Conforto Ambiental - Tipologias Climáticas
Conforto Ambiental - Tipologias Climáticas
Conforto Ambiental - Tipologias Climáticas
AMBIENTAL
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o que são as tipologias climáticas, enten-
dendo o seu conceito e a sua aplicação. Além disso, você vai estudar sobre
os diferentes climas, suas características e especificidades, reconhecendo
como as condições e tipologias climáticas podem influenciar os projetos
de arquitetura.
Tipologias climáticas
Quando se pensa em clima, percebe-se a sua influência direta na satisfação ou
não com o ambiente natural, bem como na sensação de frio ou calor, abrangendo
também diversos outros aspectos. Segundo Pena ([2018], documento on-line),
o clima pode ser compreendido como “[...] o comportamento e a dinâmica
das condições da atmosfera em um dado local, composto por um conjunto
de condições meteorológicas que se sucedem e repetem-se ciclicamente ao
longo de alguns meses ou anos”. O autor ressalta a distinção do termo clima
em relação ao termo tempo, esse último se referindo às condições naturais
momentâneas do ar. Conforme Nascimento, Luiz e Oliveira (2016, documento
on-line), “[...] o clima é o resultado das interações da radiação solar com os
aspectos físicos geográficos e a circulação atmosférica”.
Para se avaliar o clima de determinada área ou região, é preciso levar em
conta alguns fatores. Segundo Pena ([2018], documento on-line), é necessário
estabelecer “[...] um panorama sobre o regime anual de chuvas, as estações
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As tipologias climáticas dos diferentes lugares, definidas com base nas caracte-
rísticas dos parâmetros atmosféricos, correspondem a importantes insumos ao
planejamento urbano, rural, regional e ambiental, principalmente a atividades
diretamente relacionadas à organização e produção do espaço, a exemplo da
agricultura, da indústria e do turismo.
Mais do que uma classificação dos climas, Herbertson propôs em 1905 uma
classificação das principais regiões naturais do mundo. Para tanto, utilizou
como critério as idades geológicas, as médias anuais de temperatura, a de-
finição da estação chuvosa, os diferentes tipos de vegetação e a densidade
populacional. O autor destaca que o clima não pode ser visto apenas como um
dos elementos físicos a serem quantificados e considerados na classificação,
mas, sobretudo, como a síntese das várias influências que atuam na superfície.
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Para visualizar o mapa da classificação utilizada por Strahler, acesse o link a seguir.
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Tipologias climáticas 7
Características do clima
Dentre diversos estudos, mapas e tipologias climáticas, algumas propostas
se destacam por serem voltadas especificamente para o território brasileiro.
Jurca (2005) cita as propostas de Delgado de Carvalho, Peixoto, Guimarães
e Bernardes, e destaca a proposta de Henrique Morize (Quadro 1), iniciada
8 Tipologias climáticas
Para visualizar o mapa da classificação climática adotada para o Brasil, acesse o link a seguir.
https://goo.gl/NhTayZ
[...] ter boas informações do local e do clima onde uma edificação será cons-
truída, é importante para que se obtenha um resultado de qualidade em termos
de projeto e consequentemente de conforto e eficiência energética com relação
à edificação à ser construída. É baseado nestas informações com relação às
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Pode-se dizer que adequar a edificação por meio de propostas para obtenção do
conforto térmico é um papel importante da arquitetura, e o seu resultado é diretamente
influenciado pelas condições climáticas de cada local. Conforme Lamberts (2017), em
locais com altas temperaturas, a adoção de ventilação natural e proteção solar das
paredes é um importante artifício para amenizar o calor, que pode ser feito por meio
de beirais e do isolamento térmico com mantas ou outros materiais. Além disso, em
áreas onde a luz direta do sol é importante em algumas estações e em outras não,
pode-se utilizar os brises móveis, que ajudam no controle da entrada de sol na edificação.
Já para a proteção contra o frio, o ideal é usar materiais que tenham grande inércia
térmica para o revestimento das paredes. Trata-se de materiais que vão retendo o
calor do sol lentamente durante o dia e, com o pôr do sol, começam a troca de calor
com os ambientes ao seu redor. Paredes revestidas de pedra voltadas para o poente
são um exemplo disso.
O ideal é que haja a associação de ambas as soluções, já que, no Brasil, as estações
causam mudanças bruscas na temperatura, e temos regiões em que há calor durante
o dia e frio à noite. Até mesmo os revestimentos podem ser associados, como os
carpetes, tapetes e pisos de madeira, que aquecem os ambientes, e as cerâmicas, vidros
e algumas pedras, que esfriam os espaços. Esses materiais precisam ser combinados
no mesmo projeto para garantir não somente o conforto em relação ao clima, mas a
eficiência e a durabilidade da edificação.
Além disso, é importante estudar o posicionamento da casa em relação ao sol,
verificando as necessidades do verão e do inverno. As fachadas devem ser analisadas
para que as aberturas sejam suficientes para circulação do ar e para que o sol não
invada o interior da casa, gerando desconforto no calor, mas que, ao mesmo tempo,
ofereça proteção no frio (SOARES, 2012).
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