Silva Metodologia Biomonitoramento 2021

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ISSN 1516-4691

Abril / 2021
DOCUMENTOS
128

Metodologia de biomonitoramento aplicada a


reservatórios com tanques-rede de piscicultura
ISSN 1516-4691
Abril/2021

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Embrapa Meio Ambiente
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

DOCUMENTOS 128

Metodologia de biomonitoramento aplicada a


reservatórios com tanques-rede de piscicultura

Mariana Silveira Guerra Moura e Silva


Artur Jordão de Magalhães Rosa
Ana Maria Cirino Ruocco
Everton Santos Dias
Josilaine Taeco Kobayashi

Embrapa Meio Ambiente


Jaguariúna, SP
2021
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Comitê Local de Publicações
da Embrapa Meio Ambiente
Embrapa Meio Ambiente
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Membros
Rodrigo Mendes, Ricardo A. A. Pazianotto,
Maria Cristina Tordin, Daniel Terao, Victor Paulo
Marques Simão, Geraldo Stachetti Rodrigues,
Vera Lucia Ferracini e Marco Antonio Gomes

Revisão de texto
Eliana de Souza Lima e Victor Paulo Marques
Simão

Normalização bibliográfica
Victor Paulo Marques
Simão

Projeto gráfico da coleção


Carlos Eduardo Felice Barbeiro

Editoração eletrônica
Gabriel Pupo Nogueira

Foto da capa
Saulo Coelho / Embrapa

1ª edição eletrônica (2021)

Todos os direitos reservados.


A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa Meio Ambiente

Metodologia de biomonitoramento aplicada a reservatórios com tanques-rede de


piscicultura / Mariana Silveira Guerra Moura e Silva… [et al.]. – Jaguariúna:
Embrapa Meio Ambiente, 2021.
PDF (27 p.) : il. color. – (Documentos / Embrapa Meio Ambiente, 1516-4691 ; 128).

1. Qualidade da água. 2. Biomonitoramento. 3. Tanques-rede. 4. Piscicultura.


I. Silva, Mariana Silveira Guerra Moura e. II. Rosa, Artur Jordão de Magalhães. III.
Ruocco, Ana Maria Cirino. IV. Dias, Everton Santos. V. Kobayashi, Josilaine Taeco.
VI. Série.

CDD (21. ed.) 333.91

Victor Paulo Marques Simão (CRB-8/5139 © Embrapa, 2021


Autores

Mariana Silveira Guerra Moura e Silva


Bióloga, doutora em Engenharia Agrícola, pesquisadora da
Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna, SP.

Artur Jordão de Magalhães Rosa


Zootecnista, doutor em Genética, pesquisador da Embrapa
Cerrados, Planaltina, DF.

Ana Maria Cirino Ruocco


Bióloga, doutora em Zoologia, bolsista da Embrapa Meio
Ambiente, Jaguariúna, SP.

Everton Santos Dias


Biólogo, doutor em Entomologia, bolsista da Embrapa Meio
Ambiente, Jaguariúna, SP.

Josilaine Taeco Kobayashi


Bióloga, mestre em Ecologia, auditora ambiental da AECOM
do Brasil LTDA, Belo Horizonte, MG.
Apresentação
Considerada como símbolo de modernização e da habilidade humana em
controlar e utilizar recursos da natureza, a construção de grandes represas
no Brasil cresceu consideravelmente entre as décadas de 30 e 70. Cerca de
metade das represas construídas tem a finalidade de acumular água para
projetos de irrigação e acredita-se que estas contribuam com 12 a 16% da
produção mundial de alimentos. Dentre as várias utilizações, a prática do cul-
tivo de peixes em fazendas aquícolas vem se destacando por ser o setor que
mais tem crescido em produção alimentar. No Brasil, a principal espécie de
peixe cultivada em tanques-rede é a tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus).

Apesar da importância para a economia e qualidade de saúde da população,


sabe-se que a prática da aquicultura gera conflitos de opiniões, principalmen-
te em relação a aspectos ecológicos, no que diz respeito ao aprimoramento
das técnicas de cultivo e sua estruturação. É sabido que uma parcela relati-
vamente importante da ração é perdida, e grande parte da matéria orgânica
fica disponibilizada no ecossistema aquático, tanto na coluna de água quanto
depositada no sedimento, principal habitat da fauna bentônica.

Sendo assim, faz-se necessário o monitoramento da água, de modo que o


impacto ambiental no entorno do ambiente de produção seja o menor pos-
sível. O acompanhamento de variáveis físicas e químicas da qualidade de
água deve ser adaptado para o ambiente de produção aquícola, selecionan-
do-se os parâmetros que tem influência direta da aquicultura. Além disso, o
biomonitoramento tem grande potencial na avaliação da qualidade da água
em reservatórios, conferindo uma maior robustez e perenidade na detecção
de alterações na qualidade da água, servindo também como alerta no caso
de prevenção à mortandade de peixes cultivados.

Este documento apresenta as metodologias empregadas nos reservatórios


de Ilha Solteira e Chavantes, para avaliação da qualidade da água e do sedi-
mento em áreas aquícolas com tanques-rede. Tal pesquisa é parte do Projeto
BRS Aqua, Plano de Ação “Protocolo de Biomonitoramento em reservatórios
com atividade de aquicultura baseado em insetos aquáticos”, cujo objetivo
final é a proposição de um protocolo de biomonitoramento para as áreas
estudadas e está relacionado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
da ONU (ODS 6), meta 6.3: “Até 2030, melhorar a qualidade da água, redu-
zindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos
químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas
residuais não tratadas e aumentando substancialmente a reciclagem e reuti-
lização segura globalmente”.

Marcelo A. B. Morandi
Chefe-geral
Embrapa Meio Ambiente
Sumário
Introdução..................................................................................................... 10

Avaliação da qualidade da água.............................................................. 11

O biomonitoramento................................................................................. 11

Onde amostrar......................................................................................... 13

Quando amostrar..................................................................................... 15

O que coletar e como proceder................................................................ 15

Padrões de qualidade de água para criação de peixes........................... 15

Métodos de coleta......................................................................................... 17

Equipamentos para análise da água........................................................ 17

Métodos de coleta – amostradores de sedimento................................... 18

Amostrador com substrato artificial.......................................................... 18

Amostrador de fundo tipo draga............................................................... 19

Amostras de sedimento............................................................................ 20

Acondicionamento de amostras e processamento em laboratório............... 21

Métricas biológicas e índices bióticos........................................................... 23

Conclusões ................................................................................................... 24

Agradecimentos............................................................................................ 24

Referências................................................................................................... 25
10

Introdução
Segundo o último balanço publicado em fevereiro de 2020 pela Associação
Brasileira da Piscicultura - Peixe BR (2020), a aquicultura do País cresceu
4,9%, chegando a 758.006 toneladas, com receita de cerca de R$ 5,6 bilhões
por ano. De acordo com a mesma entidade, o crescimento acumulado da
produção chega a 31% nos últimos seis anos, tornando o Brasil o 4° maior
produtor de tilápia (Oreochromis niloticus Linnaeus, 1758) no mundo.

A piscicultura realizada em tanque-rede vem se expandindo no Brasil.


Destaca-se o total de 140.952 toneladas de peixes produzidos em apenas
dois dos reservatórios da União, Ilha Solteira (SP/MS) e Chavantes (SP/PR),
no ano de 2019 (Peixe BR). As vantagens deste tipo de criação em relação
aos viveiros escavados são: o menor custo de instalação, o aproveitamento
de recursos hídricos já existentes (tais como lagos e represas), a baixa inci-
dência de problemas, como o mau sabor indesejado da carne (off flavour), e
a maior proteção contra predadores naturais (Ono; Kubitza, 2003).

Entretanto, dentre os maiores desafios encontrados na aquicultura no Brasil


estão o aumento da produção, aliado à redução de perdas e custos, além da
diminuição dos impactos ambientais negativos que podem ser gerados por
esta atividade.

Atualmente, a Embrapa, em parceria com universidades nacionais e interna-


cionais, institutos federais e institutos de pesquisa, está investindo em moni-
toramento, pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias aliadas a Boas
Práticas de Manejo (BPM) com o propósito de subsidiar as atividades de
aquicultura no País. O objetivo é ajudar os aquicultores no aumento da produ-
tividade, reduzindo perdas e custos de produção, além de auxiliar na imple-
mentação de práticas sustentáveis, evitando ou, ao menos, minimizando da-
nos ambientais oriundos dessa atividade (Rotta; Queiroz, 2003; Souza et al.,
2014). Na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) o Projeto Componente
“Manejo e Gestão Ambiental da Aquicultura”, desenvolvido no âmbito do
Projeto BRS Aqua (Ações estruturantes para o fortalecimento da pesquisa,
do desenvolvimento e da inovação em aquicultura na Embrapa), vem a ser
um dos maiores projetos sobre aquicultura em andamento no Brasil, e que
busca atender a alguns destes objetivos.
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Avaliação da qualidade da água

Diante da crescente demanda de sustentabilidade econômica, ambiental e


social, vários procedimentos para avaliar um conjunto de indicadores am-
bientais e no contexto da produção aquícola estão sendo validados e dispo-
nibilizados há muitos anos (Rotta; Queiroz, 2003).

Um dos fatores mais importantes, diretamente relacionado com o sucesso da


produção, é a avaliação da qualidade da água onde os tanques-rede são ins-
talados. Diversos métodos estão disponíveis para isso. Podemos citar como
exemplo o uso de sondas multiparâmetros para mensurar fatores abióticos
como pH, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, sólidos totais e turbidez;
além da coleta de amostras de água para análises químicas para determina-
ção de fósforo total, nitrogênio total e metais pesados; e também da identi-
ficação de organismos da biota aquática como indicadores da qualidade da
água.

O biomonitoramento

A avaliação físico-química de qualidade de água realizada por sondas multi-


parâmetros, citada no item anterior, é bem conhecida, porém ela é limitada,
pois reflete os parâmetros da condição físico-química da água no momento
exato de amostragem. Assim, variações que podem ter acontecido ao longo
do dia ou entre os dias de coleta não são mensuradas e avaliadas. Nesse
sentido, quando as amostragens ocorrem semanalmente, quinzenalmente ou
mensalmente, as variações da condição físico-química da qualidade da água
nos intervalos entre os dias da coleta são perdidas.

Embora existam alguns recursos tecnológicos que nos permitem aferir os


parâmetros físico-químicos da água com uma frequência maior (dataloggers
que se acoplam a sondas) (Figueiredo; Green, 2019), esses aparatos tecno-
lógicos ainda são caros e elevam os custos de monitoramento, o que dificulta
sua aplicação em larga escala. Além disso, o uso de sondas está restrito, em
sua maioria, a captar os parâmetros da superfície e da coluna d’água. Muitas
vezes as sondas não conseguem mensurar os parâmetros do compartimento
do sedimento de fundo dos reservatórios, onde se acumulam poluentes orgâ-
nicos e inorgânicos.
Metodologia de biomonitoramento aplicada a reservatórios com tanques-rede de piscicultura 12

Eventualmente, esses poluentes podem ser ressuspensos para a coluna


d’água, alterando sua qualidade e causando alterações na composição de
espécies de organismos aquáticos, seja por meio do aumento da toxicidade,
ou depleção de oxigênio dissolvido, o que pode levar à morte dos animais
(Silva et al., 2016). No entanto, sem uso de equipamento de aferições con-
tínuas essas informações deixam de ser mensuradas. Como o emprego de
novas tecnologias para monitoramento contínuo ainda possui alto custo aos
aquicultores, sugere-se a inclusão do compartimento bentônico para obten-
ção de um monitoramento satisfatório na avaliação da qualidade da água em
reservatórios. Dessa forma, além de contribuirmos com o conhecimento para
a manutenção do equilíbrio ecológico do ecossistema aquático, auxiliaremos
o piscicultor a aplicar métodos de baixo custo e de avaliação contínua para
manter a boa qualidade de água, o que se refletirá na qualidade do peixe
produzido.

Desde a década de 70, macroinvertebrados bentônicos vem sendo utiliza-


dos em programas de biomonitoramento de qualidade de água (Firehock;
West, 1995). Os macroinvertebrados bentônicos são organismos que vivem
no substrato do fundo de riachos, rios, lagos e lagoas, estando presentes
em praticamente todos os ambientes aquáticos. A maior parte da diversidade
é composta por insetos aquáticos (que desenvolvem ao menos um estágio
da vida dentro da água), moluscos, anelídeos e crustáceos. Estes organis-
mos são importantes componentes na cadeia trófica, além de alguns serem
importantes agentes na decomposição foliar; também compõem a dieta de
outros invertebrados e vários vertebrados, como os peixes. O uso desses or-
ganismos na avaliação da qualidade da água, o chamado biomonitoramento,
consiste na avaliação da resposta de variáveis biológicas para monitorar mu-
danças no ambiente, geralmente causadas por ações humanas (Rosenberg;
Resh, 1993; Buss et al., 2003).

O uso dos organismos bentônicos para biomonitoramento da qualidade de


água é vantajoso, pois a amostragem e a análise qualitativa utilizam equipa-
mentos simples e de baixo custo (em contraste com equipamentos automáti-
cos para medição de parâmetros físico-químicos). A taxonomia (identificação
dos organismos) é bem conhecida para alguns grupos e há muitos métodos
de análise de dados disponíveis, sendo conhecidas as diferentes formas que
os organismos respondem aos diversos tipos de poluentes e diversas asso-
13 DOCUMENTOS 128

ciações. Dentre as desvantagens, o método envolve uma estratégia de coleta


relativamente exaustiva, e é necessário certa estrutura laboratorial e experti-
se técnica para identificação dos organismos, além da utilização de métodos
estatísticos apropriados.

Os organismos considerados bioindicadores são categorizados pela sua sensibili-


dade ou tolerância à presença de variação de contaminação nos ambientes aquá-
ticos (Bonada et al., 2006), apresentando alterações na abundância e comporta-
mento, refletindo os efeitos do estresse ambiental (Barbour et al., 1996; Ferreira
et al., 2011). É possível adequar o biomonitoramento a estudos experimentais
com diferentes tipos de perturbações, pois esses organismos são amplamente
distribuídos em todos os tipos de ambientes aquáticos, e os ciclos de vida longos
permitem avaliar os efeitos de perturbações regulares ou intermitentes ao longo
do tempo. Por outro lado, diferentes espécies respondem de maneira particular
aos diversos poluentes (Rosenberg; Resh, 1993).

A proposta desse documento é descrever a metodologia de biomonitoramen-


to empregada no projeto BRS Aqua, realizado em áreas de piscicultura em
tanques-rede, localizados em reservatórios da União, com intuito de indicar
uma padronização para outros monitoramentos de atividades no âmbito da
aquicultura. Sendo assim, a seguir são abordados os tópicos: seleção de
pontos, tipos de substrato, profundidade e equipamentos de coleta.

Onde amostrar?

Para selecionar os pontos de coleta é necessário que alguns fatores sejam


avaliados criteriosamente, visto que o tipo de substrato atua na regulação e
na abundância dos organismos aquáticos (Minshall; Minshall, 1977 citado
por Kikuchi, 1996). Além disso, outras características devem ser observa-
das como: ambiente lêntico (de águas paradas), ambientes lóticos (de água
corrente), área litorânea (das margens) e na área pelágica (área aberta do
ecossistema aquático; mais distante da margem), além dos braços dos rios
(quando for o caso). Se o objetivo do estudo for a caracterização da fauna
local, o ideal é que haja coletas em todos esses ambientes (lênticos e lóticos)
e com diferentes tipos de substratos (rochoso, com cascalho, com areia, com
folhiço), pois a fauna bentônica varia de acordo com as características des-
ses microhabitats.
Metodologia de biomonitoramento aplicada a reservatórios com tanques-rede de piscicultura 14

Uma das formas de se determinar os pontos de coleta para uma avaliação de


impactos na qualidade da água em áreas de aquicultura está na divisão da ma-
lha amostral em pontos equidistantes, abrangendo a área total da produção,
e a definição de, pelo menos, um ponto controle fora da área de influência da
área de produção da piscicultura (Matos et al., 2019). No Projeto Protocolo de
Biomonitoramento (Projeto BRS Aqua), o layout de amostragem foi centrado
na área de produção aquícola, com pontos a montante da área de produção
(um ponto com três pseudoréplicas, que correspondem a réplicas não inde-
pendentes estatisticamente), pontos nas linhas de tanques-rede (dois pontos
com três pseudoréplicas cada um) e pontos a jusante da área de produção
(um ponto com três pseudoréplicas). Além destes pontos, foram estabelecidos
dois pontos de coleta em rios de contribuição ao braço dos reservatórios de
Ilha Solteira (SP/MS) e Chavantes (SP/PR), onde estão instaladas as piscicul-
turas (três pseudoréplicas em cada um dos pontos de rio) (Figura 1).

Imagem: Google Earth

Figura 1. Ilustração dos pontos de coleta, tendo o reservatório de Ilha Solteira – Rio
Formoso como exemplo. Destaque para a área de produção (linhas de tanques-rede
dentro do círculo vermelho). RF 1 – Rio Formoso 1; FM – Formoso montante; FT
1 – Formoso tanque 1; FT 2 – Formoso tanque 2; FJ – Formoso jusante; RF 2 – Rio
Formoso
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Quando amostrar?

A variação espacial e temporal observada na natureza pode dificultar a in-


terpretação dos dados e comparações. A Cetesb (Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo) recomenda que as campanhas de coleta se concen-
trem no período seco para programas de monitoramento, já que as altera-
ções relacionadas às chuvas podem atuar nos índices de maneira similar aos
impactos antrópicos (Cetesb, 2012).

No caso do Projeto Protocolo de Biomonitoramento, as coletas foram feitas


trimestralmente, ou seja, quatro vezes ao ano, por dois anos. A intenção foi
coletar no início e fim dos períodos de seca e chuva, e o acompanhamento
por dois anos justifica-se para evitar que algum ano atípico (por exemplo, ve-
rão seco como o ocorrido em 2014 na região da Ilha Solteira) possa influen-
ciar a interpretação dos resultados obtidos pelo monitoramento realizado.

O que coletar e como proceder?

As coletas dos organismos e a mensuração dos parâmetros físico-químicos


devem ser padronizadas. Nesse sentido, é ideal que protocolos sejam esta-
belecidos e seguidos rigorosamente para obter dados que possam ser com-
parados entre si (entre os diferentes locais de coleta na mesma campanha),
com eventuais novas amostragens na mesma região. Isto também facilitaria
a realização de uma possível metanálise “a posteriori”, ou seja, integração de
resultados de dois ou mais estudos independentes, desenvolvidos em locais
diferentes ou o mesmo local em períodos diferentes, com o objetivo de de-
senvolver um protocolo de monitoramento ainda mais robusto e aplicável a
diversos ambientes (Čehovin et al., 2018; Johnston; Bauer, 2020).

Padrões de qualidade de água para criação de peixes

Kubitza (2003) afirma que a faixa ideal de temperatura para o cultivo de tilá-
pias está entre 27 e 32 ºC, e quanto ao oxigênio dissolvido, apesar de o ideal
ser acima de 4 mg/L (Arana, 1997), a tilápia tolera concentrações abaixo
deste valor (Kubitza, 2000; El-Sayed et al., 2008).
Metodologia de biomonitoramento aplicada a reservatórios com tanques-rede de piscicultura 16

Boyd (2003) estabeleceu padrões de qualidade de água para prevenir im-


pactos negativos dos efluentes da aquicultura nas águas a jusante. Boyd e
Gautier (2000) estabeleceram faixas ideais para parâmetros de qualidade de
água para criação de tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus). Tais faixas foram
definidas considerando-se o bem estar do peixe e seu desenvolvimento óti-
mo. Dentre as variáveis físico-químicas com tais limites e/ou faixas, segue a
tabela abaixo (Tabela 1):

Tabela 1. Variáveis de qualidade de água e suas faixas recomendadas para a criação


de tilápia-do-Nilo (O. niloticus).

Variável Faixa recomendada*


pH 6,0 a 9,0
Sólidos totais em suspensão (mg/L) < 50,0
Fósforo total (mg/L) < 0,3
Nitrogênio amoniacal total (mg/L) < 3,0
DBO5 (mg/L) < 30
Oxigênio dissolvido (mg/L) > 5,0
* Recomendação da Global Aquaculture Alliance (Boyd; Gautier, 2000).

Além dos limites estabelecidos e apresentados na Tabela 1, no Brasil é tam-


bém utilizada a Resolução Conama 357 – Classe 2 (Conselho Nacional do
Meio Ambiente, 2005), para nortear a qualidade da água a ser mantida no
entorno da atividade aquícola. Esta Classe estabelece limites de variáveis
físicas e químicas da água para usos da água, dentre eles a aquicultura.
Assim, um empreendimento aquícola poderá devolver ao corpo hídrico águas
de qualidade igual ou superior à Classe 2. A Classe 2 se refere a águas que
podem ser destinadas, dentre outros usos, para a aquicultura e à proteção
das comunidades aquáticas.
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Métodos de coleta

Equipamentos para análise da água

Para a coleta de água utilizamos uma garrafa de Van Dorn (Figura 2A), nas
regiões de superfície e profunda da coluna de água. Cada amostra foi verti-
da em um béquer de 2 litros e em seguida uma fração foi retirada com uma
seringa de 15 ml, imediatamente filtrada em filtro de acetato de celulose com
malha de 0,45 micrômetros de abertura, acondicionada em tubo cônico tipo
Falcon com capacidade para 15 ml, e mantida sob refrigeração para posterior
análise de cátions e ânions no laboratório. As amostras foram então coloca-
das em tubos de 12 ml no equipamento de cromatografia líquida, e o volume
de injeção de amostra foi de 20 uL.

A transparência da água foi medida através do disco de Secchi (Figura 2B)


e os demais parâmetros (oxigênio, pH, turbidez, condutividade, temperatura
da água), foram obtidos através de um medidor multiparâmetros (Horiba®
modelo U52) (Figura 2C). Os limites de detecção desse equipamento são os
seguintes: temperatura (sensor platina) – 10 a 55 ºC; pH (eletrodo de vidro)
– 0 a 14 pH; oxigênio dissolvido (método polarográfico) – 0 a 50 mg/L; condu-
tividade elétrica – 0,000 a 0,999 mS/cm; turbidez (led 30 scattering método) 0
a 800 NTU; e potencial de oxirredução – 2000 a 2000 mv.
Metodologia de biomonitoramento aplicada a reservatórios com tanques-rede de piscicultura 18

Imagens:: www.analyser.com.br
Figura 2. Equipamentos para análise da água. 2A. Garrafa de Van Dorn para amostra-
gem de água (modificada de www.interjet.com.br); 2B: Disco de Secchi, para medição
da transparência da água (modificada de www.lognature.com.br); 2C: Sonda multipa-
râmetros Horiba U52 (modificada de www.analyser.com.br).

Métodos de coleta – Amostradores de sedimento

1) Amostrador com substrato artificial: em geral utiliza-se materiais ex-


traídos do próprio local, como pedras, folhas e galhos, ou externos ao local,
como pedra brita, argila expandida, tijolos e bucha vegetal, colocadas dentro
de uma espécie de cesto. A vantagem desse amostrador é a padronização
do substrato e a possibilidade de colonização em locais de difícil acesso, tais
como rios ou lagos profundos. A desvantagem reside no fato dos substratos
serem mais propícios à colonização de alguns grupos de macroinvertebra-
19 DOCUMENTOS 128

dos; e uma outra desvantagem é o risco de vandalismo em áreas públicas.


Um exemplo de coletor com substrato artificial utilizado em viveiros escava-
dos com produção de tilápia é apresentado na Figura 3. No caso do projeto
BRS Aqua, um dos objetivos era conhecer a fauna bentônica colonizadora do
sedimento de fundo dos reservatórios. Para isso, foi utilizada a draga como
coletora de sedimento natural, a fim de se evitar uma possível seletividade na
amostragem dos organismos.

Fotos: Mariana Silveira G. M. Silva


Figura 3. Coletor com substrato artificial composto de folhas de taboa, pedras, bucha
vegetal e brita, envoltos por saco de fruta de 5 kg.

2) Amostrador de fundo tipo Draga: é constituída por duas conchas metá-


licas (em aço inox) de tamanho variável com hastes flexionáveis por dobra-
diças através de duas barras cruzadas presas ao cabo de aço estendido até
a embarcação. As conchas são lançadas abertas e presas por uma corda.
Após o equipamento atingir o fundo (substrato dos rios profundos ou lagos)
o mensageiro (peso preso na corda) é liberado e bate na trava da draga que
funciona como gatilho para o fechamento desta, de modo que o material co-
letado fique preso dentro das conchas. Por fim, o equipamento é puxado de
volta e o sedimento coletado é retirado e acondicionado em sacos ou potes
plásticos. Esse método é o ideal para rios e lagos com elevada profundidade,
devido à grande extensão do cabo usado para puxar a draga. Na Figura 4 são
apresentados três tipos de draga: Draga de Ekman (B), Draga de Petersen
(C) e Draga de Van Veen (D).
Metodologia de biomonitoramento aplicada a reservatórios com tanques-rede de piscicultura 20

Foto A: Mariana Silveira G. M. Silva; Imagens B, C, D - didaticasp.com.br


Figura 4. Coleta de sedimento do fundo, onde A: Equipe da Embrapa Meio Ambiente
realizando amostragem operando uma Draga de Ekman no Reservatório de Chavan-
tes; B: Draga de Ekman; C: Draga de Van Veen; D: Draga de Petersen (imagens B
e C modificadas de “indalo.com.es” e imagem D modificada de “didaticasp.com.br”).

Amostras de sedimento

No monitoramento dos reservatórios de Chavantes e Ilha Solteira, as amos-


tragens de sedimento foram realizadas em tréplicas para análise da comuni-
dade zoobentônica, com o auxílio de uma draga de Ekman (área = 0,225 m²)
(Figura 4B). Para estudos de biologia molecular e determinação de matéria
orgânica, metais e granulometria, foi coletada em cada ponto de amostragem
apenas uma amostra para cada estudo.
21 DOCUMENTOS 128

Em campo a amostra coletada foi imediatamente lavada em redes com aber-


tura de malha 0,25 mm, acondicionadas em potes plásticos (500 ml) e pre-
servadas em formol 4% (para análises da comunidade de zoobentos) ou ál-
cool 96ºGL (para análises de biologia molecular). As amostras obtidas para
análises de matéria orgânica, metais e granulometria, assim que coletadas,
foram diretamente acondicionadas em potes plásticos (1000 g), livres de pe-
neiragem e fixação.

Acondicionamento de amostras e
processamento em laboratório
O material coletado foi levado para análise em laboratórios da Embrapa
Meio Ambiente (Jaguariúna, SP). No Laboratório de Ecossistemas Aquáticos
(LEA), as amostras de sedimento para análise da comunidade zoobentônica
foram novamente lavadas em peneira (malha = 0,25 mm), sendo substituído
o formol 4% por álcool 80%. As amostras obtidas para análise de biologia
molecular foram preservadas no refrigerador e posteriormente triadas.

Ambas as amostras de zoobentos e biologia molecular foram analisadas


com o auxílio de um microscópio estereoscópico com aumento de até 80X,
e os organismos identificados até o menor nível taxonômico possível, com
auxílio de chaves taxonômicas. Existem chaves de identificação taxonômi-
ca conhecidas para cada grupo/táxon, e alguns dos caracteres morfológi-
cos mais usados na identificação são: a morfologia da boca, a antena, e o
formato das brânquias e das patas. No projeto, as chaves utilizadas foram:
Simone (2006); Domínguez e Fernández (2009); Mugnai et al. (2010). Os ma-
croinvertebrados bentônicos foram identificados ao menor nível taxonômico
possível, sendo alguns grupos identificados ao nível de gênero (ex: família
Chironomidae) (Figura 5).
Metodologia de biomonitoramento aplicada a reservatórios com tanques-rede de piscicultura 22

Foto: Mariana Silveira G. M. Silva


Figura 5. Montagem de lâmina para identificação de gênero de Chironomidae (Diptera)
em microscópio estereoscópico.

As amostras de água foram encaminhadas para o Laboratório de


Biogeoquímica Ambiental (LBA) para a determinação da concentração de cá-
tions e ânions no material dissolvido. O objetivo destas análises era avaliar
a qualidade da água de superfície e a 10 m de profundidade, próximo ao se-
dimento de fundo, a fim de relacioná-la com a comunidade macrobentônica
presente nos pontos de coleta. As amostras de água foram filtradas com uso
de membrana filtrante de celulose com malha de 0,45 µm, e colocadas em
tubos Falcon de 15 ml. Após coleta das amostras em campo, estas foram
mantidas em refrigeração e transportadas ao laboratório em caixas de isopor
com gelo. Os íons foram determinados com equipamento de cromatografia
líquida (Cromatógrafo de Íons, modelo 831, Metrohm), segundo o Método
Técnico do LBA 004. Os limites de detecção para cátions, de acordo com a
metodologia utilizada é de 50 ppb para lítio, sódio, amônio, potássio, cálcio e
magnésio; para os ânions, os limites de detecção são de 10 ppb para fluoreto,
cloreto, nitrito, brometo, nitrato e sulfato; e de 30 ppb para fosfato.
23 DOCUMENTOS 128

As amostras de sedimento foram encaminhadas ao Laboratório de Qualidade


de Solo (LQS) para determinação de granulometria (porcentagem de areia,
argila e silte) (Claessen et al., 1997; Camargo et al., 2009), bem como teo-
res de matéria orgânica, e ao Laboratório Central Analítica Inorgânica para
determinação de metais, segundo o método 3051 da agência ambiental dos
Estados Unidos (US EPA), que utiliza um método de extração por microon-
das, e é projetado para simular a extração usando aquecimento convencional
com ácido nítrico (HNO3), ou alternativamente, ácido nítrico e ácido clorídrico
(HCl) (Estados Unidos, 2007). O objetivo destas análises era avaliar a quali-
dade do sedimento a 10 m de profundidade, de modo a relacionar as caracte-
rísticas físicas e químicas do sedimento com a comunidade macrobentônica.
Os limites de detecção para metais/íons no sedimento (expressos em mg/L,
medidos na solução de leitura) são: P = 0,004; K = 0,001; Cu = 0,0024; Cd =
0,0013; Ni = 0,0005, sendo o limite de quantificação (LQ) a menor concentra-
ção da substância em exame que pode ser medida, utilizando um determina-
do procedimento experimental (Atomic..., 1995).

Métricas biológicas e índices bióticos


A qualidade da água e do sedimento também pode ser avaliada através de
medidas biológicas, por meio da avaliação da estrutura da comunidade bioló-
gica instalada nesses compartimentos do ecossistema aquático. Deste modo,
faz-se um balanço das espécies colonizadoras, qualificando e quantificando
os espécimes coletados. Em caso de impacto ou desequilíbrio ecológico, es-
pécies tolerantes predominam e aumentam em abundância; já as espécies
sensíveis diminuem de número. No caso da comunidade macrobentônica,
existem métricas que fazem a proporção entre grupos sensíveis e tolerantes.
Por exemplo: Tanitarsini/Chironomidae (usa dados de densidade destes dois
grupos, sendo que a tribo Tanitarsini é mais sensível em relação aos outros
Chironomidae); riqueza de táxons sensíveis (utiliza o número de táxons sen-
síveis comparativamente entre os locais de coleta); índices bióticos, como
por exemplo Shannon-Wiener (H’) que calcula a diversidade biológica em
uma amostra; equitabilidade (por ex: Pielou) que calcula a equidade de tá-
xons em uma amostra. Algumas destas medidas são utilizadas pela Cetesb
para qualificar as águas de reservatórios de abastecimento (Cetesb, 2012).
No caso dos índices bióticos, são atribuídos scores ou pontos que depois se
Metodologia de biomonitoramento aplicada a reservatórios com tanques-rede de piscicultura 24

somam para resultar na classificação final, em uma faixa de qualidade de


água que pode ir de ruim a muito boa.

No caso do presente estudo, as métricas usadas foram: riqueza taxonômica


(número de táxons presentes na amostra), diversidade de Shannon-Wiener,
equitabilidade de Pielou e densidade de organismos (número de espécimes
presentes na amostra por unidade de área/volume do amostrador). A com-
paração para avaliar a qualidade da água será entre os pontos de rio (con-
siderado o “branco” ou área sem interferência da aquicultura) e a região de
produção de tilápias (pontos de montante, tanque e jusante).

Conclusões
A expansão da aquicultura brasileira em reservatórios da União vem gerando
emprego e renda; porém seu desenvolvimento deve ser conduzido de manei-
ra sustentável. Para tanto, é necessário que haja monitoramento da qualida-
de da água e do ecossistema aquático de modo geral. O biomonitoramento
vem a atender e complementar as análises por variáveis físicas e químicas
de qualidade de água, na medida em que contempla o sedimento de fundo
dos reservatórios em sua análise. Este compartimento frequentemente acu-
mula e deposita diferentes tipos de poluentes, provenientes ou não do siste-
ma de produção aquícola.

O monitoramento da qualidade da água e do sedimento deve seguir proto-


colos padronizados de coleta e processamento de amostras, para subsídio
a políticas públicas na área de meio ambiente, bem como para comparação
entre diferentes áreas de produção aquícola, de maneira que a atividade se
mantenha e prospere junto com a boa condição ambiental.

Agradecimentos
Os autores agradecem aos produtores Sandro More - Piscicultura More, e
Michael Itagaki - Piscicultura Puro Peixe, pelo acolhimento e por permitir
a realização deste trabalho em suas propriedades. Ao Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), à Secretaria de Aquicultura e
Pesca (SAP) do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento do Brasil
25 DOCUMENTOS 128

(Mapa), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq) e à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pelo
apoio financeiro ao projeto “Ações estruturantes e inovação para fortaleci-
mento das cadeias produtivas da Aquicultura no Brasil” (BRS Aqua).

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