1451-Texto Do Artigo-5402-1-10-20191013

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ÁREA TEMÁTICA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL

OS DESAFIOS DE TRABALHAR A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS


ESCOLAS DE NÍVEL BÁSICO
Aldenira Alves Dantas1 ([email protected]), Fellipe Gustavo Silva Firmino dos
Santos¹ ([email protected]), Karla Dayane Bezerra Cruz¹ ([email protected])
1 Instituto Federal de Ciências e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN

RESUMO
O presente artigo constitui-se em uma investigação sobre os desafios de trabalhar com Educação
Ambiental dentro da escola de nível básico, com o objetivo de entender a importância que tem a
Educação Ambiental aliada na formação escolar do sujeito, como alternativa para propor uma
nova relação entre homem e natureza. A metodologia utilizada para construção do mesmo foi uma
pesquisa bibliográfica, de acordo com os autores Carvalho (2004), Grun (1996), Loureiro (2002),
em que partiu-se do contexto da sociedade atual, a crise ambiental em que se expande cada dia
mais. A partir deste cenário é relevante a participação e efetivação de todos na conscientização e
colaboração de trabalhar assuntos relevantes aos cuidados a Educação Ambiental enquanto meio
de amenizar essa “crise” e criar novos métodos, modos e práticas de ações educativas, atuando
diretamente na relação entre o homem e a natureza, na perspectiva de trabalhar a Educação
Ambiental inserido em ambientes escolares, com objetivo de vencer os desafios e a sensibilização
por parte do educando dando-se de forma voluntária, pois o aluno estará preocupado e
contribuindo como sujeito responsável quanto às problemáticas ambientais naquele local. Como
resultado, o estudo bibliográfico serve de base de dados para futuras gerações, contribuindo como
uma ferramenta de conscientização e humanização, interligada a temática do meio ambiente.
Assim, foi possível verificar a importância da Educação Ambiental para formação de cidadãos que
tenham um olhar mais aguçado quanto às problemáticas ambientais e compreender estes
desafios de trabalho no âmbito educacional.

Palavras-chave: Escola; Meio ambiente; Educação Ambiental.

THE CHALLENGES OF WORKING ENVIRONMENTAL EDUCATION IN


THE SCHOOL
ABSTRACT
This article is a research on the challenges of working with Environmental Education in the school
in order to understand the importance of Environmental Education allied to one's school education
as an alternative to propose a new relationship between man and nature. The methodology used
to construct it was a bibliographical research, which had as main authors Carvalho (2004), Grun
(1996), and Loureiro (2002). The study started from the context of the current society, the
environmental crisis, in which is growing every day more. From this scenario, it is imperative to
participate and make everyone aware of and collaborate in working on issues relevant to the care
of Environmental Education as a mean of mitigating this "crisis" and creating new methods, ways
and practices of educational actions, acting directly in the relationship between the man and the
nature, in the perspective of working Environmental Education inserted in school environment,
aiming to overcome the challenges and the awareness by the student taking place voluntarily,
because the student will be concerned and being responsible for the environmental problems in
that local. As a result, a bibliographic study with several authors with emphasis on the research,
which will serve as a database for future generations, contributing as a tool of awareness and
humanization, linked to the environment theme. Thus, it was possible to verify the importance of
environmental education for the training of citizens that have a focused look at environmental
issues and understand these work challenges in the educational field.

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Keywords: School; Environment; Environmental education.

1. INTRODUÇÃO

Muitas discussões tratam ao longo dos anos sobre as problemáticas ambientais que estão sendo
intensificados por diversos fatores, esses em sua maioria causados pela ação antrópica, como o
uso desmedido dos recursos naturais, causando à poluição, o desmatamento, a destruição da
biodiversidade, enfim a devastação do meio ambiente como um todo. Lima, vem dizer que:

De fato, a questão ambiental revela o retrato de uma crise pluridimensional


que aponta para a exaustão de um determinado modelo de sociedade que
produz, desproporcionalmente, mais problemas que soluções e em que as
soluções propostas, por sua parcialidade, limitação, interesse ou má fé,
acabam por se constituir em novas fontes de problemas. (LIMA, 1999, pg.
135)

De modo que gradativamente vem ocorrendo um debate a respeito dos problemas ambientais e
tem-se pensando alternativas de como combater e ou amenizar essa situação. Uma maneira é a
Educação Ambiental enquanto processo responsável por formar sujeitos conscientes das
questões ambientais e convictos de sua responsabilidade enquanto pertencente a este meio.
A Educação Ambiental é uma temática transversal, pois se compreende que o homem construa
uma realidade socioambiental rica em diversidade, com direitos, deveres e responsabilidades,
conscientizando a população e região ao respeito coletivo e individual com a participação da
comunidade e repartições públicas, correspondendo a questões de interesse público e que devem
ser compartilhados em ambientes escolares para uma melhor conscientização de todos, e assim
contribuir para uma qualidade de vida harmoniosa e saudável.

Analisando como foco o crescente número de desafios enfrentados pela falta de sensibilização na
temática citada, o estudo tem uma importância reflexiva, observando-se os maus hábitos da
população e remete a uma relevante necessidade de mudanças nos paradigmas que são
enfrentados diariamente, assim, tornará a comunidade mais “pensante” e disposta a agir de forma
diferente, numa perspectiva coletiva e acima de tudo, humana.
A comunidade em geral tendo esta sensibilização aborda com mais consciência a temática, ao
perceber que no decorrer das ações geradas sobre o principiante método de reflexão, estipulará
um novo entendimento e um espaço que se irá fundamentar em elos importantes para a
complexidade ambiental.
Assim, refletir sobre a complexidade ambiental passa a ser um meio inteligente, pois resulta em
um processo educativo planejado, organizado e compromissado com as questões
socioambientais, acarretando valores que permearão transformações relevantes no conhecimento
e nas práticas educativas.
Autores como Carvalho (2004) e Loureiro (2002) tratam a Educação Ambiental como um caminho
a seguir na formação do novo sujeito atento para as questões ambientais. O presente trabalho
traz no primeiro capítulo a importância da Educação Ambiental na sociedade atual e no segundo
os desafios de trabalhar com Educação Ambiental no ambiente escolar.

2. OBJETIVOS

Entender a importância que tem a Educação Ambiental aliada na formação escolar do sujeito,
como alternativa para propor uma nova relação entre homem e natureza. Dentro dos objetivos
específicos estão: sensibilizar a respeito da Educação Ambiental; refletir a questão ambiental na
sociedade atual; apresentar desafios enfrentados com a Educação Ambiental na escola de nível
básico; analisar alternativas de como reconhecer que o homem e o meio ambiente dependem um
do outro; conscientizar através da pesquisa, e novos métodos de pensar a respeito de ações
ambientais.

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3. METODOLOGIA

Este estudo obteve como abordagem a pesquisa qualitativa de caráter exploratório, demonstrando
os procedimentos metodológicos. Segundo Gil (2002, p.41) “pesquisas exploratórias tem como
objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas e torná-lo mais explícito ou
a construir hipóteses, incluir levantamentos bibliográficos e entrevistas” neste trabalho, o foco foi o
levantamento bibliográfico.
Os critérios utilizados para a construção do universo de estudo foi o embasamento de autores
estudados e pesquisados nas ferramentas: Google Acadêmico, Scientific Electronic Library
Online, Periódico CAPES, durante os meses de setembro a dezembro 2018. A pesquisa
exploratória, para Severino (2007), busca levantar informações sobre um determinado objeto,
permitindo uma maior familiaridade do pesquisador com o tema estudado.
Neste sentindo, o tema foi estudado com profundidade a partir de textos que apresentam
diferentes concepções do trabalho com a Educação Ambiental no âmbito escolar, trazendo
reflexões sobre a importância do mesmo como subsídios para a formação de cidadãos críticos e
responsáveis no tocante às questões ambientais. Trabalhou-se também com estudo bibliográfico
dos livros da coletânea Educação Ambiental para um desenvolvimento sustentável da Embrapa
(2012), que tratam de diferentes temáticas dentro da Educação Ambiental. Conforme esclarece
Fonseca (2002), a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas
de web sites. “As pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica
procuram referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta” (FONSECA,
2002, p. 32).
A pesquisa bibliográfica faz uma revisão de literatura que pode ser realizada em livros, periódicos
e artigos aos quais discorrem sobre a determinada temática, sendo um trabalho investigativo de
referências teóricas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Educação Ambiental é toda ação educativa que contribui para a formação de cidadãos
conscientes de preservação ambiental, apto a tomarem decisões coletivas sobre questões
ambientais que favoreçam uma sociedade sustentável e equilibrada. Sendo então fundamental e
devendo acontecer também na escola, que é considerada como centro da formação humana,
formando cidadãos de bem, com objetivos e princípios a serem transformados, claro, com parceira
da família, que tem a função de desenvolver habilidades e promover o acesso à informação.
Neste sentido, espera-se que ao trabalhar com Educação Ambiental, a escola de nível básico
possa contribuir com o processo de formação do educando, e consequentemente, reformular os
conceitos, saberes e os hábitos, inclusive as questões e conhecimentos relacionados às
trajetórias vivenciais e seu o papel enquanto sujeito e cidadãos tornando-os capaz de uma visão
global da crise ambiental que nos encontramos e quanto isso pode influenciar na sua vida e de
todos os seres vivos. Busca-se não apenas despertar a consciência, mas ao mesmo tempo
sensibilizar para que sinta realmente o desejo de criar novos hábitos que contribua para melhorar
a qualidade ambiental e consequentemente a qualidade de vida desta e das futuras gerações.

4.1 Importância da Educação Ambiental na sociedade atual

O termo ambiental é frequentemente comentado nos meios de comunicação, instituições, escolas,


empresas ou até mesmo em conversas informais, pois gera inquietações e questionamentos
acerca da temática. Como diz: “em um terreno altamente político e ideológico, a Educação
Ambiental surgiu como proposta ao enfrentamento dessa crise através da articulação entre as

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dimensões social e ambiental” (VENTURA; SOUZA, 2010, p.14 apud ROOS & BECKER. p. 81,
2012).
Para isso, a importância do planejamento é fundamental para sobrevivência da espécie humana,
visto que é necessário a contribuição e envolvimento de todos para uma qualidade de vida com
responsabilidade e condições favoráveis, no que diz a respeito à moradia, lazer, trabalho. De
modo que a escola é o ambiente adequado para a construção de uma sociedade sensível a
questões ambientais com práticas e hábitos saudáveis e conscientes da sua responsabilidade
enquanto cidadãos.
O autor Leff (2001, p.61-62) afirma que a escola é um dos elementos para que Educação
Ambiental se efetive, mas diz também que:

Os princípios da gestão ambiental e de democracia participativa propõem a


necessária transformação dos Estados nacionais e da ordem internacional
para uma convergência dos interesses em conflito e dos objetivos comuns
dos diferentes grupos e classes sociais em torno do desenvolvimento
sustentável e da apropriação da natureza. O fortalecimento dos projetos de
gestão ambiental local e das comunidades de base está levando os
governos federais e estaduais, como também intendências e
municipalidades, a instaurar procedimentos para dirimir pacificamente os
interesses de diversos agentes econômicos e grupos de cidadãos na
resolução de conflitos ambientais, através de um novo contrato social entre
o Estado e a sociedade civil.

Ao longo dos anos a sociedade vem sofrendo essas mudanças, uma dessas ocorre com a
industrialização e o desenvolvimento tecnológico, com isso as pessoas passam a ter outro modo
de vida que vem marcado pelo consumismo exagerado, pela necessidade de ter sempre mais,
uma urgência em obter lucros que está acima de qualquer situação, tudo isso acarretou na
devastação do meio ambiente de modo contínuo. Neste sentido, Zeppone (1999) afirma que é
significativo o quanto o homem danifica o meio ambiente em busca de benefícios próprios, sem a
preocupação de preservar e/ou conservar a terra e a natureza nela encontrada, da qual faz parte.
Para isso, se faz necessário uma auto reflexão, para que ações como essa não se propaguem,
precisa haver uma fiscalização e acima de tudo conscientização por parte do “agressor”.
Há na sociedade como um todo, uma crise ambiental que precisa ser amenizada, e se nada for
feito para conter os avanços desta situação, a vida está ameaçada, pois o homem vem destruindo
seu habitat e dos outros seres existentes, por meio de suas ações.
Na perspectiva de tentar modificar esse paradigma, pode-se enfatizar a Educação Ambiental,
como uma alternativa de conscientizar e sensibilizar o sujeito para as problemáticas ambientais
favorecendo uma nova visão centrada na sua responsabilidade ambiental como ser pertencente a
este meio. Essa temática já vem sendo discutida desde algum tempo no âmbito internacional
como mostra:
Seguindo as recomendações da Conferência de Estocolmo, em 1975
UNESCO promove o Encontro de Belgrado, Iugoslávia, onde foram
formulados alguns princípios básicos para um programa de Educação
Ambiental. Em 1977, novamente a UNESCO e o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA promovem, em Tbilisi, Geórgia, ex-
URSS, a primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação
Ambiental. Este encontro tem sido considerado um dos eventos decisivos
nos rumos que a Educação Ambiental vem tomando, sobretudo porque
figura como marco conceitual no novo campo (DIAS, 1993, p. 138).

Como se pode observar a Educação Ambiental vem sendo discutida em outros países já algum
tempo. Outro momento marcante neste cenário de discussões sobre a Educação Ambiental
ocorreu em 1992, com uma nova conferência internacional, promovida com intuito de avaliar os

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resultados obtidos e traçar estratégias e ações voltadas para Educação Ambiental no período
seguinte.
O fruto desta conferência, a Agenda 21, que se traduz em um significativo compromisso assumido
pelas nações participantes com ações a curto, médio e longo prazo e metas definindo como as
nações iriam caminhar para alcançar o desenvolvimento sustentável. Enfim, pode-se ver que a
Educação Ambiental surge como uma alternativa para tentar amenizar os problemas ambientais,
que em sua maioria são efetuados pela ação antrópica.

4.2 Os desafios de trabalhar com Educação Ambiental na escola

Nesta perspectiva de efetivação da Educação Ambiental tem-se como grande aliada à escola,
pois ela é o principal lugar de formação do sujeito crítico responsável e atuante. Inserir a
Educação Ambiental no âmbito da formação escolar é abrir espaço para construir um novo sujeito
pensante nas questões ambientais e que seja capaz de criar e fomentar novas de viver e conviver
harmonicamente com o meio ambiente.
De acordo com Baeta et al (2002, p.69):

Educação Ambiental é uma práxis educativa e social quem tem por


finalidade a construção de valores, de conceitos, de habilidades e de
atitudes que possibilitem o entendimento da realidade da vida e atuação
lúdica e responsável de atores sociais, individuais e coletivos no ambiente.

Assim trabalhar a Educação Ambiental dentro da escola de nível básico com o objetivo de garantir
a formação do educando dentro dos princípios fundamentais do respeito à natureza, a vida e o
meio em que está inserido, construir outro modo de vida que garanta a sustentabilidade.
Apesar de alguns documentos apresentarem a Educação Ambiental em seu conteúdo como é o
caso dos Parâmetros Curriculares Nacionais, na qual aparece como um dos temas transversais,
esse trabalho ainda vem sendo realizado de modo esporádico e fragmentado, se limitando há
projetos que são trabalhados principalmente na semana do meio ambiente. Quando não fica
apenas a cargo do professor de ciências, não tendo conexão com as diferentes áreas do saber.
Autores como Carvalho (2004), Loureiro (2000) e Layrargues (2000) vêm apontar essa situação,
na qual as práticas de Educação Ambiental dentro das escolas ainda não são satisfatórias.
É constante a destruição do meio ambiente nos dias atuais, o que aponta a prioridade da inserção
da Educação Ambiental dentro da escola de nível básico de forma concreta integrando o próprio
currículo da mesma. Cujo trabalho seja efetivado por meio da interdisciplinaridade que de acordo
com Carvalho (2004, p.121):

A interdisciplinaridade não pretende a unificação dos saberes, mas deseja a


abertura de um espaço de mediação entre conhecimentos e articulação de
saberes, no qual as disciplinas estejam em situação de mútua coordenação
e cooperação, construindo um marco conceitual e metodológico comum
para a compreensão de realidades complexas.

Para tal, os educadores também precisam conhecer e ser sensíveis à temática ambiental, não
basta apenas conhecer a teoria, mas principalmente atuar na realidade do problema, levando os
educando a exercer atividade que envolva o saber e fazer em seu cotidiano, e assim modificar a
atitude dos mesmos tornando um cidadão responsável de seus deveres para com a preservação
ambiental e manutenção da qualidade de vida. Desta maneira a aprendizagem será mais
significativa se a atividade estiver adapta a vida real da cidade, ou do meio do aluno e do
professor. Quando lidamos com experiências diretas, o processo de interdisciplinaridade ocorre
quando essas duas ou mais disciplinas são expressas por meio de inter-relações concretas,
tornando a aprendizagem mais eficiente e eficaz. O professor tem grande responsabilidade, pois
no exercício de sua função tem a tarefa de ampliar no educando as suas capacidades intelectuais,

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desenvolver o senso crítico despertando um olhar mais profundo diante de si, do outro e do meio
que está inserido.
Na vida nada é estático, tudo muda, a cada momento surgem novas possibilidades, novos modos
de ver e fazer as coisas, do mesmo modo, é assim também na escola ela precisa estar aberta a
enfrentar os novos desafios que vão surgindo ao longo do caminho, é a Educação Ambiental um
destes desafios que se faz necessário à escola enfrentar e assumir para a si esta
responsabilidade. Sabe-se que não é apenas a Educação Ambiental responsável por salvar o
mundo da drástica crise ambiental em que se encontra, porém ela pode contribuir
significativamente na medida em que trabalha no homem a criação de uma nova postura
enquanto sujeito que é responsável por grande parte dos problemas ambientais.
A partir dos desafios encontrados, das necessidades advindas das novas demandas da própria
sociedade, as escolas requerem com urgência a formação seus professores, também voltada para
área ambiental, uma vez que muito não estão preparados para trabalhar com essa demanda.
Neste sentido:
A Educação Ambiental transcende conceitos, integra áreas de
conhecimento, assim como faz pensar o papel da educação, e
consequentemente, no papel do professor, que não pode limitar-se a
transmitir conhecimentos. É necessária uma sensibilização diante da crise
ambiental em que vivemos para que seja discutida uma nova ética na
educação –a ética ambiental – na qual o homem não poderá mais ser o
centro de tudo (GRUN, 1996, p. 41).

Diante do exposto, nota-se que é fundamental toda uma mudança de paradigmas que não são
apenas ideológicos, mas político, social e também econômico, pois quando se trata de preservar o
meio ambiente, está se trabalhando com a questão da redução da exploração desenfreada dos
recursos naturais, entre outras coisas, onde estão incluídas diversas da sociedade. A partir desta
perspectiva percebe-se que é um grande desafio para escola de nível básico, para o professor
realizar um trabalho significativo com Educação Ambiental “As concepções dos professores
acerca desta temática vai ser orientar a maneira como eles interpretam suas finalidades e o tipo
de práticas a que recorrem para alcançá-las” (VALENTIN; SANTANA, 2010, p. 389). Porém,
quanto mais o professor se aprofundar no tema, mas interpretações e práticas podem ocorrer no
âmbito escolar sobre as questões ambientais, facilitando assim a assimilação e aprendizado pelos
alunos:

No âmbito da Educação Ambiental, percebe-se uma intensificação na


produção de material pedagógico, audiovisual e ou impresso, relacionado ao
meio ambiente, mas que, contudo, ainda em grande parte não refletem os
objetivos explicitados no Programa Nacional de Educação Ambiental e muito
menos a realidade socioambiental do lugar, região e país, normalmente
tendo uma ótica disciplinar, segmentada, e por vezes tendo como referência
apenas valores de determinados segmentos sociais, variando em qualidade
e consistência (RODRIGUES; COLESANTI, 2008, p. 53).

Essa ausência de ferramentas pedagógicas e capacitação dos docentes fazem necessárias e de


certa forma, deixa-os “aprisionados” a um modelo de educação formal, não conseguindo
desenvolver práticas educativas e inovadoras acerca da temática, informando e instruindo o aluno
apenas sobre o tema gerador meio ambiente, resultando que o educando não exponha sua
opinião e nem reflita, tendo como consequência a não geração de conhecimento:

A visão equivocada de que a inserção da Educação Ambiental nos


currículos consiste no estudo da natureza e em práticas voltadas para a
destinação do lixo está sendo substituída pelas atuais propostas, que
envolvem o estudo crítico da realidade social, cultural e econômica em que
as escolas se situam, aproximando-as de seu papel de instituições
formadoras de cidadãos. A proposição de práticas de pesquisa, observação
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e participação em atividades dentro e fora da escola, visando o
equacionamento de questões ambientais, faz parte da atual metodologia da
Educação Ambiental (JUSTEN, 2006, p. 133).

Contudo, faz-se necessário à compreensão de um conjunto de fatores como peças fundamentais


para construção de uma visão integral, compreendendo que a Educação Ambiental refere-se a
todo o ambiente e que o local que nos encontremos hoje está inserido a essa extensão, assim a
autoconscientização é primordial e relevante para uma sociedade mais digna e sustentável.

5. CONCLUSÃO

Com este trabalho de pesquisa foram alcançados os objetivos pretendidos ao compreender com
mais ênfase a necessidade e ao mesmo tempo os desafios de trabalhar a Educação Ambiental
como parte integrante na formação escolar básica, partindo de um cenário que se configurara na
sociedade atual, onde os problemas ambientais tornam-se cada dia mais intenso, embora muitas
vezes as pessoas não percebam essa realidade.
A partir de uma fundamentação teórica envolvendo o tema e da realização por meio de uma
pesquisa bibliográfica, na qual foram incluídos diversos pensamentos no campo da Educação
Ambiental, conseguiu-se refletir o sentido da importância que tem a referida temática, como
caminho pra transformação do sujeito no intuito de conscientiza-lo e sensibiliza-lo na adoção de
novos hábitos e práticas no tocante as questões ambientais, de modo que suas ações sejam as
mínimas possíveis em relação à degradação do meio ambiente. Por meio da pesquisa verificou-se
também, que a Educação Ambiental vem sendo debatida há bastante tempo, porém, dentro do
ambiente escolar básico ela ainda não está sendo trabalhada adequadamente para que tenha
resultados satisfatórios. Isso ocorre por fatores diversos, como falta de formação do professor
nesta temática, o fato Educação Ambiental não ser parte dos conteúdos determinados no currículo
das escolas de nível básico, embora a mesma faça parte dos temas transversais apresentados
nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Assim, foi possível perceber alguns desafios que precisam ser enfrentados para que a Educação
Ambiental seja trabalhada nesta escola, garantindo a formação do cidadão crítico, consciente e
responsável quanto às questões ambientais. De tal modo, que é necessário que haja uma
sensibilização tanto de quem ensina como daquele que aprende, quanto aos fatores que causam
os problemas ambientais, fica compreendido que suas ações influenciam de forma consistente na
natureza, pois existe uma relação de interdependência entre homem-natureza.
Ao final deste trabalho, ficam contribuições no âmbito reflexivo sob a ótica do pensar para a nova
consciência ambiental sustentável com respeito ao planeta, pois se observa que há muito ainda o
que se fazer para amenizar as problemáticas ambientais. E aponta-se, a Educação Ambiental no
âmbito escolar como primordial para mudança de paradigma, uma vez que a educação pode
mudar as pessoas, transformando, evoluindo e vislumbrando uma sociedade justa e igualitária.

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