Saúde Da Mulher - Assistência de Enfermagem Ao Pré-Natal de Baixo Risco
Saúde Da Mulher - Assistência de Enfermagem Ao Pré-Natal de Baixo Risco
Saúde Da Mulher - Assistência de Enfermagem Ao Pré-Natal de Baixo Risco
Atenção Primária
Assistência de enfermagem
ao pré-natal de baixo risco
Definição:
Na prática, para as mulheres que procuram os serviços com atraso menstrual que não
ultrapassa 16 semanas, a confirmação do diagnóstico da gravidez pode ser feita pelo
profissional de saúde da unidade básica. Nesses casos, é realizado o teste imunológico
para gravidez (TIG) de acordo com os procedimentos especificados no fluxograma a
seguir.
Sinais e Sintomas
(Confirmação da Gravidez)
Para as mulheres com atraso menstrual maior que 16 semanas ou com a certeza de que
estão grávidas (já sabem), o teste laboratorial é dispensável.
Se o TIG for negativo, deve ser agendada consulta para o planejamento reprodutivo,
principalmente, para a paciente adolescente.
Anamnese
Na primeira consulta de pré-natal, deve ser
realizada a anamnese abordando aspectos
epidemiológicos e os antecedentes familiares,
pessoais, ginecológicos e obstétricos. Além disso, é
preciso procurar saber sobre a situação da gravidez
atual.
Ausculta cardiopulmonar;
Exame do abdome;
Endereço
É de grande importância a identificação do endereço correto da mulher para que
se possa identificar a melhor unidade de atenção à saúde e sua área de
abrangência. Caso ela não esteja na unidade correta, é necessário encaminhar a
gestante para sua área de cobertura, avaliando sempre a condição da mesma
nesta primeira consulta e orientando a mulher de modo claro e objetivo.
Idade
Muito importante para classificação de risco da gestante. Deve se atentar para o
risco de gravidez em adolescentes menores de 15 anos e mulheres maiores de 35
anos.
Instrução
O grau de instrução também é um dos critérios de risco na classificação da
gravidez. Sendo importante classificar a escolaridade em: nenhuma,
fundamental, médio ou superior.
Peso x Altura
Peso e altura são fundamentais a cada consulta que a gestante faz. A ideia
principal é que haja o controle do peso da gestante. Essa informação
relacionada à altura da mulher concede o índice de massa corporal. Ele pode
indicar possíveis complicações durante a gestação.
Antecedentes Familiares
É necessário verificar na consulta de pré-natal os antecedentes pessoais e
familiar relativos ao tipo de gravidez e enfatizar as doenças crônicas. Essas
condições podem complicar o pré-natal.
Dessa forma, é essencial que ocorra a investigação dos seguintes
pontos:
Hipertensão arterial;
Diabetes mellitus;
Doenças congênitas;
Gemelaridade;
Hanseníase;
Doença de Chagas;
Gravidez Planejada
É importante verificar se a gravidez foi planejada ou não. Isso pode
influenciar a relação da gestante e de seus familiares com a gravidez. É
importante a orientação da equipe e a criação de vínculo para uma melhor
vivência da gravidez.
DUM
DUM é a abreviação para "data da última menstruação". É a data do
primeiro dia da última menstruação da mulher antes do teste de gravidez
dar positivo.
DPP
Quando a gestante sabe a data da última menstruação (DUM), utiliza-se
a regra mais comum para verificação da data provável do parto (DPP), a
regra de Naegele.
Deve-se subtrair três meses e adicionar sete dias à DUM, ajustando o ano.
O resultado é de, aproximadamente, 280 dias (40 semanas) após a DUM.
Exemplo: DUM = 8 de agosto de 2019 − 3 meses = 8 de maio de 2019 +7
dias = 15 de maio de 2019.
A DPP pode ainda ser verificada por exame de imagem. É possível ter
uma maior precisão da data provável do parto quando calculada a partir
de uma USG realizada até 12 semanas de gestação.
Tipo de Gravidez
A gravidez pode ser: única, gemelar, tripla ou mais. Torna-se importante a
identificação do tipo de gravidez para se traçar o plano de cuidados de
enfermagem.
Hospitalização na Gravidez
É importante verificar se houve hospitalização até o momento da
consulta. Principalmente, para que se possa conhecer o risco
gestacional ou realizar diagnóstico possível de complicações no
cuidado. Em caso de hospitalização, identificar o tempo de internação,
motivo e condutas adotadas. Se possível, ter acesso ao relatório de alta
da mulher.
Transferências
Transferência é relativo ao pré-natal. Algumas gestantes iniciam o pré-
natal em unidades diversas até chegar ao atual local de cuidado.
É importante que o enfermeiro entenda como foi a realização dos
procedimentos até o momento para que seja feito o cuidado de forma
segura e eficaz.
Antecedentes Ginecológicos
Informações essenciais
Os ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade);
O uso de métodos anticoncepcionais prévios (quais, por quanto
tempo, efeitos adversos, e motivo do abandono);
A existência de tratamento para infertilidade e esterilidade;
Infecções sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados,
inclusive pelo parceiro);
Doença inflamatória pélvica;
Cirurgias ginecológicas (idade e motivo);
Mamas (alteração e tratamento);
Última colpocitologia oncótica (papanicolau ou “preventivo”, data e
resultado).
Antecedentes Clínicos
Verificar os seguintes antecedentes clínicos: diabetes, infecção urinária,
infertilidade, dificuldade de amamentação, cardiopatia,
tromboembolismo, hipertensão arterial, cirurgia pélvica uterina, outras
cirurgias.
Sexualidade
Pontos importantes a serem investigados
Início da atividade sexual (idade da primeira relação);
Dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual);
Prática sexual nessa gestação ou em gestações anteriores;
Número de parceiros da gestante e de seu parceiro, em época recente ou
pregressa;
Uso de preservativos masculino ou feminino (uso correto? uso habitual?).
Gestação Atual
Na gestação atual, é importante verificar a ocorrência de: tabagismo (número de
cigarros por dia), álcool, outras drogas, violência doméstica, HIV/Aids, Sífilis,
toxoplasmose, anemia, ameaça de parto prematuro, isoimunização RH,
oligo/polidrômico, rotura prematura de membrana, infecção urinária, febre, pós-
datismo, hipertensão arterial, eclampsia, pré-eclampsia, cardiopatia, diabete
gestacional, uso de insulina, hemorragia 1º trimestre, hemorragia 2º trimestre,
hemorragia 3º trimestre, exantema e rash cutâneo.
Gestações Anteriores
É preciso averiguar como foram as gestações anteriores. Essas informações
são muito importantes para os cuidados prestados, assim como a
classificação e diagnóstico de risco.
Nascidos
Identificar os nascidos vivos e os nascidos mortos. Quanto aos nascidos
vivos, é necessário verificar quantos viveram e se houve nascidos vivos que
morreram na primeira semana ou depois da primeira semana.
Parto
Deve-se verificar se o parto foi vaginal ou cirurgia cesária. Para ambos os
tipos de parto, é preciso saber se houve a ocorrência de eclâmpsia e pré-
eclâmpsia. O peso do bebê também deve ser avaliado quando < de 2500 g
e > de 4500 g. É necessário ainda verificar se houve gestação prévia
ectópica e aborto, bem como o número e etiologia de abortos.
Outros Antecedentes Obstétricos
Número de partos
Isoimunização Rh.
Mortes neonatais precoces: Até sete dias de vida (número e motivo dos óbitos).
Outros Antecedentes Obstétricos
Mortes neonatais tardias: Entre sete e 28 dias de vida (número e motivo dos
óbitos).
Exames Complementares
Os exames devem ser avaliados, datados e é preciso anotar no cartão da
gestante todas as informações relativas à gravidez.
Exames necessários no pré-natal
ABO-RH;
Glicemia de Jejum;
Teste oral de tolerância à glicose;
Teste rápido de sífilis e HIV;
Hepatite B HbsAg;
Toxoplasmose;
Hemog. Hematócrito;
Urina-EAS;
Urina-Cultura;
Coombs indireto.
Cabe lembrar que, para acompanhamento do bebê, o exame de imagem
(ultrassonografia) é um dos mais importantes, embora outros exames sejam
solicitados, como:
Protoparasitológico: solicitado na primeira consulta;
Colpocitologia oncótica: muitas mulheres frequentam os serviços de saúde apenas para o pré-natal.
Assim, é imprescindível que, nessa oportunidade, seja realizado esse exame. Pode ser feito em
qualquer trimestre, embora sem a coleta endocervical, seguindo as recomendações vigentes;
Eletroforese de hemoglobina: todas as gestante devem ser rastreadas, considerando o alto grau de
miscigenação da população brasileira.
Vacina da Influenza
A vacinação contra o vírus influenza em gestantes é uma estratégia eficaz de proteção para a
mãe e para o lactente. Todas as gestantes devem tomar a vacina influenza, em qualquer fase
da gestação. Ela é gratuita para gestantes.
Vacinas na Gestação
Vacina DTPA
A vacina dtpa (tríplice bacteriana acelular do adulto) protege contra tétano neonatal e
coqueluche no recém-nascido.
A gestante deve ser vacinada com idade gestacional acima de 20 semanas de gestação
(preferencialmente, entre 27 e 36 semanas).
Em toda gestação, deve ser repetido o esquema. É preciso lembrar que, se a gestante já tem
esquema de vacinação contra tétano completo (três doses prévias), necessitará apenas da dtpa
entre 27 e 36 semanas.
Se a gestante não tem ou não sabe se o esquema de tétano está completo, ela deve ser
vacinada com duas doses da dT e uma dose da dtpa (sendo esta, entre 27 e 36 semanas). O
intervalo entre as doses deve ser entre 30 e 60 dias.
Vacinas na Gestação
Vacina Hepatite B
Se a gestante não tiver o esquema de
vacinação completo para Hepatite B ou
nunca tomou nenhuma dose, ela deve ser
vacinada durante a gestação,
preferencialmente, durante o segundo ou
terceiro trimestre. O esquema consiste em
três doses (0-1-6 meses). Se a gestante
recebeu uma ou duas doses, deverá
completar as doses durante a gestação, não
sendo necessário tomar novamente as doses
recebidas.
Referências Bibliográficas
Barros SO. Enfermagem obstetrícia: Guia para a prática assistencial. 2. ed. São Paulo:
Roca; 2009.
Ministério da Saúde (BR). Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres. Instituto
Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2016.