Tese - Fillipe de Paula Almeida - 2023
Tese - Fillipe de Paula Almeida - 2023
Tese - Fillipe de Paula Almeida - 2023
ESCOLA DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
Orientador:
Prof. Dr. José Alves Júnior
Brasil
FILLIPE DE PAULA ALMEIDA
Orientador:
Prof. Dr. José Alves Júnior
Coorientador:
Prof. Dr. Antônio Heriberto de Castro
Teixeira
Goiânia, GO - Brasil
2023
Aos meus pais e meu filho.
AGRADECIMENTOS
Tabela 4.4 Erro quadrado médio (EQM, mm dia-1), erro médio absoluto (EMA,
mm dia-1), raiz do erro médio absoluto (REMA, mm dia-1), coeficiente
de correlação (r), índice de concordância (d) e índice de confiança (c)
para os valores de evapotranspiração obtidos pelos métodos
DroneAlb, DroneSat e Drone comparando-os aos métodos ETFAO,
ETEmbrapa e ETBHC................................................................................... 69
Tabela 4.5 Erro quadrado médio (EQM, mm dia-1), erro médio absoluto (EMA,
mm dia-1), raiz do erro médio absoluto (REMA, mm dia-1), coeficiente
de correlação (r), índice de concordância (d) e índice de confiança (c)
para os valores de evapotranspiração obtidos por estádio de
desenvolvimento do feijão pelos métodos DroneAlb, DroneSat, Drone
comparando-os aos métodos ETFAO, ETEmbrapa e
ETBHC..................................................................................................... 75
LISTA DE FIGURAS
O milho e o feijão são dois dos principais grãos cultivados em todo mundo, com
grande importância na alimentação humana e animal. O cultivo do milho é realizado
principalmente na 1ª e 2ª safra, dependendo na maioria das vezes das chuvas e sendo
vulnerável a veranicos. Do mesmo modo o feijão, que é produzido na maior parte na 2ª safra.
Com isso, o conhecimento da evapotranspiração da cultura é fundamental para a alimentação
de modelos de estimativa e quebra de produtividade, gestão dos recursos hídricos e manejo
da irrigação. Nesse contexto, o sensoriamento remoto se torna uma alternativa viável, de
baixo custo de operação e de boa acurácia. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o
desempenho do algoritmo Simple Algorithm For Evapotranspiration Retrieving (SAFER)
na estimativa da evapotranspiração atual (ETa) da cultura do milho e feijão na região
noroeste de Goiás. Ambos os estudos foram realizados em Itaberaí-Goiás em área irrigada
por pivô central no ano de 2021. A pesquisa foi elaborada em duas partes: na primeira foi
avaliado o impacto do pendoamento no cálculo da ET em uma área cultivada com milho.
Foi utilizado imagens de câmera multiespectral e termal MicaSense Altum acoplada a drone
e três diferentes fontes de imagens de albedo: Landsat 8, Sentinel 2A e drone. O albedo
proveniente do drone foi obtido através das imagens de reflectância da câmera. Na segunda
parte foi avaliado o impacto de diferentes fontes de albedo no cálculo da ET, também
utilizando as imagens da câmera, porém utilizando quatro fontes de albedo. Para isso, foi
instalado em campo um albedômetro. A ETa estimada por cada fonte foi comparada com a
ET obtida pelo método FAO, Embrapa e balanço hídrico climatológico a partir de índices
estatísticos. O pendoamento na cultura do milho contaminou os pixels de NDVI e albedo
levando a uma maior subestimativa na fase reprodutiva. Em média, os EQM (erro quadrado
médio) e EMA (erro médio absoluto) ficaram próximos de 1 mm dia-1. A estimativa da ETa
por sensoriamento remoto não é recomendada para a fase reprodutiva da cultura do milho.
A estimativa da ETa para a cultura do feijão é recomendada a partir de imagens de câmera
multiespectral e termal, com ambas as fontes de albedo de superfície. O índice de confiança
variou de 0,91 a 0,97. A ETDroneAlb apresentou menor erro em comparação com os métodos
padrões.
Corn and beans are two of the main grains grown worldwide, with great
importance in human and animal food. Corn cultivation is carried out mainly in the 1st and
2nd harvest, depending most of the time on rain and being vulnerable to dry spells. Likewise
beans, which are mostly produced in the 2nd harvest. As a result, knowledge of crop
evapotranspiration is essential to feed models for estimating and breaking productivity,
managing water resources and managing irrigation. In this context, remote sensing becomes
a viable alternative, with low operating costs and good accuracy. Thus, the objective of this
work was to evaluate the performance of the Simple Algorithm For Evapotranspiration
Retrieving (SAFER) algorithm in estimating the current evapotranspiration (ETa) of corn
and bean crops in the northwest region of Goiás. Both studies were carried out in Itaberaí-
Goiás in an area irrigated by center pivot in the year 2021. The research was carried out in
two parts: the first was to evaluate the impact of bolting on the calculated ET in an area
cultivated with corn. Images from a MicaSense Altum multispectral and thermal camera
coupled to a drone and three different sources of albedo images were used: Landsat 8,
Sentinel 2A and drone. The albedo from the drone was obtained through the camera's
reflectance images. The second part was to evaluate the impact of different albedo sources
on the calculated ET, also using the camera images, but using four albedo sources. For this,
an albedometer was installed in the field. The ET estimated by each source was determined
with the ET obtained by the FAO method, Embrapa and climatological water balance from
statistical indices. Tasseling in the maize crop contaminated the NDVI and albedo pixels,
leading to a greater underestimation in the reproductive phase. On average, the MDE (mean
square error) and AME (mean absolute error) were close to 1 mm day-1. Estimation of ET
by remote sensing is not recommended for the reproductive phase of maize. Estimation of
the ETa for the common bean crop is recommended from multispectral and thermal camera
images, with both surface albedo sources. The confidence index ranges from 0.91 to 0.97.
ETDroneAlb showed lower error compared to the standard methods.
Key words: Water requirement; Phaseulus vulgaris; Zea mays; SAFER; geoprocessing.
1 INTRODUÇÃO GERAL
al. (1998) em seu boletim já recomendavam que valores de Kc e de duração dos estádios da
cultura sejam ajustados por meio de experimentos para cada região, de acordo com a
variedade, as condições edafoclimáticas e técnicas de cultivo. Andrade Junior (2018)
pesquisando a diferença na evapotranspiração de uma área cultivada com feijão-caupi em
sistema de plantio direto e convencional, concluiu a ETc sob plantio direto é 14,9% menor,
tendo redução média de 16,9% no kc. Por isso, há necessidade do ajuste do kc para cada
sistema de plantio, cultivar e região.
E nessa necessidade de se estimar a demanda hídrica da cultura, e com esse
conhecimento evitar baixa produtividade, alimentar modelos de estimativa e quebra de
produtividade e dimensionar melhor a irrigação, foram desenvolvidos mecanismos para
determinação ou estimativa da água requerida pelas culturas. Para essa obtenção, existem
métodos diretos e indiretos, que buscam determinar a quantidade de água que a cultura
necessita, assim otimizando o sistema de irrigação. A medição do consumo de água durante
o ciclo da cultura, determinada por lisímetros ou através de balanço hídrico, permite a
determinação do Kc pela relação entre a evapotranspiração da cultura (ETc) e de referência
(ETo) (Jensen, 1968).
De acordo com Oliveira et al. (2020) a estimativa da evapotranspiração (ET)
pode ser mensurada por métodos diretos, como a lisimetria de pesagem, percolação e
flutuação. E por métodos indiretos, como o tanque classe A, evaporímetros e a partir de
equações empíricas que utilizam variáveis meteorológicas. O método de Penman-Monteith
foi aceito como padrão para estimativa da evapotranspiração de referência (ETo) pela
Organização das Nações Unidas para agricultura e alimentação em seu boletim 56 (Allen et
al., 1998), pois possui maior correlação com o método direto da lisimetria. Todos os métodos
indiretos têm como referência para calibração o método de Penman-Monteith, É um método
complexo que demanda grandes números de variáveis meteorológicas, como velocidade do
vento, temperatura média do ar, saldo de radiação diário e pressão de saturação de vapor.
Fluxos de energia na interface da superfície terrestre e da atmosfera caracterizam
as trocas energéticas que determinam os regimes térmicos do solo, da vegetação e do ar
atmosférico (Gomes et al., 2013). Esse balanço de energia pode ser estimado utilizando
tecnologias modernas, como o sensoriamento remoto. É um método de baixo custo, pois
existem diversas fontes de dados gratuitas. Esses dados podem ser oriundos de imagens
orbitais ou por meio de câmeras multiespectrais acopladas a drone. Machado et al. (2010)
relataram que estudos que utilizam técnicas de sensoriamento remoto, necessitam de
14
algoritmos para estimar elementos da superfície terrestre. Por isso, estimar o balanço de
energia é de fundamental importância, imprescindível nos estudos de modelagem
meteorológica, hidrológica e no manejo hídrico da agricultura irrigada (Bezerra et al., 2008).
E dentre esses algoritmos o SAFER (Simple Algorithm for Evapotranspiration Retrieving)
desenvolvido por Teixeira (2012) se destaca pela simplicidade e robustez nos dados gerados.
A estimativa por sensoriamento remoto já vem sendo estudada e aprimorada para
o uso de imagens orbitais, porém a interferência de nuvens, a baixa resolução espacial (baixo
nível de detalhamento dos objetos) e temporal (tempo de revisita) afetam a qualidade e
quantidade de dados. Por isso, o uso de imagens de drone na estimativa da ET surge como
alternativa para suprir essas carências, fornecendo imagens em escala de ultra detalhamento,
reduzindo a interferência por nuvens e condições meteorológicas.
Os dados oriundos de imagens necessários para o cálculo da ET pelo SAFER
são três: a temperatura de superfície, o NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) e o
albedo de superfície. A forma de obtenção e a precisão na estimativa desses dados são
fundamentais para a qualidade dos dados gerados de ET.
De acordo com Meivel & Maheswari (2021) os drones podem ser utilizados para
assistência ao agricultor, monitoramento do solo e do crescimento das plantas. Eles fornecem
gerenciamento de precisão, com economia e operações flexíveis. Assim, demonstra
potencial para suprir as demandas do setor produtivo, além de oferecer um processo
dinâmico, baixo custo de operação e imagens em nível de ultra detalhamento.
Neste contexto, o trabalho teve como objetivo:
a. Avaliar o desempenho do algoritmo SAFER na estimativa da ET utilizando
imagens de drone e diferentes fontes de albedo de superfície nas culturas do
milho e feijão.
b. Avaliar a influência da resolução espacial e temporal das imagens na
qualidade dos dados da ET.
1.1 REFERÊNCIAS
CRUZ, J. C.; PINTO FILHO, I. A.; PIMENTEL, M. A. G.; COELHO, A. M.; KARAM, D.;
CRUZ, I.; GARCIA, J. C.; MOREIRA, J. A. A.; OLIVEIRA, M. F.; GONTIJO NETO, M.
M.; DE ALBUQUERQUE, P. E. P.; VIANA, P. A.; MENDES, S. N.; DA COSTA, R. V.;
ALVARENGA, R. C.; MATRANGOLO, W. J. R. Produção de milho na agricultura
familiar. Embrapa: Circular técnica 159, Sete Lagoas, 2011.
JENSEN, M. E. Water consumption by agricultural plants. Pages 1–22 in: Kozlowski, T. ed.
Water deficits and plant growth. v. 2. Academic Press. New York, 1968.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O milho (Zea mays L.) é uma planta pertencente à família Poaceae, nativa das
Américas e é uma das culturas mais exploradas no mundo, sendo o Brasil o terceiro maior
produtor e um dos cinco maiores exportadores de milho (USDA, 2021). O milho é cultivado
em todas as regiões do Brasil, principalmente na segunda safra (CONAB, 2022).
A cultura do milho necessita de ótimos níveis de índices climáticos,
especialmente temperatura, precipitação pluviométrica e ou irrigação e fotoperíodo, para que
alcance o seu máximo potencial produtivo (Cruz et al., 2006).
O feijão comum (Phaseolus vulgaris) é originário da América do Sul e foi
introduzido no Brasil no século XVI (BITOCCHI et al., 2017). O feijoeiro é cultivado em
vários estados no Brasil e em diferentes condições edafoclimáticas, época e sistemas de
cultivo. O feijão constitui-se em uma das mais importantes fontes proteicas na dieta humana
em países em desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais.
Considerando todas as espécies de feijão em grãos, o Brasil é o terceiro maior
produtor mundial, ficando atrás apenas da Índia e Mianmar (FAO, 2021). Os países em
desenvolvimento são responsáveis por 87,1% do consumo mundial e por 89,8% da produção.
Entre os continentes, a Ásia foi o maior produtor mundial (43,13%), seguido das Américas
(29,42%), da África (25,68%), da Europa (1,4%) e da Oceania (0,37%) (FAO, 2021).
2.2 EVAPOTRANSPIRAÇÃO
900
0,408𝑥(𝑅𝑛 −𝐺)+ [𝛾 𝑥 ( )𝑥 𝑢2 𝑥 (𝑒𝑠 −𝑒𝑎 )]
𝑇+273
ET = (1)
∆+𝛾 𝑥 (1+0,34 𝑥 𝑢2 )
Em que:
𝑅𝑛 é o saldo de radiação à superfície da cultura
G é a densidade de fluxo de calor no solo
T é a média diária de temperatura do ar (ºC)
𝑢2 é a velocidade do vento a 2 metros de altura
𝑒𝑠 é a pressão de vapor de saturação do ar
𝑒𝑎 é a pressão de vapor atual do ar
𝑒𝑠 − 𝑒𝑎 é o déficit de pressão de vapor de saturação do ar (kPa)
Δ é a declividade da curva de pressão de vapor do ar na atmosfera
𝛾 é a constante psicrométrica
2.6 REFERÊNCIAS
ALLEN, R.; TASUMI, M.; TREZZA, R. SEBAL (Surface Energy Balance Algorithms for
Land) – Advanced Training and Users Manual, Idaho Implementation, Kimberly, version
1.0, 2002.
ALLEN, R.; TASUMI, M.; TREZZA, R. Satellite-based energy balance for mapping
evapotranspiration with internalized calibration (METRIC) – Model. Journal of Irrigation
and Drainage Engineering, Reston, v.133, n.395, p.380-394, 2007a.
ALLEN, R.; TASUMI, M.; TREZZA, R. Satellite-based energy balance for mapping
evapotranspiration with internalized calibration (METRIC) – Aplications. Journal of
Irrigation and Drainage Engineering, Reston, v.133, n.395, p.395-406, 2007b.
BITOCCHI, E.; RAU, D.; BELLUCCI, E.; RODRIGUEZ, M.; MURGIA, M.; GIOIA, T.;
SANTO, D.; NANNI, L.; ATTENE, G.; PAPA, R. Beans (Phaseolusssp.) as a model for
understanding crop evolution. Frontiers in Plant Science, Lausanne, v.8, art.722, 2017.
CINTRA, F. L. D.; LIBARDI, P. L.; SAAD, A. M. Balanço hídrico no solo para porta-
enxerto de citros em ecossistema de Tabuleiro Costeiro. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.4, n.1, p.23-28, 2000.
CRUZ, J. C.; PEREIRA FILHO, I. A.; ALVARENGA, R. C.; GONTIJO NETO, M. M.;
VIANA, J. H. M.; DE OLIVEIRA, M. F.; SANTANA, D. P. Manejo da cultura do milho.
Circular técnica 87, dezembro, 2006. Disponível em:
<http://www.cnpms.embrapa.br/protilp/artigos/Circ_87.pdf> Acesso em: 21 dez. 2022.
GAIDA, W.; BREUNIG, F. M.; GALVÃO, L.S.; PONZONI, F.J. Correção Atmosférica em
Sensoriamento Remoto: Uma Revisão. Revista Brasileira de Geografia Física, Recife,
v.13, n.01, p.229-248, 2020.
GRAY, P. C.; RIDGE, J. T.; POULIN, S. R.; SEYMOUR, A. C.; SCHWANTES, A. M.;
SWENSON, J. J.; JOHNSTON, D. W. Integrating Drone Imagery into High Resolution
Satellite Remote Sensing Assessments of Estuarine Environments. Remote Sensing, Basel,
v.10, p.1-24 n.8, 2018.
MORSE, A., TASUMI, M., ALLEN, R. G. & KRAMBER, W. J. Application of the SEBAL
Methodology for Estimating Consumptive Use of Water and Streamflow Depletion in the
Bear River Basin of Idaho through Remote Sensing – Final Report. Idaho Department of
Water Resources, University of Idaho, 2000.
QIN, A.; NING, D.; LIU, Z.; DUAN, A. Analysis of the accuracy of an FDR sensor in soil
moisture measurement under laboratory and field conditions. Advanced Sensor
Technologies in Agricultural, Environmental and Ecological Engineering, Xinxiang,
v.2021, 2021.
VICENTE, M. R.; LEITE, C. V.; DOS SANTOS R. M.; LUCAS, P. O.; DIAS, S. H. B.;
SANTOS, J. A. Evapotranspiração de referência utilizando o método FAO Penman-
Monteith com dados faltantes. Global Science and Technology, Rio Verde, v.11, n.03,
p.217-228,2018.
28
RESUMO
ABSTRACT
balance from statistical indices. In general, the best correlation with the standard methods
was the Drone method, mainly the FAO and BHC. On average, the MSE (mean square error)
was less than 0.22 mm day-1. The concordance index ranged from 0.84 to 0.91. The biggest
errors were observed in phase III, due to contamination of the albedo and NDVI pixels
caused by bolting. This error was higher for the DroneLand and DroneSent methods, on
average, the MSE and MAE (mean absolute error) were close to 1 mm day-1, the confidence
index was below 0.74 for all methods. Thus, the use of multispectral and thermal camera
images proved to be a good tool in estimating evapotranspiration, but the tasseling process
that occurs in the corn crop had a negative influence on the estimate.
3.1 INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é uma cultura de grande importância econômica, sendo
uma das principais commodities negociadas (Lopes et al., 2019). De acordo com dados
publicados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos USDA (2021) o milho
também é o grão mais cultivado no mundo. Possui papel significativo na segurança alimentar
e na indústria, principalmente na produção de energia (etanol) e ração animal. O Brasil é o
3º maior produtor de milho do mundo, atrás dos Estados Unidos e China, juntos produzem
mais de 60% de todo o grão produzido no mundo anualmente. Além disso, é um dos cinco
maiores exportadores de milho (USDA, 2021)
Apesar da grande produção do país, a produtividade média ainda é baixa. Entre
os vários fatores que causam quebra de produtividade (genética, nutrição, controle
fitossanitário) o déficit hídrico é um dos maiores responsáveis, principalmente devido a
irregularidades na distribuição das precipitações (Sah et al., 2020). Dentro desse cenário é
indispensável o conhecimento da evapotranspiração (ET) da cultura do milho, para
estimativa de produtividade e de quebra da produtividade. Pois, é principalmente cultivada
no período chuvoso e os veranicos influenciam diretamente nessas perdas.
Por isso, a cultura do milho está entre as cinco mais irrigadas do Brasil, e o estado
de Goiás entre os quatro com maior área irrigada (ANA, 2021). A produção de milho está
concentrada na 1ª e 2ª safra, necessitando de irrigação complementar, sendo indispensável o
conhecimento da evapotranspiração (ETc), tanto para melhor fazer a gestão dos recursos
hídricos, como para melhor elaboração de projetos e manejos de irrigação.
A ET é o processo em que a água do solo (evaporação) e das plantas
(transpiração) são lançadas para o atmosfera (Fenner et al., 2019). Os eventos de seca são
30
cada vez mais frequentes em várias áreas do mundo, o que afeta diretamente as culturas de
sequeiro. Assim exigindo uma avaliação mais cuidadosa na alimentação de modelos de
estimativa e de quebra, além de necessidades de irrigação (Granata, 2019).
A obtenção dos diferentes níveis de evapotranspiração pode ser realizada por
métodos direto ou indiretos (Evett et al., 2015). Dentre os métodos indiretos o sensoriamento
remoto tem sido estudado e recomendado para estimativa da evapotranspiração de várias
culturas. Tais como: feijão (Sales et al., 2016), tomate (Sales et al., 2017), (Sena et al., 2021),
cana-de-açúcar (Souza et al., 2020; Mussi et al. 2020), gramado (Aldrighi, 2020), pastagem
(Andrade, 2015) e milho (Teixeira et al., 2021). Entretanto, muitos autores alertam para a
baixa resolução temporal dos satélites Landsat 8 e Sentinel 2A (16 e 10 dias,
respectivamente). Essa limitação pode ser resolvida com o uso de câmeras multiespectrais e
termais acoplada à drones. Outro problema também relatado na literatura, porém pouco
estudado, é a baixa qualidade dos dados estimados nas fases iniciais e finais da cultura,
devido ao solo pouco coberto pelas plantas e pelo amarelecimento das folhas. E no caso da
cana-de-açúcar, milho, sorgo e milheto há também problema com o pendoamento. Esse feito
provoca contaminação dos pixels de NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) e
albedo, resultando em menores valores de ET. Há necessidade de conhecer como esse
problema pode ser amenizado utilizando diferentes fontes de imagens, com diferentes
tamanhos de pixel.
O tamanho do pixel da imagem do Landsat 8 é de 30 x 30 m, Sentinel 2A de 10
x 10 m e o drone 0,06 x 0,06 m. De acordo com Nádudvari et al.(2020) as imagens de drone
são de maior resolução e fornecem informações mais detalhadas. O que leva a resultados
mais confiáveis. E por esse maior detalhamento e confiabilidade os dados de drone
juntamente com medições em campo, são utilizados para calibração de imagens orbitais.
Existem diversos trabalhos que relatam as vantagens na utilização das imagens de drone,
como Padró et al. (2018) que encontrou boa correlação entre as medidas
espectroradiométricas do drone e as medições realizadas em campo. E Morgan et al. (2020)
que afirma que os dados de drone funcionaram para seu trabalho como uma ponte para o
que o satélite estava vendo.
Para o cálculo dos fluxos de energia através das imagens de sensoriamento
remoto é necessário a utilização de algoritmos para a obtenção dos elementos (Bezerra et al.,
2008). O SAFER (Simple Algorithm For Evapotranspiration Retrieving) desenvolvido por
Teixeira et al. (2012) se destaca. O algoritmo tem apresentado bons resultados para
31
900
[0,408∗ (𝑅𝑛−𝐺)+ [𝑦∗ ( )∗ 𝑢2 ∗ (𝑒𝑠−𝑒𝑎)] ]
𝐸𝑇₀ = 𝑇+273 (1)
∆+𝑦∗ (1+0,34∗ 𝑢₂)
datalogger NOVUS por infravermelho, com leituras a cada 24 horas. Foi utilizada
metodologia de Sena et al. (2020) para calibração dos dados dos sensores de acordo com a
textura.
Foram realizadas visitas à campo todos os dias em que houve a passagem dos
satélites Landsat-8 e Sentinel-2A, a cada 16 e 10 dias respectivamente, de acordo com a
resolução temporal de cada sensor. As datas foram: 05/04; 21/04; 07/05; 23/05; 08/06; 24/06;
07/10 para Landsat-8 e 07/04; 17/04; 27/04; 07/05; 17/05; 27/05; 06/06; 16/06; 26/06; 06/07
para Sentinel-2A. A última irrigação foi realizada em 04/07, assim a última visita foi
realizada em 06/07.
Na data de passagem do satélite foram realizadas leituras com a bomba de
Scholander aproximadamente às 05:30 h, utilizando a última folha totalmente aberta e
expandida, com 10 repetições, para provar se houve ou não déficit hídrico. Foi coletada a
primeira folha abaixo e oposta à espiga para análise foliar, obtendo os macro e
micronutrientes de acordo com metodologia da Embrapa (2000).
Para estimar a ET foram extraídos dados de albedo das imagens do satélite
Landsat-8 (OLI/TIRS), obtidas de formas gratuita no site da United States Geological Survey
(USGS). Foram utilizadas também imagens do satélite Sentinel-2A, obtidas no site da
Copernicus (Agência Espacial Europeia). Na mesma data de passagem dos satélites e
próximo ao horário de passagem, foi realizado voo com drone modelo DJI Inspire 2,
acoplado à ele uma câmera multiespectral e termal modelo Micasense Altum.
Para a obtenção da evapotranspiração pelo algoritmo SAFER é necessário seguir
algumas etapas. Essas etapas seguem conforme a metodologia proposta por Teixeira (2010).
3.2.1 Conversão dos valores de DN (números digitais) em radiância:
O DN representa um pixel que traz a intensidade de energia eletromagnética
medida pelo sensor do satélite. Esses valores digitais precisam ser convertidos em radiância
espectral para cada banda. Sendo que, a radiância é a intensidade radiante por unidade de
área-fonte.
LMAX−LMIN (2)
𝐿λ = ( ) QCAL + LMIN
255
Em que:
LMAX: radiância máxima (W m−2 sr −1 μm−2 );
LMIN: radiância mínima (W m−2 sr −1 μm−2 );
34
Em que:
𝐿λ: radiância de cada banda;
SUN λ: irradiância espectral no topo da atmosfera;
cosZ: ângulo zenital;
E0 : ângulo diário;
Onde: E0 é definido pela Equação:
Sendo:
Da: ângulo diário
Onde: da é definido pela Equação 8:
2𝜋
da = (𝑑𝑛 − 1) (5)
365
Em que:
Dn: dia Juliano da imagem
Em que:
p: reflectância
ωλ: coeficiente para cada banda
Sendo, ωλ obtido pela equação:
𝐸𝑆𝑈𝑁
= (7)
𝐸𝑆𝑈𝑁
Sendo: Ltermal = radiância (Lλ) das bandas que ainda serão escolhidas.
𝐼𝑉𝑃 − 𝑉
𝑁𝐷𝑉𝐼 = (11)
𝐼𝑉𝑃 + 𝑉
36
Além disso, foi utilizado o albedo de superfície estimado pelos satélites. A altura
de voo escolhida foi 120 metros, altura que proporcionou melhor autonomia da bateria e um
pixel de 6 centímetros. O plano de voo foi elaborado no software Pix4D capture. As imagens
da câmera foram processadas no software Pix4d mapper, onde foi realizado o mosaico das
imagens, obtido cada banda em reflectância, o NDVI (Normalized Difference Vegetation
Index) e a temperatura de superfície. Posteriormente, o cálculo da evapotranspiração foi
realizado utilizando a ferramenta raster calculator do software ArcGis 10.3. A forma de
obtenção da ET é ilustrada conforme figura 3.2.
Albedo Sentinel 2A
Albedo Landsat 8
Albedo DRONE
Foi realizada correlação dos dados com o método do BHC, FAO e Embrapa, e
entre as três fontes de albedo. Os dados da FAO foram calibrados para as condições de
umidade do ar e velocidade do vento da área de estudo, conforme descrito no boletim. Foi
utilizado a correlação de Pearson (r), regressão linear (R²), índice de confiança (c) e o índice
de Willmott “d”. Esse índice varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1, mais os valores
estimados ajustam-se aos valores medidos (Willmott et al., 1985).
ºC ---------------mm---------------
1.478,54 141,6 394,7 214,9
*De acordo com Ometto (1981).
A colheita foi realizada no dia 3 de agosto, totalizando 132 dias de ciclo. A
produtividade foi de 6,1 t ha-¹, foi 25% acima da média da 2ª safra para Goiás (CONAB,
2022). As Tabelas 3.2 e 3.3 ilustram valores médios para densidade do solo e resistência à
penetração por camada. A área de estudo não apresenta problemas de compactação.
Tabela 3.2 Valores médios de densidade do solo, granulometria e textura por camada
Granulometria (%) Textura¹
Camada (m) Densidade do solo (g cm-3)
Areia Silte Argila
0,0-0,1 1,61 53 16 31 franco-argilo-arenoso
0,1-0,2 1,71 49 15 36 franco-argilo-arenoso
0,2-0,3 1,73 62 3 34 franco-argilo-arenoso
0,3-0,5 1,7 60 4 35 franco-argilo-arenoso
¹De acordo com Lemos & Santos (1996)
potencial de água na folha ao longo do ciclo. O potencial médio foi de 0,48 Mpa,
permanecendo abaixo do nível crítico estabelecido por Bono et al. (2001) que varia entre 0,8
(estresse hídrico) a 1,2 Mpa (déficit hídrico), evidenciando que as plantas não sofreram
estresse hídrico.
Figura 3.3 Potencial de água na folha obtidos por câmara de Scholander para a cultura
do milho de acordo com metodologia de Bono et al. (2001).
0.45 40
35
0.35 25
20
0.3 15
10
0.25
5
0.2 0
1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121
DAS (dias)
Para correção atmosférica dos dados de albedo do Sentinel 2A, foi utilizada a
Equação 15, corrigindo os valores de “a” e “b” utilizados na equação de transformação de
albedo do topo da atmosfera em albedo de superfície. Os valores dos coeficientes para
Landsat 8 foram mantidos conforme Teixeira (2010):
𝛼0 = 0,7184 ∗ 𝛼 𝑡𝑜𝑝 + 0,008 (15)
esta área de estudo, devido à perda das imagens orbitais por cobertura de nuvens no início
do ciclo.
A Figura 3.5 ilustra o comparativo do kc entre os métodos com drone em
comparação com FAO e Embrapa. É possível observar uma maior subestimativa durante a
fase reprodutiva, devido ao surgimento do pendão. Esse efeito foi maior no DroneSent, pois
o Sentinel 2A possui melhor resolução espacial e temporal do que o Landsat 8, captou
imagens imediatamente antes e no início do pendoamento. Esse efeito provocou queda no
nos valores de albedo (Figura 3.6). Esse efeito também foi perceptível no DroneLand, e só
não foi mais intenso devido ao maior intervalo entre as imagens e pela incidência de nuvens
na data de 23/05/21 aos 61 DAP, que coincide com o início do pendoamento.
A ETDrone obteve melhores resultados em comparação com os outros métodos
com imagens de drone, pois a melhor resolução espacial e temporal, foi possível selecionar
os melhores pixels de albedo, assim reduzindo a contaminação. De acordo com LIANG
(2001), o albedo de superfície é afetado pela morfologia da vegetação, o que justifica esse
efeito.
Pang et al. (2022) pesquisando a variação do albedo de superfície ao longo do
tempo e em diferentes coberturas do solo, concluíram que esse índice possui correlação
negativa com o solo coberto por vegetação e a umidade do solo. Ou seja, quanto menor for
a cobertura vegetal e umidade do solo, maiores são os valores de albedo. Além de que os
dados obtidos por satélites, em geral, possui resolução espacial e temporal menor que em
comparação com medições próximas à planta (drone), isso dificulta a comparação entre os
dados (DITTMANN et al., 2019).
Figura 3.5 Comparativo do coeficiente de cultura estimado pelos métodos FAO 56,
Embrapa, DroneLand, DroneSent e Drone, ao longo do ciclo em Itaberaí-
GO, 2021.
42
Figura 3.6 Distribuição do albedo ao longo do ciclo da cultura do milho obtido através
do algoritmo SAFER com imagens de drone e dos satélites Landsat-8 e
Sentinel-2A.
A B
Figura 3.8 Distribuição da temperatura de superfície (A) e NDVI (B) ao longo do ciclo da
cultura do milho obtido utilizando imagens de câmera multiespectral e termal.
Tabela 3.4 Erro quadrado médio (EQM, mm dia-1), erro médio absoluto (EMA, mm
dia-1), raiz do erro médio absoluto (REMA, mm dia-1), coeficiente de
correlação (r), índice de concordância (d) e índice de confiança (c) para os
valores de evapotranspiração obtidos pelos métodos Drone, DroneLand e
DroneSent comparando-os aos métodos ETFAO, ETEmbrapa e ETBHC.
Método EQM EMA REMA r d c Classificação
FAO
Drone 0,080 0,254 0,099 0,93 0,92 0,86 Ótimo
DroneLand 0,414 0,576 0,222 0,90 0,70 0,63 Mediano
DroneSent 0,425 0,593 0,227 0,91 0,71 0,65 Bom
Embrapa
Drone 0,191 0,391 0,138 0,98 0,86 0,84 Muito Bom
DroneLand 0,760 0,780 0,275 0,81 0,61 0,50 Sofrível
DroneSent 0,582 0,701 0,256 0,94 0,69 0,65 Bom
BHC
Drone 0,384 0,157 0,066 0,94 0,96 0,91 Ótimo
DroneLand 0,293 0,456 0,182 0,86 0,73 0,63 Mediano
DroneSent 0,281 0,457 0,182 0,89 0,77 0,69 Bom
Drone
DroneLand 0,201 0,388 0,163 0,87 0,75 0,66 Bom
DroneSent 0,153 0,349 0,150 0,93 0,83 0,78 Muito Bom
DroneLand
DroneSent 0,030 0,141 0,071 0,90 0,94 0,84 Muito Bom
46
A B C
D E F
47
G H I
Figura 3.9 Evapotranspiração da cultura do milho referente ao período de março a julho de 2021 obtida pelo método Drone (A; B; C;),
DroneLand (D; E; F) e DroneSent (G; H; I) comparados com FAO 56, Embrapa e BHC.
48
Foi realizado o comparativo da ET para as fases II, III e IV (Tabela 3.5). Na fase
II a ETDrone apresentou correlação “muito bom” com a FAO, apresentou EQM, EMA e
REMA de 0,054, 0,200 e 0,080 mm dia-1, respectivamente. Isso mostra a boa eficiência em
se utilizar esse método, antes de ocorrer o pendoamento. Apresentou valor de r = 0,90 e d =
0,90, o índice de confiança foi igual a 0,81. O EQM, EMA e REMA do método ETDroneLand
mais do que dobrou em comparação com a ETDrone, por isso a correlação foi classificada
como “bom”. Os maiores erros nessa fase foram da ETDroneSent, pela influência da baixa do
albedo no pendoamento, que colocou a curva de kc em descensão.
No comparativo com os dados da Embrapa a correlação foi classificada de
“mediana” a “péssima”. Pela metodologia da Embrapa o valor inicial para a cultura do milho
em área de plantio direto inicia em 0,75 e ascende até 1,23, o que destoou muito dos outros
métodos, apresentou índice de confiança de 0,60, 0,31, 0,20 para ETDrone, ETDroneLand,
ETDroneSent, respectivamente. Os valores médios de EQM, EMA e REMA ficaram em 0,749,
0,817 e 0,265 mm dia-1, respectivamente.
Em relação ao BHC o método ETDrone apresentou melhor resultado, o EQM e
REMA ficou abaixo de 0,1 mm dia-1, obteve classificação “muito bom”. Os métodos com
imagens de drone utilizando albedo dos satélites tiveram piores resultados, justamente pela
influência do pendoamento na variável, sendo o ETDroneSent o pior desempenho, o nível de
correlação foi “péssimo”.
Quando comparado os dados da fase II entre os métodos com drone a correlação
variou de “sofrível” a “péssimo”. Isso se deve pelo baixo kc apresentado pelo ETDroneLand,
além da curva em descenso apresentada pelo ETDroneSent. Diversos autores como Silva et al.
(2009) e Martins (2020) afirmam que a melhor resposta espectral para a cultura do milho é
no crescimento vegetativo, pois a partir do pendoamento há decréscimo nos coeficientes de
correlação.
Na fase III no qual houve essa maior influência do pendoamento sobre os valores
de NDVI do drone e albedo dos satélites a classificação de correlação com os métodos FAO,
Embrapa e BHC variou de “sofrível” a “péssimo” para ETDroneLand e ETDroneSent. Apresentou
EQM e EMA próximos de 1 mm dia-1. A correlação com o método ETDrone que teve menor
influência de valores de albedo apresentou melhores resultados, foi classificado como
“bom”. Entre os métodos com drone a correlação foi “sofrível”.
Na fase IV a ETDrone apresentou melhores resultados quando comparado com
ETFAO e ETEmbrapa, teve correlação “ótima” e índice de confiança variando de 0,93 a 0,95.
49
Nessa fase a planta entrou em senescência e o pendão já não tinha mais pólen, reduzindo a
influência nas imagens. A ETDroneLand obteve classificação “muito bom” e “bom”, já a
ETDroneSent, que apresentou valores mais baixos de albedo, foi classificado como “bom” e
“mediano”, respectivamente. Em comparação com a ETBHC, ambos os métodos obtiveram
desempenho satisfatório.
Tabela 3.5 Erro quadrado médio (EQM, mm dia-1), erro médio absoluto (EMA, mm
dia-1), raiz do erro médio absoluto (REMA, mm dia-1), coeficiente de
correlação (r), índice de concordância (d) e índice de confiança (c) para os
valores de evapotranspiração obtidos por estádio de desenvolvimento do
feijão pelos métodos Drone, DroneLand e DroneSent comparando-os aos
métodos ETFAO, ETEmbrapa e ETBHC.
Método EQM EMA REMA r d c Classificação
FASE II
FAO
Drone 0,054 0,200 0,080 0,90 0,90 0,81 Muito Bom
DroneLand 0,363 0,577 0,232 0,92 0,71 0,65 Bom
DroneSent 0,225 0,456 0,156 0,75 0,46 0,34 Péssimo
Embrapa
Drone 0,346 0,584 0,192 0,98 0,61 0,60 Mediano
DroneLand 1,276 1,102 0,366 0,80 0,39 0,31 Péssimo
DroneSent 0,626 0,766 0,237 0,60 0,34 0,20 Péssimo
BHC
Drone 0,038 0,163 0,071 0,88 0,91 0,81 Muito Bom
DroneLand 0,267 0,492 0,207 0,92 0,73 0,68 Bom
DroneSent 0,136 0,336 0,120 0,41 0,43 0,18 Péssimo
Drone
DroneLand 0,318 0,518 0,216 0,85 0,60 0,52 Sofrível
DroneSent 0,062 0,208 0,077 0,69 0,64 0,44 Sofrível
DroneLand
DroneSent 0,091 0,270 0,127 0,38 0,52 0,20 Péssimo
FASE III
FAO
50
3.4 CONCLUSÕES
3.5 REFERÊNCIAS
ALDRIGHI, M.; JARDIM, C. C. S.; ALVES JUNIOR, J.; BATTISTI, R.; CASAROLI, D.;
EVANGELISTA, A. W. P. Necessidades hídricas das gramas batatais (Paspalum notatum
Fluggé) e esmeralda (Zoysia Japônica Steud) estimadas por sensoriamento remoto.
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.6, n.7, p.47020-47032, 2020.
BONO, L.; BERGAMASCHI, H.; ROSA, L. M. G.; FRANÇA, S.; RADIN, B.; SANTOS,
A. O.; BERGONCI, J. I. Alterações no padrão de resposta à luz da condutância estomática
do milho causadas pelo déficit hídrico. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa
Maria, v. 9, n. 1, p. 27-34, 2001.
DITTMANN, S.; BURNHAM, L.; OH, S. Y.; BENLARABI, A.; CHOI, J. H.; EBERT, M.;
FIGGIS, B.; GOTTSCHALG, R.; KIM, K. S.; REINDL, T.; RÜTHER, R. Comparative
analysis of albedo measurements (plane-of-array, horizontal, satellite) at multiple sites
worldwide. Abstract 36th EU PVSEC, Marseille, 2019.
EVETT, S. R.; HOWELL, T. A.; SCHNEIDER, A. D.; COPELAND, K. S.; DUSEK, D. A.;
BRAUER, D. K.; TOLK, J. A.; MAREK, G. W.; MAREK, T. M.; GOWDA, P. H. The
Bushland weighing lysimeters: A quarter century of crop ET investigations to advance
sustainable irrigation. American Society of Agricultural and Biological Engineers, Saint
Joseph, v.58, n.5, p.163-179, 2015
LANDAU, E.C.; MAGALHAES, P.C.; GUIMARAES, D.P. Relações com o clima: milho.
Agência Embrapa de Informação Tecnológica, 2005. Disponível em: <
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/milho/arvore/CONTAG01_17_1682005111
57.html#> Acesso em: 26 de janeiro de 2022.
MUSSI, R.F.; ALVES JUNIOR, J.; EVANGELISTA, A.D.P.; CASAROLI, D.; BATTISTI,
R. Evapotranspiração da cana-de-açúcar estimada pelo algoritmo SAFER. Irriga, Botucatu,
v.25, n.2, p.263-278, 2020.
OMETTO, J. C. Bioclimatologia Vegetal. São Paulo: Ed. Agronômica Ceres, 440p., 1981.
PADRÓ, J. C.; MUÑOZ, F. J.; ÁVILA, L.A.; PESQUER, L.; PONS, X. Radiometric
Correction of Landsat-8 and Sentinel-2A Scenes Using Drone Imagery in Synergy with Field
Spectroradiometry. Remote Sensing, Basel, v.10, n.11, 2018
54
PANG, G.; CHEN, D.; WANG, X.; LAI, H. Spatiotemporal variations of land surface albedo
and associated influencing factors on the Tibetan Plateau. Science of the Total
Environment, v. 804, p. 1-16, 2022.
SAH, R. P.; CHAKRABORTY, M.; PRASAD, K.; PANDIT, M.; TUDU, V. K.;
CHAKRAVARTY, M. K.; NARAYAN, S. C.; RANA, M.; MOHARANA, D. Impact of
water deficit stress in maize: Phenology and yield components. Nature Research, Berlin, v.
10, n. 1, p. 1–15, 2020.
SENA, C. C.; ALVES JÚNIOR, J.; DOMINGOS, M. V. H.; ANTUNES JUNIOR, E. J.;
BATTISTI, R.; EVANGELISTA, A. W. P.; CASAROLI, D. Calibração do sensor capacitivo
de umidade do solo EC-5 em resposta a granulometria do solo. Brazilian Journal of
Development, Curitiba, v. 6, n. 4, p. 17228-17240, 2020.
TEIXEIRA, A.; PACHECO, E.; SILVA, CESAR, S.; DOMPIERI, M.; LEIVAS, J. SAFER
applications for water productivity assessments with aerial camera onboard a remotely
piloted (RPA). A rainfed corn study in Northeast Brazil. Remote Sensing Applications:
Society and Environment, Amsterdan, v.22, p.1-15, 2021.
WILLMOTT, C. J.; ACKLESON, S. G.; DAVIS, R. E.; FEDDEMA, J. J.; KLINK, K. M.;
LEGATES, D. R.; O’DONNELL, J.; ROWE, C. M. Statistics for the evaluation and
comparison of models. Journal of Geophysical Research, Ottawa, v. 90, p. 8995-9005,
1985.
56
RESUMO
ABSTRACT
by a central pivot, located in the municipality of Itaberaí, Goiás, in the year 2021. Images
from a MicaSense Altum multispectral and thermal camera coupled to a drone and albedo
images from Landsat 8 and Sentinel 2A satellites were used for ETa estimation. The data
were compared with the ET met by the FAO method, Embrapa and climatological water
balance by statistical indices. The dynamic with the standard methods was satisfactory,
mainly with the FAO. In general, the MSE (mean square error) and MAE (mean absolute
error) adopted values smaller than 0.4 mm day-1. The confidence index ranges from 0.91 to
0.97. The comparison of the ET values calculated from the multispectral and thermal camera
and the three ways of calculating the surface albedo was considered satisfactory. Thus, the
adaptation adopted in the algorithm for obtaining the albedo was efficient. The use of
multispectral and thermal camera images is an efficient tool in estimating the
evapotranspiration of the bean crop for the northwest region of Goiás.
4.1 INTRODUÇÃO
De acordo com Coelho Filho et al. (2011) a ET pode ser definida como o
somatório das perdas de água de uma superfície cobertura por vegetação para a atmosfera.
Esse somatório é composto pela evaporação da superfície do solo e pela transpiração das
plantas. Por isso, a quantificação da ET de forma precisa é indispensável no manejo da
irrigação, gera economia dos recursos hídricos, evita perdas por doenças e pragas, além de
subsidiar tomadas de decisão.
A obtenção da ET pode ser realizada através do método direto da lisimetria ou
por métodos indiretos. Dentre os métodos indiretos, o sensoriamento remoto tem sido
estudado e recomendado para diversas culturas, como feijão (Sales et al., 2016); tomate
(Sales et al., 2017), (Sena, 2021); cana-de-açúcar (Sousa et al., 2020), (Mussi et al., 2020),
gramado (Aldrighi, 2020) e milho (Teixeira, 2021). Consiste na realização de um balanço
de energia, com dados obtidos de imagens orbitais ou de drone. Esse balanço de energia é
calculado através de fluxos de energia que ocorrem entre solo, vegetação e a atmosfera,
necessitando de um algoritmo para a obtenção desses dados (Bezerra et al., 2008). Dentre
esses algoritmos o SAFER (Simple Algorithm For Evapotranspiration Retrieving)
desenvolvido por Teixeira et al. (2012) se destaca pela praticidade.
O SAFER é um algoritmo desenvolvido para ser de fácil aplicação, é
simplificado e não possui a obrigatoriedade de se utilizar a banda do termal, podendo assim
ser utilizado em uma gama maior de satélites. Necessita de dados de uma estação
meteorológica próxima à área de interesse, para obtenção da evapotranspiração de referência
(Eto), radiação global (Rg) e temperatura média do ar (Ta). Juntamente com os parâmetros
obtidos por sensoriamento remoto obtém-se a evapotranspiração atual (ETa) e o coeficiente
de cultura atual.
Entretanto, muitos autores alertam para a baixa frequência de imagens dos
satélites Landsat 8 e Sentinel 2A (16 e 10 dias, respectivamente). Além, de que todas as
medições de satélites necessitam de condições de céu sem nuvens (Cao et al., 2018).
Problema esse que pode ser resolvido com o uso de câmeras multiespectrais e termais
acopladas em drones. Porém, para isso é necessário criar alternativas para a obtenção do
albedo de superfície, para não depender dessa variável proveniente das imagens de satélite.
O albedo de superfície é um parâmetro chave no balanço de energia. Varia
conforme mudanças na morfologia da vegetação, ao longo das estações e é afetado por
condições atmosféricas (Liang, 2001). O albedo, NDVI e a temperatura de superfície são as
59
52-00) 0,03 t ha-1, adubo (13-33-00 + 15% S) 0,015 t ha-1 e adubo (10-46-00 + 9% S) 0,06 t
ha-1. O solo foi classificado como LATOSSOLO Vermelho de textura média (Embrapa,
2018).
Foram realizadas coletas de solo indeformadas em anéis volumétricos em oito
pontos georreferenciados nas camadas 0,0-0,1; 0,1-0,2 e 0,2-0,3 m. Foram obtidos a
densidade e textura do solo de acordo com metodologia da Embrapa (2017). Foi realizado
também coleta de dados de resistência do solo à penetração com auxílio de penetrômetro de
impacto digital FALKER. Os limites de capacidade de campo e ponto de murcha permanente
foram definidos de acordo com Medrado & Lima (2014).
Foi realizado análise foliar para determinação dos macro e micronutrientes de
acordo com metodologia da Embrapa (2000). Foram coletadas no período do florescimento,
retirando a primeira folha totalmente expandida a partir dos folíolos superiores (Malavolta
et al., 1997).
A evapotranspiração de referência (ET0) foi obtida pelo método de Penman
Monteith, utilizando dados da estação automática instalada em um raio de 10 metros do pivô,
o cálculo da ET0 é descrita na Equação 4.
900
[0,408 ∗ (𝑅𝑛 − 𝐺) + [𝑦 ∗ (𝑇+273) ∗ 𝑢2 ∗ (𝑒𝑠 − 𝑒𝑎)] ]
𝐸𝑇₀ = (1)
∆ + 𝑦 ∗ (1 + 0,34 ∗ 𝑢₂)
Em que, o Rn corresponde ao saldo de radiação à superfície da cultura (MJ / m²
/ dia); G é a densidade de fluxo de calor no solo (MJ / m² / dia); T é a média diária da
temperatura do a (°C); 𝑢₂ é a velocidade do vento a 2 metros de altura (m / s); ES é a pressão
de vapor de saturação do ar (kPa); ea é a pressão de vapor atual do ar (kPa); es – ea é o déficit
de pressão de vapor de saturação do ar (kpa); ∆ é a declividade da curva de pressão de vapor
do ar na atmosfera (kPa / °C) e y é a constante psicrométrica (kPa / °C).
Em que:
LMAX: radiância máxima (W m−2 sr −1 μm−2 );
LMIN: radiância mínima (W m−2 sr −1 μm−2 );
Qcal: intensidade do pixel (ND), número inteiro de 0 a 255.
Em que:
𝐿λ: radiância de cada banda;
SUN λ: irradiância espectral no topo da atmosfera;
cosZ: ângulo zenital;
E0 : ângulo diário;
Onde: E0 é definido pela Equação:
Sendo:
Da: ângulo diário
Onde: da é definido pela Equação 8:
2𝜋
da = (𝑑𝑛 − 1) (5)
365
Em que:
Dn: dia Juliano da imagem
Em que:
p: reflectância
ωλ: coeficiente para cada banda
Sendo, ωλ obtido pela equação:
𝐸𝑆𝑈𝑁
= (7)
𝐸𝑆𝑈𝑁
Sendo: Ltermal = radiância (Lλ) das bandas que ainda serão escolhidas.
𝛼0 = 0,24 ∗ 𝐵𝑙𝑢𝑒 + 0,23 ∗ 𝐺𝑟𝑒𝑒𝑛 + 0,2 ∗ 𝑅𝑒𝑑 + 0,14 ∗ 𝑁𝐼𝑅 + 0,18 ∗ 𝑅𝑒𝑑𝐸𝑑𝑔𝑒 (14)
Albedo DRONE
Albedo Satélites
ºC ---------------mm---------------
1.397,88 73,45 422,29 226,25
*De acordo com Ometto (1981).
A colheita foi iniciada em 22 de outubro de 2021, totalizando 106 dias de ciclo.
A produtividade foi de 3,13 t ha-¹, foi 8% acima da média da 3ª safra para Goiás (CONAB,
2022). As Tabelas 4.2 e 4.3 ilustram valores médios para densidade do solo e resistência à
penetração por camada. A área de estudo não apresentou problemas de compactação.
Tabela 4.2 Valores médios de densidade do solo, granulometria e textura por camada
Granulometria (%) Textura¹
Camada (m) Densidade do solo (g cm-3)
Areia Silte Argila
0,0-0,1 1,48 61,25 10,1 28,65 franco-argilo-arenoso
0,1-0,2 1,49 55,75 11 33,25 franco-argilo-arenoso
0,2-0,3 1,44 53,5 10,3 36,2 argila-arenosa
¹De acordo com Lemos & Santos (1996)
Foi constatado nas amostras foliares teores abaixo do limite em fósforo (P) e
magnésio (Mg). O nível médio de P nas amostras foi de 1,63 g kg-1 e de Mg foi de 2,8 g kg-
1
. De acordo com Malavolta et al. (1997) os níveis suficientes estão entre 2-3 g kg-1 e de 4-
7 g kg-1, respectivamente. A Figura 4.3 representa a variação temporal da umidade do solo
e da precipitação e irrigação durante o ciclo da cultura do feijão. É possível observar que os
67
valores de umidade não ficaram abaixo do ponto crítico em nenhum momento e em nenhuma
camada durante todo o ciclo.
0.45 16
0.35
10
0.3 8
6
0.25
4
0.2
2
0.15 0
8 13 18 23 28 33 38 43 48 53 58 63 68 73 78 83 88 93
DAS (dias)
Para correção atmosférica dos dados, foi realizada uma correlação linear dos
dados de albedo obtidos pelo albedômetro e do albedo no topo da atmosfera pelo Sentinel
2A. Conforme Equação 15:
𝛼0 = 0,7184 ∗ 𝛼 𝑡𝑜𝑝 + 0,008 (15)
Assim, foram obtidos os coeficientes “a” e “b” para a estimativa do albedo de
superfície, 0,7184 e 0,008, respectivamente. Para Landsat 8 os valores já estão calibrados de
acordo com Teixeira (2010). A Equação 16 representa a calibração do albedo do drone em
função do albedômetro:
𝛼0 = 1,0283 ∗ 𝛼𝑎𝑙𝑏𝑒𝑑ô𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 + 0,0117 (16)
No início do ciclo, havia grande quantidade de palhada, o que dificultou na
obtenção da evapotranspiração por drone. A resolução da banda do termal (160 x 120) é
menor em comparação com as demais bandas (2064 x 1544). Isso fez uma sobreposição da
temperatura maior das entre linhas sobre as linhas, tendendo a subestimar o kc. Para
amenizar esse problema foi feito uma seleção de pixels, para que essas áreas mais quentes
ficassem de fora do cálculo do algoritmo.
68
O fato da cultura estar sob sistema de plantio direto influenciou no baixo erro
observado entre os métodos, pois a palhada retém umidade e mantém menor temperatura no
solo. Entre os métodos com drone, o erro quadrado médio (EQM) apresentou média geral
de 0,137 mm dia-1, o erro médio absoluto (EMA) apresentou média menor que 0,3 mm dia-
1
. A raiz do erro médio absoluto (REMA) obteve média geral igual a 0,061. Também é
possível observar que as curvas geradas ao longo do ciclo para todos os métodos seguem
uma mesma tendência.
Tabela 4.4 Erro quadrado médio (EQM, mm dia-1), erro médio absoluto (EMA, mm
dia-1), raiz do erro médio absoluto (REMA, mm dia-1), coeficiente de
correlação (r), índice de concordância (d) e índice de confiança (c) para os
valores de evapotranspiração obtidos pelos métodos DroneAlb, DroneSat,
Drone, comparando-os aos métodos ETFAO, ETEmbrapa e ETBHC.
Método EQM EMA REMA r d c Classificação
FAO
Drone Alb 0,168 0,286 0,066 0,98 0,99 0,97 Ótimo
Drone Sat 0,227 0,330 0,080 0,97 0,97 0,95 Ótimo
Drone 0,339 0,377 0,091 0,96 0,96 0,93 Ótimo
Embrapa
Drone Alb 0,215 0,389 0,132 0,97 0,98 0,95 Ótimo
Drone Sat 0,126 0,277 0,105 0,98 0,98 0,96 Ótimo
Drone 0,204 0,369 0,131 0,97 0,97 0,94 Ótimo
BHC
Drone Alb 0,169 0,292 0,082 0,97 0,98 0,95 Ótimo
Drone Sat 0,253 0,355 0,096 0,94 0,96 0,91 Ótimo
Drone 0,242 0,314 0,084 0,95 0,97 0,92 Ótimo
Drone Alb
Drone Sat 0,155 0,231 0,054 0,98 0,98 0,96 Ótimo
Drone 0,158 0,292 0,070 0,99 0,98 0,97 Ótimo
Drone Sat
Drone 0,099 0,228 0,059 0,98 0,99 0,96 Ótimo
70
A B C
D E F
71
G H I
Figura 4.5 Evapotranspiração da cultura do feijão referente ao período de julho a outubro de 2021 obtida pelo método DroneAlb (A; B;
C;), DroneSat (D; E; F) e Drone (G; H; I) comparados com FAO 56, Embrapa e BHC.
72
A B
Drone Alb 0,094 0,289 0,092 0,89 0,93 0,83 Muito Bom
Drone Sat 0,029 0,150 0,051 0,98 0,97 0,96 Ótimo
Drone 0,114 0,335 0,106 0,99 0,90 0,90 Ótimo
BHC
Drone Alb 0,104 0,274 0,086 0,92 0,95 0,88 Ótimo
Drone Sat 0,201 0,326 0,094 0,86 0,88 0,77 Muito Bom
Drone 0,326 0,404 0,110 0,84 0,82 0,69 Bom
Drone Alb
Drone Sat 0,098 0,260 0,074 0,93 0,93 0,87 Ótimo
Drone 0,232 0,376 0,105 0,90 0,85 0,77 Muito Bom
Drone Sat
Drone 0,041 0,184 0,057 0,99 0,96 0,96 Ótimo
FASE III
FAO
Drone Alb 0,144 0,335 0,064 0,88 0,92 0,81 Muito Bom
Drone Sat 0,324 0,455 0,089 0,81 0,84 0,68 Bom
Drone 0,537 0,525 0,103 0,78 0,77 0,61 Mediano
Embrapa
Drone Alb 0,290 0,462 0,100 0,93 0,88 0,82 Muito Bom
Drone Sat 0,048 0,186 0,039 0,97 0,97 0,95 Ótimo
Drone 0,112 0,287 0,065 0,92 0,95 0,87 Ótimo
BHC
Drone Alb 0,237 0,423 0,089 0,86 0,89 0,77 Muito Bom
Drone Sat 0,331 0,489 0,104 0,71 0,83 0,59 Sofrível
Drone 0,312 0,400 0,084 0,79 0,87 0,69 Bom
Drone Alb
Drone Sat 0,316 0,384 0,072 0,84 0,87 0,73 Bom
Drone 0,290 0,515 0,103 0,98 0,90 0,88 Ótimo
Drone Sat
Drone 0,235 0,450 0,100 0,84 0,91 0,76 Muito Bom
FASE IV
FAO
Drone Alb 0,070 0,221 0,073 0,98 0,96 0,97 Ótimo
77
4.4 CONCLUSÕES
4.5 REFERÊNCIAS
ALDRIGHI, M.; JARDIM, C. C. S.; ALVES JUNIOR, J.; BATTISTI, R.; CASAROLI, D.;
EVANGELISTA, A. W. P. Necessidades hídricas das gramas batatais (Paspalum notatum
Fluggé) e esmeralda (Zoysia Japônica Steud) estimadas por sensoriamento remoto.
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.6, n.7, p.47020-47032, 2020.
CAO, C.; LEE, X.; MUHLHAUSEN, J.; BONNEAU, L.; XU, J. Measuring Landscape
Albedo Using Unmanned Aerial Vehicles. Remote Sensing, Basel, v.10, p. 1-16, 2018.
DITTMANN, S.; BURNHAM, L.; OH, S. Y.; BENLARABI, A.; CHOI, J. H.; EBERT, M.;
FIGGIS, B.; GOTTSCHALG, R.; KIM, K. S.; REINDL, T.; RÜTHER, R. Comparative
analysis of albedo measurements (plane-of-array, horizontal, satellite) at multiple sites
worldwide. Abstract 36th EU PVSEC, Marseille, 2019.
GIONGO, P. R.; VETTORAZZI, C. A.; Albedo da superfície por meio de imagens TM-
Landsat 5 e modelo numérico do terreno. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola
Ambiental, Campina Grande, v. 18, n. 8, 2014.
MUSSI, R.F.; ALVES JUNIOR, J.; EVANGELISTA, A.D.P.; CASAROLI, D.; BATTISTI,
R. Evapotranspiração da cana-de-açúcar estimada pelo algoritmo SAFER. Irriga, Botucatu,
v.25, n.2, p.263-278, 2020.
OMETTO, J. C. Bioclimatologia Vegetal. São Paulo: Ed. Agronômica Ceres, 440p., 1981.
SALES, D.L.A.; ALVES JUNIOR, J.; SOUZA, J.M.F.; D.; CASAROLI, D.;
EVANGELISTA, A.W.P.; PEREIRA, R.M. Common bean evapotranspiration estimated by
orbital images. African Journal of Agricultural Research, Cape Coast, v.11, p.867-872,
2016.
SALES, D.L.A.; ALVES JUNIOR, J.; CASAROLI, D.; EVANGELISTA, A.W.P.; SOUZA,
J.M.F. Estimativa de evapotranspiração e coeficiente de cultura do tomateiro industrial
utilizando o algoritmo SAFER. Irriga, Botucatu, v.22, n.3, p.629-640, 2017.
SENA, C. C.; ALVES JÚNIOR, J.; DOMINGOS, M. V. H.; ANTUNES JUNIOR, E. J.;
BATTISTI, R.; EVANGELISTA, A. W. P.; CASAROLI, D. Calibração do sensor capacitivo
de umidade do solo EC-5 em resposta a granulometria do solo. Brazilian Journal of
Development, Curitiba, v. 6, n. 4, p. 17228-17240, 2020.
Sensing for Agriculture, Ecosystems, and Hydrology, XIV, v. 8531. p. 1-10, 2012.
Disponível em: <ftp://ftp.feis.unesp.br/agr/pdf/heriberto_safer_landsat.pdf> Acesso em: 04
de julho 2020.
TEIXEIRA, A.; PACHECO, E.; SILVA, CESAR, S.; DOMPIERI, M.; LEIVAS, J. SAFER
applications for water productivity assessments with aerial camera onboard a remotely
piloted (RPA). A rainfed corn study in Northeast Brazil. Remote Sensing Applications:
Society and Environment, Amsterdan, v.22, p.1-15, 2021.
WILLMOTT, C. J.; ACKLESON, S. G.; DAVIS, R. E.; FEDDEMA, J. J.; KLINK, K. M.;
LEGATES, D. R.; O’DONNELL, J.; ROWE, C. M. Statistics for the evaluation and
comparison of models. Journal of Geophysical Research, Ottawa, v. 90, p. 8995-9005,
1985.
82
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso do algoritmo SAFER mostra boa eficiência para estimar a ETa a partir de
câmera multiespectral e termal acoplada a drone. Pois, necessita de poucos dados de entrada
e o cálculo é simplificado.
As desvantagens em utilizar imagens orbitais é a dependência das condições
meteorológicas, a resolução temporal já é baixa (16 e 10 dias para Landsat 8 e Sentinel 2A,
respectivamente) e se nesse intervalo ainda houver incidência de nuvens inviabiliza o
monitoramento durante o ciclo. Por isso, o drone supre essas desvantagens dos satélites, a
resolução temporal é definida pelo operador, a resolução espacial é na escala de centímetros,
além da qualidade nos dados de temperatura de superfície e NDVI, que são obtidos a poucos
metros da planta. O que torna os dados oriundos de drone referência.
Há poucos estudos que utilizam drone na estimativa da evapotranspiração, por
isso há necessidade de aprimorar a correção atmosférica dos dados. Além disso, elaboração
de estudos que levem em consideração a densidade de plantas, sistema de plantio e as
características de cada cultura, para que seja desenvolvido um fator de correção para cada
cultura e situação específica.
83
6 ANEXO
A B
Figura 6.1 Drone DJI Inspire 2 (A) e câmera multiespectral e termal MicaSense
Altum (B).
A B
Figura 6.3 Análise de potencial de água na folha na cultura do milho (A), local de
instalação dos sensores de solo, pluviômetros e albedômetro na cultura do
feijão (B).