultos com Hemorragia Aguda


• CH1: A transfusão de CH deve ser considerada se houver perda de volume
sanguíneo igual ou superior a 30% da volemia, sendo geralmente indicada se
esta perda exceder 40% da volemia do paciente. É importante salientar que
em situação de perda aguda de sangue, o nível de hemoglobina pode não
traduzir a realidade e a intensidade da perda. Nestas situações, os sinais de
hipoperfusão (palidez, hipotensão, taquicardia, taquipneia e alteração do
nível de consciência) podem orientar a necessidade transfusional.
A concentração de hemoglobina deve ser associada a outros fatores,
como velocidade da perda, sinais clínicos e a presença de anemia
prévia ao sangramento.

5.1.3 Indicação em Adultos Normovolêmicos


• CH2: Se Hb >7g/dL, a transfusão de CH geralmente não está indicada em
pacientes adultos, hospitalizados e hemodinamicamente estáveis, incluindo
pacientes críticos;
• CH3: Entretanto, a transfusão pode ser benéfica em pacientes com
hemoglobina < 8,0 g/dL que serão submetidos a cirurgia ortopédica e para
aqueles com doenças cardiovasculares; e
• CH4: A transfusão pode ser benéfica em pacientes com Hb ≤ 7,5g/dL
e sangramento gastrointestinal, desde que hemodinamicamente instáveis.

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Nota 6: Estas recomendações acima não se aplicam para pacientes com doença
coronariana aguda e anemias crônicas dependentes de transfusão.

5.1.4 Indicação em Adultos Normovolêmicos em UTI


• CH5: Se Hb > 7g/dL a transfusão de CH geralmente não esta indicada para
pacientes com ou sem SARA;
• CH6: Se Hb > 7g/dL a transfusão de CH geralmente não esta indicada para
pacientes com sepses e choque séptico;
• CH7: Se Hb > 7g/dL a transfusão de CH geralmente não esta indicada para
pacientes com desmame prolongado de ventilação mecânica;
• CH8: Se Hb > 7,5 g/dL a transfusão de CH geralmente não esta indicada
para pacientes que serão submetidos à cirurgia cardíaca;
• CH9: Se Hb > 9-10 g/dL a transfusão de CH não está indicada para
pacientes com sí ndrome coronariana aguda. Ob s.: Aguardando
mais estudos. No m om e n t o , s e m e v i d ê n c i a d e q u a l e s t r a t é g i a
é a m a i s i n d i c a d a p a r a e s t a c o n d i ç ã o clínica: restritiva ou liberal.

Nas situações clínicas abaixo não há evidências até o momento de qual é a melhor
estratégia de gatilho transfusional, restritiva ou liberal:

• CH10: Pacientes em ECMO, estratégia restritiva (7g/dL) vs. Liberal (9,0g/dL)


• CH11: Paciente com lesão neurológica aguda (trauma craniano, hemorragia
subaracnóidea e AVC), estratégia restritiva (7g/dL) vs. Liberal (9 - 11,5
g/dL);
• CH12: Pacientes oncohematológicos, estratégia restritiva (7g/dL) vs. Liberal
(9g/dL);
• CH13: Pacientes idosos, estratégia restritiva (7g/dL) vs. Liberal (9g/dL).

5.1.5 Indicação em Pediatria:


• CH14: Transfusão usualmente não está indicada se Hb >7g/dL para
pacientes pediátricos hospitalizados e hemodinamicamente estáveis, incluindo
pacientes críticos.

Nota 7: Estratégia mais liberal é aplicável a neonatos pré-termo (vide


Quadro 2 referente a neonatos pré termo com <32 semanas). Não existem
evidências claras sobre gatilho transfusional em neonatos a termo
e neonatos pré termo com >=32 semanas.

QUADRO 2 – Indicação Transfusional de CH em Neonatologia


Idade Pós Natal Ventilação Oxigênio/ Sem necessidade
Mecãnica Ventilação Não de O2
Invasiva
24 Hs Hb<12g/dl Hb<12g/dl Hb<10g/dl
1-7 Dias Hb<12g/dl Hb<10g/dl Hb<10g/dl
8-14 Dias Hb<10g/dl Hb<9,5g/dl Hb<7,5-8,5g/dl
>= 15 Dias Hb<10g/dl Hb<8,5g/dl Hb<7,5-8,5g/dl
Fonte: British Journal of Hematology, 2016, 175, 784-828

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Nota 8: O volume de transfusão para neonatos é de 10-20 ml/kg, habitualmente
15 ml/kg. Volume superior a 20ml/kg em pacientes sem sangramento ativo pode
aumentar o risco de sobrecarga circulatória.

5.1.6 Política de Indicação Racional de Concentrado de Hemácias


O Rh Negativo
Por ser o grupo sanguíneo de escolha para transfusão de concentrado de
hemácias (CH) em caráter de emergência, é comum que a demanda por CH
O RhD negativo exceda o seu suprimento. A sua utilização indiscriminada
leva a um impacto negativo nos estoques de sangue, acarretando déficits
recorrentes.
Alguns grupos de pacientes se beneficiam mais do que outros com o uso
de CH O RhD negativo. É importante identificar aqueles em que essa
conduta é essencial.
Seleção RhD: caso o tipo sanguíneo do paciente seja desconhecido,
é prudente fornecer CH RhD negativo. No entanto, o uso de hemácias RhD-
negativas deve ser priorizado com base no sexo e na idade e de acordo com
os princípios descritos abaixo:
O nível considerado de emergência para Concentrado é Hemácias O RhD
negativo na FPS é ≤ 34 unidades disponíveis em estoque.

5.1.6.1 Indicações
Os CH grupo O RhD negativo devem ser reservadas para a transfusão
conforme segue:

- Obrigatórias:
Mulheres O RhD Negativo com potencial para engravidar (<49 anos de idade);
Homens e mulheres O RhD Negativo com anti-D;
Transfusão intrauterina;
Indivíduos Rh-negativos (qualquer idade) candidatos a receber transfusões
crônicas (por exemplo, indivíduos com hemoglobinopatias , mielodisplasia
e aplasia de medula).

- Geralmente aceitáveis
Homens O RhD negativo não candidatos a transfusão maciça (> 4-6 unidades);
Mulheres O RhD negativo sem potencial para engravidar (> 49 anos de idade)
e não candidatos a transfusão maciça (> 4-6 unidades);
Crianças não O RhD negativo com menos de 1 ano de idade, em que unidades
grupo específicas não estão disponíveis.

- Provavelmente desnecessárias
Pacientes do sexo masculino O RhD negativo sem anti-D que necessitem de
transfusão de grande volume (> 4-6 unidades);

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Mulheres O RhD negativo sem potencial para engravidar (>49 anos de idade) e que
necessitem de transfusão de grande volume (> 4-6 unidades);
Pacientes não O RhD Negativo porque a unidade está prestes a vencer;
Nas transfusões de emergência é importante que a definição do tipo sanguíneo do
paciente seja realizada o mais rapidamente possível para adequar as transfusões ao
tipo específico e, assim, evitar a depleção dos estoques do grupo O RhD negativo.

5.2 Componentes Plaquetários


5.2.1 Princípios Gerais
A transfusão de plaquetas pode ser indicada para prevenir (profilática) ou tratar
(terapêutica) um episódio hemorrágico. Estas indicações são baseadas
no escore modificado de sangramento da OMS. (vide Quadro 3)

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5.2.2 Indicação de Transfusão Profilática em Adultos
(Sem sangramento ou sangramento grau I da OMS)
• P1: Pacientes estáveis, hospitalizados, com contagem plaquetária ≤ 10.000/mm3;
• P2: Pacientes com fatores de risco adicionais para sangramento (ex. sepse, febre
alta, anormalidades da hemostasia, etc.), com contagem plaquetária ≤
20.000/mm3;
• P3: Pacientes com falência medular crônica para prevenir sangramento grau ≥2,
com contagem plaquetária ≤ 5.000/mm3, considerar introduzir uma estratégia de
profilaxia, como por exemplo 2 vezes por semana; e
• P4: Leucemia Promielocítica Aguda (M3) e contagem plaquetaria ≤ 30.000/mm3
• P5: Pré-procedimento invasivo (vide Quadro 4 a seguir).

5.2.3 Indicação de Transfusão Terapêutica em Adultos


(Sangramento Grau ≥ 2 da OMS)
• P6: Pacientes com sangramento grau ≥ 2 ativo e contagem plaquetária ≤
50.000/mm3, na ausência de sangramento de causa cirúrgica;
• P7: Pacientes com trauma ou sangramento em SNC e/ou oftálmico, com
contagem plaquetária ≤ 100.000/mm3;
• P8: Pacientes com sangramento não considerado severo (OMS grau ≤2), sem
risco de morte, com contagem plaquetária ≤ 30.000/mm3; e
• P9: Pacientes com disfunção plaquetária, com sangramento ou pré-cirúrgico
(vide item 5.2.4).

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5.2.4 Condições Especiais
 A transfusão de plaquetas pode ser necessária em pacientes
portadores de Disfunção Plaquetária. A transfusão está indicada
principalmente na presença de sangramento importante ou não
responsivo a outras medidas como antifibrinolitico,estrógeno
e DDAVP. Pode ser indicada também para prevenção de sangramento
em procedimentos invasivos.
 Em pacientes portadores de Tromboastenia de Glanzman e Bernard-
Soulier o fator VII recombinante deve ser considerado na vigência de
sangramento e presença de aloimunização plaquetária..
 Disfunção Plaquetária Adquirida: Drogas anti-plaquetárias: Os dados
disponíveis em literatura, no momento, não permitem demonstrar
o benefício da transfusão de plaquetas em pacientes recebendo
antiagregante plaquetário com sangramento severo, devendo ser
considerado risco x benefício da transfusão.
 No caso de necessidade de procedimento invasivo deve ser
considerado antes da indicação de transfusão a intensidade da
antiagregação antes da suspensão do(s) antiagregantes.
 Utilizar medidas hemostáticas gerais para tratar o sangramento nos
pacientes em uso de aspirina, antagonista de P2Y12 ou inibidor de
glicoproteína IIa/IIIb. Se necessário, considerar interromper
a administração da droga;
 Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT): Transfusão de plaquetas
só indicada se houver risco de morte decorrente do sangramento;
 Trombocitopenias Imunes (Púrpura Trombocitopênica Imunológica,
Trombocitopenia Induzida por Heparina (tipo II), Púrpura Pós-
Transfusional): Pré-procedimento quando outra terapia for ineficaz;
o procedimento é urgente ou há risco de morte devido
a sangramento. Considerar os gatilhos acima. No entanto, os
gatilhos podem ser inalcançáveis. Nestes casos, aplicar uma
avaliação individualizada. Em PTI, considerar administração conjunta
de imunoglobulina endovenosa e em púrpura pós-transfusional (PPT),
imunoglobulina é o tratamento de escolha.

Nota 9: Não é recomendada a transfusão profilática de concentrado de


plaquetas para pacientes não plaquetopênicos submetidos à cirurgia cardíaca com
circulação estratégica circulação extracorpórea (CEC).

Nota 10: Não é recomendada a transfusão profilática de concentrado


de plaquetas para mielograma ou biopsia de medula óssea por agulha

Nota 11: Não é recomendada a transfusão profilática de concentrado


de plaquetas para inserção periférica de cateter central (PICCs).

Nota 12: Não é recomendada a transfusão profilática de concentrado


de plaquetas para remoção de cateteres venosos centrais não tunelizados.

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Nota 13: Não é recomendada a transfusão profilática de concentrado de
plaquetas para cirurgia de catarata.

Nota 14: Não há consenso sobre a transfusão de concentrado de plaquetas


para pacientes recebendo d rogas anti plaquetári as com sangrament o
intracraniano (traumático ou espontâneo).

Nota 15: Todas as transfusões de plaquetas devem ser precedidas por uma
contagem laboratorial recente (no mesmo dia).

Nota 16: Concentrados de plaquetas obtidos por ST ou por aférese têm a mesma
eficácia no controle do sangramento.

Nota 17: Preferivelmente, transfundir concentrado de plaquetas ABO idêntico.


No entanto, concentrado ABO não idênticos podem ser transfundidos quando
não houver esta disponibilidade.

Nota18: Preferencialmente, usar unidades Rh negativas para pacientes Rh


negativo, do sexo feminino, em idade fértil.

Nota19: Sugere-se a administração de globulina anti-D, para pacientes do sexo


feminino Rh(D) negativo em idade fértil, quando expostas a componentes Rh(D)
positivos.

Nota 20: Quando indicada a transfusão de CP pré-procedimento, realizar


a transfusão imediatamente antes ou o mais próximo possível da intervenção.

5.2.6 Recomendações para Refratariedade Plaquetária Imune


Refratariedade plaquetária é definida como incremento plaquetário inadequado
após a transfusão de concentrado de plaquetas, em pelo menos duas
transfusões, com plaquetas recentes coletadas e ABO compatíveis. As causas
de refratariedade plaquetária (RP) podem ser subdivididas em não
imunes e imunes.
• Não Imunes: Esplenomegalia, febre, CID, hemorragias, drogas e doença veno-
oclusiva; e
• Imunes: A principal causa é a aloimunização HLA e, em menor frequência,
a antígenos do sistema HPA.

Mais de 80% das causas da refratariedade plaquetária são por fatores não
imunológicos. Dentre as causas imunológicas, a aloimunização HLA é a prin-
cipal responsável, seguida da aloimunização por antígenos plaquetários
específicos (HPA).

A refratariedade plaquetária imune pode ser diagnosticada por testes


laboratoriais, e os pacientes devem receber transfusões de plaquetas compatíveis
para melhor rendimento transfusional.

17
Muitos fatores podem interferir na resposta inadequada à transfusão de
plaquetas (refratariedade plaquetária) e, portanto, na sua eficácia terapêutica.

O cálculo adotado para avali ação do i ncrem ento plaquetário pós-


transfu sional (CCI = Correct Count Increment) é realizado através
da seguinte fórmula:

CCI = IP x SC x 1011
N

Onde:
IP= incremento na contagem de plaquetas (x109/L) (contagem pós-
transfusional - contagem pré-transfusional)
SC= superfície corpórea (m2)
N= número de plaquetas transfundidas (x 1011/L) (contagem plaquetária
do “pool” ou concentrado de plaquetas por aférese x volume do
hemocomponente)
Se o CCI for <5000 = Refratariedade Plaquetária

Para realização do cálculo do CCI:


• O componente plaquetário deve ter tipagem ABO isogrupo com o paciente
e deve idealmente ter até 72 horas de estocagem;
• A contagem plaquetária pré-transfusão do paciente deve ser coletada
próxima ao horário da infusão; e
• A contagem plaquetária pós-transfusão deve ser realizada 01 hora e 24 horas
após a transfusão do componente plaquetário.

Se o paciente apresentar baixo incremento plaquetário em pelo menos duas


transfusões de plaquetas, preferencialmente consecutivas, o caso deverá ser
encaminhado para os testes de investigação plaquetária, a fim de avaliar
possível causa imune de refratari edade plaquetári a.

5.2.7 Indicação em Pediatria


5.2.7.1 Transfusão Profilática de CP em Recém-Nascidos e Lactentes ≤
4 meses
Embora não haja evidência definitiva de que a contagem plaquetária tenha uma
relação clara com o risco de sangramento devido à imaturidade do sistema
hemostático no período neonatal, o assunto é controverso e a maioria das
revisões ainda aceita que devamos manter a contagem plaquetária acima de
100.000/mm3 em prematuros extremos (<1.200g) com riscos associados
(infecção, suporte ventilatório e coagulopatia) ou não, à custa de transfusão de
CP. Trabalhos recentes, publicados depois de 2019, mostram um efeito
deletério paradoxal da transfusão de concentrados de plaquetas em recém-
nascidos. A liberalidade na indicação de CPs em Neonatologia está associada a
maior mortalidade, por mecanismos fisiopatológicos ainda não compreendidos
completamente. Isso fez reduzir o gatilho transfusional profilático de plaquetas
(desde que não haja evidência de sangramento) de 50.000/mm3 para
25.000/mm3.

18
5.2.7.2 Transfusão Profilática em Idade Superior a 4 Meses
Para as crianças maiores considerar:
Gatilho de 50.000 a 100.000/mm3 para pacientes em membrana de
circulação extracorpórea (ECMO), circulação extracorpórea (CEC), cirurgias
de grande porte (neurocirurgia) ou em locais delicados (oftalmológicas); e
Gatilho de 50.000/mm3 antes de procedimentos invasivos como EDA,
broncoscopia, biópsia hepática, extração dentária.
Punção lombar : gatilhos entre 20.000-50.000/mm3. Muitos serviços
adotam gatilho de 30.000/mm3
Em pacientes estáveis, com plaquetopenia hipoproliferativa e sem risco
associado, podemos tolerar contagens de 10.000/mm3;
Independentemente da plaquetometria, a transfusão profilática de
concentrado de plaquetas (CP) deve ser evitada em PTI, hiperesplenismo,
plaquetopenia induzida por heparina e PTT, devido ao baixo rendimento nas
três primeiras situações e ao risco de piora clínica no caso da última. Se as
crianças portadoras desses quadros clínicos apresentarem sangramento
grave (> grau II), a transfusão de concentrado de plaquetas (CP) terá
caráter terapêutico.

5.2.7.3 Transfusão Terapêutica


A transfusão de concentrado de plaquetas (CP) está justificada diante de
qualquer sangramento ativo (≥ grau II) em paciente plaquetopênico (≤
100.000/mm3) ou em plaquetopatias (Glanzmann, Bernard-Soulier ou outras
disfunções, inclusive as induzidas por antiagregantes).
A dose prescrita de concentrado de plaquetas deve ser 10-20 ml/kg,
o volume mais utilizado é 15 ml/kg ou pode ser mais precisamente
calculada a partir da fórmula a seguir:

(Plaquetometria desejada – Plaquetometria pré-transfusional) x 1.000 x Volemia


Conteúdo Plaquetário do Produto (CPP) x Rendimento Transfusional

Obs.: A plaquetometria e a volemia são registradas em mm3 e mL,


respectivamente
Habitualmente, o CPP é 1,5 x 109/mL para concentrados obtidos de sangue
total e por aférese, respectivamente.
O rendimento transfusional (RT) padrão deve ser ajustado em 80%.
Na presença de incompatibilidade ABO maior ou plaquetas submetidas
a inativação de patógenos,o rendimento deve ser ajustado para 60%. O
cálculo do RT é recomendado para fazer ajustes nas transfusões seguintes.
A contagem plaquetária desejada varia de acordo com o objetivo
transfusional:
Em ausência de disfunção plaquetária, levar em conta a plaquetometria
prévia (ao invés de calcular a dose apenas no peso do paciente) permitindo
o alcance dos objetivos utilizando volumes menores.
Em caso de disfunção congênita ou induzida por droga (uso de
antiagregantes, por exemplo), considerar contagem igual a 0 (zero) ou

19
ajustada pelo percentual de redução de atividade funcional, quando
conhecido.

5.2.7.4 Contraindicações
Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT)
o Exceto se houver sangramento com risco de morte.

5.2.7.5 Recomendações para Terapia Alternativa ou Conjunta


à Transfusão de Componentes Plaquetários
Administrar ácido tranexâmico precocemente em pacientes de trauma
com risco de sangramento;
Utilizar ácido tranexâmico em pacientes cirúrgicos com previsão de
sangramento ≥ 500mL, na ausência de contraindicações;
Considerar ácido tranexâmico como alterativa ou conjuntamente com
transfusão de c oncentrado de pl aquetas, em pacientes com
plaquetopenia crônica por falência medular; e
Considerar uso de fibrinogênio ou crioprecipitado em sangramento
perioperatório associado com trauma, se fibrinogênio <1,5g/L ou diante de
sinais de deficiência funcional do fibrinogênio (TEG/ ROTEM).

5.3 Componentes Plasmáticos


5.3.1 Plasma Fresco Congelado
5.3.1.1 Indicações
• PF1: Correção de deficiências congênitas ou adquiridas isoladas ou combinadas
de fatores da coagulação, na ausência de concentrado de fatores industriais;
• PF2: Sangramento cirúrgico com RNI, TTPa ou TP >1,8 x ao valor normal, na
ausência de fatores de coagulação industriais;
• PF3: Pacientes cirróticos pré ou durante procedimentos, considerar transfusão
de PFC se RNI >2,5 após alternativas (ver Nota 21);
• PF4: Tratamento de púrpura trombocitopênica trombótica; e
• PF5: Transfusão maciça: indicação precoce guiada pelo protocolo
1:1:1 ou por teste point of care

Nota 21: Em pacientes cirróticos pré ou durante procedimentos invasivos,


considerar alternativas à transfusão de PFC. Se RNI >2,5, administrar 10
mg de vitamina K endovenosa (EV) ; se não corrigir o RNI, administrar PFC
10mL/kg. Avaliar o nível de fibrinogênio. Se fibrinogênio < 100mg/dL,
administrar crioprecipitado (1U/10kg/peso) na ausência de concentrado
de fibrinogênio industrial.

5.3.1.2. Indicação Adultos Normovolêmico em UTI


• PF6: Não transfundir plasma fresco congelado em paciente com coagulopatia
profilaticamente;

5.3.1.3 Condições em que o PFC não está indicado


• Primeira escolha na reversão de anticoagulação oral;
• TTPa elevado em pacientes sem sangramento e sem programação
de procedimento invasivo

20
• RNI elevado em pacientes sem sangramento e sem programação
de procedimento invasivo;
• Reversão da ação da heparina e da Heparina/LMWH; e
• Reversão da ação de inibidor de Fator Xa ou Fator IIa.

Nota 22: Não é necessária a realização de provas de compatibilidade (PC)


antes da transfusão de PFC.

Nota 23: Preferencialmente, deve ser utilizado hemocomponente do mesmo tipo


ABO do receptor. Se não houver disponibilidade, utilizar tipo sanguíneo compatível
com as hemácias do receptor.

Nota 24: Não é necessário considerar o tipo Rh(D) para transfusão de com-
ponente plasmático.

5.4 Crioprecipitado
5.4.1 Indicações
• C1: Repor fibrinogênio em pacientes com hemorragia ou indicação de
procedimento invasivo na deficiência isolada, congênita ou adquirida
de fibrinogênio, quando não houver disponibilidade do concentrado
de fibrinogênio industrial;
• C2: Repor fibrinogênio em pacientes com sangramento maciço, se concentração
de fibrinogênio <1,5g -2,0/dL, quando não se dispuser do concentrado
de fibrinogênio industrial;
• C3: Repor Fator XII em pacientes com hemorragia ou com indicação
de procedimento invasivo por deficiência deste fator, quando não se dispuser
do concentrado de fator XIII industrial;
• C4: Fase aguda de LMA promielocítica se concentração de fibrinogênio <1-
1,5g/dL;
• C5: Hemorragia intracraniana secundária ao uso de ativador tissular
do plasminogênio, caso a concentração de fibrinogênio seja <2g/dL; e
• C6: Tratamento de sangramento em pacientes com doença de von Willebrand
ou hemofilia A, na ausência de concentrado de fator industrial e se DDVAP é
inacessível ou ineficaz.

5.4.2. Contraindicação
• CID na ausência de sangramento ou procedimento invasivo programado.

6. Indicações de Hemocomponentes Modificados


e Situações Transfusionais Especiais

6.1 Indicações de Hemocomponentes Irradiados


• Transfusão intrauterina (TIU);
• Neonatos submetidos à exsanguineotransfusão, obrigatoriamente quando
houver transfusão intrauterina prévia ou submetidos à oxigenação por
membrana extracorpórea (ECMO);
• Neonatos prematuros (inferior a 28 semanas) e/ou de baixo peso (<1.200g);

21
• Portador de imunodeficiência congênita grave;
• Transplante de células progenitoras hematopoéticas, autólogo ou alogênico;
• Pacientes tratados com análogos da purina, fludarabina, cladribina
e deoxicoformicina;
• Receptor de transplante multivisceral, de coração e de pulmão;
• Portadores de linfomas, leucemia mieloide aguda (LMA) e anemia aplástica,
em tratamento quimioterápico ou imunossupressor;
• Receptor de plaquetas HLA compatíveis;
• Transfusão de hemocomponentes de doadores aparentados, com qualquer
grau de parentesco;
• Neuroblastoma e sarcoma; e
• Transfusão de concentrado de granulócitos.

6.2 Indicações absolutas de transfusão de Hemocomponentes


Leucorreduzidos
• Prevenção da aloimunização, principalmente nos pacientes politransfundidos
e/ou com refratariedade plaquetária;
• Prevenção de transmissão de citomegalovírus (CMV), na ausência de
componentes CMV negativos:
a. Pacientes CMV negativos submetidos a transplante de órgãos sólidos
b. Pacientes CMV negativos submetidos a transplante de medula
de células progenitoras hematopoéticas (autólogo ou alogênico)
c. Pacientes CMV negativos submetidos à quimioterapia mieloablativa
d. Transfusão em RN com peso inferior a 1.200 gramas
e. Transfusão intrauterina
f. Gestante CMV negativo ou desconhecido, e
• Prevenção de recorrência de reação febril não hemolítica.

Nota 25: A leucorredução pode ser realizada pré-estocagem ou até 48 horas após
a estocagem. As plaquetas podem ser leucorreduzidas por filtração ou durante
a coleta por aférese.

6.3 Indicações de Hemocomponentes Lavados


• Antecedentes de reações alérgicas graves associadas a transfusões, não
evitadas com uso de medicamentos; e
• Pacientes deficientes de IgA, haptoglobina ou transferrina com história
previa de reação anafilática durante transfusões anteriores.

6.4 Indicações de Fenotipagem Eritrocitária


• Pacientes aloimunizados com anticorpo(s) eritrocitário(s) clinicamente
significante(s);
• Pacientes do sexo feminino com idade igual ou inferior a 45 anos, com
solicitação de antígeno Kell negativo;
• Pacientes que serão submetidos à transfusão intraútero (TIU),
exsanguineotransfusão ou troca do volume hemático por aférese; e
• Paciente não aloimunizados e diagnosticados com hemoglobinopatias.

22
6.5 Indicações de Aquecimento de Hemocomponentes
• Transfusões de grandes volumes;
• Adulto: superior a 50 mL/kg/hora;
• Crianças: superior a 15 mL/kg/hora;
• Transfusões maciças;
• Paciente com altos títulos de anticorpo hemolítico frio com alta amplitude
o
térmica, que reagem a 37 C; e
• Exsanguíneotransfusão.

Nota 26: Está contraindicado o aquecimento de componentes plaquetários.

6.6 Indicações de Transfusão de Granulócitos


• Pacientes com disfunção de granulócitos;
• Pacientes com neutropenia acentuada (neutrófilos <500/mm3) por falha de
produção medular, refratários ao uso de GCSF, com previsão de recuperação
medular em períodos superior a 3 dias e inferior a 7 dias se:
Infecção confirmada ou presumida, fúngica e/ou bacteriana, não
responsiva a tratamento antimicrobiano de amplo espectro, instituído há pelo
menos 48 horas.

7. Transfusão Maciça (TM)

A definição historicamente mais utilizada para transfusão maciça (TM) é:


 Transfusão de ≥ 10 unidades de concentrados de hemácias ou troca
de 1 volemia sanguínea em 24 hs

Porém existe muita limitação para a definição acima e por esse motivo
foram estabelecidos outros critérios para alto risco de óbito por
hemorragia:
 “Critical Administration Threshold for 1 hour (CAT-1)”: administração de
≥3 concentrados de hemácias em 1 hora.
 “Resuscitation Intensity (RI) Score”: administração de ≥4 componentes
em 30 minutos (correspondem a 1 componente: 500 ml de colóide,
1000 ml de soro fisiológico, 1 concentrado de hemácias, 1 plasma
fresco congelado)

A hemorragia não controlada seguida de ressuscitação maciça, usualmente com


cristaloides e glóbulos vermelhos em grande volume, pode resultar na chamada
“tríade letal” composta por coagulopatia, hipotermia e acidose.

Até o presente momento não existe um consenso estabelecido sobre a melhor


estratégia de reposição de hemocomponentes na TM. Existem duas propostas
principais:
a) “Pacotes transfusionais” (ration-driven) com utilização precoce de PFC
e CP numa proporção pré-definida, com ou sem orientação por exames
laboratoriais tradicionais da coagulação; a proporção mais
amplamente utilizada é a 1:1:1, ou seja 1 unidade de plasma e 1

23
unidade de plaqueta para cada unidade de concentrado de hemácias,
lembrando que 1 pool de plaquetas equivale a 4 ou 5 unidades
individuais.
b) utilização de testes point of care (POC), os quais monitoram em tempo real as
propriedades viscoelásticas da coagulação através da tromboelastometria rotacional
(ROTEM) e a tromboelastometria (TEG)

As estratégias contribuem e orientam a reposição transfusional, ambas associadas


ao uso de ácido tranexâmico. A utilização de concentrado de fibrinogênio industrial
ao invés de crioprecipitado, bem como de complexo protrombínico (CCC) ao invés
de plasma fresco congelado vem ganhando bastante espaço na literatura.

7.1 Logística na Liberação de Hemocomponentes em TM


7.1.1 Concentrado de Hemácias (CH)
• Se o tipo sanguíneo for desconhecido: o serviço de hemoterapia/agência
transfusional deve liberar inicialmente unidade(s) de CHFI O Rh(D) negativo
retipada(s) até a determinação da tipagem sanguínea do receptor. Feito isso,
enviar CH isogrupo.
Obs.: Se o estoque de O Rh(D) negativo for limitado, crianças e mulheres
em idade fértil devem ser priorizadas; para os demais liberar O Rh(D) positivo.
• Se o tipo sanguíneo for conhecido é possível liberar unidades
isogrupos e/ou compatíveis ao receptor, porém deve-se lembrar que
em situações de emergência muitas vezes a identificação correta do
paciente pode não ser feita adequadamente até que a requisição de
transfusão e a amostra cheguem até a Agência Transfusional.

7.1.2 Plasma Fresco (PFC)

• Uma opção é ter unidades “líquidas” de plasma fresco para uso imediato em
casos de emergência, preferencialmente AB; e
• Na falta destas unidades, uma outra opção pode ser descongelar
inicialmente unidades A, que são compatíveis com aproximadamente
80% dos pacientes. Feito isso, utilizar plasma fresco isogrupo.

7.1.3 Componentes Plaquetários (Aférese ou Pool)


• Reservar 01 aférese ou 01 pool constituído de 4 ou 5 unidades de
plaquetas.
Enquanto o sangramento não for controlado, manter sempre o mesmo
número de unidades de hemocomponentes usado previamente, reservado no
estoque. Sempre que possível, considerar o uso de equipamentos de
recuperação de sangue autólogo no intraoperatório e a utilização de
aquecedores específicos para sangue.

Nota 27: A comunicação entre os diversos profissionais envolvidos neste processo


(anestesista, cirurgiões, hemoterapeutas e médicos que atuam no atendimento) é
fundamental.

24
8. Transfusão Maciça em Pediatria (TM)

O desempenho miocárdico das crianças em resposta à subtração de volume


é menos eficiente que o dos adultos. Enquanto a maioria dos protocolos sugere que
a reposição de volume com CH em adultos deva iniciar-se quando a perda for ≥
25%, nas crianças essa reposição deve iniciar-se mais precocemente: quando
a perda aguda for ≥ 15 a 20%.

A coagulopatia do trauma também se instala mais precocemente em crianças com


menos de seis meses de idade devido à imaturidade da hemostasia. Isso faz com
que o uso de cristaloides e coloides em crianças deva ser feito com mais
parcimônia do que em adultos, pois os efeitos adversos dessas soluções na
hemostasia de crianças com menos de 15 Kg são mais proeminentes que em
adultos.

Posto isto, os protocolos de transfusão maciça com CH, PFC e CP com uso
associado de ácido tranexâmico devem ser iniciados também mais precocemente
que em adultos.

Na vigência de perdas sanguíneas agudas, a hemoglobina e o hematócrito podem


não refletir a magnitude da perda. Nestas situações, os sinais de hipoperfusão

25
(palidez, hipotensão, taquicardia, taquipneia e alteração do nível de
consciência) podem orientar a necessidade transfusional.

9. Hemoglobinopatias

Em algumas situações especiais, o paciente falciforme pode exigir transfusão de


CH: sequestro esplênico ou hepático; crises aplásticas e crises vásculo-oclusivas de
difícil controle. Síndrome torácica aguda (STA), acidente vascular cerebral (AVC)
agudo e crise de priapismo podem exigir troca parcial ou total do volume hemático
por aférese. Pacientes falciformes com antecedentes de AVC/IAM e STA ou com
doppler transcraniano de cerebral média alterado exigem regime transfusional
crônico-profilático . Os pacientes portadores de hemoglobinopatias devem
receber transfusões fenótipo idênticas e, idealmente, realizar genotipagem
eritrocitária.

10. Anemia Hemolítica Autoimune

Não é rara a presença de pacientes portadores de anemia hemolítica autoimune


(AHAI) na UTI, mesmo que hemodinamicamente estáveis. Os testes pré-
transfusionais desses pacientes costumam apresentar-se alterados pela própria
doença de base, comprometendo a segurança que estes testes conferem
à transfusão. Testes rápidos de genotipagem parecem alternativas promissoras
para diminuir esses riscos.

A oferta de oxigênio suplementar a esses pacientes pode fazê-los tolerar melhor


a condição clínica em anemia profunda enquanto o tratamento não-hemoterápico
(pulsoterapia, imunoglobulina, Rituximabe, drogas imunossupressoras
e esplenectomia) não surte efeito. Troca plasmática pode ser considerada como
alternativa em AHAI por anticorpos frios, mas raramente em caso de anticorpos
quentes. A evolução costuma ser favorável em poucas semanas.

Em caso de instabilidade clínica a transfusão não deve ser adiada


e a unidade de concentrado de hemácias menos incompatível deve ser
transfundida no paciente bem lentamente (sem exceder 4 horas), se
necessário aliquotar. O paciente deverá ser monitorizado continuamente
durante a transfusão.

11. Hiperemólise ou Hemólise Bystander

Uma situação rara, porém dramática, na qual estão sujeitos os pacientes com
hemoglobinopatias hereditárias (falciformes e talassêmicos) é a síndrome de
hiperemólise ou hemólise Bystander. A situação é reconhecível quando
o rendimento da transfusão de CH é negativo, ou seja, o nível de Hb pós-
transfusional é inferior ao pré-transfusional, sem sinais de perda e com sinais de
agravo da hemólise após a transfusão. Algumas teorias ainda tentam explicar
a fisiopatologia do fenômeno e a condução clínica requer grande proximidade entre

26
Hematologista e hemoterapeuta, pois todos os esforços devem ser feitos para
evitar transfusão de CH: eritropoietina, oferta de ferro, imunoglobulina endovenosa
(IVIG), combinada ou não a outras medidas imunossupressivas e medidas
alternativas de suporte para evitar o colapso hemodinâmico dos pacientes,
além de extremo rigor na compatibilidade entre os fenótipos eritrocitários de
doador e receptor, idealmente baseados em genotipagem de ambos.

12. Transfusão Perioperatória

Na avaliação pré-operatória o paciente com anemia deve ter a causa da mesma


investigada e deve ser instituída terapêutica específica.

Quando estiver em uso e desde que seja possível, o uso de antiagregantes


plaquetários deve ser suspenso e a anticoagulação revertida, no sentido de
minimizar as perdas sanguíneas e consequentemente as neces-
sidades transfusionais.

Não há indicação de atingir níveis prévios de hemoglobina ou níveis considerados


“normais” antes ou depois da cirurgia, considerando-se as seguintes situações:
• Paciente com quadro anêmico significante com indicação para procedimento
cirúrgico de emergência: recomenda-se que valores abaixo de 24% de
hematócrito /8 g/dL de hemoglobina seja corrigida previamente ao
procedimento cirúrgico (deve-se considerar a presença de sintomas, doenças
associadas, porte cirúrgico e risco hemorrágico);
• Perda cirúrgica maior que 15% da volemia; e
• Nos pacientes cirúrgicos estáveis no período pós-operatório, sem sinais de
hipóxia tecidual ou consumo aumentado de oxigênio, níveis de hemoglobina
de 7,0 a 8,0g/dL são adequados.

GLOSSÁRIO - Manual de Transfusão 2023


AHAI- anemia hemolítica autoimune
AVC- acidente vascular cerebral
ATG- globulina antitimocítica
CEC- Circuito extracorpóreo
CCI- correct count increment – incremento plaquetário
CH- concentrado de hemácias
CHAF- concentrado de hemácias aférese
CHF- concentrado de hemácias filtradas
CHFI- concentrado de hemácias filtradas e irradiadas
CHI- concentrado de hemácias irradiadas
CHL- concentrado de hemácias lavadas
CHLR- concentrado de hemácias leucorreduzidas
CID- coagulação intravascular disseminada
CMV- citomegalovírus
CP- concentrado de plaquetas
CPAF- concentrado de plaquetas por aférese

27
CPDA-1 - solução preservativa e anticoagulante contendo ácido
cítrico, citrato de sódio, fosfato de sódio, dextrose e adenina.
PCC- Complexo protrombínico
CPP- conteúdo de plaquetário do produto
CPI- concentrado de plaquetas irradiado
Crio- crioprecipitado
DDAVP- desmovasopressina
AHAI- anemia hemolítica autoimune
AVC- acidente vascular cerebral
ATG- globulina antitimocítica
CEC- Circuito extracorpóreo
CCI- correct count increment – incremento plaquetário
CH- concentrado de hemácias
CHAF- concentrado de hemácias aférese
CHF- concentrado de hemácias filtradas
CHFI- concentrado de hemácias filtradas e irradiadas
CHI- concentrado de hemácias irradiadas
CHL- concentrado de hemácias lavadas
CHLR- concentrado de hemácias leucorreduzidas
CID- coagulação intravascular disseminada
CMV- citomegalovírus
CP- concentrado de plaquetas
CPAF- concentrado de plaquetas por aférese
CPDA-1 - solução preservativa e anticoagulante contendo ácido
cítrico, citrato de sódio, fosfato de sódio, dextrose e adenina.
PCC- Complexo protrombínico
CPP- conteúdo de plaquetário do produto
CPI- concentrado de plaquetas irradiado
Crio- crioprecipitado
DDAVP- desmovasopressina
DECH-AT- doença do enxerto contra o hospedeiro associada
à transfusão
AHAI- anemia hemolítica autoimune
AVC- acidente vascular cerebral
ATG- globulina antitimocítica
CEC- Circuito extracorpóreo
CCI- correct count increment – incremento plaquetário
CH- concentrado de hemácias
CHAF- concentrado de hemácias aférese
CHF- concentrado de hemácias filtradas
CHFI- concentrado de hemácias filtradas e irradiadas
CHI- concentrado de hemácias irradiadas
CHL- concentrado de hemácias lavadas
CHLR- concentrado de hemácias leucorreduzidas
CID- coagulação intravascular disseminada
CMV- citomegalovírus
CP- concentrado de plaquetas
CPAF- concentrado de plaquetas por aférese

28
CPDA-1 - solução preservativa e anticoagulante contendo ácido
cítrico,
citrato de sódio, fosfato de sódio, dextrose e adenina.
PCC- Complexo protrombínico
CPP- conteúdo de plaquetário do produto
CPI- concentrado de plaquetas irradiado
Crio- crioprecipitado
DDAVP- desmovasopressina
DECH-AT- doença do enxerto contra o hospedeiro associada
à transfusão

BIBLIOGRAFIA

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29
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Capa, projeto gráfico e diagramação:
Comunicação Corporativa - Fundação Pró-Sangue
São Paulo – 2023

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