01 Propriedade e Caracteristica Dos Materais
01 Propriedade e Caracteristica Dos Materais
01 Propriedade e Caracteristica Dos Materais
Faculdade de Engenharia
SISTEMAS ESTRUTURAIS II
1. PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICA
Professor DOS MATERIAIS
CONCRETO E AÇO
Eduardo Giugliani
Texto fonte:
Concreto Armado I – PUCRS. Profs. Henrique Gutfreind e Mauren Aurich
2014/01
Texto fonte: Concreto Armado I – PUCRS. Profs. Henrique Gutfreind e Mauren Aurich
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 Definição
Concreto armado é a união do concreto e de um material resistente a tração,
normalmente o aço, envolvido pelo concreto e nele convenientemente disposto, de tal modo
que ambos resistam solidariamente aos esforços a que forem submetidos.
De outra maneira, define-se o concreto armado como um material complexo,
constituído pela reunião de dois materiais que se podem admitir simples, o concreto e o aço
dispostos de maneira a utilizar econômica e racionalmente as resistências próprias de cada um
deles.
O princípio básico das peças de concreto armado é combinar o concreto e o aço de
maneira tal, que em uma mesma peça os esforços de tração sejam absorvidos pelo aço e os
esforços de compressão de preferência pelo concreto.
O concreto armado nasceu da necessidade de criar-se um tipo de construção que,
utilizando uma pedra artificial, apresentasse a durabilidade da pedra natural, tivesse a
propriedade de ser fundida nas dimensões e formas desejadas e associando-se o aço a esta
pedra artificial aproveitasse a alta resistência deste material, ao mesmo tempo que
protegendo-o, aumentasse sua durabilidade.
A associação do concreto e do aço é possível e prática, graças às seguintes
características dos dois materiais:
Elevadas resistências do concreto à compressão e do aço à tração;
Aderência dos dois materiais assegurando sua ação conjunta;
Coeficientes de dilatação térmica aproximadamente iguais e
Proteção do aço a corrosão pelo concreto que o envolve.
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1.2 Normas relacionadas
NBR - 6118 Projeto e execução de obras de concreto armado;
NB - 2 Cálculo e execução de pontes de concreto armado;
NB - 4/80 Cálculo e execução de lajes mistas;
NBR - 6120 Cargas para o cálculo de estruturas de edificações;
NBR - 7480 Barras e fios destinados a armaduras de concreto armado;
NB - 6 Carga móvel em pontes rodoviárias;
NB - 7 Carga móvel em pontes ferroviárias;
NB - 16 Execução de desenhos para obras de concreto simples e armado;
NBR - 8953 Concretos para fins estruturais.
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CAPÍTULO 2
CONCRETO
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abcissas as resistências e no eixo das ordenadas a frequência com que aparecem os valores
determinados.
Se a grandeza representada no diagrama só está sujeita a influências aleatórias, quanto
maior for o número de ensaios, mais se aproximará a forma da curva da de uma campânula
denominando-se então, curva de distribuição normal ou curva de Gauss.
fci (MPa)
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para a resistência do concreto era a média aritmética, fcj dos n valores de ruptura, chamada
resistência média na idade de "j" dias (normalmente "j" = 28).
A média aritmética, entretanto, apresenta o inconveniente de não representar a
verdadeira resistência do concreto na obra, por não levar em conta a dispersão da série de
valores. No ensaio dos corpos de prova da amostra de um concreto, metade deles terá
resistência inferior e metade resistência superior a fcj.
fci
Figura 2.2
Entre dois concretos cujas curvas de distribuição por frequência sejam as da figura
acima apesar de terem a mesma resistência média, não há dúvida que o mais seguro é o
concreto (1), aquele que apresenta menor dispersão, apresentando um número de pontos de
menor resistência consideravelmente menos elevado que o concreto (2). Em consequência, o
coeficiente de segurança a adotar no cálculo, deve ser maior para o concreto (2) de maior
dispersão.
A conclusão a que se chega é que, ao adotar a resistência média como base dos
cálculos, ter-se-á coeficientes de segurança variáveis segundo a qualidade de execução.
Para eliminar este inconveniente e conseguir que se trabalhe com um coeficiente de
segurança único e homogêneo em todos os casos, se adota modernamente o conceito de
"resistência característica do concreto", que é uma medida estatística que tem em conta não
só o valor da média aritmética, fcj, das rupturas dos diversos corpos de prova, como também
o coeficiente de variação , da série de valores.
Define-se como resistência característica fck do concreto, aquele valor que apresenta
uma probabilidade de 95% de que se apresentem valores individuais de resistência de corpos
de prova mais altos do que ele, ou seja, somente 5% de valores menores ou iguais.
Admitindo-se a hipótese de distribuição estatística normal de resistências, a definição
anterior conduz à adoção do valor do quantil de 5% para valor da resistência característica
fck. Esta maneira é considerada mais lógica e segura para definir a resistência do concreto.
Assim, entre dois concretos que tenham a mesma resistência média e coeficientes de
variação diferentes (controles de execução diferentes) o de menor coeficiente de variação será
o de maior segurança por ter um fck maior (ver fig. 2.2)
Por outro lado, para uma mesma resistência característica, um concreto de menor
coeficiente de variação (melhor execução), será dosado para uma resistência média menor,
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com evidente redução de custo (ver fig. 2.3). Portanto a adoção do valor característico como
limite de resistência representa um estímulo real a uma maior qualidade de execução.
fci (MPa)
Figura 2.3
Das tabelas de áreas da curva de distribuição normal, adotando a forma reduzida para
que a probabilidade de 5% dos resultados sejam iguais ou menores que fck resultam as
seguintes relações: fck = fcj - 1,65 sn, onde sn é o desvio padrão da resistência.
Uma coletânea executada a nível internacional dos resultados estatísticos do controle
de qualidade do concreto e a análise destes resultados demonstraram que o desvio padrão é
bastante independente da resistência do concreto e que pode ser considerado como uma
medida de cuidado empregado na fabricação do concreto.
De acordo com o item 8.2.4 da NBR 6118-03 as prescrições se referem à resistência à
compressão obtida em ensaios de cilindros moldados segundo a NBR 5738 realizados de
acordo com a NBR 5739.
Quando não for indicada a idade as resistências referem-se à idade de 28 dias. A
estimativa da resistência à compressão média fcmj, correspondente a uma resistência fckj
especificada, deve ser feita conforme indicado na NBR 12655 onde:
fcmj = fckj + 1,65 sd
onde sd é o desvio padrão de dosagem que, depende entre outras variáveis, da condição de
preparo do concreto.
A NBR 8953/1992 classifica os concretos para fins estruturais em classes de
resistência que são designadas pela letra C seguida do valor da resistência característica à
compressão (fck) expressa em MPa conforme as tabelas 1 e 2.
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C 45 45
C 50 50
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Tração axial
Flexão
Fendilhamento
2.2.2.1 Resistência à Tração por Fendilhamento
Quando uma carga linear atua sobre um corpo cilíndrico ou prismático colocado
horizontalmente, surgem tensões de tração transversais, aproximadamente constantes no
trecho médio da seção transversal, que, levados ao valor máximo produzem o fendilhamento
da seção. O estado de tensões na peça é biaxial.
O ensaio para determinação da resistência à tração por fendilhamento foi preconizado
pelo engenheiro e pesquisador Fernando Luiz Lobo Carneiro e reconhecido pelo CEB - FIP e
RILEM que o denominaram "ensaio brasileiro".
A resistência à tração por fendilhamento é determinada de acordo com a NBR 7222 e
pode ser calculada pela expressão:
fct = 2/ P/(DL)
onde fct: limite de resistência à tração em MPa.
P: carga máxima em N indicada pelo dinamômetro da máquina na ocasião da ruptura.
D: diâmetro do corpo de prova em mm.
L: comprimento do corpo de prova em mm.
A resistência à tração por fendilhamento deveria ser um pouco menor que a resistência
à tração axial, devido as tensões de compressão que atuam simultaneamente (caso de
solicitação "biaxial"). Na realidade, observa-se o contrário, o que é explicado pelo fato de
que, neste tipo de ensaio, as maiores tensões de tração não ocorrem na superfície, mas sim no
interior da seção, onde a retração produz tensões de compressão que necessitam ser
primeiramente eliminadas.
Por esta razão a resistência à tração pura do concreto pode determinar-se pela
fórmula:
fct = 0,85 . 2P/( DL) = 0,55 P/(DL)
uma vez que é menor, aproximadamente 15%, do que a resistência à tração por
fendilhamento, como já foi visto anteriormente.
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2.2.2.3 Resistência à Tração por Flexão
A resistência à tração na flexão, de acordo com a NBR 12142 é determinada
submetendo-se à flexão uma viga de concreto simples.
A resistência à flexão é calculada mediante a fórmula:
fct = Mr/W
onde: Mr: momento de ruptura,
W: módulo de resistência da seção de ruptura.
Esta resistência depende muito das dimensões dos corpos de prova, principalmente de
sua altura e do carregamento. O seu valor é maior do que a resistência à tração axial ou a
obtida por compressão diametral, porque a maior tensão ocorre apenas na fibra mais externa
e, por conseguinte, as fibras internas, menos solicitadas, colaboram na resistência.
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2.2.4 Diagrama Tensão - Deformação do Concreto
Verifica-se que, depois de carregado pela primeira vez, o concreto se comporta para tensões
não superiores às atingidas no primeiro carregamento mais ou menos de acordo com a lei de
Hooke: as deformações são proporcionais às tensões (diagrama retilíneo).
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CAPÍTULO 3
AÇO
3.1 Classificação
Os aços estruturais para concreto armado podem ser classificados em 2 grupos:
Aços classe A (dureza natural ou laminados a quente) que não sofrem tratamento
algum após a laminação sendo as características elásticas alcançadas unicamente por
composição química adequada com ligas de C, Mn, Si.
Como são laminados a quente, não perdem suas propriedades de resistência quando
aquecidos ao rubro e resfriados em seguida (condicionalmente até 1200º). Por isso podem ser
soldados e não sofrem demasiadamente com a exposição a chamas moderadas em caso de
incêndios. O diagrama tensão-deformação destes aços que apresentam escoamento definido é:
fyk
Aços classe B (encruados a frio) obtidos por trefilação a partir do aço classe A com o
aumento da resistência a tração à custa da grande perda de tenacidade.
Estes aços não apresentam patamar no diagrama tensão - deformação sendo definidos
por um valor convencional da tensão que corresponde a uma deformação residual de 2‰.
Este valor chama-se tensão convencional de escoamento.
fyk
2‰
Pelo gráfico da figura abaixo, nota-se a transformação radical que surge no diagrama
tensão-deformação de um mesmo aço em consequência do encruamento:
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fyk1
fyk2
2‰
sr1 sr2
De acordo com o valor característico da tensão de escoamento os aços são
classificados pela NBR 7486/1996 em categorias representadas por um número que é a tensão
característica de escoamento em kN/cm², seguido das letras A ou B conforme a classe do aço.
Assim teremos o aço CA - 25A que se representa simplesmente por CA - 25, cujo fyk
= 25 kN/cm² (não existe CA - 25B), o aço CA - 50A que se representa por CA - 50 cujo fyk
= 50 kN/cm² (não se fabrica o aço CA - 50B) e o aço CA - 60B que se representa
simplesmente por CA - 60, já que não existe o aço CA - 60A.
Estas armaduras são comercializadas em barras com comprimentos de 10 a 12 m e
rolos dentro das seguintes bitolas:
CA - 50 :
6,3 mm e 8,0 mm em rolo ou em barra.
Somente em barra:
10,0 mm, 12,5 mm, 16,0 mm, 20,0 mm, 22 mm e 25 mm.
(muito pouco utilizados 32,0 mm e 40,0 mm)
aço CA - 60 comercializado em rolo ou barra:
3,4 mm, 4,2 mm, 4,6 mm, 5,0 mm, 6,0 mm, 6,3 mm, 7,0 mm e 8,0 mm.
(muito pouco utilizados 3,8 mm e 10,0 mm)
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CAPÍTULO 4
VALORES DE CÁLCULO
Texto fonte: Concreto Armado I – PUCRS. Profs. Henrique Gutfreind e Mauren Aurich