Seminário Interdisciplinar - Ecofisologia Da Produção Vegetal

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RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PROVENIENTES DOS

SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA

Francisco Cleiton Lima Oliveira¹


Lázaro Vieira de Morais Neto¹
Maria Eduarda da Silva Vieira¹
Weder Nunes Ferreira Junior²

1. INTRODUÇÃO

A utilização desordenada dos recursos naturais tem gerado a degradação de áreas em quase todo
território nacional.
No Brasil a avaliação exata da extensão dos solos degradados é ainda muito precária. Todas as
estimativas apontam para o desmatamento e para as atividades agrícolas como os principais
fatores de degradação dos nossos solos.
Geralmente, os impactos causados por obras de engenharia, como rodovias, ferrovias,
hidrelétricas, barragens etc., e por atividades de mineração a céu aberto, sensibilizam
intensivamente a população, que atribui a estas atividades a maior responsabilidade pela
degradação dos solos.
A recuperação de áreas degradadas pode ser conceituada como um conjunto de ações idealizadas
e executadas por equipes multidisciplinares, constituídas por especialistas das mais diferentes
áreas, que visa proporcionar, em última instância, o restabelecimento das condições de equilíbrio
e sustentabilidade existentes anteriormente à atividade degradadora. A abordagem temática é
holística, sendo necessário o envolvimento direto e indireto de técnicos das mais diferentes
especializações.

1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA


A degradação do solo é de difícil definição. Na maioria dos casos, os solos utilizados para fins
agrícolas podem estar em processo de degradação sem conseqüências visuais claras e bem
caracterizadas. A ciência do solo considera que, à medida que as características que determinam a
qualidade de um solo forem alteradas, estabelece-se o processo de degradação.
A degradação de terras agrícolas deve enfocar não só aspectos relativos ao meio físico, mas
também aspectos econômicos, uma vez que a perda de produtividade pode estar relacionada com
a degradação do solo.
A agricultura revela uma realidade heterogênea e complexa em seus sistemas e estruturas de
produção. Neste ínterim, citam-se dois extremos:
a) sistemas agrícolas primitivos que consomem muitos recursos naturais (desmatamentos, perda
de solos, perda de fertilidade natural, erosão genética etc.). Frequentemente, observam-se em
áreas onde a fronteira agrícola ainda está em expansão;
b) sistemas de produção altamente intensificados que consomem relativamente menos recursos
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Acadêmico de Bacharel Agronomia – UNIASSELVI – Agronomia (148/3) – Seminário IV – 15/06/2021
Técnico Agrícola no CTC CENTRO DE TECNOLOGIA CANAVIERA S/A
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Acadêmico de Bacharel em Agronomia (148/3) - Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
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Acadêmico de Bacharel em Agronomia (148/3) - Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
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Engenheiro Agrônomo (148/3) – Professor do Curso de Bacharel em Agronomia (148/3) - Centro Universitário
Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
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naturais no local, mas introduzem no ambiente novos elementos e produtos causadores de


desequilíbrios (agrotóxicos, fertilizantes e sais). Esses sistemas são observados em locais onde a
fronteira agrícola não se expande mais e os processos de produção intensificaram-se.

1.2 OBJETIVO GERAL

As práticas de conservação do solo, usualmente definidas como o conjunto de medidas destinadas


a controlar a erosão e outras formas de depauperamento do solo, de modo a mantê-lo
permanentemente produtivo, são subdivididas em:

a) práticas de controle da erosão (obrigatórias): destinadas a diminuir o processo erosivo, isto é,


desagregação, transporte e deposição de partículas do solo, causado pelas forças de impacto
direto das gotas de chuva, pela enxurrada e pelo vento, provocando o desgaste e rebaixamento do
perfil do solo localizado nas partes mais elevadas e, eventualmente, o acúmulo de sedimentos
sobre aquele localizado em condições de cotas mais baixas. Dentre as mais difundidas, estão o
terraceamento, plantio e cultivo em nível, faixas de retenção ou de rotação e canais divergentes;

b) práticas complementares de melhoramentos (eventuais): procuram melhorar ou recuperar as


condições de produtividade das terras e racionalizar ao máximo o uso dos solos. Atuam
indiretamente no controle da erosão, em função do aumento promovido no enraizamento e na
cobertura do solo, ocasionado pelo maior desenvolvimento das plantas cultivadas. Citam-se,
como exemplos: calagem, adubações químicas, adubações verdes, rotação de culturas,
subsolagem, drenagem, divisão e manejo de pastagens.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

É fundamental que os agricultores adotem a microbacia como a unidade física de gerenciamento,


intervenção e análise, na busca da sustentabilidade social, econômica e ambiental. Para alcançar a
sustentabilidade desejada pelo modelo da agricultura sustentável, é fundamental a adoção das
seguintes estratégias:
a) tecnologias que promovam a conservação dos recursos naturais (água, solo, fauna e flora)
através de medidas mitigadoras dos processos de degradação; b) tecnologias que visam aumentar
a cobertura vegetal do solo, reduzindo a ação erosiva do impacto das gotas de chuva sobre o solo;
b) práticas complementares de melhoramentos (eventuais): procuram melhorar ou recuperar as
condições de produtividade das terras e racionalizar ao máximo o uso dos solos. Atuam
indiretamente no controle da erosão, em função do aumento promovido no enraizamento e na
cobertura do solo, ocasionado pelo maior desenvolvimento das plantas cultivadas. Citam-se,
como exemplos: calagem, adubações químicas, adubações verdes, rotação de culturas,
subsolagem, drenagem, divisão e manejo de pastagens.
c) tecnologias que visam aumentar a infiltração de água no solo, diminuindo o deflúvio e
escoamento superficiais, minimizando os problemas relacionados com o desgaste do solo pelos
processos erosivos.

2. MATERIAIS E MÉTODOS
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Utilizamos artigos científicos e citações práticas de estudos das principais regiões produtoras
agrícolas do Brasil, correlacionando informações a respeito da degradação solos, com suas
respectivas aplicações no uso agrícola, em conjunto com as boas práticas de manejo, uso e
conservação do solo e água. Sendo que, a destruição da cobertura vegetal natural, a desagregação
da camada superficial nos processos de aração e gradagem, a queima dos restos culturais, a
retirada pelas colheitas, o ataque da superfície pela água das chuvas, quando se chocam contra o
solo ou quando sob forma de enxurradas correm sobre a superfície, a movimentação constante de
máquinas e implementos provocam, dentre outras alterações: a) destruição da matéria orgânica;
b) alteração na estrutura; c) adensamentos e compactação do solo e subsolo; d) rebaixamento do
perfil; e) empobrecimento do solo e acidez; f) alteração da vida microbiana.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre os impactos provocados pela agropecuária destacam-se a baixa produtividade, exaustão


crescente do solo, aplicação exacerbada de agrotóxicos, carreamento de solos, assoreamento do
leito dos rios e diminuição de sua vazão e perda da biodiversidade (desmatamento).

a) em termos de consciência ambiental, nota-se um atraso da agropecuária em comparação a


outras atividades econômicas potencialmente poluidoras, como o setor industrial e mineração,
quando desenvolvidas em conformidade com as normas ambientais;

b) o uso intensivo da terra evoluiu para uma fase de exaustão de nutrientes pelas culturas e pela
erosão hídrica, obrigando os agricultores, na maioria das vezes, a derrubarem mais mato, a
aproximarem-se cada vez mais das áreas de preservação permanente (margens dos córrego, rios e
morros)
c) o ajustamento da gleba à sua capacidade de uso é prática básica devendo ser a primeira
preocupação do agricultor. Esse ajustamento é de fundamental importância para aumentar a
eficiência na utilização dos recursos. Neste sentido, as áreas de menor potencial (sem aptidão
para determinadas finalidades, como exemplo as culturas anuais) poderão ser destinadas para
culturas permanentes, pastagens e/ou reflorestamentos;

d) no planejamento conservacionista propriamente dito devem ser considerados os seguintes


aspectos: - ordenação da ocupação do solo (capacidade de uso); - cultivo mínimo e plantio direto;
- diminuição do uso de agrotóxicos; - utilização de adubação orgânica; - uso de métodos e
técnicas de irrigação inadequados e ineficientes para determinadas regiões.

4. REFERÊNCIAS

BERTONI, J; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: Ícone, 1990. 355p

REUNIÃO TÉCNICA DE LEVANTAMENTO DE SOLOS, 10, 1979, Rio de Janeiro.


Súmula... Rio de Janeiro: EMPRAPASNLCS, 1979. 83p. (EMBRAPA-SNLCS. Série
Miscelânea, 1)

FARAH,V.A. (Org.). Legislação florestal: leis, decretos e regulamentos federais. Rio de


Janeiro: MA-SAI, 1967. 186p. (SIA. Série Documentária, 26).
RAMALHO FILHO, A.; PEREIRA, E.G.; BEEK, K.J. Sistema de avaliação da aptidão
agrícola das terras. Brasília: SUPLAN/Rio de Janeiro: EMBRAPASNLCS, 1978. 70p
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CASTRO, O. M. de. Sistemas de preparo do solo e rotação de cultura para milho e soja. In:
RELATÓRIO técnico anual. Campinas: IAC, 1988. 53p

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